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AUXILIAR DE

ENFERMAGEM

Nutrição e Dietética
Sumário

1. Conceitos e Definições de Nutrição ....................................................... 03


2. Cálculo de Índice de Massa Corporal (IMC) .......................................... 03
3. Nutrientes ............................................................................................... 05
4. Carboidratos ........................................................................................... 05
5. Gorduras ou Lipídios ............................................................................. 06
6. Proteinas ................................................................................................ 07
7. Vitaminas ............................................................................................... 08
7.1 Vitaminas Hidrossolúveis ................................................................ 08
7.2 Vitaminas Lipossolúveis .................................................................. 12
8. Água ...................................................................................................... 14
9. Minerais .................................................................................................. 15
10. Alimentação nas Diversas Fases da Vida ............................................. 18
11. Dietoterapia ........................................................................................... 19
12. Dietas Hospitalares .............................................................................. 19
13. Dietoterapia de Algumas Patologias ..................................................... 25
13.1 Gastrite .......................................................................................... 25
13.2 Hipertensão .................................................................................. 25
13.3 Diabetes Mellitus ........................................................................... 25
13.4 Diarréia .......................................................................................... 25
13.5 Enterocolites ................................................................................. 26
13.6 Doença de Crohn .......................................................................... 26
13.7 Colite Ulcerativa ........................................................................... 26
13.8 Pancreatite .................................................................................... 27
13.9 Hepatite.......................................................................................... 27
13.11 Encefalopatia Hepática .............................................................. 27
13.12 Infartos do Miocárdio .................................................................. 28
13.13 Insuficiência Cardíaca Congestitiva .......................................... 28
13.14 Obesidade .................................................................................. 28
14. Desnutrição ......................................................................................... 29
15. Dietoterapia nos Distúrbios Renais ...................................................... 30
16. Dietoterapia nos Distúrbios Psiquiátricos ............................................ 30
17. Curiosidades ........................................................................................ 31
18. Como Planejar um Cardápio ................................................................ 32
19. Referências Bibliográficas ................................................................... 33

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NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM
1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DEFINIÇÃO DE NUTRIÇÃO
É a soma total de processos envolvendo a ingestão, digestão,
absorção e metabolismo de alimentos, do ponto de vista fisiológico e
bioquímico, ou ainda, o processo de retirar do meio ambiente os alimentos
necessários para sustentar o organismo.

CONCEITOS
ALIMENTO: É tudo aquilo que comemos, bebemos e servem para o
crescimento, reprodução e para manter a vida.
DIETÉTICA: Parte da medicina que trata e regulamenta a dieta.
DIETA: conjunto especial de alimentos, com restrição de ingestão de
certos alimentos e/ou redução da sua quantidade, por razões de saúde perda,
ganho, ou manutenção do peso. O tipo de dieta pode variar dependendo do: -
Peso -Altura -Atividade física -Patologia
REGIME: Define-se por “regime alimentar” ou “regime dietètico” a sèrie
de normas relativas ao comportamento alimentar ou dieta.
ENERGIA E CALORIAS: Para manter a temperatura corporal, realizar
trabalhos, desenvolver as atividades, o ser humano necessita de energia. Essa
energia provém dos alimentos que depois de metabolizados no organismo
transformam-se em calorias.
Ao elaborar uma dieta, a nutricionista se preocupa em colocar
alimentos reguladores, energéticos e construtores, o que varia de acordo com
cada indivíduo, o total de calorias fornecido através destes alimentos vai
determinar o Valor Calórico Total da dieta (V.C.T).
Para o cálculo do valor nutritivo dos cardápios:
Determinar o V.C.T. em função de:
 Idade
 Sexo
 Altura
 Atividades físicas desenvolvidas;
 Determinar a proporção de nutrientes em relação V.C.T.
 Proteínas: 10% a 15%;
 Hidratos de Carbono: 50% a 60%;
 Gorduras: 24% a 35%.
Para efeito de cálculo do valor nutritivo dos alimentos, considerar
sempre o peso líquido do alimento limpo e cru.

