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Aleitamento materno

Um guia para toda a família


Apresentação
O aleitamento materno é a melhor forma de instituir vínculo, afeto, proteção e nutrição entre a mãe
e o bebê. É uma maneira econômica e eficaz de prevenção, intervenção e redução da mortalidade
infantil, como também de promoção à saúde integral da dupla, mãe e filho.

A amamentação garante a alimentação e o desenvolvimento saudáveis do bebê, além de ser um


direito previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O poder público, as instituições
e os empregadores devem propiciar condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos
filhos de mães submetidas à medida privativa de liberdade.

Ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando o planejamento, a implementação e a avaliação


de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar
saudável de forma contínua, dependem de esforços coletivos, principalmente, do poder público e
dos profissionais de saúde do Brasil.

Esta publicação faz parte do trabalho da Fundação Abrinq e tem como objetivo sensibilizar, informar
e orientar sobre a importância do aleitamento materno.

Leia com atenção e utilize-a sempre que precisar!

Boa leitura!
Fundação Abrinq
Sumário

04 Aleitamento materno exclusivo

07 Leite materno: a importância e as fases


10 Amamentação
14 Aleitamento materno e a Covid-19
15 Vacinação
19 Mamalgesia: amamentação durante a vacinação

20 Alimentação da nutriz
21 Retorno ao trabalho e amamentação
24 Banco de Leite Humano
Aleitamento
materno exclusivo

A amamentação oferece diversos benefícios tanto para a


mãe quanto para o bebê. A recomendação da Organização
Mundial de Saúde (OMS) é que a amamentação seja
exclusiva até os seis meses de vida e complementada até
dois anos ou mais de idade.

É essencial que a gestante ou a família procure um


profissional de saúde, responsável por informar sobre a
importância do aleitamento materno, durante e após o
pré-natal, já que o início da amamentação deve ocorrer
ainda na primeira hora de vida do bebê. Isso porque o leite
materno é o alimento mais completo que o bebê pode
receber, já que oferece todos os nutrientes necessários
para um crescimento saudável.

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Entenda os benefícios do aleitamento materno:

Mãe Bebê Família


Estimula o vínculo afetivo com o bebê; Menor risco de morte súbita do recém-nascido; Melhor saúde e nutrição resultam
em melhor ambiente psicossocial e
Reduz a depressão pós-parto; O leite materno contém todos os nutrientes bem-estar;
necessários, inclusive água, para a hidratação;
Menor incidência de câncer de ovário Economia de tempo na obtenção
e mama; Auxilia no desenvolvimento físico, emocional e no preparo de alimentos
e mental; alternativos;
Menor risco de desenvolvimento de síndrome
metabólica, diabetes e artrite reumatoide; Tem ação imunológica, sendo uma proteção Economia que pode ser revertida
contra diversas doenças e infecções, como em outros benefícios para a família,
Acelera a recuperação pós-parto; diabetes, obesidade, alergias, asma, entre outras por exemplo, menor gasto com
doenças; cuidados médicos.
Contribui com a perda de peso após o parto;
É próprio para a digestão do bebê. O
Além de todas estas vantagens, o leite leite materno se adapta de acordo com o
materno é um recurso natural que evita o crescimento do bebê, produzindo proteínas,
gasto com alimentos alternativos. vitaminas e demais substâncias necessárias para
cada fase.

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Cabe ao profissional de saúde identificar e compreender o aleitamento materno no contexto
sociocultural e familiar da mãe e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da dupla mãe/
bebê como de sua família. É necessário que o profissional de saúde busque formas de
interagir com a população para informá-la sobre a importância de adotar uma prática
saudável de aleitamento materno. O profissional precisa estar preparado para oferecer uma

vida de cada mulher e que a ajude a superar medos, dificuldades e inseguranças



assistência eficaz, solidária, integral e contextualizada, que respeite o saber e a história de

(CASTRO; ARAÚJO, 2006).

Mesmo depois de ser informada sobre a importância da


amamentação e do leite materno, a escolha da mãe em
não realizar a prática deve ser respeitada pelo profissional
de saúde, familiares e pela sociedade.

Quando a amamentação é contraindicada?


A amamentação não é indicada, de forma permanente,
para mulheres diagnosticadas com câncer de mama que
estão em tratamento, como também para portadoras do
vírus HIV e HTLV, pois o risco de transmissão do vírus para
o bebê é alto. Nestes casos, é importante procurar por
atendimento médico para avaliação e orientação sobre a
alimentação da criança. No caso de a amamentação ser
iniciada por falta de informação da mãe, esta deve ser
suspensa imediatamente.

