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Assistência de Enfermagem a Criança e Adolescente com

Alterações Nutricionais

Docente
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Claudeth Cahote
NECESSIDADES NUTRICIONAIS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE

A alimentação é um dos determinantes mais importantes da nossa saúde e, nos primeiros anos
de vida, tem uma importância ainda maior. A alimentação na infância tem um papel
determinante no crescimento e desenvolvimento das crianças e é neste período que se moldam
os nossos gostos e preferências alimentares e que programamos a nossa saúde futura.
O comportamento alimentar de crianças e adolescentes sofre diversas interferências, em
especial do ambiente em que estão inseridos. Ambiente alimentar é definido pelo habitar
físico, econômico, político e sociocultural onde um indivíduo vive, estuda ou trabalha e que
podem afetar a qualidade da alimentação e o estado nutricional dos indivíduos e da população.
Um ambiente que proporcione bons hábitos alimentares é capaz de influenciar no
desenvolvimento de um comportamento alimentar saudável e prevenir doenças crônicas não
transmissíveis, como a obesidade.
Apenas a educação alimentar e nutricional de forma isolada não basta além disso, alimentação
saudável não é simplesmente uma questão de escolha individual. Trata-se de um direito
garantido pela nossa Constituição e também é obrigação do Estado.

A alimentação deve ser baseada na Roda dos alimentos incluindo diariamente alimentos dos
sete diferentes grupos, com as porções diárias adequadas à criança.
Cereais e derivados, tubérculos (4 a 5 porções);
Fruta (3 a 4 porções);
Hortícolas (3 a 4 porções);
Lacticínios (2 a 3 porções);
Carne, Pescado e ovos (1,5 a 2 porções);
Leguminosas (1 porção);
Gordura e óleos (1 porção).

As necessidades variam consoante as funções do organismo, o crescimento e o gasto


energético de cada criança, em média, crianças de 3 anos devem consumir 1300 calorias e
crianças com 6 ou mais anos em média 1700 calorias.
A ingestão de alimentos deve ser distribuída por 5 a 6 refeições por dia, com um intervalo
estimado de em média 3 horas, é importante a necessidade de fazerem várias refeições por
dia, para um melhor equilíbrio do organismo. É recomendado o pequeno-almoço, lanche da
manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia caso necessário.
Como devemos constituir de cada refeição
Pequeno-almoço
A primeira refeição do dia é uma das mais importantes, pois garante que o dia comece com
toda a energia necessária ao bom funcionamento do organismo. A carência de ingestão
alimentar, especialmente ao pequeno-almoço associa-se a falta de concentração das crianças
na escola por falta de energia (glicose) a ser utilizado pelo cérebro, Deverá ser composta por
uma fonte de proteína (leite, iogurte, queijo ou ovo) um hidrato de carbono complexo (pão de
cereais, aveia, cereais de pequeno-almoço não açucarados), uma pequena porção de gordura
(azeite, frutos secos ou manteiga de frutos secos, queijo), e fruta, uma fonte de vitaminas,
minerais e fibra, importantes para a nossa saúde.
Lanches
Devem ser constituídos por boas fontes proteicas e hidratos de carbono complexos, resultando
numa refeição leve. Os iogurtes, sandes, fruta, frutos secos, tomate, queijo fresco, fruta, tostas
de milho, entre outras opções são bons alimentos para esta refeição.
Almoço / Jantar
Iniciar com uma sopa de legumes.
No prato, incluir legumes/salada em metade do prato, uma porção de hidratos de carbono
(arroz, massa, batata ou batata-doce) que deverá corresponder a 1/4 do prato, uma porção
proteína (carne, peixe e ovo) e uma porção de leguminosas (feijão, grão de bico, ervilhas)
correspondendo cada a 1/8 do prato. Para sobremesa deve optar por uma peça de fruta. A
bebida de acompanhamento da refeição deve ser água.
Recusas alimentares na criança

Na infância as crianças começam a expressar as suas preferências alimentares e é também


nesta fase que surgem as recusas alimentares para alimentos como legumes, peixe, carne e
fruta. Muitos pais têm dificuldade em que as crianças aceitem e consumam estes alimentos,
por isso algumas recomendações do que pode fazer:

Incentivar o consumo de fruta e legumes (reforço de vitaminas e minerais para o seu


crescimento);

Misturar os legumes com alimentos que a criança já goste;

Colocar o alimento recusado com alimentos já aceites pela criança;


Construir desenhos no prato com os alimentos para tornar o prato mais atrativo;

Preparar o alimento com diferentes confecções.

