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Reforma Psiquiátrica

1 recortes históricos
2 experiência junto ao processo de institucionalização
brasileiro
3 Tese de Doutorado: Os (Des)encontros da Loucura
com as Cidades: narrativas do processo de
desinstitucionalização no território brasileiro
4 imagens Barbacena
História da Luta Antimanicomial,
Reforma Psiquiátrica e Políticas Públicas

Fevereiro 2022
Movimentos anteriores

 COMUNIDADE TERAPÊUTICA contexto PÒS- GUERRA

 Maxwell Jones na Inglaterra

 Soldados com transtornos mentais

 Transformação do hospital em um espaço de cura

 utilizando-se de técnicas ditas educativas e pressão psicológica,


além da verticalização das relações entre funcionários e usuários.
Movimentos anteriores

 ANTIPSIQUIATRIA

 David Cooper, Laing, Thomas Sazz

 Movimento de contestação da ordem psiquiátrica

 Negação da doença mental


Movimento da Luta antimanicomial e
Reforma Psiquiátrica

 O que se coloca em questão no Movimento de Luta


Antimanicomial e de Reforma Psiquiátrica é a
EXCLUSÃO destas pessoas ao serem identificadas como
“loucas”
 https://www.youtube.com/watch?v=0tbdgrLwwnE
Os primeiros Movimentos de
“Reforma Psiquiátrica” no mundo

 movimento de DESOSPITALIZAÇÃO ocorrido na Inglaterra e Estados


Unidos

 privilégio na criação de serviços na comunidade

 mera transferência dos usuários

 objetivo: racionalização dos recursos


Os primeiros Movimentos de
“Reforma Psiquiátrica” no mundo

 características selvagens
 pacientes crônicos externos vinham aumentar o já elevado número
de pobres abandonados à própria sorte
 Rio Grande do Sul: inicia-se o movimento de setorização na década
de 70 (5000 pacientes institucionalizados)
 “repetição” da lógica e situações de abandono dos usuários
Reforma Psiquiátrica Italiana:

 lei nº180, de 13 de maio de 1978 -importante função na


Reforma Psiquiátrica no mundo

 os serviços territoriais, deveriam ser criados para


determinadas áreas geográficas e trabalhar em estreito
contato com as unidades de pacientes internados, a fim de
garantir um atendimento contínuo

 a responsabilidade pelo cuidado e tratamento das pessoas


portadoras de sofrimento psíquico passou a se dar na cidade
Diferenças entre o movimento de
desospitalização e desintitucionalização

 Desconstrução do paradigma médico-psiquiátrico

 Articulação de diferentes em relação a “loucura”

 Compromisso com o cuidado destas pessoas no território


Superação do modelo biomédico
Basaglia

 Colocar a doença entre parênteses


 Não pensar a doença em relação a cura,mas “caber a doença na
cultura
 Transformas a relação da sociedade ocidental com a loucura
 Gorizia : humanização dos espaços do manicômio cmo práticas de
contenção, solitárias, grades, individualização dos espaços.
 Trieste: por em questão o problema da exclusão da loucura
A LOUCURA NA SALA DE
JANTAR
Pacientes psiquiátricos protagonizam filme exibido no Festival de Gramado
Grupo de 15 pessoas foi à exibição do curta-metragem 'Arte da Loucura'.
Eles integram grupo teatral que ensaia no Hospital Psiquiátrico São Pedro.
Quem se ocupa com a loucura?

 Articulação de diferentes saberes

 Não é algo exclusivo do campo da saúde

 Na relação com a comunidade

 A arte como importante dispositivo

 Intervenções no urbano que produzem tensionamentos


O viés da desinstitucionalização

 A desconstrução atinge as estruturas institucionais convencionais,


como o hospital psiquiátrico e os próprios serviços inovadores
que vão se montando

 “Substituição” para um novo paradigma cuja ênfase seja a


‘reinvenção da saúde’,da ‘existência- sofrimento’ para os
pacientes, no sentido de produção de vida, em substituição ao
modelo de atenção centrado no ‘problema-solução’, ‘doença-cura’
O viés da desinstitucionalização

 campo da conquista e reinvenção da cidadania, passando


pela busca dos tradicionais direitos civis, políticos e sociais

 Elege como ‘clientela de uso contínuo’(neuroses graves e


psicose) “desestimulando” os modelos que propõe a
medicalização dos problemas sociais
O viés da desinstitucionalização

 Mobilização dos atores envolvidos no sistema de ação


institucional:trabalhadores, familiares e usuários

 participação e construção das estratégias de produção de


projetos de vida, no cotidiano dos serviços e do diálogo da
“loucura”com a cidade
“Saúde é um assunto da vida das pessoas”(Feuerwerker,2009,s/p).
O novo viés da desinstitucionalização

 O serviço deve assumir a referência do território,

 mudança cultural profunda da sociedade, iniciando-se


particularmente na mídia e outros dispositivos formadores
de opinião pública, visando mudar a atitude em relação a
loucura
Os primeiros Movimentos de Reforma
Psiquiátrica Brasileira
A ordem vigente “faça chuva ou faça sol”

O banho de sol deles era às nove horas, se chovesse, se viesse sol,


o banho de sol deles era esse, sem nada, ao léu um quadrado que
tinha lá. Se fosse sol era no sol não tinha proteção nem uma árvore
pra ficar na sombra não, aí entravam às nove horas e saíam na hora
do almoço. Eles iam almoçar eram onze e trinta, comiam um pão.
Década de setenta

 Inicia-se os primeiros movimentos de Reforma Psiquiátrica


Brasileira, impulsionado por uma gama de questionamentos em
relação à situação de descaso e de abandono das pessoas
moradoras nos manicômios, as quais viviam (vivem) em
condições sub-humanas.

