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República de Angola

Ministério da Educação, Ciências e Tecnologias

Trabalho em Grupo de Assistência de Enfermagem a Saúde da


Mulher

Tema: Placenta Prévia

A Docente
_______________________________
Valdávia

Lubango, aos 16 de Dezembro de 2022


Instituto Técnico de Formação de Saúde da Huila
Trabalho em Grupo de Assistência de Enfermagem a Saúde da Mulher

Tema: Placenta Prévia


Grupo Nº: 4
Turma: A
Classe: 12ª
Sala: 3 do novo edifício
Período: Tarde
Ano Lectivo: 2022/ 2023

Integrantes do Grupo
Nº Nome Nota Individual Nota Colectiva
1 Almeida Augusto
2 Angelina Manuel
3 Angelina Caita
4 Avelina Samuko
5 Ester Domingos
6 Ilda Sousa
7 Joana António
8 Joaquim Cahá
9 Stefanya Fidalgo

A Docente
_______________________________
Valdávia Alfredo

Lubango, aos 16 de Dezembro de 2022


Índice
1 – Introdução
2 - Placenta
2 - Constituição da placenta
2 - Formação e importância da placenta
2 – Placenta Prévia
3 – Tipos de placenta prévia
4 – Factor de risco
4 – Sinais e Sintomas
5 – Diagnóstico
6 – Complicações
6 – Tratamento
7 - Prevenção
7 - Parto em caso de placenta prévia
8 - Assistência de enfermagem
10 – Conclusão
11 - Bibliografia
Introdução
Neste trabalho iremos abordar sobre a placenta prévia, seu conceito, tipos,
sinais e sintomas, tratamento e diagnóstico deste distúrbio. Perspectivando
alargar os nossos conhecimentos.

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Placenta

É um órgão materno-fetal, que só existe durante a gravidez. Sua função é prover


oxigênio e nutrientes para o feto, através da troca de sangue com a mãe, e
produzir hormônios que são importantes para a manutenção da gravidez.

Constituição da placenta

A placenta possui duas faces, uma que fica inserida à parede do útero, ligada a
centenas de vasos sanguíneos maternos, e outra voltada para o feto, que é onde
conecta-se o cordão umbilical. Desta forma, este órgão age como uma
comunicação entre a circulação sanguínea da mãe e do feto.

Formação e importância da placenta

A placenta começa a se formar já nos primeiros dias após a implantação do


embrião ao útero. A formação da circulação materno-fetal costuma estar
completa ao redor da 12ª semana de gestação. Isso não significa, porém, que a
placenta não continue crescendo ao longo de toda a gravidez. No terceiro
trimestre, o órgão chega a atingir, em média, 22 cm de diâmetro e 0,5 kg de
peso. Após o nascimento do bebê, a placenta perde a sua utilidade e acaba
sendo expulsa minutos depois do parto

A placenta é o órgão responsável pela nutrição, trocas de gases e eliminação de


excretas do feto durante a gestação. Ela também possui função endócrina e
imunológica. Nesse sentido, produz hormônios que mantém a gestação e
prepara o corpo da mãe para o parto, como gonadotrofinas, progesterona,
relaxina e lactogênios, e forma uma barreira hematoplacentária a qual impede a
passagem de determinadas substâncias do sangue materno para o feto.

Placenta prévia
É quando a placenta apresenta uma inserção baixa, obstruindo a saída do
colo do útero de forma total ou parcial. A placenta pode se aderir à qualquer
parte do útero. Na maioria das gestações, a placenta localiza-se na parte
posterior alta, que é uma região oposta ao colo do útero, que é por onde o
feto deverá sair em caso de parto normal.

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Na verdade, a placenta não fica fixa em uma localização única durante toda
a gravidez. Conforme o útero e a própria placenta crescem, a sua posição
costuma mudar. Uma gestante pode ter placenta prévia durante as fases
iniciais da gravidez, mas chegar ao terceiro trimestre com a placenta
localizada mais acima, sem risco de obstruir a saída do útero. Contudo,
quanto mais tempo a placenta permanece com implantação baixa, maior é o
risco dela estar obstruindo a saída do útero no final da gravidez.

Tipos de Placenta Prévia

Os tipos de placenta prévia são divididos de acordo com o grau de obstrução


à saída do útero. Historicamente, a placenta prévia era dividida em 4
categorias:

1. Placenta baixa → A placenta apresenta inserção baixa, mas não chega


a encobrir a saída do útero

2. Placenta prévia marginal → A borda da placenta chega a encostar na


abertura do colo do útero, mas não chega a obstruí-lo.

3. Placenta prévia parcial → A placenta cobre parcialmente a saída do


útero.

4. Placenta prévia total → A placenta cobre totalmente a saída do útero.


Atualmente há duas categorias, que acabam por ditar a forma de parto a ser
escolhida:

 Placenta previa minor ou placenta de inserção baixa → são os casos


em que há obstrução parcial da saída do útero, havendo uma distância
de até 2 cm entre a borda da placenta e o orifício interno do colo uterino.