Durante este período da vida, os pais e familiares próximos são os modelos que as crianças
tendem a imitar. De um modo geral, quando os pais têm hábitos alimentares saudáveis, os
filhos também.

Alimentação na escola
Sabemos que na indústria existem centenas de alimentos com excesso de açúcar e gorduras
saturadas que devem ser evitados, mas que a maioria das crianças os consome, nomeadamente
bolachas, chocolates, bolos com recheio, refrigerantes entre outros. Estes alimentos são
levados muitas das vezes como lanches escolares e influenciam negativamente a educação
alimentar da criança e dos colegas, por isso, é importante que faça boas escolhas alimentares
para o seu filho, evitar alimentos processados com excesso de açúcar e gordura saturada que
promovem a obesidade e outras doenças associadas como diabetes, hipertensão, dislipidemias
e doenças cardiovasculares.

Excesso de peso e obesidade infantil

A obesidade é um importante problema de Saúde Pública e uma doença crónica, com génese
multifatorial que requer esforços continuados para ser controlada, constituindo uma ameaça
para a saúde e um importante fator de risco para o desenvolvimento e agravamento de outras
doenças.

Necessidades Nutricional do Adolescente.

Energia

As necessidades energéticas estão aumentadas e guardam estreita relação com a velocidade de


crescimento e a atividade física. Os requerimentos energéticos aumentam de acordo com a
velocidade de crescimento estrutural, o que permite afirmar que os incrementos de estatura
refletem melhor o período de crescimento. As diferenças entre os sexos masculino e feminino,
evidentes no início da puberdade, acentuam-se ao longo da adolescência e estão de acordo
com a atividade física.
Proteínas

O rápido crescimento muscular durante o estirão na fase puberdade exige elevada oferta
proteica, influenciada pela velocidade de crescimento, estado nutricional prévio, qualidade
proteica da dieta e a oferta energética.

Vitaminas

As hidrossolúveis (tiamina, niacina e riboflavina) cumprem importantes funções no


metabolismo energético e as recomendações sobre sua ingestão devem ter como base a
ingestão energética.

Em relação às recomendações, deve-se levar em conta que as necessidades de tiamina


aumentam com o consumo de grandes doses de açúcares refinados, padrão alimentar comum
na adolescência. Alguns adolescentes, principalmente os fumantes e os que utilizam
contraceptivos orais, podem apresentar deficiência de vitamina C.

As necessidades de vitamina B12 também são elevadas e o risco de carência é especialmente


alto nos casos de dietas radicais e vegetarianos exclusivos. O ácido fólico é importante
durante os períodos de grande replicação celular e crescimento. Entre as vitaminas
lipossolúveis, as necessidades de vitamina A aumentam consideravelmente nos períodos de
crescimento acelerado.

A vitamina D está envolvida no metabolismo do cálcio, fósforo e na mineralização óssea,


sendo necessários até 10 mg no período de maior velocidade do crescimento ósseo.

Minerais

A oferta de minerais é imprescindível para o correto funcionamento de numerosos sistemas


enzimáticos e para permitir a expansão dos tecidos metabolicamente ativos, que sofrem
notável incremento durante este período.

Cálcio

Aproximadamente 99% do cálcio do organismo encontram-se na massa óssea. Como o


adolescente apresenta aumento dessa massa, as necessidades dietéticas do cálcio nesta fase
são significativas. A maioria dos adolescentes tem dieta pobre em cálcio e a quantidade deste
mineral absorvida de diferentes tipos de dieta é muito variada. Certos nutrientes, como o
fósforo, proteínas e fatores antnutricionais, interferem na sua absorção. A resposta positiva à
ingestão de cálcio parece ser melhor com leite ou sais de fosfato de cálcio de extratos do leite
do que com carbonato ou citrato de cálcio. Portanto, recomenda-se que 60% das necessidades
de cálcio sejam fornecidas sob a forma de produtos lácteos, em razão da alta
biodisponibilidade deste, pois se apresenta organicamente ligado à caseína. A necessidade
diária estimada para o adolescente é de 1.300 mg.