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Leite materno:
a importância e as fases
Colostro
O primeiro leite produzido pela mãe é chamado de colostro.
Apresenta-se em menor quantidade e consiste em um
fluído amarelado e espesso, rico em proteínas e com menor
teor de gorduras. Além disso, fornece proteção contra vírus
e bactérias para o bebê.

Leite de transição
Geralmente, após o 5º e 6º dia do nascimento do bebê,
a composição do leite é alterada. Ele se torna mais
rico em gorduras e nutrientes que contribuem para o
desenvolvimento e o crescimento da criança.

Leite maduro
É o leite que alimentará o bebê até o desmame. Ele possui
todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento
físico e cognitivo da criança.

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Tabela I - Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo e
pré-termo e do leite de vaca

Colostro (3-5 dias) Leite maduro (26-29 dias)


Nutriente Leite de vaca
A termo Pré-termo A termo Pré-termo

Calorias (kcal/dL) 48 58 62 70 69

Lipídios (g/dL) 1,8 3,0 3,0 4,1 3,7

Proteínas (g/dL) 1,9 2,1 1,3 1,4 3,3

Lactose (g/dL) 5,1 5,0 6,5 6,0 4,8

Fonte: Ministério da Saúde, 2009, Série A. Normas e Manuais Técnicos - Cadernos de Atenção Básica, n. 23

*Pré-termo: recém-nascidos com menos de 37 semanas completas (menos de 259 dias) de gestação.
**A termo: recém-nascidos com 37 semanas a menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias) de gestação.

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Composição do leite materno presentes a qualquer momento durante a mamada, sendo
O leite materno é rico em vitaminas e minerais, aquele mais concentrado em gordura e proteínas mais
carboidratos, ferro e gorduras em quantidades ajustadas às facilmente liberado quando a mãe está relaxada e tranquila
necessidades nutricionais e capacidade digestiva do bebê. no momento.
Além de tais nutrientes, o leite materno contém também
fatores protetores e imunológicos que atuam contra Uso de medicamentos
microrganismos e agentes infecciosos, garantindo Saúde, Algumas medicações são passadas para o bebê pelo leite
crescimento e desenvolvimento da criança. materno. Mas, na maioria das vezes, é possível compatibilizar
o tratamento e a amamentação. Por isso, é essencial que a
O leite materno é dinâmico e sua composição vai mudando mãe informe ao profissional de saúde sobre a amamentação
e se adequando durante a mamada. O bem-estar materno sempre que o uso de uma medicação for indicado.
influencia diretamente na liberação do leite. De forma
geral, é nomeado leite anterior aquele que se apresenta O Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira
mais líquido e rico em água, enquanto classifica-se como de Pediatria e a Federação Brasileira das Associações de
leite posterior aquele que tem um maior teor de gordura e Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), produziu - para
proteínas. Mas esta nomenclatura acontece apenas devido profissionais de saúde - o manual Amamentação e uso de
à ação dos hormônios presentes no processo (prolactina medicamentos e outras substâncias, que informa sobre o uso
e ocitocina), pois os dois tipos de leite podem estar de drogas durante o período da lactação.

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Amamentação
Não é necessário preparar o mamilo para a amamentação
durante a gravidez. Técnicas como passar cremes, usar
buchas vegetais, conchas e escovas de dentes são
contraindicadas, uma vez que a estimulação mamilar pode
causar sensibilidade e até fissuras. A melhor forma de
preparo é informar-se sobre o processo da amamentação
e buscar orientações de profissionais qualificados.

O corpo humano tem a capacidade necessária de se


preparar, por conta própria, para a amamentação. A
produção do leite, sua composição e a descida não
dependem de preparação específica. Isto acontecerá no
momento ideal, sem que a gestante precise de artifícios
para preparar a mama.

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A amamentação deve ser feita sempre que o bebê apresentar sinais de
fome, sede ou quando ele solicitar. Isto é, deve ser feita em livre demanda.
Recomenda-se que o bebê seja amamentado sem restrições de horários e
de duração da mamada, levando em conta que o tempo necessário para
esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla,
pode variar dependendo da fome da criança, do intervalo desde a última
mamada ou de outras necessidades. Aconselha-se oferecer os dois seios em
cada mamada, já que a aceitação pode depender da necessidade do bebê
no momento. O ideal é que ele esvazie uma mama para que, então, seja
oferecida a outra, o que é importante para manter a produção do leite. Não
existe um padrão de tempo ideal para cada mamada, por isso, sempre que
possível, a mamada não deve ser interrompida até que a criança se satisfaça.
Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a doze
vezes ao dia.

