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Original: Maria Eduarda Guarezi XXXVIII Edição e acréscimos: Ludmilla Costa XL

SISTEMA DIGESTIVO

NUTRIÇÃO

Prof. Cristini Turatti

Não é resumo

“Desejo que seu caminho seja leve e que alcance seus objetivos.” @ludmillacostaoficial
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Original: Maria Eduarda Guarezi XXXVIII Edição e acréscimos: Ludmilla Costa XL

SUMÁRIO
P1
01. CONCEITOS BÁSICOS DE NUTRIÇÃO ........................................................................................................................... 3
02. OS NUTRIENTES ........................................................................................................................................................... 5
03. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS.............................................................................................................. 8
04. DIETAS HOSPITALARES .............................................................................................................................................. 11
05. TERAPIA NUTRICIONAL (TN)...................................................................................................................................... 18
05.01 TN enteral ......................................................................................................................................................... 18
05.02 TN parenteral (TNP) .......................................................................................................................................... 24

P2
06. DESNUTRIÇÃO ........................................................................................................................................................... 26
07. NUTRIÇÃO E CIRURGIA.............................................................................................................................................. 31
08. OBESIDADE ................................................................................................................................................................ 34
09. DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL ................................................................................................................ 40
10. NUTRIÇÃO EM AFECÇÕES ESPECÍFICAS .................................................................................................................... 49
10.1 Nutri e câncer ..................................................................................................................................................... 49
10.2 Nutrição e pancreatite........................................................................................................................................ 54
10.3 NUTRI E ESTEATOSE HEPÁTICA E CIRROSE ......................................................................................................... 54
10.4 NUTRI E COLELITÍASE .......................................................................................................................................... 55
11. ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES ............................................................................................................. 56
11.1 Alergias Alimentares (AA) ................................................................................................................................... 56
11.2 Doença Celíaca (dc) ............................................................................................................................................ 57
11.3 Alergia A Proteína Do Leite De Vaca - APLV ....................................................................................................... 59
11.4 Intolerância à lactose ......................................................................................................................................... 60
12. ALIMENTOS FUNCIONAIS .......................................................................................................................................... 61

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01. CONCEITOS BÁSICOS DE NUTRIÇÃO


verduras e frutas), sempre levando em consideração
NUTRIÇÃO os aspectos comportamentais e afetivos relacionados
às práticas alimentares.
- É a combinação de processos pelos quais o - Depende → O que comer? Quanto comer? Quando
organismo recebe e utiliza os elementos necessários comer?
para a obtenção de energia, a manutenção de suas - alimentação saudável depende de hábitos
funções físicas, biológicas e mentais. Além da alimentares, nível socioeconômico, hábitos sociais
formação, do desenvolvimento e da regeneração dos
tecidos. → Alimentação x Nutrição
- Segundo MS: “Nutrição, fem. Estado fisiológico que - Alimentação: ato voluntário → compreende a
resulta do consumo e da utilização biológica de escolha, preparo e o consumo dos alimentos; Sofre
energia e nutrientes em nível celular”. influências psicossociais, socioeconômicas e culturais.
- Saúde vai além do peso corporal, Nutrição vai além - Nutrição: ato involuntário
do peso corporal.
- Nutrição é equilíbrio físico, metabólico, psicológico,
social, Saúde é equilíbrio físico, metabólico, LEIS FUNDAMENTAIS DA
psicológico... ALIMENTAÇÃO - ESCUDEIRO-PROVA
- alimentação → dieta → alimentos → nutrientes →
nutrição. * Lei da Quantidade
- A quantidade de alimentos deve ser Suficiente para
CONCEITOS BÁSICOS DE NUTRIÇÃO cobrir as exigências energéticas do organismo e
manter em equilíbrio o seu balanço.
- Alimentação: Processo biológico e cultural que se * Lei da Qualidade
traduz na escolha, preparação e consumo de um ou - O regime alimentar deve ser completo em sua
vários alimentos. composição para fornecer ao organismo todas as
- Dieta: 1) Alimentação geral que serve de padrão para substâncias que o integram
os indivíduos. 2) Tipo de alimentação específica
* Lei da Harmonia
recomendada a um indivíduo para atender às
- As quantidades dos nutrientes que integram a
necessidades terapêuticas.
alimentação devem guardar a relação de proporção
- Alimento: Substância que fornece os elementos
entre si.
necessários ao organismo humano para a sua
- a questão do prato colorido é verdade, cor, sabor e
formação, manutenção e desenvolvimento. O
textura;
alimento é a substância ou mistura de substância em
* Lei da Adequação
estado sólido, líquido ou pastoso, adequadas ao
- A finalidade da alimentação está subordinado a sua
consumo humano.
adequação ao organismo
- Nutriente: Componente químico necessário ao
- alimentação de idosos é diferente da grávida que é
metabolismo humano que proporciona energia ou
diferente do trabalhador pesado que é diferente da
contribui para o crescimento, o desenvolvimento e a
criança...
manutenção da saúde e da vida.
. nutrientes construtores: proteínas
. nutrientes energéticos: carboidratos e lipídeos
GUIAS ALIMENTARES BRASILEIROS
. nutrientes reguladores: vitaminas e minerais
- Novo Guia Alimentar para a população Brasileira -
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 2014
- Guia alimentar para crianças menores de 2 anos
- Padrão alimentar adequado às necessidades
(2002 – 1ª edição e 2010 – 2ª edição)
biológicas e sociais do indivíduos e de acordo com as
- É um instrumento oficial que define as diretrizes
fases da vida.
alimentares para serem utilizadas na orientação de
- Deve ser acessível (física e financeiramente),
escolhas saudáveis de alimentos para a população
saborosa, variada, colorida, harmônica e segura
brasileira.
quanto aos aspectos sanitários.
- Esse conceito considera as práticas alimentares • Pirâmide alimentar:
culturalmente referenciadas e valoriza o consumo de - 1º nível/energético: Base são os alimentos de
alimentos saudáveis regionais (como legumes, carboidratos (50-60% da nossa alimentação)
- 2º nível/reguladores: são frutas e vegetais
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- 3º nível proteínas/construtores e produtos lácteos


- Último nível/energéticos extras: gorduras e açúcares

*DEZ PASSOS PARA UMA


ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL - NOVO
GUIA ALIMENTAR 2014

1. Fazer de alimentos à base da alimentação


2. Usar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação.
3. Limitar o uso de produtos prontos para consumo
4. Comer com regularidade e com atenção e em
ambientes apropriados
5. Comer em companhia
6. Fazer compras de alimentos em locais que ofertem
variedades de alimentos frescos e evitar aqueles que
só vendem produtos prontos para consumo
7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades
culinárias
8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o
espaço que ela merece
9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que
servem refeições feitas na hora e evitar redes de fast
food
10. Ser crítico quanto a informações, orientações e
mensagens sobre alimentação veiculadas em
propagandas comerciais

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02. OS NUTRIENTES
- Macronutriente: Carboidratos, Proteínas, Lipídeos - Fontes: exógenas (proteínas dos alimentos) e
(tem calorias, geram energia ao corpo) endógenas (degradação das proteínas celulares do
- Micronutriente: Vitaminas, Sais minerais (não tem próprio organismo)
calorias, não geram energia, mas são reguladores do - Origem animal: Carnes, vísceras, ovos, leite e
organismo) derivados
- Carboidrato e proteína: 1g tem 4kcal - Origem vegetal: Cereais integrais e leguminosas
- Lipídeo: 1g tem 9kcal - Proteína de Alto Valor Biológico – AVB: quando tem
todos os aminoácidos essenciais (proteína animal);
MACRONUTRIENTES - Proteína de Médio Valor Biológico – MVB: quando
tem quase todos os aminoácidos essenciais
CARBOIDRATOS (leguminosas)
- São classificados em SIMPLES e COMPLEXOS; - Proteína de Baixo Valor Biológico – BVB: quando não
- Os SIMPLES são: Monossacarídeos (glicose, frutose e tem tantos aminoácidos essenciais (cereais)
galactose) e Dissacarídeos (maltose, sacarose e - Aminoácidos essenciais: o organismo não sintetiza.
lactose); maltose vem da fermentação dos cereais, - Aminoácidos não essenciais: são sintetizados pelo
sacarose vem de frutas; glicose, frutose e galactose organismo
não tem puro na natureza; Digestão rápida - Aminoácidos condicionalmente essenciais: São
- Os COMPLEXOS são: Oligossacarídeos (3 a 9 necessários no período de crescimento
moléculas – maltodextrina, frutoligossacarídeos), - Os AA terão três destinos principais: anabolismo,
Polissacarídeos (> 10 moléculas – glicogênio, amido e catabolismo ou degradação; e produção de energia.
FIBRAS); frutoligossacarídeos são açúcares vindos dos - Através dessas vias os AA farão a construção e
vegetais, maltodextrina vem dos cereais; manutenção dos tecidos, a formação de enzimas,
hormônios, anticorpos, o fornecimento de energia e a
FIBRA ALIMENTAR regulação de processos metabólicos
- Carboidratos não digeríveis, não absorvemos - proteína não é o composto de maior quantidade,
- São divididas em solúveis e insolúveis. mas é o de maior destaque em uma dieta, por conta
1. Solúveis dessa característica anabólica, de construção;
- Substância com característica em gel em contato LIPÍDEOS
com a água.
- Fermentadas no intestino grosso pela microbiota - As funções são: Reserva de energia, combustível
bacteriana, produzindo AGCC (ácido graxo de cadeia celular, componente estrutural das membranas
curta) biológicas, isolamento e proteção de órgãos.
- Exercem efeitos no controle da glicemia por - Alguns ácidos graxos (AG) são sintetizados pelo
retardarem o esvaziamento gástrico e diminuírem a organismo e outros não, devendo ser obrigatórios na
velocidade do trânsito intestinal. alimentação.
- Ex: pectinas (frutas), frutanos (inulina e - Os ácidos graxos são classificados como saturados ou
frutoligossacarídeos) e uma fração da hemicelulose. insaturados, dependendo da ausência ou presença de
OBS: pacientes com diarreia se usa fibras solúveis para ligações duplas carbono-carbono
ajudar; - Ácido graxo → saturado e insaturado
2. Insolúveis (monoinsaturado e polinsaturado)
- Não dissolvem na água, absorvem a mesma, incham 1. Ácidos graxos saturados
e aceleram o transito intestinal. - Praticamente todas sólidas à temperatura ambiente
- Retiram substâncias potencialmente tóxicas mais - Gorduras de origem animal geralmente são ricas em
rapidamente do organismo. AGS
- Não fornecem calorias. - Origem animal: Carnes, leite , manteiga, banha,
- Ex: lignina, celulose e a maior parte das hemicelulose bacon
(cascas, bagaço) - Origem Vegetal: Óleo de coco e palma (dendê)
OBS: não adianta colocar fibra na alimentação se não 2. Ácidos graxos insaturados
ingerir mais água, pois piora o caso - São geralmente líquidos à temperatura ambiente
- Óleos de origem vegetal são ricos em ácidos graxos
insaturados.
PROTEÍNA - Origem animal: Peixes, óleo de peixes, gema de ovo
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(poliinsaturados) sintetizar esses compostos necessários à manutenção


- Origem Vegetal: Azeite de oliva, óleo (amendoim, de uma vida normal.
canola, arroz) abacate, castanha, noz, amêndoas → - vitaminas + minerais = micronutrientes
monoinsaturados; Óleo de soja, milho, girassol,
linhaça → poliinsaturados;
* VITAMINAS
a) Ômega 3 (EPA e DHA)
- Contribui no controle das doenças cardiovasculares, - Compostos orgânicos que variam quanto estrutura
de alguns tipos de câncer e no tratamento de doenças química e atividade biológica, funcionando tanto
inflamatórias como artrite, autismo (questão como cofatores de enzimas em diferentes reações
inflamatória está sendo também relacionada com a bioquímicas, como antioxidantes/oxidantes, modulam
obesidade); o balanço oxidativo, e até mesmo como hormônios
- Reduz os TG e LDL e aumenta o HDL (vitamina D), regulando a expressão gênica.
- As fontes são provenientes de peixes de águas - atenção tanto a carência quanto excesso são
profundas e frias (salmão, atum, bacalhau, arenque, problemas, nas suplementações de vitaminas
cavalinha, sardinha, truta), óleos de peixe, sementes lipossolúveis é possível ter toxicidade
de linhaça ou óleo de linhaça. - É um fator dietético essencial requerido pelo
b) Ômega 6 (Linoleico) organismo em pequenas quantidades e cuja ausência
- Prevenção de doenças como osteoporose resulta em doenças carências.
- A fonte principal é o azeite, mas também encontra- - é importante ter uma regulação intestinal adequada
se em peixes de água quente, ovos, leite, cereais, e microbiota intestinal
nozes, óleo (prímula, linhaça, semente de girassol ou - Hidrossolúveis: Vitamina C, Vitaminas do Complexo
sementes de abóbora). B-cereais integrais(absorvidas com água)
c) Ômega 9 (oleico) - corpo não estoca vitamina hidrossolúvel o excesso é
- Participa na síntese de alguns hormônios eliminado na urina
- Pode ser sintetizados pelo organismo desde que - Lipossolúveis: A,D,E,K (absorvidas com gordura)-
tenha o ômega 3 e 6 atentar dietas muito pobres em gordura, ou doenças
- A fonte principal é o azeite (até 70%), e outros óleos como pancreatite, tem deficiência dessas vitaminas
(semente de uva, gergelim, girassol, palma), abacate, - leite é uma fonte de vitamina D (em leite desnatado,
oleaginosas (castanhas, amêndoas e nozes), e peixes como não tem gordura, as vitaminas e minerais
como tubarão e bacalhau. lipossolúveis são retiradas em sua maioria)
3. Ácidos Graxos Trans ou Gorduras trans * MINERAIS
- Maior risco de DCV (mais que a saturada)
- Aumenta o LDL e diminui o HDL - São compostos inorgânicos e orgânicos
- Alguns alimentos tipo carne e leite tem quantidades (normalmente são os minerais quelato).
muito pequena dessa gordura - Não podem ser produzidos por seres vivos, quase
- Grande parte dos produtos industrializados e todos devem ser ingeridos pela via alimentar
processados tem esse tipo de gordura - Estão na formação do corpo e são vitais para o
- Tem fins industriais (maior tempo de vida útil) correto funcionamento celular.
- Encontrado na maior parte dos biscoitos (recheados, - Se houver excesso, será eliminado através das fezes
waffles e outros), batata frita e industrializadas, e da urina.
sorvete, bolos, pães, massas (lasanha, pastel, - Macromineral: Cálcio, Fósforo e Magnésio-
empadão), margarinas e gorduras vegetais. ingerimos em maior quantidade, temos maior
- Denominação na rotulagem: gordura hidrogenada, necessidade desses minerais
gordura trans, óleo hidrogenado ou gordura vegetal. - Micromineral: Zinco, Ferro, Selênio, Manganês e
-1g de carboidrato e proteína tem 4 kcal outros
-1g de lipídeo tem 9 kcal - Eletrólitos: Sódio, Potássio, Água
- importante analisa a acidez estomacal pois esses
MICRONUTRIENTES minerais precisam de uma certa acidez para serem
absorvidos
- complexo B: cereais
- Denominados assim por dois motivos: HIDRATAÇÃO – ÁGUA
. Por ser requerido em quantidades muito pequenas, - Maior parte do volume de uma célula.
da ordem de miligramas ou microgramas por dia. - Componente essencial de todos os tecidos
Geram aumento de musculatura, formar enzimas. corpóreos;
. Por ser essenciais, pois o organismo não pode - Transporte de alguns micronutrientes e de outras

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substâncias.
- Regula a temperatura
- Reposição diária para manter a saúde e as funções
básicas do organismo.
- Necessário para os processos fisiológicos de
digestão, absorção e excreção;
- A água corporal se localiza nos diversos
compartimentos das células, intra e extracelular
- Balanço hídrico: equilíbrio entre ingestão e
excreção/perda de água; organismo não armazena
água
- A ingestão de água ocorre por consumo de
alimentos, consumo de água e outras bebidas,
mecanismos corporais
-Excreção: respiração, transpiração, urina e fezes
- Não são equivalentes a água: H2O, água saborisadas
- Deficiência de água: pode levar ao coma

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03. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS


- Segundo a Associação Americana de Saúde Pública, o - Determinar a quantidade de roupa a ser aceita para
conceito de estado nutricional é: “a condição de medida. Em clínica pode ser usado avental
saúde de um indivíduo influenciado pelo consumo e (descartável?);
utilização de nutrientes, e identificada pelo somatório - Tipos de Peso: Peso atual (PA), Peso usual ou
de informações obtidas de estudos físicos, Habitual (PU-peso que o paciente tem há mais
bioquímicos, clínicos e dietéticos”. tempo), Peso ideal ou Peso Teórico (PI / PT) , Peso
* Dimensão Biológica do Conceito do Estado desejável (PD), Peso Médio (PM) = (PA + PI)/2
Nutricional - Peso atual é o peso onde o indivíduo é posicionado
de pé, descalço, no centro da balança e com roupas
leves. O valor obtido corresponde ao peso atual do
indivíduo na referida data.
- Peso usual utilizado como referência na avaliação
das mudanças recentes de peso e em casos de
impossibilidade de medir o peso atual. Geralmente é
o peso que se mantém por maior período de tempo.
- Peso ideal ou teórico é o peso definido de acordo
com alguns parâmetros, tais como idade, biótipo, sexo
e altura. Devido a variações individuais no adulto, o
peso ideal/teórico pode variar na faixa de 10% abaixo
e 10% acima desse peso.
- Peso médio usado quando o indivíduo apresenta-se
* Fatores determinantes do estado nutricional com o peso superior ou inferior ao considerado
- Fatores econômicos (renda, acesso) normal, especialmente para cálculo de adequação de
- Fatores sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, dietas- calcular quantas calorias por dia
colegas, etc.) - Estimativa de peso* quando não se pode pesar o
- Fatores culturais (descendência, costumes) indivíduo, é possível estimar o peso por meio de
- Fatores religiosos (mitos, tabus, crenças) algumas fórmulas, tais como circunferência da
- Fatores psicológicos (necessidade, prazer, panturrilha, compleição corporal, altura ou IMC.
desconforto, insegurança) 1. Peso Ideal pelo IMC
- Fatores fisiopatológicos - IMC médio → Homens (22 Kg/m2) → Mulheres (20,8
* Alterações do estado nutricional Kg/m2 ou 21 Kg/m2)
- É quando ocorre o consumo inadequado de - IMC médio → Idoso (Masc. e fem.): 25 Kg/m2
alimentos, em quantidade e qualidade, provocando
distúrbios ou carências nutricionais.

→ AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
HOSPITALAR/ AMBULATORIAL
- Identificar os distúrbios nutricionais;
- Possibilitar uma intervenção adequada;
- Auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado
de saúde.
- Métodos Objetivos: Antropometria, Parâmetros
bioquímicos, Composição corporal, Consumo
alimentar
- Métodos Subjetivos: Exame físico, Avaliação global
subjetiva - PI = IMC médio x Altura2
* Peso * Estatura
- É a soma de todos os componentes corporais e - Estadiômetro
reflete o equilíbrio protéico-energético do indivíduo. - Posição em pé, descalço, calcanhares juntos, costas
- Balança calibrada, Posição em pé, descalço e com retas e braços estendidos ao lado do corpo.
roupas leves
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- Inalterada até os 40 anos * Balanço Energético


- Redução de 0,5 – 2,0 cm/ década (após 60 anos) - É constante a busca pelo peso corporal adequado, e
* Índice de Massa Corporal isso não só pela a estética, mas por relação peso
- Indicador simples de estado nutricional corporal e patologias.
- em grupos específicos, deve-se fazer outra avaliação, - Balanço energético é a relação entre a ingestão de
pois é complicado aplicar em atletas, halterofilistas, energia e o gasto energético → Negativo (perda
etc ponderal); Positivo (ganho ponderal); Neutro
- IMC: Peso atual (kg) / (Altura (m))2 (manutenção do peso corporal).
1. Classificação internacional de adultos com - A eficiência com que cada organismo converte a
desnutrição, eutrofia, sobrepeso e obesidade, de energia potencial disponível nos alimentos em reserva
acordo com o Índice de Massa Corporal. de energia corporal está sujeita a variações
individuais, o que pode explicar a predisposição ou a
resistência a ganho ou a perda de peso.
* Taxa Metabólica Basal (TMB)
- É definido como sendo o mínimo de energia utilizada
em 24h
- Energia necessária para: manutenção dos processos
corporais vitais (respiração, metabolismo celular,
circulação, atividade glandular e conservação da
temperatura corporal)
- Contribui com cerca de 60 a 75% do gasto energético
diário
1. Fatores que Influenciam o Metabolismo Basal
- Sexo: homens tem maior TMB do que mulheres,
quanto maior a massa muscular maior a taxa
OBS: lembrar de olhar a faixa etária antes de metabólica basal
classificar no IMC, idosos, crianças, adolescentes tem - Idade: quanto maior a idade, menor a TMB (↓
classificações diferentes; massa magra e ↑ massa gordurosa).
→ Necessidade Energética – Conceitos - Área da superfície corpórea: quanto maior a área,
- METABOLISMO é o total de todas as transformações maior a perda de calor (manutenção de calor) e maior
químicas que ocorrem em uma célula ou em um o MB.
organismo vivo. - Secreções das glândulas endócrinas (tiroxina):
- ENERGIA é a capacidade de realizar trabalho ou Hipotireoidismo (pode ↓ 30 a 40% do MB) e
produzir mudanças na matéria. Hipertireoidismo (pode ↑ MB em até 80%)
- METABOLISMO ENERGÉTICO: Compreende todas as 2. Exemplo: equações propostas pelas DRIs para TMB
vias utilizadas pelo organismo para obter e usar a a) Equação proposta pelo comitê da DRI de energia
energia química vinda do rompimento das ligações - Homens eutróficos, sobrepeso e obeso: TMB
químicas presentes nos nutrientes que compõem os (kcal/dia) = 293 – (3,8 x I) + (456,4 x E) + (10,12 x P)
alimentos. - Mulheres eutróficos, sobrepeso e obeso: TMB
- Unidade de medida da energia: Calorias (kcaloria, (kcal/dia) = 247 – (2,67 x I) + (401,5 x E) + (8,6 x P)
Kcal ou cal) ou Joule (Unidade de medida de calor OBS: Onde P(kg): peso atual, E(m): Estatura, I(anos):
mecânico - para converter kcal em quilojoule (KJ), Idade
multiplica-se as quilocalorias por 4,2.) b) Para utilização em estimativas por fórmulas
* Necessidades Nutricionais - VET ou GET ou NET = TMB/GEB x FA
- Quantidade de nutrientes e de energia - Variáveis: Idade, sexo, peso, estatura e a atividade
biodisponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio física;
deve ingerir para satisfazer suas necessidades → Recomendações Nutricionais dos
fisiológicas normais e prevenir sintomas de Macronutrientes
deficiência.
- Recomendações de carboidratos podem variar de 50
* Recomendações Nutricionais a 75% do VET → fibras podem variar de 16g a 35g por
- As quantidades de energia e de nutrientes que dia
devem conter os alimentos consumidos para - Recomendações de proteínas podem variar de 10% a
satisfazer as necessidades de quase todos os indivíduo 20% do VET
de uma população sadia.

