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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências de Saúde


FCS

Licenciatura em Psicologia Clínica

Desenvolvimento Pré-natal
3 Estágios

Docente: Nádia Pereira


Nampula
2022
Adelaide Paula Teodósio da Trindade
Aliarina Jacinto Pascoal
Amina António Bacar Trego
Suzana Severino Trindade

Desenvolvimento Pré-natal
3 Estágios

O presente trabalho em grupo


é de caracter avaliativo e
enquadra-se no âmbito da
Cadeira de Psicologia de
Desenvolvimento da Criança
e Adolescente lecionada pela
docente Nádia Pereira

Docente: Nádia Pereira


Nampula
2022
Índice

Introdução ......................................................................................................................... 4

Objetivos Gerais ............................................................................................................... 5

Objetivos Específicos ....................................................................................................... 5

Desenvolvimento Pré-Natal.............................................................................................. 6

Período pré-embrionário ................................................................................................... 6

Período embrionário ......................................................................................................... 6

Período fetal ...................................................................................................................... 6

A Primeira Semana ......................................................................................................... 13

(Segmentação Ou Clivagem Do Zigoto) ........................................................................ 13

A Segunda Semana ......................................................................................................... 14

(Formação Da Blástula E Implantação Do Blastocisto) ................................................. 14

A Terceira Semana ......................................................................................................... 16

Da Quarta À Oitava Semana .......................................................................................... 17

Da Nona Semana Até O Nascimento ............................................................................. 18

(O Período Fetal) ............................................................................................................ 18

Conclusão ....................................................................................................................... 20

Referencias Bibliográficas .............................................................................................. 21


Introdução

A gestação dura em torno de 40 semanas. Nesse curto período de tempo, o organismo


materno trabalha em ritmo frenético para possibilitar o desenvolvimento do bebê — por
isso, muitas mulheres sentem bastante cansaço e sonolência nas primeiras semanas.

Até a 37ª semana, seu pequeno já terá todos os órgãos bem-desenvolvidos e o peso ideal
para vir ao mundo. Por isso, é a partir dessa semana que o nascimento é considerado “a
termo”. Se ocorrer antes disso, seu filho será considerado um bebê prematuro.

Dependendo do nível de prematuridade, o pequeno pode precisar de cuidados


diferenciados, como a ajuda de aparelhos neonatais nas primeiras semanas de vida.

O pré-natal é essencial para garantir que a mulher e o bebê tenham uma gestação e um
parto saudáveis e sem nenhuma complicação. O acompanhamento além de prevenir e
diagnosticar precocemente doenças e problemas que podem se agravar, também orienta
a mulher sobre temas importantes referentes a maternidade. (CRUZ, et al 2014)

O pré-natal é o acompanhamento que fazemos da gestante, desde o momento que


confirmamos a gravidez até o período do parto.

O organismo da mulher é especialista no processo da gestação. Em geral, não são


necessárias intervenções para que o seu bebê se desenvolva sem qualquer problema. No
entanto, o acompanhamento pré-natal tem como principal objetivo a identificação
precoce de qualquer detalhe que mereça atenção médica, tanto em relação ao
desenvolvimento do pequeno como à saúde materna. (SANTOS, C.A.S.M.; SOUZA, G.S.
2014)

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Objetivos Gerais

 Monitorar a Gestante desde o momento que confirmamos a gravidez ate o período


do parto;
 Garantir que a mulher e o bebe tenham uma gestação e um parto saudáveis e sem
nenhuma complicação.

Objetivos Específicos

 Prevenir e diagnosticar precocemente doenças e problemas que podem se agravar,


também orienta a mulher sobre temas importantes;
 Monitorar a gestante uma vez que ela passara a ter demandas fisiológicas
relacionadas a gestação como: a pressão arterial, o aumento de peso, a
alimentação, o crescimento do bebé intrauterino, sua movimentação, ou seja tudo
que pode acontecer e trazer algum agravo no período gestacional;
 Orientar psicologicamente a gestante para o enfrentamento da maternidade;
 Avaliar aspetos relativos a planceta, possibilitando o tratamento adequado, sua
localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos
maternos;
 Permitir um desenvolvimento saudável do bebé e reduzir os riscos da gestante.