Ferro

No período da adolescência, há aumento das necessidades de ferro devido à expansão do


volume plasmático para disposição de maior massa eritrocitária e de maior quantidade de
mioglobina, importantes no desenvolvimento da massa muscular, principalmente em meninos
durante o pico de crescimento puberdade e nas meninas após a menarca. A deficiência de
ferro na adolescência é muito frequente. Neste período, há elevada prevalência de anemia por
inadequação de ferro na dieta e pelo aumento das necessidades desse mineral. Ressalta-se a
maior biodisponibilidade do ferro heme em alimentos de origem animal, devendo-se
monitorar a ingestão de carnes (bovina, suína, de pescado e de aves) pelo adolescente,
principalmente o adepto à dieta vegetariana, as recomendações diárias são de 8 mg/dia para
ambos os sexos nas idades entre 9 e 13 anos e 11 mg/dia e 15 mg/dia, respectivamente, para
meninos e meninas entre 14 e 18 anos.

Zinco

Este oligoelemento tem adquirido importância na nutrição por estar relacionado à regeneração
óssea e muscular, desenvolvimento ponderal e maturação sexual. Atraso de crescimento e
hipogonadismo têm sido relatados em adolescentes do sexo masculino com deficiência de
zinco.as recomendações diárias são de 8 a 11mg/dia
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A influência da nutrição na saúde do indivíduo pode ser analisada através da avaliação do


estado nutricional a qual tem como objetivo identificar distúrbios nutricionais, possibilitando
uma intervenção adequada de forma a auxiliar na recuperação ou manutenção do estado de
saúde do indivíduo ou coletividade, consiste na utilização de métodos e procedimentos
diagnósticos (dados clínicos, dietéticos, bioquímicos, antropométricos, entre outros) com a
finalidade de avaliar, examinar as manifestações orgânicas decorrentes da influência das
relações que ocorrem entre o homem, o ambiente e o alimento, no interior de uma sociedade,
identificando as causas prováveis visando estabelecer atitudes de intervenção.

A importância da avaliação nutricional é reconhecida tanto na atenção primária, para


acompanhar o crescimento e a saúde da criança e do adolescente, quanto na detecção precoce
de distúrbios nutricionais, seja desnutrição ou obesidade, a avaliação do estado nutricional é
uma condição fundamental no estudo da criança e do adolescente, sendo possível verificar,
averiguar, investigar se o crescimento está se afastando do padrão adotado e esperado, seja
por doença ou condições sociais desfavoráveis. Segundo American Dietetic Association, a
avaliação nutricional é definida como uma ‘’abordagem para a definição do estado nutricional
por meio das histórias médica, alimentar e medicamentosa, do exame físico, das medidas
antropométricas e dos exames bioquímicos, validado e analisado por um profissional
habilitado, o objetivo da avaliação é identificar distúrbios e riscos nutricionais, além de aferir
a gravidade desses distúrbios, para traçar condutas que possibilitem a recuperação ou
manutenção adequada do estado de saúde do paciente.

Um dos primeiros registros da avalição se deu em 1936 na área hospitalar, onde médicos
começaram a aferir o peso de pacientes submetidos à cirurgia de úlcera péptica, relacionando
a perda de peso com complicações pós-operatória
ANTROPOMETRIA

A antropometria tem como função “medir as variações nas dimensões físicas e na


composição global do corpo humano em diferentes idades e em distintos graus de nutrição, é
um método muito tradicional e utilizado na avaliação do estado nutricional, tanto em
indivíduos quanto em coletividades, haja vista suas vantagens, muito bem esclarecidas na
literatura, como: facilidade de aplicação, baixo custo e caráter pouco invasivo, além de ser
universal.

A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de


crianças, pois permite avaliar o potencial de desenvolvimento físico alcançado já que
distúrbios na saúde e na nutrição, independentemente de suas etiologias, invariavelmente
afetam o crescimento infantil Os parâmetros antropométricos usualmente utilizados para
avaliar a condição nutricional de crianças e adolescentes são o peso e a estatura (altura ou
comprimento). Essas são medidas consideradas de alta sensibilidade, particularmente durante
a idade pré-escolar, por refletirem variações nas condições nutricionais e, indiretamente,
influências do ambiente socioeconômico. Além dessas medidas, os perímetros cefálico,
torácico, braquial e abdominal também podem ser utilizados na avaliação nutricional de
crianças e adolescentes.

