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TNEP:

INDICAÇÕES
CONTRAINDICAÇÕES
VIAS DE ACESSO

Prof. Etielle Sonaglio


ORDEM FISIOLÓGICA

1 - ORAL

3 - PARENTERAL

2 - ENTERAL
Nutrição Enteral: indicações

• Desnutrição ou risco de desnutrição

• Ingestão VO insuficiente ou contraindicada

• Incapacidade de alimentação VO

• TGI total ou parcialmente funcionante


Como fazer essa avaliação?

• Ferramentas de Triagem – NRS 2002/MUST/MAN


• Avaliação Nutricional (ASG, Antropometria, Análises
Bioquímicas)
Ferramentas de Triagem Nutricional

• Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ASG)


• Nutritional Risk Screening 2002 (NRS 2002)
• Mini Avaliação Nutricional (MAN)
• Malnutrition Universal Screening (MUST)
• Malnutrition Screening Tool (MST)
• Short Nutritional Assessment Questionnaire (SNAQ)
• Nutrition Risk Index (marcadores de desnutrição que
identificassem pacientes elegíveis para terapia nutricional
parenteral).
NRS 2002 (Nutritional Risk Screening 2002)

• Preconizado pela ESPEN


• Para todas faixas etárias
• Ferramenta preferencial nos
hospitais europeus
• Analisa dados retrospectivos (PP,
consumo alimentar) e
antropométricos (IMC)
• Considera gravidade da doença
• Idade = fator de risco adicional.

• * somar 1 ponto para idosos acima de


70 anos.

• Escore total - Classificação:


• < 3 pontos= sem risco nutricional. Reavaliar a cada 7 dias.
• ≥ 3 pontos= risco nutricional. Conduta: proceder com a avaliação
nutricional e planejamento da terapia nutricional
• Kondrup J et al. ESPEN guidelines for nutrition screening 2002. Clin Nutr. 2003; 22(4):415-21.
Avaliação: ASG - avaliação subjetiva
global

• Uso rotineiro nos hospitais (até 48h após


internação)
• Prática, porém exige observador experiente e
treinado
• Diferencia história clínica, exame físico e
capacidade funcional
• Qualitativa (não detecta pequenas alterações
em curto prazo)
• Caracterizada por ser uma ferramenta
complexa, subjetiva

• Kondrup J, et al. Clinical Nutrition 2003;22(4):415-421.


• BRASPEN J 2018
Fórmulas para cálculo do peso estimado segundo Chumlea, et al (1985)

Peso Fórmula utilizada


Mulher Negra (19 – 59 anos) Aj x 1,24 + CB x 2,97- 82,48

Mulher Negra (60 – 80 anos) Aj x 1,50 + CB x 2,58 – 84,22

Mulher Branca (19 – 59 anos) Aj x 1,01 + CB x 2,81 - 66,04

Mulher Branca (60 – 80 anos) Aj x 1,09 + CB x 2,68 - 65,51

Homem Negro (19 – 59 anos) Aj x 1,09 + CB x 3,14 – 83,72

Homem Negro (60 – 80 anos) Aj x 0,44 + CB x 2,86 -39,21

Homem Branco (19 – 59 anos) Aj x 1,19 + CB x 3,14- 86,82

Homem Branco (60 – 80 anos) Aj x 1,10 + CB x 3,07- 75,81


Contraindicações
• Instabilidade hemodinâmica

• Condições que requerem repouso do TGI

• Íleo adinâmico ou gastroparesia severa

• Obstrução intestinal completa

• Fístulas enterais de alto débito (> 500ml/dia)

• Doença terminal?
CONTRAINDICAÇÕES
Nutrição Enteral: benefícios

• Reforça a barreira da mucosa intestinal / permeabilidade


intestinal
• A microbiota intestinal é essencial para o trofismo dos
enterocitos além da indução da imunidade e tolerância a
antígenos alimentares.
• Reduz crescimento bacteriano; oportunista ;
• Mantém o pH e a microbiota intestinal normais.
• Melhora balanço nitrogenado e controle glicêmico
• Reduz o estresse metabólico (Nutre)
Nutrição Enteral Precoce
BENEFÍCIOS:
• facilita a tolerância à dieta
• reduz risco de disfunção da barreira intestinal
• presença dos nutrientes no lúmen intestinal promova uma
recuperação mais rápida da doença grave
• tempo de internação hospitalar
• tempo de ventilação mecânica
• favorável no prognóstico dos pacientes
Nutrição Enteral - TGI
nutrientes e estímulo trofismo produção de muco
fibras alimentares intestinal rico em IgA

supressão de proliferação de produção de AGE


patógenos bifidobactérias cadeia curta - nutren colócitos

redução risco de
translocação intestinal

redução
risco de sepse
VIAS DE ACESSO
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Qual localização?
Nutrição Enteral: sistemas de administração

• Sistema Aberto: requer manipulação


prévia à sua administração, para uso
imediato ou atendendo à orientação do
fabricante.
• Sistema Fechado: industrializado, estéril,
acondicionado em recipiente
hermeticamente fechado e apropriado
para conexão ao equipo de administração.
• RDC No 63, 06 de julho de 2000
Nutrição Enteral: sistema aberto