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Desenvolvimento Pré-Natal

O desenvolvimento pré-natal é dividido em três períodos, estabelecidos pela maioria dos


embriologistas: período pré-embrionário, que vai da fecundação até a terceira semana de
desenvolvimento, período embrionário, que vai da quarta semana à oitava semana, e o
fetal, que vai do terceiro mês até o final da gestação. (Luna Callou Cruz et al. 2014)

 Período pré-embrionário – vai da fecundação até a gastrulação. No final da


terceira semana o embrião já tem o tubo neural formado, embora ainda esteja
aberto nas duas extremidades.
 Período embrionário – no início da quarta semana e durante os próximos 10 dias
surgem os somitos, sendo possível determinar-se à idade do embrião pelo número
de pares de somitos. Assim com 20 dias de desenvolvimento de 1 a 4 pares de
somitos; com 21 dias de 4 a 7 pares de somitos; com 22 dias de 7 a 10 pares de
somitos e com 30 dias de 34 a 35 pares de somitos.

Costuma-se, a partir do segundo mês, expressar a idade do embrião pelo comprimento


vértice-nádega que é dado pela distância entre a linha reta do vértice cefálico até a região
caudal.

Como o grau de curvatura difere de um embrião para outro, as medidas fornecidas pelo
comprimento vértice-nádega fornecem valores aproximados da idade do embrião. Dentro
do segundo mês ainda ocorre a formação da face e dos membros. Os membros aparecem
como projeções cônicas, lembrando a estrutura dos animais adaptados à vida aquática.

 Período fetal – no terceiro mês o embrião adquire aspeto humano e passa a ser
chamado feto. Neste período ocorre essencialmente o crescimento do feto, sendo
porém o crescimento da cabeça menor do que o do corpo. Isto justifica o fato de
que no início do terceiro mês, a cabeça constitui praticamente a metade do
comprimento do feto e no final do terceiro mês reduz para um terço doe
comprimento do feto. (SCHIRMMER, J; 2000).

Neste período, como os membros anteriores e posteriores estão formados, o comprimento


do feto é dado pela medida vértice-talar (V-T) que corresponde à altura do feto em pé.

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Âmnio

O âmnio forma-se com cerca de sete dias de desenvolvimento, na forma de um saco


membranoso que envolve o embrião e posteriormente o feto. Com o desenvolvimento do
âmnio ele fecha gradativamente a cavidade coriônica e as bainhas do cordão umbilical,
formando para o cordão umbilical seu revestimento epitelial.

No interior do âmnio acumula-se o líquido amniótico que inicialmente dever ser


sintetizado pelas próprias células do âmnio, mas que posteriormente deverá provir do soro
materno, já que apresenta a mesma constituição em solutos do soro materno, e suas
células são dotadas de microvilosidades que provavelmente desempenham papel de
transferência do líquido amniótico. Descarte que o feto também contribui, pois excreta
urina no líquido amniótico e no final da gravidez o feto elimina cerca de 500 ml de urina
no líquido amniótico diariamente.

O volume de líquido amniótico aumenta gradativamente. Assim temos cerca de 30 ml no


início do 3º mês, 350 ml no final do 5º mês e cerca de 1.000 ml no final da gravidez.

Quando o volume de líquido amniótico está diminuindo (cerca de 400 ml) no trimestre
final da gravidez, a isto chamamos oligoidrâmnio e pode estar relacionado com a agenesia
renal do feto, não fornecendo urina para o líquido amniótico ou com problemas
placentários, por exemplo, redução do fluxo sanguíneo. Por outro lado, podemos ter
aumento exagerado do líquido amniótico (cerca de 2000 ml), a isto chamamos
polidrâmnio. Neste caso o feto apresenta problemas de deglutinação, como atresia
esofagiana que impede a passagem de líquido para o estomago e intestino ou com mal
formações do sistema nervoso como anencefalia. (Clara de Araujo Sousa Macedo Santos
and Gabriella Soares de Souza. 2021)

O líquido amniótico estando aumentado pode ser que o feto não esteja deglutindo o
líquido amniótico. Isto equivale a dizer que em situações normais o feto absorve no último
trimestre de gravidez, cerca de 400 ml de líquido amniótico por dia, passando a maior
parte do líquido para o trato gastrintestinal e pequena parcela para os pulmões.

A análise do líquido amniótico feito por punção, processo denominado


amniocentese permite na deteção de análises cariotípicas, pois este contém células fetais
em suspensão, dando para detetar-se anomalias cromossômicas.

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Também como o líquido amniótico serve de depósito para excretas fetais, quando a urina
fetal é adicionada ao mesmo, permite a análise bioquímica de enzimas fetais,
aminoácidos, hormônios e outras substâncias fetais.

