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Unidade III
5 ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA
A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas. Os distúrbios que
incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e comunidades (BRASIL, 2015b).
O ritmo de declínio médio das taxas de mortalidade entre 1990 e 2015 foi de 4,41% ao ano. A redução
total nos níveis da mortalidade na infância no Brasil foi, em geral, acima de 60%, muito maior na região
Nordeste do que nas demais regiões do País. Porém, em todos os estados das regiões Norte e Nordeste,
além dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, a desnutrição ainda aparece
entre as dez principais causas de mortalidade em menores de cinco anos em 2015, porém com taxas de
mortalidade baixas (FRANÇA, 2017).
Uma alimentação adequada, iniciada pela oferta do leite materno nos primeiros meses de vida,
permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla mãe/bebê e regozijo de
toda a sociedade.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015b, p. 7), “o aleitamento materno é a mais sábia estratégia
natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e
eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil”.
A amamentação traz outros benefícios, além de nutrir a criança. É um processo que envolve interação
profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se
defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter
implicações na saúde física e psíquica da mãe.
Vamos falar um pouco sobre as características do leite materno e as vantagens para o recém‑nascido.
Observação
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Unidade III
Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos
gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós‑parto.
O leite de mães de recém‑nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a termo. A tabela a
seguir demonstra a composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo e
pré‑termo e do leite de vaca, comparativamente:
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Devido aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, ocorrem
menos mortes entre as crianças amamentadas. Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto
que a amamentação tem na redução das mortes de crianças menores de 5 anos. A proteção do leite
materno contra mortes infantis é maior quanto menor é a criança (BRASIL, 2015b).
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Unidade III
Dessa forma, então, além de o leite materno conter todos os nutrientes essenciais para o crescimento
e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, e de ser mais bem digerido, quando comparado com
leites de outras espécies, ele possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra
infecções (LEIFER, 2013).
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como
anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina,
lisosima e fator bífido. Este favorece o crescimento do Lactobacilus
bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a
instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella
e Escherichia coli (BRASIL, 2015b, p. 30).
Sendo assim, podemos apontar inúmeras vantagens da amamentação: a prevenção de mortes entre
as crianças de menor nível socioeconômico, principalmente relacionadas à diarreia; proteção contra
infecções respiratórias; diminuição da gravidade dos episódios de infecção respiratória; diminuição do
risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo
asma e sibilos recorrentes; beneficia, em longo prazo, doenças crônicas como hipertensão, colesterol
total e menores riscos de apresentar diabetes tipo 2. Além das vantagens exclusivas à saúde da criança,
é importante salientar sobre as questões favoráveis quanto à praticidade, às condições de higiene,
à disponibilidade e ao custo. A criança amamentada possui um melhor desenvolvimento cognitivo
(BRASIL, 2015b; LEIFER, 2013).
Lembrete
Apesar de a sucção do recém‑nascido ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do
peito de forma eficiente. Quando o bebê pega a mama adequadamente – o que requer uma abertura
ampla da boca, abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola –, forma‑se um lacre
perfeito entre a boca e a mama, garantindo a formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a
aréola se mantenham dentro da boca do bebê. A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando
uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando o reflexo de
deglutição. A retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico
da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo. Enquanto mama no peito, o bebê
respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de respiração nasal (BRASIL, 2015b).
O enfermeiro deve orientar a mãe sobre como deve ser a pega da mama adequada pelo RN, observar
e corrigir se houver falhas, evitando as complicações mamárias, como ingurgitamentos, fissuras
mamilares, mastite, entre outras.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A gengiva do
bebê deve ficar
aqui
Não aqui!
O quadro a seguir elenca os pontos‑chave do posicionamento adequado do bebê para a pega correta
na mama:
A figura a seguir, ilustra as posições da nutriz que são favoráveis para a amamentação e que devem
ser estimuladas e ensinadas pelo enfermeiro durante o pré‑natal e na maternidade.
