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EBOOK

AMAMENTAÇÃO
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER
ENQUANTO ESPERA O SEU BEBÊ

Produzido por Vanessa Hilgert Streck


Fisioterapeuta, Especializanda em Saúde Materno-Infantil
Consultora de Amamentação 
Índice
1 POR QUE AMAMENTAR................................................................... 3
2 BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO.................................. 4
3 COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO.............................................. 8
4 LEITE MATERNO X FÓRMULA INFANTIL....................................... 9
5 A IMPORTÂNCIA DO CONTATO PELE A PELE NA PRIMEIRA
HORA DE VIDA.................................................................................... 11
6 EXISTE LEITE FRACO?.................................................................... 13
7 COLOSTRO, O VERDADEIRO OURO LÍQUIDO.............................. 14
8 COLOSTRO NÃO SE ORDENHA..................................................... 15
9 OS RISCOS DO USO DE FÓRMULA INFANTIL NA
MATERNIDADE.................................................................................... 16
10 COMO FUNCIONA A PRODUÇÃO DE LEITE
MATERNO............................................................................................ 17
11 ESSA TAL DE LIVRE DEMANDA................................................... 21
15 TEORIA DA EXTEROGESTAÇÃO.................................................. 23
16 ACALMANDO O BEBÊ.................................................................... 25
17 COMO SOBREVIVER AOS PRIMEIROS MESES.......................... 26
21 PRECISO PREPARAR OS SEIOS PARA
AMAMENTAR?..................................................................................... 27
22 POR QUE NÃO USAR A CONCHA DE AMAMENTAÇÃO E
ABSORVENTES MAMÁRIOS?............................................................. 28
23 BICOS ARTIFICIAIS........................................................................ 29
24 INTERMEDIÁRIO DE SILICONE, VILÃO OU MOCINHO?............. 31
25 COMO ME PREPARAR PARA AMAMENTAR?.............................. 33
19 BABY BLUES................................................................................... 34
20 SUGESTÃO DE LEITURAS............................................................. 36
21 QUEM SOU EU?.............................................................................. 37

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Por que amamentar?
A amamentação consiste na melhor e mais segura forma de alimentar e
proteger o recém-nascido. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e
de forma complementar até pelo menos 2 anos. Pesquisas indicam os
benefícios do leite materno para a saúde da criança, da mulher e de
toda a sociedade. As vantagens de se amamentar um bebê têm impacto
positivo no meio ambiente, na economia, na saúde materna e
principalmente no desenvolvimento Integral e saudável da criança.

Amamentar é um ato natural,  um processo fisiológico, mas embora


pareça instintivo precisa ser aprendido. O sucesso depende de
orientação e apoio e é fundamental o acompanhamento da mulher no
pós-parto e o correto manejo das dificuldades apresentadas nesse
período.

Esse material traz informações importantes sobre o leite materno, o ato


de amamentar, como identificar os problemas, quando e onde procurar
por ajuda!

Aproveite a leitura.

Vanessa Hilgert Streck


Fisioterapeuta, Especialista em Saúde Materno-Infantil e Consultora em
Amamentação

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Benefícios do
Aleitamento Materno *
1 Evita mortes infantis:  Graças a presença de anticorpos e outras
substâncias no leite materno que protegem contra infecções, ocorrem
menos mortes entre as crianças amamentadas. Estima-se que o
aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores
de 5 anos em todo o mundo, por causas preveníveis. A proteção do leite
materno contra mortes infantis é maior quanto menor é a criança.

2 Evita  diarreia: Há fortes evidências de que o leite materno oferecido de


forma exclusiva até os 6 meses protege contra a diarreia, principalmente
em crianças mais pobres. Oferecer à criança amamentada água ou chás,
prática considerada inofensiva até pouco tempo atrás, pode dobrar o risco
de diarreia nos primeiros seis meses. Além de evitar a diarreia, a
amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença.

3 Evita infecção respiratória: Assim como ocorre com a diarreia, a


proteção é maior quando a amamentação é exclusiva nos primeiros seis
meses. Além disso, a amamentação diminui a gravidade dos episódios de
infecção respiratória.

4 Previne infecções de ouvidos (otites): Estima-se uma redução de 50%


de episódios de otite média aguda em crianças amamentadas
exclusivamente por 3 ou 6 meses quando comparadas com crianças
alimentadas unicamente com leite de outra espécie.

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5 Diminui o risco de alergias: Estudos mostram que a amamentação
exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do
leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo
asma e sibilos recorrentes. A exposição, mesmo que a pequenas doses, de
fórmula láctea nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia
ao leite de vaca.

6 Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes: A OMS publicou


importante revisão que concluiu que os indivíduos amamentados
apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas, níveis menores de
colesterol total e risco 37% menor de apresentar diabetes tipo II. Não
somente o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra diabetes,
mas também a mulher que amamenta. Foi descrita uma redução de 15% na
incidência de diabetes tipo II para cada ano de lactação. A exposição precoce
ao leite de vaca (antes dos quatro meses) é considerada um importante
determinante do Diabetes mellitus Tipo I, podendo aumentar o risco de seu
aparecimento em 50%. Estima-se que 30% dos casos poderiam ser
prevenidos se 90% das crianças até três meses não recebessem leite de vaca.

7 Reduz a chance de obesidade: A maioria dos estudos em crianças maiores


de 3 anos, constataram menor frequência de sobrepeso/obesidade nas que
haviam sido amamentadas. Numa revisão da OMS os indivíduos amamentados
exclusivamente ate os 6 meses de idade tiveram uma chance 22% menor de vir
a apresentar sobrepeso e/ou obesidade numa possível relação
dose/resposta:  quanto maior o tempo em que o indivíduo foi amamentado,
menor a chance de apresentar sobrepeso/ obesidade. Entre as respostas
encontram-se um melhor desenvolvimento da auto-regulação de ingestão de
alimentos das crianças amamentadas e a composição única do leite materno
participando no processo de “programação metabólica”, alterando, por
exemplo, o número e/ou tamanho das células gordurosas ou induzindo o
fenômeno de diferenciação metabólica.

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8 Melhor nutrição: Por ser da mesma espécie, o leite materno contém
todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento
ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando
comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de
suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis
meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo
ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas.

