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Instituto Superior Politécnico Sinodal

ISPS
(Sapiência, Rigor e Acção)
Departamentos de Ciências Sociais e da Saúde

I º SEMESTRE

TEMA: Alimentação na Primeira Infância

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INTRODUCAO

As crianças representam um grupo de grande vulnerabilidade devido ao


crescimento rápido e à imaturidade fisiológica e imunológica. A nutrição
adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para o crescimento e
desenvolvimento saudáveis. O inadequado consumo de nutrientes podem
comprometer o estado nutricional e levar ao desenvolvimento de carências ou
excessos nutricionais.

Alimentos são substâncias utilizadas pelos seres vivos como fonte de matéria e
energia para poderem realizar as suas funções vitais.

OBJECTIVOS

 Identificar a importância de avaliar o estado nutricional;


 Conhecer a influência da nutrição no desenvolvimento da criança.

A criança apresenta-se em constante crescimento e desenvolvimento, diante


disso avaliar a evolução (física e mental) em toda consulta torna -se parte
obrigatória da semiológica infantil.

A nutrição é a ciência que estuda os alimentos, nutrientes e outras substâncias


presentes nele, sua interação e balanceada em relação com a saúde e a
doença.

A alimentação é importante para a criança crescer bem e ter boa saúde. Muitas
doenças comuns aparecem quando elas não comem alimentos ricos em
nutrientes ou nas quantidades necessárias de cada um dos grupos de que o
organismo necessita diariamente, por isso é tão importante ter em conta os
seguintes aspectos:

 A quantidade: deve ser suficiente para cobrir as necessidades do


organismo

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 A qualidade: deve ser completa em sua composição para oferecer ao
organismo todas as substâncias que o integram
 A harmonia: a quantidade de nutrientes que o integram deve ter uma
relação proporcional para garantir a utilização correta dos mesmos pelo
organismo.
 A adequação: ajuste ao organismo principal- mente ao parelho digestivo.

Quantidade de porções de acordo a faixa étaria

Do nascimento aos 4 meses/ De 5 a 11 meses:


• Carbohidratos-3
• Verduras e legumes-3
• Frutas -3
• Carnes e ovos-2
• Feijão-1
• Óleos e gorduras-2
• Açucar-0

Nesta fase da vida, o bebê deverá receber 4 ou 5 refeições por dia,


dependendo do volume que a criança come, já que refeições mais volumosas
implicam num intervalo maior entre elas.

Na alimentação do bebê pode-se adicionar na dieta do bebê iogurte e gema de


ovo, além dos outros alimentos já adicionados.

Porém não podem ser dados esses novos alimentos todos ao mesmo tempo é
necessário que os novos alimentos sejam dados ao bebê um de cada vez para
ele se adaptar ao sabor, textura e também para se identificar possíveis reações
alérgicas a esses alimentos.

Necessidades nutricionais para um bebê de 1-3 anos

Calorias.................................. 1.200 - 1.300 Kcal/dia


Proteínas............................... 25-30 g/dia

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Hidratos de carbono................ 100-160 g/dia
Gordura................................ 35-45 g/dia

De 1 a 3 anos:

• Carbohidratos-5
• Verduras e legumes-3
• Frutas-4
• Leite e derivados-3
• Carnes e ovos-2
• Feijão-1
• Óleos e gorduras-2
• Açúcar-1

De 4 a 12 anos:

• Carbohidratos-5
• Verduras e legumes-3
• Leite e derivados-3
• Carnes e ovos- 2
• Feijão-1
• Óleos e gorduras-1

De 13 anos em diante
• Carbohid-5 a 9
• Verduras e legumes-4 a 5
• Frutas -4 a 5
• Leite e derivados -3
• Carne e ovos- 1 a 2
• Feijão -1
• Oleo e gorduras -1 a 2
• Açucar -1 a 2

Início da Diversificação Alimentar

A partir dos 6 meses, o bebé já está bem desenvolvido quanto à sua


capacidade de digerir e absorver diversos componentes da dieta, bem como
metabolizar esses nutrientes.
Na segunda metade do primeiro ano de vida, o leite materno isoladamente não
chega a todas as necessidades nutricionais, de forma que os alimentos
complementares são essenciais.