Portanto, podemos dizer que o líquido amniótico se compõe de células fetais descamadas
e de substâncias orgânicas e inorgânicas e cerca de 98% de água. Devemos lembrar que
dos componentes orgânicos temos 50% de proteínas e outros 50% são de carboidratos,
lipídios, enzimas, pigmentos e hormônios. (Luna Callou Cruz et al. 2014)

As funções que o líquido amniótico desempenha são as seguintes:

1. Permite o crescimento externo simétrico do embrião;

2. Protege o embrião contra choques mecânicos;

3. Impede a fixação do embrião contra as paredes que o contém;

4. Mantém a temperatura corporal do embrião relativamente constante;

5. Permite ao feto movimentar-se livremente; isto ajuda no desenvolvimento


músculo-esquelético fetal.

Saco Vitelino

O saco vitelino também se forma no início do desenvolvimento embrionário e no final da


segunda semana de desenvolvimento embrionário. Mesmo já adquiriu uma forma
definitiva, sendo formado por endoderma revestido externamente por mesoderma
extraembrionário. No início do terceiro mês, observa-se que a vesícula vitelina diminui e
adquire um aspeto periforme, estando ligada ao intestino médio pelo pedículo do saco
vitelino. No início do 5º mês a vesícula vitelina é muito pequena e posteriormente é
praticamente impossível visualizá-la. (BEE, H. A 1996)

Evidentemente que no caso humano ela não é funcional do ponto de vista de


armazenamento de vitelo. Evidentemente tem outras funções importantes para o
desenvolvimento embrionário humano, como os que seguem:

 Transferência de nutrientes para o embrião, na 2ª e 3ª semana de desenvolvimento


enquanto se processa a circulação uteroplacentária;

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 Da 3ª a 5ª semana de desenvolvimento o saco vitelino tem função hematopoiética,
isto é, formadora dos elementos do sangue. Somente na 6ª semana é que o fígado
inicia sua função hematopoiética;
 Durante a 4ª semana, parte dorsal do saco vitelino é incorporada ao embrião como
intestino primitivo;
 Na 3ª semana, a parede do saco vitelino forma as células germinativas primordiais
que posteriormente migram para as gônadas onde originam as células
germinativas (espermatogônia ou ovogónia).

Alantóide

Surge precocemente no desenvolvimento embrionário, parecendo provável que o mesmo


derive do teto do saco vitelino no ponto em que este está em contato vem a área posterior
do disco germinativo ou blastoderma (futura região posterior do embrião).
Estruturalmente representa um saco alongado, sendo formado por um epitélio
endodérmico revestido por mesoderma extraembrionário. No homem o crescimento do
alantoide para no segundo mês de desenvolvimento e a partir daí regride, obliterando-se
por completo. Resquícios desta formação podem ser vistos no cordão umbilical de fetos
de poucos meses. (BEE, H. A 1996)

Seu significado funcional no desenvolvimento embrionário humano são os seguintes:

 Função hematopoiética com formação dos elementos figurados do sangue da 3ª


até a 5ª semana de desenvolvimento embrionário.
 Vasos sanguíneos derivados do alantoide formam as duas veias e artérias que
correm no cordão umbilical.

Já nos referimos que a porção intra-embrionária do alantoide vai do umbigo à bexiga


urinária, com a qual é contínua. À medida que a bexiga cresce, o alantoide regride para
formar o úraco. Após o nascimento o úraco torna-se um cordão fibroso, o ligamento
umbilical mediano que vai do teto da bexiga ao umbigo.

Placenta

Órgão responsável pelas trocas metabólicas entre a mãe e o feto, sendo formada por tecido
fetal (cório) e por tecido materno (endométrio uterino). Hoje tende a se considerar a
placenta como um sistema de transferência entre a mãe e o feto e não mais como uma

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membrana interposta entre a mãe e o feto com finalidade de proteção contra drogas
ingeridas pela mãe, ataque de microrganismos. (SCHIRMMER, J; 2000).

Anteriormente nos referimos que no 7° dia de desenvolvimento, o trofoblasto


diferenciava-se em citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto, este por sua vez aprofundava-se
como raízes no endométrio uterino, sendo que o ovo em desenvolvimento ficava
envolvido pela mucosa uterina, que agora é referida como decídua, sendo que as células
deciduais tornam-se hiperplásicas, com grande acúmulo de glicogênio e lipídios.