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- Recomendações de lipídeos podem variar de 15% a


35% do VET

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04. DIETAS HOSPITALARES


CONCEITOS GERAIS
→ Dieta
- No indivíduo sadio: Fornecer os nutrientes em
quantidades necessárias, sendo adequada e
corretamente balanceada;
- No indivíduo doente: Visar à cura da enfermidade,
além de atender as necessidades individuais. Por
exemplo na obesidade, anemia, diabetes
→ Dietoterapia
- Não apenas saciar a fome, mas promover a saúde;
- O que é: Modificações da DIETA NORMAL exigidas
pelo tratamento das diferentes patologias → exige-se
o conhecimento sobre os ciclos vitais e as
necessidades de nutrientes essenciais para obter-se o
crescimento e desenvolvimento normal;
- quem libera dieta é o médico, baseada na doença do
paciente
-na obesidade é feito um plano alimentar
-melhorar o estado nutricional de um pré-operatório
-auxiliar na terapêutica do DM
*Individualização da dieta: considerar sexo, idade,
peso, altura
-necessidade energética total
-distribuição de macro e micronutrientes
-se necessário devido a comorbidade fazer restrição
de nutrientes
* Finalidade
- Necessidades orgânicas do paciente: conservar a
saúde ou curar das enfermidades e restaurar da
saúde.
- Assegurar a manutenção da saúde;
- Garantir o crescimento e o desenvolvimento
(principalmente criança e adolescente)
- Permitir o funcionamento adequado de todas as
atividades físicas, mentais e sociais
→ Processo de Cuidado Nutricional
- O cuidado nutricional é o processo de atingir
necessidades nutricionais estáveis ou em mudança.
- O tipo de cuidado depende da presença de doença,
do ambiente e do estado de crescimento e
desenvolvimento do indivíduo.
→ Modificações da Dieta
- As dietas terapêuticas são baseadas em uma dieta
normal e adequada, sendo modificada conforme o
necessário para fornecer as necessidades individuais
como: capacidade digestiva e absortiva, tratamento
do processo de doença e fatores psicossociais.
- Essas dietas definem-se como modificações
quantitativas e qualitativas da dieta NORMAL.
- Deve diferir da dieta normal do indivíduo o mínimo

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possível, a menos que inadequações necessitem ser c) Biológico


corrigida. - Fermentação: iogurte
→ Dietas - Bactérias
- Conteúdo e Consistência → podem ser modificados 2. Características da Dieta
por Problemas mecânicos e Problemas no trato - Físicas: Consistência, Fracionamento, Temperatura,
gastrointestinal Volume
- Tipos de dietas quanto a consistência e modificação - Químicas: Carboidrato, Proteína, Lipídio, Vitaminas,
de nutriente Sais minerais, Líquidos, Purinas, Fibras, Colesterol
- Conteúdo energético: hipercalórica, hipocalórica, * Tipos de Regimes Dietoterápicos
normal em calorias - Quanto ao poder nutritivo: Suficiente ou Normal (Ex:
- Alterações metabólicas - Qualidade e a quantidade Normocalórica), Carente (Ex: Hipocalórica), Excessivo
dos nutrientes (Ex: Hipercalórica)
* Dieta Específica - Com quantidade normal dos Componentes:
- É prescrita para determinados casos; Normoproteica, Normoglicídica, Normolipídica,
- ex: dieta para DM, insuficiência renal, diálise, ICC Normocelulósica, Normohídrica,
* Dieta Especial Normocolesterolemica
- Características físico-químicas são alteradas; - Com aumento parcial dos componentes:
- Alteração do funcionamento do organismo Hiperproteica, Hiperglicídica, Rica em fibras,
- modifica consistência, característica de proteínas; Hiperhídrica
- ex: dieta para DM constipado → rica em fibras, dieta - Com diminuição parcial dos componentes:
para DM com dificuldade de deglutição → mais Hipoprotéica, Hipoglicídica, Hipolipídica, Hipohidrica,
pastosa Pobre em fibra, Hipocolesterolemica
- digamos que é uma dieta para um determinado - Quanto a Consistência: Líquida (Líquida
paciente que está dentro de um grupo de dieta clara/líquida cirúrgica/líquida restrita, Líquida
específica completa) Cremosa ou Líquida – Pastosa, Pastosa,
Branda, Normal/Livre/Geral - PROVA
* Prescrição Dietoterápica
-obs dieta branda: mais fácil de fazer digestão, mas a
1. Dieta Aplicada
consistência é a mesma, menos temperos na carne
- Prescrição individual
por exemplo, feijão só com caldo, não vai alimentos
- A prescrição da dieta pode variar de “NPO/zero” à
flatulentos, só cozidos
“Dieta Normal”, passando pelas demais consistências
- Quanto à Temperatura: Gelada, Fria ou fresca,
- Determina o tipo, quantidade, frequência e a via de
Temperatura corporal ou ambiente, Quente
ingestão alimentar
- Consta no prontuário do paciente, para o histórico
da evolução clínica
- Realizada após avaliação do quadro clínico e do DIETAS HOSPITALARES
diagnóstico clínico definitivo ou provável.
- A apresentação dos pratos, horários, higiene e → Dieta Normal ou Livre em Consistência
limpeza dos utensílios - influi no bom resultado - Objetivo: Manter o estado nutricional de pacientes
dietoterápico. com ausência de alterações metabólicas significativas
- Considerar - Idade, peso, estatura, atividade física e ou risco nutricional.
o estado de saúde; - Indicação: Indivíduos (qualquer fase da vida) que não
- Dieta é um controle alimentar → prevenção necessitem de modificação na consistência;
terapêutica - Características: Preenche todos os requisitos de uma
* Fatores Modificadores da Dieta dieta equilibrada, com atenção às necessidades
1. Quanto às Características das Preparações nutricionais do organismo, sem restrições qualitativas.
a) Físico Não há restrição no tipo ou método de preparo.
- Subdivisão: as vezes, mandar mais clara do ovo em Nutricionalmente adequada em consistência;
vez da gema para uma dieta mais proteica - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta
- Dissolução: café e leite ou café com leite Normal/Livre/Geral
- União * Algumas Orientações
- Temperatura - Evitar frituras
b) Químico - Incluir hortaliças verde-escuras e leguminosas várias
- Cocção: alimentos cozidos vezes na semana
- Preferir frutas frescas e com casca, se possível
orgânico
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- Retirar as gorduras visíveis das carnes PERMITIDO PELA PATOLOGIA


- Selecionar as carnes assadas, grelhadas - O baixo teor de fibras pode resultar em Constipação
- Usar molhos pobres em gorduras intestinal. Pode ser utilizado o suco de ameixa seca
→ Dietas Modificadas na Consistência em conserva liquidificada, e os chás laxativos.
- Modifica-se a consistência da dieta quando há - As fibras devem ser incluídas gradativamente à dieta,
alguma limitação do paciente em ingerir os alimentos de acordo com a tolerância.
em sua apresentação normal, modificando através de * Dieta Cremosa ou Líquida Pastosa
tipos de preparações ou através do cozimento. - Objetivo: Fornecer uma dieta que não necessite de
- Ex.: dificuldade de deglutir, falta de dentição, mastigação e que seja deglutida com pouco ou
cirurgia que precise de repouso intestinal, pacientes nenhum esforço.
pós-parto que não podem gerar gases, pacientes que - Indicação (algumas): Dificuldade total na mastigação
tem digestão lenta, pacientes com abdome distendido ou deglutição por problemas mecânicos. Disfagia
* Dieta Branda grave. Doenças com danos neurológicos. Indicado
- Objetivo: Fornecer dieta contendo o mínimo possível para pacientes com risco de broncoaspiração.
de fibras não abrandadas pela cocção, em quantidade - Características: Normal em quase todos os
moderada de resíduos. Nada cru, no máximo mamão nutrientes, exceto fibra. Os alimentos estão na forma
e banana vão ser crus; Frutas sem casca e de liquidificada ou cremosa.
preferência cozida - não tem nada nem desfiado, é tudo bem
- nessa dieta, quase tudo é cozido, difícil ir algo cru → cremoso/liquidificado
facilidade maior de fazer digestão, os alimentos não - Prescrição dietética: Prescreve-se cremosa ou líquida
fermentam muito pastosa
- Indicação (algumas): Utilizada no pós-cirúrgico, pós- * Dieta Líquida Completa
parto. Dificuldade na mastigação ou deglutição por - Objetivo: Fornecer uma dieta oral que seja bem
problemas mecânicos leves, mas ainda com ingestão tolerada por quem não pode ingerir alimentos sólidos.
de alimentos mais íntegros. Presença de gastrite ou - Indicação (algumas): Após cirurgias de cabeça e
úlcera péptica. pescoço. Doenças agudas. Pacientes incapazes de
- Características: Melhorar a digestibilidade, devido às tolerar alimentos sólidos ou com dificuldade de
fibras abrandadas. Praticamente todos os alimentos mastigação e deglutição. Precaução em pacientes com
cozidos, exceto algumas frutas. Sem excesso de risco de broncoaspiração. Preferencialmente ser dieta
condimentos, gorduras e frituras. Isenta ou redução de transição → progressão. Inclui diabéticos e não-
de alimentos flatulentos (couve flor, brócolis, couve, diabéticos.
grão do feijão, temperos como cebola e alho) - Características: Contém alimentos na forma líquida
- Prescrição dietética: Prescreve-se branda ou que se liquefazem à temperatura corporal (ex:
* Dieta Pastosa gelatina). Constituída de alimentos líquidos espessos,
- Objetivo: Fornecer uma dieta que possa ser fracionados e pobres em fibras. Permite adição de
mastigada e deglutida com pouco ou nenhum esforço. leite e derivados, ovos e cereais refinados. Uso de
- Indicação (algumas): Dificuldade moderada na suplementos para adequar o valor energético.
mastigação ou deglutição por problemas mecânicos. - sopa liquidificada, leite, paciente consegue tomar de
Doenças com danos neurológicos. Dificuldade no uso canudo
de próteses dentárias (machuca/ dor). Pacientes - Prescrição dietética: Prescreve-se líquida completa
incapazes de tolerar alimentos sólidos. Precaução em 1. Algumas Orientações
pacientes com risco de broncoaspiração. - Podem ser utilizados gelatinas de todos os sabores,
- Características: Alimentos na forma de purê ou bebidas como o café e o chá e sorvete cremosos,
amassados, exceto se naturalmente macios. batidas de “vitaminas”
- não tem nada de pedaço grande, no máximo uma - Alguns pacientes podem necessitar seringa ou
carne desfiada ou moída canudos para facilitar a alimentação
- Prescrição dietética: Prescreve-se pastosa - Caso não houver condições de progressão da dieta
1. Algumas Orientações recomenda-se suplementos industrializados com ↓
- É mais atraente e melhor tolerado quando os quantidade de resíduos
alimentos são transformados na consistência pastosa - Os alimentos liquidificados devem ser utilizados,
em itens separados, e não todos misturados; podem ser mantidos sob refrigeração até 24h, ou
- Leite, molhos, margarina, manteiga, mel ou açúcar congelados após o preparo.
podem ser adicionados aos alimentos sólidos e * Dieta Líquida Clara ou Cirúrgica ou “Restrita”
líquidos para aumentar o aporte calórico → QUANDO - Objetivo: Oferecer líquidos e eletrólitos via oral para
prevenir a desidratação; Minimizar o trabalho do TGI
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e a presença de resíduos no cólon. com grandes perdas ou alto catabolismo proteico.


- Indicação (algumas): Preparo e pós-operatório de - Indicação (algumas): Adultos e idosos que não
cirurgias do TGI. Após período de alimentação por via requerem modificações específicas no aporte
intravenosa. Durante infecções graves e diarréia calóricos, porém com necessidades proteicas
aguda. Antes ou depois de procedimentos de aumentadas. Função renal normal.
diagnóstico. Primeiro passo na alimentação por via - Características: Sem modificação da consistência (em
oral (pode ser a primeira dieta oral para passar da alguns caso pode haver), e pode ser rica em proteína.
dieta enteral para oral) - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta
- Características: Altamente restritiva e normocalórica e hiperproteica
nutricionalmente inadequada em todos os nutrientes. * Dieta Hipercalórica
Não deve ser utilizada por mais de 3 dias. Pobre em - Objetivo: Pacientes com necessidade de aumento de
Kcal, maior parte das calorias vem dos carboidratos. calorias para ganho de peso ou manutenção do peso
Valor calórico provenientes principalmente de HC. devido ao catabolismo.
Alimentos com baixa quantidade de resíduos. Proibido - Indicação: Pacientes que necessitam de maior aporte
o leite e produtos contendo o mesmo (deixa muito calórico.
resíduo no cólon). - Características: Sem modificações na consistência
- por exemplo: caldo de carne → é a água do (em alguns casos pode haver). Rica em calorias.
cozimento, ferve um pedaço de carne, coa e dá a água Adicionados alimentos como leite em pó, creme de
para o paciente; leite, óleo (se a patologia permitir). Adição de
- Prescrição dietética: Prescreve-se líquida clara ou suplementos industrializados.
restrita ou cirúrgica - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipercalórica
1. Algumas Orientações * Dieta Hipocalórica
- Podem ser utilizados gelatinas de todos os sabores e - Objetivo: Reduzir peso
bebidas como o café e o chá - Indicação: Pacientes que necessitam de reduzir peso
- Os alimentos com grande concentração de açúcares corporal
simples, eletrólitos e AAs são hiperosmolares → - Características: Sem modificações na consistência
diarreia → cautela (em alguns caso pode haver). Pobre em calorias.
- Caso não houver condições de progressão da dieta, - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipocalórica
recomenda-se suplementos industrializados com * Dieta Hiperproteica
baixa quantidade de resíduos → evitar desidratação - Objetivo: Manter o estado nutricional de pacientes
- A ingestão de líquidos deve ser monitorada com grandes perdas ou alto catabolismo proteico.
* Dieta líquida de prova - Indicação: Pacientes com infecção, queimados e
- Objetivo: hidratação em períodos curtos e politraumatizados, ou outros casos nos quais haja
proporcionar o mínimo de resíduos para o máx de necessidade de acréscimo de proteína. Função renal
repouso gastrintestinal normal.
- Indicação: primeiro passo na alimentação via oral; - Características: Sem modificações na consistência
antes ou depois de procedimentos de diagnóstico (em alguns casos pode haver). Rica em proteínas.
- Características: Adicionados alimentos ricos em proteínas. Adição de
- altamente restritiva e nutricionalmente inadequada suplementos industrializados ricos em proteínas
- não utilizar por mais de 3 dias (carne, leite, etc).
-não contém óleo, açúcar e leite - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hiperproteica
Alimentos permitidos: água, chás e água de cocô * Dieta Hipoproteica
Prescrição dietética: prescreve-se líquida de prova - Objetivo: Oferecer redução de proteína.
→ Dietas Modificadas em Nutrientes e - Indicação: Pacientes com insuficiência renal aguda
Energia ou insuficiência renal crônica em tratamento
- Modifica-se os nutrientes (mais, menos ou isento) conservador. Alguns pacientes com alteração
para atingir as necessidades do paciente ou não hepática.
sobrecarregar o organismo devido a alguma patologia OBS: pacientes em diálise não precisa mais de uma
ou ainda quando a patologia exige a retirada do dieta hipoproteica, pois ele vai perder já proteínas
nutriente para garantir sua melhora. pela própria diálise;
- Inclui-se também a alteração de energia - Características: Sem modificações na consistência
- ex: paciente celíaco, obeso, problemas renais... (em alguns caso pode haver), restrita em proteínas.
* Dieta Normocalórica e Hiperproteica Restrição de alimentos fontes de proteína alto valor
- Objetivo: Manter o estado nutricional de pacientes biológico, como carnes, leite.
- Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipoproteica
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* Dieta Hipercalórica e Hiperproteica em lactose e sacarose. Evitados alimentos flatulentos.


- Objetivo: Fornecer dieta com alto aporte calórico e Fibras deve ser < que 10g/dia.
proteico, minimizando a resposta catabólica à injuria, - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta com
recuperação da desnutrição. restrição de fibras e resíduos.
- Indicação: Pacientes que necessitam de maior aporte * Dieta Rica em Fibras
calórico e proteico. Pacientes que vão se submeter ou - Objetivo: Promover o aumento da excreção fecal e
já foram submetidos a procedimentos cirúrgicos redução da pressão intracolônica.
(inclusive câncer). - Indicação: Constipação intestinal. Doenças
- Características: Sem modificação de consistência. diverticulares.
Rica em Kcal e alimentos fontes de proteína de alto - Características: Sem modificação de consistência (em
valor biológico. Suplementos industrializados em alguns casos pode haver). Acrescidos de suplementos
casos de dificuldade de ingestão de sólidos e/ou de de fibras em pó. Para ser rica deve ter mais que
dieta via sonda. 25g/dia.
- Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipercalórica - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta rica em
e hiperproteica. fibras.
OBS: lembrando que um paciente renal não basta só * Dieta Constipante
cuidar das proteínas, tem que cuidar de sódio, - Indicação: Pacientes que apresentam diarreia aguda
potássio, fósforo, etc com aumento da frequência de evacuações – acima
* Dieta Hipercalórica e Hipoproteica de 3x ao dia – com fezes semipastosas ou líquidas.
- Objetivo: Oferecer um aporte calórico aumentado e - Características: Dieta de consistência normal. Pobre
uma redução de proteína. em fibras insolúveis, gorduras, frutose e sacarose. Na
- Indicação: Casos patológicos que necessitem de alto administração da dieta, é proibida a utilização de
teor calórico devido ao catabolismo e redução de verduras e frutas, exceto banana e maçã descascada.
proteína pelo comprometimento renal ou hepático. Evitar condimentos e especiarias fotes, doces em
- Características: Sem modificação de consistência (em geral, frituras e reduzir a utilização de óleo nas
alguns caso pode haver). Rica em Kcal e restrita de preparações.
alimentos fontes de proteína alto valor biológico, - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta constipante.
como carnes, leite. Suplementos industrializados em * Dieta para Diabetes Mellitus (DM)
casos de dificuldade de ingestão de sólidos e/ou de - Indicação: Pacientes que apresentam diabetes
dieta via sonda. mellitus 1 ou 2
- Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipercalórica - Características: Dieta de consistência variada.
e hipoproteica. Composta de 6 refeições dia, com intervalo de 3h.
* Dieta Hipolipídica Equilibrada conforme a necessidade do indivíduo.
- Objetivo: Oferecer uma dieta com redução de Quantidade moderada de massas, farinhas, mandioca,
lipídeos. cereais, leguminosas. Constituída de alimentos
- Indicação: Pacientes com doenças do pâncreas ou da integrais. Não é permitido açúcar, doces em geral,
vesícula biliar. Pacientes com diarreia. biscoitos doces.
- Características: Sem modificação de consistência (em - sempre tem que informar que o paciente é
alguns caso pode haver). Isenta de gordura de adição diabético, pois ele recebe 6 refeições, já um paciente
e restrita de alimentos ricos em lipídeos tipo carnes normal recebe 4 durante o dia;
gordas, manteiga. - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta para DM
- Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipolipídica. * Dieta Hipossódica
* Dieta com Restrição de Fibras e Resíduos - Indicação: Pacientes com doenças cardiovascular,
- Objetivo: Minimizar a quantidade de resíduos no hipertensão arterial, retenção de líquidos, edemas por
intestino, produzidos pela digestão. Diminuir o peso e problemas renais ou cardíacos, cirrose hepática com
o volume das fezes, prolongando o tempo do trânsito ascite, hipertensão portal.
intestinal. Auxiliar no alívio da diarreia, prevenindo a - Características: Dieta de consistência variada,
desidratação e perda de peso. preparada sem sal. Total de sódio intrínseco e
- Indicação: Progressão da dieta líquida clara, nas extrínseco deve ser de 2000mg/dia. Equilibrada
diarreias aguda e crônica. Fase aguda das DII (doença conforme a necessidade do indivíduo. Restrição de
de Crohn, retocolite ulcerativa). Tratamento de alimentos embutidos, condimentos industrializados,
obstrução intestinal ou esofageana parcial. Pré e pós- enlatados, bebidas dietéticas com ciclamato de sódio.
operatório de cirurgia de intestino grosso. Condições - Prescrição dietética: Prescreve-se dieta hipossódica
que o movimento intestinal está contraindicado. - Outros locais vem: Hipossódica 2g sal ou 4g sal ou
- Características: Pobre em fibras e resíduos, pobre pouco sal
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* Dieta com Restrição de Líquidos (480mg) e vitamina D (11ug) que atua na redução de
- Indicação: Pacientes com insuficiência hepática, quedas e fraturas.
cirrose alcoólica, hepatite fulminante, falência - Possui também Prebio1, que é um composto
hepática, insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e exclusivo da Nestlé a base de inulina e FOS
condições renais desfavoráveis. (frutoligossacarideos) que contribui para o equilíbrio
- Características: Restrição de líquidos. Volume deve da flora intestinal.
ser indicado conforme a prescrição dietética, que é - Indicado para auxiliar no estado nutricional dos
partilhada com a enfermagem. pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição, e
- Prescrição dietética: Prescreve-se restrição de melhorar a força e a capacidade funcional.
líquidos. - NÃO CONTÉM GLÚTEN.
* Outros Tipos de Dietas - Pode-se usar na alimentação salgada ou doce.
- Dietas Hipocolesterolêmica 4. Prosure
- Dieta isenta de glúten - É um suplemento indicado para paciente com perda
- Dieta isenta de lactose de peso induzida pelo câncer ou com risco para estas
- Dieta pobre em purinas (ácido úrico) condições.
- Dieta rica em ferro ou rica em cálcio - Possui FOS em sua formulação, goma arábica e
- Dieta para úlcera péptica ou para gastrite polissacarídeo de soja, hipercalórico, hiperproteico,
- Dieta para DM + IRC Dieta para IRC em tratamento baixo teor de lipídeos, enriquecido com EPA e DHA.
conservador - Contém sacarose (10%), não contém lactose e
- Dieta para IRC em fase dialítica glúten.
- Dieta para hepatopatia sem/com encefalopatia 5. Nutren 1.5
- Dieta para gastroplastia - Suplemento hipercalórico, normoproteico e
- Dieta para preparo de exames normolipidico.
→ Suplementos Alimentares - Indicado para recuperar ou manutenção do estado
nutricional.
- Suplementação alimentar → Cota adicional de
6. Nutren 2.0
alimentos destinada a prevenir ou corrigir deficiências
- Um alimento nutricionalmente completo para
nutricionais.
nutrição oral, hipercalórico e hiperproteico.
* Suplemento Natural
- Dieta líquida pronta para o uso.
- Leite em pó, Creme de leite, Óleos, Clara de ovo,
- ISENTO DE LACTOSE E GLÚTEN.
Gema de ovo, Proteína Isolada de Soja, Extrato de
7. Calogen
Soja, Açúcar mascavo, Açúcar branco, Mel, Amido de
- Um suplemento hipercalórico, uma exclusiva
milho, Aveia.
emulsão de lipídios composta por triglicérides de
* Suplemento Industrializado cadeia longa canola e girassol de alto teor oléico.
- Módulo de Glicose (maltodextrina), Módulo de - Indicado nas seguintes situações: idosos inapetentes,
Proteína (whey), Módulo de Lipídeos, Módulo de câncer, SIDA, DPOC, caquexia cardíaca, demência,
Fibras, Neston, Mucilon, Sustagem ou Sustare, Parkinson, Alzheimer, insuficiência renal.
Nutren, Soymilke 8. Nutridrink
1. Nutren 1.0 - Suplemento alimentar nutricionalmente completo,
- É uma nutrição completa e balanceada para hipercalórico, rico em vitaminas e minerais.
manutenção e/ou recuperação do estado nutricional. - Fornece alto aporte de nutrientes em volume
- Indicada para intolerância à lactose, desnutrição, pequeno.
doença celíaca, anorexia, estados neurológicos. - Acrescido do mix de carotenóides.
- Isenta de glúten, colesterol e lactose. - Indicado para desnutrição, pré e pós-operatório,
2. Isosource Standard Pó restrição hídrica, cirurgias buco-maxilo, distúrbios
- É uma fórmula completa, normocalórica, neurológicos e cardiopatas.
normoproteica e normolipídica. - Isento de lactose e glúten. Contém sacarose.
- Indicada para atender às necessidades nutricionais
na manutenção e recuperação do estado nutricional e
alimentação de transição.
- Isento de lactose, sacarose e glúten.
3. Nutren Senior
- É um suplemento nutricional oral, formulado com
nutrientes essenciais para os idosos como ACT 3, que
é uma combinação única de proteínas (40gr), cálcio

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9. Outros
- Cubitan: paciente com escaras, melhora cicatrização
- Nutridrink rico em fibras
- Diasip: diabéticos
- Respifor: mais gordura e menos carboidrato, para
pacientes com problemas respiratórios
- Fortini: hipercalórico para crianças
- Nutilis: um espessante, para espessar líquidos em
algumas dietas