2. CÁLCULO DE INDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

A OMS (Organização mundial da saúde) reconhece o Índice de massa

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corporal como principal referência para classificação das faixas de peso, sendo
esta:
-Baixo peso: IMC abaixo de 18,5
-Peso normal: IMC entre 18,6 a 24,9
-Sobre peso: IMC entre 25 a 29,9
-Obesidade grau 1: IMC entre 30 e 34,9
-Obesidade grau 2: IMC entre 35 e 39,9
-Obesidade grau 3 (obesidade mórbida): IMC acima de 40
Como calcular:

= ___________________

Ex. considere um indivíduo que pese 72 kg e tem 1,70m de altura:

72
= ______________________
1,70 1,70 ( 2,89 )

= 24,9
Sendo assim o indivíduo em questão está com o peso normal.
Lembrando que o índice deve estar associado a medida de circunferência
abdominal para determinar o risco de doenças cardiovasculares, além de
tabagismo, alcoolismo e sedentarismo.
Classificação de circunferência abdominal:
Ideal Risco Alto risco
Mulher Menor que 80 cm De 81 a 88 cm Maior que 88 cm
Homem Menor que 94 cm De 95 a 102 cm Maior que 102 cm

Verifica-se a circunferência abdominal com a fita acima da crista ilíaca


e na linha do umbigo

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3. NUTRIENTES

São substâncias indispensáveis para a formação dos tecidos, para o


crescimento, formação de hormônios e para a constituição de novas células,
sendo indispensável à manutenção das funções vitais do organismo.
De acordo com suas funções principais, dividem-se em:
• Reguladores: são aqueles que regulam e protegem o corpo contra
doenças.
São os sais minerais e as vitaminas. Ex.: fígado, frutas em geral.
• Energéticos: são aqueles que fornecem energia e calor dando força
ao corpo.
São carboidratos e as gorduras. Ex.: massas, arroz, açúcar de mesa,
etc.
• Construtores: são fundamentais para o crescimento, constroem e
reparam o corpo. São as proteínas. Ex.: carnes, ovos, leites e derivados e
feijões entre outros grãos.

4. CARBOIDRATOS

Os carboidratos são importantes para fornecer energia para nosso corpo. São
importantes biomoléculas, são alimentos que dão calor e energia ao corpo,
chamam-se energéticos. Após sua introdução no organismo a glicose será
transformada e reservada no fígado, a medida que o organismo necessita.

FONTES:
Os açúcares: doces em geral, mel, rapadura;
Cereais: arroz, trigo, aveia, farinhas;
Leguminosas: soja, feijão, lentilhas, amendoim;
Tubérculos: batata, cará, mandioca, batata-doce.

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CARÊNCIA:
Fraqueza, tremores, mãos frias, nervosismo, tontura e desmaio.
EXCESSO:
O excesso transforma-se em gorduras e provocam a obesidade.
NECESSIDADE:
Varia de acordo com a atividade física de cada indivíduo, em média
50% a 60%
V.C.T. (Valor Calórico Total)

5. GORDURAS OU LIPÍDIOS

FUNÇÃO:
Transportar as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).

FONTES:
Origem animal: manteiga, leite, banha de porco, gema. Origem
vegetal: óleos extraídos da soja, algodão, girassol, coco, nozes.

CARÊNCIA:
Dieta pobre em gorduras pode causar lesões na pele.

EXCESSO:
Aumento do colesterol e do peso do corpo, diarreia, sobrecarga
cardíaca e nos demais órgãos.

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NECESSIDADE DIÁRIA:
O organismo necessita de gordura na proporção de 30% a 35% do
V.C.T. é aconselhável que o índice maior de gorduras seja do tipo insaturado.

6. PROTEÍNAS

FUNÇÃO:
Construção e manutenção dos tecidos.

FONTES:
Origem animal: ovos, queijos, carnes, leites, vísceras, crustáceos.
Origem vegetal: soja, feijão, ervilha, lentilha, amendoim, grão de bico. Origem
mineral: água, ervas, sal.

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CARÊNCIA:
Crescimento retardado, defeitos de postura, cansaço fácil, palidez,
desânimo, falta de resistência contra as doenças, difícil cicatrização,
kwashiorkor doença caracterizada pela falta de proteína onde ocorre
hipocrescimento, apatia, descamação na pele, alopecia e cabelos descoloridos.