A implantação pode ocorrer em qualquer região da mucosa uterina, sendo que


normalmente esta se dá nas paredes laterais ou anterior e posterior e ainda m fundo do
útero. Portanto em relação ao local da implantação podemos distinguir três decíduas. Em
primeiro lugar temos a região em que se implanta o ovo, portanto é a porção subjacente
ao embrião e que representa o componente materno da placenta a que nos referimos como
decídua ba-sal. A decídua basal contribui pouco para a formação da placenta, constituindo
cerca de 7 mm de espessura no final da gravidez. Em segundo aparece à porção que
envolve todo o embrião, é a decídua capsular. E por último todo o restante da mucosa
uterina referida agora atrai decídua parietal. (SANTOS, C.A.S.M.; SOUZA, G.S. (2014),

Com cerca de 12 dias de desenvolvimento os cordões trofoblásticos crescem em toda a


superfície do embrião e se organizam formando estruturas digitiformes chamadas
vilosidades primárias. Com cerca de 20 dias de desenvolvimento, as vilosidades adquirem
um eixo de mesênquima e são referidas como vilosidades secundárias ou coriônicas.

Mais ou menos até o final do segundo mês, as vilosidades cobrem toda a superfície do
saco coriônico. Com o desenvolvimento do saco coriônico as vilosidades associadas à
decídua capsular comprimidas e o seu suprimento sanguíneo reduzidos. Posteriormente,
estas vilosidades degeneram, produzindo uma área praticamente vascular denominada de
cório liso.

No terceiro mês as vilosidades ramificam-se muito, adquirindo aspeto arborescente


podendo-se observar um tronco viloso de onde partem ra-mos, sendo que as extremidades
de alguns destes ramos chegam até a decídua basal onde se fixam. Nos pontos de fixação
dos ramos com a decídua basal, o trofoblasto se prolifera e reveste toda a superfície da
decídua basal. Por-tanto, a cavidade por onde circula o sangue materno se encontra
revestida totalmente por células originadas do trofoblasto.

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Como o sinciciotrofoblasto não digere totalmente a mucosa uterina da decídua basal,
deixando regiões que são denominadas por septos deciduais, são constituídos por cristais
descontínuas que delimitam espaços irregulares, os cotilédones que representam a
unidade morfofuncional da placenta e contém troncos vilosos banhados por sangue
materno.

No quarto mês de desenvolvimento embrionário a placenta está totalmente formada, mas


seu crescimento persiste até o final da gravidez quando apresenta forma discoide, pesa
cerca de 600 g, possui um diâmetro de cerca de 20 cm e uma espessura de cerca de 3 cm,
sendo que a face fetal é lisa e nela se insere o cordão umbilical e a materna é irregular
devido à presença de septos deciduais.

Convém ressaltar que o sangue embrionário circula nas áreas infra e extraembrionária,
como sangue venoso, sendo levado até os capilares dos reptos deciduais que estão
mergulhados no sangue ma-terno, mas sangue materno e embrionário não se misturam
graças à barreira placentária que são interpostas entre a circulação materna e fetal. No
caso humano a barreira placentária é composta por sinciciotrofoblasto, mesênquima e
endotélio dos capilares fetais. No quinto mês as células citotrofoblásticas desaparecem,
reduzindo a espessura desta barreira e os capilares fetais aproximam do
sinciciotrofoblasto diminuindo a camada de mesênquima que fica entre
sinciciotrofoblasto e endotélio. (SANTOS, C.A.S.M.; SOUZA, G.S. (2014).

Hormônios Placentários

A placenta produz hormônios proteicos e esteroides. Segundo (PAPALIA, D. G. & OLDS,


S. W 1995) Os hormônios proteicos são representados pela gonadotrofina coriônica e
somatotrofina coriônica; já os esteroides são representados por estrógeno e progesterona.

Hormônios proteicos: o hormônio gonadotrofina coriônica é uma glicoproteína produzida


pelo sinciciotrofoblasto e sua função é manter o corpo lúteo em funcionamento,
permitindo a manutenção do endométrio uterino até que a placenta produza esterógeno e
progesterona. Portanto, este hormônio tem ação similar à do hormônio luteinizante
hipofisário.

A síntese deste hormônio inicia-se logo depois da implantação e sua concentração


máxima no sangue e urina é atingida por volta da 8ª semana de gravidez, e partir daí, sua
concentração vai diminuindo gradativamente.