PROVA
- tipo de dieta especifica (todo paciente
renal) e especial (um paciente renal com
constipação)
- saber consistências e uma indicação
- Branda: sem muita fermentação, digestão
facilitada
- Pastosa: Dificuldade deglutição, dispneia
- Cremosa: disfagia severa, avc, cirurgia de
TGI
- Líquida completa: avc, cirurgia TGI
- Liquida restrita: preparo exames TGI,
cirurgia de intestino

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05. TERAPIA NUTRICIONAL (TN)

→ Legislação da TNE e TNP


- Resolução - RDC nº 63, de 6 de julho de 2000 REGULAMENTO TÉCNICO PARA A TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL
- Portaria nº 272, de 8 de abril de 1998 REGULAMENTO TÉCNICO PARA A TERAPIA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL
- Resolução- RDC nº 45, de 12 de março de 2003 REGULAMENTO TÉCNICO DE BOAS PRÁTICAS DE UTILIZAÇÃO DAS
SOLUÇÕES PARENTERAIS (SP) EM SERVIÇOS DE SAÚDE.
→ Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional
- Grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a saber: médico,
nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissional de outras categorias, habilitados e com
treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional-TN (fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo,
fisioterapeuta)

específicas do paciente, de acordo com a prescrição


05.01 TN enteral médica.
→ Definição → TNE deve abranger obrigatoriamente
- Nutrição enteral (ANVISA, Resolução nº 63): as seguintes etapas
“alimentos para fins especiais, com ingestão - Indicação e prescrição médica
controlada de nutrientes (sabe quanto tem de - Prescrição dietética
proteína, carbo e lipídeo), na forma isolada ou - Preparação, conservação e armazenamento
combinada, de composição química definida ou - Transporte
estimada, especialmente elaborada para uso por - Administração
sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada - Controle clínico laboratorial
exclusiva ou parcialmente para substituir ou - Avaliação final
complementar a alimentação oral em pacientes
desnutridos ou não, conforme suas necessidades
→ Vantagens NE em Relação à NP
nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou - Fisiológicas → o intestino se beneficia com a
domiciliar, usando a síntese ou manutenção de presença de nutrientes na luz intestinal (oral-usa todo
tecidos, órgãos ou sistemas” TGI- melhor que enteral-exclui sempre uma etapa;
normalmente oral- melhor que parenteral para
→ Atribuições Do Médico Na TNE - questão fisiológica do corpo)
Compete ao Médico - Custo do tratamento é menor que a NP
- Indicar e prescrever a TNE (a via de nutrição enteral) - Menor risco de acarretar complicações infecciosa
- Assegurar o acesso ao trato gastrointestinal para a → Indicações da TNE
TNE e estabelecer a melhor via, incluindo estomias de - Ingestão alimentar inadequada para atingir as
nutrição por via cirúrgica, laparoscópica e necessidades calóricas e proteicas- risco de
endoscópica. desnutrição proteico-calórica
- Orientar os pacientes e os familiares ou o - Redução da ingestão via oral (Anorexia,
responsável legal, quanto aos riscos e benefícios do hipercatabolismo, Ingestão alimentar inadequada →
procedimento. definida quando a ingestão alimentar VO está inferior
- Participar do desenvolvimento técnico e científico a 60-75% das necessidades calóricas)
relacionado ao procedimento - Trato digestório → total ou parcialmente
- Garantir os registros da evolução e dos funcionante (se o TGI não funciona, tem que usar
procedimentos médicos. TNP)
→ Prescrição Médica e Dietética - Pacientes que não satisfazem suas necessidades
- Prescrição médica da TNE: determinação das nutricionais com a alimentação convencional.
diretrizes, prescrição e conduta necessárias para a - Situações clínicas onde existe impossibilidade ou
prática da TNE, baseadas no estado clínico nutricional contraindicação de alimentação VO- situações com
do paciente. capacidade digestiva e absortiva reduzidas
- Prescrição dietética da NE (nutricionista): - Situações clínicas onde a capacidade digestiva e
determinação de nutrientes ou da composição de absortiva estão reduzidas → Usar NE com cautela →
nutrientes da NE, mais adequada às necessidades Avaliar o paciente/seleção da fórmula enteral/escolha
do melhor método de administração.
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- Paciente não quer, não pode ou não deve se cefálica);


alimentar VO - Regulação da temperatura dos alimentos.
- Desnutrido incapaz de alimentar-se VO → Período > - enteral e parenteral excluem a etapa bucal
5-7 dias * Exclusão da Etapa Esofágica
- Eutrófico incapaz de alimentar-se VO → Período > 7- - Deglutição e da adequação fisiológica no estômago
9 dias entre o conteúdo e a quantidade.
- Fase de adaptação da síndrome do intestino curto * Exclusão da Etapa Gástrica
- Após trauma de queimados - Supressão da função antisséptica do estômago;
→ Contraindicações da TNE - Alteração da função de concentração das soluções
- Fase inicial da síndrome do intestino curto que ingressam no intestino;
- Obstrução intestinal mecânica - Perturbação da função secretória e motriz do
- Sangramento intestinal intestino
- Vômitos incoercíveis → VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DA NE
- Fístula distal de alto débito
- Íleo paralítico * Definição da Escolha de Via
- Diarréia persistente (avaliar a causa) - Estado de consciência
- Hiperêmese gravídica - Comodidade do paciente
- Inflamação grave do TGI - Condições de absorção e doença do trato
- Pancreatite na fase aguda gastrintestinal
- Inabilidade para o acesso enteral - Duração do tratamento
- Doença terminal - Tipo de solução (viscosidade- sondas naso tem
→ TNE em Adultos com Câncer Avançado calibre menor então a solução tem que ser menos
viscosa)
ou Terminal
- Como cuidados paliativos, a alimentação enteral * Nasogástrica
pode ajudar a nutrir o paciente 1. Vantagens
- Acompanhados por equipe multiprofissional e terem - Supre todos os nutrientes
participação ativa no seu tratamento sendo sua - Tolera bem fórmulas hipertônicas
opinião e de seus familiares extremamente - Reposição hídrica adequada
importantes - Maior variedade de fórmulas
- TNE pode ser reduzida aos poucos tendo por - Grande capacidade de armazenamento
objetivo evitar desidratação e melhorar a qualidade - Tolera maior volume por refeição
de vida do paciente 2. Desvantagens
→ Vias de Acesso da Alimentação - Maior facilidade de aspiração e Refluxo
Enteral- PROVA gastroesofágico (mais próximo da via aérea)
- Maior facilidade de perda acidental do
posicionamento da sonda
- É contra indicado por longo período de tempo

* Gastrostomia
1. Vantagens
- Pré-pilórica: Nasogástrica, Orogástrica (com - Indicadas para longos períodos
sedação), Faringostomia, Gastrostomia - Quando não se pode utilizar alguma parte do tubo
- Pós-pilórica: Nasoduodenal, Nasojejunal, digestivo
Duodenostomia, Jejunostomia - Preparações com mais viscosidade (mais
- Nasogástrica, Nasoduodenal e Nasojejunal: É concentrada)
indicada para período de tempo mais curto. As sondas - Todas as da SNG
Naso são as mais utilizadas devido ao seu baixo custo 2. Desvantagens
e fácil colocação. - Necessidade de incisão cirúrgica
- Ostomias (Faringo, Gastro, duodeno e
Jejunostomia): É indicada para períodos de tempo
mais longos. * Vias Pós Pilóricas – Naso e Ostomias
* Exclusão da Etapa Bucal 1. Vantagens
- Mastigação e subdivisão dos alimentos; - Posicionada distalmente ao Piloro, maior risco RGE e
- Estímulos secretórios gástricos (fase psíquica e broncoaspiração
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- Evita desconforto das sondas plásticas muito * A indicação do método de infusão deve-se
calibrosas basear-se no(a)
- Permite alimentação Via Oral quando consciente - Estado do paciente;
- Método eficaz e seguro para longos períodos de - Posicionamento da sonda; Pré pilórica pode usar
tempo volumes maiores, pode fazer em bolus
2. Desvantagens - Tipo de dieta;
- Maior dificuldade de posicionamento (mais nas - Necessidades nutricionais;
nasos) - Alimentação por via concomitante.
- Não tolera sobrecarga osmótica → paciente tem → Técnica de Administração da Dieta
distensão abdominal, cólicas e diarreias
- O volume e a concentração das fórmulas devem
ajustar-se a cada caso (começa aos poucos, evitar
complicações)
- Depende das necessidades nutricionais, estado
nutricional, situação clínica e a fórmula selecionada.
- O trato digestivo precisa de um período de
adaptação à nova via de alimentação;
- Capacidade de adaptação depende das condições
clínicas, integridade e do funcionamento do trato
gastrointestinal.
- Deve-se considerar que o duodeno e o jejuno são
mais sensíveis que o estômago ao volume
administrado e a osmolaridade da solução (portanto
as pós-pilóricas devem ser bem mais devagar);
- Preferência à administração por gotejamento.
* Administração da NE
→ Métodos de Administração - Pré-pilórica: maior Volume, menor Fracionamento,
maior Osmolaridade , menor Tempo de administração
- Pós-pilórica: menor Volume, Dietas isoosmolares,
Gotejamento contínuo
→ Complicações
- As observações mais frequentes durante a nutrição
por sonda, pode ser prevista em boa parte através da
seleção correta da fórmula, da administração
adequada e de um controle atento.
- Complicações Gastrintestinais: Náuseas, vômitos,
estase gástrica, RGE, distensão abdominal, cólicas,
flatulência, diarreia ou constipação.
- Complicações Metabólicas: Hiperidratação ou
desidratação, hiperglicemia ou hipoglicemia,
anormalidade de eletrólitos e elementos traços,
alterações da função hepática.
- Contínuo: sem intervalos (durante 20/22/24h), no
- Complicações Mecânicas: Erosão nasal e necrose,
hospital; a domicílio quando tem bomba de infusão.
abscesso septonasal, sinusite aguda, rouquidão, otite,
Se usa mais no hospital – lava a sonda 1xdia.
faringite, esofagite, ulceração esofágica, estenose,
- Bolus: para período domiciliar (com seringa se
ruptura de varizes esofágica.
coloca direto na sonda, não tem equipo, não fica
- Complicações Infecciosas: Gastroenterocolite por
pingando); volume mais rápido, usa no estomago, lava
contaminação microbiana no preparo, nos utensílios e
cada vez que se alimenta.
na administração da fórmula. A RCD nº 63, da ANVISA,
- Intermitente: para período domiciliar (fraciona dieta
estabelece orientações e critérios, com o objetivo de
conforme horários);
garantir a qualidade do produto final.
- Cíclica: concomitante com VO, necessidade de
- Complicações Respiratórias: Pneumonia aspirativa. É
complementação em algum horário do dia. Períodos
a complicação mais grave da TNE. Comum em
mais curtos de alimentação com qtd maior; Ex.: usa
pacientes neurológicos. Observar oferta exagerada,
sonda no período noturno, durante o dia dieta
retardo do esvaziamento gástrico e íleo paralítico →
normal.ç
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Original: Maria Eduarda Guarezi XXXVIII Edição e acréscimos: Ludmilla Costa XL

mais cuidado nas pré-pilóricas. 4. Diarréia por Hipoalbuminemia


- Complicações Psicológicas: Ansiedade, depressão, - A albumina sérica é importante na manutenção da
falta de estímulo ao paladar, insociabilidade, pressão osmótica coloidal, aumenta a capacidade de
monotonia alimentar. Auto-imagem prejudicada = absorção dos capilares das vilosidades intestinais;
Interferência na sociabilidade e inatividade do - Redução acarreta má absorção e quadro diarreico;
paciente. - Nesta fase de transição, opta-se por soluções
* Alterações Hidro-Eletrolíticas enterais isoosmolar, lentamente administradas pelo
- A desidratação pode ocorrer quando ocorre Excesso tubo digestivo
de proteína ingerida e diarréia osmótica; 5. Diarréia por Farmacoterapia
- “Síndrome de Nutrição por Sonda” → desidratação, - É outra possível causa da diarréia;
hipernatremia, hipercloremia e azotemia podem ser - Não sendo possível suprimir ou substituir os
consequência de uma ingestão excessiva de proteína medicamentos prescritos, deve controlar todos os
unidas a insuficiência de líquido; outros fatores
- Prevenção→ controlar o nível de eletrólitos do soro, - Manejo: Prescrever soluções isoosmolares. Fracionar
balanço urinário de nitrogênio e hematrócrito; o volume e/ou estabelecer gotejamento mais lento →
* Pneumonia por Aspiração Bomba de Infusão. A associação destas condutas ao
- ter alguns cuidados para evitar: uso antidiarreico tem se mostrado eficaz.
- A seleção da sonda e a posição correta; OBS: Utilizar Bomba de Infusão como método de
- Sondas de fino calibre reduzem este risco; administração, pois a velocidade de infusão é
- Maior o risco de aspiração em pacientes muito contínua e regular. Não é necessário suspender a
debilitados, em coma ou submetidos a analgesias dieta em caso de diarréia.
profundas. * Constipação Intestinal
- Elevar a cabeça, no mínimo de 30 graus durante a - A TNE prolongada pode desenvolver (o intestino fica
alimentação e os 30 minutos seguintes com pouca motilidade)
- Ou utilizar administração contínua nas 24 horas, - A maioria das soluções enterais disponíveis
reduz-se a possibilidade de regurgitação (usar um caracteriza-se por formarem poucos resíduos
gotejamento por mais tempo ajuda). intestinais (salvo as ricas em fibras);
* Diarreia -PROVA - Pode-se utilizar fórmulas que apresentam fibras em
- Complicação mais frequente; sua composição;
- Uma série de fatores, isolados ou em conjunto, OBS: A fórmula rica em fibra é benéfica tanto na
podem desencadear o quadro diarréico; vigência da constipação como também na diarréia.
1. Diarréia por Contaminação Microbiana
- Prevenção por técnicas higiênicas adequadas no CARACTERÍSTICAS DA TNE
preparo, na conservação e na administração da dieta;
- A troca de bolsas ou dos frascos e dos equipos a DENSIDADE CALÓRICA
cada 12 a 24 horas também reduz o risco de - DC: Expressão calórica de uma formulação, expressa
contaminação. pela quantidade de calorias fornecidas por mL de
2. Diarréia por Sobrecarga Osmolar dieta
- Solução hiperosmolar na luz intestinal (muitas - Pacientes sujeitos a restrição de volume → pensa-se
moléculas na dieta, água passa para o meio mais mais nessa questão da densidade calórica;
concentrado) - Pacientes debilitados - necessitam maior quantidade
- As consequências são hipermotilidade e diarréia; de calorias e proteínas
- Administração lenta da solução pode evitar este - Na RH, paciente poderá ter indicação de dietas com
transtorno; maior valor de DC, atingindo valores de 1,5 a 2,0
- Caso mais severos indica-se uma diluição maior da Kcal/Ml
solução, tornando-a mais isoosmolar possível - Fórmulas com maior DC podem diminuir a taxa de
3. Diarréia por Intolerância à Lactose esvaziamento gástrico.
- Deficiência primária de lactase ou consequência NET = 1500 kcal,
transitória da enfermidade; Volume = 1000 mL,
- Pode ser secundária a desnutrição; DC = 1,5 Kcal/mL
- O tratamento → soluções enterais isenta de lactose
OSMOLARIDADE X OSMOLALIDADE
(a maior parte das dietas já vem sem lactose, mas
dietas mais simples ou disponibilizadas pelo governo - Osmolaridade: Nº de miliosmoles por litro de
acabam vindo com lactose) solução
- Osmolalidade: Nº de miliosmoles por quilo de água
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- Ambas refletem a quantidade de partículas


osmoticamente ativas na solução
- Tendência padrão = osmolalidade (mOsm/ kg de
água)
- Monossacarídeos, dissacarídeos, NaCl, Peptídeos
menores, aminoácidos cristalinos → aumentam mais
a omolaridade
- Quanto maior o nº partículas, maior a osmolaridade.
VISCOSIDADE
- É a consistência que a fórmula apresenta (tem-se um
maior cuidado quando o paciente vai pra casa, pois a
dieta pode ficar dura e não passar pela sonda)
- As sondas de calibre fino atualmente empregadas,
exigem a presença de soluções de baixa viscosidade. *osmolalidade é sempre maior que a osmolaridade.
-quanto maior a densidade calórica mais viscosa
RELAÇÃO KCAL NÃO PROTEICA / GRAMA DE
CLASSIFICAÇÃO DAS DIETAS ENTERAIS
NITROGÊNIO
QUANTO AO MODO DE PREPARO
- A relação com a qualidade da proteína oferecida
ao paciente → importante em pacientes 1. Artesanais
catabólicos - Naturais: alimentos in natura (como leite)
- A relação normal é de aproximadamente 300kcal - Modulares: alimentos industrializados, preparados
não protéica (carboidrato e lipídeo) / 1gN. na cozinha do hospital ou domiciliar
- Patologia catabólica presente, necessita de 2. Industrializadas
relação menor (pois significa que tem mais - Formuladas e preparadas pela indústria farmacêutica
proteínas) - Pó: acondicionadas em latas ou pacotes que
- Alguns autores relatam que os requerimentos necessitam reconstituição
proteicos para o anabolismo → relação Kcal não - Líquida semi-pronta para uso: latas, tetra-pak,
protéica/gN de 150:1; frascos ou bolsas
- A importância do balanço é ressaltada em dar - Líquida pronta para uso (sistema fechado)
uma ênfase maior na qualidade da proteína por
QUANTO À COMPLEXIDADE DE NUTRIENTES
grama de nitrogênio que é oferecido.
- é a quantidade de carboidrato+ lipídeo dividido 1. Dieta Polimérica
pela quantidade de N que a proteína da dieta tem - Nutrientes integrais ou parcialmente hidrolisados
OBS: Exemplo - Geralmente isotônicas
- Nutrison Energy - Adequadas para o processo digestivo íntegro ou
É uma dieta nutricionalmente completa, parcialmente íntegro
hipercalórica e adequado teor proteico, 2. Dieta Oligomérica ou Semi-Elementar
enriquecida com mix de carotenóides. Isenta de - Quimicamente definida, seus elementos se
sacarose, lactose e glúten. apresentam na sua forma mais simples e hidrolisados
Indicada para pacientes com necessidades - Geralmente isenta em lactose
elevadas, restrição hídrica, desnutrição, pré ou - Na maioria, alta osmolaridade, boa quantidade de
pós-operatório, cardiopatas, pacientes com AVC. gordura e custo maior
Hipossódica. 3. Dieta monomérica ou elementar
- Não deixa resíduo
- Na maioria, alta osmolaridade, boa quantidade de
gordura e custo maior
- Menor a digestão
QUANTO AO GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO
1. Padrão
- padrão para várias enfermidades
2. Especializado

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- Nefropatas sem HD (hemodiálise): ↓ teor protéico e QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO


eletrólitos
- Nefropatas com HD (hemodiálise): ↑ teor protéico - Lata, Frascos, Envelopes, Tetrapack, Bolsas, Plásticos
- Pneumopatas: ↓ carboidratos e ↑ lipídios semi-rígidos
- Hepatopatas: ↓ proteínas e ↑ aacr (aminoácidos de
cadeia ramificada) SELEÇÃO DE DIETAS ENTERAIS
- Imunodeprimidos: nutrientes e imunomoduladores - Diagnóstico
- Diabéticos: sem sacarose, ↑ gordura, ↑ fibras - Situação clínica
- Má-absorção: proteína hidrolizada, ↓ resíduo e - Idade
gordura - Posicionamento e tipo de sonda
- Necessidades energéticas
- Necessidades hídricas
QTO AO SISTEMA: ABERTO OU FECHADO - Necessidades de vitaminas e minerais
- Condições sócio econômicas e culturais
- Nutrição Enteral em Sistema Aberto: NE que requer - Custo e benefício
manipulação prévia à sua administração (ela vir em pó
e tem que diluir no leite, ou passar de um frasco para
outro), para uso imediato ou atendendo à orientação
do fabricante → tem risco de contaminação.
CUIDADOS
*necessário análise microbiológica de amostras para
verificar contaminações. - Decúbito elevado (evitar refluxo)
*desperdiça menos, pois prepara a qtd que irá utilizar. - Conteúdo gástrico (distensão abdominal)
- Administração lenta
- Nutrição Enteral em Sistema Fechado: NE - Posicionamento da sonda
industrializada, estéril, acondicionada em recipiente
hermeticamente fechado e apropriado para conexão
ao equipo de administração.
*é estéril não precisa de amostras microbiológicas.
*desperdiça mais, pois a bolsa dura 24 horas, se usa
ou não joga fora.

ESCOLHA DAS FÓRMULAS X FUNÇÃO GI X TIPO DE SONDA

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05.02 TN parenteral (TNP)


- Oferece aporte calórico e proteico total →
DEFINIÇÃO pacientes que não toleram ingestão via oral ou
enteral;
Nutrição Parenteral (ANVISA, Portaria nº 272):
- Osmolaridade superior a 1000 mOsm/L.
“solução ou emulsão, composta basicamente de
Vantagens: Desvantagens:
carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e
Via de escolha para longos Maior risco de
minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em
períodos de terapia; Permite complicações.
recipiente de vidro ou plástico,
administração de soluções
destinada à administração intravenosa em pacientes
hiperosmolares (pelo calibre
desnutridos ou não, em regime hospitalar,
maior dos vasos);
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou
manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas”.

NUTR PARENTERAL PERIFÉRICA NPP


ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO NA TNP
Administrada através de uma veia menor, geralmente
COMPETE AO MÉDICO: na mão ou no antebraço.
- Indicada para períodos mais curtos;
- Indicar e prescrever a TNP. - Geralmente insuficiente em relação as
- Estabelecer o acesso intravenoso para a necessidades nutricionais do paciente;
administração da NP e proceder o acesso - Valor energético em torno 1000 a 1500Kcal;
intravenoso central, assegurando sua correta - Osmolaridade menor que 900mOsm/L → EVITAR
localização. FLEBITE
- Orientar o paciente, os familiares ou o Vantagens: Desvantagens:
responsável legal, quanto aos riscos e benefícios
Mais simples e barata; Não permite a infusão
do procedimento.
Menor risco de de soluções
- Participar do desenvolvimento técnico-científico
complicação (infecções, hiperosmolares
relacionado ao procedimento.
trombose); (geralmente menos
- Garantir os registros da evolução e dos
nutritivas).
procedimentos médicos.
TNP SEGUINTES ETAPAS (OBRIGATORIAMENTE)
1) Indicação e prescrição médica
2) Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação,
controle de qualidade, conservação e transporte.
3) Administração (enfermagem)
4) Controle clínico e laboratorial
5) Avaliação final
NP em RN
- Avaliação nutricional (peso)
- Exames bioquímicos (Na,K,Ca...) OBS: Câncer terminal: suporte nutricional? Nutrição
- Define o VET e fator de estress metabólico parenteral? Hidratar? Nada a fazer? → ela tem custo
- Definr as gramas de macronutrientes. muito alto, é invasiva, tem que decidir em equipe se
- RN<1kg ->NPC vai prescrever ao paciente ou não.