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Lembrete
Uma iniciativa da OMS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Ministério da
Saúde, concede o título de Hospital Amigo da Criança a maternidades que atendem aos “Dez Passos
para o Sucesso do Aleitamento Materno”. São eles:
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente
transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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Quando a mama está muito cheia, a aréola pode estar tensa, endurecida, dificultando a pega. Em tais
casos, recomenda‑se, antes da mamada, retirar manualmente um pouco de leite da aréola ingurgitada
(BRASIL, 2005a).
Lembrete
Uma importante causa de desmame é o choro do bebê, pois as mães, com frequência, o interpretam
como fome ou cólicas. É preciso esclarecer que existem muitas razões para o choro, incluindo adaptação
à vida extrauterina e tensão no ambiente. As mães devem saber que recém‑nascidos a termo, em
situações especiais (principalmente no estado quieto‑alerta), são capazes de:
• Ir ao encontro da mama da mãe por si próprios logo após o nascimento, se colocados em seu tórax.
• Distinguir tipos de sons, tendo preferência pela voz humana, em especial a da mãe, e pelos sons agudos.
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Unidade III
O Ministério da Saúde recomenda que a amamentação em livre demanda deve ser estimulada, e,
portanto, o tempo de permanência na mama em cada mamada não deve ser fixado. O tempo necessário
para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê e, numa mesma dupla, pode variar dependendo
da fome da criança, do intervalo transcorrido desde a última mamada e do volume de leite armazenado
na mama, entre outros. O mais importante é que a mãe dê tempo suficiente à criança para ela esvaziar
adequadamente a mama. Dessa maneira, a criança recebe o leite do final da mamada, que é mais
calórico, promovendo a sua saciedade e, consequentemente, maior espaçamento entre as mamadas
(BRASIL, 2015b; BRASIL, 2005; LEIFER, 2013).
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São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou total do
leite materno. Nas seguintes situações, o aleitamento materno não deve ser recomendado:
O aleitamento materno não deve ser contraindicado em casos em que a mãe esteja com tuberculose,
hanseníase, hepatite B, hepatite C e dengue. Mães que sejam tabagistas ou utilizem bebida alcoólica
devem ser desestimuladas a esse consumo. No caso da bebida alcóolica, a ingestão de doses iguais ou
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
maiores que 0,3 g/kg de peso pode reduzir a produção láctea. O álcool pode modificar o odor e o sabor
do leite materno, levando à recusa pelo lactente (BRASIL, 2005a; BRASIL, 2015b).
Água, chás e principalmente outros leites devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso
está associado ao desmame precoce e aumento da morbimortalidade infantil. A mamadeira, além de ser
uma importante fonte de contaminação, pode influenciar negativamente a amamentação (MARINHO;
ANDRADE; ABRÃO, 2015; BRASIL, 2015b).
Como mencionado, nos primeiros meses é normal que a criança mame com frequência e sem
horários regulares. Assim, em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de oito a 12
vezes ao dia (BRASIL, 2015b).
Quando, por alguma razão, o bebê não estiver sugando ou a sucção é ineficaz, e a mãe deseja
amamentá‑lo, ela deve ser orientada a estimular a sua mama regularmente (no mínimo cinco vezes ao
dia) por meio de ordenha manual ou por bomba de sucção. Isso garantirá a produção de leite (MARINHO;
ANDRADE; ABRÃO, 2015).
Alguns bebês não conseguem pegar a aréola adequadamente ou não conseguem manter a pega.
Isso pode ocorrer porque o bebê não está bem posicionado, não abre a boca suficientemente ou está
sendo exposto à mamadeira e/ou chupeta.
Não é raro recém‑nascidos, aparentemente normais, não sugarem ou apresentarem sucção débil,
ineficaz, logo após o nascimento. Essa condição pode durar poucas horas ou dias. As seguintes medidas
são úteis para o adequado estabelecimento da amamentação:
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Unidade III
Observação
Embora o aleitamento materno deva ser estimulado a ser feito no seio materno, em geral, pode ser
oferecido por translactação ou copinho. O uso de mamadeira deve ser evitado. O uso do copinho pode
ser liberado quando o bebê for capaz de fazer protrusão lingual para sorver o leite no copinho (acima de
35 semanas de gestação) (CASTRO; ARAÚJO, 2006).