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Dosagem da gonadotrofina coriônica constitui a base dos vários testes de gravidez, além
de fornecer indicações seguras sobre o desenvolvimento do trofoblasto. Quando as
dosagens estão altas, pode indicar:

 Gravidez múltipla, isto é, leva à formação de gêmeos;


 Mola hidatiforme, representa uma neoplasia benigna, onde as vilosidades
apresentam-se sem vasos sanguíneos, trofoblasto com única camada de células e
cada célula bastante distendida assemelhando-se a cachos de uva.

As molas hidatiformes normalmente se localizam na cavidade uterina e raramente nos


locais de gravidez etiópica, sendo comum o crescimento uterino além do esperado para
aquele tempo de gravidez, entretanto o seu desenvolvimento leva a uma estrutura
deformada e amolecida. É óbvio que as molas de volume reduzido não alteram o volume
uterino.

Coriocarcinoma – é uma forma de tumor maligno dos elementos trofoblásticos, cuja


incidência fica ao redor de 2,5%. Sua característica funda-mental é a anaplasia acentuada,
exibindo e mesma morfologia dos tumores benignos e até mesmo do trofoblasto das
gestações normais. Propaga-se o coriocarcinoma pela via hematogênica, apesar de ser um
tumor epitelial, sendo desprovido de vasos sanguíneos próprios e de tecido conjuntivo.
As lesões são infiltrantes, invasoras ou metastatizantes, órgãos longínquos poderão exibi-
las, sendo a localização mais comum das metástases os pulmões, sis-tema nervoso central,
fígado, rins, pele, coração, intestinos, vulva e vagina. Todavia existem casos em que o
coriocarcinoma é localizado (in situ) e portanto desprovido de poder invasor, sendo seu
prognóstico bom, uma vez que no seu acompanha-mento os acidentes representam
exceção. (PAPALIA, D. G. & OLDS, S. W 1995)

A síntese de somatotrofina coriônica ou hormônio de crescimento placentário cresce


gradativamente até a 38ª semana de desenvolvimento; a partir daí permanece o seu nível
estável ou diminui muito pouco. Se a concentração de somatotrofina coriônica atingir
níveis baixos, podemos suspeitar de lesão placentária que pode levar o feto a um déficit
da taxa de oxigênio. As dosagens deste hormônio representam uma maneira eficaz de se
fazer uma avaliação da função placentária.

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Os hormônios esteroides são sintetizados pelo sinciciotrofoblasto e suas concentrações
aumentam gradativamente durante a gravidez. A função da progesterona é manter o
endométrio uterino desenvolvido para que a gravidez chegue até o final. Admite-se que
o aumento da concentração de estrógeno placentário leva a um aumento da sensibilidade
do miométrio à ação do ocitocina, hormônio hipofisário responsável pelas contrações
uterinas que ocorrem durante o parto.

Fecundação

A Fecundação ou fertilização é o processo que ocorre quando as gametas masculinas e


femininas encontram-se e o espermatozoide penetra o óvulo. Quando isto acontece, os
nucléolos dessas células haploides (1n) fundem-se num só, formando a primeira célula
diploide (2n) do novo ser vivo, o ovo ou zigoto.

Ao penetrar o óvulo, o espermatozoide perde seu flagelo e passa a ser chamado pronúcleo
masculino. A união dos pronúcleos masculinos e femininos chama-se cariogamia ou
anfimixia (do grego amphi, dois, mixis, mistura). (TIMM I.C., et al. 2019)

A Primeira Semana

(Segmentação Ou Clivagem Do Zigoto)

A clivagem consiste em repetidas divisões do zigoto, resultando em um rápido aumento


do número de células. Primeiro, o zigoto se divide em duas células conhecidas como
blastómeros; estas então se dividem em quatro blastómeros, oito blastómeros, e assim por
diante.

A clivagem normalmente ocorre enquanto o zigoto atravessa a tuba uterina, rumo ao


útero. O zigoto ainda se encontra contido pela substância gelatinosa muito espessa, a zona
pelúcida, deste modo, ocorre um aumento no número de células sem que aumente a massa
citoplasmática. (Luna Callou Cruz et al. 2014)

A divisão do zigoto em blastómeros começa cerca de 30 horas após a fertilização.


Divisões subsequentes vão se seguindo e formam blastómeros progressivamente
menores. Os blastómeros mudam de forma e se alinham, apertando-se uns contra os
outros para formar uma esfera compacta de células conhecida como mórula.