TIPOS DE NUTRI PARENTERAL CONTRAINDICAÇÕES DA TNP


- Pacientes hemodinamicamente instáveis;
NUTRI PARENTERAL CENTRAL NPC
- Pacientes com hipovolemia;
Administrada por meio de uma veia de grande - Choque cardiogênico;
diâmetro, geralmente subclávia ou jugular interna. - Choque séptico;
- Indicada para períodos maiores de administração; - Edema agudo de pulmão;
- Anúria sem diálise;
- Grandes distúrbios metabólicos e eletrólitos.
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Original: Maria Eduarda Guarezi XXXVIII Edição e acréscimos: Ludmilla Costa XL

- Suceptíveis a hiperglicemia - Diabéticos, sépticos e


QUANDO INICIAR NP
os que fazem uso de drogas hiperglicemiante;
- Deve ser iniciada quando sua duração é prevista por Balanço Ácido Básico
pelo menos 7 dias; - Cuidado na correção eletrolítica para não haver
- Recomendações antes do início: Estabilização das descontrole dos eletrólitos, pois pode causar ou
funções vitais; determinar o equilíbrio ácido-base; agravar o estado de acidose metabólica;
Estabelecer equilíbrio de fluidos e eletrólitos; - Nunca utilizar bicarbonato de sódio, pois tem o risco
Perfundir os tecidos para permitir o transporte de de precipitação com o cálcio  liberando microbolhas
oxigênio. de dióxido de carbono;
- A acidose respiratória pode ser secundária a
sobrecarga de HC, pois há muita produção dióxido de
SISTEMAS DE NP carbono;
Disfunção Hepática
- Sistema 2 em 1: composto por aminoácidos, glicose
- A contínua oferta de HC e persistente
e micronutrientes;
hiperinsulinemia leva a esteatose hepática;
- Sistema 3 em 1: composto por aminoácidos, glicose,
- Colestase devido à baixa da produção de
lipídios e micronutrientes → é mais cara
colecistoquinina com a perda da estimulação bili
- Não tem fibras na nutrição parenteral
Síndrome da Realimentação
VANTAGENS DO SISTEMA LIPÍDICO (3:1)
- Metabolicamente mais balanceada
- Reduz oferta de glicose
- Administração de ácidos graxos
- Reduz acidentes de cateter central
- Simplificação na administração

DESVANTAGENS DO SISTEMA GLICÍDICO ( 3:1)


- Intolerância à glicose
- Alteração da função hepática
- Insuficiência respiratória
- Insuficiência de ácidos graxos
- Cateter em veia central

NP – ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS - Jejum prolongado - Adapta-se a usar menos o


- Indicações para adição de medicamentos à mistura metabolismo dos carboidratos e mais o das gorduras;
de NP: Acesso difícil ou limitado às veias periféricas. - No início da NP, ocorre uma rápida passagem de
Necessidade de restrição de líquidos e/ou eletrólitos. líquidos e eletrólitos (P e K) para o intracelular →
Nutrição parenteral domiciliar. baixa nos níveis séricos → Quadro de insuficiência
- Administração de medicamentos concomitante à NP: respiratória e disfunção cardíaca observada nas 24 –
Estabilidade. Compatibilidade. Interação (fármaco x 48 h após o início;
mistura). - Paciente gravemente desnutridos → iniciar NP de
- Administração de 2 maneiras: incorporada à NP. Em forma lenta e devendo os eletrólitos ser monitorados
paralelo (“Y”). periodicamente nas primeiras 48 h.

PROVA
- VIAS DE ACESSO → PRÉ E PÓS PILÓRICA (as 8 vias)
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS DA NP
- métodos de administração → contínuo, bolus,
Hiperglicemia, Balanço ácido-básico, Disfunção intermitente, cíclico
hepática, Síndrome da realimentação - causa de diarreia na NE
- complicações metabólicas da NP
Hiperglicemia
- Complicação imediata – Desidratação hiperosmolar e
coma Secundários - Diurese osmótica;
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06. DESNUTRIÇÃO
CONCEITO
- Desnutrição é um estado mórbido secundário a uma
deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou
mais nutrientes essenciais (proteína, energéticos), que
se manifesta clinicamente ou é detectado por meio de
testes bioquímicos, antropométricos, topográficos ou
fisiológicos.
- as vezes o paciente não está emagrecido, mas pode
estar desnutrido
- A desnutrição pode ser definida como uma condição
clínica decorrente de uma deficiência ou excesso,
relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes
essenciais.
- Desnutrição é um estado de nutrição agudo,
subagudo e crônico, com graus variáveis de
overnutrition (nutrição excessiva ou supernutrição) ou
de undernutrition (subnutrição), com ou sem
atividade inflamatória, que leva a mudança na
composição corporal e redução da funcionalidade dos
tecidos e órgãos.

FATORES DE RISCO PARA


DESNUTRIÇÃO

ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO


- A causa de desnutrição é usualmente multifatorial
incluindo deficiências dietéticas e efeitos metabólicos
da doença de base (que aceleram o metabolismo).
- O baixo nível socioeconômico, a doença, a idade
avançada e a depressão são outros fatores de risco
associados com o desenvolvimento dessa síndrome
carencial.
- A interação entre a doença e nutrição ocorre quando
a doença pode causar desnutrição secundária ou a
desnutrição pode adversamente influenciar o curso da
doença.

PREVALÊNCIA DA DESNUTRIÇÃO
HOSPITALAR
- A desnutrição proteico-calórica pode ocorrer em
19% a 80% dos pacientes hospitalizados (paciente não
responde rapidamente ao tratamento pela
desnutrição).
- Doença comum é aquela com uma prevalência
superior a 10%, a desnutrição é a doença mais
frequente nos hospitais.
- O tempo de permanência hospitalar em pacientes
desnutridos é significativamente maior e pode estar
aumentado em até 90%.
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- A prevalência estimada de desnutrição entre


pacientes cirúrgicos e outros pacientes internados nos
centros de saúde está na faixa de 30-50%
- Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral
(SBNPE), realizou uma pesquisa multicêntrica em 1996
em hospitais da rede pública, atingindo 12 Estados e
mais o Distrito Federal, envolvendo 4000 pacientes
internados, para investigar o índice de desnutrição
hospitalar no Brasil
- O Inquérito Brasileiro de Nutrição Hospitalar
(IBRANUTRI) revelou que quase metade (48,1%) dos
pacientes internados na rede pública de nosso País
apresentam algum grau de desnutrição → 51,9%
eutróficos, 35,5% moderados, 12,6% grave.

PESQUISA DO HCPA
- Objetivo era verificar a prevalência de desnutrição e
a frequência do registro de medidas antropométricas
e diagnóstico nutricional no prontuário dos pacientes
adultos internados no HCPA.
- Aproximadamente 70% dos pacientes tinham
registro de peso, altura e avaliação nutricional na
admissão hospitalar. Entretanto, 16% dos registros de
peso e/ou altura foram baseados na informação do
paciente.
- Somente 5% dos pacientes tiveram a desnutrição
CICLO VICIOSO DA DESNUTRIÇÃO
diagnosticada pelo médico
- atentar para dar diagnostico de desnutrição e
obesidade como patologia, médico as vezes dá
diagnostico de diabetes e hipertensão mas não dá de
desnutrição.
CAUSAS DE DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR
- Waitzberg (2004) refere que não somente os
pacientes após a internação podem desenvolver
desnutrição, como até 70% dos inicialmente
desnutridos pioram gradualmente seu EN durante a
hospitalização.
- O IBRANUTRI verificou também as condições
encontradas no ambiente hospitalar que levam a DPC,
podendo ter causas relacionadas ao próprio paciente,
tipo e extensão da doença de base, ocasionando
maiores perdas e catabolismo.
- o paciente pode entrar eutrófico no hospital e - Um fator aumenta a influência negativa do outro
desnutrir; - Alimentos (quantidade e qualidade) influenciam no
sistema imunológico: diminuem a resistência às
infecções, aumento da duração, intensidade e
frequência das infecções, diminuição da alimentação e
absorção dos nutrientes
- Devido as inter-relações dos processos nutritivos, a
deficiência de um ou outro elemento acarreta a
deficiência ou o mau aproveitamento de outros.

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- Para conservar massa corporal magra e economizar 1. Identificar o risco nutricional ou a desnutrição
energia, ocorrem adaptações fisiológicas e endócrinas (quando existente, o tratamento deve ser
na desnutrição. instituído)
- salientar a importância da presença do profissional 2. Determinar e tratar as causas subjacentes e
nutricionista e a da voz do médico na orientação de definir alvo calórico e proteico (essa definição
uma nutrição adequada e fazer com que o paciente depende da duração e da gravidade da
tenha uma aderência melhor à dieta desnutrição e deve considerar preferencias do
paciente)
3. Considerar uma dieta enriquecida com alimentos
DESNUTRIÇÃO NO ADULTO e/ou Suplemento nutricional oral (SNO) (adicionar
fontes de HC, Proteína e Lipídio pode ser uma
- câncer, AIDS, UTI, aceleração do catabolismo, estratégia apropriada para o tratamento inicial)
anorexia nervosa 4. Uso de suporte nutricional enteral (quando o uso
- A causa pode ser por inúmeros fatores: de SNO é impossível ou inadequado)
socioeconômicos e culturais, fisiopatológicos e 5. Uso de suporte nutricional parenteral (de modo
psicológicos isolado ou complementar, a nutrição enteral e/ou
- Desnutrição: variedade de deficiências de nutrientes oral deve ser instituída quando o TGI estiver
(complexo b, proteínas), peso corporal, baixo peso ou comprometido)
subnutrição
- Está associada a várias respostas homeostáticas e de OBJETIVOS DA DIETA
preservação de nutrientes - Impedir a progressão da desnutrição
- Na presença concomitante de doença, as respostas - Fornecer nutrientes para obter uma repleção
adaptativas de preservação de nutrientes são nutricional
geralmente revertidas, de modo que a depleção das - Melhorar a imunidade (Uso de glutamina,
reservas corporais de nutrientes e tecido torna-se probióticos...)
acelerada. - Melhorar as proteínas plasmáticas (ex: albumina)
* CAUSAS - Tratar doenças associadas (câncer, ICC, DPOC, etc)
- Aporte de nutrientes inferior ao suprimento CAQUEXIA
adequado, relacionado principalmente, ao aporte de
energia - É uma síndrome complexa e multifatorial, que se
- Deficiência energética caracteriza pela perda de peso, com predominante
perda de massa corpórea e tecido adiposo.
* CONSEQUÊNCIAS
- Tipos: Caquexia Cardíaca, Caquexia Neoplásica e
- Físicas: fadiga muscular, hipotermia, redução da Caquexia Pulmonar
cicatrização de feridas, comprometimento da função - Alguns autores referem que a Caquexia pode ser
imunológica entendida como um estado avançado de desnutrição.
- Psicológicas e comportamentais: depressão,
DIFERENÇA ENTRE A CAQUEXIA NEOPLÁSICA E
ansiedade, menor desejo de recuperar-se
AS OUTRAS CAQUEXIAS
DESNUTRIÇÃO AGUDA
- Na caquexia neoplásica a perda da proteína
- Súbita e associada a um declínio do peso corporal
muscular é precoce, enquanto que nas demais causas
- Perda involuntária de peso superior a 10% do peso
de caquexia, há primeiramente uma grande alteração
corporal no decorrer dos 3 a 6 meses precedentes
do tecido adiposo e posterior consumo da
DESNUTRIÇÃO CRÔNICA musculatura esquelética (primeiro ocorre perda
- Longo período, de modo que o peso corporal nos proteica, depois adiposa → é mais difícil de recuperar)
meses antecedentes pode ser baixo, porém estável - As caquexias de origem não neoplásicas são
- Baixo IMC em indivíduos com peso estável corrigíveis por terapia nutricional, já a correção da
(deficiência crônica de energia) caquexia neoplásica exige um controle sistêmico do
câncer associado ao aporte nutricional, psicológico e
ETAPAS PARA A AVALIAÇÃO E O social (primeiro ocorre perda adiposa, depois proteica
→ é mais fácil de recuperar o paciente)
TRATAMENTO DA DESNUTRIÇÃO
DESNUTRIÇÃO INFANTIL

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- Desnutrição energético-proteica: grupo de condições clínica geralmente revela limitação na ingestão


patológicas, causadas pela falta concomitante de proteica em desproporção com as calorias ingeridas
calorias e de proteínas em proporções variáveis, - Gera quadro não adaptativo;
quase sempre associadas à infecção, ocorrendo com - Maior faixa etária de incidência 1 a 3 anos;
maior frequência em crianças lactentes e pré- - Apático, retardo de crescimento, perda de gordura
escolares subcutânea e muscular, edema depressível (pernas),
- Aproximadamente 200 milhões de crianças menores hepatomegalia (esteatose hepática), alterações
de 5 anos nos países em desenvolvimento mentais e de humor
apresentam-se em risco de morte ou de grave - Lesões de pele (despigmentação, dermatose,
depreciação do seu crescimento e do seu descamação) e alterações do cabelo (textura, cor,
desenvolvimento psicológico brilho, queda)
- Melhora da situação nutricional das crianças nos - aparentemente pode-se não notar, a adiposidade
últimos anos no Brasil pela redução da prevalência de pode estar aumentada, mas há deficiência
desnutrição infantil e redução da taxa de mortalidade - calorias pode-se até ter, mas proteica existe
infantil deficiência (crianças que só comem “pirão de
- ocorreu melhora porém continua bastante farinha”)
preocupante
- Atinge todas as regiões, especialmente os bolsões de
pobreza: Nordeste e Norte com altas incidências, Achados Marasmo Kwashiokor
Sudeste é a 2ª região em prevalência clínicos e
CAUSAS laboratoriais
Alterações de Atraso Atraso
1. Causas Imediatas (nível individual)
crescimento
- Primária: consumo inadequado de alimentos
Atrofia Reduzida Muito reduzida
- Secundária: doenças
muscular
2. Causas Subjacentes (nível domiciliar)
Gordura Ausente Redução menos
- Acesso inadequado aos alimentos
subcutânea extrema
- Serviços de água, saneamento e saúde inadequados
Edema Ausente Presente
- Práticas inadequadas de cuidados materno-infantis
Dermatoses Raras (pele Presente
3. Causas Sociais (nível básico)
seca, fina e (mosaico,
- Nível social (distribuição desigual da riqueza)
enrugada) escamas)
* Graus de Desnutrição
Alterações de Pouca Muitas
- Leve: emagrecimento, diminuição do tecido adiposo,
cabelo alteração alterações
diminuição da capacidade motora;
(Ressecament (afinamento,
- Moderada: parada no crescimento (deficiência
o) ↓brilho,
proteica, compromete anabolismo);
despigmentaçã
- Severa: manifestações graves associadas a processos
o)
infecciosos, alterações metabólicas importantes
Função Rara Hepatomegalia
CLASSIFICAÇÃO DA DESNUTRIÇÃO SEVERA Hepática por esteatose
1. Marasmo hepática
- É caracterizado como a perda de massa muscular e a DNPM Retardo Retardo
depleção do conteúdo corporal de lipídeos. Restrição Atividade Física Diminuída Muito
crônica e severa de energia e de proteínas diminuída
- Aumento da frequência em crianças < de 1 ano; Diarreia Presente Presente
- Gera quadro adaptativo; Albumina Normal Baixa
- Muito magra, retardo de crescimento, evidente Sérica
perda de massa muscular, gordura cutânea escassa ou Apetite Bom (pode Anorexia
ausente. Face tem aparência de velho e pregas soltas ocorrer
da pele podem ser observadas, sinais de carência de anorexia)
micronutrientes (xeroftalmia), anemia ferropriva; Comportament Irritabilidade Apatia, tristeza
- deficiência proteica e calórica ao mesmo tempo o (aspecto de (hipoatividade
2. Kwashiokor velho, ativa, não sorri)
- é caracterizado por atrofia muscular marcante, com hipoativo)
gordura corporal total normal ou aumentada. História
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Original: Maria Eduarda Guarezi XXXVIII Edição e acréscimos: Ludmilla Costa XL

Temperatura Baixa Muito baixa - Evoluir gradualmente com a dieta, de modo a evitar
corporal a desidratação e diarreia
Potássio Baixo Muito baixo - Permitir a regularização dos níveis plasmáticos de
corporal nutrientes
Anemia Comum Muito comum - Restabelecer balanço energético positivo, atingindo
Intercorrências Presença de infecções intestinais as necessidades individuais, para garantir o
e resp. inf. parasitária, sinais de crescimento e desenvolvimento adequado
carências de micronutrientes - Melhorar a imunidade (oferecer probióticos):
OBS: os dois tem atraso de crescimento pois os dois melhorar microbiota intestinal e imunidade
tem deficiência proteica VITAMINAS E MINERAIS
- edema: por alteração da albumina sérica;
- As crianças com desnutrição grave apresentam
deficiência de Vit. A, Zn, Se, Fe, Cu, B9 e outras;
CONSEQUÊNCIAS A LONGO PRAZO - As deficiências de Zn e vitamina A prejudicam a
- Crianças desnutridas apresentam coeficiente função do sistema imunológico e têm efeito direto
respiratório maior, levando a baixa oxidação de sobre a estrutura e função da mucosa;
gordura - A função cardíaca está prejudicada na deficiência de
- Diminuição do crescimento, diminuição da massa selênio.
muscular, diminuição da massa óssea e acúmulo de
gordura PROVA
OBJETIVOS DA DIETA NA CRIANÇA - objetivos da dieta

- Restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico


- Proporcionar dieta de fácil digestão e absorção e
adequada ao momento

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07. NUTRIÇÃO E CIRURGIA


INTRODUÇÃO
- Desnutrição é um problema comum em pacientes
cirúrgicos → 30 a 50% dos pacientes PESQUISAS SOBRE IMUNONUTRIÇÃO
- Alterações do EN são comuns em pacientes
- fazer uma imunonutrição no paciente no pré
cirúrgicos devido à doença primária (câncer,
operatório para tentar reduzir complicações
politrauma, queimados), de estados mórbidos
- Redução de complicações tanto infecciosas quanto
secundários ou associados (DM, obesidade,
não infecciosas se utilizar imunonutrição no pré-
disfunções orgânicas crônicas), alcoolismo, infecção e
operatório.
trauma, nos extremos de idade e da própria
- 5 dias de TN pré-operatória com imunonutrientes é
intervenção operatória (grande e médio porte).
capaz de reduzir em 50% a taxa de complicações pós-
- Desnutrição pré-operatória é fator de risco
operatória e o tempo de estadia hospitalar.
independente de maior morbidade e mortalidade pós-
- usar imunonutrição é caro, porém pode dar muitas
operatórias por diminuição dos compartimentos de
vantagens de saúde ao paciente e redução do tempo
composição corpórea (massa magra),
de internação e consequentemente os custos;
imunodepressão celular e retardo na cicatrização
- IBRANUTRI refere que 48% dos pacientes IMUNONUTRIÇÃO
hospitalizados (cirúrgicos ou não) apresentam algum
grau de desnutrição. - Imunonutrientes: nutrientes ou substâncias
- Nos pacientes cirúrgicos a desnutrição pode se nutricionais identificadas e selecionadas
desenvolver no decorrer da internação, devido a especificamente para estimular a resposta
complicações cirúrgicas, infecciosas e longos períodos imunológica.
na UTI. - A imunonutrição envolve a administração de
- Repercussão da desnutrição grave: Com %PP 10 -15 nutrientes pelas vias enteral ou parenteral.
ocorre retardo na cicatrização de feridas e diminuição - Os nutrientes são oferecidos em quantidade que
da função do sistema imune favorecendo infecções → ultrapassa a dosagem normal, com o objetivo de
aumento de infecções, diminuição da cicatrização, alcançar efeito farmacológico em um ou mais
diminuição da força tensil das suturas, componentes da resposta imune à cirurgia, trauma ou
hipoalbuminenia (edema), diminuição da força infecção (GRIMBLE, 2005).
muscular, aumento das hospitalizações, aumento do - a intenção não é só suprir as quantidades suficientes
período de convalescência, aumento dos custos de nutrientes, é dada uma dose bem maior
- A imunossupressão é de origem multifatorial e a - Em DPC o fornecimento de calorias não proteicas em
desnutrição é um desses fatores. quantidades suficientes, em geral fica entre 35 a 55
- Estudos mostram que há reversão da kcal/kg de PA/dia, tem sido adequado para a
imunossupressão, assim que, ocorra a melhora no EN, recuperação da imunocompetência.
com o fornecimento de dietas HC + HP. - Nem sempre a recuperação da deficiência
nutricional é suficiente para reverter um quadro de
ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIENTES NO imunossupressão.
PACIENTES GRAVE - Coadjuvante ao tratamento clínico global →
proposta é a dieta suplementada com os nutrientes
- Meta: prevenir a inanição, prevenir a deficiência de de ação imunomoduladora → o objetivo é modular a
nutrientes específicos, suporte a resposta resposta imunológica
inflamatória, implementar a função da barreira - em geral é feita uns 5 dias antes da cirurgia se for
intestinal. eletiva
- A glicose é a primeira e preferencial fonte de
energia.
- Hiperglicemia leva a hiperosmolaridade,
desidratação, alterações eletrolíticas e distúrbios das
defesas antiinfecciosas.
- Os lipídeos são indispensáveis devido aos AG
essenciais.
- A quantidade de proteínas devem ser suficientes
para direcionar a cicatrização e reposição muscular.
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- A resposta depende da interação dos 2 tipos:


ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIENTES
enzimáticos e não enzimáticos
ESPECÍFICOS - O tratamento depende da administração dos 2 tipos
de antioxidantes e de seus precursores (glutamina,
1. ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS cisteína)
- Ômega 3: aumento da produção de prostaglandina - Ainda não determinado doses específicas para cada
E3 e leucotrieno B6 patologia
- Ômega 6: aumento da produção de ácido 6. OLIGOELEMENTOS
araquidônico que estimula a produção de
prostaglandina E3 e leucotrieno B4 - Depende da regulação intestinal
- Resposta aguda do Zinco: Diminuído por aumento da
2. GLUTAMINA captação tecidual. Suplementar, e caso de fístula
- é um aminoácido digestiva dose maior.
- Corresponde a 60% da massa muscular periférica e - Resposta aguda do Ferro: diminuído no plasma com
20% dos aminoácidos plasmáticos aumento da ferritina e da capacidade de ligação de Fe
- Concentração baixa em enterócitos, linfócitos e → diminui a oferta ao organismo e produz RL
magrófagos - O Selênio ainda não tem definido seu
- Importante para as células da mucosa intestinal (50% comportamento, mas deve ser suplementado
da energia) e inflamatórias. empiricamente até 80mcg/dia.
3. NUCLEOTÍDEOS
- são os blocos construtores dos ácidos nucleicos, o RESUMINDO
DNA e o RNA
- Evitar a desnutrição
- Importantes para a manutenção da imunidade
- Evitar as complicações relacionadas ao pós cirúrgico
- Dietas sem nucleotídeos levam a diminuição a
- Excelentes resultados com a Imunomodulação:
hipersensibilidade tardia, supressão seletiva dos
arginina, nucleotídeos, glutamina, ω-3, vitaminas A, C
linfócitos T helper e diminuição das enzimas
e E, Se e Zn
necessárias a maturação dos linfócitos T
- Reduzir tempo de internação e custo
4. ARGININA
- É um aminoácido não essencial com ações em
situações diferentes
PROVA
- Trauma: ganho de peso, aumento do BN, aumento
- nutrientes da imunonutrição
da cicatrização devido o aumento na produção de
colágeno
- Sistema Imunológico: aumento da replicação e
resposta linfocitária, aumento das células CD4,
regulação da secreção de interleucina 2, aumento da
fagocitose bacteriana.
- Sistema Endócrino: ↑ liberação de GH, insulina,
glucagon. ↑ da síntese proteica. Precursor para a
produção de óxido nítrico. Transporte, processamento
e excreção de nitrogênio.
5. ANTIOXIDANTES
- Radicais livres em situações patológicas tem sua
produção aumentada
- O organismo produz “defesas”:
• Não enzimáticos: Vitamina C, E, A, taurina,
cisteína, glutation
• Enzimáticos: glutation-peroxidase,
superóxido-dismutase e catalase (esse
depende de oligoelementos como Zn, Se, Cu,
Mn)

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08. OBESIDADE

INTRODUÇÃO
- Obesidade é um problema global
- Triplicou em 40 anos: 14% obesos, 39% sobrepeso
- Obesidade acarreta comorbidades: HAS,
dislipidemia, DM2, doença cardiovascular, neoplasias,
transtornos psiquiátricos, morte
- com o passar da idade, diminui a velocidade do
metabolismo e vai aumentando a prevalência de
obesidade
- A frequência de obesidade é semelhante entre os
sexos
- O excesso de peso é mais prevalente em homens
- Obesidade no Brasil: Vigitel 2017 → mais de FATORES ENVOLVIDOS
53.000 brasileiros em todas as capitais
- É uma doença crônica e multifatorial:
• Aspectos sociais,
• ambientais,
• neuroendócrinos,
• genética,
• microbiota (relacionada com alimentação),
• metabólicos,
• culturais

OBESIDADE GRAVE
Tratamento integral:
• medicamentoso,
MUDANÇA DE DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA
• dietético,
• terapia cognitivo comportamental,
• atividade física,
• cirurgia bariátrica

