Você está na página 1de 21

1

Instituto Superior De Ciências De Saúde

Curso: Psicologia Clínica IIº Ano/2020

Trabalho de Pesquisa

Disciplina:
Psicologia Do Desenvolvimeno
Tema:
Desenvolvimento Pré-natal; Os Três Estágios, Influências Ambientais

Discentes: Docente:
Arcenio Odete Masinhe Dra. Marcelina
Carla Vitória Chongola
Ilda Inácio Chichava Wate
Márcia André Mambule
Silvia Adriano Langa Mundoi

Maputo, Abril 2020

2
Conteúdo
1. Introdução............................................................................................................................3
2. Objectivos............................................................................................................................4
2.1. Objectivo geral.............................................................................................................4
2.2. Objectivo específico.....................................................................................................4
2.3. Metodologia.................................................................................................................4
2.4. Materiais usados...........................................................................................................4
3. Fecundação...........................................................................................................................5
4. Etapas do Desenvolvimento Pré-natal..................................................................................6
4.1. Fase Germinativa..........................................................................................................6
4.3. Fase Fetal...................................................................................................................10
5. INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS NO DESENVOLVIMENTO PRE-NATAL...................12
5.1. O Papel da Mãe..........................................................................................................12
5.2. Nutrição......................................................................................................................12
5.3. Actividade Física........................................................................................................13
5.4. Consumo de Drogas...................................................................................................13
5.5. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência HIV/SIDA.................................................15
5.6. Outras doenças...........................................................................................................16
5.7. Idade Materna.............................................................................................................16
5.8. Ameaças Ambientais Externas...................................................................................17
6. CONLUSÃO......................................................................................................................19
7. Referências bibliográficas..............................................................................................20

3
1. Introdução
Algumas crenças comuns, posições filosóficas, consideram o nascimento o primeiro
instante do desenvolvimento da vida humana. Certos pensadores, porém, afirmam que a
vida humana tem seu verdadeiro início na fecundação, ou seja, na união de gâmetas (o
espermatozóide paterno e o ovulo materno). Porém A vida no ventre materno é uma
autêntica vida humana, que se desenvolve não só em termos anatómicos e fisiológicos,
mas também psíquicos.
Cientistas de diferentes áreas, consideram que a partir da fecundação, já existe uma
nova realidade biológica distinta da materna, com todas as determinações hereditárias e
uma individualidade biológica. Portanto, na concepção origina-se uma natureza humana
concreta, isto é, uma pessoa.
E neste presente trabalho abordar-se-á assuntos relacionados com o desenvolvimento
pré-natal, cujo, ocorre em três fases: germinal, embrionária e fetal, as influencia do
ambiente durante todo o estágio pré-natal. E é durante essas três fases de gestação, o
zigoto original unicelular transforma-se em um embrião e depois em um feto.

4
2. Objectivos

2.1. Objectivo geral


 Investigar e descrever sobre as etapas do desenvolvimento pré-natal e as
influências do ambiente.

2.2. Objectivo específico

 Descrever as principais características das etapas do desenvolvimento pré-


natal;
 Ilustrar como o ambiente influência no desenvolvimento durante as etapas
do desenvolvimento.

2.3. Metodologia
 Para realização deste trabalho baseamo-nos na pesquiza de algumas
bibliografias, entrevistas e pesquizas na internet.