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Anatomia da mama
A anatomia da mama não tem relação nenhuma com o sucesso da amamentação ou a inviabilização
desta. Os mamilos de cada mulher podem apresentar-se de formas diferentes como, protuso, semi-
protuso, plano e invertido. Desta forma, algumas mães podem precisar de maior atenção, paciência
e devem estar cientes de que o mamilo não influencia na necessidade do uso de bicos artificiais,
pois a efetividade no processo da amamentação está relacionada à pega da maior parte possível da
aréola.

Pega correta
Sentir dor ao amamentar e ardor nas mamas são indicações de que a mulher precisa de ajuda
profissional. Todo profissional de saúde que faz assistência a mães e bebês deve saber observar
criticamente uma mamada. Por isso, desde a primeira mamada do recém-nascido, deve-se buscar
a chamada “pega correta”. A técnica famosa de amamentação consiste em fazer com que o bebê
abocanhe a maior parte da aréola, com a boca bem aberta e os lábios inferiores e superiores virados
para fora, simulando uma “boca de peixinho”.

As posições do corpo da mãe e do bebê também influenciam na pega e devem ser avaliadas
constantemente a cada mamada. Procurar um local calmo, onde esteja confortável, é o começo de
tudo. O bebê deve permanecer confortável também, ou seja, a mãe deve evitar posições onde o
pescoço e a coluna vertebral dele não estejam alinhados. Caso a mama esteja muito cheia, a aréola
pode ficar tensa, endurecida e dificultar a pega. Neste caso, recomenda-se realizar massagem e,
antes da mamada, retirar manualmente um pouco de leite da aréola ingurgitada.

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Sinais que indicam que a pega está adequada: Sinais que indicam que a pega está inadequada:

Boca bem aberta; Bochechas do bebê encovadas a cada sucção,


formando a famosa “covinha”;
Lábio inferior virado para fora;
Ruídos da língua;
Queixo tocando a mama.
Mamilo aparentando estar esticado ou deformado
durante ou após a mamada;

Dor na amamentação.

Saiba o que fazer na hora de amamentar:

Procurar um ambiente tranquilo; Alinhar o corpo do bebê próximo e voltado para o seu;

Escolher a posição mais confortável para ambos; Manter o corpo e a cabeça do bebê alinhados;

Concentrar-se na amamentação e no bebê; Colocar o dedo no canto da boca do bebê sempre que
necessitar parar ou reiniciar a amamentação.
Apoiar o bebê com um travesseiro ou almofada;

Uso de bicos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) desencoraja o uso de mamadeira, chuca, chupeta, protetor de mamilos, bicos
intermediários de silicone ou qualquer outro dispositivo que não seja o seio materno para as crianças que estão sendo
amamentadas. Isso porque interferem negativamente, dificultando todo o processo de amamentação e ainda podem causar a
conhecida “confusão de bicos”, gerando recusa ao seio, redução do estímulo ou fissuras mamilares, por exemplo.

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Aleitamento materno e a Covid-19

A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Estes procedimentos são necessários para minimizar a
Pediatria recomendam que mães portadoras da Covid-19 exposição do bebê ao vírus.
mantenham o aleitamento materno.
Caso a mãe não se sinta confortável em realizar o
Portanto, mães portadoras do vírus que desejam e que aleitamento materno direto com o bebê, ela pode fazer
estejam em condições de amamentar devem continuar a ordenha, realizando os procedimentos higiênicos
oferecendo leite materno para seu bebê, seguindo necessários, e uma outra pessoa ofertar o leite materno ao
rigorosamente os cuidados higiênicos: bebê em um copo ou colher.
• Lavar cuidadosamente as mãos antes e após tocar
no bebê; Estudos recentes demonstraram que o leite humano de
• Utilizar máscara no momento da amamentação; mães infectadas com a Covid-19 pode conter anticorpos
• Evitar falar ou tossir no momento da amamentação; contra o vírus, sugerindo um papel importante na proteção
• Trocar a máscara em caso de tosse, espirro ou se ela do bebê contra a doença. Além disso, outros estudos
estiver úmida; demonstram que há a presença de anticorpos também no
• Limpar e desinfetar superfícies que tenha tocado, leite materno de mães vacinadas contra a Covid-19.
mantendo-as sempre limpas e o ambiente arejado.