TRATAMENTO DA OBESIDADE
CIRURGIA BARIÁTRICA
- Transtornos e principalmente comorbidades que
acompanham a obesidade grau III → cirurgia da
obesidade ou cirurgia bariátrica
- Indicação deve ser criteriosa, para pacientes que
realmente já tentaram mudanças no padrão e
comportamento alimentar, aumento de atividade
física e terapia medicamentosa.
- tem que avaliar cada caso com cuidado: paciente
beliscador, paciente comedor de quantidade, paciente
mais ansioso, paciente pode trocar um vício por outro

CRITÉRIOS PARA INDICAÇÃO DE CIRURGIA

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- Pacientes com IMC > a 40Kg/m2 e que tentaram - Identificar erros alimentares e de comportamento
tratamento clínico por mais de 2 anos consecutivos praticados
sem sucesso
COMPREENSÃO
- Pacientes com IMC maior ou igual a 35Kg/m2 , mas
que apresentem, pelo menos, uma comorbidade - Análise da habilidade para preparar os alimentos
(ver se o paciente será capaz de preparar)
ALGUMAS CONTRAINDICAÇÕES
- Compreensão das orientações relativas à técnica
- Idade menor que 18 e maior que 65 anos cirúrgica e às etapas de realimentação
- Quadro de transtorno psiquiátrico atual não
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
controlado, incluindo-se uso de álcool ou drogas
ilícitas. - Processo de reeducação alimentar
- OBS: Quadros psiquiátricos graves, porém sob - Orientação de práticas alimentares saudáveis: Novo
controle, não contraindicam os procedimentos. Guia Alimentar para a População Brasileira
- Correção dos erros alimentares e, principalmente, as
TÉCNICAS CIRÚRGICAS
condições para evitar carências nutricionais no pós-
- Restritivas, Mal-absortivas, Mistas, Balão operatório
Intragástrico - Orientação do programa de alimentação pós-
1. Escolha da Técnica - Hábito Alimentar operatório: progressão da dieta em consistência e
- Grande comedor ("comilones") - Hiperfágico volume, primeiro período pós-operatório, mudanças
- Polifágico ("snackers") definitivas devido ao processo cirúrgico
- Comedor de doces ("sweets eaters"): mais difícil,
pois esse paciente consegue “manter o vício” PRÉ-OPERATÓRIO
comendo leite condensado, etc
- Implica na escolha da técnica cirúrgica a ser utilizada * Dieta e Suplementos no Pré-Operatório
2. Escolha da Técnica e Emagrecimento Esperado - A avaliação pré-operatória dos pacientes candidatos
- Os resultados dos procedimentos cirúrgicos são à cirurgia bariátrica deverá ser realizada por equipe
avaliados em termos de melhora da qualidade de multidisciplinar com o objetivo de informar sobre os
vida, remissão de comorbidades e perda de peso em riscos, benefícios e opções de técnicas cirúrgicas
excesso (PPE) disponíveis.
- % PPE = [(peso inicial – peso final) / (peso inicial – * Conduta Nutricional no Pré-Operatório
peso ideal)] x 100 - A conduta nutricional no pré divide-se 3 etapas:
- A %PPE é de 50% nas técnicas restritivas, de 60 a . Avaliação antropométrica: avaliação da compleição
70% nas mistas e de 70 a 80% nas malabsortivas física (peso, altura, circunferências e se preciso
bioimpedância elétrica, dobras cutâneas e
calorimetria);
TRATAMENTO NUTRICIONAL . Avaliação bioquímica: a partir de exames
laboratoriais (de sangue)
OBJETIVOS . Avaliação Dietética: anamnese alimentar,
questionário de frequência alimentar, recordatório
- Promover perda de peso saudável (mudanças de
24h, sempre avaliando a ingestão das principais
hábitos)
vitaminas e minerais e o consumo de alimentos
- Prevenção de deficiências nutricionais por meio da
proteicos ou muito calóricos (doces, gorduras, bebidas
reeducação alimentar
adoçadas alcoólicas).
- Modificação do comportamento alimentar e no
1. A partir dessas avaliações é possível
estilo de vida
- Identificar e tratar deficiências nutricionais
- Diminuição de comorbidades
- Minimizar risco cirúrgico mediante redução de peso
- Melhora da qualidade de vida
- Planejar um programa alimentar de baixa calorias
OBJETIVOS DO ATENDIMENTO NUTRICIONAL em pré-operatório visando reduzir a gordura hepática
e abdominal
- Preparar o paciente para o programa de alimentação
- Fazer um diagnóstico nutricional emitindo assim um
no período pós-operatório
parecer nutricional.
- Promover uma reeducação alimentar que terá
- Na maioria dos casos, é comum iniciar com dieta
continuidade com o processo cirúrgico
hipocalórica e de baixa carga glicêmica e hiperproteica
- Superobesos deveriam emagrecer 10% do peso
antes da cirurgia.
antes da operação

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- Gelatina dietética, pudins e flans dietéticos


PÓS-OPERATÓRIO
* Preparo Pós-Operatório
- O programa de realimentação leva em consideração
a progressão de consistência em fases e o progresso
de volumes pequenos para volumes maiores
1. Volume
- Técnicas restritivas e mistas: adaptação a uma dieta
fracionada, com pequeno volume
. Bypass em Y-de-Roux (reservatório gástrico em torno
de 20 mL) – ingestão no máximo 50mL por refeição * PERÍODO DE TRANSIÇÃO PARA A DIETA
(um copo de café descartável)
- Frequência maior do número de refeições: Evitar PASTOSA
período de jejum maior que 3h para prevenir – final da 3ª semana a início da 4ª semana
hipoglicemia - Objetivos: transição de consistência da alimentação
- leva uns 2 meses para chegar a uma consistência 1. Alimentos Permitidos
normal, e o volume é aos poucos acrescentado - Clara de ovo cozida ou ovos quentes moles – duas
unidades por dia
TIPOS DE DIETAS NO PÓS- - Biscoito cream cracker – uma unidade, misturada ao
OPERATÓRIO leite
- As frutas podem ser consumidas sob a forma de
* DIETA COM LÍQUIDOS CLAROS – 1 SEMANA creme ou raspadas
- Objetivos: repouso gástrico, avaliação da tolerância - Acrescentar à sopa caldo de feijão bem cozido
oral e hidratação - Água sem gás, na temperatura normal ou gelada,
- Alimentos na consistência líquida, de cores claras, água de coco, bebidas isotônicas, chás, refrescos de
em temperatura ambiente e sem adição de gordura e frutas
açúcar - Leite e derivados: leite desnatado, iogurte natural ou
- Excluir leite e produtos preparados com ele desnatado; queijos, principalmente cottage e ricota e
- Pequenos intervalos e frequentes – 50mL a cada 2h derivados líquidos sem gordura
- Alimentos permitidos: água sem gás, água de coco, - Frutas em pedaços pequenos amassados, sob a
bebidas isotônicas, chás claros, sucos naturais de forma de cremes ou raspadas. Excluir frutas em caldas
frutas não ácidas coados, sem adição de açúcar, caldo e sucos de frutas com açúcar
de vegetais coado sem temperos, gelatina dietética - Cereais: bolacha salgada, pães moles, de forma,
arroz em papa, macarrão bem cozido
* DIETA LÍQUIDA COMPLETA – 10 A 15 DIAS - Leguminosas: feijão liquidificado
- Objetivos: repouso gástrico, hidratação, adaptação a - Sopa de legumes preparada com carne de boi magra,
pequenos volumes (já recebe leite e consistências um frango ou peixe; vegetais liquidificada
pouco maiores) DIETA DE TRANSIÇÃO DE CONSISTÊNCIA PARA
- Alimentos na consistência líquida, ou que se
dissolvam na boca, em temperatura ambiente e sem A DIETA BRANDA
adição de açúcar – 1 semana
- Fracionamento de 6 a 8 refeições diárias – 50mL por - Maior consistência e fácil digestão
refeição - Alimentos na forma de purês ou cremes, mingaus; as
1. Alimentos Permitidos carnes batidas ou desfiadas
- Introduzir leite desnatado e derivados líquidos sem - Excluir alimentos doces, como açúcar, mel
gordura - Comer devagar, aumentando a mastigação de forma
- Sucos naturais de frutas peneirados, sem adição de exaustiva
açúcar - Não ingerir líquidos durante as refeições (deve ser
- Água sem gás, na temperatura normal ou gelada, realizada nos intervalos das refeições, em pequenas
água de coco, bebidas isotônicas, chás claros quantidades)
- Caldos de legumes liquidificados, preparados com - Consumir uma colher de sopa por preparação,
carne de boi magra, frango ou peixe totalizando 4 colheres de sopa por refeição
- Temperos: óleo vegetal, temperos normais: sal, 1. Alimentos Permitidos
cebola, alho, tomate, salsinha

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- Hortaliças: cozidas ou em forma de purê (purê de - Dificuldades: baixa ingestão alimentar e intolerância
batata, de mandioquinha, etc.). Excluir folhas cruas, a carne comum nesses pacientes, perda nas fezes
brócolis, abóbora, couve-flor, pepino, pimentão (cirurgias malabsortivas).
- Carnes: carnes moídas, aves e peixes bem cozidos e - 3º mês pós-operatório = déficit proteico, com perda
desfiados, almôndegas, ovo cozido de massa corporal
- Temperos: óleo vegetal; temperos normais: sal, - ex: Whey protein, aminoácidos
cebola, alho, tomate, salsinha * Carboidratos
- Gelatina dietética, pudins e flans dietéticos - A ingestão de carboidratos de absorção rápida e
açúcares pode causar síndrome de dumping (mal
estar pós-prandial, fraqueza, taquicardia, sudorese
fria e vertigem) → O açúcar e os alimentos que o
contenham devem ser excluídos
* EVOLUÇÃO PARA UMA CONSISTÊNCIA - Alguns pacientes apresentam na fase inicial
intolerância à lactose, devendo-se, nesse caso, excluir
PRÓXIMA AO NORMAL o leite de vaca → Fórmulas especiais sem lactose,
– 15 dias como substituto ao leite de vaca, além de
suplementação de vitamina D e cálcio
- Alimentos abrandados por ação da cocção ou ação
mecânica * Gorduras
- Excluir alimentos muito fibrosos e consistentes - Ingestão de gorduras poli-insaturadas e mono-
- Realizar 6 refeições diárias, com o volume de 50mL insaturadas para a prevenção de deficiência de ácidos
por vez até o volume de 200mL graxos essenciais
- Alimentos excluídos: Especiarias e condimentos - Por conterem alto valor calórico, deve-se consumir
fortes, Frituras, Hortaliças cruas, Grão das alimentos e preparações com pouca quantidade de
leguminosas (ingerir apenas o grão liquidificado), gordura e evitar as preparações que utilizam gordura
Embutidos e conservas no preparo
* Vitaminas e Minerais
* DIETA PRATICAMENTE NORMAL - 45 DIAS A 2 - Complicações nutricionais:
MESES APÓS . Síndrome de Wernicke-Korsakoff – deficiência de
tiamina (anorexia, náuseas, vômitos, diplopia,
- Preocupação com a seleção dos alimentos ricos em ansiedade, depressão; evolui para desorientação,
proteínas, cálcio, ferro, vitaminas A e C e folatos alucinação e coma) → Reposição de tiamina
- O controle do volume deve ser mantido . Anemia megaloblástica, por deficiência de vitamina
- Excluir alimentos muito fibrosos e consistentes B12 e ácido fólico
- Realizar 6 refeições diárias, com o volume de 50mL . Anemia ferropriva, hipocalcemia e hipoproteinemia
por vez até o volume de 200mL . Má absorção de vitaminas lipossolúveis
- Alimentos excluídos: Especiarias e condimentos . Queda de cabelo, unha quebradiça e pele ressecada
fortes, Frituras, Hortaliças cruas, Grão das no período de emagrecimento rápido (deficiência de
leguminosas (ingerir apenas o grão liquidificado), proteínas, zinco, ferro e ácido fólico)
Embutidos e conservas - Deficiências tendem a melhorar com a estabilização
do peso
NECESSIDADES NUTRICIONAIS 1. Suplementação Multivitamínica Diariamente
- Objetivos: evitar desidratação, desnutrição proteica - Reposição nos meses iniciais, na maioria dos casos,
e deficiência de vitaminas e minerais por suplementos em forma de pastilhas e/ou em pó
- paciente deve estar ciente que vai fazer solúveis mas há possibilidade de diluição do
suplementação de nutrientes após cirurgia comprimido em líquidos; em geral, após 60-90 dias o
* Hidratação uso de comprimidos e cápsulas é permitido → no
- Causas da desidratação: ingestão diminuída de início o paciente não tolera muito ingerir
líquidos, frequentes episódios de fezes líquidas, medicamentos, por isso usa-se pó ou pastilha
vômitos e diarreia - Poderá ser utilizada por toda a vida
- Ingestão de 2000mL/dia de líquidos, com baixo teor - Em geral, as deficiências nutricionais mais comuns
calórico (ÁGUA, limonada, água de coco, Gatorade, são: proteína, ferro, zinco, cálcio, vitamina D e
suco) vitaminas do complexo B.
- Os sinais e sintomas que geralmente podem ocorrer
* Suplementação Proteica
destas deficiências são: queda de cabelo, unhas
quebradiças, anemia, fraqueza, cansaço, pele
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ressecada, “formigamento” das extremidades - Não ingerir líquidos durante as refeições


(braço/mãos e pernas/pés), e algumas vezes déficit de (principalmente almoço e jantar)
memória. - Evitar doces hipertônicos e concentrados:
- Evacuações pastosas e frequentes (cirurgias refrigerantes, sucos, tortas, bolos, biscoitos e
malabsortivas), com odor fétido e flatulência → sobremesas congeladas (a não ser quando feitos com
Restringir gordura da dieta adoçante)
- Vômito persistente → Investigar estenose no nível - Pode ser necessário evitar a lactose, queijos e
do anel de silicone ou de estoma calibrado ou pode iogurtes são provavelmente mais bem tolerados
ser atribuído a uma tendência ao refluxo
gastroesofágico. MONITORAÇÃO DO TRATAMENTO
- Intolerância a certos alimentos, como carne
vermelha, arroz, frituras, verduras, etc → Orientar - Acompanhamento semanal no primeiro mês ou
cozimento, trituração, mastigação. mensal (individualização)
- IMPORTANTE: Avaliação e acompanhamento dos - Acompanhamento ambulatorial a cada 3 meses no
pacientes por equipe multidisciplinar, por muitos anos primeiro ano, após a cada semestre → Exames
Frequência da deficiência de micronutrientes sanguíneos de rotina
segundo o tipo de cirurgia bariátrica - Acompanhamento nutricional mensal nos primeiros
quatro meses, após bimestral até estabilizar o peso
(1,5 ano após a cirurgia) → Orientar atividade física
(30 min. de caminhada diária associada com
hidroginástica, esporte ou dança)
- é interessante fazer um acompanhamento
psicológico
- GRAVIDEZ é contra-indicada até o segundo ano pós-
SÍNDROME DE DUMPING cirúrgico

- Resposta fisiológica complexa à presença de ALGUMAS QUESTÕES PARA PENSAR


quantidades maiores que o habitual de alimentos
NA OBESIDADE
sólidos ou líquidos na porção proximal do intestino
delgado - Se emagrecer é tão fácil como tantos dizem por que
- Resultado da gastrectomia total ou subtotal, cirurgia quando você consegue perder bastante peso, todo
de fundoplicatura ou manipulação pilórica mundo quer saber o que fez?
- Nos estágios mais avançados de dumping pode - A cirurgia bariátrica com indicação correta e
ocorrer distensão abdominal, flatulência e diarreia, seguimento a longo prazo, é um método eficaz e com
culminando com hipoglicemia (pelo aumento potencial de reduzir risco de diversas doenças e até
exagerado de insulina, com um declínio subsequente reduzir mortalidade.
da glicemia), sudorese, ansiedade, fraqueza, tremor - Profissionais de saúde pensem: PERDA DE PESO não
ou sensação de fome é aconselhamento, PERDA DE PESO é tratamento.
- Erro comum de pacientes em tratamento de
MANEJO DOS EVENTOS ADVERSOS NA obesidade: Deixar de retornar ao consultório quando
CIRURGIA BARIÁTRICA não emagrecem, por vergonha ou frustração. Porém,
é quando não vão bem que é mais importante
- Refeições de pequeno volume (menor absorção e retornar.
transferência de líquidos menos intensa): volume vai - Manter o peso perdido é como andar numa escada
aumentando aos pouquinhos até chegar mais ou rolante ao contrário: é preciso esforço contínuo para
menos a 200mL permanecer no mesmo lugar.
- Alimentos ricos em proteínas e moderados em - Nenhum alimento ENGORDA ou EMAGRECE, o que
gordura são recomendados ENGORDA ou EMAGRECE é o contexto geral da
- Carboidratos de alta complexidade podem ser alimentação.
incluídos se bem tolerados - a quantidade e qualidade do alimento sim.
- Alimentos ricos em fibras diminuem a velocidade de - Ao buscar emagrecer não se compare com os outros,
trânsito intestinal e aumentam a viscosidade se compare com você mesmo.
- Decúbito dorsal e evitar atividades físicas durante as - Tratar a obesidade não é só estética, é tratar a saúde
refeições pode ajudar a retardar o esvaziamento e a qualidade de vida.
gástrico

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- Medicações para a obesidade sem mudança no da fome, reduz os hormônios da saciedade e aumenta
estilo de vida levam a perdas de peso inferiores à o impulso de comer alimentos mais calóricos.
mudança de estilo de vida isolada. Porém, quando
bem indicadas, as medicações potencializam os ALGUMAS CAUSAS QUE PODEM
efeitos da mudança de estilo de vida, levando a uma CONTRIBUIR NA EPIDEMIA DA
maior perda de peso.
OBESIDADE
- Ao longo de um tratamento para a obesidade,
oscilações de aumento de peso são parte do processo, - Obesidade na mãe e pai
e não podem ser encaradas como fracasso, sob o risco - Menor período de aleitamento materno
de abandono do tratamento. - Uso de antibióticos na infância
- Manter o peso perdido depende menos de como foi - Iluminação noturna
o emagrecimento e muito mais do que fará - Privação de sono
ativamente dali para frente. - Temperatura do ambiente
- Poluição
VOCÊ SABIA QUE? - Disruptores endócrinos (ex: plástico)
- Vírus
- Valorizar os pontos positivos de perder peso é mais
- Medicamentos
importante que ressaltar os riscos de permanecer no
peso que está.
ESTOU EM DIETA HIPOCALÓRICA E
- Entre as pessoas que perdem muito peso, o que mais
diferencia aquelas que recuperam daquelas que NÃO EMAGREÇO: ESTÁ MESMO EM
mantem é o nível de exercício físico. DIETA HIPOCALÓRICA?
- Um dos maiores preditores de sucesso de perda de
peso e a frequência de visitas ao profissional de - Só achando que come menos, sem medidas
saúde. objetivas
- Após perder 10% do peso, para mantê-lo é - Estimativas erradas de tamanho de porções ou
necessário comer 20% menos calorias. calorias nos alimentos
- Em 1 ano após a perda de peso, a fome permanece - Esquecendo-se de frutas e vegetais
maior, com menos hormônios alterados. - Comendo por estresse (sem perceber)
- Alguém com 70kg, mas que já pesou uns 90kg, terá - Fazendo contas erradas ou com informações erradas
que comer menos e se exercitar mais do que alguém - Esquecendo-se do álcool
com os mesmos 70kg que nunca engordou? - Não contando os beliscos extras
- Entre pessoas que perderam peso e são bem - Esquecendo o final de semana
sucedidas em manter o peso perdido, cerca de 90%
são fisicamente ativas?
- Você pode fazer restrição calórica sem melhorar a PROVA
qualidade da alimentação ou você também pode - tipos de dieta pós bariátrica: evoluções,
melhorar a qualidade da alimentação sem fazer função de cada uma delas
restrição calórica. Mas só com ambas poderá haver
perda de peso saudável e sustentada.
- Ser condicionado fisicamente reduz em mais de 3x o
risco de DCV em pessoas com obesidade,
independente da perda de peso.
- Muitas vezes o paciente quer mudança, mas não
quer mudar.
- A velocidade de perda de peso e perda total atingida
não são variáveis independentes → uma maior
resposta inicial com um tratamento implica em um
maior resultado final.
- Segundo dados do VIGITEL, 56% da população
brasileira está com sobrepeso e 20% com obesidade
→ Agora pode ser dizer que 100% se julga especialista
e sabe o que tem que fazer para emagrecer.
- Um único dia de sono ruim aumenta os hormônios

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09. DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL


- Algumas causas: AVC, Parkinson, Ca de cabeça e
DOENÇAS DO TGI SUPERIOR
pescoço, paralisia cerebral, Alzheimer...
CÁRIE DENTÁRIA - Quadro Clínico: Desordem na mastigação,
dificuldade em iniciar a deglutição, regurgitação nasal,
- Doença destrutiva pós-erupção localizada nos controle da saliva diminuído e/ou engasgos durante as
tecidos calcificados dos dentes refeições.
* Fatores Relacionados à Cariogenicidade Tratamento Nutricional
- Alimentos cariogênicos: Carboidratos (uma maior - Prevenir a perda de peso
frequência de ingestão e tempo de permanência na - Atingir e manter o peso ideal
boca). Os caramelos são muito agressivos (aderência). - Prevenir aspiração e sufocação
- Alimentos cariostáticos: Proteínas e gorduras (não - Facilitar uma alimentação e deglutição segura e
contribuem) → limpam mais os dentes independente
- Líquidos: Água (hidratação e mecanismo de limpeza) - Consistência: Dieta de acordo com grau de disfagia
- Fibras: Insolúveis (limpeza e favorecimento da via oral OU Terapia nutricional enteral
irrigação) - Fracionamento: aumentado
- Consistência: Líquida é menos cariogênica que a - Adequação dos utensílios, ritmo de oferta, manobras
normal (tempo de retenção e aderência na boca é posturais facilitadoras da deglutição e protetoras das
menor) vias aéreas
- Higienização
- Carboidratos (evitar alimentos açucarados, como
dissacarídeos, principalmente sacarose)
- Proteínas e lipídeos – em quantidade normal até
aumentado (função cariostática e restauração das
células epiteliais)
- Educação Nutricional → muito importante, escolher
bem os alimentos

GENGIVITES
- Processo inflamatório agudo ou subagudo, ou
crônico ou recidivante, necrotizante ou hemorrágico
- Evitar carboidratos simples
- Proteínas devem ser aumentadas (inflamação,
infecção, febre; diminuir processo inflamatório;
promover a cicatrização) DRGE
- Dar ênfase no zinco, vitamina A, vitaminas do - Fatores relacionados à DRGE: Hérnia hiatal,
complexo B, vitamina C e folato) obesidade, úlcera péptica (H. pylori), AINE, gravidez,
- Líquidos aumentados (evitar desidratação e limpeza) entre outros.
- Fracionamento aumentado e volume diminuído → - Quadro clínico: Pirose, disfagia, regurgitação, dor
passa menos alimentos no local retroesternal, sialorréia (secreção abundante de
- Consistência de Líquida completa ou pastosa → para saliva).
evitar dor Tratamento Nutricional
- Temperatura: Normal ou fria - Fracionamento aumentado (evitar distensão,
desconforto e aumento da pressão intra-abdominal)
- Volume diminuído (evitar a distensão intra-
DISFAGIA
abdominal e a estimulação do ácido gástrico)
- Dificuldade no transporte do bolo alimentar da - Reduzir os lipídios devido a liberação de
faringe ao esôfago e deste ao estômago colecistoquinina (reduz a pressão do EEI)
- Depende do tamanho do bolo alimentar, do - Devem ser enfatizada a vitamina A (reepitalização),
diâmetro luminal, da contração peristáltica, da vitaminas do complexo B, vitamina C (síntese de
inibição da deglutição, incluindo contração e colágeno, cicatrização, imunidade)
relaxamento do EES e EEI