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Algumas malformações orais podem impedir a realização da sucção durante o aleitamento materno.
Mesmo assim, é importante que sejam amamentadas, porque o aleitamento materno, nessas situações,
ajuda a diminuir a probabilidade das infecções do ouvido médio e reduz a inflamação da mucosa nasal
causada por refluxo do leite, comum nessas crianças. A amamentação também promove o equilíbrio da
musculatura orofacial, favorecendo o adequado desenvolvimento das estruturas do sistema motor‑oral,
que estão afetadas nessas crianças. Mãe, bebê e família necessitam de auxílio para que a amamentação
seja bem‑sucedida nessas circunstâncias. Dentre essas malformações encontram‑se a queilosquise e a
palatosquise (BRASIL, 2015b; HOCKENBERRY; WILSON, 2014).
Lembrete
O desmame é um processo que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da
criança, que deve ocorrer naturalmente, na medida em que a criança vai amadurecendo. No desmame
natural, a criança se autodesmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em média entre dois e
quatro anos, raramente antes de um ano. Geralmente, o desmame natural ocorre na criança com idade
maior que um ano, que passa a demonstrar menos interesse nas mamadas e aceita variedade de outros
alimentos (BRASIL, 2015b; BRASIL, 2017).
Observação
A grande maioria das fórmulas existentes no comércio é elaborada à base de leite de vaca. No
entanto, apesar de sua adaptação com relação ao carboidrato, proteínas e vitamina, os fatores
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anti‑infecciosos e bioativos encontrados no leite materno não são encontrados nas fórmulas infantis.
Diante da impossibilidade do aleitamento materno, é recomendado que crianças menores de seis meses
de vida sejam alimentadas com fórmulas infantis para lactentes, e as de seis a doze meses, com fórmulas
de seguimento para lactentes (BRASIL, 2015b).
O aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade e complementado até os
dois anos ou mais. A partir de seis meses, recomenda‑se a introdução de alimentos complementares,
já que antes desse período o leite materno é capaz de suprir todas as necessidades nutricionais do
bebê. Assim, a alimentação complementar deve prover suficientes quantidades de água, energia,
proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos seguros, culturalmente aceitos,
economicamente acessíveis e que sejam agradáveis à criança (BRASIL, 2014; BRASIL, 2017).
A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve levar em consideração
a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as necessidades nutricionais. Por volta dos quatro
a seis meses de vida, a aceitação e a tolerância da alimentação pastosa melhoram sensivelmente não
só em função do desaparecimento do reflexo de protrusão da língua, como também pela maturação
das funções gastrointestinal e renal e também do desenvolvimento neuromuscular. Por volta dos seis
meses de vida, o grau de tolerância gastrointestinal e a capacidade de absorção de nutrientes atingem
um nível satisfatório, e, por sua vez, a criança vai se adaptando física e fisiologicamente para uma
alimentação mais variada quanto à consistência e à textura (BRASIL, 2015b).
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Algumas características importantes verificadas aos seis meses de idade favorecem a introdução de
alimentos complementares, conforme as demonstradas no quadro a seguir:
Características do lactente
Reflexos necessários para a deglutição desenvolvidos.
Reflexo lingual.
Manifesta excitação à visão do alimento.
Sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida por colher.
Início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na mastigação.
Desenvolve ainda mais o paladar e, consequentemente, começa a estabelecer preferências alimentares.
A formação dos hábitos alimentares se processa de modo gradual, principalmente durante a primeira
infância. É necessário que as mudanças de hábitos inadequados sejam alcançadas no tempo adequado,
sob orientação correta. Não se deve esquecer que nesse processo também estão envolvidos valores
culturais, sociais, afetivos/emocionais e comportamentais, que precisam ser cuidadosamente integrados
às propostas de mudança (BRASIL, 2014).