EXCESSO:
Pode causar problemas renais e hepáticos

NECESSIDADES DIÁRIAS:
10% a 15% do Valor Calórico Total (V.C.T.)

7. VITAMINAS
São elementos nutritivos essenciais para reações metabólicas, e que,
se faltarem na nutrição, provocarão manifestações de carência ao organismo.
O corpo humano deve receber as vitaminas através da alimentação, ou
por administração exógena (suplementos via oral ou injetável), De acordo com
a solubilidade as vitaminas são classificadas em:
• HIDROSSOLÚVEIS – são solúveis em água: vitaminas B1, B2, B6, B12
e VIT C.
• LIPOSSOLÚVEIS – são solúveis em lipídios: vitaminas A, D, E e K.

7.1 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

VITAMINA B1 -Tiamina
FUNÇÃO:
Atua no metabolismo dos açúcares, produzindo energia.

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FONTES:
Leite, queijo, pescados, gema, amendoim, ovo, carnes, cereais, nozes,
verduras e cerveja.
CARENCIA:
Beriberi – manifestação neurológica, como dores musculares, atrofia
muscular, caimbras e edemas, apatia, náuseas, irritabilidade, fadiga.

VITAMINA B2 - Riboflavina
FUNÇÃO:
Desempenha um papel importante no metabolismo de açúcar gordura
e proteína, e como protetor da Bainha de mielina dos neurônios.

FONTES:
Fígado, vísceras, queijo, carne, ovo, hortaliças, cereais e leguminosas.
CARÊNCIA:
Rachaduras no canto da boca, dermatite seborreica, ardor ocular,
lesões na língua e lábios.

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VITAMINA B6 - Piridoxina
FUNÇÃO:
Metabolismo de proteínas e aminoácidos. Auxilia na produção de
glóbulos vermelhos.

FONTES:
Leite, ovos, aveia, queijo, banana, cereais, vísceras, levedura.
CARÊNCIA:
Problemas de pele (Dermatite seborreica) e do sistema nervoso central,
anemia.

VITAMINA B9 – Ácido fólico


FUNÇÃO:
Atua no metabolismo de aminoácidos na formação de hemácias e
formação de tecido do sistema nervoso. É utilizado como tratamento
experimental no combate ao Mal de Alzheimer
FONTES: Espinafre (hortaliças verde escuro), musculo, ovos, germe de
trigo, levedura, frangos, queijo e outros.
CARÊNCIA:
Anemia megaloblástica, síndromes hemorrágicas. Na gestante é
importante, pois favorece na formação do sistema nervoso central do feto, se
houver carência na gestação a criança pode haver má formação do tubo neural
(estrutura que dá origem ao cérebro), portanto é indicada a suplementação no
primeiro trimestre da gestação segundo a OMS de 400mcg de ácido fólico
diariamente.

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VITAMINA B12 – Cobalamina
FUNÇÃO:
Auxilia no metabolismo de aminoácidos. Promove a maturação dos
glóbulos vermelhos, ajudando na produção de hemoglobina. É eficaz no
tratamento da anemia perniciosa.
FONTES:
Leite, ovos, peixe, carnes, queijo, fígado, músculo.
CARÊNCIA:
Anemia perniciosa (doença autoimune que resulta na perda da função
das células gástricas parietais)

VITAMINA C – Ácido ascórbico


FUNÇÃO:
Atua na formação dos dentes, facilita a absorção do ferro, estimula a
cicatrização e consolidação das fraturas, aumenta a resistência ás infecções.

FONTES:
Frutas cítricas (caju, abacaxi, tangerina, laranja, limão, acerola).
CARÊNCIA:
Inflamação nas gengivas, anorexia e diminuição do crescimento,
dentes frouxos e a doença Escorbuto.

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7.2 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

VITAMINA A
FUNÇÃO:
É importante na formação dos tecidos epiteliais, nas estruturas ósseas,
na acuidade visual.
FONTES:
Fígado, manteiga, leite integral, creme de leite, vegetais verdes
escuros e os ricos em caroteno como a cenoura, mamão, melão.