9 Efeito positivo na inteligência: A maioria dos estudos conclui que as


crianças amamentadas apresentam melhor desenvolvimento cognitivo
quando comparadas com as não amamentadas. Os mecanismos
envolvidos na possível associação entre aleitamento materno e aumento
da inteligência ainda não são totalmente conhecidos. Alguns defendem a
presença de substâncias no leite materno que otimizam o
desenvolvimento cerebral; outros acreditam que fatores comportamentais
ligados ao ato de amamentar e a escolha do modo como alimentar a
criança são os responsáveis.

10 Melhor desenvolvimento da cavidade bucal: O exercício que a criança


faz para retirar o leite da mama é muito importante para o desenvolvimento
adequado de sua cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do
palato duro (céu da boca), o que é fundamental para o alinhamento correto
dos dentes e uma boa oclusão dentária. Quando o palato é empurrado para
cima, o que ocorre com o uso de chupetas e mamadeiras, o assoalho da
cavidade nasal se eleva, com diminuição do tamanho do espaço reservado
para a passagem do ar, prejudicando a respiração nasal. Assim, o desmame
precoce pode levar à ruptura do desenvolvimento motor-oral adequado,
podendo prejudicar as funções de mastigação, deglutição, respiração e
articulação dos sons da fala, ocasionar má-oclusão dentária, respiração
bucal e alteração motora- oral.

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11 Proteção contra o câncer de mama: Já está bem estabelecida a associação
entre aleitamento materno e redução na prevalência de câncer de mama
materno. Estima-se que o risco de contrair a doença diminua 6% a cada 12
meses de duração da amamentação. Essa proteção independe de idade, etnia,
paridade e presença ou não de menopausa. 

12 Outras possíveis vantagens para as mulheres: Além da proteção contra o


câncer de mama e diabete tipo II, tem sido atribuído ao aleitamento materno
proteção contra as seguintes doenças na mulher que amamenta: câncer de
ovário, câncer de útero; hipercolesterolemia (colesterol alto), hipertensão e
doença coronariana; obesidade; doença metabólica; osteoporose e fratura de
quadril; artrite reumatoide; depressão pós-parto; e diminuição do risco de
recaída de esclerose múltipla pós-parto.

13 Menores custos financeiros: Não amamentar pode significar sacrifícios para


uma família de baixa renda. Dependendo do tipo de fórmula infantil
consumida, o gasto pode representar uma parte considerável dos rendimentos
da família. A esse gasto devem-se acrescentar custos com mamadeiras,
chupetas e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças,
que são mais comuns em crianças não amamentadas.

14 Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: Acredita-se que a


amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma
amamentação prazerosa, certamente fortalece os laços afetivos,
oportunizando intimidade, troca de afeto e sentimentos de segurança e de
proteção na criança e de autoconfiança e de realização na mulher.

15 Melhor qualidade de vida: O aleitamento materno pode melhorar a


qualidade de vida das famílias, uma vez que as crianças amamentadas
adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações
e medicamentos, o que pode implicar menos faltas ao trabalho dos pais, bem
como menos gastos e situações estressantes.
*Cadernos de atenção Básica do Ministério da Saúde. Número 23, 2015.

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Composição do Leite
Materno
O leite materno é uma substância viva de grande complexidade
biológica, ativamente protetora e imunomoduladora. Possui uma
composição nutricional balanceada que inclui todos os nutrientes
essenciais, além de 45 tipos diferentes de fatores bioativos  que
contribuem para o crescimento e desenvolvimento do bebê.

Sua composição varia diariamente e durante todo o período de


amamentação proporcionando ao recém-nascido nutrientes  e
componentes específicos  a cada idade e situação, mesmo na
amamentação prolongada (por mais de 2 anos).

Proteína
Anticorpos

Hormônios Lipídeos Cálcio


Zinco
Melatonina
Carboidrato
Sódio Ferro
Enzimas Vitamina
Minerais
Ácidos Graxos
Oligoelementos Células tronco
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Leite Materno x
Fórmula Infantil
Ambos fornecem energia,
hidratação e nutrientes, de
forma que seu bebê vai crescer
com qualquer um que receber.
Mas será que só isso é
suficiente para dizer que Leite
Artificial é igual ao Leite
Humano?
 
O leite humano evoluiu ao longo de milhões de anos, e é o alimento
perfeito para os bebês humanos. É muito mais complexo do que o leite
de outros mamíferos, pois desenvolve o cérebro e os sistemas digestivo
e imunológico humanos, únicos e mais complexos. Desde o colostro,
que reveste e veda a parede do estômago do recém-nascido, até o leite
maduro, que fortalece e engorda o bebê, cada gota do leite materno
contém milhares de componentes benéficos, como:

Anticorpos, que protegem contra doenças;


Hormônios, que promovem a criação de vínculos e regulam o apetite;
Células-tronco, que podem atuar no desenvolvimento e reparação de
órgãos;
Glóbulos brancos, que combatem as infecções;
Bactérias benéficas, que protegem o sistema digestivo do bebê;
Pré e probióticos, chamados oligossacarídeos, que ajudam a manter a
flora intestinal saudável;
Ácidos graxos de cadeia longa, que ajudam a desenvolver o cérebro,
o sistema nervoso e os olhos do bebê;
Enzimas, que ajudam nos sistemas digestivo e imunológico;
Nucleotídeos e hormônios, que ajudam a desenvolver padrões de
sono saudáveis;

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A fórmula infantil típica é feita de Na fórmula, é preciso adicionar
leite de vaca desnatado e proteínas em excesso para
processado, com adição de óleos alcançar o nível de aminoácidos
vegetais, emulsificantes e de que o bebê precisa. Essas
estabilizantes que ajudam a proteínas acabam sendo
misturar os óleos e a água na hora metabolizadas e decompostas em
do preparo.
componentes que se transformam
em gordura. 
A fórmula também pode conter*: 
Este é um dos problemas
lactose (um açúcar natural
principais da fórmula – os bebês
encontrado no leite) e/ou outros
açúcares, como xarope de milho, se dão bem demais com ela. O
frutose ou maltodextrina; fato de ser oferecida em
Óleos à base de plantas, como mamadeira facilita ainda mais a
palma, canola, coco, girassol e aceitação dos bebês pois o fluxo
soja; de leite continuo é rapidamente
Ácidos graxos, geralmente ingerido e não dá tempo para o
derivados de óleo de peixe; bebê saciar. Os pais acham que
Vitaminas e Minerais de origem ainda estão com fome e oferecem
animal e vegetal; sempre mais. O bebê cresce e
Algumas enzimas e aminoácidos engorda muito mais do que o
probióticos (em algumas bebê em aleitamento materno,
fórmulas mais modernas e caras).
mas, na verdade, esse fato
*OBS: Outros tipos de fórmulas infantis, como as aumenta os riscos de obesidade
de leite de cabra, de soja e as hipoalergênicas,
podem conter mistura diferente de ingredientes.
na infância, além de outras
doenças advindas do excesso de
Existem mais de 1000 proteínas no peso como diabetes e
leite materno que promovem o hipertensão.
crescimento dos neurônios e mais
A fórmula pode ser muito parecida
de 200 oligossacarídeos
com o leite humano mas ela jamais
responsáveis pelo desenvolvimento
será um fluido vivo, que se adapta às
saudável da mucosa intestinal e
mudanças das condições do bebê. Se
imunidade do bebê. Na fórmula
o bebê adoecer, o corpo da mãe
láctea somente algumas proteínas e produz em algumas horas mais
um que outro oligossacarídeos são glóbulos brancos e anticorpos, que
adicionados. Por esse motivo não passam para o leite materno e ajudam
tem como equiparar esse produto a combater a infecção do bebê.
ao leite materno!