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Unidade III
Lembrete
Após os seis meses, a criança amamentada deve receber três refeições ao dia (duas papas
de fruta e uma salgada/comida de panela). Após completar sete meses de vida, respeitando‑se
a evolução da criança, a segunda papa salgada/comida de panela pode ser introduzida (arroz,
feijão, carne, legumes e verduras). Entre os seis e 12 meses de vida, a criança necessita se
adaptar aos novos alimentos, cujos sabores, texturas e consistências são muito diferentes do
leite materno. Com 12 meses a criança já deve receber, no mínimo, cinco refeições ao dia. A
transição do cardápio e a introdução dos alimentos devem ser feitos gradativamente, como
demonstrado no quadro a seguir:
Aos 6 meses de idade Ao completar 7 meses de idade Dos 12 meses aos 2 anos de idade
Leite materno (livre demanda) Leite materno (livre demanda) Leite materno (livre demanda)
* A refeição deve conter um alimento de cada grupo (cereais ou tubérculos + leguminosas + legumes ou verduras ou carne ou ovos).
Aos seis meses de idade, além do leite materno (livre demanda), a fruta é o primeiro
alimento que deve ser oferecido à criança, na forma raspada ou amassada. Deve‑se iniciar
com um tipo de fruta, no período matutino, lembrando que a amamentação deve ser
prioritária. Ao preparar, o cuidador deve ser orientado a oferecer a fruta higienizada e
descascada. Inicialmente, as frutas ácidas devem ser evitadas, como o abacaxi. Sucos in
natura podem ser oferecidos, porém a fruta amassada conserva mais as suas propriedades
nutritivas. Deve‑se escolher um ambiente tranquilo e colocar a criança confortavelmente
sentada, com apoio e segurança.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Como descrito anteriormente, a fruta deve ser raspada e não triturada, pois nesse momento
é importante que a criança seja exposta a novas texturas e sabores. Pode ser que inicialmente a
criança não aceite plenamente todo o alimento oferecido. O importante é que ela seja sensibilizada
com o novo alimento.
Após o aparecimento da dentição, as frutas podem ser oferecidas em pedaços pequenos ou inteira,
conforme a idade e o desenvolvimento da criança. O tipo de fruta a ser oferecido deve respeitar as
características regionais, custo, estação do ano e hábito alimentar da família (BRASIL, 2015b).
A escolha de uma colher adequada (pequena) para servir os alimentos é fundamental para contribuir
com o sucesso esperado, e deve‑se lembrar que a quantidade inicialmente não deve ser considerada.
Nos primeiros dias da introdução dos alimentos complementares, não é preciso se preocupar com a
quantidade de comida ingerida, o mais importante é proporcionar a introdução lenta e gradual dos
novos alimentos para que a criança se acostume aos poucos.
Em média, são necessárias de oito a dez exposições a um novo alimento para que ele seja aceito pela
criança (BRASIL, 2015b).
Agora vamos aprender sobre as refeições salgadas. É importante que elas sejam equilibradas em
relação aos seus componentes nutricionais, contendo um alimento de cada grupo, tais como os cereais
ou tubérculos, leguminosas, carnes, hortaliças (verduras e legumes) e ovos. O óleo vegetal deve ser usado
em pequena quantidade (BRASIL, 2017).
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A quantidade inicialmente oferecida tende a ser memorizada e induz a criança a aceitar, no mínimo, as
mesmas quantidades em suas próximas refeições. Ao contrário do que tem sido construída socialmente,
por meio de informação equivocada veiculada principalmente pela mídia, a alimentação saudável não é
cara, pois se baseia em alimentos in natura e produzidos regionalmente.
A transição da consistência do alimento oferecido à criança, da papa para pequenos pedaços macios,
ocorre a partir dos seis meses até o primeiro ano de vida. O ideal é que com um ano de idade a criança
esteja familiarizada com os alimentos, e as principais refeições devem ser as mesma que as família
consome, desde que de acordo com os padrões nutricionais recomendados.
Lembrete
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Oriente o cuidador para iniciar a alimentação complementar aos poucos e aumentar gradativamente,
até atingir cerca de 4 a 6 colheres de sopa. Começar sempre com um só tipo de fruta, cereal ou legumes e
a cada 2 a 3 dias ir substituindo por outro para a criança conhecer novos sabores e texturas nos alimentos.
O enfermeiro deverá oferecer adequada orientação para as mães durante esse período, não somente
sobre a transição gradual dos alimentos complementares, mas também sobre a prática de higiene como
meio de prevenção e redução da ocorrência das doenças diarreicas e suas consequentes repercussões
negativas para o estado nutricional das crianças (BRASIL, 2017).
