Você está na página 1de 17

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

Placenta Prévia
ESTUDO DE CASO CLÍNICO
Placenta Prévia

Apresentação do Estudo de Caso referente


ao estágio supervisado
Sumário
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4

2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................. 5

Conceito ..................................................................................................... 5

Sinais e sintomas........................................................................................ 6

Complicações ..............................................................................................7

Fisiopatologia ............................................................................................. 8

Diagnostico ................................................................................................. 7

Conduta ..................................................................................................... 9

3. CASO CLÍNICO .............................................................................................. 11

Histórico de Enfermagem ......................................................................... 11


4 DIAGNOSTICO E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM .................................. 12

5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 13

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 14


1. INTRODUÇÃO

O presente estudo de caso foi realizado na Unidade Básica de Saúde, com


objetivo de melhorar nosso olhar clínico a respeito dos nossos cuidados de
enfermagem, e serviu como estrutura para nossa futura profissão. Dessa forma,
esse trabalho nos proporcionou uma maior investigação Placenta Prévia, e assim
conseguimos aprofundar nossas informações e noções adquiridas pelo estudo. A
metodologia utilizada foi entrevista com o paciente, informações adquiridas no
prontuário e pesquisa bibliográfica.

4
2. REVISÃO DA LITERATURA
Conceito

A placenta prévia é quando a placenta está presa (implantada) sobre a abertura


do colo do útero, na parte inferior do útero, em vez de na parte superior. É possível
que a mulher tenha sangramento indolor, às vezes abundante, no final da gravidez. A
ultrassonografia pode normalmente confirmar o diagnóstico.
Dizemos que a gestante tem placenta prévia, ou placenta de inserção baixa,
quando a sua placenta está posicionada em um local que provoca obstrução total
ou parcial do colo do útero, que é efetivamente por onde o bebê precisa passar na
hora do parto vaginal. A placenta prévia é, portanto, nada mais do que uma
obstrução da saída do útero provocada por uma placenta mal localizada.
Duas são as complicações mais relevantes das gestantes que têm placenta
prévia: a obstrução à saída do bebê na hora do parto e o risco de sangramento (até
80% das gestantes com essa condição apresentam sangramento vaginal indolor).
Na verdade, a placenta não fica fixa em uma localização única durante toda a
gravidez. Conforme o útero e a própria placenta crescem, a sua posição costuma
mudar. Uma gestante pode ter placenta prévia durante as fases iniciais da gravidez,
mas chegar ao terceiro trimestre com a placenta localizada mais acima, sem risco
de obstruir a saída do útero.

Contudo, quanto mais tempo a placenta permanece com implantação baixa,


maior é o risco dela estar obstruindo a saída do útero no final da gravidez, de tal
forma que:

5
 Dentre as placentas que apresentam inserção baixa entre a 15ª e 19ª semanas

de gestação, apenas 12% permanecem como placenta prévia até o momento do


parto.
 Dentre as placentas que apresentam inserção baixa entre a 20ª e 23ª semanas

de gestação, apenas 34% permanecem como PP até o momento do parto.


 Dentre as placentas que apresentam inserção baixa entre a 24ª e 27ª semanas

de gestação, 49% permanecem como PP até o momento do parto.


 Dentre as placentas que ainda apresentam inserção baixa entre a 28ª e 31ª

semanas de gestação, 62% permanecem como PP até o momento do parto.


 Dentre as placentas que ainda apresentam inserção baixa entre a 32ª e 35ª

semanas de gestação, 73% permanecem como PP até o momento do parto.


Portanto, um diagnóstico de placenta prévia no início do 2º trimestre de
gestação tem um significado diferente do diagnóstico de placenta prévia ao final do
3º trimestre. Enquanto a maioria das mulheres com implantação baixa da placenta
no inicio da gravidez não terão placenta prévia ao final, apenas uma minoria delas
com inserção baixa no terceiro trimestre chegarão ao parto com a saída do útero
livre.
Atualmente, porém, a classificação da placenta prévia foi reduzida para apenas
2 categorias, que acabam por ditar a forma de parto a ser escolhida (explicamos
mais à frente):
 Placenta previa minor ou placenta de inserção baixa → são os casos em que há

obstrução parcial da saída do útero, havendo um distância de até 2 cm entre a


borda da placenta e o orifício interno do colo uterino.
 Placenta previa completa ou major → Obstrução total do orifício interno do colo

do útero.