Este fenômeno, chamado de compactação, é provavelmente mediado por glicoproteínas


de adesão da superfície celular.

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A compactação permite uma maior interação célula-a-célula e constitui um pré-requisito
para a segregação das células internas que formam o embrioblasto ou massa celular
interna do blastocisto. A mórula (do latim, morus, amora), uma bola sólida de 12 ou mais
blastómeros, é formada três dias após a fertilização e penetra no útero. Seu nome provém
da sua semelhança com o fruto amoreira. (TIMM I.C., et al. 2019)

A Segunda Semana

(Formação Da Blástula E Implantação Do Blastocisto)

A blástula é o estágio de desenvolvimento embrionário em que, após sucessivas


clivagens, centenas de células da mórula reorganizam-se agregadas e formam uma
espécie de bola, com uma cavidade central repleta de líquido que denomina-se blastocele.
Essas células formam uma camada celular chamada blastoderme.

A blástula sucede a mórula e antecede a gástrula. É, portanto, umas das primeiras fases
de formação, antes que o embrião seja propriamente constituído.

Não se sabe exatamente quanto tempo o óvulo gasta para atravessar a trompa (oviduto).
Presume-se que esse tempo seja de três a quatro dias. No sexto dia da fecundação, o
blastocisto “fixa-se” no endométrio do útero, iniciando a fase de implantação. Nessa fase,
o embrião vive à custa do material difusível através do endométrio, uma vez que suas
reservas nutritivas (vitelo) são mínimas.

A implantação ocorre normalmente na parede posterior do corpo do útero, no espaço entre


a abertura de glândulas do endométrio. Não é raro, porém, o blastocisto implantar-se em
locais anormais, fora do corpo do útero. Em geral isso leva à morte do embrião, e a mãe
sofre severa hemorragia durante o primeiro ou segundo mês de gestação. (Fundamentos
do Desenvolvimento Infantil: da Gestação aos 3 Anos. São Paulo: Fundação Maria
Cecília Souto Vidigal, 2011)

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Súmula Da Implantação

A implantação do blastocisto começa no fim da primeira semana e termina antes do final


do segundo. O processo pode ser sumariado como se segue:

1. A zona pelúcida degenera (quinto dia). O desaparecimento da zona pelúcida


resulta do aumento de tamanho do blastocisto e da degeneração causada por lise
enzimática. As enzimas líticas são liberadas pelos acrossomos dos muitos
espermatozoides que rodeiam e penetram parcialmente na zona pelúcida.

2. O blastocisto se liga ao epitélio endometrial (sexto dia).

3. O texofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas, o suncicioblasto e o


citotrofoblasto (sétimo dia).

4. O sincíciotrofiblasto evade os tecidos endometriais (capilares, glândulas, estroma)


e o blastocisto começa a se implantar no endométrio (oitavo dia).

5. Aparecem no sinciciotrofoblasto lacunas repletas de sangue (nono dia)

6. O blastocisto penetra abaixo do epitélio endometrial

7. Redes lacunares são formadas pela fusão de lacunas adjacentes (décimo e décimo
primeiro dias).

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8. O sinciciotrofoblasto continua a erodir vasos sanguíneos endometriais, fazendo
com que o sangue materno flua para fora das redes lacunares, e se estabelece,
assim, uma circulação uteroplacentária primitiva. (décimo primeiro e décimo
segundo dias)

9. A falha no epitélio endometrial desaparece gradualmente, enquanto o epitélio


superficial se regenera. (décimo segundo e décimo terceiro dias).

10. Desenvolvem-se as vilosidades coriônicas primárias (décimo terceiro e décimo


quarto dias).

A Terceira Semana

Este é o início do período embrionário, que termina ao final da oitava semana. O rápido
desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário, como resultado de numerosos
eventos morfogenéticos, é caracterizado pela formação da linha primitiva, da notocorda
e de três camadas germinativas a partir dos quais todos os tecidos e órgãos embrionários
se desenvolvem. (Luna Callou Cruz et al. 2014)

Neurulação

Aos processos envolvidos na formação da placa neural, das pregas neurais e no


fechamento delas para formar o tubo neural dá-se o nome de neurulação. Estes processos
estão completados pelo fim da quarta semana, quando ocorre o fechamento do neurósporo
caudal. Durante a neurulação, o embrião pode ser chamado de nêurula. (DIAMENT, A.;
CYPEL, S. 2005)

Formação Do Tubo Neural: A placa neural aparece como espaçamento da ectoderma


embrionário localizado cefalicamente em relação ao nó primitivo. A placa neural é
induzida a formar-se pela notocorda em desenvolvimento e pelo mesênquima adjacente.
Um sulco neural, longitudinal, desenvolve-se na placa neural; o sulco neural ladeado
pelas pregas neurais, que se juntam e se fundem para originar o tubo neural. O
desenvolvimento da placa neural e seu dobramento para formar o tubo neural é chamado
neurulação.