O período de introdução da alimentação complementar é de elevado risco para a criança, tanto pela
oferta de alimentos inadequados, quanto pelo risco de sua contaminação devido à manipulação ou
preparo inadequados, favorecendo a ocorrência de doença diarreica e desnutrição.
Observação
A água usada no preparo deve ser de boa qualidade, e quando se desconhece a procedência da
água, é recomendado tratá‑la, adicionando um agente desinfetante, com o objetivo de eliminar os
microrganismos e tornar a água própria para consumo, ou seja, potável (BRASIL, 2017).
Os pais podem ainda contribuir positivamente para a aceitação alimentar por meio da estimulação
dos sentidos. Isso pode ser feito por meio de palavras elogiosas e incentivadoras, com o toque carinhoso
e permitindo ambiente acolhedor, com pouco ruído, boa luminosidade e conforto à criança. Muitos pais,
talvez por falta de informação, não entendem esse comportamento como normal e interpretam a rejeição
inicial pelo alimento como uma aversão permanente, desistindo de oferecê‑lo à criança. Além disso, como
consequência do seu desenvolvimento, a criança não se satisfaz mais em apenas olhar e receber passivamente
a alimentação. É comum querer colocar as mãos na comida. É importante que se dê liberdade para que ela
explore o ambiente e tudo que a cerca, inclusive os alimentos, permitindo que tome iniciativas. Isso aumenta
o interesse da criança pela comida (BRASIL, 2015b).
Crianças a partir do 6º mês de vida, além da oferta da alimentação complementar, precisam ser
suplementadas com ferro para a prevenção da anemia.
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Unidade III
A nutrição adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para o crescimento e o desenvolvimento
saudáveis. Inadequações no consumo de nutrientes podem comprometer o estado nutricional e
levar ao desenvolvimento de carências ou excessos nutricionais. As doenças carenciais aumentam a
suscetibilidade das crianças a diarreias e infecções, além de poder comprometer a maturação do sistema
nervoso, visual, mental e intelectual (CARVALHO et al., 2015).
A desnutrição é um problema de saúde pública que, durante muitos anos, tem afetado a população,
sobretudo em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Esse mal faz milhares de vítimas de todas
as idades, mas atinge principalmente as crianças, que, quando vítimas da desnutrição, podem sofrer
consequências danosas em seu desenvolvimento, especialmente o motor (FRAGA; VARELA, 2012).
É considerada como uma doença de natureza clínico‑social multifatorial, cujas raízes se encontram
na pobreza. A desnutrição grave acomete todos os órgãos da criança, tornando‑se crônica e levando
a óbito, caso não seja tratada adequadamente. Pode começar precocemente na vida intrauterina
(baixo peso ao nascer) e frequentemente cedo na infância, em decorrência da interrupção precoce
do aleitamento materno exclusivo e da alimentação complementar inadequada nos primeiros 2 anos
de vida, associada, muitas vezes, à privação alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos
episódios de doenças infecciosas (diarreias e doenças respiratórias). Isso gera a desnutrição primária
(BRASIL, 2005a; BRASIL, 2017).
A desnutrição está associada a várias outras doenças e ainda hoje é considerada uma das doenças
que mais mata crianças abaixo de cinco anos. No mundo todo, e também no Brasil, o tipo prevalente
de desnutrição corresponde à baixa estatura, que vem ganhando relevo como indicador não só de
desnutrição, mas também de pobreza, pois hoje se sabe que o fator ambiental é significativo, assim
como o fator genético, na determinação da estatura final do indivíduo (SAWAYA, 2006).
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Recentemente, dados epidemiológicos têm mostrado uma diminuição em torno de 50% nos índices
de prevalência da desnutrição infantil no Brasil, sendo que dois terços desse declínio se efetuaram por
intermédio de melhorias na escolaridade materna, ampliação do poder aquisitivo familiar da parcela
carente, em especial, além dos avanços no que diz respeito ao acesso à assistência à saúde e às condições
do saneamento básico (SOARES et al., 2013).