Sinais e sintomas

De 1 e 6% das grávidas apresentam placenta prévia entre a 10ª e 20ª


semana de gestação. O diagnóstico é habitualmente feito através da
ultrassonografia obstétrica. A maioria destas mulheres é assintomática, e em 90%
dos casos, a placenta deixa de ser prévia espontaneamente conforme o útero vai
crescendo.

6
Os sintomas da placenta prévia costumam surgir nas grávidas que chegam à
segunda metade da gravidez ainda com uma placenta com inserção baixa. Nestes
casos, até 80% das gestantes apresentam pelo menos um episódio de
sangramento vaginal indolor. Entre as mulheres que sangram, 30% têm o primeiro
episódio antes da 30ª semana, 30% entre a 31ª e a 36ª semana e outros 30% entre
a 36ª semana e o momento parto. Apenas 10% das grávidas com placenta prévia
não apresentam sangramento vaginal durante a gravidez.
O sangramento vaginal provocado pela placenta prévia costuma
ser vermelho vivo. O volume de sangue perdido varia de pequeno a grande. Em
geral, o sangramento para espontaneamente, sem a necessidade de nenhum
tratamento específico. No entanto, quase sempre ele retorna dias ou semanas
depois.

Complicações

A principal complicação da placenta prévia é a hemorragia, que pode surgir


antes, durante ou após o parto. A perda de sangue pode ser volumosa e colocar a
vida da gestante e do feto em risco.
As gestantes que têm placenta prévia são mais propensas a ter uma placenta
que implanta-se muito profundamente ao útero e acaba por não descolar facilmente
na hora do parto. Esse tipo de placenta é chamada de placenta acreta. O risco de
sangramento maciço é alto e pode exigir uma histerectomia (remoção cirúrgica do
útero) para controlá-lo.

7
Fisiopatologia

A etiopatogenia da PP é controversa, embora vários autores concordem em


diferenciar dois grandes grupos: causas maternas e causas ovulares.
 A causa ovular mais amplamente aceita é a fertilização tardia, quando o óvulo é
fertilizado na parte da trompa mais próxima ao útero, isso permite que ele viaje
por um espaço maior antes da implantação.
Nas gestações gemelares, é necessário que haja maior vascularização para nutrir dois
fetos, por isso é comum que a massa placentária seja maior, podendo se deslocar em
direção ao segmento uterino inferior.
 Entre as causas maternas, a mais relevante é a vascularização placentária

deficiente. Quando o endométrio é lesado com cicatrizes uterinas por cirurgias


anteriores ou se não é irrigado adequadamente devido a patologias ou ao próprio
processo de envelhecimento, a placenta precisa crescer para adquirir uma
vascularização correta, podendo aumentar sua área invadindo o segmento inferior
uterino e aumentando assim a superfície vascular.
Quando a placenta está implantada no segmento inferior uterino, com o início
das contrações, ela não se dilata, separando-se do tecido subjacente que forma sua
base. Durante a gestação ou mais tarde no período de dilatação do parto, temos como
conseqüência o desprendimento dessa parte da placenta, com hemorragia na zona do
lóbulo desprendido pela abertura do espaço interviloso, fluindo sangue materno. Raras
vezes, encontramos rompimento das vilosidades coriônicas com perda de sangue do
feto,
Outras causas de sangramento na placenta prévia são as infecções
(placentites), a ruptura de má formações vasculares e a manipulação intravaginal ou
retal. Por isso, diante da suspeita ou diagnóstico de placenta prévia, é contra
indicado o toque vaginal e retal.

