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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO:

GESTAÇÃO E PRIMEIRA INFÂNCIA

NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO


NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Acadêmica: Mônica Cristina Rangel


Professora: Alessandra Alves da Silva Bonfim

Novembro/2022

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................3
2 NASCIMENTO – O COMEÇO DA VIDA......................................................................4
2.1 Preparação para o nascimento...............................................................................4
2.2 Fases do nascimento.................................................................................................4
2.3 Recém-nascidos abaixo do peso..............................................................................5
3 DESENVOLVIMENTO FÍSICO NA PRIMEIRA INFÂNCIA.......................................5
3.1 Reflexos Primitivos..................................................................................................5
3.2 O ciclo do sono..........................................................................................................6
3.3 Desenvolvimento motor e percepção......................................................................6
3.4 Aprendizagem dos bebês.........................................................................................7
3.5 Temperamento e habilidades sociais do bebê........................................................7
4 SAÚDE E BEM-ESTAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA....................................................7
4.1 Alimentação..............................................................................................................7
4.2 Saúde e vacinações...................................................................................................8
4.3 Doenças da infância.................................................................................................8
4.4 Mortalidade infantil.................................................................................................8
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................8
6 REFERÊNCIAS................................................................................................................9

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NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO NA PRIMEIRA
INFÂNCIA

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho relata o nascimento e o desenvolvimento físico e cognitivo na


primeira infância. A construção de uma sociedade produtiva e próspera está diretamente
relacionada com o desenvolvimento nos primeiros três anos de vida das crianças, incluindo
também a gestação. É neste período que se estabelecem as bases do desenvolvimento nos
aspectos cognitivos, motores, emocionais e sociais.
Esse processo proporciona a aquisição de habilidades físicas e intelectuais, além de
proporcionar mudanças no comportamento infantil que impactam diretamente na
convivência e amadurecimento dos pequenos que oferecerão as condições para que se torne
um adulto capaz de conduzir com autonomia e prosperidade a sua vida.
Quais impactos uma criança que não teve uma boa relação emocional com seus pais
no desenvolvimento na primeira infância?
A boa relação emocional entre pais e filhos no desenvolvimento na primeira infância –
até os 3 anos – tem um impacto positivo. Ao confiar no adulto, a criança aprende a regular
suas emoções, explorar o mundo com confiança e se comunicar. Crianças apoiadas têm mais
chances de serem adultos positivos e seguros.
O bebê é um ser inteiramente dependente e necessita de cuidados permanentes:
alimentação, higiene, estímulos e afeto. A atenção materna por meio da amamentação, dos
cuidados alimentares, do acolhimento afetuoso em seus braços, da fala tranquilizadora e
amorosa, faz com que o bebê viva esta experiência de forma segura. A repetição desta
continência pelos pais nas horas seguintes, nos dias e semanas sucessivas para as mais
variadas situações que surgirem, promoverá na criança o desenvolvimento de habilidades
pela experiência vivenciada, tornando-o um indivíduo seguro e capaz de lidar com a
complexidade das futuras solicitações.
Por outro lado, quando este processo ocorre de modo inadequado pela não atuação e
participação dos pais, a criança não consegue estruturar as melhores condições para lidar
com as suas emoções. Poderá se tornar pouco habilidosa para administrar as adversidades
naturais do dia a dia, desenvolvendo uma baixa tolerância à frustração, além de
comportamentos desviantes e que irão prejudicá-la no seu desempenho como ser social.

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

2 NASCIMENTO – O COMEÇO DA VIDA

Um dos momentos mais emocionante e marcante da vida de um indivíduo,


provavelmente será o nascimento de um filho, o nascimento é um momento de
transformação. O bebê passa a respirar o ar e se separa da mãe. A mãe passa pela preparação
do parto e a sensação única de dar vida a uma outra vida.