Formação Da Crista Neural: Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo neural,
células neuroctodérmicas migram ventrolateralmente para constituir a crista neural, entre
a ectoderma superficial e o tubo neural. A crista neural logo se divide em duas massas
que dão origem aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos e espinhas. Outras células
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da crista neural migram do tubo neural e dão origem a várias estruturas. (DIAMENT, A.;
CYPEL, S. 2005)

Da Quarta À Oitava Semana

Essas cinco semanas constituem a maior parte do período embrionário, que se estende da
terceira a oitava semana. Durante estas cinco semanas, que representam a maior parte do
período embrionário, os principais órgãos e sistemas do corpo são formados a partir das
três camadas germinativas.

No início da quarta semana, as dobras nos planos mediano e horizontal convertem o disco
embrionário achatado em um embrião cilíndrico em forma de “C”. a formação das dobras
cefálica caudal e laterais constitui uma sequência contínua de eventos que resultam numa
constrição entre o embrião e o saco vitelino.

Durante o dobramento, a parte dorsal do saco vitelino é incorporado pelo embrião e dá


origem ao intestino primitivo. Quando a região da cabeça se dobra ventralmente, parte do
saco vitelino é incorporado pela cabeça embrionária em desenvolvimento como o
intestino anterior. O dobramento da região da cabeça também faz com que a membrana
orofaríngea e o coração sejam deslocados ventralmente, e que o encéfalo em
desenvolvimento se transforme na parte mais cefálica do embrião. (Rachel De Sá Barreto)

Enquanto a região caudal se dobra ventralmente, uma parte do saco vitelino é incorporada
à extremidade caudal do embrião, compondo o intestino posterior. A porção terminal do
intestino posterior expande-se para constituir a cloaca. O dobramento da região caudal
também resulta na membrana cloacal, na alantoide, e no deslocamento do pedículo do
embrião para a superfície ventral dele.

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O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino como
intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por um estreito
ducto vitelino. Durante o dobramento no plano horizontal, Formam-se os primórdios das
paredes laterais e ventrais do corpo.

Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e a alantoide,


compondo então um revestimento epitelial para nova estrutura chamada cordão umbilical.

As três camadas germinativas diferenciam-se em vários tecidos e órgãos, de modo que,


ao final do período embrionário, estejam estabelecidos os primórdios dos principais
sistemas de órgãos. A aparência externa do embrião é muito afetada pela formação do
encéfalo, coração, fígado, somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos. Com o
desenvolvimento das estruturas, a aparência do embrião vai se alterando, e estas
peculiaridades caracterizam o embrião como inquestionavelmente humano.

Com os primórdios das estruturas internas e externas essenciais se formam durante o


período embrionário, a fase compreendia entre a quarta e a oitava semana constitui o
período mais crítico do desenvolvimento. Distúrbios do desenvolvimento nesta altura
podem originar grandes malformações congênitas no embrião. (DIAMENT, A.; CYPEL,
S. 2005)

Da Nona Semana Até O Nascimento

(O Período Fetal)

De acordo com Rachel De Sá Barreto o período fetal, que começa nove semanas após a
fertilização e termina com o nascimento, caracteriza-se pelo rápido crescimento corporal
e diferenciação dos tecidos e órgãos. Uma mudança óbvia é a diminuição relativa da
velocidade de crescimento da cabeça, em comparação com o resto do corpo.

No início da vigésima semana aparece o lanugo e o cabelo, e a pele é recoberta pela vernix
caseosa. As pálpebras permanecem fechadas na maior parte do período fetal, mas
começam a se abrir por volta da vigésima sexta semana. Até então, o feto é usualmente
incapaz de sobreviver fora do útero principalmente por causa da imaturidade do seu
sistema respiratório.