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Unidade III
O sucesso no cuidado da criança com desnutrição grave requer que ambos os problemas, clínico e
social, sejam identificados, prevenidos e resolvidos da melhor forma possível. Se a doença é abordada
apenas do ponto de vista clínico, é provável que a criança tenha uma recaída quando voltar para casa
e que outras crianças da família estejam, entrem ou permaneçam em risco de desnutrição. Do mesmo
modo, se o problema é abordado apenas como social, muitas vidas serão perdidas, uma vez que a
desnutrição requer agilidade e presteza no seu enfrentamento.
A criança com desnutrição grave tem sua fisiologia muito alterada em relação à criança eutrófica,
necessitando de cuidados hospitalares especializados, principalmente na fase mais grave da doença,
quando frequentemente estão presentes as infecções e distúrbios hidroeletrolíticos associados, que
podem levar a criança à morte (UNICEF, 2005).
• Específica: quando falta um nutriente específico. Exemplos: anemia ferropriva, escorbuto, raquitismo.
• Global: quando é caracterizada por um déficit proteico e um déficit calórico (energético). Exemplo:
desnutrição proteico‑calórica (marasmo, Kwashiorkor).
O marasmo, o Kwashiorkor e o nanismo nutricional são tidos como as formas clínicas mais severas
da desnutrição. Existe a forma mista, ou Kwashiorkor‑marasmático, na qual as duas formas isoladas se
sobrepõem (SOARES et al., 2013).
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
6.1.1 Kwashiorkor
É uma doença ocasionada pela desnutrição, em que a ingestão calórica é adequada, mas insuficiente
de proteínas. Geralmente são crianças alimentadas à base de carboidratos (mandioca e milho), muitas
vezes única e restrita fonte de alimento.
A palavra kwashiorkor, na língua de Gana, significa “doença do primogênito, quando nasce o segundo
filho”. Dessa forma, pensando que, ao nascer o segundo filho, ocorre o desmame do primeiro, e a falta
de alimentos, pobreza e condições de vida, faz com que essas crianças não se alimentem efetivamente,
levando à desnutrição calórico‑proteica (BRASIL, 2002).
Afeta crianças acima de 2 anos (principalmente 2 e 3), quando se verifica carência mais proteica
do que energética, em que o tecido celular subcutâneo é preservado. A falta de ingestão proteica
leva à hipoalbuminemia, que leva ao edema, importante sinal desse tipo de desnutrição. Apresenta
hepatomegalia, devido a esteatose hepática e diarreia (BRASIL, 2005a).
Demonstra, devido à baixa oferta de nutrientes, emagrecimento relevante na região torácica e dos
segmentos proximais, além de apresentar edema nos segmentos distais. Possuem retração das gengivas
e lábios rachados.
6.1.2 Marasmo
177
Unidade III
Marasmo Kwashiorkor
Magreza extrema e atrofia muscular. Edema geralmente generalizado.
Perda intensa de tecido subcutâneo. Perda moderada de tecido subcutâneo.
Abdome proeminente devido à magreza. Hepatomegalia.
Aspecto simiesco. Cabelo fraco, seco e descolorido.
Pele frouxa, sobretudo nas nádegas. Alterações cutâneas são frequentes.
Peso para idade sempre inferior ao percentil 3. Peso para idade muito abaixo do percentil 3.
Irritabilidade. Apatia.
Apetite preservado na maioria dos casos. Anorexia.
Saiba mais
A desnutrição infantil pode ser investigada pelas medidas antropométricas, exames laboratoriais,
manifestações clínicas e alimentares. Os indicadores antropométricos são mais utilizados, sendo muito
comum a denominação de desnutrido quando a criança tem baixo peso para a idade ou para a estrutura.
Como já mencionado anteriormente, o enfermeiro, durante o exame físico, deve, dentre tantas outras
avaliações, verificar a curva de crescimento da criança e identificar o estado nutricional em que se encontra.