CARÊNCIA:
Cegueira noturna, ressecamento e espessamento da conjuntiva,
paralisia da secreção dos canais lacrimais, córnea opaca.
EXCESSO:
Descamação da pele, alopecia, náuseas, cefaléia que desaparecem
com a diminuição dessa vitamina.

VITAMINA D

FUNÇÃO: Auxilia na absorção do cálcio e do fósforo no intestino,


participa na formação dos ossos e dentes e previne o Raquitismo.

FONTES:
Ovos, leite, peixes, fígado e Sol.
CARÊNCIA:
Na infância ocasiona o raquitismo irritabilidade, suor na cabeça, as
vértebras assumem formato de peito de ombro, pulsos e tornozelos alargam-
se, as pernas ficam arqueadas. Nos adultos ocasiona fragilidade óssea e cáries
dentárias.
EXCESSO:
Hipervitaminose D que se caracteriza por vômitos, cefaleia, sonolência
e diarreia.

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VITAMINA E
FUNÇÃO:
Ainda não é bem definida, sabe-se que é antioxidante lipídico (inibe
formação de produtos tóxicos no organismo). Prevenindo envelhecimento
formação de radicais livres e câncer
FONTES:
Gema, germe de trigo, vegetais de folhas verdes, fígado, nozes.
CARÊNCIA:
É rara nos humanos.

EXCESSO:
Desconhecido.

VITAMINA K
FUNÇÃO:
É de grande importância na síntese de protombina, está relacionada
com a coagulação do sangue.
FONTES:
Espinafre, ervilha, soja, fígado, couve, repolho.

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CARÊNCIA: Epistaxe, equimoses, hematúria que é mais comum no
Recém-Nascido.

8- ÁGUA

FUNÇÃO:
A água é essencial para todas as formas de vida.
Ela age como:
- Reguladora de temperatura,
- Diluidora de sólidos e
- Transportadora de nutrientes e resíduos por entre os vários órgãos.
Bebemos água para ajudar na diluição e funcionamento normal dos órgãos
para em seguida ser eliminada pela urina e por evaporação nos poros,
mantendo a temperatura corporal e eliminando resíduos solúveis, como sais e
impurezas. As lágrimas são outro exemplo de eliminação de água. A água é o
principal componente do organismo, constitui
- 60% do peso corporal do adulto.
- 90% da composição do plasma sanguíneo.

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FONTES:
Água pura, líquidos como sucos, leites, chás, sopas, frutas e verduras.
CARÊNCIA:
Sede, boca ressecada, desidratação.
NECESSIDADES:
Depende do clima, atividade física desenvolvida, em média um adulto
deve ingerir no mínimo 2 litros diariamente. O indivíduo pode resistir semanas
sem alimento, porém não sobrevive sem água. Perder de 20% a 22% pode ser
fatal.

9. MINERAIS

CÁLCIO – Ca
FUNÇÕES: auxilia na formação de ossos e dentes; auxilia na
coagulação do sangue; ativa as enzimas; atua diretamente na contratilidade
muscular;
DEFICIÊNCIA: osteoporose, raquitismo, diminuição do crescimento,
má formação óssea e dentária;
FONTES: leite e derivados: gema de ovo, hortaliças verdes; peixes e
mariscos.

FÓSFORO – P
FUNÇÕES: Energia para atividade celular, muscular e tecidual; auxilia
na formação de ossos e dentes; atua na absorção da glicose.
DEFICIÊNCIA: má formação do esqueleto, queda do metabolismo
celular.
FONTES: leite, aves, carnes, fígado, ovos, feijão, nozes, cereais.

MAGNÉSIO – Mg
FUNÇÕES: atua na regulação do metabolismo de glicose e proteina,

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mantém a sensibilidade dos músculos e nervos.
DEFICIÊNCIA: má absorção, perda de fluidos corporais.
FONTES: nozes, cereais, vegetais verdes, legumes.

SÓDIO – Na
FUNÇÕES: regula o equilíbrio hidroeletrolítico no espaço extracelular,
regula a irritabilidade nervosa.
DEFICIÊNCIA: desequilíbrio hídrico.
FONTES: sal de cozinha, crustáceos, ovos.