• Manipulação da fórmula
• Área específica
• Treinamento para o preparo
• Maior risco de contaminação
• Dispensável o uso de bomba de infusão
Nutrição Enteral: sistema fechado

• Não requer manipulação, apenas


Sistema Fechado inserção do
equipo
• Uso obrigatório de bomba de
infusão
• Menor risco de contaminação
(respiros com filtros)
Nutrição Enteral: métodos de
administração / infusão
Infusão Contínua
TÉCNICA DE CONTÍNUA: 25 a 125ml/hora, por 24 horas, interrompida a
ADMINISTRAÇÃO cada 6-8 horas para irrigação da sonda com água potável
(20 a 30ml).
geralmente noturna, 25 a 125ml/hora, por 6 até 8 horas.
CARACTERÍSTICAS No jejuno é < risco de aspiração.
Infundida mais lentamente reduz a distensão abdominal.

PROTOCOLO Dieta na concentração total, começando com 10 a


DE INÍCIO 40ml/hora, e avançando para a meta nutricional em
aumentos de 10 a 20ml a cada 8 a 12 horas conforme
tolerância
* Ação mais conservadora em pct. críticos, NPO e sob
formulações hipercalóricas e hiperosmolares.
ASPECTOS > Segurança e confiabilidade de infusão (BI).
PSICOLÓGICOS Restrição do paciente ao leito.
FONTE: Adaptado de Waitzberg,
2004
Infusão Intermitente
TÉCNICA DE GRAVITACIONAL: 100 a 300ml infundido com gotejamento a
ADMINISTRAÇÃO cada 3 a 6 horas
* Seguida por irrigação da sonda com água potável (20 a
30ml)

CARACTERÍSTICAS ↑ da atividade contrátil do estômago com ↑ da velocidade


de administração (60ml/min) e com volume > de 350ml causa
desconforto
PROTOCOLO Início lento e gradual. Com gotejo de 60 gotas/min.
DE INÍCIO

ASPECTOS PSICOLÓGICOS Mais desejável ao paciente domiciliar. Ou da enfermaria


Permite deambulação.
FONTE: Adaptado de Waitzberg,
Nutrição Enteral: métodos de
administração / infusão
Nutrição Parenteral

• A nutrição parenteral (NP) é a infusão intravenosa de nutrientes


diretamente na circulação sistêmica, ultrapassando o trato
gastrointestinal (TGI)

• É recomendada quando há uma alteração parcial ou total do trato


gastrointestinal, sendo indicada também em outros casos como o pré-
operatório ou subnutrição, além disso, pode ser utilizada como
complemento quando a dieta enteral ou oral não alcançarem as
necessidades nutricionais do paciente
• COMPÊNDIO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL, 2018; LAMEU, 2005
Classificações da Nutrição Parenteral

• Quanto a via de administração:


• Periférica;
• Central;
• Quanto a composição da solução:
• Sistema glicídico binário ou “dois em um” – solução de aminoácido e glicose;
• Sistema lipídico ternário ou “três em um” – solução de aminoácidos, glicose e
lipídios.

• Gastaldi e colaboradores (2009) e Carvalho e colaboradores (2014)


Indicação:

• RDC nº 45, de 12 de março de 2003


• Portaria MS/SNVS nº272, de 8 de abril de 1998
Indicações:
• Estados hipermetabólicos como grandes queimados,
pacientes sépticos, politraumatismo extenso, pancreatite
aguda, fístulas intestinais de alto débito;
• Falência intestinal devido a: Íleo paralítico e mecânico (pós-
operatório);
• Trauma;
• Doença inflamatória intestinal;
• Enterocolite (aids, quimioterapia/ radioterapia);
• Ressecção intestinal (síndrome do intestino curto);
• Câncer gastrointestinal;
• Pacientes pediátricos neonatos;
• Colite ulcerativa complicada ou em período perioperatório;
• Hemorragia gastrointestinal persistente;
• Abdome Agudo/Íleo paralítico prolongado;
• COMPÊNDIO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL, 2018; LAMEU, 2005
Contraindicações:
• Quando o risco de NP é julgado excessivo para o potencial
benefício;
• Pacientes hemodinamicamente instáveis;
• Fase aguda ("fase de refluxo") durante as primeiras horas
após o trauma, cirurgia ou o aparecimento de uma
infecção grave;
• Insuficiência cardíaca crônica com retenção hídrica
(exceto em pacientes com evidente má absorção e a
nutrição enteral mostrou-se inefetiva);
• Insuficiência renal crônica sem tratamento dialítico
(exceto em pacientes com perda calórico-protéica severa
ou com severas alterações gastrointestinais).
• COMPÊNDIO DE NUTRIÇÃO PARENTERAL, 2018; LAMEU, 2005
NUTRIÇÃO ENTERAL NÃO É SENTENÇA DE MORTE!!

@lorenaeltzz
Na próxima aula...

Avaliação, determinação das necessidades


nutricionais e planejamento da terapia nutricional

Até lá!

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