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Diversificação Alimentar

A diversificação alimentar é a fase de transição de uma alimentação


exclusivamente láctea para outra que inclui também outros alimentos que vão
suprir as necessidades nutricionais do seu bebé para que este tenha um
desenvolvimento saudável.

Esta fase termina quando aproximadamente a criança se integra na dieta


familiar, no 2º ano de vida.

Os objectivos da diversificação colocam-se a vários níveis:

 Nutricionais – para proporcionar ao bebé os nutrientes e energia que


precisa;

 Educativos – para que aprenda regras e aceite esperas, aprenda a ter


calma e a respeitar os outros;

 De desenvolvimento – para a aquisição de diversas competências


motoras, de coordenação e atenção;

 Sensoriais – através dos diversos estímulos gustativos, olfactivos e


visuais que chegam dos diversos alimentos.

Princípios na Introdução dos Alimentos

 Iniciar a alimentação diversificada o mais próximo dos 6 meses, se o


bebé está com boa evolução de peso.

 Dos 6 aos 12 meses, o leite e derivados lácteos devem ser fornecidos


ao bebé numa quantidade diária entre 500 e 750ml.

 Oferecer sempre os alimentos à colher e aumentar lenta e


progressivamente a quantidade e consistência das refeições.

 Não fazer fritos e refogados e utilizar sempre o azeite em cru.

 Utilizar os boiões apenas em viagem ou situações especiais pois têm


muitas calorias.

 Pode congelar-se a sopa em doses individuais.

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Horário e Número de Refeições:

O horário não deve ser rígido. Quase todas crianças se dá bem com um horário
de intervalos variáveis entre 3:00 e 4:00 hrs. Durante a noite deve-se oferecer
chá ou água, pois o choro pode ser decorrente da sede. O número de refeições
varia conforme os intervalos e vice-versa. Com espaços de 3 a 4:00 hrs. As
refeições são em número de 5 ou 6 por dia. Há crianças que se satisfazem com
4 refeições diárias mesmo a partir do segundo semestre de vida. A
necessidade de alimento pode ser expressa pelo choro mas é sempre útil
verificar previamente se não há outra causa inclusive sede.
PORQUE QUE O LEITE ARTIFICIAL DEVE-SE DE DAR 3 EM 3 HORAS?
Principais erros alimentares no 1º ano de vida
 Abandono do aleitamento materno e introdução de substitutos
comerciais sem razões que justifiquem;
 Introdução muito precoce do leite de vaca;
 Administração de chás, sumos de frutos e refrigerantes nos primeiros
meses, nomeadamente no primeiro trimestre;
 Diluição errada do leite comercial (que salvo excepções indicadas pelo
medico assistente, deve ser de uma medida para 30 ml de água);
 Diversificação alimentar antes dos 6 meses de vida;
 Baixa ingestão de leite e derivados ( que deve ser de, pelo menos, o
equivalente a 500 ml) após a diversificação;

Alternativas ao Leite Materno

Aleitamento Materno / Aleitamento Artificial

O leite materno oferece benefícios únicos, no entanto, nem sempre é possível


amamentar, quer seja por inadaptação do bebé quer seja por impossibilidade
da própria mãe, assim como há casos de mulheres que optam por não o fazer.

Nos casos em que a amamentação não é possível, os leites artificiais são a


alternativa mais saudável. Apesar de não substituírem o leite produzido pela
mãe, os leites artificiais estão cada vez mais semelhantes ao leite materno.

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O leite materno serve como padrão de referência para a elaboração das
fórmulas de leite infantis, no entanto, a composição do leite produzido pela mãe
é dinâmica, variando de mulher para mulher, ao longo de cada mamada e ao
longo do crescimento e desenvolvimento da criança, o que o torna um alimento
com características muito particulares, difíceis de introduzir nas fórmulas
artificiais.