Atendimento nutricional

Para ter o diagnóstico nutricional, o atendimento ou entrevista realizada pelo profissional é


essencial para coleta de dados subjetivos, que quando combinados a parâmetros bioquímicos
antropométricos e de composição corporal auxiliam no adequado diagnóstico do estado
nutricional do paciente.

No atendimento utiliza-se duas ferramentas: a anamnese e os inquéritos alimentares.

A anamnese nutricional é definida como uma entrevista que possibilita o levantamento de


dados referentes a antecedentes fisiológicos, patológicos, socioeconômicos e culturais, sendo
um processo importante devido à coleta de dados sobre a saúde do paciente, contribuindo com
o diagnóstico.

Os inquéritos alimentares são ferramentas que se utilizam para a coleta da história alimentar
do paciente, fazendo parte da anamnese nutricional. Os recursos utilizados são o recordatório
de 24 h, o questionário de frequência alimentar (QFA) e o registro da dieta.
Aplicação da avaliação nutricional

Avalição nutricional, apesar de ser utilizado principalmente no ambiente hospitalar, é usada


como método profilático e de manutenção nas diferentes fases da vida. Abaixo podemos ver a
aplicação da avaliação nutricional na infância, adolescência, vida adulta, gestantes, em idosos
e situações especiais.

Crianças e adolescência

Da infância a adolescência, a avalição nutricional é extremamente importante para


acompanhar o crescimento e desenvolvimento esperado, e corrigir déficits ocasionados por
subnutrição, gerando atrasado no crescimento e desenvolvimento, desnutrição, o sobrepeso e
obesidade, que possam impactar na vida adulta para essa fase o acompanhamento é feito a
partir dos métodos já citados a cima, mas a classificação deve utilizar os padrões propostos
pela OMS, através dos índices estatura/idade, peso/idade, peso/estatura, IMC/idade e
perímetro cefálico, respeitando as especificações de idade da criança ou adolescente.
Transtornos Alimentares

A anorexia nervosa é correlacionada a uma psicopatologia específica, em que o paciente tem


medo de engordar ou de ter o corpo fora do padrão estipulado, induzindo e mantendo o baixo
peso, diferente da bulimia em que se tem menores consequências em relação ao corpo e não
ocasiona uma desnutrição acompanhada de mudanças fisiológicas Dessa forma, o baixo peso
é acompanhado por padrões comportamentais usados para impedir a restauração do peso
normal, podendo ser destinados a redução da ingesta de energia com uma alimentação restrita,
a purgação com vômitos induzidos e uso indevido de laxantes, anorexígenos e diuréticos,
além do aumento de gasto energético, por meio de exercícios excessivos .

A bulimia nervosa se caracteriza por recorrentes compulsões alimentares, período em que o


indivíduo tem perda subjetiva do controle sobre sua alimentação e ingere uma quantia maior
ou diferente do habitual, sentindo-se incapaz de parar de comer ou limitar a quantidade de
alimentos ingeridos. Estas são acompanhadas por ações compensatórias inadequadas, como
indução de um revezamento entre vômitos e uso de purgativos, para impedir o ganho de peso

Na anorexia, as costelas e os ossos das costas começam a ficar aparentes e a pessoa anoréxica
passa a desenvolver doenças e condições complementares, como a alopecia, que é a queda de
cabelo, causadas pela falta de nutrientes no corpo, Mesmo com uma aparência clara de
magreza excessiva, esse transtorno alimentar é capaz de fazer com que o indivíduo anoréxico
se veja com sobrepeso e continue na busca pela magreza ideal. Muitos médicos indicam que a
anorexia é, acima de tudo, um distúrbio de imagem corporal, sendo que a anorexia e a bulimia
são duas doenças do tipo. Na bulimia, o paciente se alimenta e sente fome. Às vezes, ele come
até mesmo mais do que o normalmente comeria, para depois vomita constantemente, até que
o estômago esteja esvaziado. Apesar de similares, a anorexia e bulimia possuem evoluções
diferentes e uma pessoa com anorexia também pode ter a bulimia.