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A importância do
Contato Pele a Pele na
Primeira Hora de Vida
O habitat do recém nascido é o corpo da mãe. Nossa pele é o maior e
mais importante sistema do corpo, o órgão mais sensitivo e o primeiro
meio de comunicação entre mãe e bebê logo após o nascimento. O
sentido do toque é tão importante para o bebê como para a mãe e por
isso a necessidade de promover o contato pele a pele tão logo o bebê
nasça. O bebê colocado próximo do peito da mãe permite que ambos
relaxem juntos e o bebê busque o seio por reflexo.

Mamíferos nascem “pré programados”, ou seja, eles esperam um habitat


específico logo que nascem. Quando um bebê é colocado em contato
com a pele de sua mãe já na primeira hora de vida, os comportamentos
“pré programados” ocorrem de maneira natural, eles respondem ao seu
cheiro, sua voz, seu toque e sua pele, o que favorece o reflexo de busca
pelo seio e a amamentação. Os exercícios de abrir e fechar a boca e
movimentar a língua, mesmo que ele não mame nos primeiros 40
minutos de vida, são fundamentais para uma boa pega no mamilo e
podem fazer total diferença na amamentação.

O aleitamento materno na primeira hora de vida


estimula a produção e a descida do leite através
da liberação de hormônios da lactação, a
Prolactina e a Ocitocina, e esse estímulo
hormonal precoce está intimamente
relacionado ao maior tempo e sucesso da
amamentação.
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O contato pele a pele na primeira hora de vida tem impacto
tanto em termos biológicos como comportamentais para o
bebê:

Aumenta o fluxo sanguíneo para o seio da mãe e pele do


bebê;
Aumenta o apetite e a eficiência digestiva;
Diminui a pressão sanguínea e a produção de hormônios
do stress (cortisol);
Aumenta a habilidade de aprendizagem;
Aumenta os níveis de açúcar e insulina no sangue;
Aumenta o limiar de dor e a capacidade de cicatrização.

E produz mudanças físicas e comportamentais a longo prazo


na mãe:

Efeito sedativo diminuindo a ansiedade;


Aumento da tolerância à monotonia;
Favorece a socialização, aproximando as pessoas e
solidificando as relações.

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Existe Leite
Fraco?
NÃO.

O leite materno é o alimento ideal


para o bebê. Existem pequenas
variações na composição do leite de
mulheres diferentes, mas todos são
ricos em proteínas, carboidratos,
gorduras, vitaminas, minerais e
água. Além desses ingredientes que
todo bebê necessita para ser
saudável, o leite materno fornece
anticorpos e outras substâncias que
nenhum outro alimento pode
oferecer.

Quando um bebê nasce a


capacidade gástrica do seu
estômago não é maior que uma
cereja, cabe em torno de 5-7 ml. É
por esse motivo que muitas
mulheres, e alguns profissionais
desatualizados, acreditam que o
colostro, que neste primeiro
momento é mais denso e de difícil
ordenha, não é suficiente para
alimentar o recém nascido.

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COLOSTRO
O colostro é o primeiro leite do bebê,
de cor amarelada ou transparente, e

O VERDADEIRO
produzido de acordo com o tamanho
do estômago do recém-nascido. É rico
OURO LÍQUIDO em anticorpos, proteínas, vitaminas,
minerais e lactose. Esse leite é
extremamente importante para a
nutrição e para o sistema imune do
bebê, que recebe as defesas apenas do
leite materno, já que seu sistema
imunológico estará completo apenas
por volta do segundo ano de vida.

Para quem acha que é pouco, os bebês


passam os últimos 3 meses de gestação
acumulando gordura para usar nos
primeiros 3 dias de nascido. Ele
metaboliza essa gordura para produzir
energia e por esse motivo, entre
outros, emagrece logo que nasce. Além
disso, a maioria dos bebês logo que
nasce está em um estado de
consciência alerta, favorecendo a
conexão com a mãe e dando tempo
para o estabelecimento da
amamentação. Se essa primeira
tentativa de amamentação acontecer
depois de muitas horas o bebê pode
entrar em um período de “sono
reparador” e dormir muito nos
próximos dias dificultando a
amamentação e o ganho de peso nas
semanas seguintes.

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Colostro NÃO se
Ordenha!
A ordenha de colostro no hospital NÃO PERMITA QUE ORDENHE SEU
não deveria ser uma prática de PEITO NA MATERNIDADE!
rotina, ela não tem embasamento PEÇA AJUDA DE UM ESPECIALISTA
científico, e geralmente é EM AMAMENTAÇÃO! .
responsável pelo início da
frustração materna e sentimento
de incapacidade de alimentar o
filho no momento mais importante
para o estabelecimento da
Amamentação.

Ouvir da equipe de saúde que não


sai leite gera um efeito tão
negativo no emocional da mãe que
só isso já é responsável pelo Ele geralmente é mais viscoso que
bloqueio da atividade dos o leite maduro e produzido em
hormônios da lactação, prolactina e pouca quantidade, ralinho mesmo,
ocitocina. já que o estômago do bebê recém
nascido é muito pequeno. Por esse
Essa angústia por não ver o leite motivo nem sempre conseguimos
jorrar do seio logo após o uma ordenha eficiente de colostro
nascimento desencoraja o início da nas primeiras horas ou dias, mas
amamentação, afasta o bebê do isso não significa que ele não está
peito, possibilita a inserção lá.
precoce de fórmula láctea, da
mamadeira e atrasa a descida do
Sempre tem colostro! E quanto antes e
leite – a apojadura.
por mais tempo o bebê sugar o peito,
O Colostro é produzido ainda na mais rápido o leite maduro passa a
gestação, a partir do segundo ser produzido!
trimestre.