Contudo, a maioria das fórmulas infantis, inclui já elementos que se


assemelham aos do leite materno, como os ácidos gordos polinsaturados de
cadeia longa, essenciais ao neuro- desenvolvimento, os nucleótidos, essenciais
na resposta imunitária, e os pré e pró bióticos que desempenham uma função
importante na constituição da flora intestinal e das defesas do recém-nascido.

Nos leites de fórmula o número 1 será indicado dos 0 aos 6 meses e o número
2, a partir dos 6 meses de idade do bebé.

Aleitamento misto: leite natural e artificial

Em determinadas situações, e de maneira a não privar a criança dos benefícios


do leite materno pode recorrer-se a soluções que combinam leite natural e
artificial.

O leite materno é indubitavelmente o alimento perfeito para todos os recém-


nascidos. No entanto existem situações em que não é produzido em
quantidades suficientes. Nestes casos pode-se recorrer ao aleitamento misto,
ou seja, continuar o aleitamento natural, combinando-o com aleitamento
artificial.

Procede-se em primeiro lugar ao aleitamento natural de maneira a aproveitar a


maior fome do recém-nascido como um eficaz estimula para a produção de
leite.

O Leite Artificial
 Preparação do biberão
 Antes de preparar o biberão deve proceder-se a uma correta lavagem
das mãos;
 Certificar-se de que o biberão e a tetina estão esterilizados;
 Preparar o leite respeitando as proporções de água e de leite em pó
referidas nas embalagens:
 Inicialmente ferve-se a água durante 3 a 5 minutos, não sendo
necessário mais tempo, pois, caso contrário, a água vai-se evaporando

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e fica concentrada em sais, estando já no leite em pó as quantidades
corretas e necessárias de sais minerais para um adequado crescimento.
 Posteriormente, deixa-se arrefecer até 37 ºC e verte-se a água para
dentro do biberão juntando-se de seguida o leite em pó. Para que a
concentração de leite seja adequada, nunca se deverá preparar as
doses sem as corretas medições (evitar medidas "a olho"), e estas
devem ser feitas ao nível dos nossos olhos, pois se virmos de cima ou
de baixo, podem fazer-se medições erradas.
 Para além disto, o doseador que acompanha a lata deve ser enchido e
posteriormente retirado o excesso, de modo que fique raso, sem
comprimir o leite. Habitualmente, utiliza-se um doseador de leite em pó
por cada 30 ml de água.
 Uma vez obtida a quantidade certa, fecha-se o biberão com a tetina e
agita-se bem a mistura para evitar a formação de grumos, obtendo-se
assim um leite bem dissolvido.
 Certifica-se de que a temperatura é a correta (deixando cair algumas
gotas sobre o dorso da mão);
 - Verificar se o furo da tetina permite que o conteúdo do biberão caia
gota a gota, sem ter de ser agitado, e não em fio, de forma a evitar
engasgamento e regurgitação;
 - Tomadas todas estas precauções, pode proceder-se à alimentação do
bebé.

Esterilização do biberão

 Desde o nascimento e porque o bebé é muito susceptível a infecções, é


importante esterilizar todos os acessórios do biberão antes da sua
utilização. Este procedimento deve ser inteiramente respeitado,
essencialmente até aos 6 meses, altura em que a resistência dos bebés
já se encontra desenvolvida podendo ser esterilizados apenas
ocasionalmente. Se o bebé estiver doente, deve esterilizar-se as peças
todos os dias.
 As tetinas não devem ser fervidas por mais de três minutos, para impedir
um aumento da porosidade e evitar que fiquem pegajosas, de modo que
o envelhecimento prematuro não aconteça.

 Os biberões necessitam de 10 minutos de fervura.


Para que o processo de esterilização seja eficaz é importante confirmar
que os acessórios foram colocados quando a água já se encontrava a
ferver, que ficaram submersos aquando do processo de esterilização .