POTÁSSIO K
FUNÇÕES: regula o equilíbrio hidroeletrolítico no espaço intracelular,
regula o metabolismo celular.
DEFICIÊNCIA: acidose metabólica, doença renal, vômitos, diarréias.

FONTES: carnes, cereais, vegetais verdes.

FERRO – Fe
FUNÇÕES: indispensável para a formação da hemoglobina e da
respiração celular.
DEFICIÊNCIA: anemia ferropriva, má absorção, perdas sanguíneas.
FONTES: fígado e outras vísceras, carne, trigo integral, vegetais
verdes, leguminosas.

CLORO – CI (associado a sódio, formando cloreto de sódio)


FUNÇÕES: auxilia na manutenção da pressão osmótica, atua na
formação de líquidos orgânicos e na excitabilidade dos músculos.
FONTES: sal de cozinha.
NECESSIDADE DIÁRIA: de 5 à 15mg.
Obs.: o corpo sofre perda de cloro depois de episódios de vômitos,
diarreias.

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IODO – I
FUNÇÕES: atua de maneira essencial para o bom funcionamento da
glândula tireóide.
DEFICIÊNCIA: bócio, perturbações do crescimento e do
desenvolvimento social e intelectual.
FONTES: peixes, crustáceos, leite, frutas, verduras.

FLUOR – Fl
FUNÇÕES: constituinte normal dos ossos e dentes.
DEFICIÊNCIA: menor resistência a cárie dentária.
FONT ES: água.
NECESSIDADE DIÁRIA: varia de acordo com o local onde o alimento
é produzido.

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10. ALIMENTAÇÃO NAS DIVERSAS FASES DA VIDA

Faixa etária de 0 a 6 meses de vida: Aleitamento materno exclusivo: Após os


6 meses de idade: Aleitamento misto, ou seja, introduzir alimentos
gradativamente na dieta do bebê
Idade 2 a 6 anos: alimentação da criança pode e deve adequar-se a
alimentação dos adultos de sua casa. Deve conter alimentos de todas as
classes
Idade de 7 a 14 anos: As exigências nutricionais são em média 2000 a 2500
calorias, deve ser balanceada e associada a exercícios físicos.
De 12 a 14 anos para as meninas, e dos 14 aos 16 anos para os meninos:
Durante a adolescência, existem várias alterações de natureza fisiológica e
hormonal que afetam as necessidades nutricionais, tal como um crescimento,
ganho de massa muscular e óssea.

Adulto: dieta balanceada associada a pratica de exercícios físicos e hábitos


saudáveis
Dicas importantes:

IDOSO: deve despertar o apetite, e basear-se no peso, no tipo e


intensidade da atividade física e nas patologias associadas, presença ou não
de dentes. A atrofia das papilas gustativas faz o idoso apreciar sabores mais
intensos (ácido e amargo), mas o sabor doce e o sabor salgado estão

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diminuídos. Todos estes fatores, adicionados à redução do reflexo e do
peristaltismo gastrointestinal o que predispõe a constipação intestinal e
flatulência.
GESTANTE:
PRIMEIRO TRIMESTRE: evitar gorduras, condimentos, pois propiciam
o vômito, fracionar a alimentação em intervalos curtos, deve complementar
com Ácido fólico (400mcg/dia) e sulfato ferroso (.
SEGUNDO TRIMESTRE: pode ocorrer constipação intestinal, dieta rica
em vegetais e frutas.
TERCEIRO TRIMESTRE: ingerir cinco refeições diárias incluindo
desjejum, almoço, jantar e duas complementares, ingerir leite e frutas e nos
intervalos principais.

11. DIETOTERAPIA
É o tratamento feito através de alimentos, ajustados as exigências
específicas de cada caso, tanto no que se referem aos componentes nutritivos,
calóricos, a quantidades, consistência e apresentação final.

1-Finalidades das Dietoterápicas:


 Curar o indivíduo;
 Prevenir possíveis alterações;
 Restabelecer as condições nutricionais

2-Tipos de Dietas Hospitalares:


 Quanto ao valor nutritivo;
 Quanto ao aumento de componentes;
 Quanto à diminuição de componentes;
 Quanto à omissão (retirada dos componentes);
 Quanto à consistência dos alimentos;
 Quanto ao uso em clínica geral ou cirúrgica;
 De uso para preparo de exames ou de cirurgia.