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Os Riscos do Uso de
Fórmula Infantil na
Maternidade
Infelizmente no pós-parto não faltam indicações para uso de complemento
seja porque o leite não desceu, que é pouco, que é fraco, que o bebê vai
apresentar hipoglicemia entre outros absurdos. O recém nascido (RN) não
chora por fome, ele está em cetose, acumulou energia para gastar nas
primeiras horas e não terá hipoglicemia se estiver colado na mãe em livre
demanda. O choro é um mecanismo fisiológico ancestral de sobrevivência e
não significa fome por pouco leite. A oferta de leite artificial no primeiro dia
de vida expõe o RN a proteína do leite de vaca, que está presente na grande
maioria das fórmulas infantis comuns, e é extremamente alergênico. O
'inocente” complemento oferecido na maternidade está relacionado com o
desenvolvimento da alergia a proteína do leite de vaca (APLV) em RN. Além
disso a oferta de fórmula, ainda que no copinho, é de geralmente 30ml (a
medida da colher dosadora que vem junto da lata), uma dose exagerada e
que altera todo o metabolismo do bebê já nas primeiras horas de vida.

Esse volume exagerado de líquidos acaba por


distender o estômago do bebê e, não é difícil
imaginar, que após essa bomba calórica ele durma por
horas e que nas próximas mamadas ele precisará
desse volume todo pra se satisfazer! Só que a mama
ainda está produzindo o que a natureza criou, os ralos
7 ml de colostro. Assim começa o ciclo de equívocos
ainda na maternidade: o bebê mama, chora, não
dorme, a mãe se desespera, acha que não tem leite,
ou pior, que seu leite é fraco, e aí vem mais
complemento… e mais… até que a mãe chega à
conclusão que realmente não possui leite suficiente.

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PAGINA
Como funciona a
produção de leite
materno
A produção de leite materno começa ainda na gestação, por volta da 16º
semana o colostro começa a preencher os alvéolos mamários. Nas primeiras
24 horas de vida do bebê entre 20ml e 90ml de colostro estará disponível, o
que se adapta completamente ao tamanho do estômago e necessidade
nutricional do recém-nascido (Conforme o quadro abaixo).

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O colostro é produzido até 5-7 dias após o parto, passando então para o leite
de transição e após duas semanas para o leite maduro, que será produzido
enquanto durar a amamentação. Todos eles possuem anticorpos
direcionados a inúmeros  patógenos (doenças) com as quais a mãe teve
contato ao longo da vida, representando de alguma forma uma memória
imunológica. O leite humano ofertado de forma exclusiva até o sexto mês,
possui todos os nutrientes necessários para garantir o crescimento e
desenvolvimento pleno dos bebês.

Colostro
PRODUZIDO ENTRE O 1º E 5º
DIA APÓS O NASCIMENTO.
TRANSPARENTE OU
AMARELO, RICO EM
PROTEÍNAS E FATORES QUE
AJUDAM NA IMUNIDADE.

Leite de
Transição
Leite PRODUZIDO ENTRE O 6º E

Maduro 15º DIA APÓS O NASCIMENTO


LEITE RICO EM GORDURAS E
LACTOSE (PRICIPAL
PRODUZIDO A PARTIR DO
CARBOIDRATO DO LEITE
15º DIA APÓS O
HUMANO), NUTRIENTES QUE
NASCIMENTO.
CONTRIBUEM PARA O
LEITE COM TODOS OS
DESENVOLVIMENTO E
NUTRIENTES IMPORTANTES
CRESCIMENTO.
PARA A CRIANÇA. É UM
REFLEXO DA ALIMENTAÇÃO
DA MÃE.

PÁGINA 18
Entre 3-5 dias a produção deste primeiro leite, o colostro, aumenta cerca de
5x num processo percebido como a descida do leite (Figura Abaixo). Até esse
momento a produção láctea é comandada  pelo sistema endócrino
responsável por definir o potencial máximo de produção de leite de cada
mulher. Mesmo em situações de ausência completa de sucção ou ordenha do
peito o fenômeno da Apojadura ou, descida do leite, ocorre até 96 horas
após o parto.

fonte: google imagens

APOJADURA NORMAL

Após a apojadura a regulação da produção de leite se torna autócrina, o que


significa a grosso modo, que se houver estímulo local no seio haverá
produção de leite.

Após a Apojadura a produção de leite se dá pelo estímulo da


sucção da mama que envia uma reposta a hipófise, no cérebro,
para liberar prolactina (produção do leite) e ocitocina (ejeção
do leite).

muita sucção = muito leite


pouca sucção = pouco leite
nenhuma sucção= nenhum leite

Quanto mais a mulher amamentar, mais o colostro será


produzido e aumentará de volume até se tornar leite maduro.

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PAGINA
A regulação via controle local depende de vários fatores, entre eles:

1) Frequência de esvaziamento da mama: quanto mais esvaziamos o seio


mais leite é produzido. Existe uma proteína dentro do leite humano
chamada FIL (fator inibitório da lactação) que é retirado do peito toda vez
que esvaziamos a mama indicando ao corpo que mais leite precisa ser
produzido. Se a mama permanecer sempre cheia o FIL envia mensagem ao
cérebro que não é necessário produzir mais leite pois ele não está sendo
retirado.

2) Grau de plenitude da mama: a capacidade de armazenamento da mama


não significa tamanho de mama ou potencial de produção láctea. Mas a
quantidade de espaço que há na glândula mamária e isso impacta o padrão
de mamada dos bebês.

Quanto maior a capacidade de armazenamento = mais leite


disponível por mamada; bebê satisfeito com uma mama apenas;

Quanto menor a capacidade de armazenamento = menos leite


disponível por mamada; bebê pode precisar mamar as duas
mamas na mesma mamada ou mamar com mais frequência.

O QUE TUDO ISSO QUER DIZER?