2.4. Materiais usados


 Canetas, computador e livros

5
3. Fecundação
O novo ser começa com a fecundação. No momento em que um espermatozóide
penetra óvulo, forma-se um ovo humano ou zigoto, célula a partir da qual se desenvolve
uma nova pessoa. Todo potencial de um novo ser concentra-se nessa célula a qual uma
vez formada dará início a sua divisão e multiplicação, isto e, ao milagre do crescimento.
Fertilização ocorre nas trompas uterinas. O encontro do ovulo com espermatozóide só é
possível durante um período muito limitado. Os espermatozóides devem alcançar o
ovulo quando este começa sua viagem pela trompa. Se isso não acontecer, o óvulo vai
perdendo vitalidade e morre antes de entrar no útero.
Os espermatozóides, por sua vez, vem de uma longa viagem, impulsionado pelas caudas
e recebem ajuda dos movimentos uterinos para chegar as trompas e fecundar o óvulo.
Das centenas de milhões de espermatozóides de uma ejaculação normal, apenas alguns
milhares penetram nas trompas e alguns poucos alcançam as imediações do ovulo.
Antes de introduzir-se o espermatozóide reconhece o ovulo como pertencente a sua
nova espécie. Esse dinamismo e necessário para que possa ocorrer a penetração.
Assim que um dos espermatozóides atravessa a grossa, membrana que rodeia o ovulo
fecunda-o, ela se torna impermeável, impedindo a entrada de outros espermatozóide, a
cabeça e o colo do espermatozóide são as que penetram no ovulo, pois em geral a cauda
se desprende antes desse momento.

6
Figura 1
Encontro do espermatozóide com o óvulo, para a formação do zigoto

4. Etapas do Desenvolvimento Pré-natal

4.1. Fase Germinativa


A fase germinativa, da fecundação até cerca de duas semanas de idade gestacional, o
zigoto divide-se, torna-se mais complexo e implanta-se na parede do útero.
Dentro de 36 horas após a fecundação, o zigoto entra em um período de rápida divisão é
duplicação celular ou mitose.
Setenta e duas horas após a fecundação, ele já se encontra dividido em 16 a 32 células;
um dia mais tarde, contém 64 células. Essa divisão continua até que a célula original
tenha transformado se nos 800 bilhões ou mais de células especializadas que formam o
corpo humano enquanto se divide, o óvulo fecundado também percorre a tuba uterina
em direcção ao útero, passagem que dura de três a quatro dias.
Ele adquire a forma de uma esfera preenchida de líquido, o blastocisto, o qual flutua
livremente no útero por um ou dois dias e depois começa a se alojar na parede uterina.
Quando a diferenciação celular inicia-se, algumas das células em torno da borda do
7
blastocisto aglomeram-se em um lado para formar o disco embrionário, uma massa
celular espessa a partir da qual o embrião começa a se desenvolver. Essa massa já está
diferenciando-se em três camadas.
 A camada superior a ectoderma, dará origem à camada externa da pele, às unhas,
aos pêlos, aos dentes, aos órgãos dos sentidos e ao sistema nervoso, inclusive cérebro e
medula espinal.
 A camada inferior o endoderma, dará origem ao aparelho digestivo, fígado,
pâncreas, glândulas salivares e ao aparelho respiratório.
 A camada intermediária, o mesoderma, irá desenvolver-se e diferenciar-se em
camada interna da pele, músculos, esqueleto e sistemas excretor e circulatório.
Outras partes do blastocisto começam a se transformar nos órgãos de nutrição e
protecção do bebé: a placenta, o cordão umbilical e o saco amniótico, com sua
membrana mais externa, o córion.
 Placenta, que tem diversas funções importantes, liga-se ao embrião pelo cordão
umbilical. Através dele a placenta fornece oxigénio e nutrientes para o bebé em
desenvolvimento e elimina seus resíduos. A placenta também ajuda a combater
infecções internas e dá ao beb imunidade a várias moléstias. Ela produz os
hormônios que sustentam a gravidez, prepara os seios da mãe para a lactação e,
posteriormente, estimula as contracções uterinas que irão expelir o bebé do corpo da
mãe.
 O saco amniótico é uma membrana preenchida de líquido que envolve o bebé em
desenvolvimento, protegendo- o e dando-lhe espaço para se mexer.
 O trofoblasto, a camada celular externa do blastocisto (que se torna parte da
placenta), produz diminutas estruturas filamentosas que penetram o revestimento da
parede uterina e permitem que o organismo em desenvolvimento ali se fixe até ser
plenamente implantado no revestimento uterino.
Apenas cerca de 10 a 20% dos óvulos fertilizados completam a tarefa crucial de
implantação e continuam desenvolvendo-se. Os pesquisadores agora identificaram um
gene chamado HoxalO, o qual parece controlar se um embrião será efectivamente
implantado na parede uterina (Taylor, Arici, Olive e Igarashi, 1998).