2.1 Preparação para o nascimento

Um passo importante dos pais, é decidir por um tipo de parto, sempre respeitando os
limites físicos da mãe, assim como as condições e vitalidade do feto. O uso de
medicamentos no momento do parto, também deve ser decidido pelos pais. Pois os
medicamentos tomados pela gestante chegam ao feto através da placenta, o mesmo trajeto
percorrido pelo oxigênio e pelos nutrientes necessários para o crescimento e o
desenvolvimento do feto. Por esse motivo, muitas mulheres preferem o parto natural.
O parto natural ocorre com o mínimo de intervenções médicas possíveis, de acordo
com os comandos do corpo, com a participação ativa da mãe no momento do nascimento,
além de não haver o uso de anestesias.
A presença do pai durante o trabalho de parto é benéfico para mulher, pois
proporciona segurança e agilidade no nascimento, e o pai pode experimentar por
sentimentos até então apenas vivenciado pelas mães.

2.2 Fases do nascimento

O trabalho de parto ocorre em três fases: a latente, a ativa e a de transição. Ele começa
com a atividade uterina e continua com a dilatação progressiva. O objetivo é a preparação do
canal de parto para passagem do feto.

1ª fase: dilatação - A primeira fase do parto é caracterizada pela presença de contrações


e ao processo de dilatação do colo do útero e do canal de parto até que atinja 10 cm.

2ª fase: expulsão - O seguimento da fase ativa do trabalho de parto se dá pela fase de


expulsão, em que o colo do útero já atingiu a dilatação máxima e se inicia a fase do período
expulsivo.

3ª fase: dequitação - Ocorre depois do nascimento do bebê, sendo caracterizada pela saída
da placenta, que pode sair espontaneamente ou ser retirada pelo médico.

Algumas complicações como hemorragia pós-parto, inversão uterina ocorrem


imediatamente após o parto e próximo à dequitação placentária. Por isso é necessário um
momento de observação da mãe com o objetivo de evitar hemorragias. Depois desse
período, o útero já está bem contraído.

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Parto Cesário - O parto cesariano é recomendado em casos em que o parto normal não é
possível de acontecer. Por exemplo, quando o bebê se encontra sentado, tem alguma
infecção por herpes ou HIV ou quando o cordão umbilical se enrola no pescoço do bebê.
As principais desvantagens de uma cesárea são: maior risco de infecções e
hemorragias, reações indesejadas ao anestésico, trombose dos membros inferiores, maior
tempo de recuperação no pós-parto, e no caso de uma cesariana eletiva, o bebê não escolhe a
hora de nascer, o que significa que pode ainda não estar pronto fisiologicamente para o
nascimento.

Avaliação Clínica e Comportamental do recém-nascido - Após o parto é feita a avaliação


no recém-nascido, esforço respiratório, batimentos cardíacos, cor, tônus e irritabilidade dos
reflexos, todos componentes-chave para pontuação de Apgar no 1º e no 5º minuto após o
nascimento. Além da pontuação de Apgar, os neonatos devem ser avaliados quanto à
existência de deformidades grosseiras, como por exemplo, pé torto, polidactilia e outras
anormalidades importantes como sopros cardíacos.
Ter contato imediato com o bebê, pele com pele, a partir da hora que nasce é muito
importante para tornar sua chegada ao mundo um acontecimento harmonioso e cheio de
amor, esse contato acalma o bebê e a mãe que entram em sintonia única, auxilia na
estabilização sanguínea, dos batimentos cardíacos e respiração do recém-nascido, reduz o
choro e o estresse, com menor perda de energia e mantém o bebê aquecido pela transmissão
de calor.

2.3 Recém-nascidos abaixo do peso

O baixo peso ao nascer é um termo utilizado para recém-nascidos com menos de


2.500g, que podem ser prematuros ou não. Na maior parte dos casos, o baixo peso é mais
comum em bebê prematuros, mas pode acontecer em bebês de diferentes idades
gestacionais, estando relacionado com a existência de problemas de saúde na mãe,
problemas de desenvolvimento do bebê durante a gestação ou redução da quantidade de
nutrientes oferecidos para o bebê na gravidez. Assim, as principais causas do baixo peso ao
nascer estão relacionadas com o uso de cigarro, consumo de bebidas alcoólicas, desnutrição
da mãe, diabetes, infecções repetidas de urina, eclampsia, problemas na placenta, anemia
grave, deformidades no útero, trombofilia, prematuridade.