Que a rotina e padrão de mamada do bebê é importante para a calibração


da produção láctea. A produção de leite não segue um ritmo contínuo mas
ela está intimamente relacionada a esses dois fatores e portanto,
estabelecer horários para mamar, tempo de mamada ou oferecer apenas
uma mama por mamada podem afetar a regulação da produção de leite e
levar a problemas na amamentação com consequência no peso e evolução
do bebê. É aqui que entra a importância da LIVRE DEMANDA e NÃO olhar
para o relógio nos primeiros 6 meses do bebê quando a amamentação deve
ser exclusiva!

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PAGINA
Essa Tal de Livre
Demanda
Livre demanda significa oferecer O hormônio prolactina, responsável
o seio ao bebê sem horários pré- pela produção láctea, necessita da
estabelecidos e livre de qualquer sucção do bebê ao seio para ser
uso de bicos artificiais, como produzido e qualquer interferência
chupetas e mamadeiras. nesse processo pode ser prejudicial
ao aleitamento materno.
Isso significa que o bebê determina
quanto e quando deve mamar. Não
existe horário rígido para as A livre demanda é muito
mamadas acontecerem e o bebê
importante pelo menos até o
primeiro ano de vida do
deve ser encorajado a mamar nas
bebê. Até os 6 meses o
duas mamas por mamada.
aleitamento materno deve
ser exclusivo e após essa
Nos primeiros meses essa falta de
idade deve ser iniciada a
rotina para as mamadas pode ser
alimentação complementar.
muito exaustiva para a mãe, mas a O leite materno continua
livre demanda é essencial para a sendo a principal fonte de
regulação da produção de leite da nutrição até os 12 meses e
mulher. depois dessa fase segue
sendo um alimento
O uso de chupetas, mamadeiras ou complementar rico em
horários pré-determinados para as nutrientes e fatores de
mamadas afetam a capacidade de proteção até quando a
produção láctea pois toda vez que o
amamentação durar.
bebê deixa de sugar o seio o corpo
da mãe entende que esse é um sinal
para diminuir a quantidade de leite.

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PAGINA
Porém a livre demanda deve ser realizada de forma mais cautelosa em
alguns casos: o bebê que ainda não passou pela primeira consulta com o
pediatra, que deve ocorrer até 7 dias após o nascimento, o bebê
prematuro, de baixo peso, muito sonolento, ou que estiver perdendo peso
ou ainda quando a produção de leite não for suficiente como em mulheres
com risco de hipogalactia (hipoplasia mamária, cirurgias mamárias,
diabetes gestacional, pré eclampsia, hipotireoidismo). Nesses casos, a
mulher deve oferecer o peito com maior frequência, muitas vezes com
necessidade de acordar o bebê a cada 4 horas no máximo, inclusive nas
madrugadas, para mamar. Isso até que uma rotina se estabeleça, que ele
esteja melhor, sem tanta sonolência durante as mamadas, com melhor
ganho de peso ou com a produção de leite regularizada.

Em bebês saudáveis, que mamam com facilidade, tem bom ganho de peso,
a livre demanda deve ser feita sem preocupações. Alguns dias o bebê irá
acordar para mamar com alguma rotina, em outros pode ter mais fome, em
outros querer dormir por mais tempo. A auto-regulação do bebê, nesse
caso, será o termômetro para as mamadas. Já durante os picos de
crescimento, ele precisará ficar mais tempo mamando e fará intervalos
muito pequenos, pois com isso promoverá o aumento da produção de leite
materno para se adaptar às suas necessidades.

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PAGINA
Teoria da
Exterogestação
O bebê humano, dentre os mamíferos, é o que nasce mais
imaturo e dependente, levando muitos anos para atingir seu
pleno desenvolvimento físico e emocional.

Durante os primeiros meses, o


bebê humano precisa muito mais
do que alimento para sobreviver,
ele precisa de muito calor, toque,
segurança, colo, movimento,
contorno, sons e um forte vínculo
com um cuidador primário, de
quem não se entende como um ser
em separado. Nesta fase, deve
sentir que o mundo é bom, que é
amado, que as pessoas são
confiáveis e que não está só.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

O choro do bebê é sua única forma de comunicação e não deve ser


silenciado. Chupetas e outros bicos artificiais, apesar da ampla aceitação
popular e conveniência, acabam gerando uma série de prejuízos à saúde e
desenvolvimento, como desmame precoce, alterações neuromusculares,
patologias respiratórias, maloclusão dentária, deformidades esqueléticas
orofaciais, dificuldades fonaudiológicas, problemas posturais, alterações
alimentares, problemas neurocognitivos e psicocomportamentais; Isso tudo,
afetando a qualidade de vida como um todo.

PÁGINA 23
Em algumas culturas ou tribos primitivas, os bebês raramente
choram, mesmo sem chupetas, tampouco sofrem de cólicas.
Costumam passar o dia sendo levados ao colo e amamentados em
livre demanda. A partir desta observação antropológica e
sociocultural, surgiu o conceito de exterogestação, explicando como
recém-nascidos, especialmente durante o primeiro trimestre (ou até
semestre) de vida, necessitam das sensações intrauterinas para se
sentirem seguros e satisfeitos, levando-os a um estado de
relaxamento e calma, e favorecendo seu pleno desenvolvimento.
Quando está dentro do útero, o bebê vive em um ambiente estável e
estimulante, com líquido, barulhos, temperatura agradável e alimento
constante. Para acalmá-lo nos primeiros meses após o nascimento, é
preciso reproduzir esta riqueza de sensações.

O Pediatra Harvey Karp,


no livro ' o bebê mais ENROLAR
DEITAR DE LADO SHIIII
feliz do pedaço' de 2004
ensina a técnica do 5s
para acalmar o bebê

COLO SUGAR

USO DO SLING

PÁGINA 424
PAGINA
Acalmando o Bebê
Dicas para para cessar o choro dos bebês através dos
ensinamentos da Exterogestação e sem o uso de chupetas

1. Contenção: Colo, charutinho, slings e carregadores de bebês


ergonômicos, método canguru.
2. Posição: manter a coluna em forma de C (“sapinho”), segurar de lado ou
barriga para baixo, variar as posições e evitar deixar por longos períodos
em cadeirinhas ou berços.
3. Embalo: movimento suave e rítmico (cadeiras de balanço, bola de pilates,
cadeirinhas com movimento).
4. Sons: batidas do coração, sons de útero ou natureza, músicas clássicas ou
ouvidas durante a gestação/parto, ruídos brancos (secador de cabelo, ar-
condicionado, rádio fora de estação…).
5. Sucção: amamentação em livre demanda, sem horários rígidos.
6. Toque: contato pele a pele, carinhos, massagens (Shantala).
7. Banhos relaxantes: na banheira, chuveiro ou balde, com temperatura
agradável e segurança.
8. Sono seguro: dormir no quarto dos pais por, no mínimo, 6 meses ou
idealmente até 1 ano (recomendação da AAP –Academia Americana de
Pediatria e SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria).
9. Apego seguro: construir vínculo através da presença, resposta consistente
e amorosa e cuidado diário.
10. Atender às necessidades do bebê através das dicas de exterogestação
favorece que ele cresça com boa autoestima, confiante, equilibrado e se
torne independente no próprio tempo.