Sintomas de anorexia Nervosa

– Perda excessiva do peso;

– Emagrecimento que acontece abruptamente;

– Ansiedade em relação às calorias presentes nos alimentos;

– Quantidade de atividade física exagerada;


– Comentários depreciativos sobre o próprio corpo;

– Depressão;

– Pele e lábios constantemente secos;

– Lanugo (pelos finos e alongados que crescem em certas partes do corpo);

– Cansaço e fadiga constantes;

– Falta de menstruação (para mulheres);

– Disfunção erétil e diminuição da libido (nos homens)

– Desmaios;

– Tontura;

– Pressão arterial baixa e

– Isolamento social

Tratamento da anorexia Nervosa

O tratamento da anorexia é feito por meio de medicamentos que ajudam, por exemplo, na
diminuição da ansiedade, sendo que o acompanhamento psicológico é essencial para que a
doença não volte a afligir o paciente. A reintrodução de alimentos na dieta do paciente deve
ser gradativa, para evitar danos a outras regiões do corpo. Quanto mais cedo a anorexia for
detectada, melhores são as chances de recuperação do paciente, porque a falta de uma
alimentação adequada pode acarretar em problemas de saúde diversos.

Sintomas da Bulimia Nervosa

A pessoa tende a consumir alimentos com alto teor de açúcar e de gordura, como sorvete e
bolo. A quantidade de alimento consumida varia, chegando às vezes a milhares de calorias.
Os episódios de alimentação compulsiva podem ocorrer várias vezes por dia.

Praticar a purgação, por exemplo, induzindo o próprio vômito (vômito auto induzido) ou
tomando laxantes ou diuréticos (medicamentos que fazem os rins excretar mais água)

Seguir regimes ou jejuns rigorosos

Praticar exercícios em excesso


A pessoa com bulimia nervosa está constantemente preocupada com seu peso e forma física e
julga a si mesma com base nesses critérios.

Em comparação com as pessoas que sofrem de anorexia nervosa, as que sofrem de bulimia
nervosa tendem a ser mais conscientes do seu comportamento, que faz com que elas sintam
remorso ou culpa. Essas pessoas têm mais propensão a partilhar suas preocupações com o
médico ou com outro confidente. Em geral, as pessoas com bulimia nervosa são mais
extrovertidas. Elas também são mais propensas a ter um comportamento impulsivo, abuso de
drogas ou de álcool e depressão. Elas sentem ansiedade em relação ao seu peso e em relação à
sua participação em atividades sociais

Cuidados e orientações da Enfermagem

tratamento clínico dos transtornos alimentares incluía: uso de medicamentos como


antipsicóticos (clorpromazina) e antidepressivos prescritos por médicos e, também, a
execução de normas de conduta do pessoal de enfermagem, principalmente em relação à
alimentação, os cuidados de enfermagem incluem período de observação dos pacientes de
uma hora, posterior as refeições para evitar o vômito autoinduzido; a prática de exercícios
físicos ou automutilação, em virtude do aumento da ansiedade e de sentimentos de culpa que
ocorrem logo após a alimentação, pois, os profissionais de enfermagem são os que
permanecem maior tempo em contato com os pacientes sob tratamento clínico do tipo
internação hospitalar ou clínica, principalmente durante horários críticos relativos às
atividades de vida diária (refeições) o que acaba favorecendo o estabelecimento de forte
vínculo de confiança.

A partir do contato direto com os pacientes e de relacionamento interpessoal mais próximo, a


equipe de enfermagem consegue ajudar os pacientes com transtornos alimentares durante a
difícil etapa que compreende a internação hospitalar e o tratamento ambulatorial para o
restabelecimento e manutenção do estado de saúde deles em nível considerado aceitável (90%
do peso corporal ideal), Porém, essa proximidade com o paciente gera tendência natural no
profissional de enfermagem condenar alguns comportamentos alimentares aberrantes nos
pacientes sob seus cuidados, além do estresse que eles causam em decorrência dos doentes
mostrarem-se aparentemente manipulativos e autodestrutivos.

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