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- Dos minerais, o cuidado é com o potássio, pois pode - Diminuir a pressão intra-abdominal
interagir com enxofre, aumentando a pressão intra- - Aumentar a Pressão do EEI
abdominal - Facilitar o esvaziamento gástrico
- Evitar purinas (excitantes da mucosa gastrintestinal) - Dieta semelhante à do DRGE
- Evitar alimentos de difícil digestibilidade, flatulentos
e fermentáveis (distensão abdominal, desconforto,
GASTRITE
aumento da pressão intra-abdominal) → uma dieta
meio abrandada, não chega a ser branda, mas evita-se * Fatores que Podem Provocar Danos à Barreira
alimentos mais flatulentos Ex.: cebola, brocolis, da Mucosa Gástrica
couve-flor, ovo, feijão. Deixar feijão de molho 24h - Alimentos muitos quentes: aumentam a secreção
(troca de agua a cada 5-6 horas). ácida e diminuem o tempo de esvaziamento gástrico
- Evitar/reduzir suco de laranja, tomate e carminativos - Bebidas alcoólicas: aumentam a secreção ácida
(hortelã ou menta) → diminuem a pressão do EEI - Refrigerantes à base de cola: diminuem a PEEI e
- Evitar chocolate (diminui a pressão do EEI) facilitam o RGE
- Evitar refeições copiosas (grande quantidade) - Nicotina: diminui a PEEI, facilita o RGE, promove
- Redução do peso em obesos alterações do conteúdo gástrico
- Outros: - Condimentos picantes: aumentam a secreção e
• A última refeição deve ser feita 2h antes de causam irritação da mucosa
deitar - Pimenta vermelha e páprica (capsaicina): irritantes
• Elevar a cabeceira da cama (para evitar o da mucosa, aumentam a secreção ácida
refluxo, aspiração e outras complicações), - Pimenta-preta: irritante da mucosa, aumenta a
• Evitar o cigarro (nicotina diminui a PEEI e do secreção ácida e dispepsia
esfíncter pilórico) - Pimenta chilli e mostarda: produz eritema e lesão
- Alimentos que afetam a pressão do EEI: café, gástrica
hortelã, pimenta, bebida alcoólica, chocolate, chá, - Purinas (são bases nitrogenadas, compostos
gorduras saturadas, leite orgânicos heterociclícos): excitantes da mucosa
gastrintestinal e aumentam a secreção ácida
Cirurgia do DRGE - Carboidratos concentrados: retardam esvaziamento
- Evitar a perda de peso excessiva (principalmente em gástrico
pacientes mais magros) - Alimentos ricos em gorduras: retardam
- Dieta de evolução líquida → cremosa → pastosa → esvaziamento gástrico
branda → normal - Lembrando que o leite não deve ser consumido em
- Volume bem reduzido, aumentando conforme a momentos de crise, pois produz uma falsa sensação
aceitação de alívio imediato, contudo é acompanhado de "efeito
- Fracionamento: 1/1h → 2/2h → 3/3h rebote" que aumenta a secreção gástrica para sua
- Usar suplementação alimentar (cápsula, pastilha ou digestão. Mesmo fora das crises, não deve ser
pó) ingerido isoladamente.
- Cuidar dos alimentos com risco de engasgo → Carne, Tratamento Nutricional
maçã, coco, castanhas (orientar trituração desses - Recuperar o estado nutricional (quando alterado)
alimentos) - Favorecer o trabalho gástrico, reduzindo a secreção
gástrica, evitando a progressão das lesões
- Promover o esvaziamento adequado do estômago,
HÉRNIA HIATAL
permitindo que o revestimento mucoso se regenere
- Fatores relacionados à hérnia hiatal: senilidade, - Minimizar ou evitar os efeitos colaterais e as
obesidade, constipação, gravidez, vômitos interações entre fármacos e nutrientes
persistentes (aumento da pressão intra-abdominal) - Dar ênfase no zinco, vitamina A (betacaroteno),
- Quadro clínico: dor retroesternal alta, pirose, vitaminas do complexo B, vitamina C e folato -> são
regurgitação, odinofagia, disfagia, soluço, cicatrizadores
hematêmese e melena, dispneia, cianose, tosse, - Promover educação nutricional: orientar MEV, evitar
vertigem, taquicardia, palpitação, podendo também jejum, café, etc
surgir esofagite, úlcera do esôfago e estenose
esofagiana
ÚLCERA PÉPTICA
Tratamento Nutricional
- Diminuir o peso corporal Fatores Relacionados à Úlcera Péptica
- Dificultar o refluxo gastroesofágico
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- Tabagismo: Aumento da secreção ácida e do refluxo - Dar preferência às carnes brancas (peixe e aves),
duodenogástrico retirando a pele das aves antes da cocção;
- Bebidas alcoólicas e cafeína: Aumento da secreção - Consumir alimentos com alto teor de vitamina B12:
ácida carne de boi magra, aves, peixe, ovos cozidos;
- Antiinflamatórios não esteroides: Inibição da
produção de prostaglandinas, diminuição da produção
de muco e de bicarbonato (efeito protetor)
- Helicobacter pylori
- Fatores psicológicos
- Estresse DOENÇAS DO TGI INFERIOR
Tratamento Nutricional
- Fracionamento: Aumentado na fase aguda / Normal DIARREIA
na fase de recuperação - Manifestação clínica relativamente comum,
- Volume: Diminuído na fase aguda para diminuir o decorrente da alteração na absorção, secreção ou
desconforto abdominal / Normal na fase de motilidade intestinal
recuperação - As causas de diarreia crônica são múltiplas e
- Consistência: Líquida completa a pastosa na fase incluem: inflamação da mucosa, formação de
aguda / Branda a normal na fase de recuperação gradiente osmótico, secreção de íons, causas
- Isenta de alimentos ricos em enxofre, de difícil iatrogênicas, má-absorção de nutrientes, alteração da
digestibilidade, flatulentos, fermentáveis, infusos motilidade. Causa perda de peso e deficiência
concentrados, carminativos, bebidas alcoólicas e nutricional
derivados de cola, etc. → são excitantes da mucosa Tratamento Nutricional
gastrintestinal - Fibra solúvel como a pectina (maçã, pera) pode
- Na fase pós-ulcerosa, a dieta deve ser ajustada às ajudar a controlar a diarreia → sem casca
necessidades do paciente - Iniciar com amidos facilmente absorvidos (arroz,
- O paciente deve ser orientado para diminuir os batata, cereais simples) e seguir com alimentos
fatores agressivos proteicos
- Lactose, frutose e grande quantidade de sacarose
- Dieta equilibrada é fundamental no tratamento da podem agravar a diarreia
úlcera péptica, uma vez que o alimento pode prevenir, - Avaliar a restrição de gordura
tratar ou mesmo aliviar os sintomas que envolvem - Se a diarreia for persistente e decorrente de doença
essa doença infecciosa, imunodeficiência ou inflamatória, pode ser
GASTRITE E ÚLCERA – ALIMENTOS necessário suplementação de vitaminas, minerais,
proteínas e lipídios (por via enteral ou parenteral)
RECOMENDADOS Recomendações Nutricionais
- Alimentos ricos em antioxidantes (vitamina C, - Não suspender a alimentação;
vitamina A e flavonoides): frutas, ervas /especiarias e - Aumentar a hidratação (10–12 copos/dia) com água
legumes que são benéficos para gastrite incluem filtrada ou fervida, água de coco, chás (entrecasca do
cebolas, alho, abóbora, pimentão, folhas verdes, coco, folha de goiaba), água de arroz, sucos (maçã,
alcachofra, aspargos, aipo, funcho, gengibre, açafrão e lima coado, goiaba, caju);
maçãs. - Fazer uso de alimentos obstipantes: maçã sem casca,
- Alimentos probióticos (possuem bactérias benéficas) banana, caju, goiaba, pera, arroz branco, mucilagem
- Alimentos rico em fibras, gorduras e proteínas de arroz, amido de milho (maizena);
saudáveis - Dar preferência a vegetais cozidos como: cenoura,
- Alimentos vermelhos/alaranjados/verdes (ex: batata, chuchu, beterraba, vagem, batata-doce,
mamão, moranga, couve...) inhame;
Recomendações Nutricionais - Dar preferência às carnes brancas: peixe, aves
- Fazer as refeições com calma e em lugares grelhadas, assadas ou cozidas.
sossegados;
- Mastigar bem os alimentos; COLITE ULCERATIVA
- Observar e evitar alimentos que causem
desconforto; - Doença intestinal de causa desconhecida, com
- Consumir frutas ácidas de acordo com a tolerância; prováveis componentes psicossomáticos, ambientais,
- Preferir a utilização de vegetais cozidos; dietéticos e bacterianos

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- Sintomas: diarreia com muco e sangue e as vezes pus Vitaminas Deve-se A reposição de Fe é
ou diarreia com perdas hidroeletrolíticas, dor prescrever necessária para os
abdominal, desnutrição por anorexia e restrição suplementos pacientes com perda
alimentar pela dor, febre e hipoalbuminemia, anemia vitamínicos como contínua de sangue, e
B12 e vit. C para os suplementos de
(deficiência de Fe, ácido fólico e vitamina B12),
melhorar a ácido fólico e B12
anorexia por perda de zinco.
absorção de Fe e devem ser fornecidos
Tratamento Nutricional também as ao paciente que toma
- Reduzir o processo inflamatório lipossolúveis, sulfassalazina. Os
- Recuperação e manutenção do estado nutricional especialmente vit. suplementos de Ca e
- Integridade das funções imunológicas K. vit. D podem ser
- Recuperação tecidual e cicatrização necessários na
- Vitaminas e minerais: suplementação de Ca, folato, esteatorreia.
vitamina C, Fe, Mg, Zn, vitaminas antioxidantes SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL
- Fibras: reduzir o conteúdo de fibras insolúveis e
suplementar com fibras solúveis (usar aveia) - Na síndrome do intestino irritável (SII), as contrações
- Fracionamento: aumentado podem ser mais fortes e podem durar mais tempo do
- Volume: diminuído que o normal, surgindo alguns sintomas
- Líquidos: aumentados característicos → gases, flatulência e diarreia.
- Pode acontecer o oposto também, com contrações
intestinais mais fracas que o normal, o que retarda a
DOENÇA DE CROHN passagem de alimentos e leva a fezes mais
- Doença inflamatória crônica endurecidas → constipação
- Sintomas iniciais: Dores abdominais episódicas e - A combinação de fatores pode estar envolvida na SII
pós-prandial periumbilical, febre baixa e discreta com como alimentação, estresse, hormônios (mulheres)...
diarreia Sinais e Sintomas
- Sintomas posteriores: Dores abdominais no - Podem variar muito e algumas vezes são
quadrante inferior direito, perda de peso por diarreia, semelhantes aos sintomas de outras doenças.
que se alterna com constipação (controlar a - Dor abdominal ou cólicas
alimentação conforme diarreia/constipação). Gases, - Sensação de inchaço
anorexia, fadiga, anemia por deficiência de ácido - Gases
fólico, menor absorção de vitaminas lipossolúveis - Diarreia ou constipação - às vezes alternando crises
Tratamento Nutricional entre os dois problemas
- Vitaminas e minerais: suplementação de Ca, folato, - Muco nas fezes.
vitamina C, Fe, vitamina B12, vitaminas lipossolúveis, Tratamento Nutricional
Mg, Zn; Recomenda-se administração diária de - Atualmente o melhor benefício é a dieta com baixa
multivitaminas quantidade de FODMAPs –
- Fracionamento: aumentado • Fermentable
- Líquidos: aumentados • Oligosaccharides,
- Fase aguda: Modificar alimentos pela cocção. • Disaccharides,
Reduzir o conteúdo de fibras, principalmente quando • Monosaccharides e
houver indício de estreitamento da luz intestinal e • Polyol’s
diarreia - Os alimentos fermentáveis referidos são os
- Fase de remissão: Evoluir para o conteúdo normal de carboidratos não digeridos pelo trato digestivo
fibras. AGCC (ácido graxo de cadeia curta) humano.
- Os oligossacarídeos são os Fruto-oligossacarídeos
Doença de Crohn Colite Ulcerativa (FOS) e os Galacto-oligossacarídeos (GOS).
Fibras Evitar fibras nos Os pacientes com - Os dissacarídeos se inclui a lactose
pacientes com constipação - Os monossacarídeos a frutose.
estreitamento melhoram com o
- Os polióis é representado principalmente pelo
intestinal ou aumento do teor de
sorbitol e manitol (adoçantes da indústria)
diarreia, fibras. Aqueles com
acrescentando cólicas ou diarreia - São alimentos de alta osmolaridade ou que possuem
fibras para a melhoram com uma substratos rapidamente fermentados por
constipação. dieta pobre em fibras microorganismos intestinais.
insolúveis. - A alta osmolaridade → pode desencadear diarreia

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- Os substratos rapidamente fermentados pelas


bactérias podem desencadear sintomas como
distensão abdominal, flatulência e cólica abdominal.

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- Encaminhamento para dietista


FLUXOGRAMA DO TRATAMENTO 2. Dietista (nutricionista)
CLÍNICO PARA USO DA DIETA BAIXA - Avaliação da dieta e sintomas habituais
- Teste com uma dieta baixa em FODMAP durante 2–6
EM FODMAP
semanas
- Avaliação da adesão à dieta na primeira semana e
continuar até 6 semanas
a) Melhora dos sintomas
- Nova provocação dietética
- Desencadeadores da dieta individuais identificados:
“dieta pessoal com baixo teor de FODMAP alterada”
b) Má resposta
- Reintroduzir alimentos ricos em FODMAP, 1 por 1
para determinar se algum em especial desencadeia os
sintomas
- Considere outros desencadeadores/terapias:
Produtos/substâncias presentes nos alimentos,
Estresse, Supercrescimento bacteriano no intestino
Fonte: Tuck e col. 2014 delgado

1. Prescrição da Dieta Baixo Teor de FODMAPs


- Retirar alimentos ricos em FODMAPs por 6 semanas
(é possível observar melhora dos sintomas já na
primeira semana, mas a dieta deve ser continuada).
- Se não houver melhora dos sintomas em 6 semanas,
descontinuar a dieta (e investigar outras causas).
- A dieta deve ser acompanhada por nutricionista para
evitar deficiências.
- Após a dieta de exclusão, reintroduzir alimentos
ricos em FODMAPs para avaliar tolerância
individualizada. A reintrodução pode ser por
alimentos ou por grupos de alimentos.
2. Importante
- Muitos alimentos podem não estar na lista
- A restrição de FODMAPs melhora os sintomas em
75% dos pacientes. Para os demais pacientes é
importante avaliar consumo de fibras insolúveis,
considerar outros alimentos “gatilho”, como a cafeína
e gordura, e considerar regularidade e tamanho das
refeições
- A restrição de alimentos ricos em FODMAPs pode
ocasionar consumo insuficiente de fibras,
carboidratos e cálcio, além de excluir alimentos
saudáveis e mudar os hábitos do paciente (ex: álcool)
- Fundamental destacar que após as semanas de
exclusão os alimentos devem ser reintroduzidos, em
porções pequenas e de maneira isolada, para
identificar os alimentos “gatilho” dos sintomas
- A dieta de exclusão é temporária e não deve passar
1. Médico de família (médico geral) e/ou de 6 semanas
gastroenterologista - lembrar que SII afeta a qualidade de vida do
- Exames médicos paciente, pode influenciar no sono, na vida social, na
- Exclusão adequada de outros transtornos prática de atividade física;
gastrointestinais
- Diagnóstico clínico de SII
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CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
- Estase do intestino grosso, com redução da
frequência das evacuações, com fezes duras e de
pequeno volume
- Etiologia: erros dietéticos, uso abusivo de laxantes,
uso de medicação obstipante (antiácidos, analgésicos,
suplementos de ferro), depressão, falta de reposta à
vontade de evacuar, diminuição do poder expulsivo
Tratamento Nutricional
- Habitualmente, define-se a constipação funcional
1. Identificar a causa
como um transtorno caracterizado por uma
2. Aumentar o consumo de fibras (> 30 g/dia):
dificuldade persistente para evacuar ou uma sensação
aumento do volume fecal, estímulo mecânico no
de evacuação incompleta e/ou movimentos
peristaltismo intestinal, aumento da frequência das
intestinais infrequentes (a cada 3–4 dias ou com
evacuações
menor frequência), em ausência de sintomas de
Fibras insolúveis:
alarme ou causas secundárias
• Celulose (cascas),
* Critérios Diagnósticos para a Constipação • Lignina (linhaça, girassol, hortaliças),
Funcional – Roma III • Hemicelulose (farelo de trigo) → Retenção de
1. Critérios Gerais água
- Presença durante pelo menos 3 meses durante um Fibras Solúveis:
período de 6 meses
• Pectina (polpa de frutas),
- Pelo menos uma de cada quatro evacuações cumpre
• Gomas e mucilagens, Hemicelulose (farelo de
com critérios específicos
aveia) → lentifica a passagem de alimento
- Critérios para síndrome do intestino irritável (SII) são
através do TGI e reduz absorção de glicose e
insuficientes
colesterol.
- Ausência de fezes, ou, rara vez, fezes de consistência
Conteúdo de fibras: Baixo teor: 0 – 12g, Médio teor:
diminuída
13 – 30g, Alto teor: > 30g
2. Critérios Específicos - Presença de Dois ou Mais
Dicas: substituir os cereais refinados pelos integrais
- Esforço para evacuar
(pão integral, arroz integral...), aumentar o consumo
- Fezes fragmentadas ou endurecidas
de farelo de trigo e farelo aveia, aumentar o consumo
- Sensação de evacuação incompleta
de frutas, verduras e legumes, principalmente cru,
- Sensação de obstrução anorretal ou bloqueio
com casca quando possível
- Necessidade de manobra manual ou digital para
Cuidar com o excesso: formação de complexos
facilitar a evacuação
insolúveis diminuindo a absorção de minerais,
- Menos de três movimentos intestinais por semana
formação de meteorismo → muita fibra precisa de
Tipos de Constipação
muito consumo de água
- A constipação ocorrer quando a massa fecal
3. Horários regulares das refeições: aumentar
permanece no cólon por mais de 24-72 horas normais
fracionamento e diminuir volume
após a ingestão de uma refeição ou quando
4. Aumentar o consumo de líquidos: adultos → 1
apresentar esforço para evacuar.
mL/Kcal (2000kcal = 2L), crianças → 1,5 mL/Kcal,
- Constipação atônica (intestino preguiçoso): quando a
compensar as perdas sensíveis quando excessivas
musculatura dos intestino não funciona mais
(clima quente, exercícios extremos...)
adequadamente, em alguns casos pelo uso excessivo
5. Prática de atividade física
de laxantes ou por maus hábitos intestinais.
6. Desenvolvimento de regularidade no ato de defecar
- Constipação espática: envolve maior estreitamento
7. Aumentar o consumo de gordura/óleo vegetal, se
no cólon, com fezes em forma de fita, causado por
não contra indicado (sobrepeso)
inatividade, imobilidade ou obstrução
8. Aumentar o consumo de potássio (ajuda na
1. Escala Fecal de Bristol
motilidade intestinal)

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DOENÇA DIVERTICULAR SÍNDROME DO INTESTINO CURTO (SIC)

- Divertículos são herniações da parede do TGI, - Aparecimento de sintomas clínicos decorrentes de


podendo ser encontrados em todo o tubo digestivo, extensa ressecção intestinal, incluem: diarreia,
sendo mais comum no cólon esteatorreia, distúrbios hidroeletrolíticos e
- Associado com dietas pobre em fibras desnutrição associada a má absorção
- Etiologia: Aumento da pressão intra-abdominal, Fase da Reposição Hidroeletrolítica
Constipação, Hipotonicidade da musculatura intestinal - Pode se iniciar parenteral após equilíbrio
Objetivo do Tratamento Nutricional hemodinâmico
- Aumentar o volume fecal com consequente - Dieta enteral (assim que superar a fase aguda)
diminuição da pressão intraluminal - Usa-se por via enteral ou parenteral → glutamina e
- Idem constipação intestinal TCC (triglicerídeos de cadeia curta)
- Maior fornecimento de fibras insolúveis (hortaliças, Fase de Realimentação Oral
grãos, farelos, cereais integrais...) - Inicialmente líquidos como água, chá e sucos
- Se houver obesidade → perder peso adoçados com adoçante artificial (açúcar não para
evitar diarreia osmótica)
- Em seguida (1° - 7° mês), introdução de alimentos
CIRURGIA DO INTESTINO GROSSO sólidos: batata, arroz, fubá, macarrão, legumes,
- A evolução no pós-cirúrgico depende muito da parte frutas, carne, feijão e leite desnatado
do intestino grosso que foi retirada, da doença de - Oferecidos em pequenas porções, 7 a 8 vezes/dia,
base, sendo o tratamento individualizado em intervalos constantes de 1,5 a 2 horas
- muito cuidado em pacientes que vão utilizar bolsa de - As refeições podem ser enriquecidas com módulo de
colostomia proteína (soro do leite)
Objetivo - Lá pelo 7º mês: adequação da dieta de acordo com
- Recuperar o estado nutricional e o conforto pessoal hábitos do paciente
- Regularizar a quantidade e consistência das fezes - Por último o paciente insere novos alimentos, um de
- Reduzir a formação de gases e odor cada vez
Pós-Cirúrgico Imediato Fase da Recuperação e Manutenção do Estado
- Dieta pobre em resíduos (dieta mais líquida clara) Nutricional
- Evitar: leite e queijos gordurosos, leguminosas - Ingestão oral adequada às necessidades nutricionais
(substituir pelo caldo), vegetais folhosos crus, cereais do paciente (desnutrição, obesidade)
integrais, doces muito concentrados, temperos - Vitaminas e minerais: suplementação com
(maionese, pimenta, molho inglês, mostarda), frituras multivitaminas (Ca, Fe, K, vit. B12, vit. A, vit. D, vit. K);
Após o Período Imediato na esteatorreia, suplementar vitaminas lipossolúveis
- Adequar a dieta conforme as tolerâncias do paciente - Fibras: no início é diminuída, já na 3ª fase pode-se
- Excesso de gases: evitar alimentos aumentar o consumo de pectina (polpa de frutas),
hiperfermentativos, comer devagar com a boca com fracionamento aumentado e volume diminuído
fechada e mastigar bem os alimentos, não falar muito - Reidratação oral: 1 a 2 L/dia
durante as refeições, não ficar em jejum por longos - Evitar café, alimentos laxativos (sorbitol, manitol)
períodos, não fumar e não mascar chicletes - Ingerir alimentos sólidos separados dos líquidos
- Excesso de odor: peixe e frutos do mar, carnes
defumadas e em conserva, ovo, cebola, alho, repolho,
condimentos
- Preferir: maçã, pera, pêssego, coalhada, iogurte, chá PROVA
e salsão; aumentar o consumo de água, sal e potássio; - TGI → FODMAPS (o que é, importância da
suplementar com vitamina B12 e vitamina C, se SII), gastrite (alimentos que alteram),
necessário; mastigar bem os alimentos fibrosos (para diarreia, úlcera, constipação
diminuir a fermentação)

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10. NUTRIÇÃO EM AFECÇÕES ESPECÍFICAS

- Esses alimentos aumentam substâncias inflamatórias


10.1 Nutri e câncer e o peso
- O câncer influencia diretamente o estado nutricional
e, dependendo do tipo de tumor, a desnutrição está
ALIMENTOS PROTETORES
presente em 9% a 85% → câncer intestinal está muito
associada à dieta atualmente; - Frutas, verduras, legumes, condimentos (açafrão,
gengibre, canela...)
- A alteração do estado nutricional pode estar
relacionado com o tumor em si, ao aumento da - São alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais
demanda metabólica ou a localização do tumor que → aumentam os antioxidantes e aumentam a
prejudica a ingestão alimentar normal, mas também imunidade
os efeitos colaterais dos tratamentos.

- Objetivo do Tratamento Nutricional varia conforme ALTERAÇÕES ORGÂNICAS CAUSADAS


o tipo de tratamento médico instituído (clínico, PELO CÂNCER QUE INTERFEREM NA
cirúrgico ou paliativo), o estágio da doença e o EN.
NUTRIÇÃO
- Avaliação Nutricional → Conhecer o comportamento
alimentar → Estrutura Física e Hábito de vida - O câncer pode diminuir a ingestão de alimentos por
efeitos diretos no TGI, causando obstrução e/ou
PREVENÇÃO prejudicando a capacidade de ingerir nutrientes
- Melhora do estado nutricional quando necessário.
- A terapia anti-tumoral pode ser a maior causa de
- Retirar os alimentos que aumentam o risco de
anorexia e perda de peso
câncer (principalmente no TGI, industrializados, com
agrotóxicos...)
- Ressecções intensas do intestino delgado podem
resultar em má-absorção de nutrientes e contribuir
- Enfatizar uma alimentação saudável:
para a caquexia e desnutrição
Alimentos com qualidades e quantidades,
Horários das refeições,
Ênfase nos alimentos antitumorais:
EFEITOS NUTRICIONAIS DO CÂNCER
• repolho roxo,
• rabanete, - A desnutrição no câncer é multifatorial e apresenta
• cebola, uma incidência entre 30 e 50% dos casos, e a
• espinafre, desnutrição mais severa é conhecida como caquexia
• salsa,
• frutas vermelhas, - Caquexia: manifestação comum no câncer e tem um
• gengibre, significativo impacto na sobrevida e na qualidade de
• canela, vida do paciente
• açafrão,
• chá verde, - É um fenômeno multifatorial que leva a progressiva
• chocolate com 70% de cacau, perda de peso e deficiência de nutrientes específicos
• grãos integrais e peixes como sardinha.