Não tenha medo de acostumar "mal" o seu filho!


Colo e Amor nunca serão demais!

PÁGINA 25
Como Sobreviver aos
Primeiros Meses
O sono dos bebês durante o primeiro ano de vida é
irregular e muito caótico

Inicialmente é comum os bebês recém-nascidos trocarem o dia pela noite.


Algumas teorias relatam que durante a gestação eles são embalados
enquanto a mãe está acordada e agitada e acabam dormindo porque gostam
do embalo. Porém a noite, quando a mãe finalmente descansa, eles acordam
e ficam mais ativos.  Outra explicação mais fisiológica, explica que a noite,
entre 2-3h da madrugada existe um pico de prolactina, o hormônio que
produz o leite materno, o que faz com que o bebê acorde mais vezes na
madrugada para garantir esse estímulo para a produção láctea da mãe.

Amamente deitada ou na posição recostada, espalhe almofadas para


acomodar melhor o bebê e não se preocupe em fazer o bebê arrotar. Nem
todos tem necessidade de arrotar após a mamada especialmente se estão
mamando com a pega correta;
Pratique o co-leito de forma segura. É recomendado que os bebês durmam
no quarto dos pais, próximo à cama deles, porém em outra superfície ou
em um berço acoplado, até completarem um ano ou, pelo menos, até os
seis meses, como forma de evitar a síndrome da morte súbita;
Busque apoio; alguém que cuide de você, da casa e de outros afazeres
para que você se preocupe somente com o bebê.

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Preciso Preparar os
Seios para amamentar?
1 Durante a gestação: O uso de buchas ou toalhas para friccionar nos
mamilos na gestação é prática totalmente desnecessária; assim como o uso
de pomadas ou cremes, exercícios para protuir os mamilos e concha de
amamentação. Mulheres com bicos planos ou invertidos não necessitam de
nenhum apetrecho ou exercício para protuir o mamilo mas de apoio e manejo
de um profissional do aleitamento materno, se possível na sala de parto.
Parto normal e contato pele a pele precoce, dando oportunidade do bebê
treinar a sucção ainda na primeira hora de vida, são as intervenções mais
eficazes para mamilos planos e invertidos e a melhor conduta para todos os
bebês.

2 No pós parto: Pomadas, cremes, óleos e/ou medicamentos na região


mamilo/ areolar devem ser evitados porque esses produtos podem causar
alergias na mãe e irritação da pele aumentando a sensibilidade e predispondo
a região a fissuras. Não existe indicação do uso de pomadas ou óleos para
prevenir fissuras e machucados nas mamas, eles podem provocar
entupimentos de ductos e dificuldades na pega do bebê por deixarem a
região da aréola escorregadia. O corpo da mulher se prepara, ainda na
gestação, para proteger o mamilo de lesões com o desenvolvimento dos
Tubérculos de Montgomery.

Tubérculos de Montgomery:  São pequenas


elevações localizadas na região da aréola.
Durante a gestação eles aumentam de
volume e sua secreção serve para lubrificar
e proteger a pele, com efeito antibacteriano,
durante a amamentação.

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Por que não usar
a Concha de
Amamentação e
Absorventes
Mamários?
Conchas de amamentação devem ser A pressão que a concha exerce em
evitadas porque provocam edema uma mama que está cheia porque a
transitório na região areolar que mulher está passando pela apojadura
podem acarretar dificuldades na (descida do leite), pode causar
pega do bebê já que a área fica obstrução de ductos mamários, dores
escorregadia e o recém-nascido não em fisgadas e pontadas,
tem condições de abocanhar o ingurgitamento mamário, fissuras que
mamilo e parte da aréola para um não cicatrizam e até mastite. Além
encaixe satisfatório no seio. disso esse estímulo constante nas
mamas, acaba em vazamentos de leite
A concha e os absorventes deixam a que nunca cessam, dificultando a
região abafada, quente e úmida, ou autorregulação da produção láctea
seja, o ambiente perfeito para a especialmente em mulheres com
proliferação de micro-organismos hiperlactação (produção de leite
como os fungos que causam a exagerada e/ou reflexo de ejeção
Candidíase mamária. exarcebado).

Os absorventes mamários acabam O leite que fica armazenado na


achatando o mamilo e comprimindo a concha jamais pode ser armazenado e
aréola, prato cheio para aparecerem oferecido para o bebê porque está
as temidas fissuras mamilares e contaminado por bactérias presentes
muita dor para amamentar. no ar que podem provocar graves
problemas intestinais na criança.

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Bicos Artificiais
Chupetas e mamadeiras sempre fizeram parte do universo
materno.

O bebê nem nasceu, mas a lista de enxoval já traz chupetas de todos os


tipos e formatos, mamadeiras de vidro, bpa free, bicos que imitam o
formato do peito...E por mais que se fale exaustivamente dos impactos
negativos que o uso de bicos artificias podem causar no processo de
amamentação e sistema orofacial das crianças, para muitas famílias são
itens fundamentais e ainda imunes de questionamentos.

Os estudos científicos mais atuais afirmam que o uso de chupetas, bicos e


mamadeiras são fatores de risco para a interrupção da amamentação
exclusiva e para o desmame precoce (OMS considera desmame precoce
antes dos 2 anos de idade) porque causam confusão de bicos e fluxo. O
desmame precoce de crianças entre 1 e 24 meses que usam bicos
artificiais é mais frequente quando comparadas com crianças que não
possuem esse hábito.

Em relação ao impacto do uso de bicos


artificiais no sistema estomatognático
(sistema responsável pelas funções de
sucção, respiração (oral), mastigação,
deglutição e fala) a literatura mais atual
é bastante extensa e taxativa em
afirmar que tais hábitos favorecem o
surgimento de maloclusões dentárias
(foto 1), respiração oral (foto 2),
dificuldades na mastigação e fala.