3 DESENVOLVIMENTO FÍSICO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

O desenvolvimento do recém-nascido vai se integrando e controlando voluntariamente


um maior número de grupo de músculos, que vai se tornando cada vez mais preciso,
permitindo incorporar reflexos mais especializados e complexos, favorecendo uma maior
percepção do meio.

3.1 Reflexos Primitivos

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Reflexos são reações musculares involuntárias que ocorrem após um determinado tipo
de estímulo. Os bebês apresentam uma série de reflexos que são exclusivos a eles e
contribuem para a avaliação do estado de saúde. A maior parte das atividades que o bebê
fará nas primeiras semanas de vida são puramente reflexos.

Reflexo Tônico Cervical - Este tipo de reflexo é induzido quando a cabeça da criança, que
está relaxada e geralmente deitada de costas, é girada para o lado. O braço na direção para a
qual o bebê está virado é estendido imediatamente com a mão parcialmente aberta, enquanto
o braço do outro lado é flexionado e com o punho cerrado.

Reflexo de Preensão - Esse reflexo ocorre quando colocamos um dedo na palma da mão
aberta do bebê. A mão se fechará em torno do dedo. A tentativa de remover o dedo faz com
que o bebê o agarre ainda mais forte.

Reflexo de Moro - Acontece quando o bebê, diante de um barulho, estica as pernas, abre os
braços e fecha-os rapidamente. Ele é bastante comum em recém-nascidos e tende a
desaparecer por volta do segundo ou terceiro mês.

Reflexo da Marcha Automática - Ele ocorre quando o bebê é segurado embaixo dos braços
com os pés tocando o chão, e faz um movimento simulando uma caminhada. Costuma
aparecer com um mês e normalmente desaparece por volta do quarto mês.

Reflexo de Babinski - Esse reflexo acontece quando se acaricia a planta do pé do bebê, e ele
abre os dedos dos pés. Desaparece de oito a doze meses.

Reflexo Rotação - Ocorre quando tocamos a face do bebê, que virará para o lado em que ele
foi tocado e começará a fazer movimento de sucção com a boca.

3.2 O ciclo do sono

O sono do bebê impacta diretamente no seu desenvolvimento físico, emocional e


cognitivo. Nos primeiros meses de vida, o ciclo circadiano do recém-nascido precisa passar
por um processo de amadurecimento para consolidar o ciclo biológico. Além disso, no
primeiro trimestre, o aparelho neurológico é imaturo e não produz melatonina de forma
estável, o que torna os estados de sono e vigília imprevisíveis. Por isso, ele acorda quando
está com fome ou sente algum desconforto, como frio, calor.
Os recém-nascidos apresentam, duas fases: o sono quieto e o sono ativo. Por volta dos
seis meses, o sono quieto será definido como sono NREM. Já no sono REM, a respiração é
mais rápida e irregular, é possível observar movimentação ocular abaixo das pálpebras e até
mesmo outros sinais, enquanto que no sono NREM, o recém-nascido dorme profundamente,
com respiração mais lenta e regular, com pouco ou nenhum movimento. O ciclo do recém-
nascido dura aproximadamente 50 minutos e costuma incluir a mesma quantidade de sono
REM e NREM. É durante a transição entre uma fase e outra que muitos bebês costumam
despertar.

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3.3 Desenvolvimento motor e percepção

Os bebês já nascem com a capacidade de aprendizagem, logo nos seus primeiros dias
de vida usam suas habilidades motoras, perceptuais e sensoriais para influenciar as pessoas e
os objetos a sua volta. Através destas ações reconhecem e entendem o mundo em seu torno,
desenvolvendo suas habilidades cognitivas e sociais.

Desenvolvimento Motor - A primeira etapa motora que o bebê deve alcançar é o controle
de cabeça até três meses de vida. O rolar deve aparecer até os cinco meses e o sentar sozinho
por volta dos seis meses. Aos oito meses, a criança deve assumir a postura sentada sozinha e
aos nove meses deve engatinhar e se puxar para a postura de pé. Por volta de doze meses a
criança começa a andar livremente.

