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Guia Alimentar para Crianças Brasileiras

O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras é um documento oficial do Ministério da


Saúde alinhado ao Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014. Ele traz
recomendações e informações sobre alimentação de crianças nos dois primeiros anos de vida
com o objetivo de promover saúde, crescimento e desenvolvimento para que elas alcancem
todo o seu potencial. Além de apoiar a família no cuidado cotidiano, este documento subsidia
os profissionais no desenvolvimento de ações de educação alimentar e nutricional em âmbito
individual e coletivo no Sistema Único de Saúde (SUS) e em outros setores. Ele é, também, um
instrumento orientador de políticas, programas e ações que visem apoiar, proteger e promover
a saúde e a segurança alimentar e nutricional das crianças brasileiras.

A alimentação tem papel fundamental em todas as etapas da vida, especialmente nos


primeiros anos, que são decisivos para o crescimento e desenvolvimento, para a formação de
hábitos e para a manutenção da saúde. Nas últimas décadas, ocorreram diversos avanços na
implementação de políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e
à alimentação complementar saudável. Exemplos disso são a Política Nacional de Alimentação
e Nutrição, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança, a implementação da
Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL), entre outras. No entanto, são muitos os
desafios a serem superados para se garantir a prática de uma alimentação adequada e
saudável no início da vida. Apesar de a prática da amamentação ter aumentado no Brasil, sua
duração ainda é menor do que a recomendada. Duas em cada três crianças menores de seis
meses já recebem outro tipo de leite, sobretudo leite de vaca, frequentemente acrescido de
alguma farinha e açúcar, e somente uma em cada três crianças continua recebendo leite
materno até os dois anos de idade.

Além disso, desde os primeiros anos de vida, as crianças estão consumindo pouca
variedade de alimentos saudáveis como os alimentos in natura ou minimamente processados e
estão sendo expostas muito cedo a alimentos ultraprocessados que podem prejudicar a sua
saúde. Assim, o desmame precoce e a alimentação de baixa qualidade e pouco variada
ocasionam diferentes formas de má nutrição, prejudicando o desenvolvimento infantil. De um
lado, aumenta a cada ano a parcela da população infantil que já apresenta excesso de peso
(sobrepeso e obesidade) devido a intensas mudanças nas práticas alimentares e no modo de
vida da sociedade, tais como: aumento do consumo de alimentos não saudáveis, como os
ultraprocessados; a existência de ambientes que favorecem seu consumo; falta de tempo da
família para o preparo das refeições em decorrência, por exemplo, de extensas jornadas de
trabalho e de deslocamento, particularmente nas grandes cidades; falta de rede de apoio às
mulheres trabalhadoras e a suas famílias para o cuidado com as crianças e perda ou diminuição
da tradição de cozinhar e da transmissão das habilidades culinárias entre as gerações, dentre
outras.

De outro, casos de desnutrição, anemia e deficiência de vitamina A continuam a existir,


seja em grupos populacionais marcados pela dificuldade de produzir ou adquirir seus
alimentos; seja pela violação de direitos básicos em função das condições socioeconômicas, de
conflitos pela posse de terras ou outros fatores. Em algumas realidades, ainda que o alimento
esteja presente, essas deficiências nutricionais também podem ser resultado da inadequação
da alimentação ou da presença de doenças. Com o intuito de apoiar as famílias e orientar
políticas públicas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os governos
elaborem diretrizes nacionais sobre alimentação e nutrição. Essas diretrizes são normalmente
apresentadas em guias alimentares, que têm o objetivo de fornecer informações atualizadas e
objetivas em linguagem acessível para todas as pessoas, levando em conta as culturas dos
países e de suas populações. A primeira versão do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras
Menores de 2 Anos foi publicada em 2002, sendo revisada em 2010. Esta nova edição busca
responder às transformações sociais e às mudanças nas práticas alimentares ocorridas nos
últimos anos e, também, alinha sua abordagem e suas recomendações ao Guia Alimentar para
a População Brasileira. Esta publicação reforça o compromisso e a prioridade absoluta do
Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e
garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) às crianças, considerando a
especificidade e a relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento do ser humano.

Amamentação
O leite materno é o alimento ideal para a criança, estando totalmente adaptado às suas
necessidades nos primeiros anos de vida, contém anticorpos que protegem contra infecções
(como diarreia, infecções respiratórias, de ouvido e outras). Nos dois primeiros anos de vida o
aleitamento materno pode prevenir o aparecimento de várias doenças na vida adulta (asma,
diabetes, obesidade) e favorece o desenvolvimento do sistema imunológico, a maturação do
sistema digestório e neurológico. A Amamentação produz vários estímulos importantes para a
boca e para os músculos do rosto, evitando problemas de respiração, mastigação, fala,
alinhamento dos dentes, também deglutição; ajuda no desenvolvimento infantil e
estabelecimento de laços afetivos entre a mãe e o bebê. É recomendado que a criança seja
amamentada por dois anos ou mais, sendo nos primeiros seis meses amamentação exclusiva
(apenas com leite materno). Nenhum outro tipo de alimento se faz necessário, como água,
chá, suco ou outros leites. O leite materno pode variar de cor e sabor de acordo com os
alimentos ingeridos pela mãe. Através dele a criança entra em contato com diferentes sabores,
o que influenciará nas suas reações a partir dos 6 meses, quando começará a receber a
alimentação complementar. Amamentar é um direito da mãe e ser amamentada é um direito
da criança. Cabe à escola acolher e apoiar essas mães, disponibilizando um local com ambiente
adequado para que possam amamentar seus filhos, bem como estar preparada para receber e
armazenar o leite materno para ser oferecido à criança durante o período de permanência na
escola. Em anexo segue o Protocolo para Manejo do Leite Materno.

ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DE 1 A 2 ANOS DE IDADE


Nesta faixa etária, a alimentação já deve ser similar à consumida pela família. Os
alimentos escolhidos devem ser adequados à capacidade de mastigar e engolir da criança e o
tamanho das porções devem ser adequadas conforme a aceitação. As refeições devem ser
preparadas com pouco óleo e sal, não devem ser adicionados temperos
prontos/industrializados, corantes artificiais e açúcar. Neste momento a criança passa a receber
o café da manhã e o lanche da tarde. Novos alimentos começam a ser introduzidos. É
importante apresentar à criança a maior diversidade possível de alimentos saudáveis, como
grãos integrais, diferentes tipos de frutas, verduras e legumes, para reforçar e construir o
hábito alimentar. Nesta fase, inicia-se o treinamento para o uso de talheres estimulando a
coordenação e a destreza motora, funcionando como importante incentivo ao
desenvolvimento.

Café da Manhã pão com requeijão caseiro + leite sem


açúcar + ou biscoito sem recheio + vitamina
de leite com fruta sem açúcar.
Almoço arroz + feijão + carne com mandioquinha +
salada de repolho com cenoura + maçã ou
arroz + feijão preto + lombo suíno com
abóbora + salada de alface com tomate +
abacaxi.
Lanche da Tarde pão de queijo + suco de maracujá com maçã
sem açúcar ou bolo de banana sem açúcar +
leite sem açúcar ou torta salgada + suco de
laranja sem açúcar ou pão com creme
vegetal + vitamina de com fruta sem açúcar.
Jantar risoto de carne com legumes + feijão ou
macarrão integral + molho de frango ou sopa
de carne com macarrão e legumes.
Referencias:

https://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/servicos-publicos/alimentacao-escolar/
guia_menores2anos.pdf

http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf

https://blog.brandili.com.br/piramide-alimentar-infantil/

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