PÁGINA 29
Bicos artificiais não imitam o peito. A indústria tenta de todas
as maneiras inventar um bico que se assemelhe ao seio
materno em sua textura e elasticidade. Em vão!

Nenhum material consegue se moldar a cavidade oral do bebê como o


seio materno. O mamilo da mãe pode aumentar até 3 x de tamanho
dentro da boca do bebê (essa é a razão de porque mulheres com bico do
seio plano conseguem amamentar sem prejuízo nenhum). O mamilo,
dentro da boca da criança não apresenta uma forma constante ou
delineada como o bico das mamadeiras e chupetas. Ele ocupa todo o
espaço livre dentro da cavidade bucal, adaptando-se a todas as estruturas
(língua, gengiva e palato duro). A língua fica em uma posição
anteriorizada, entre a gengiva e a base do mamilo, e todo o seu dorso
entra em contato com a parte inferior do mamilo, empurrando o bico do
seio em direção ao céu da boca (palato duro). Esse movimento acaba por
exercer uma pressão positiva entre as estruturas o que auxilia na ejeção
do leite.

Na mamadeira ou chupeta a língua é empurrada para trás, a ponta fica


mais baixa e o dorso elevado (exatamente o movimento oposto do
aleitamento materno e o motivo da confusão de bicos) e ela perde parte
de sua função extratora, dando lugar ao uso excessivo dos músculos da
bochecha para auxiliar no vedamento labial e sucção do bico da
mamadeira. Enquanto no peito os movimentos mandibulares são
vigorosos e complexos, na mamadeira observamos apenas movimentos de
abertura e fechamento, o que compromete o crescimento e
desenvolvimento saudável das estruturas faciais.

PÁGINA 30
Intermediário de
Silicone, vilão ou
mocinho?
É muito comum a indicação de uso do bico de silicone, por profissionais e
pessoas sem conhecimento de amamentação alegando ser a solução para:

- Bico ferido ou machucado;


- Seios com bico pequeno, plano ou invertido;
- Bebê que não pega o seio mas pega a chupeta e/ou mamadeira;
- Bebê com dentinhos aparecendo ou que morde o seio da mãe.

Nenhuma dessas razões é motivo suficiente para usar o bico de silicone, e


de fato em todos os casos o uso do bico de silicone só piora o problema.
Ele pode ser a causa de fissuras na base do mamilo e infecções pela difícil
cicatrização das lesões, pode causar a confusão de bicos, pega incorreta,
diminuição na produção de LM, entre outras dificuldades na
amamentação que levam a necessidade de introdução de leite artificial,
maior incidência de mordidas, rejeição da mama e por fim o desmame
precoce. O Ministério da Saúde e outros órgãos de Saúde desaconselham
o uso de intermediários de silicone sem a avaliação criteriosa de um
profissional do aleitamento materno.

Após esgotar todas as opções para o manejo da amamentação, o


profissional que indicar o bico de silicone, deve orientar o uso correto e
acompanhar a dupla até a retirada do acessório, que deve ser feita o mais
rápido possível. Abandonar o intermediário pode ser às vezes tão ou mais
difícil que abandonar a mamadeira, daí a importância de saber sobre os
riscos de desmame e confusão de bicos, para nem mesmo oferecer!

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O QUE DEVO SABER ANTES 4-Com o peito sendo mal estimulado a
DE USAR O produção de leite materno em cada
INTERMEDIÁRIO DE mamada é afetada, o bebê vai precisar
SILICONE? fazer mais força para mamar a
quantidade de calorias que precisa,
1-O intermediário não se alonga da muitas vezes cansando antes mesmo de
mesma forma que o bico do seio, por ser se satisfazer, o que pode levar a
feito de silicone e não ter a mesma problemas com o ganho de peso do
textura e flexibilidade que o mamilo, e bebê.
portanto, não chega até o céu da boca  
do bebê. Na verdade ele obriga ao bebê 6-O bebê passa a rejeitar o seio sem o
pegar o seio como se fosse uma intermediário, justamente porque
mamadeira o que desencadeia a quando o suga "nu", o bico do peito toca
confusão de bicos. Ao retirar o uma região do palato que não costuma
intermediário, o bebê estranha a falta de atingir, e assim causa ânsia de vômito
estimulo sensorial que o silicone oferece (alguns bebês que tem confusão de
e não reconhece mais a textura e bicos e desmamam aparentemente de
flexibilidade do seio da mãe; forma espontânea, apresentam esse
  "sintoma" de estarem com nojo do peito,
3-Como a língua não consegue ordenhar pois botam na boca e logo vem a
corretamente o seio (por não estar em vontade de vomitar).
contato com toda ou grande parte da  
aréola, que ficou do lado de fora sendo
impedida de se alongar pelo
intermediário), o peito da mãe não é
estimulado corretamente, o bebê não faz
a ordenha com eficiência, fica leite
acumulado na mama e tudo isso acaba
por diminuir a produção láctea da mãe.

PEGA COM PEGA SEM


iNTERMEDIÁRIO iNTERMEDIÁRIO

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Como me preparar
para amamentar?
Não prepare o seio, prepare sua cabeça com informação de
qualidade e baseada nas melhores evidências

• Se prepare buscando uma ampla e boa rede de apoio;


• Prepare sua família para respeitar suas decisões;
• Busque ajuda especializada, tenha anotado o número do banco de leite mais
próximo ou de uma consultora em aleitamento materno para chamar quando as
dúvidas e angústias surgirem;
• Questione seu médico sempre. Não existe fórmula mágica pra nenhum
problema de amamentação. Desconfie se o seu nunca pediu pra ver uma
mamada completa, se ele sabe manejar as dificuldades de pega do bebê ao
seio, se ele orienta uso de chupeta e intermediários de silicone sem
acompanhamento para a retirada, se ele aconselha o uso de conchas de
silicone sem mencionar os riscos de infecção e ingurgitamento mamário pelo
mau uso, se ele demonstra ter tempo e paciência para explicar todos os seus
questionamentos, se ele está atualizado e comparece a eventos sobre o tema. E
o mais importante, desconfie se o seu pediatra não conhece ou menciona as
recomendações dos órgãos oficias de saúde, como a Sociedade Brasileira de
Pediatria e o Ministério da Saúde, para uma amamentação segura e eficiente;
• Converse com mulheres que estejam passando pela mesma fase que você,
ouça histórias de amamentação de pessoas que você admira e confia;
• Não se preocupe em comprar acessórios para amamentar ainda no enxoval. A
grande maioria deles você não vai usar e se for realmente necessário, não
existe nada que a farmácia mais perto de sua casa não tenha!
NÃO TENHA EM CASA : mamadeiras,chupetas, intermediário
de silicone, concha de amamentação, lata de leite em pó,
remédios para aumentar a produção de leite materno e outros
itens que as pessoas insistem em afirmar serem necessários.
NÃO SÃO! Esses produtos não tem indicação de uso para a
grande maioria das mulheres, pois provocam desmame
precoce e inúmeras dificuldades no estabelecimento de uma
amamentação correta.