12. DIETAS HOSPITALARES

CLASSIFICAÇÃO CONFORME CONSISTÊNCIA:


DIETA NORMAL OU LIVRE
Destina-se ao paciente cuja condição clínica não exige modificações na
dieta, por não interferir no sistema digestivo e na tolerância normal do paciente
aos alimentos e por não causar alterações metabólicas que exijam tais

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modificações. É um tipo de dieta sem nenhuma restrição. Tem por finalidade
fornecer calorias e nutrientes em quantidades diárias recomendadas para
manter a saúde do indivíduo
DIETA LÍQUIDA COMPLETA (COM LEITE)
É totalmente composta por preparações líquidas na temperatura
corporal, ás quais são adicionadas substâncias que permaneçam dissolvidas.
Objetiva fornecer nutrientes de uma forma que exija um mínimo de esforço nos
processos digestivos. A dieta líquida completa é fundamentalmente à base de
leite, que é a maior fonte proteica líquida, e de bebidas à base de leite; é pobre
em resíduo.
DIETA LÍQUIDA (SEM LEITE)
Em casos de intolerância à lactose, pode ser utilizado produtos isentos
de lactose
DIETA LÍQUIDA PASTOSA
Caracteriza-se por preparos de consistência espessada e constitui-se
de alimentos líquidos e semissólidos, cujas partículas encontram-se em
emulsão ou suspensão. Tem por finalidade propiciar repouso digestivo ou
quando alimentos sólidos não são bem tolerados. Evita a mastigação e possui
pouco resíduo, o que, por consequência, exige o mínimo de trabalho digestivo.
DIETA PASTOSA
Sua finalidade é favorecer a digestão em situações especiais com
acometimento de fases mecânicas do processo digestivo, como falta de
dentes, dificuldade de deglutição e ainda em fases críticas de doenças
crônicas, como insuficiência cardíaca e respiratória. Esta dieta visa
proporcionar certo repouso digestivo, porém em consistência menos sólida.
DIETA BRANDA
Este tipo de dieta intermediária da dieta normal e da dieta pastosa.
Possui consistência atenuada e menor quantidade de resíduos. Sua função,
Segundo Augusto (2005), é facilitar e diminuir o tempo da digestão. É prescrita
em alguns casos de pós-operatório.

CLASSIFICAÇÃO CONFORME O EQUILÍBRIO DE NUTRIENTES:


DIETA HIPERPOTEICA
Visa atender as necessidades de carência proteica é indicada para
pacientes em estado de hipercatabolismo.
DIETA HIPOPROTEÍCA
Possui quantidades diminuídas de proteínas cuja finalidade é prevenir
o acúmulo de metabólitos nitrogenados. É composta por doces à base de
frutas, mel e vegetais. Indicação: pacientes com insuficiência renal crônica,
encefalopatia hepática ou outra patologia cujo catabolismo proteico possa
interferir na evolução do quadro clínico.
DIETA HIPOLÍPIDICA
Dieta pobre em gorduras, principalmente saturadas, Indicação:
pacientes com dislipidemia e obesos.
DIETA HIPERLIPIDICA:
Dieta com uma boa quantidade de gorduras, Indicação: desnutrição
grave
DIETA HIPOSSÓDICA:
Dieta pobre em Sódio (Na), Indicação: pacientes hipertensos,

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cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas), entre outros.
RESTRIÇÃO DE LÍQUIDOS
Restrição da ingestão de líquidos. Indicação: pacientes com doença
renal aguda, quando os rins são incapazes funcionar adequadamente.

CLASSIFICAÇÃO CONFORME VIA DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA


Há duas vias para esse tipo de alimentação: por via digestiva
(enteral) e por via parental.
A alimentação inatural é empregada nos casos em que o doente não
pode, por diversas causas, receber a quantidade suficiente de alimentos e
fluidos pela via oral (natural). As causas mais frequentes são:
-Anorexia;
-Obstrução de esôfago ou do piloro;
-Doentes de coma;
-Queimaduras extensas;
-Perda de líquidos orgânicos (sangue, plasma, água e eletrólitos).