ALIMENTOS X CÂNCER REPERCUSSÃO DA PERDA DE PESO


RELACIONADA AO CÂNCER
ALIMENTOS QUE AUMENTAM O RISCO
-  Qualidade de vida
- Alimentos com altas quantidades de gorduras -  Estado funcional
saturadas: Frituras, carnes com gorduras aparentes... -  Resposta a terapia
- Industrializados (sal, açúcar e gorduras -  Imagem corporal
hidrogenadas): Embutidos, enlatados, doces em
-  Tempo de hospitalização
geral...

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Original: Maria Eduarda Guarezi XXXVIII Edição e acréscimos: Ludmilla Costa XL

-  Hospitalização não planejada - Melhorar a resposta imunológica (zinco,


-  Complicações/infecções antioxidantes, probióticos).
- Promover melhor qualidade de vida (QV).
FATORES QUE INDUZEM A
DESNUTRIÇÃO
OBJETIVO DA DIETOTERAPIA NO
- Própria doença e doenças crônicas TRATAMENTO CIRÚRGICO E
- Disfunção hipotalâmica;
PALIATIVO
- Problemas psicológicos – depressão
- Alterações do paladar e olfato (RT, QT) - No cirúrgico melhorar o contexto clínico e nutricional
- Dieta hospitalar para a prevenção de complicações infecciosas e não
- Falta de consciência médica infecciosas no pós operatório.
- Condição socioeconômica - No cuidado paliativo, considera-se a expectativa de
- Pacientes idosos vida e os objetivos variam conforme progride a
- Anorexia pela doença, tratamento e/ou depressão doença.
- Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vômitos, - Independente da fase da vida, o objetivo do
diarreia, má absorção, constipação, obstrução tratamento nutricional será voltado ao conforto
- Lesões na cavidade oral e tubo GI: mucosite severa, emocional e melhora na qualidade de vida.
disfagia. - Se a expectativa de vida for maior 90 dias, busca-se
prevenir o déficit nutricional, reduzir as complicações
da desnutrição, controlar sintomas, evitar a
ESTUDO RASBRAN desidratação e melhorar a capacidade funcional.
- Prevalência e gravidade da Perda Ponderal Involuntária
(PPI) em pacientes com câncer
TIPO DE TRATAMENTO NUTRICIONAL
- Resultados:
A idade média dos pacientes era de 58,4 ― 12,8 anos, (TN)
com maior proporção do gênero feminino (52,9%).
- TN preferencialmente por via oral – sempre deve ser
A PPI foi verificada em 82,9% dos casos, sendo a perda
a primeira escolha.
grave a mais prevalente (58,6%).
- TNE: quando a ingestão via oral está insuficiente
A PPI foi significativamente maior entre os homens
e/ou prejudicada devido o tumor ou também a
comparativamente as mulheres (81,8% vs 54,1%;
desnutrição.
p=0,027), e nos indivíduos portadores de tumores do
- TNP: Considera-se quando o TGI estiver
• aparelho digestivo (90%),
comprometido de modo parcial ou total, e quando a
• cabeça e pescoço (78,9%) TNE não for suficiente.
• e aparelho reprodutor masculino (66,7%) (p< - IMUNOTERAPIA: Nutrientes com atuação no sistema
0,001). imunológico (ômega 3, probióticos, vitaminas).
- Conclusão: Observou-se elevada prevalência de
perda ponderal involuntária entre os pacientes
ambulatoriais com câncer, principalmente a de maior PONTOS IMPORTANTES
gravidade. O gênero masculino e a localização
primária do tumor (aparelho digestivo, cabeça e - Olhar e escutar o paciente, pois ele está muito
pescoço e aparelho reprodutor masculino) foram as fragilizado
variáveis associadas a PPI. - Conforme o tratamento (cirúrgico, QT, RT) busca-se
organizar a alimentação para amenizar os sintomas
(náuseas, vômitos, redução de peso, entre outros)
OBJETIVO DA DIETOTERAPIA NO - Hidratação maior
TRATAMENTO DE QUIMIOTERAPIA E - Enfatizar novamente os alimentos antitumorais
- No momento reduzir/retirar alimentos que agem de
RADIOTERAPIA forma contrária ao tratamento e podem fortalecer o
- Prevenir a desnutrição e/ou recuperar o estado tumor, como: doces, carnes, leite não orgânico e
nutricional. industrializados.
- Modular a resposta orgânica ao tratamento do
câncer. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
- Controlar os efeitos adversos do tratamento.
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- Pacientes em tratamento antitumoral apresentam - A QT e a RT resultam em toxicidade para o TGI, com


vários sinais e sintomas que comprometem o estado o surgimento de efeitos colaterais, tais como
nutricional. anorexia, náuseas, vômitos, disgeusia, mucosite,
- Podem evoluir para desnutrição moderada ou grave diarreia, xerostomia, entre outros.
e cerca de 20% desses morrem em decorrência da - A ingestão oral nesses pacientes é frequentemente
desnutrição e não da doença maligna. insatisfatória. Logo, a intervenção nutricional através
- Cerca de 60% dos pacientes com câncer são da orientação dietética e da prescrição de
desnutridos e esse percentual aumenta para 81% suplementos é necessária para todos esses pacientes.
naqueles que estão em cuidados paliativos.
Aproximadamente 70% apresenta alguma dificuldade
para se alimentar.

ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS EM CASOS COM SINAIS E SINTOMAS CAUSADOS


PELA TERAPIA ANTINEOPLÁSICA CONSENSO DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA 2015.
Sintomas Propostas
Anorexia - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da inapetência
- Ajustar a ingestão atual para o ideal
- Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições
- Estimular lanches calóricos na consistência e textura adaptada à melhor preferência do paciente
- Estimular o aumento de consumo de alimentos de melhor tolerância
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico palatável ao
paciente de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Consumir alimentos com boa fonte de proteína de alto valor biológico, Escolher
líquidos ricos em calorias, Manter lanches prontos para beliscar, Fazer a principal refeição em horários em
que sentir mais fome
Digeusia e - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da disgeusia e da disosmia
disosmia - Estimular a ingestão de alimentos mais prazerosos
(alteração - Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
de paladar e - Modificar a consistência dos alimentos conforme aceitação, liquidificando-os quando necessário
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico palatável ao
olfato)
paciente, de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Preparar pratos visualmente agradáveis e coloridos, Lembrar do sabor dos alimentos
antes de ingeri-los, Dar preferência a alimentos com sabores mais fortes, Utilizar gotas de limão nas saladas
e bebidas como sucos de frutas, chás e água, Utilizar ervas aromáticas e condimentos nas preparações para
realçar o sabor
Náuseas e - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar das náuseas e dos vômitos
vômitos - Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Dar preferência a alimentos mais secos, cítricos, salgados e frios ou gelados
- Adequar a consistência à tolerância do paciente
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, palatável ao
paciente, fracionado em pequenos volumes, gelado ou congelado
- Orientar o paciente a: Manter a higiene oral, Evitar jejuns prolongados, Mastigar ou chupar gelo 40 min
antes das refeições, Evitar frituras e alimentos gordurosos, Evitar alimentos e preparações que exalem odor
forte e procurar realizar as refeições em locais arejados, Evitar preparações e alimentos muito doces, Evitar
beber líquidos durante as refeições, utilizando-os em pequenas quantidades nos intervalos,
preferencialmente gelados (ex.: picolé), Manter cabeceira elevada (no mínimo 45°) durante e após as
refeições, Utilizar gengibre em infusão, como tempero ou adicionado a sucos (antinauseante)
Xerostomia - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da xerostomia
- Conscientizar o paciente de que a xerostomia pode ocorrer até alguns anos após o término do tratamento
- Estimular o consumo de água, no mínimo 2L ao dia, e líquidos em geral até 3L ao dia
- Estimular a ingestão de alimentos mais prazerosos
- Adequar a consistência dos alimentos, conforme aceitação do paciente
- Evitar o consumo de café, chá e refrigerantes que contenham cafeína
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, de 2 a 3x ao dia
- Orientar o paciente a: Manter higiene oral e hidratação labial, Dar preferência a alimentos umedecidos,
adicionar caldos e molhos às preparações, Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas, Ingerir quantidade
necessária de líquidos junto com as refeições para facilitar a mastigação e a deglutição, Utilizar balas cítricas
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e mentoladas sem açúcar, Usar ervas aromáticas como tempero nas preparações, evitando sal e
condimentos em excesso, Mastigar e chupar gelo feito de água, água de coco e suco frutas ou picolés

Mucosite e - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da mucosite


úlceras orais - Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições por dia
- Modificar a consistência da dieta, de acordo com o grau de mucosite (I, II, III)
- Diminuir ou retirar sal e condimentos das preparações, de acordo com o grau da mucosite
- Ofertar, na dieta oral, sucos e fórmulas lácteas além de suplementos.
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, de 2 a 3x ao dia
- Orientar o paciente a: Manter a higiene oral, Utilizar talheres pequenos, Utilizar canudos para ingerir
líquidos, Evitar alimentos secos, duros, cítricos e picantes, líquidos abrasivos e bebidas gaseificadas, Utilizar
alimentos à temperatura ambiente, fria ou gelada, Consumir alimentos mais macios e pastosos
Disfagia - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da disfagia
- Modificar a consistência da dieta conforme o grau da disfagia e de acordo com as orientações do
fonoaudiólogo
- Em caso de disfagia a líquidos, indicar o uso de espessantes industrializados e naturais (amido de milho,
tapioca, farináceos enriquecidos)
- Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, palatável ao
paciente, de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Evitar alimentos secos e duros, Ingerir pequenos volumes de líquidos junto às
refeições para facilitar a mastigação e a deglutição, Dar preferência a alimentos umedecidos, Usar
preparações de fácil mastigação e deglutição, conforme tolerância, Manter cabeceira elevada para
alimentar-se
Saciedade - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da saciedade precoce
precoce - Modificar as fibras da dieta por meio de cocção e/ou trituração para reduzir a saciedade
- Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, palatável ao
paciente, com baixo volume, de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Dar preferência à ingestão de legumes cozidos e frutas sem casca e bagaço, Priorizar
sucos mistos de legumes com frutas, ao invés de ingerir separadamente e na forma in natura, Dar
preferência à ingestão de grãos em geral liquidificados ou somente o caldo de sua preparação, Adicionar
cremes e molhos hipercalóricos não hiperlipídicos em legumes cozidos, Não ingerir líquidos durante as
refeições, Utilizar carnes magras, cozidas, picadas, desfiadas ou moídas em pequenas porções, Evitar
alimentos e preparações gordurosas, Evitar a ingestão de bebidas gaseificada
Odinofagia - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da odinofagia
- Modificar a consistência da dieta, de acordo com a tolerância do paciente
- Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições
- Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, palatável ao
paciente, de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Manter a higiene oral, Evitar alimentos secos, duros, cítricos, salgados, picantes e
condimentados, Evitar alimentos quentes e extremamente gelados, Cortar os alimentos em pequenas
porções, Usar papas de frutas e sucos não ácidos
Esofagite - Modificar a consistência da dieta, de acordo com a aceitação do paciente (intensidade da dor)
- Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com suplemento nutricional hipercalórico e
hiperproteico, palatável ao paciente, de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Evitar alimentos secos, duros, cítricos, salgados, picantes e condimentados, Utilizar
alimentos em temperatura ambiente, Evitar alimentos gordurosos, Diminuir o sal das refeições, Cortar os
alimentos em pequenas porções, Mastigar os alimentos, evitando a aerofagia, Manter cabeceira elevada (no
mínimo 45°) durante e após as refeições, Evitar a ingestão de café, refrigerante ou qualquer bebida
gaseificada
Trismo - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar do trismo
- Modificar a consistência da dieta, de acordo com a aceitação do paciente
- Utilizar artifícios para facilitar a ingestão (canudos, seringas, colheres, garrafa tipo atleta)
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, palatável ao

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paciente, com baixo volume, de 2 a 3 vezes ao dia


- Orientar o paciente a: Manter a higiene oral diária, Escolher líquidos ricos em calorias

Enterite - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da enterite


- Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Progredir a consistência e o conteúdo da dieta conforme melhora clínica do paciente
- Orientar a ingestão adequada de líquidos (volume e tipo)
- Ofertar, na dieta oral, por meio de suplementos, sucos ou fórmulas lácteas isentas de lactose, sacarose e
glúten
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, com fórmula
pobre em resíduo isenta de glúten, lactose e sacarose, de 2 a 3 vezes ao dia
- Orientar o paciente a: Utilizar dieta pobre em resíduos, lactose, glúten e sacarose, Evitar alimentos e
bebidas com teína e cafeína, Utilizar dieta pobre em gorduras (em caso de esteatorreia) e fibras insolúveis e
adequada em fibras solúveis
Diarreia - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da diarreia
- Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia
- Avaliar a necessidade de restrição de lactose, sacarose, glúten, cafeína e teína
- Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou simbiótico
- Aumentar o consumo de líquidos para, no mínimo, 3L ao dia
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, iniciar TNO hipercalórico e hiperproteico, com fibra solúvel ou
fruto-oligossacarídeo (prebiótico) isento de glúten, lactose e sacarose, de 2 a 3x ao dia
- Orientar o paciente a: Evitar alimentos flatulentos e hiperosmolares, Utilizar dieta pobre em fibras
insolúveis e adequada em fibras solúveis, Evitar alimentos e preparações gordurosas e condimentadas, Evitar
café e bebidas carbonatadas, Evitar temperaturas extremas, Ingerir líquidos isotônicos entre as refeições, em
volumes proporcionais às perdas
Constipação - Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da constipação intestinal
intestinal - Orientar refeições em intervalos regulares, de 5 a 6 refeições ao dia
- Orientar a ingestão de alimentos ricos em fibras e com características laxativas
- Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou simbiótico e suplementação de fibras dietéticas
- Estimular a ingestão hídrica de 1,5L a 2L de água ao dia
- Estimular a prática de exercícios físicos conforme mobilidade do paciente
- Consumir líquidos aquecidos em torno de meia hora antes da presença do reflexo gastrocólico em jejum,
que ocorre principalmente após o desjejum
Neutropenia - Higienizar frutas e verduras cruas com sanitizantes (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 1 litro de
(neutrófilos: água. Deixar em imersão por 20 min.), de acordo com a RDC nº 216/2004 da Anvisa
≤1.000 - Utilizar água potável filtrada, fervida ou mineral de boa procedência para o consumo
células/ - Utilizar oleaginosas e grãos somente coccionados
- Dar preferência para os alimentos como frutas, verduras e legumes sempre coccionados.
mm3)
- Utilizar leites e derivados somente pasteurizados e esterilizados (não utilizar iogurtes e leite fermentados)
- Utilizar carnes e ovos somente bem coccionados
- Utilizar alimentos processados em embalagens individuais e dentro do prazo de validade
- Não utilizar brotos de vegetais e sementes germinadas
- Não usar probióticos
- Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e hiperproteico, com fórmula
isenta de glúten, lactose e sacarose, de 2 a 3 vezes ao dia

PROVA
- câncer: os cuidados com sintomas, ex: náusea,
vômito diarreia

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10.2 Nutrição e pancreatite 10.3 NUTRI E ESTEATOSE


HEPÁTICA E CIRROSE
PANCREATITE
- Esteatose Hepática ou Doença Hepática Gordurosa
- Pode ser aguda ou crônica. não Alcoólica (DHGNA)
- Objetivo da TN na Pancreatite aguda: diminuir a - Cirrose Hepática
secreção pancreática; tratar e/ou evitar a desnutrição
associada ao estresse metabólico e modular a OBJETIVOS DA TN NA ESTEATOSE HEPÁTICA
resposta inflamatória.
- Objetivo da TN na Pancreatite crônica: Prevenir e/ou - Quando DHGNA leve, tenta-se reverter.
tratar a desnutrição; otimizar a absorção de - Reduzir os fatores de risco (alimentares).
nutrientes e minimizar as deficiências nutricionais; - Melhorar o estado nutricional quando alterado.
além de garantir o suprimento adequado de macro e - Evitar ou corrigir possíveis deficiências nutricionais.
micronutrientes e reduzir a má absorção. Necessário a
intervenção dietética e a suplementação de enzimas * OBJETIVOS DA TN NA CIRROSE
pancreáticas.
- Prevenir a desnutrição.
PA LEVE E GRAVE
- Controlar o catabolismo proteico muscular e visceral.
- PA leve: indicado o jejum oral, com a retomada da - Aporte adequado de proteínas e calorias.
alimentação progressivamente, iniciando com líquidos - Evitar ou corrigir possíveis deficiências nutricionais.
sem resíduos. Se não houver aceitação da dieta nos 5 - Evitar o risco de encefalopatia hepática.
a 7 dias, é indicada TNE com posicionamento pós-
pilórica.
* RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
- PA grave: preferencialmente a dieta enteral, logo
após a estabilidade hemodinâmica do paciente. - Dieta hipercalórica na maior parte dos casos, salvo
• A TNE é a mais recomendada em comparação nos pacientes com obesidade (que é normocalórica).
com TNP, essa deve ser utilizada na - Dieta hiperproteica a normoproteica (quando
impossibilidade do uso do TGI. paciente obeso).
- A dieta preconizada é a hipolipídica, pois esses são - Carboidratos complexos devem ser estimulados em
os principais estimulantes da secreção pancreática. maiores quantidades.
- É positiva a utilização de suplementos moduladores - AACR (leucina, isoleucina e valina) – Uso em
de inflamação e imunidade sistêmica. pacientes com EH e com baixa tolerância proteica.
- Sal/sódio: até 5g de sal/dia, equivalente a 2000mg.
TN NA PANCREATITE CRÔNICA
- Fibras: incentivar normal a rica, especialmente em
- Abstinência alcoólica total e controle da dor. obesos.
- Cerca de 80% dos pacientes são tratados com TNO - Restrição Hídrica: Apenas quando a concentração
normal, associada ou não a enzimas pancreáticas. plasmática de Na < 120 a 125mEq/L.
- Em alguns pacientes, pequenas modificações e - Álcool: abstinência total.
restrições dietéticas levam à redução da dor e à maior
ingestão proteico energética, melhorando o estado
nutricional.
- Ingestão dietética fracionada em pequenas porções.
- Hipercalórica, hiperproteica, rica em carboidratos e
pobre em gordura com preferência para gordura
vegetal, que são melhor toleradas.
- Quando a baixa ingestão e a perda de peso persistir,
a ingestão de suplemento oral rico em proteína
hidrolisada, com TCM, rica em vitaminas A, D, E e K e
outros micronutrientes, associado a enzimas
pancreáticas, está indicada.
- Os TCM (TG de cadeia média) são indicados quando
a esteatorreia é persistente.
- Vitaminas lipossolúveis e outros micronutrientes
devem ser suplementadas em caso de deficiências.

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- Quando quadro agudo a dieta depende dos sintomas


- 5 a 8 refeições, pequenas e frequentes como vômitos e dores.
- Vitaminas: Incentivo de polivitamínicos, pois . Vômitos: Dieta zero por VO.
deficiências de vitaminas hidro e lipossolúveis são . Sem vômitos e dores esparsas: primeiro dia em dieta
comuns. líquida restrita e segundo dia dieta hipolipídica,
- Como aproximadamente 60% dos cirróticos hipopurínica, hipocolesterolêmica, com
desenvolvem ascite ou edema, deve-se ter controle fracionamento aumentado e volume diminuído, de
de sódio, evitar a adição de sal nos alimentos e consistência líquida ou sólida (conforme evolução).
consumo de alimentos industrializados.
- Na encefalopatia hepática é indicada dieta - Sem vesícula para armazenar e concentrar bile,
hiperproteica modificada com aumento das proteínas alguns pacientes podem apresentar diarreia após a
lácteas (leite, iogurte, queijo) e vegetais (soja, feijão e colecistectomia.
grão-de-bico). - Sem a bile concentrada, poderá haver maior
- Na encefalopatia hepática é recomendado os dificuldade na digestão de lipídios, apresentando
lanches intermediários, para evitar a degradação náuseas, eructação, flatulência e indigestão.
muscular de proteínas para a gliconeogênese. - Dieta hipolipídica (20% da dieta em gordura, 0,6g/kg)
- A associação dos AACR (aminoácidos de cadeia e consistência normal.
ramificada) e zinco tem contribuído na melhora da - Os lipídios devem ser distribuídos
encefalopatia hepática por diminuir os níveis proporcionalmente entre as refeições.
circulantes de amônia - Restrição ao máximo das gorduras de adição.
- Preparações de alimentos cozidos ou grelhados são
mais indicadas.
10.4 NUTRI E COLELITÍASE - Evitar frituras e carnes gordas em geral.
- Evitar molhos e preparações à base de gordura
* OBJETIVOS DA TN NA COLELITÍASE (maionese, chantilly, manteiga).
- Evitar doces gordurosos (chocolates, bombons).
- Reduzir o risco de formação dos cálculos na vesícula. - Evitar frutas e sementes oleaginosas (abacate, coco,
- Amenizar os sintomas em quadro agudo de nozes, castanhas, amendoim, amêndoas) → não
colelitíase. porque não sejam saudáveis, mas porque o paciente
- Reduzir peso corporal adequadamente, evitar a não tolera.
perda rápida (+ 1,5kg por semana) que pode levar à - Evitar biscoitos amanteigados, massa folhada, torta
formação de pedras na vesícula. de massa como empada, empadão, quiches...
- Evitar dietas ricas em ácidos graxos saturados e - Evitar frios (mortadela, copa, salame, salaminho,
ácidos graxo trans. presunto) e embutidos (linguiças e salsichas) gordos.
- Perda de peso rápida forma calculo mais
frequentemente.
PROVA
* RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS - colelitíase: dieta hipolipídica controle de
- Necessidades nutricionais adequada ao indivíduo alimentos gordurosos
(paciente obeso = reduzir peso; paciente com peso - pancreatite: diminuir processo inflamatório,
adequado = manter estado nutricional). AACR na HE
- Fracionamento e volume adequado.
- Consumo maior de vegetais, frutas e fibras para a
prevenção dos cálculos.