Capacidades Sensoriais e Perceptuais - Elas aparecem desde o nascimento e vão sendo


refinadas até atingirem sua forma madura. O desenvolvimento das percepções é fundamental
para a aquisição das percepções complexas. São classificadas como percepções simples a
percepção visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa e proprioceptiva ou cinestésica

3.4 Aprendizagem dos bebês

Condicionamento Clássico - Através de uma rotina frequente, o bebê recebe um estímulo


antes de determinada ação e após produz determinada resposta.

Condicionamento Operante - É aprendido através de reflexos como sucção e virar a


cabeça para encontrar o seio da mãe.

Aprendizagem Esquemática - é a aprendizagem derivada da teoria de Piaget, onde o bebê


organiza suas experiências em expectativas ou esquemas.

Habituação - O bebê acaba reduzindo automaticamente a resposta a determinado estímulo


que é muito repetido.

3.5 Temperamento e habilidades sociais do bebê

O temperamento do bebê é a forma como ele interage com o mundo ao seu redor,
caracteriza-se por vários traços diferentes, como o nível de atividade, a sua adaptação às
rotinas diárias, a forma como reage a novas situações, o seu humor, a intensidade das
reações, a sensibilidade ao que está a acontecer ao seu redor, a rapidez com que se adapta às
mudanças e quão distraído e persistente ele pode ser quando se envolver numa atividade.
O bebê entende o básico sobre interações sociais desde muito cedo, ele se comunica
desde o nascimento, por choro, balbucio e principalmente pelo olhar, por isso é fundamental
estabelecer a conexão observando seus olhos.

4 SAÚDE E BEM-ESTAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

4.1 Alimentação

O recomendado é oferecer somente leite materno ao recém-nascido até os seis


primeiros meses de vida. O leite materno é tudo o que o bebê precisa, após esse período
devem ser introduzido alimentos como, cereais ou tubérculos, vegetais frescos, proteína
animal e feijões e papa de frutas frescas.

4.2 Saúde e vacinações

As vacinas protegem o bebê de doenças graves, e é uma das medidas mais importantes
de prevenção, pois protegem o corpo humano contra os vírus e bactérias. Além disso,
durante os primeiros anos de vida o sistema imunológico ainda não está desenvolvido, o que
deixa o bebê mais susceptíveis a patologias.

4.3 Doenças da infância

As doenças na infância ocorrem porque o sistema de auto defesa do corpo, também


chamado de sistema imunológico ainda não está totalmente desenvolvido. Por isso, essas
doenças são chamadas de 'doenças infantis' ou 'doenças da infância', que se desenvolvem
quando o sistema imunológico, ainda não é capaz de combatê-las. As mais comuns são:
diarreia, infecção respiratória e infecção de ouvido.

4.4 Mortalidade infantil

A mortalidade infantil é um importante indicador de saúde e condições de vida de uma


população. Valores elevados refletem precárias condições de vida e saúde e baixo nível de
desenvolvimento social e econômico.

Síndrome da Morte Súbita - A síndrome da morte súbita do lactente (SMSL) é quando o


bebê morre sem causa aparente. É a principal causa de óbito de bebês com menos de 1 ano
de vida, e geralmente ocorre durante o sono noturno.

Diferenças Étnicas na Mortalidade Infantil - Com relação as diferenças étnicas na


mortalidade infantil, no Brasil, as mortes de crianças menores de um ano foram 60% mais
frequentes entre as indígenas, comparadas às demais crianças.1

5 CONCLUSÃO

É fundamental que os pais sejam esclarecidos da importância da sua participação no


desenvolvimento dos seus filhos. Necessitam saber que são eles que vão moldar este
desenvolvimento e por isso precisam estar atentos e informados para agir da melhor forma.
Os pais devem buscar informações e orientações para que melhor possam desempenhar suas
funções.
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Fonte: Artigo publicado na REBEn – Revista Brasileira de Enfermagem
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6 REFERÊNCIAS

Bee, H. Boyd, D. A criança em desenvolvimento:12. ed. - Artmed, 2011

Marinho GL, Borges GM, Paz EPA, Santos RV. Mortalidade infantil de indígenas e não
indígenas nas microrregiões do Brasil

Papalia, Diane E.; Feldman, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto Alegre:
AMGH Editora, 2013.

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