ALIMENTAÇÃO INATURAL ENTERAL (VIA DIGESTIVA)


A via digestiva para a alimentação inatural é utilizada quando por
causas funcionais (anorexia), ou orgânicas quando há impedimento para a
ingestão normal dos alimentos. A via digestiva pode excluir a etapa oral e a
esofágica, permanecendo a etapa gástrica em condições aparentemente
normais; mas também a etapa gástrica pode ficar excluída. Assim, há três tipos
de alimentação inatural pela via digestiva:
-Nasogástrica,
-Gástrica
-Jejunal.
A alimentação inatural, pelas vias digestivas, é realizada por meio de
sondas, razão pela qual se denomina alimentação “inatural”.
As situações que exigem esse tipo de alimentação podem ser:
-Transitórias (anorexia)
-Definitivas (obstruções esofágicas ou pilóricas devido principalmente a
neoplasia).
A via digestiva exclui algumas funções segundo o tipo de alimentação
inatural que se empregue, por exemplo:
-se intubar o paciente pela via NASOGÁSTRICA, ficam excluídas as
etapas digestivas orais e esofágicas.
-se existir a obstrução esofágica, a sonda será inserida em uma
FÍSTULA GÁSTRICA, ficando excluídas as etapas digestivas, oral e esofágica,
e ainda, alterada a função gástrica;
-na obstrução pilórica, são excluídas as etapas digestivas oral,
esofágica e gástrica, realizando-se a alimentação por sonda mediante
FÍSTULA JEJUNAL.

Exclusão da etapa oral: A exclusão desta etapa implica a suspensão das


seguintes funções:
-Mastigação e subdivisão dos alimentos;
-Estímulos secretores gástricos (fase psíquica ou cefálica);
Exclusão da etapa esofágica: Caracteriza-se pela perda de deglutição e da

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adequação fisiológica entre o conteúdo e o tamanho do estômago;
Exclusão da etapa gástrica: A exclusão desta etapa é muito importante,
determinada por algumas situações específicas:
-Ausência do suco gástrico;
-Suspensão da função antisséptica do estômago;
-Alteração da função de concentração das soluções que ingressam no
intestino;
-Perturbação da função secretora e motriz do intestino;

ALIMENTAÇÃO POR SONDA


Este método é utilizado para alimentar os doentes que são incapazes
de ingerir alimentos pela via natural (boca), ou em quantidade suficiente para
manter um estado nutricional ótimo. É um procedimento de alimentação não
usual e de exceção, que se aplica nos seguintes casos:
a) Pacientes febris com anorexia (septicemia, etc.) ou com Processos
malignos;
b) Câncer da boca, da faringe e da laringe que dificultam ou
impossibilitam a alimentação natural;
c) Doentes em estado de coma
A alimentação por sonda pela via digestiva tem a vantagem sobre a
alimentação parental por estimular as funções do intestino, as quais, além de
intervir nos processos de hidrólise e de absorção de vários nutrientes,
cumprem com outras funções manifestadas pela presença na mucosa de
certos polipeptídeos e aminas, algumas delas são verdadeiros hormônios. A
intubação prolongada provoca o refluxo gástrico até o esôfago. É possível que
a intubação altere o comportamento funcional do esfíncter da cárdia, que
normalmente impede a regurgitação. O pH esofágico pelo contato com a
sonda, impede de manter este tipo de alimentação durante muito tempo. A
intubação direta do estômago ou ao jejuno através de uma fistula, não oferece
nenhuma dificuldade. Depois de colada a sonda, esta é fixada com fita adesiva
à parede abdominal e é renovada a cada 24 ou 48 horas. A dieta deve-se
sempre ajustar às leis da alimentação, sendo nesses casos, a adequação à
nova situação fisiopatológica, um dos fatores de maior importância a se
considerar. A consistência das preparações deve ser semilíquida, a fim de que
as preparações tenham deslizamento sem atrito através do tubo. Além de
semilíquidas, as preparações devem possuir suas características especiais.