8
4.2. Fase Embrionária (2 a 8 Semanas)

A fase embrionária, o segundo estágio da gestação, de aproximadamente 2 a 8


semanas, desenvolvem-se rapidamente os órgãos e os principais sistemas corporais -
respiratório, digestivo, nervoso.
Este é um período crítico, no qual o embrião é muito vulnerável às influências
destrutivas do ambiente pré-natal. Um sistema ou uma estrutura orgânica que ainda está
desenvolvendo-se no momento da exposição tem mais chance de ser afectado, Os
embriões com defeitos mais graves geralmente não sobrevivem além do primeiro
trimestre de gravidez.
 Chama-se aborto espontâneo a expulsão do útero de um embrião ou feto que é
incapaz de sobreviver fora dele.
A maioria dos abortos espontâneos resulta de gestações anormais. O embrião constrói,
junto da mãe, um meio apropriado para crescer e goza de uma certa autonomia, com
grande intercâmbio reciproco, cabe ressaltar que a contribuição nutritiva da mãe chega a
placenta e o intercâmbio ocorre sem que o sangue materno se mescle com o do novo
ser.
A autonomia citada nesse período firma-se com o desenvolvimento do coração, que
começa a bater no primeiro mês de vida, impulsionando o sangue pela rede circulatória
embrionária e permitindo que seja oxigenada na placenta, ao mesmo tempo que
funciona, o coração continua a modificar a sua estrutura e a crescer.
Por volta de oito a nove semanas, com a formação básica dos órgãos, excepto os
sexuais, e com aparecimento das primeiras células ósseas, o embrião passa a ser um
feto.

1.1.1. Quadro resumo da segunda faze do desenvolvimento


Período embrionário
12-13 Dias  Termina o processo de implantação ou nidação

14 Dias  Inicia-se o desenvolvimento placentário

9
 A placenta desenvolve-se rapidamente. O cordão umbilical passa a

15-20 Dias ser a via de intercâmbio entre o embrião e a placenta. Inicia-se o


desenvolvimento do tubo neural

 O coração do embrião já esta constituído, com suas quatro


cavidades, e começa a bater. Começa a funcionar a circulação
infante-placenta materna.

11-28 Dias  Todo sangue umbilical passa pelo lóbulo hepático


 Inicia-se a formação dos olhos e orelhas.
 O embrião tem cumprimento de cerca de de 5mm e cresce em
media 1mmpor dia

 Esboça-se a coluna vertebral; já é um eixo cartilaginoso.


5 Semanas Desenvolvem-se os braços e as pernas extremidades

 Termina o período embrionário. O novo ser tem um comprimento


de 2.5cm a 3cm e pesa um 1g, os órgãos fundamentais já estão

8 Semanas esboçados, exceto os sexuais. Termina o perodo da organogénese.


O embrião adquire as formas características do ser humano e é
dominado feto.

Fig.2 Ocorre o fim da implantação e a formação do disco embrionário .