As medidas adotadas em relação à desnutrição, ou o risco para desnutrir (em casos de pesos abaixo da
curva de referência), devem ser pontuais, considerando a conduta que deverá ser tomada no atendimento
quanto ao monitoramento/ acompanhamento e, nos casos mais graves, o encaminhamento da criança
para a atenção terciária. A conduta do enfermeiro perante a avaliação do estado nutricional da criança
deverá ser considerada mediante as diretrizes demonstradas no quadro a seguir:
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O atendimento à criança desnutrida deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar. Uma
alimentação correta deve ser estabelecida e a família, orientada na forma de introduzi‑la. É essencial que
a alimentação esteja de acordo com as peculiaridades da fisiopatologia da desnutrição, principalmente
nos casos graves e que atenda adequadamente às necessidades nutricionais, primeiro para a estabilização
metabólica da criança e, em seguida, para a sua reabilitação.
O cálculo do ganho médio de peso semanal permite avaliar se as medidas adotadas para corrigir a
desnutrição estão sendo eficientes e, consequentemente, refletidas no ganho de peso esperado. Esse cálculo
deve ser feito quando a criança já se encontra hidratada e sem edema e a partir do dia em que começa a
receber o preparado alimentar. Se a criança estava inicialmente com edema ou desidratada, considerar o
peso inicial como aquele em que a criança edematosa deixa de perder peso e a desidratada já está hidratada.
179
Unidade III
Marque no gráfico de crescimento da criança o dia em que isso acontece para que se saiba, com precisão,
qual era o seu grau de desnutrição, segundo o indicador de peso por altura (BRASIL, 2005a; BRASIL, 2017).
Classificação do
ganho de peso Valor de referência Conduta
Exemplo de aplicação
Uma criança com desnutrição hidratada e sem edema pesou, no primeiro dia após a introdução
do preparado alimentar inicial, 8.500 g. No 7º dia, seu peso foi de 8.850 g. Calcule seu ganho médio
semanal de peso/dia no período:
Peso em gramas no 7º dia (P2) menos o peso no 1º dia, ou quando a criança já está hidratada e sem
edema (P1), dividido pelo período (no caso, 7 dias).
Calcule em seguida o ganho médio de peso (GMP)/kg de peso da criança/dia neste período:
GMP/Kg de peso/dia dividido pelo peso médio da criança = GMP/dia, seguindo a orientação abaixo:
8,5 (1º peso) + 8,85 (2º peso)/2 = 8,675 kg (peso médio da criança)
Nesse exemplo, o ganho médio de peso/kg de peso/dia é considerado moderado, quando o desejado
é acima de 10 g/dia (BRASIL, 2005a).
A criança deverá ser avaliada semanalmente até que esteja fora do risco de desnutrição.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Algumas crianças com deficiência de vitamina A podem apresentar manifestações clínicas oculares,
como cegueira noturna, xerose conjuntival, xerose corneana ou ulceração de córnea ou ainda o
amolecimento da córnea (queratomalácia) e têm alto risco de cegueira permanente (BRASIL, 2002).
Observação
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Unidade III
Uma implicação clínica associada à desnutrição são as anemias, uma vez que com a ingestão
insuficiente de macro e micromoléculas, podem ocorrer distúrbios metabólicos a médio ou longo prazo.
A anemia é definida como processo patológico no qual a concentração de hemoglobina (Hb), contida
nos glóbulos vermelhos, encontra‑se anormalmente baixa, respeitando‑se as variações segundo idade,
sexo e altitude em relação ao nível do mar, em consequência de várias situações, como infecções crônicas,
problemas hereditários sanguíneos ou carência de um ou mais nutrientes essenciais necessários na
formação da hemoglobina, como ácido fólico, vitaminas B12, B6 e C e proteínas. Entretanto, não resta
dúvida de que a deficiência de ferro é a responsável pela maior parte das anemias encontradas, sendo
denominada de anemia ferropriva (BRASIL, 2017).
O ferro apresenta como funções o transporte de oxigênio e elétrons para as células, além de integrar os
sistemas enzimáticos de diversos tecidos. Sua deficiência pode comprometer o desenvolvimento mental,
cognitivo e físico, além de diminuir a resistência às infecções, com repercussão no aumento da frequência
de morbidades. Baixa escolaridade materna, número elevado de pessoas residentes no mesmo domicílio,
reduzida duração do aleitamento materno exclusivo e baixo peso ao nascer são alguns dos principais
fatores de risco para anemia (NETTO, 2011).