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Vacinação
O Programa Nacional de Imunização, criado em 1973, busca Nacional de Imunização são:
assistir todos os indivíduos, em todas as regiões do país, sem • Vacinação de rotina: aquela que acontece diariamente,
distinção de qualquer natureza. As vacinas do programa em todas as unidades básicas de saúde;
estão à disposição nas unidades de saúde, que contam • Campanhas/intensificação: vacinações em massa
também com o empenho das equipes de vacinação que visando alcançar o maior número possível de pessoas
fazem trabalhos itinerantes, levando a imunização a locais com indicação de receber determinada vacina. Elas
de difícil acesso. duram períodos variáveis, mas sempre existe um dia
escolhido para ser o “dia D”, aquele que garantirá uma
O Brasil é um dos países com o calendário vacinal mais maior visibilidade da campanha na mídia, atingindo
extenso e que cobre a maior parte das doenças preveníveis assim uma parcela maior da população;
por imunização na primeira infância. Além disso, o programa • Bloqueio: utilizada em situações de surto (aumento súbito
oferece vacinas próprias para condições clínicas específicas do número de contaminados por uma doença em um
nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais. curto período de tempo e localizado geograficamente,
como varicela em uma creche) no local em que se
É essencial para o desenvolvimento infantil que as crianças pretende barrar o avanço de uma doença.
sejam vacinadas. Trata-se de uma estratégia de política
pública que previne diversas doenças, inclusive as que já Após a aplicação da vacina, podem ocorrer reações
tenham sido erradicadas e que podem reaparecer, como é adversas, como dor e inchaço no local da aplicação, além de
o caso do sarampo. algumas manchas pelo corpo. Casos de reações alérgicas
graves, como anafilaxia, são raros e devem ser notificados
As ações de vacinação recomendadas pelo Programa aos órgãos de controle e vigilância epidemiológica.

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O calendário vacinal brasileiro disponibiliza as seguintes vacinas para crianças e adolescentes:

Vacina Esquema vacinal Doenças preveníveis

BCG Dose única ao nascer. Formas graves de tuberculose.

Dose ao nascer (segunda e terceira doses através da Pentavalente ou na


Hepatite B Hepatite B.
adolescência quando necessário).
Difteria, tétano, coqueluche, hepatite
1ª dose no 2º mês de vida;
B, meningite e outras infecções
Pentavalente 2ª dose no 4º mês de vida;
causadas pelo Haemophilus
3ª dose no 6º mês de vida.
influenzae tipo b.
1ª dose no 2º mês de vida;
Vacina inativada da
2ª dose no 4º mês de vida; Poliomielite (paralisia infantil).
poliomielite (VIP)
3ª dose no 6º mês de vida.
Vacina oral da poliomielite 1ª dose no 15º mês de vida, como reforço da VIP;
Poliomielite (paralisia infantil).
(VOP) 2ª dose aos 4 anos de idade, como reforço.
Vacina Oral de Rotavírus 1ª dose no 2º mês de vida;
Diarreia por Rotavírus.
Humano (VORH) 2ª dose no 4º mês de vida
1ª dose no 2º mês de vida; Pneumonias, meningites, otites
Vacina pneumocócica
2ª dose no 4º mês de vida; e sinusites pelos sorotipos que
10-valente
Dose de reforço no 12º mês de vida. compõem a vacina.
1ª dose no 3º mês de vida;
Vacina meningocócica C Doenças invasivas causadas por
2ª dose no 5º mês de vida;
(conjugada) Neisseria meningitidis do sorogrupo C.
Dose de reforço no 12º mês de vida.

Vacina contra febre amarela Dose no 9º mês de vida e reforço aos 4 anos de vida. Febre amarela.

16
Tríplice viral (SCR) 1ª dose no 12º mês de vida, depois reforçada com tetraviral (SCRV). Sarampo, caxumba e rubéola.

Vacina hepatite A Dose única no 15º mês de vida. Hepatite A.

DTP (tríplice bacteriana) Reforço da Pentavalente no 15º mês de vida e aos 4 anos. Difteria, tétano e coqueluche.

Dose única no 15º mês de vida (2ª dose da tríplice viral –SCR- e 1ª dose Sarampo, caxumba, rubéola e
Tetraviral (SCRV)
de varicela). varicela.