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11. ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES


- Vômitos, diarreia ou disfagia de evolução
REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS subaguda/crônica
- Déficit de crescimento
- As reações adversas aos alimentos são - DRGE refratária ao tratamento habitual
representadas por qualquer reação anormal à - Cólica do lactente que responde pouco a tratamento
ingestão de alimentos ou aditivos alimentares conservador
(Consenso Brasileiro sobre Alergias Alimentares, - Constipação crônica refrataria ao tratamento
2008) habitual
- Atinge 6-8% das crianças jovens e 3-4% dos adultos
TERMINOLOGIA
- Hipersensibilidade: Sintomas ou sinais reproduzíveis
causados pela exposição a um estímulo definido em
uma dose tolerada por pessoas normais.
- Intolerância: Resposta fisiológica anormal a um
agente que não é imunomediada (reações tóxicas,
farmacológicas, metabólicas ou idiossincráticas ou a
substâncias químicas do alimento).
- Alergia: Reação de hipersensibilidade desencadeada
por mecanismos imunológicos específicos.
- Alergia Alimentar: Grupo de distúrbios com resposta
imunológica anormal ou exagerada a determinadas
proteínas alimentares que podem ser mediadas por
IgE ou não PATOGÊNESE
- Quando a participação de outros mecanismos é
- A patogênese das reações de hipersensibilidade
confirmada, recomenda-se o termo hipersensibilidade
alimentar continua totalmente desconhecida.
não-alérgica
- Alguns fatores relacionados são:
- Atopia: Tendência a alergias determinadas
• genética,
geneticamente
• microbiota intestinal,
11.1 Alergias Alimentares (AA) • dosagem e frequência de exposição aos
alérgenos alimentares,
CLASSIFICAÇÃO • alergenicidade de várias proteínas
• Tóxicas: dependem mais da substância alimentares.
ingerida (toxinas bacterianas presentes em - A imaturidade da barreira da mucosa intestinal vem
alimentos contaminados) ou das propriedades sendo apontada como um dos mecanismos que
farmacológicas de determinadas substâncias poderia explicar a incidência mais alta de alergias
presentes em alimentos (cafeína no café, alimentares em lactentes e crianças.
tiramina em queijos maturados). - Estudos mostram que a incidência de AA diminui
• Não tóxicas: dependem de susceptibilidade com o passar da idade.
individual; pode ser não imunomediadas ALÉRGENOS ALIMENTARES COMUNS
(intolerância alimentar) ou imunomediadas
(hipersensibilidade alimentar ou alergia - Poucos alimentos foram documentados como
alimentar) causadores de reação alérgica
- Os mais comuns são alimentos com alto conteúdo
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ESPECÍFICAS proteico, de origem vegetal ou animal;
Motivadoras da Investigação de AA Não Mediada por - Amendoim, nozes, peixes e frutos do mar, leite de
IgE vaca, chocolate, ovo, soja, trigo, milho, aveia, carne de
- Sintomas gastrointestinais em pacientes com atopia porco, tomate, abacaxi, castanha do Pará.
(ex: dermatite atópica)
- Evacuações mucosas/sanguinolentas em lactentes
- Síndrome da má absorção / enteropatias perdedora
de proteínas

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medicações tomadas antes ou após o início dos


sintomas observados
TRATAMENTO
- O único tratamento para a alergia alimentar é a
abstenção total de um alérgeno.
- Os alimentos a serem evitados podem estar
escondidos na dieta de formas não familiares (retirar
o alimento e seus derivados, observar a rotulagem).
- Na abstenção dos alimentos ofensores, são úteis
listas de alergias específicas, descrevendo os
alimentos a evitar, terminologias utilizadas na
rotulagem e substitutos aceitáveis.
SINTOMAS 1. Microbiota Intestinal
- A microbiota intestinal pode atuar no
Os sintomas gastrointestinais são os mais frequentes, processamento de antígenos alimentares, reduzindo
seguido dos sintomas que envolvem a pele e o sua alergenicidade.
sistema respiratório; - Os efeitos probióticos são atribuídos à restauração
• Anafilaxia induzida por alimentos é uma resposta da permeabilidade intestinal, ao equilíbrio da
aguda, grave e às vezes fatal (camarão é o mais microbiota, à melhora das funções de barreira do
comum); epitélio intestinal e à modulação da resposta
• Neurológicas: vertigem, fraqueza, síncope, inflamatória.
convulsões
• Cardiovascular: taquicardia, hipotensão, arritmias,
isquemia ou infarto do miocárdio, parada cardíaca 11.2 Doença Celíaca (dc)
Vias respiratórias superiores: congestão nasal, - Foi primeiramente descrita como sendo uma
espirros, rouquidão, estridor, edema síndrome má absortiva rara, característica da infância;
laríngeo/orofaríngeo, tosse - Hoje, o aparecimento dos primeiros sintomas podem
• Vias respiratórias inferiores: dispneia, se dar em qualquer idade;
broncoespasmo, taquipneia, uso de musculatura - Também conhecida como Enteropatia Induzida por
acessória, cianose, parada respiratória Glúten: alergia produzida por uma proteína conhecida
• Pele: eritema, vermelhidão, prurido, urticária, como gliadina, presente em alimentos que contém
angioedema, rash maculapapular glúten;
• Oculares: prurido, eritema e edema conjuntival, - É uma doença autoimune complexa que afeta o
lacrimejamento intestino curto de pacientes predispostos
• Gastrointestinais náuseas, vômitos, dor geneticamente.
abdominal, diarreia - Causa: Contribuição Genética e Anticorpos anti-
gliadina → Intolerância à gliadina
- Patologia causada pela inabilidade da mucosa
DIAGNÓSTICO entérica em digerir peptídeo do glúten → Atrofia das
• Identificação do alimento suspeito vilosidades intestinais (observação microscópica da
• Prova que o alimento suspeito causa reação mucosa plana, que perdeu as vilosidades)
adversa
• Verificação do envolvimento imunológico
• Exame físico: peso, altura, perímetro cefálico → A
redução de peso pode ser relacionada à má
absorção e alergia alimentar
• Evidência de condições crônicas: eczema, rinite e
asma
- Diário de alimentos (descrição de 1 a 2 semanas) e
sintomas de 7 a 14 dias ou registro de 24h pode ser
útil para auxiliar na identificação de alimentos
envolvidos na AA, incluindo: momento da ingestão
alimentar, quantidade e tipo de alimento e quaisquer

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GLÚTEN TRATAMENTO
- O glúten é uma fração proteica insolúvel (presente 1. Tratamento Clínico
nos cereais) - Reposição de líquidos e eletrólitos
- Trabalhar com a retirada do trigo, centeio, cevada, - Suplementação de vitaminas e minerais
malte e aveia (aveia não tem glúten, porém pelo - Administração de Ca e vitamina D
próprio cultivo alterado de cereais no mesmo terreno 2. Tratamento Nutricional
no Brasil, pode ocorrer contaminação cruzada; a - Substituir por milho, batata, soja, tapioca e araruta
menos que seja uma aveia que seja propriamente (derivados da mandioca, farinha de polvilho, farinha
cultivada para não conter glúten); de milho)
- Sendo a fração responsável pela toxicidade à mucosa - Eliminar fontes de gliadina da dieta
intestinal de portadores de DC: - Ler os rótulos de alimentos para identificar presença
• Trigo é a Gliadina, de gliadina (muito cuidado com a procedência dos
• Cevada é a Hordeína, alimentos, existe muita facilidade de contaminação
• Centeio é a Secalina, cruzada, principalmente para celíacos)
• Aveia é a Avenina 3. Importante
- O Malte, muito questionado, é um produto da - A dieta indicada é teoricamente de preparo fácil e de
fermentação da cevada, portanto apresenta uma custo relativamente acessível a pessoas de baixa
fração de glúten. renda;
- Na prática, a situação não é tão simples;
FISIOPATOLOGIA - Os brasileiros utilizam farinhas com muita frequência
- Dano ao intestino delgado: Atrofia das vilosidades, nos cardápios e as indústrias de alimentos raramente
Área reduzida para absorção, Deficiência celular de apresentam de maneira legível os constituintes
dissacarídeos e peptidases, Carreadores de transporte básicos dos produtos;
de nutrientes reduzidos - O planejamento da dieta deve levar em consideração
- Efeitos extra-intestinais: Anemia, Perda óssea, a idade, estado metabólico e uma dieta isenta em
Fraqueza muscular, Neuropatia periférica, Distúrbios glúten.
endócrinos, Hiperceratose folicular 4. Alimentos Permitidos X Alimentos Proibidos
- Alimentos Permitidos: Todos os alimentos que não
SINTOMAS
contém em sua composição trigo, cevada, centeio,
- Absorção intestinal prejudicada e anormalidades aveia (cuidado- NA PROVA COBRA AVEIA COMO
histológicas da mucosa do duodeno e jejuno; GLÚTEN pq tem resquícios que vem desde o cultivo
- Na fase aguda, são comuns a esteatorreia e a junto com o trigo), pães feitos de milho, fubá, batata,
distensão abdominal; arroz, soja, tapioca e farinha de araruta
- Outros sintomas são: dor abdominal intensa, fadiga, - Alimentos Evitados: Todos os alimentos que contém
náuseas, vômito e anemia; em sua composição trigo, cevada, centeio e aveia
- A longo prazo, está associada à probabilidade
aumentada de aparecimento de complicações graves,
principalmente osteoporose e doenças malignas do
trato gastroentérico.
DIAGNÓSTICO
- Através da caracterização da má-absorção;
- Retirada de alimentos com glúten;
- Biópsia jejunal compatível;
- Reaparecimento das alterações laboratoriais,
anatômicas e clínicas com a reintrodução do glúten;
- A DC tem sido relatada em associação com várias
outras doenças de base autoimunes, como dermatite,
diabetes tipo I, artrite reumatoide e tireoidites.

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* PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE


11.3 Alergia A Proteína Do Leite ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
De Vaca - APLV Alergia Intolerância
- A incidência da APLV em países desenvolvidos é de Idade de início
Primeiros anos Qualquer idade
0,5% a 7,5% em criança, principalmente nos 2 de vida
primeiros anos. Sistemas Cutâneo, Gastrintestinais
- No Brasil conforme os estudos, existe 2,2% de acometidos respiratório,
incidência e 5,7% de prevalência. gastrintestinal,
- O leite de vaca foi responsável por 77% dos casos cardiovascular
suspeitos, soja (8,7%), ovo (2,7%) e outros alimentos Desencadeante Proteínas do Alterações
(11,6%). alimento anatômicas
- As proteínas do LV potencialmente alergênicos são: Ausência de
betalactoglobulina (62 a 80%), caseína (60%), enzima
lactoalbumina (53%), albumina sérica bovina (52%) específica para
* Sinais e Sintomas Comuns degradação de
- Gastrointestinais: regurgitação frequente, vomitos, carboidratos
disfagia, impactação alimenar na garganta, cólicas Tratamento Restrição Restrição
intensas, recusa alimentar, falta de apetite, diarreia, Dietética Dietética
disenteria, esteatorreia, constipação, assadura Tratamento
perianal específico das
- Respiratórios: coriza, obstrução nasal, sibilos, tosse, alterações
dificuldade respiratória )quando não assocaida a anatômicas e
infecções ou outras alergias) funcionais
- Cutâneos: urticárias, edema de lábios e olhos, Prognóstico 85% das Deficiências
prurido ocular e cutâneo, dermatite atópica (pele crianças enzimáticas:
grossa, descamação e feridas), eritea ocular e perdem a caráter
lacrimejamento sensibilidade persistente
- Gerais: baixo ganho de peso e crescimento, anafiaxia por volta dos 3 Outras
* Recomendações anos de idade. doenças:
- Com a retirada dos alimentos deve se levar em Frutos do mar variáveis de
consideração os nutrientes “perdidos”. Substituir por e amendoim acordo com o
outros alimentos ou fazer suplementação. apresentam tratamento
- Exemplo: Na retirada do leite e derivados, pode-se caráter mais específico
ter deficiência de Ca, P, B2, ácido pantotênico, Vit. persistente
B12, A e D.
- O leite de cabra não deve ser utilizado em quem é
comprovadamente alérgico ao leite de vaca por ser
95% igual.
- As fórmulas parcialmente hidrolisadas também não
devem ser utilizadas. Já as totalmente hidrolisadas são
toleradas por 90% e as fórmulas à base de
aminoácidos não apresentam qualquer potencial
alergênico.

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11.4 Intolerância à lactose


- Incapacidade de digerir a lactose, resultado da
deficiência ou ausência da enzima intestinal lactase.
- Há três tipos de intolerância à lactose, que são
decorrentes de diferentes processos.
TIPOS DE INTOLERÂNCIA À LACTOSE
- Deficiência congênita da enzima: defeito genético
muito raro, no qual a criança nasce sem a capacidade
de produzir lactase; como o leite materno possui
lactose, a criança é acometida logo após o
nascimento.
- Diminuição enzimática secundária a doenças
intestinais: comum em crianças no primeiro ano de
vida e ocorre devido à diarreia persistente, pois há
redução das células da mucosa intestinal produtoras
de lactase; O indivíduo fica com deficiência
temporária de lactase até que estas células sejam
repostas.
- Deficiência primária ou ontogenética: tipo mais
comum de intolerância; com o avançar da idade,
existe a tendência natural à diminuição da produção
da lactase; esse fato é mais evidente em algumas
raças como a negra (até 80% dos adultos têm
deficiência) e menos comum em outras, como a
branca (20% dos adultos).
SINTOMAS
- Mais comuns são náusea, dores abdominais, diarreia
ácida e abundante, flatulência e desconforto;
- A severidade depende da quantidade ingerida e da
quantidade de lactose que cada pessoa pode tolerar;
- Em muitos casos pode ocorrer somente dor e/ou
distensão abdominal, sem diarreia;
- Podem levar de alguns minutos até horas para
aparecer;
- Apesar dos sintomas adversos não serem perigosos,
eles podem ser bastante desconfortáveis.
TRATAMENTO
- O tratamento para a intolerância a lactose é a
abstenção total dos alimentos (sempre observando a
quais alimentos o paciente tem mais intolerância).
- na abstenção total, pode ser necessária a reposição
de vitamina K e D
- O uso de enzima lactase é uma opção.
- Na abstenção dos alimentos contendo lactose, é útil
uma lista descrevendo os alimentos a evitar.
Terminologias utilizadas na rotulagem e substitutos
aceitáveis.

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12. ALIMENTOS FUNCIONAIS

- Os FOS estão presentes em alimentos de origem


RESOLUÇÃO Nº 18 E 19 – 30/04/1999 vegetal: como cebola, alho, banana, cevada, aveia,
DA ANVISA trigo, batata yacon e outros;
- Alimento importante: aveia;
- Alegação de propriedade funcional: Aquela relativa - pode ser comprado industrializado (ex: FOSVITA,
ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou Nutrainulina), mas o ideal é consumir os alimentos;
não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento,
manutenção e outras funções normais do organismo
CRITÉRIOS
humano.
- Alegação de propriedade de saúde: Aquela que - Não deve sofrer hidrólise ou absorção no intestino
afirma, sugere ou implica a existência de relação entre delgado (todo prebiótico é uma fibra)
o alimento ou ingrediente com doença ou condição - Quando atingir o cólon, deve ser metabolizado
relacionada à saúde seletivamente por número limitado de bactérias
benéficas
CRITÉRIOS PARA SER UM ALIMENTO - Deve ser capaz de alterar a microbiota colônica para
FUNCIONAL uma mais saudável
- Ser capaz de induzir efeito fisiológico que seja
• Exercer efeito metabólico ou fisiológico que importante para a saúde
contribua para a saúde física e para a redução
do risco de desenvolvimento de doenças PROBIÓTICOS
crônicas, além de suas funções básicas
nutricionais; - Organismos vivos que, quando ingeridos em
• Fazer parte de uma alimentação usual (não determinado número, exercem efeitos benéficos para
tem efeito imediato, os benefícios são a longo a saúde.
prazo); - Age no: equilíbrio bacteriano intestinal, controle do
• Os efeitos positivos devem ser obtidos com colesterol e de diarreias, redução do risco de
quantidades não tóxicas e devem persistir desenvolver o câncer, alteração do metabolismo
mesmo após suspensão de sua ingestão; microbiano e estimulação do sistema imunológico;
• Os alimentos funcionais não são destinados a - Ex.:
tratar ou curar doenças (não cura, ajuda a • leites fermentados,
prevenir); • Iogurtes (Activia, Yakult, Actimel),
• ajudam na prevenção das doenças • Manipulados (Lacto-pró, Simfort);
- esses alimentos geralmente vem com uma bactéria
PREBIÓTICOS- FIBRAS específica;
- a suplementação é cara, mas é de grande benefício,
- Substâncias que estimulam o crescimento de pode ser manipulada mais de uma bactéria;
bactérias benéficas específicas no colón. - Probióticos: produção de vitaminas (ex: vitamina K),
- Ajuda na manutenção da microbiota intestinal; microbiota intestinal, inibição de patógenos, sistema
- Estimula a motilidade intestinal; imune, função antitumoral, função intestinal,
- Contribui na consistência normal das fezes, tolerância à lactose, redução de lipídeos;
prevenindo a diarreia e a constipação intestinal; - Alguns tipos de bactérias probióticas:
- Colabora na absorção pelo intestino somente de • Lactobacillus acidophilus (mais comum,
substâncias necessárias eliminando o excesso de presentes no Yakult, Activia),
glicose e colesterol, favorecendo o controle das • Lactobacillus casei shirota,
dislipidemias; as fibras solúveis se ligam no colesterol • Lactobacillus casei variedade rhamnosus,
e ajudam a eliminar • Lactobacillus casei variedade defensis,
- Estimula o crescimento das bifidobactérias → • Lactobacillus paracasei,
suprimem a atividade das bactérias que são • Lactococcus lactis,
putrefativas, as quais formam as substâncias tóxicas • Bifidobacterium bifidum,
no intestino; • Bifidobacterium animallis (incluindo a
- Exemplos: frutooligossacarídeos (FOS) e inulina
subespécie B. lactis),
• Bifidobacterium longum,
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• Enterococcus faecium AÇÃO DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS


MECANISMO DE AÇÃO DOS PROBIÓTICOS NA SAÚDE INTESTINAL
- Bactérias láticas e bifidobactérias
- O microbioma intestinal tem funções importantes
- Barreira imunológica: fixação dos probióticos na
como a SÍNTESE de vitaminas (principalmente
mucosa intestinal, formando uma barreira imune
vitamina K, produzida no intestino) e a DEFESA do
- Recuperação da microbiota: atividade
organismo.
antimicrobiana e ajuda na incorporação na microflora
- Quando abalada, o organismo fica sujeito à
- Efeitos fisiológicos: efeitos locais (cólon) e efeitos
passagem de toxinas para a circulação portal.
sistêmicos
- Os probióticos agem no controle dessa microflora,
- Benefícios à saúde
combatendo as infecções.
- O uso de antibióticos em tratamento atingem o
microbioma, descontrolando-as (ATB em grande
quantidade ou por tempo prolongado)
- O desequilíbrio no número de bactérias no intestino
pode provocar uma série de problemas ao organismo.

DISBIOSE INTESTINAL
- Conjunto de desequilíbrio da microflora intestinal
que causa alterações da saúde com contribuição
importante no desenvolvimento de processos
degenerativos e alterações do sistema imune.
- Alguns pesquisadores referem que a disbiose pode
ser a possível etiologia de algumas patologias:
*Já existe exames para avaliar a microbiota. • artrite reumatoide,
• acne,
SIMBIÓTICOS • urticárias,
- O termo simbiótico representa um produto que • depressão,
contém tanto prebiótico como probiótico, onde o • celulite.
composto prebiótico favorece seletivamente o - A Disbiose pode ocorrer em situações como:
composto probiótico. • uso de medicamentos (antibióticos,
- produto que tem tanto prebiótico quanto probiótico antiácidos, anti-inflamatório e corticoide),
- Ex: O frutooligossacarídeo adicionado ao iogurte • estresse,
(iogurte com aveia) • uso de laxantes,
- componentes manipulados: SIMcaps, Lactofos, • infecções,
Lactofiber. • dieta inadequada (alta quantidade de
proteína, açúcar e gordura, e baixa
FITOQUÍMICOS quantidade de fibras),
• falta de secreções digestivas;
- São substâncias químicas presentes nos alimentos, • intoxicação por agrotóxicos e metais pesados;
nutrientes ou não, cuja ingestão pode reduzir a
• uso abusivo de álcool e cigarro, constipação
incidência de algumas doenças (NÃO é cura, é
intestinal.
prevenção).
- Os sintomas referentes a essa alteração da
- Os mais importantes são os compostos fenólicos
microbiota incluem alterações no ritmo intestinal,
representados pelos flavonóides, ácidos fenólicos e
flatulência, irritabilidade e fadiga.
fitoestrógenos
- As bactérias intestinais digerem as fibras vegetais -
- Ex.: Isoflavona (muito usada na menopausa, mas
solúveis e insolúveis - para a sua própria alimentação.
usado a longo prazo, idealmente antes da
- São produzidos AGCC (butirato, acetato e
menopausa) → geralmente a soja e derivados, o óleo
propionato), principal "combustível" utilizado pelos
também é o mais usado por ser mais suave e barato;
enterócitos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais
- Na disbiose aparece com certa frequência a redução
das bactérias tipo lactobacilos acidófilus e
bifidobactérias, e a presença de parasitas, o

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desenvolvimento excessivo de bactérias do acarretando com o tempo em desnutrição crônica e


microbioma passageiro e de CANDIDA (principalmente no desenvolvimento de doenças autoimunes e
em mulheres). alérgicas → A partir disso, temos as alergias e
- A disbiose é uma das causas da Síndrome de intolerâncias alimentares
Hiperpermeabilidade Intestinal, pois encontra-se um
processo inflamatório na mucosa intestinal,

ALGUMAS SUBSTÂNCIAS CONSIDERADAS FUNCIONAIS


Alimento Componente Ativo Propriedades Funcionais
Soja e derivados Isoflavonas Ação estrogênica (reduz sintomas menopausa) e prevenção
de alguns tipos de Cancer.
Soja e derivados Proteínas de soja Redução dos níveis de colesterol
Peixes marinhos como sardinha, Ácidos graxos Redução do LDL - colesterol;
salmão, atum, anchova, arenque ômega-3 (EPA e Ação anti-inflamatória.
DHA)
Óleos de linhaça, soja; nozes, Ácido graxo poli Estimula o sistema imunológico e tem ação anti-inflamatória
amêndoas, castanhas, azeite de oliva saturado (linolênico) Ajuda a reduzir risco de DCV
Chá verde, cerejas, amoras, Catequinas e Reduzem a incidência de certos tipos de câncer, inibem a
framboesas, mirtilo, uva roxa, vinho resveratrol agregação plaquetária, reduzem o colesterol e estimulam o
tinto sistema imunológico.
Tomate e derivados (molho e suco), Licopeno Antioxidante, reduz níveis de colesterol e prevenção de
goiaba vermelha, pimentão vermelho, risco de certos tipos de câncer, como de próstata
melancia (frutas avermelhadas) OBS: melhor absorvido qdo aquecido e acompanhado com
gorduras (azeite).
Azeite, óleo de canola, azeitona, Ácido graxo Ação antiandrogênica, anticancerígena, imunológica,
abacate e frutas oleaginosas monoinsaturado hipotensora
(castanha, nozes, amêndoas) (oleico)
Folhas verdes (luteína), pequi e milho Luteína e Zeaxantina Antioxidante e proteção contra degeneração macular e
(zeaxantina). catarata
Cenoura, manga, abóbora, pimentão Betacaroteno Percursor da vitamina A
vermelho e amarelo, acerola e Ação hipotensiva
pêssego (frutas alaranjadas)
Couve flor, repolho, brócolis, couve de Indóis e Indutoras de enzimas protetoras contra o câncer,
Bruxelas, rabanete e mostarda. Isotiocianatos principalmente o de mama.
Soja, frutas cítricas, tomate, Flavonóides Atividade anticâncer, antioxidante, anti-inflamatória e
pimentão, alcachofra e cereja. vasodilatadora.
Cereais integrais (aveia, centeio, Fibras solúveis e Reduz risco de câncer de cólon, melhora funcionamento
cevada), leguminosas (feijão, soja, insolúveis intestinal. As solúveis também ajudam no controle da
ervilha, etc.), hortaliças com talos e glicemia (fibras solúveis) e no tratamento da obesidade,
frutas com casca. pois dá maior saciedade.
Alho e cebola Sulfetos alílicos Reduzem o colesterol e a pressão sanguínea, melhoram o
sistema imunológico e reduzem risco de câncer gástrico
Linhaça, chia e noz moscada Ligninas Inibição de tumores hormônio dependentes (mama,
endométrio e próstata)
Maçã, manjericão, manjerona, sálvia, Tanino Antioxidante, antisséptico e vasoconstritor.
uva, caju e soja
Extraídos de óleos vegetais como soja Estanóis e esteróis Reduzem riscos de doenças cardiovasculares.
e de madeiras vegetais
Leites fermentados, iogurtes e outros Próbióticos – Favorece as funções gastrointestinais, reduzindo risco de
produtos lácteos fermentados. Bífidodactérias e constipação e câncer de cólon.
Lactobacilos
Extraídos de vegetais como chicória, Prebióticos – Ativam a microflora intestinal, favorecendo o bom
alcachofra e batata Yacon. frutooligossacarídeos funcionamento do intestino.
e inulina
PROVA
- saber tabela de alimento propriedade e substancia
- classificação dos AF → probiótico, prebiótico, fitoquímico, simbiótico etc. Fim

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