10
4.3. Fase Fetal

A Fase Fetal Inicia-por volta da oitava semana da gestação. Durante esse período o
novo ser se prepara e atinge o amadurecimento necessário para funcionar com a
capacidade e autonomia exigida pela vida depois do nascimento.
Os órgãos formados no período anterior agora se diferenciam e desenvolvem-se em
termos anatómicos e funcionais.
 Aos quatro meses, formam-se no polo cefálico do tubo neural três engrossamentos
que mais tarde vão dar lugar ao cérebro anterior, médio e posterior, dessa forma o
cérebro fica formado.
 Por volta do sétimo mês de vida pré-natal, o feto e capaz de sobreviver por si
mesmo, ou seja, e viável, embora um prematuro nessa idade exija cuidados
especial. Com consequência, seus sistemas vitais já funcionam de forma rudimentar
ou estão preparados para funcionar sem dependência biológica do corpo materno.
Neste período surgem na mãe os temores com a relação a proximidade do parto, o medo
da responsabilidade que significa cuidar do filho. O ventre já desenvolvido e um facto
concreto e evidente que impede de fugir do problema. Temores de ter um filho com
deformações físicas ou retardamento mental, surgem acompanhados de fantasias de ter
um filho belo e bom que enchera a família de felicidade. Essas fantasias servem de
refúgio para a mulher durante a gravidez.
O trabalho e as relações sexuais começam à decrescer a medida que se aproxima a hora
do parto. Em geral a actividade sexual diminui, embora a clinica tenha demonstrado que
ele não causa problemas ou danos durante a gravidez normal.

1.1.2. Quadro resumo do desenvolvimento físico durante esse período


Período fetal
8-12 Semanas  Cresce a um ritmo de 1.5mm por dia. Com 12 semanas pesa cerca de 14g e mede
7.5cm
 Experimenta as primeiras reacções diante de ruídos 12 semanas
 Efectua os primeiros movimentos de braço, e pernas, ainda que a mãe não não os

11
perceba.
 Desenvolvimentos dos órgãos sexuais. Os tecidos gonadais indiferenciados dão
lugar aos testículos e ovários.
 Desenvolvimento do sistema respiratório e excretor, embora estes comecem a
funcionar a partir do nascimento
 O fígado começa a atingir o maior tamanho relativo ocupando grande parte do
abdómen.

 Processo de ossificação
13-16 Semanas
 Desenvolvimento da pele e do cabelo

 E possível conhecer, no feto feminino, o útero e a vagina. Os testículos do feto


masculino estão em posição de descer para o escroto
 O cérebro já formado

17-16 Semanas  Os movimentos do feto são percebidos pela mãe


 Responde aos estímulos exteriores ruídos
 Atinge com 24 semanas um cumprimento de 2º cm e pesa por volta de meio quilo

 Aumento veloz do peso, acumula gorduras na camada subcutânea que lhe


permitirão sobreviver nos primeiros dias apos o nascimento, ate que a mãe produza
leite.
25-28 Semanas  O desenvolvimento pulmonar e dos seus órgãos e suficiente para conseguir
sobreviver em caso de nascimento precoce.
 Com 28 semanas mede entre 28 e 40 cm e pesa cerca de 1kg

29-38 semanas  Aumento rápido do numero de células nervosas e do tamanho do cérebro

Feg.3 Resumindo a fase fetal

12
5.

INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS NO DESENVOLVIMENTO PRE-NATAL

5.1. O Papel da Mãe


Como o ambiente pré-natal é o corpo da mãe, praticamente tudo que afecta o bem-estar
dela, desde sua dieta a seu humor, pode alterar o ambiente da criança e afectar seu
crescimento. Nem todas as ameaças ambientais oferecem o mesmo risco para todos os
fetos. Alguns factores que são teratogénicos (produzem defeitos congénitos) em alguns
casos têm pouco ou nenhum efeito sobre outros. O momento de exposição a um
teratógeno, sua intensidade e sua interacção com outros factores podem ser importantes,
fetos que possuem uma determinada variante de um gene de crescimento,
chamado/actor de crescimento transformador a, tem seis vezes mais risco do que outros
fetos de desenvolver uma fenda palatina se a mãe fumar durante a gravidez, e quase
nove vezes mais risco se ela fumar mais do que 10 cigarros por dia (Hwang et ai.,
1995). As mulheres que não possuem o alelo anormal e que fumam pelo menos 20
cigarros por dia têm maior risco de terem filhos com fenda palatina, mas o risco é ainda
maior se o gene anormal estiver presente (Shaw, Wasserman et al.,1996).
Teratogénico Capaz de causar defeitos congénitos.