Avaliar o estado nutricional é tão importante porque ajuda -nos a fazer um bom
diagnóstico. Os primeiros anos de vida de uma criança são críticos,

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caracterizados por alta velocidade de crescimento sendo que a nutrição exerce
um papel para assegurar a sobrevivência e crescimento adequado da criança.

Conheça 4 doenças causadas pela má alimentação infantil


Anemia; diabetes; hipertensão e obsidade

Muitos problemas que prejudicam o desenvolvimento das criançassão


decorrentes de doenças causadas pela má alimentação. Além de dificultar
oprogresso físico e mental, elas devem ser evitadas porque comprometem não
apenas a infância, mas a adolescência e a fase adulta.

Alimentos processados e industrializados, como biscoitos recheados,


salgadinhos e batata frita oferecem energia, mas não são ricos em vitaminas e
minerais, necessários para a saúde humana. Os açúcares, conservantes
artificiais e gorduras são grandes causadores de anemia, diabetes, obesidade
e hipertensão.

Dieta contra doenças causadas pela má alimentação

As doenças causadas pela má alimentação durante a infância podem ser


evitadas através de uma dieta que inclua legumes e frutas, permitindo um
crescimento com saúde.

Anemia

Crianças podem se tornar anêmicas principalmente por falta de ferro no


organismo. A falta de outros minerais também pode ocasionar a doença, que
se caracteriza pela redução da hemoglobina, uma substância presente nos
glóbulos vermelhos do sangue. É ela que permite o transporte do oxigênio dos
pulmões para o restantes partes do organismo.

A anemia se apresenta através de tonturas, dor de cabeça, palidez, desânimo,


cansaço, falta de ar, perda de apetite, sono excessivo, palpitações, tristeza e
falta de concentração.

Diabetes

A diabetes é uma das doenças causadas pela má alimentação que


compromete o futuro das crianças. Ela se caracteriza por uma alteração na
produção de insulina, um hormônio do pâncreas. A doença cria umaresistência
à ação desse hormônio pelo organismo. A insulina é que transforma a glicose
do açúcar em energia.

É através da alimentação que se torna possível combater a diabetes. O


aleitamento materno é fundamental, já que os componentes do leite infantil
artificial sãorecheados de suplementos e açúcares.

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Além disso, evitar alimentos industrializados e com altos teores de açúcar
egordura, equilibrando a alimentação das crianças permite um
desenvolvimento mais saudável.

Hipertensão é uma das doenças causadas pela má alimentação

Uma das doenças causadas pela má alimentação infantil é a hipertensão. Os


hábitos saudáveis são a principal forma de prevenir esse problema. Através de
uma dieta que esteja repleta de vegetais e frutas, associada à prática regular
de exercícios físicos, é possível manter o peso ideal para a idade e evitar a
obesidade infantil, principal causadora da doença.

Obesidade infantil

Entre as doenças causadas pela má alimentação da criança, a obesidade é a


principal e mais perigosa. Capaz de causar de outros problemas como
diabetes, hipertensão e colesterol alto, ela é identificada quando a criança está
15% acima do peso ideal para sua faixa etária.

O tratamento para essa doença é bastante lento e requer


acompanhamentonutricional e familiar, incentivando hábitos saudáveis e o
consumo de frutas e legumes.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AIDPI. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância. Aconselhar a


Mãe ou o Acompanhante. Ministério da Saúde Políticas de Saúde/Área da
Saúde daCriança. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

AIDPI. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância. Curso de


capacitação: consulta de retorno. Ministério da Saúde/Organização Mundial da
Saúde/ Organização Pan-Americana da Saúde. 2. ed.rev. Brasília: Ministério da
Saúde, 2002.

CARRICONDE, Celerino. Introdução ao uso de fitoterápicos nas patologias de


APS. Centro Nordestino de Medicina Popular, 2002. Direitos das Crianças.
Disponível em: <http://www.turminha.mpf.gov.br>.

FUNASA. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Atenção à Saúde da


Criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

PHILIPPI, SoniaT.; CRUZ, Ana T. R.; COLUCCI, Ana C. A. Pirâmide alimentar


para crianças de 2 a 3 anos.

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