Cerca de 50% dos casos da anemia ferropriva acontecem em função da deficiência de ferro determinada
pela dieta insuficiente em ferro. As outras causas são relacionadas às deficiências de folato, vitamina B12
ou vitamina A, inflamação crônica, infecções parasitárias e doenças hereditárias (WHO, 2012).
O ferro é um micronutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese de células vermelhas
do sangue (hemácias) e no transporte do oxigênio no organismo. Há dois tipos de ferro nos alimentos:
ferro heme (origem animal, sendo mais bem absorvido) e ferro não heme (encontrado nos vegetais).
Observação
O ferro não heme possui baixa biodisponibilidade, então, o enfermeiro, com base nessa informação,
deve orientar a mãe/cuidador que é importante que a criança faça a ingestão, na mesma refeição, de
alimentos que melhoram a absorção desse tipo de ferro, por exemplo, os ricos em vitamina C, disponível
em frutas cítricas (como: laranja, acerola, limão e caju), os ricos em vitamina A, disponível em frutas
(como: mamão e manga) e as hortaliças (como: abóbora e cenoura) (BRASIL, 2013d).
A utilização de suplementação medicamentosa com sais de ferro para prevenir e tratar a anemia é um recurso
tradicional e amplamente utilizado, sendo a forma oral de administração a preferencial. Ela deve ser usada como
ação curativa em indivíduos deficientes ou, profilaticamente, em grupos com risco de desenvolver anemia.
Observação
As reservas de ferro nos neonatos até os seis meses de idade, recebendo a amamentação exclusiva,
são suficientes. A partir dos seis meses de idade, o Ministério da Saúde recomenda que, para a prevenção
da anemia ferropriva, as crianças recebam 1 mg de ferro elementar/kg, diariamente, até completar 24
meses (BRASIL, 2013d).
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Unidade III
As parasitoses intestinais não são causas diretas da anemia, mas podem piorar as condições de
saúde das crianças anêmicas. Por isso, para o melhor controle da anemia, faz‑se necessário que, além
da suplementação de ferro, sejam implementadas ações para o controle de doenças parasitárias, como
a ancilostomíase e a esquistossomos.
A suplementação profilática com ferro pode ocasionar o surgimento de efeitos colaterais em função
do uso prolongado. Os principais efeitos são: vômitos, diarreia e constipação intestinal.
Observação
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Resumo
185
Unidade III
Exercícios
Questão 1. (FUNCAB, 2011) O aleitamento materno, por suas qualidades bioquímicas e nutritivas, é
o melhor alimento para a criança. O Ministério da Saúde recomenda que:
C) A amamentação deve ser exclusiva nos primeiros quatro meses, depois se introduz, gradualmente,
os sucos de fruta e água.
E) A amamentação no seio, se possível, seja iniciada dentro da primeira hora após o parto.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: recomenda‑se que nos primeiros 6 meses o bebê tome apenas leite materno. A mamadeira,
além de ser uma importante fonte de contaminação, pode influenciar negativamente a amamentação.
Observa‑se que algumas crianças, depois de experimentarem a mamadeira, passam a apresentar dificuldade
quando vão mamar no peito.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: recomenda‑se que a criança seja amamentada na hora que quiser e quantas vezes
quiser. É o que se chama de amamentação em livre demanda. Nos primeiros meses, é normal que a
criança mame com frequência e sem horários regulares. Em geral, um bebê em aleitamento materno
exclusivo mama de oito a 12 vezes ao dia.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, e
que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno, sem necessidade de sucos, chás, água e
outros alimentos. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito, melhor para ele e para a mãe. Depois dos 6
meses, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos saudáveis e de hábitos da família.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa correta.
Questão 2. (FUNCAB, 2011) A doença que afeta a criança causada pelo suprimento inadequado de
proteína, de energia ou de ambas, considerada como resultante de desnutrição grave é denominada de:
A) Botulismo.
B) Marasmo.
C) Diarreia.
D) Estrongiloidíase.
E) Virose.
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