13
5.2. Nutrição
Durante a gravidez, as mulheres precisam comer mais do que o normal: tipicamente, de
300 a 500 calorias a mais por dia, incluindo proteína extra (Winick, 1981). As gestantes
que ganham entre 10 e 21 kg são menos propensas a abortar ou ter bebés natimortos ou
com peso natal perigosamente baixo (Abrams e Parker, 1990).
Exames psiquiátricos sugerem que deficiências nutricionais pré-natais profundas no
primeiro ou segundo trimestre afectam o desenvolvimento cerebral, aumentando o risco
de transtornos de personalidade anti-social aos 18 anos (Neugebauer, Hoek e Suer,
1999).
Apenas recentemente soubemos da importância crítica do ácido fólico (uma vitamina do
grupo B) na dieta de uma gestante. Há algum tempo os cientistas sabem que a China
tem a maior incidência mundial de bebés nascidos com anencefalia e espinha bífida, que
são defeitos no tubo neural mas só nos anos de 1980 os pesquisadores relacionaram esse
fato com a época da concepção dos bebés. Tradicionalmente, os casais chineses casam-
se em Janeiro ou Fevereiro e tentam engravidar o mais breve possível. Isso significa que
as gravidezes, muitas vezes, se iniciam no inverno, quando as mulheres de zonas rurais
têm pouco acesso a frutas e legumes frescos, fontes importantes de ácido fólico.

5.3. Actividade Física


Exercícios moderados não parecem pôr em perigo os fetos de mulheres saudáveis
(Carpenter et al., 1988); uma mulher grávida geralmente pode continuar correndo,
andando de bicicleta, nadando ou jogando ténis. A prática regular de exercício previne
constipação e melhora a respiração, a circulação, o tónus muscular e a elasticidade da
pele, todos os quais contribuem para uma gravidez mais confortável e uma parto mais
fácil e seguro.
As actividades de trabalho durante a gravidez geralmente não envolvem riscos
especiais. Entretanto, condições de trabalho exaustivas, fadiga ocupacional e horas de
trabalho prolongadas podem estar associadas com maior risco de nascimento prematuro
(Luke et al., 1995).

14
5.4. Consumo de Drogas
Praticamente tudo que uma gestante ingere chega até o útero. As drogas podem
atravessar a placenta, assim como ocorre com o oxigénio, o gás carbónico e a água. A
vulnerabilidade é maior nos primeiros meses de gestação, quando o desenvolvimento é
mais rápido. Alguns problemas resultantes da exposição pré-natal a drogas podem ser
tratados se a presença de uma droga for detectada cedo.

Exemplos específico dos efeitos do uso das seguintes drogas; medicamentos, o álcool,
nicotina e cafeina durante a gravidez

 Medicamento

Anteriormente pensava-se que a placenta protegia o feto contra as drogas que a mãe
ingeria durante a gravidez - até o início da década de 1960, quando um tranquilizante,
chamada talidomida, foi proibido depois de ter provocado atrofia ou ausência de
membros, graves deformidades faciais e órgãos defeituosos em cerca de 12 mil bebés. A
tragédia da talidomida sensibilizou os profissionais da medicina e o público para os
perigos potenciais de tomar remédios durante a gestação. Hoje, sabe- se que quase 30
remédios são teratogênicos (Koren, Pastuszak e Ito, 1998).