8
Diagnostico

O diagnóstico de PP é clínico, sendo confirmado pela ultrassonografia.


A ultrassonografia confirma o diagnóstico e a localização placentária. A via
transvaginal (USGTV) é a mais recomendada e possui menos falsos positivos que a
via abdominal.
Obs: A ultrassonografia transabdominal rotineira de 2º trimestre, entre 20 e 23
semanas, tem por objetivo avaliar a morfologia fetal e também a localização
placentária. Se houver suspeita de placenta prévia, deve-se realizar da USGTV.

Atenção: O fenômeno da migração placentária pode ocorrer até a 36° semana


e transforma placentas diagnosticadas como “prévias” nos primeiros dois trimestres da
gestação em placentas normalmente inseridas no terceiro semestre. Por isso, é
fundamental a confirmação diagnóstica no 3° trimestre da placenta prévia
diagnosticada anteriormente!
O doppler também pode ser usado para descartar algumas entidades
associadas, como vasa prévia ou hematoma marginal.
A ressonância magnética pode ser um método diagnóstico, mas não é superior aos
anteriormente citados e apresenta uso limitado por seu alto custo e indisponibilidade
na maioria dos serviços. Para tanto, é capaz de confirmar o acretismo placentário
suspeitado pela USG, uma das complicações mais sérias da PP.

Exames laboratoriais
Apesar de nenhum exame laboratorial confirmar o diagnóstico, ele pode auxiliar no
manejo clínico dessas pacientes, principalmente quanto ao grau de urgência das
ações e complicações. Assim, aconselha-se a realização do hemograma, tipagem
sanguínea ABO Rh e coagulograma.

Conduta

É dependente do tipo de localização da placenta prévia, volume da hemorragia


materna, idade gestacional e vitalidade fetal. Toda gestante com sangramento e
suspeita diagnóstica de placenta prévia deverá ser hospitalizada para investigação.

9
A conduta em gestações pré-termo é geralmente expectante, exceto se o volume
de sangramento for de tal intensidade que provoque risco materno-fetal. A conduta
expectante implica vigilância hematimétrica materna, de vitalidade e maturidade fetal
(indução de maturidade pulmonar com uso de corticoide entre 24 e 34 semanas de
gestação) e tocólise profilática ou terapêutica.

Em gestações de termo, a melhor conduta vai depender das variáveis acima,


sendo obrigatória a cesárea nos casos de placentas centrais ou parcias. A via vaginal
é recomendada geralmente em placentas prévias marginais, com a indicação de
amniotomia e uso de ocitócicos, na tentativa de evitar o descolamento da placenta
(com monitorização da frequência cardíaca fetal.

10
3. CASO CLÍNICO
Histórico de Enfermagem

Paciente A.S.T. feminino, 25 anos, branca, casada, Ensino mèdio completo,


não possui filhos, com diagnostico medico: placenta prévia, não faz uso contínuo
medicamentos. Compareceu para dar inicio de consulta de pré-natal na Unidade
Básica. DUM 30/12/2022 DPP Relata, relata que teve aborto espontâneo em
dezembro de 2022, suspeita ter sido infecção urinária, porém não sabia nova
gestação, fazia uso de contraceptivo oral. SIC: gestante relada aborto em
09/12/2022, porém conforme laudo dda USG obstétrico em 28/03/2023, diz DUM se
em 30/11/2022. Gestante queixa de pirose. Nega hipertensão, diabetes, alergia
medicamentosa ou gemelar em família. Nega tabagismo e etilismo, respirando em
ar ambiente. Se queixa de insônia . Histórico familiar: Pai hipertenso e mãe não
tem histórico de doenças crônicas. Ao exame, paciente cursa em BEG, consciente,
orientado em tempo e espaço, afebril, eupneico, anictérico, acianótico, corado,
hidratado, crânio simétrico, cabelos com aspectos secos, sem sujidade, globos
oculares sem alterações, pupilas isocóricas e fotogênicas, cavidade nasal com
aspecto simétrico, sem alterações visíveis, sem presença de lesões e secreções,
orelhas sem alterações, audição preservada, arcada dentaria completa, higiene oral
satisfatória, mucosa bucal rosada, hidratada, úmida e sem lesões, língua rosada,
pescoço com boa motilidade, linfonodos cervicais, submandibulares e retro
auriculares não palpáveis, traqueia com boa mobilidade. Tórax simétrico, com
expansibilidade preservada, murmúrios vesiculares sem ruídos adventícios, ausência
de tosse e secreção pulmonar, mamas sem colostro, abdomem com altura uterina de
25 cm BCF 156 bpm com movimentos fetal +, sem lesões, RHA+, sem
visceromegalias, ausência de vômitos e diarreia. Eliminações: Relata infecção
urinária, evacuação presente. Sinais vitais: PA 100x70, peso 51,9 kg, altura 1,50 cm.