INVISTA em informação e apoio profissional!

PÁGINA 33
Baby blues *Dra. Vera Iaconelli, 2005.

"A Tristeza Materna (baby blues), acomete até 80% das mulheres, mas
devido a um enorme tabu social pode se imaginar um índice até maior.
É um estado de humor depressivo que costuma acontecer a partir da
primeira semana após o parto. Este humor é coerente com a enorme
tarefa de elaboração psíquica no pós parto: transformação da filha em
mãe, da auto-imagem corporal, a administração da relação entre a
sexualidade e a maternidade.

De forma geral, a mulher sente que perdeu o lugar de filha sem que
tenha ainda segurança no papel de mãe; que o corpo está
irreconhecível, pois se já não é mais de uma grávida tampouco retomou
sua forma original; que entre ela e o marido encontra-se um terceiro
elemento. Forma-se o triângulo que remete o casal a suas próprias
questões com seus pais. O quadro é benigno e regride por si só por
volta do primeiro mês. Sintomas comuns incluem:

Irritabilidade;
Mudanças bruscas de humor;
Indisposição;
Tristeza;
Insegurança;
Baixa auto-estima; 
Sensação de incapacidade de cuidar do bebê.

Apesar de ser comum e normal, envolve uma quantidade razoável de


sofrimento que pode ser atenuado no compartilhar com outras pessoas
que entendam esta condição como natural e até benéfica. Benéfica
como? Existe um estado denominado de Preocupação Materna Primária
que se refere a um período que vai do fim da gestação até por volta do
primeiro mês do bebê, em que a mulher teria uma hipersensibilidade às
necessidades do bebê. Este estado tão necessário, caso fosse vivido
fora da maternidade, seria considerado esquizóide e, no entanto, é
fundamental para a vinculação com a criança. Faz parte deste estado
uma certa dose de humor depressivo.

PÁGINA 34
A tarefa de uma mãe de bebê é monótona, desgastante e sem
recompensas ou reconhecimento do bebê, a curto prazo. O bebê é
impiedoso em suas necessidades e é difícil que a mãe possa atender-lhe
se estiver num estado de agitação maníaca, por exemplo. Para ser capaz
de se adaptar à rotina de um bebê, de se adaptar à linguagem do
recém-nascido, a mãe tem que baixar muito suas expectativas com
relação à sua própria privacidade e à agitação do mundo externo. Essa
tarefa não encontra similar ao longo da vida de uma mulher e se inicia
subitamente.

O que a mãe de um recém-nascido menos sente é completude. Uma


gestante pode sentir-se assim e é o que se espera em algumas fases da
gestação. Já a mãe de bebê vive exatamente o oposto, ela vive a
incompletude, o vazio da barriga, a separação. Ela precisará de um
tempo até que possa preencher este espaço. São necessários todo
apoio e compreensão para que a mãe recém nascida saiba que não há
nada de errado com ela. Ser aceita em sua natureza de mãe ajuda muito
a diminuir o mal estar, encurtando o baby blues drasticamente.

O nascimento de um bebê tende a ser recebido pela comunidade que o


cerca com grande alegria e isso é o melhor que se pode esperar. No
entanto, nem sempre esta alegria repercuti de forma positiva para a
mãe. A família pode ajudar sendo compreensiva e apoiando a mãe neste
momento único, sem cobrar atitudes idealizadas pela mídia.

Algumas mulheres podem encontrar uma medida excelente entre todas


as transformações exigidas pela maternidade e acabam por ter um
quadro muito suave no pós-parto, quase imperceptível. Ser multípara
ou ter ao seu lado outras mulheres que já passaram pelo baby blues
pode ter um efeito atenuador. Com tempo o psiquismo se encarrega de
fazer seleção das memórias mais gratificantes deixando os momentos
difíceis caírem no esquecimento."

Se esse quadro persistir após 3 semanas do nascimento do


bebê, pode não ser apenas baby blues mas Depressão Pós
Parto. Procure auxilio profissional se estiver muito difícil se
vincular com o bebê e esses sentimentos de tristeza e
incapacidade estiverem afetando sua vida de forma sistemática.
PÁGINA 35
Sugestão de
Leituras

PÁGINA 36
Quem sou
eu?
Me chamo Vanessa, sou
Fisioterapeuta e Educadora Física,
apaixonada pelo trabalho com
prevenção de doenças através da
atividade física, do cuidado com a
postura, com a alimentação e bem
estar geral. Trabalhei durante 10 anos
com Reeducação Postural, Pilates e
Personal Trainer, até que engravidei
da minha primeira filha e quando ela
nasceu, em outubro de 2013, descobri
que nada do que eu sabia havia me
preparado para a insanidade dos
primeiros meses do Puerpério. 
Me informei, criei um grupo virtual de
apoio, descobri o parto humanizado, a
criação com apego, a disciplina
positiva e quando meu caçula nasceu
estava muito mais preparada para
esse período. Quando ele desmamou,
novamente, de forma precoce, resolvi
entender mais a fundo o que havia
acontecido e foi assim que iniciei
meus estudos e formações e me
tornei Consultora em Aleitamento
Materno!
Após a leitura do e-book, se você
ainda tiver dúvidas ou dificuldades,
estou disponível para ajudar!

PÁGINA 37
Consultora em Aleitamento Materno
Especializanda em Saúde Materno-Infantil com
Enfoque em Aleitamento Materno

Atendimento Domiciliar e Online;


Consultoria em Amamentação para Gestantes e Puérperas;
Consultoria de Retorno ao Trabalho;
Desmame Gradual;
Grupos de Apoio ao Puerpério e Amamentação;
Palestras e Workshop sobre Amamentação.

(51) 998272044
vanhilg@terra.com.br
@vanhilg
Vanessa.hilgert
Bibliografia consultada
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