 Nicotina

O fumo durante a gravidez pode aumentar o risco de câncer no bebé. O fumo durante a
gravidez parece ter alguns dos mesmos efeitos que tem o álcool sobre as crianças
quando elas chegam à idade escolar: fraca capacidade de atenção, hiperactividade,
ansiedade, problemas de aprendizagem e comportamentais, problemas perceptivos,
motores e lingüísticos, baixos escores de QI, e problemas neurológicos (Landesman-
Dwyer e Emanuel, 1979; Wright et al., 1983). Um estudo longitudinal de 10 anos
avaliou descendentes de 6 a 23 anos de idade de mulheres que disseram ter fumado
muito durante a gravidez e constatou um risco quatro vezes maior de transtornos de
conduta nos rapazes, iniciados antes da puberdade, e um risco cinco vezes maior de
dependência de drogas entre moças, iniciada na adolescência, em comparação com

15
jovens cujas mães não haviam fumado durante a gravidez (Weissman, Warner,
Wickramaratnee Kandel, 1999).

 Álcool

Estudos realizados afirmam que um grande numero de crianças sofre de síndrome


alcoólica fetal (SAF), uma combinação de retardo no crescimento pré e pós-natal,
malformações faciais e corporais e distúrbios do sistema nervoso central. Os problemas
relacionados com o sistema nervoso central podem incluir, na primeira infância, fraca
sucção, anomalias nas ondas cerebrais e perturbações do sono; na infância em geral,
lento processamento de informações, pouca capacidade de atenção, inquietude,
irritabilidade, hiperactividade, deficiências de aprendizagem e dificuldades motoras.

Mesmo o consumo moderado de bebidas alcoólicas pode prejudicar o feto, aumentando


o risco de retardo no crescimento (Mills, Graubard, Harley, Rhoads e Berendes, 1984) e
no processamento de informações (Jacobson, Jacobson, Sokol, Martier e Ager, 1993).
Quanto mais a mãe bebe, maior o efeito. O consumo moderado ou excessivo durante a
gravidez parece alterar a qualidade do choro de um recém-nascido, um indicador de sua
condição neurocomportamental. (O mesmo ocorre com o tabagismo durante a gravidez.)
As perturbações no funcionamento neurológico e comportamental podem, por sua vez,
afetar a interação social com a mãe, que é vital para o desenvolvimento emocional
(Nugent et al., 1996).

 Cafeina

Um estudo com controlo de caso demonstrou que a cafeína não tem efeito sobre baixo
peso natal, nascimento prematuro ou retardo no crescimento letal (Santos, Victora,
Huttly e Carvalhal, 1998). Contudo, o consumo de cafeína tem sido associado ao aborto
espontâneo (Dlugosz et al., 1996), e quatro ou mais chávenas de cafés por dia podem
aumentar dramaticamente o risco de síndrome de morte súbita do lactente (Ford et al.,
1998).

16
5.5. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência HIV/SIDA
A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é uma doença causada pelo vírus
de imunodeficiência humana (HIV), o qual solapa o funcionamento do sistema
imunológico. Se uma gestante tem o vírus no sangue, ele pode chegar à corrente
sanguínea do feto através da placenta. Depois do nascimento, o vírus pode ser
transmitido pelo leite materno. Importantes avanços ocorreram na prevenção, na
detecção e no tratamento da infecção por SIDA em bebés.

5.6. Outras doenças


A diabete, a tuberculose e a sífilis podem causar problemas no desenvolvimento letal, e
a gonorreia e o herpes genital podem ter eleitos prejudiciais sobre o bebé no momento
do parto. A menos que cuidadosamente controlada, a regulação metabólica de uma mãe
diabética, principalmente durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez, pode
afectar o desenvolvimento neuro-comportamental e o desempenho cognitivo da criança
a longo prazo. (Rizzo, Metzger, Dooley e Cho, 1997). A incidência do vírus do herpes
simples genital (HSV) aumentou entre recém-nascidos, os quais podem adquirir a
doença da mãe ou do pai no nascimento ou logo depois dele (Sullivan-Bolyai, Hull,
Wilson e Corey, 1983), causando cegueira, outras anomalias ou morte. Ambos os
futuros pais devem tentar prevenir todas as infecções - resfriados, gripes, infecções
vaginais e do trato urinário e doenças sexualmente transmissíveis.