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Até cerca da trigésima semana, o feto tem aparência avermelhada e enrugada por causa
de sua pele fina e da relativa ausência de gordura subcutânea. Em geral, a gordura se
forma rapidamente ao longo das últimas seis a oito semanas, dando ao feto um aspeto liso
e rechonchudo. Esse período final (“de acabamento”) é dedicado principalmente à
formação dos tecidos e à preparação dos sistemas envolvidos na transição do meio
intrauterino para o extrauterino, particularmente o sistema respiratório e cardiovascular.
Fetos prematuros nascidos entre a vigésima sexta e a trigésima sexta semana em geral
sobrevivem, mas fetos a termo têm maiores chances de sobrevivência.

As alterações que ocorrem no período fetal não são dramáticas quanto as do período
embrionário, mas são muito importantes. O feto é menos vulnerável aos efeitos
teratogénicos das drogas, vírus e radiação, mas estes fatores podem interferir com o
desenvolvimento funcional normal, sobretudo do cérebro e dos olhos.

Existem várias técnicas disponíveis para avaliar as condições do feto e para diagnosticar
certas moléstias antes do parto e anormalidades do desenvolvimento. Hoje em dia o
médico pode determinar se um feto possui ou não certa doença ou uma malformação
congênita, utilizando, por exemplo, a amniocentese e a ultrassonografia. O diagnóstico
pré-natal pode ser realizado cedo o bastante para permitir o aborto seletivo de um feto
defeituoso, se esta for a decisão da mãe e se o procedimento for legal; por exemplo quando
forem diagnosticadas anomalias sérias, incompatíveis com a vida pós-natal.
(GALLAHUE, D. L. 2001)

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Conclusão

O cuidado pré-natal é de extrema importância no bom desenvolvimento da gestação, pois


promove a saúde do feto e da gestante e identifica possíveis riscos para ambos, tornando
possível a realização de intervenções quando necessário. (SANTOS, C.A.S.M.; SOUZA,
G.S. 2014) Além disso, contribui para a redução da mortalidade materna e neonatal e é
considerado um indicador de qualidade dos serviços de saúde (TIMM et al., 2019).

O acompanhamento pré-natal tem como importante característica a humanização, sendo


dever dos profissionais e do serviço de saúde realizarem tal tarefa valorizando o
protagonismo e a autonomia da mãe e do bebê. O objetivo deste cuidado pré-natal e
puerperal é garantir o acolhimento da mulher e assegurar o nascimento de um feto
saudável. (SCHIRMMER, J; 2000). A atenção dada à gestante é feita de modo a oferecer
consultas médicas acolhedoras, facilitar o acesso aos serviços de saúde (Manual Técnico
da Assistência Pré Natal) e evitar intervenções desnecessárias. (CRUZ, et al 2014).

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Referencias Bibliográficas

ARQUELES, P. P. et al. A fonoaudiologia na paralisia cerebral. São Paulo: Santos


Livraria Editora, 2001.

Aspetos Históricos, Conceituais e Organizativos do Pré-natal: Rachel De Sá Barreto

Luna Callou Cruz et al. Volume 18 - Revista Brasileira de Ciências da Saúde. 2014.
Assistência Pré-natal: Manual técnico/equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. -3ª
edição - Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde - SPS/Ministério da Saúde, 2000.66p.

Fundamentos do Desenvolvimento Infantil: da Gestação aos 3 Anos. São Paulo:


Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, 2011.

Importância do Pré-Natal – Ministério da Saúde http://bvsms.saude.gov.br/dicasem-


saude/2198- importancia-do-pre-natal

Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília: Editora


Luan Comunicação, 2017.

TIMM I.C., et al. Avaliação da qualidade da assistência pré-natal em uma unidadebásica


de saúde do município de Pelotas – RS. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.
2, n. 4, p. 3729-3735 jul./aug. 2019

BEE, H. A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 1996.

GALLAHUE, D. L. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças,


adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte editora, 2001, 641p.

PAPALIA, D. G. & OLDS, S. W. Human Development. McGrawhill, 6ª ed. 1995.

SANTOS, C.A.S.M.; SOUZA, G.S. (2014), (CRUZ, et al 2014). Manual Técnico dede
Assistência Pré-Natal

Clara de Araujo Sousa Macedo Santos and Gabriella Soares de Souza. 2021. “The
Importance of Prenatal Care for the Neonate’s Healthy Development: A
RetrospectiveStudy”, International Journal of Development Research, 11, (03), 45049-
45051.

DIAMENT, A.; CYPEL, S. Neurologia Infantil. São Paulo: Atheneu, 2005.Assistência


Pré-Natal

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