Varicela Dose única aos 4 anos de vida. Varicela.

Vacina contra Covid-19 – Três doses, com intervalo de quatro semanas entre as duas primeiras e
Crianças de 6 meses a 4 anos de oito semanas entre a segunda e terceira. Crianças de 3 e 4 anos que
Covid-19.
e 11 meses tomaram duas doses de CoronaVac devem receber uma dose de reforço
*Consultar esquema vigente de vacinação com o imunizante Pfizer Baby, quatro meses após a segunda dose.
Vacina contra Covid-19 – Duas doses da Pfizer Pediátrica, com intervalo de 21 dias, e o reforço (3ª
Crianças de 5 a 11 anos Covid-19.
*Consultar esquema vigente de vacinação
dose) aplicado quatro meses após a segunda dose.

Duas doses com intervalo de seis meses entre elas. Para meninas de 9 a Infecções pelo Papilomavírus
HPV quadrivalente
14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Humano 6, 11, 16 e 18.
Doenças invasivas causadas
Vacina meningocócica ACWY Dose única entre 11 e 12 anos de idade (atualmente disponibilizada
por Neisseria meningitidis dos
(conjugada) também para adolescentes com idade entre 13 e 14 anos).
sorogrupos A, C, W e Y.
Três doses (considerar doses anteriores aplicadas juntamente com penta
Difteria e Tétano (dT) e DTP) com reforço a cada dez anos. Em casos de ferimentos graves, a Difteria e tétano.
cada cinco anos.
Uma dose a partir dos 5 anos de idade para os povos indígenas sem Meningite, sepse, pneumonias,
Pneumocócica 23 - valente
comprovação da vacina PCV 10. sinusite, otite e bronquite.
Elaboração própria baseada no Calendário Nacional de Vacinação de 2022, do Ministério da Saúde.

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Vacina contra Covid 19 – Gestantes,
puérperas e lactantes

As recomendações atuais do Ministério da Saúde (MS), indicam


que devem ser vacinadas as gestantes, puérperas (até 45 dias após
o parto) e lactantes (mulheres que amamentam) como grupo
prioritário, com ou sem comorbidades, independentemente da
idade dos lactentes (crianças amamentadas). A vacinação é segura
e poderá ser realizada em qualquer trimestre da gestação.
• Atualmente, são disponibilizadas para gestantes e puérperas as
vacinas Sinovac/Butantan, Pfizer/Wyeth e Pfizer bivalente;
• As gestantes e puérperas em idade inferior a 18 anos deverão
ser imunizadas exclusivamente com o imunizante da Pfizer;
• Após receber o esquema básico de vacinação, duas doses, ou
reforço a mais de quatro meses, este público deve receber dose
de reforço com imunizante bivalente.

(Atualizado em 25/05/2023)

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Mamalgesia: amamentação durante a
vacinação
O momento da vacinação pode causar angústia e sofrimento para a família
e o bebê. Isso pode gerar, ocasionalmente, uma falta de adesão a esta ação
importantíssima que previne diversas doenças. Pensando em como tornar
a vacinação um evento menos traumático possível, o Ministério da Saúde,
juntamente diversos órgãos públicos de saúde, lançaram uma nota técnica
incentivando a mamalgesia que é o ato de amamentar o recém-nascido ou
criança durante o processo de vacinação.

Esta estratégia demonstrou, por meio de pesquisas científicas, ser eficaz


na redução de estresse e aumento da calma, por promover conforto físico,
contato pele a pele, calor, sucção, distração, além de acesso aos sons
produzidos pelo corpo materno e seu cheiro. Todo o conjunto de fatores
atua como analgésico, aliviando a sensação de dor.

Por ser uma intervenção não farmacológica, eficaz contra a dor e o estresse,
pode ser utilizada em outros procedimentos, como o teste do pezinho
e a coleta de sangue para exames. Caso haja vacinas orais e injetáveis a
serem feitas, recomenda-se realizar primeiramente a vacina oral e, depois,
a mamalgesia com a aplicação da vacina injetável.