5.7. Idade Materna


Após os 35 anos, existe mais chance de aborto ou parto de natimorto, além de maior
tendência para parto prematuro, crescimento fetal retardado, outras complicações
ligadas ao nascimento ou a defeitos congénitos. Gestantes mais velhas são mais
propensas a sofrer complicações e até morte por diabete, hipertensão ou hemorragia
grave. Entretanto, os riscos de gravidez em idade mais avançada parecem ser menores
do que se pensava; a maioria dos riscos para a saúde do bebé não são muito maiores do
que para bebes de mães mais jovens. Com a realização de triagem geral para defeitos
fetais entre gestantes mais velhas, os partos de fetos malformados diminuíram
(Berkowitz, Skovron, Lapinskí e Berkowitz, 1990; P. Brown, 1993; Cunningham e
Leveno, 1995; Fretts, Schmittdiel, McLean, Usher e Goldman, 1995). (Os riscos da
gravidez na adolescência são discutidos no Capítulo 12.).

17
5.8. Ameaças Ambientais Externas
Substâncias químicas, radiação, extremos de calor e humidade e outras ameaças da vida
moderna podem afectar o desenvolvimento pré-natal. As mulheres que trabalham com
produtos químicos utilizados na fabricação de chips semicondutores têm
aproximadamente o dobro da taxa de aborto de outras operárias (Markoff, 1992). Bebés
expostos a níveis elevados de chumbo no período pré-natal obtêm resultados inferiores
em testes de capacidade cognitiva quando comparados a bebés expostos a níveis baixos
ou moderados (Bellinger, Leviton, Watermaux, Needleman e Rabinowitz, 1987;
Needleman e Gatsonis, 1990). Crianças com exposição pré-natal a metais pesados têm
maior incidência de doenças infantis e menor inteligência do que crianças não-expostas
a esses metais (Lewis, Worobey, Ramsay e McCormack, 1992).

A radiação pode causar mutações genéticas. A radiação nuclear afectou bebés japoneses
após as explosões das bombas atómicas de Hiroxima e Nagasaki (YamazakiSchull,
1990) e bebés alemães após o vazamento na usina atómica de Chernobil na União
Soviética (West Berlin Human Genetics Institute, 1987). A exposição pré-natal à
radiação está associada a maior risco de retardo mental, menor diâmetro da cabeça,
malformações cromossómicas, síndrome de Dawn, convulsões e mau desempenho em
testes de QI e na escola. O período crítico parece ser da oitava a décima quinta semanas
após a fecundação (Yamazaki e Schull, 1990).

5.9. O Papel do Pai

O pai também pode transmitir defeitos ambientalmente produzidos. A exposição de um


homem a chumbo, maconha e fumaça de cigarro, a grandes quantidades de álcool ou
radiação, a dietilestilbestrol e a certos pesticidas pode resultar na produção de esperma
anormal (R. Lester e Van Theil, 1977). Os pais cuja dieta é pobre em vitamina C
tendem mais a ter filhos com defeitos congénitos e certos tipos de câncer (Fraga et al.,
1991).

18
O uso de cocaína por parte do pai pode causar defeitos congénitos em seus filhos. A
cocaína parece ligar-se ao esperma, e esse esperma com cocaína, então, penetra no
óvulo na concepção. Outras toxinas, como chumbo e mercúrio, podem "ir de boleia" no
esperma da mesma maneira (Yazigi, Odem e Polakoski, 1991).