 Movimento insere-se em um momento político importante de


contestação do regime militar e de luta pela redemocratização do
país e construção do SUS
Década de oitenta...

 iniciativas de humanização do hospital psiquiátrico

 Período da “reforma dos asilos” com poucas modificações


visíveis, mas com função política importante no sentido de
impulsionar o debate e a construção de estratégias para
“solucionar” os grandes impasses relacionados aos hospitais
psiquiátricos

 Criação dos primeiros Lares Abrigados porém dentro da instituição


psiquiátrica, sendo a “primeira experiência”no Juqueri

 Criação de casas dentro do espaço asilar - Barbacena


1987

 Congresso Brasileiro de Saúde Mental


Funda-se o movimento antimanicomial em Bauru –SP: Por uma
sociedade sem manicômios

 participação de diferentes segmentos sociais: entidades e


categorias profissionais, familiares e usuários
Princípios da Luta Antimanicomial

 Princípio da singularidade:“conduzir” o tratamento de forma tal


que o sujeito siga o caminho que lhe é próprio,levando em
consideração seu pertencimento a uma dada cultura;
 Não nega o sofrimento psíquico
 Princípio do limite: “Fazer caber” o “louco” na cultura, significa
fazer um convite a ela para conviver com o “diferente” ,
reinventando seus limites
 Princípio da articulação:estabelecer parcerias e o diálogo com
outros segmentos sociais que sustentam a exclusão da loucura
Década de 90

 primeiras experiências que buscavam o “rompimento” com


os muros dos hospitais psiquiátricos, através da criação de
pensões protegidas, lares abrigados inseridos na comunidade

 1992 –Aprovada a primeira Lei de Reforma Psiquiátrica


Brasileira 9716/92 no Estado do Rio Grande do Sul

 a II Conferência Nacional de Saúde Mental realizada em


1992 aponta modificações profundas no seu campo
conceitual, reafirmando a integralidade e o trabalho
intersetorial (princípios do SUS):
Década de 90

1 visão integrada das várias dimensões do indivíduo, em diferentes


e múltiplos âmbitos de intervenção (educativo,assistencial e de
reabilitação), salientando a necessidade de suas ações integrar-se
às outras políticas sociais como educação, cultura, esporte e
lazer, seguridade social e habitação.

2 reafirmada a necessidade de substituição do modelo


hospitalocêntrico por uma rede ser serviços, diversificada e
qualificada através da unidade de Saúde mental em hospital
geral, emergência psiquiátrica em pronto-socorro geral,unidades
de atenção intensiva em hospital geral em regime de hospital
dia, centros de atenção psicossocial, serviços territoriais que
funcionam 24 h e lares abrigados
Os movimentos e Lei Federal

 Aprovação após 12 anos de tramitação a Lei Federal


10216/2001 de Reforma Psiquiátrica

 Fortalecimento das iniciativas em curso no território


brasileiro

 “Perde” o caráter de “alternativo” muitas vezes


denominado os serviços substitutivos ao manicômio
Os movimentos e a Lei Federal

 proíbe a internação em instituições com características


asilares (hospícios e manicômios, por exemplo)

 determina a necessidade de autorização médica para


internação

 exige a notificação compulsória do Ministério Público, no


prazo de 72 horas, em caso de internamento contra a
vontade expressa do paciente

 diagnóstico e terapia passam a depender de autorização do


paciente ou de seu responsável legal
Virada do Século

 III Conferência Nacional de Saúde Mental –Dezembro 2001 -propõe


a regulamentação imediata da Lei 10.216/01

 Defini as “unidades tipo CAPS como referência local, microrregional


e regional local para assistência em Saúde Mental”(2001,p.26)

 os Centros de Atenção Psicossocial deixam de ser apenas um dos


dispositivos de atenção na rede de serviços em Saúde Mental,
elevando-se a condição de gestor do território ao qual se insere.
(posição antes dos hospitais psiquiátricos),

 Defini os SRTS (Serviços Residenciais Terapêuticos) como estratégia


para os moradores institucionalizados em hospitais
2003

desconstrução do hospital de Trieste na Itália – a importância do


subsídio ou pensões sociais no processo de desisntitucionalização

votada a Lei 10708, denominada De Volta para Casa, criando o


auxilio reabilitação psicossocial para as pessoas que ingressam
nos SRTs ou retornam para suas famílias,com o objetivo de
possibilitar o acesso destas pessoas a bens de consumo, educação
e lazer, ampliando além de suas necessidades de subsistência o
seu poder contratual,
“Eu não sou mental. Tenho cartão do banco”
Líria,beneficiária do PVC

https://www.youtube.com/watch?v=DY25OY1hM9Y
REDE DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL
COMPONENTES DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

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