11
4. DIAGNÓSTICO E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM

Eliminação urinária prejudicada evidenciada pela infecção urinária.


Prescrição:
- Identificar causas multifatoriais da infecção (p. ex., eliminação urinária, padrão de
eliminação de urina, problemas urinários preexistentes, função cognitiva, resíduo
pós-eliminação e medicamentos);
- Orientar o paciente a beber um mínimo de 1.500 mL de líquidos/dia;
- Obter uma amostra de urina para cultura e teste de sensibilidade se necessário;
- Encaminhar a especialista em continência urinária, conforme apropriado;
- Recomendar idas frequentes ao banheiro.
- Explicar e indicar bons hábitos de higiene íntima, e realizar pesquisa de infecções no
trato urinário

Fadiga.
Prescrição:

- Prescrever maior tempo de repouso e recreação de acordo com as limitações


apontadas pela cliente e seu estado clínico;
- Instigar a verbalização e criação de vínculo com a equipe de saúde, investigando de
forma mais profunda possíveis receios e dúvidas em relação a condição de PP;
- Explicar a mulher que, através do acompanhamento certo e do parto Cesária, é
possível uma gestação tranquila, com o mínimo de intercorrências.
- Monitorar possíveis sangramentos e eventos de dores agudas.

Insônia evidenciada pelo próprio relato do paciente.

Prescrição:
- Orientar o paciente para monitorar os padrões de sono;
- Orientar o paciente a evitar alimentos e bebidas na hora de dormir que interfiram
no sono;
- Orientar o paciente e pessoas significativas sobre fatores (p. ex., fisiológicos,
psicológicos, do estilo de vida, mudanças rápidas de fuso horário, horas de e
outros fatoresambientais) que contribuam para distúrbios no padrão do sono;

12
5. CONCLUSÃO

Os profissionais da saúde como enfermeiros e médicos, devem buscar um


maior preparo para o atendimento com qualidade, não só de placenta prévia, mas de
várias patologias obstétricas que podem ocorrer na gestação, já que existem
inúmeros recursos disponíveis. Não cabendo negligenciar o atendimento. Cabe a
eles buscar e estudar, já que a sua área de atuação foi escolhida, sendo a
enfermagem uma profissão onde devemos nos doar e pensar no cuidado ao
próximo.
Cumprimos todos os objetivos que nos tínhamos propostos. O trabalho foi de
suma importância para o nosso conhecimento, uma vez que ele aborda sobre a
assistência individualizada. Além disso, tivemos um maior contato com a paciente e
assim criando um ambiente de confiança.

13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Placenta previa: Epidemiology, clinical features, diagnosis, morbidity and


mortality – UpToDate.
 Placenta Praevia and Placenta Accreta: Diagnosis and Management (Green-top
Guideline No. 27a) – Royal College of Obstetricians and Gynaecologists.
 https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-847.html.
 SANTANA, D. S. N. et al., Conceito, diagnóstico e tratamento de placenta prévia
acreta com invasão de bexiga: revisão sistemática da literatura. Disponível
em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2010/v38n3/a006.pdf

14
15
16
17

Você também pode gostar