Pais mais velhos podem ser uma causa significativa de defeitos congênitos (Crow,
1993,1994). A idade avançada do pai (em média no final dos 30 anos) está associada ao
aumento de risco de várias doenças raras, incluindo a síndrome de Marfam
(deformidades da cabeça e dos membros) e nanismo (Evans, 1976). A idade avançada
do pai também pode ser um factor em cerca de 5% dos casos de síndrome de Dawn
(Antonarakis e Dawn Syndrome Collaborative Group, 1991). Mais células masculinas
do que femininas sofrem mutações, e as mutações podem aumentar com a idade
paterna. O tabagismo do pai é uma influência ambiental prejudicial, a qual tem sido
associada a baixo peso natal e maior risco de câncer na idade adulta (Rubin,
Krasilnikoff, Leventhal, Weile e Berget, 1986; Sandler, Everson, Wilcox e Browder,
1985). Nesse tipo de estudo, muitas vezes, é difícil fazer distinção entre exposição pré-
natal à fumaça e exposição durante a infância, e entre o fumo do pai e da mãe. Para
contornar esse problema, pesquisadores fizeram um estudo em Xangai, China, onde os
homens comumente fumam, mas as mulheres não o fazem. O estudo identificou uma
forte conexão entre o tabagismo do pai e o risco de câncer na infância, principalmente
leucemia aguda e linfoma (Ji et al., 1997)

5.10. Técnicas usadas para avaliar a saúde e o bem-estar de um feto

 Ultra-som
 Amniocentese
 Amostragem das vilosidades coriónicas
 Embrioscopia
 Diagnóstico genético de pré-implantação
 Amostragem do cordão umbilical
 Exames do sangue materno

Estas técnicas são utilizadas para saber se um bebé está se desenvolvendo normalmente
no útero e algumas condições, anormais podem ser corrigidas através de terapia fetal.

19
6. CONLUSÃO
Ao término deste trabalho, alguns pontos merecem destaque como a importância de
uma assistência pré-natal de alta qualidade e realizada desde cedo, é essencial para um
desenvolvimento saudável. Ela pode levar à detecção de defeitos e distúrbios e,
especialmente quando iniciada cedo e voltada para as necessidades de mulheres em
risco, pode ajudar a evitar a morte da mãe e do bebé, baixo peso natal e outras
complicações de parto.

Destacamos também os riscos e influencias do ambiente podem trazer a vida psíquica


da futura criança, a exposição ou ao consumo abusivo de drogas, põe em risco a saúde
física do bebe, ou ainda pode causar problemas mentais. Tanto o homem como a mulher
deve evitar ou se livrar de vícios que futuramente farão mal não só para si, como para o
bom desenvolvimento da criança.

A comunidade, centros de saúde e agentes de saúde pública devem velar pelo bem estar
da criança e fazer chegar ao grupo alvo tudo a respeito da importância do período pré-
natal e os factores de rico à exposição e consumo descontrolado de drogas, para o bom
desenvolvimento humano.

A manifestação de certos comportamentos indesejados por parte dos nossos filhos, tem
haver em certa parte com os maus hábitos dos progenitores antes fecundação e durante o
desenvolvimento da gravidez.

20
7. Referências bibliográficas
BEE, H. A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 1996.
GALLAHUE, D. L. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças,
adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte editora, 2001, 641p.
PAPALIA, D. G. OLDS, S. W. Human Development. McGrawhill. 6ª ed. 1995.
PAPALAIA, E.D, Feldmen, R.D. Wendcos, S.O. Desenvolvimento Humano. 8ª
Edição. Artmed editores. Porto alegre. 2006.
SHAFFER, D.R. Kipp, K- Psicologia do Desenvolvimento Infância e
Adolescência, 8ª Edição. Norte Americana.
PAPALAIA. D. O Mundo da Criança. 10ª Edição. Porto alegre. 2001
ANDERSON, W. F. (1998). Terapia Natural de Genes Humanos, 392(Suppl.),
25-30.

21

Você também pode gostar