19
Alimentação da nutriz
As recomendações da alimentação para a nutriz devem seguir as mesmas recomendações de
uma alimentação saudável para todos. Selecionamos algumas dicas importantes:
• Deve procurar estabelecer uma alimentação saudável e equilibrada, rica e variada que inclua
carnes, frutas, verduras, legumes e derivados do leite;
• Durante a amamentação deve haver um aumento no consumo de água. A dica é que haja
sempre ao lado da mulher uma garrafinha de água;
• Mulheres vegetarianas devem ter uma atenção maior para fontes de ferro e vitaminas,
principalmente a B12;
• Evitar bebidas alcoólicas, fumo e café em excesso;
• Não há um consenso sobre o assunto, mas caso a mãe suspeite de algum alimento ingerido
que causou algum desconforto no bebê, recomenda-se evitar;
• Este não é o momento de fazer dietas restritivas para perda de peso, pois, dentre outros fatores,
as dietas restritivas podem gerar estresse e afetar a produção de leite.

O termo nutriz ou lactante faz referência à mulher que amamenta.

20
Retorno ao trabalho
e amamentação
Após o retorno ao trabalho, é possível manter o bebê em
aleitamento materno. A seguir, separamos algumas dicas
para ajudar neste momento:
• Antes do retorno ao trabalho, deve ser feita a ordenha
do leite materno para oferecer ao bebê ao longo do
dia, assim ele vai se acostumando com a nova rotina;
• O ideal é que o leite ordenhado seja oferecido ao bebê
em copo, colher ou xícara;
• Quinze dias antes de retornar ao trabalho recomenda-
se estocar o leite materno no freezer. Este leite
armazenado será servido à criança no período em que
a mãe estiver trabalhando;
• O leite materno ordenhado deverá ser armazenado em
potes de vidro com tampa de plástico;
• Importante etiquetar os potes de leite materno
informando a data da ordenha e validade;
• Armazenar o leite materno na quantidade de uma
mamada do bebê, assim evita-se o desperdício do leite
após descongelado;

21
• A validade do leite materno ordenhado é de 12 horas sala de apoio a amamentação, que é um local destinado
armazenado na geladeira e de 15 dias armazenado a mulheres que retornam de licença-maternidade
no freezer; e continuam amamentando seu filho. Neste local é
• O leite materno deve ser descongelado em banho possível ordenhar o leite materno, armazenar durante
maria até atingir a temperatura ambiente para ser a jornada de trabalho e, após expediente, levá-lo
servido ao bebê. Se o bebê não tomar todo o leite, a para casa. Recomenda-se que seja verificado se a
sobra deverá ser descartada; empresa dispõe de um local para fazer a ordenha do
• Para continuar a produzir leite materno, no retorno ao leite materno;
trabalho, é necessário ordenhar o leite em intervalos • O leite materno ordenhado deverá ser transportado
regulares ao longo do dia. Com a rotina estabelecida, para casa em bolsa ou caixa térmica e posteriormente
a mulher começará a perceber quantas vezes será congelado;
necessário ordenhar o leite durante o dia; • Deve-se oferecer o peito sempre que a mulher estiver
• Algumas empresas disponibilizam, às suas funcionárias, com o bebê.

22
Direitos da nutriz durante o
período de amamentação
• D urante os 6 primeiros meses de vida do filho, a mãe tem direito a dois descansos, de 30
minutos cada, durante a jornada de trabalho, destinados à amamentação;
• Nas instituições públicas e privadas existem guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas
para atendimento à gestantes e mães com crianças de colo.

23
Banco de Leite Humano
O Banco de Leite Humano é responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno, como também pela execução de atividades de coleta, seleção, classificação,
processamento e controle de qualidade e distribuição do leite materno. São instituições
que acolhem a mãe que amamenta e oferecem apoio, orientação e auxílio relacionados à
amamentação. Mulheres com produção em excesso podem doar o leite materno para tais
instituições que preparam o leite para prematuros internados em UTIs neonatais, por exemplo.
Recomenda-se que a mulher saiba qual é o banco de leite de referência para o atendimento
na sua área de residência. No site da Fiocruz, entre muitas informações sobre o aleitamento
materno, pode-se encontrar uma listagem da Rede de Bancos de Leite Humano separada por
região do país. Os profissionais de saúde da rede oferecem assistência e captação de doadoras
de leite humano.

24
Fundação Abrinq
A Fundação Abrinq promove a Semana Mundial de Aleitamento Materno,
desde 2012, informando as mães e as suas famílias sobre os benefícios do
aleitamento materno, promovendo campanhas e mamaços, orientando
profissionais de saúde e estimulando municípios a promoverem ações em
prol do aleitamento materno.

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Referências bibliográficas
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Saúde, 2014.
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Atenção Básica, nº 23. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
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