 Placenta previa completa ou major: Obstrução total do orifício interno


do colo do útero.

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Fatores de risco

Não é conhecido exatamente o porquê de algumas mulheres desenvolverem


placenta prévia. Porém, existem alguns fatores que facilitam a sua
ocorrência. Os principais são:

 Já ter tido múltiplas gestações anteriores


.
 Gravidez de gêmeos ou Idade materna acima de 35 anos.

 Episódio de placenta prévia em uma gravidez anterior.

 Histórico de aborto prévio.

 Histórico de cirurgia uterina prévia ou parto cesariano prévio

 Tabagismo e uso de cocaína por parte da mãe.

 Haver cicatrizes no útero devido à cirurgias;

 Ter realizado curetagem anteriormente;


Além disso, ter realizado um tratamento de reprodução assistida para
infertilidade, também pode aumentar o risco de desenvolvimento da placenta
prévia

Sinais e sintomas

Os principais sintomas da placenta prévia são:

 Sangramento vaginal, normalmente indolor, de cor vermelho vivo;


 Sangramento leve ou intenso de início súbito;
 Sangramento após o contato íntimo;
 Sangramento com contrações ou dor aguda na barriga.

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Os sintomas de placenta prévia são mais frequentes a partir do 20ª semana de
gravidez, podendo também surgir sangramento de escape ou spotting, antes do
sangramento mais intenso. Além disso, a placenta prévia pode aumentar o risco
da mulher desenvolver placenta acreta, que é a fixação da placenta no
miométrio, que é a camada média do útero, podendo levar a hemorragia intensa
e maciça.

A explicação para esta hemorragia abundante também pode estar no facto de,
muitas vezes, a placenta prévia ser também uma placenta acreta.

Diagnóstico

O diagnóstico da placenta prévia é feito pelo obstetra através da avaliação dos


sintomas, histórico de saúde, exame ginecológico e exame de ultrassom
abdominal. Para confirmar o disgnóstico, o médico deve solicitar um ultrassom
transvaginal, que é seguro de ser feito, e fornece imagens mais precisas da
placenta, sendo possível determinar também o tipo de placenta prévia.

Em gestantes que não apresentam sintomas, a placenta prévia pode ser


diagnosticada pelo obstetra através do exame de ultrassom de rotina pré-natal
no primeiro ou segundo trimestre da gestação, sendo necessários ultrassons
para acompanhamento entre as semanas 28 e 32 semanas da gestação para
avaliar a persistência da placenta prévia.

A placenta prévia é considerada em todas as mulheres com sangramento


vaginal após 20 semanas. Se a placenta prévia estiver presente, o toque
vaginal poderá aumentar o sangramento, algumas vezes causando,
repentinamente, sangramento intenso; assim, se o sangramento vaginal
ocorrer após 20 semanas, contraindica-se o toque vaginal, a menos que a
possibilidade de placenta prévia seja excluída por ultrassonografia.

Embora placenta prévia seja mais susceptível de causar sangramento intenso,


indolor com sangue vermelho brilhante do que o descolamento prematuro de
placenta, a diferenciação clínica ainda não é possível. Assim, ultrassonografia
é frequentemente necessária para distingui-las. A ultrassonografia transvaginal
é um método preciso e seguro para diagnosticar a placenta prévia.

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Complicações
Para pacientes com placenta prévia ou placenta de inserção baixa; os riscos
incluem:

- Má apresentação fetal;

- Ruptura prematura das membranas;

- Restrição do crescimento fetal;

- Vasa previa e inserção vilamentosa do cordão umbilical (em que a


extremidade placentária do cordão consiste em vasos umbilicais divergentes
circundados somente por membranas fetais).

Em mulheres que tiveram cesariana prévia, a placenta prévia aumenta o risco


de placenta acreta, ou seja, uma placenta que se implanta muito profundamente
no útero. Isto significa que no momento do parto ela não se descola tão
facilmente e a hemorragia decorrente disso pode mesmo exigir uma
histerectomia (cirurgia para remoção do útero) de urgência.

Tratamento
O tratamento da placenta prévia depende de alguns fatores, sendo os mais
importantes:

- Se a paciente tem sangramentos abundantes ou com grande frequência.

- A idade gestacional.

- O tipo de placenta prévia.

- Gestantes assintomáticas ou com sangramento discreto, nestes casos, indica-


se repouso e abstenção sexual. O parto é geralmente induzido na 37ª semana.

O tratamento da placenta prévia deve ser orientado pelo obstetra e pode ser feito
no hospital ou em casa, de acordo com a idade gestacional e o sangramento
vaginal que a grávida apresenta. Geralmente, o tratamento envolve repouso e a
adoção de alguns cuidados, como:

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 Evitar fazer esforços e ficar muito tempo de pé, permanecendo a maior parte do
dia sentada ou deitada, de preferência, com as pernas elevadas
 Deixar de trabalhar, tendo que ficar em casa;
 Evitar ter contato íntimo.

