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A placenta prévia é uma complicação obstétrica onde a placenta está inserida

numa região próxima ou recobrindo o orifício cervical. O diagnóstico de


placenta prévia geralmente é realizado após a 27a semana de gestação pois
antes deste período o útero ainda é pequeno e a placenta poderá recobrir toda
a parede uterina, do fundo até a região mais próxima do colo.
Excepcionalmente o diagnóstico poderá ser feito mais precocemente quando a
placenta recobrir todo o orifício cervical. Existem diversas classificações para
placenta prévia, de um modo geral podemos ter placentas que recobrem todo o
orifício cervical (placenta prévia total), parcialmente (placenta prévia marginal)
ou que apenas estão próximas a ele (placenta baixa). A incidência de placenta
prévia é de cerca de 0,5% de todas as gestações.

Como é feito o diagnóstico?


Deve-se suspeitar de placenta prévia em toda paciente que tem sangramentos
intermitentes e indolores na segunda metade da gestação (após 20 semanas
de gravidez). O exame para confirmar o diagnóstico é a ultrassonografia
TRANSVAGINAL (e não abdominal, como geralmente é realizada durante o
exame obstétrico). O exame deve ser realizado pela via transvaginal pois o
colo uterino é difícil de ser avaliado pela via abdominal na segunda metade da
gestação e algumas placentas, em especial as que se inserem na parede
uterina posterior, são mais difíceis de serem vistas.
A questão da idade gestacional é de extrema importância no diagnóstico da
placenta prévia pois com 16 semanas até 50% das placentas estão inseridas
muito próximas ao colo. No terceiro trimestre ocorre o crescimento do útero, em
especial numa região chamada de segmento uterino, o que faz com que a
placenta “migre”, afastando-se do colo uterino.
Além disso a realização do exame transvaginal é muito importante para
verificar a presença de outros problemas que podem estar associados como
a vasa prévia.

Quais são os fatores de risco conhecidos?


Os principais fatores de risco conhecidos para placenta prévia são: história de
placenta prévia em gestação anterior, cesárea ou aborto. O fumo ou uso de
cocaína também são considerados como fatores de risco. A placenta prévia por
si é um fator de risco para o acretismo placentário.

Qual o tratamento para a placenta prévia?


Não existe tratamento específico para a placenta prévia. Recomenda-se, em
casos de sangramento, repouso e abstinência sexual para evitar novos
sangramentos. A grande maioria tem boa evolução e não necessita maiores
intervenções. Alguns casos onde o sangramento é mais volumoso será
necessário reposição sanguínea ou antecipação do parto. Nos casos onde a
placenta prévia é total indica-se a cesárea para preservar o bem estar fetal. É
importante lembrar que em pacientes com Rh negativo é importante tomar
imuniglobulina anti-Rh (vacina contra incompatibilidade sanguínea) toda vez
que ocorrer um sangramento e o feto potencialmente puder ser Rh positivo.

Quais complicações podem acontecer?


Em geral a evolução das placentas prévias não tem grandes complicações e o
tratamento visa apenas tentar evitar novos episódios de sangramento.
Entretanto, quando ocorrem complicações elas podem envolver o feto,
causando crescimento intra-uterino restrito devido à perfusão placentária
reduzida ou a mãe em decorrência de hemorragia volumosa e da associação
comum com o acretismo placentário.

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