Além disso, é recomendado o parto cesárea seletivo entre a 36ª e 37ª semanas
da gestação, quando o sangramento estiver controlado. No entanto, a cesárea
de emergência pode ser feita independente da idade gestacional, quando o bebê
e/ou a gestante estiverem em risco.

Quando o sangramento é intenso, o tratamento é feito com internamento


hospitalar, com monitoramento da gestante e do bebê, podendo ser
necessárias transfusões de sangue ou a cesária de emergência.

Em casos mais graves o médico também poderá prescrever remédios para


acelerar o desenvolvimento dos órgãos do bebê, assim como remédios para
evitar o parto prematuro e para que a gravidez se mantenha pelo menos até as
36 semanas de gestação.

Prevenção
Como as causas de placenta prévia não são conhecidas, não é possível
prevenir o problema. O ideal é fazer o acompanhamento pré-natal e notificar
seu médico ou médica se notar alguma alteração ou sangramento durante a
gravidez.

Parto em caso de placenta prévia

A via do parto depende do tipo de placenta prévia, mas parto cesárea é indicado
para qualquer mulher que tenha o diagnóstico de placenta prévia, sendo
realizado seletivamente na 36ª ou 37ª semanas da gestação, pois a cobertura
do colo do útero, impede a passagem do bebê, podendo provocar hemorragia
na mãe durante um parto normal.

No entanto, o parto normal é seguro e pode ser realizado quando a placenta está
localizada a pelo menos 2 cm de distância da abertura do colo uterino, o que vai
depender das condições de saúde da mulher e da avaliação do obstetra.

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Além disso, pode ser necessário que o bebê nasça antes do tempo previsto, pois a
placenta pode descolar muito cedo e prejudicar o suprimento de oxigênio ao bebê. Se
durante o parto, porém, houver hemorragia, a via deve ser alterada para
cesariana.

Assistência de enfermagem

Se a placenta prévia for detectada no primeiro trimestre de gestação, pode ser


realizado acompanhamento com maior frequência para ver como evolui o feto e
se não há complicações. Dessa forma é agendada a cesariana entre a 37ª e a
39ª semana de gestação.

Orientações devem ser feitas constantemente para que a mãe esteja ciente do
seu caso, e que pode haver complicações com ela e o feto na hora do parto.
Deve-se esclarecer quanto a dúvidas e mitos que podem surgir, e frisar a
importância da adesão e adequação ao tratamento e acompanhamento
prescrito.

A placenta pode mudar sua inserção ao longo da gestação, sendo assim o


diagnóstico ultrassonográfico definitivo de placenta prévia (especialmente do tipo
marginal), só deve ser dado com exatidão após 30-35 semanas de gravidez.

Orientam-se duas condutas para o tratamento de placenta prévia, a


contemporização e intervenção. No tratamento expectante (antes da 37ª
semana), onde há a perda inicial de sangue habitualmente em pequena
quantidade, pode-se esperar o amadurecimento do bebê, e recomenda-se a
hospitalização. Preconiza-se a ciclagem do colo para que se permita a
continuação da gestação, indica-se também o uso de corticoides para o
amadurecimento do pulmão fetal, este indicado antes da 35ª semana de
gestação.

Tratamento ativo (com 37 semanas ou mais), depois de documentada a


maturidade fetal é indicado a interrupção imediata da gravidez, é permitido o
exame vaginal nessa fase na sala de cirurgia, devendo-se estar preparado para
hemotransfusão e cesárea.

A hospitalização é muito importante no acompanhamento das pacientes, garante


a vigência de hemorragia, e atendimento imediato para quaisquer

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eventualidades. O recém-nascido também merece cuidados especiais,
frequentemente pré - termo, débil, anemiado, e algumas vezes chocado, deve-
se avaliar suas condições e se necessário realizar hemotransfusão.

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Conclusão

Depois de confeccionarmos este trabalho, chegamos a conclusão que a placenta


prévia pode causar graves dificuldades tanto para o bebé, como para a mãe e
para a própria equipa médica ou de enfermagem. Por isso é necessário que haja
um amplo conhecimento sobre este disturbio afim de arranjar meios adequados
para o solucionar.

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Bibliografia

1. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/placenta-previa Royal College of


Obstetricians and Gynecologists / American Congress of Obstetricians and
Gynecologists

2. https://www.tuasaude.com/placenta-previa/ American Congress of


Obstetricians and Gynecologists.

3. https://www.mdsaude.com/gravidez/placenta-previa/ SILVER, R. M. Abnormal


Placentation: Placenta Previa, Vasa Previa, and Placenta Accreta. Obstet
Gynecol. 126. 3; 654-668, 2015JAIN, V.; et al. Guideline No. 402: Diagnosis
and Management of Placenta Previa. J Obstet Gynaecol Can. 42. 7; 906-
917.e1, 2020

4. https://www.rcog.org.uk/guidance/browse-all-guidance/green-top-
guidelines/placenta-praevia-and-placenta-accreta-diagnosis-and-management-
green-top-guideline-no-27ª / >.Acesso em 17 set 2022

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