Estabilidade dos sistemas dispersos: é necessário que os alimentos


e as preparações tenham uma acentuada estabilidade de modo que
mantenham a homogeneidade do preparo, para que não haja oclusão da
sonda.
Fácil gotejamento: as preparações semilíquidas devem deslizar
facilmente pela sonda, e com essa finalidade devem apresentar algumas
condições: os ingredientes das bases líquidas (5 colheres de sobremesa,
rasas), suplementar a dieta com 10 miligramas de ferro (0,30g de sulfato
ferroso) e com vitaminas em doses profiláticas.

ALIMENTAÇÃO POR SONDA NASOGÁSTRICA


Conceito: Introdução da dieta por sonda nasogástrica.

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Finalidade: Alimentar paciente impossibilitado de deglutir e fornece
suporte calórico a pacientes desnutridos.
Material:
a) Frasco de dieta;
b) Frasco de água;
c) Equipo
d) Seringa de 20ml;
e) Luvas de procedimento;
f) Bandeja.

Descrição do procedimento:
1-Lavar as mãos (evitar infecção);
2-Conferir se a dieta está de acordo com a prescrição (evitar
administrar a dieta errada);
3-Reunir material necessário em uma bandeja (evitar retrabalho);
4-Verificar a temperatura da dieta (alimentos quentes podem ocasionar
irritação da mucosa oral, esôfago e estômago. Podem também provocar
diarreia);
5-Conectar o equipo ao frasco da dieta, retirar o ar do equipo e fechá-lo
bem colocando na bandeja. (Evitar desconforto e distensão abdominal);
6-Orientar o paciente sobre o que vai ser feito (tranquilizar o paciente e
obter sua colaboração)
7-Elevar o decúbito à 45 graus. (Evitar refluxo).
8-Testar posição da sonda com seringa 20 ml; (retorno de secreção
gástrica confirma o local)
9- Abrir a pinça do equipo e controlar o gotejamento
10- Após o término da dieta, lavar a sonda com 20 ml de água, e após
fechar a sonda;
11-Deixar o paciente em posição confortável (auxilia a digestão);
12-Remover o material (manter a unidade em ordem);
13-Anotar na evolução de enfermagem as reações ocorridas com o
paciente durante o procedimento (obter dados para a prescrição médica e de
enfermagem).

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ALIMENTAÇÃO COM


JEJUNOSTOMIA E GASTROTOMIA
Conceito: Assistência de enfermagem na introdução do alimento

23
através de um estoma.
Finalidade: Proporcionar um meio de alimentação quanto a via oral é
inacessível.
Executante: Enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de
enfermagem.
Procedimento
Passo 1 ao 7 os mesmos do procedimento anterior
8-Colocar um lençol ou toalha de banho sobre a metade superior do
paciente, dobrar a parte superior da roupa de cama para baixo, mantendo o
paciente coberto (permitir um espaço para expor a sonda);
9-Colocar o frasco da dieta no suporte de soro (manter o ambiente em
ordem);
10-Calçar as luvas de procedimento (proporcionar salubridade do
funcionário);
11-Desconectar a abertura da sonda e conectar o equipar da dieta
(proporcionar um receptáculo para o alimento);
12-Abrir o clampe regulador do equipo de maneira que o paciente
receba a dieta conforme prescrição (promover alimentação adequada);
13-Desconectar o equipo da sonda e com seringa 20ml irrigar com
água em temperatura ambiente.
14-Fechar a sonda;
15-Prender a sonda no abdome com micropore e cobri-la com gazes e
micropore (impedir que a sonda seja tracionada).

ALIMENTAÇÃO PARENTERAL
A alimentação parental é a administração de nutrientes em estado de
solução, pela via intravenosa (extra digestiva), substituindo temporariamente à
alimentação natural. A água é o veículo e, ao mesmo tempo, um dos principais
nutrientes neste tipo de alimentação.
A finalidade da alimentação parental consiste em manter dentro do
possível a normalidade das funções de nutrição, ou dentro de limites
aceitáveis: corrigir certas alterações da hidratação do organismo e
complementar a alimentação pela via natural quando esta não puder ser
ministrada suficientemente.
• Indicações gerais da alimentação parental: Terapêutica do jejum.
Quando se institui como medida terapêutica o jejum total ou repouso absoluto
do aparelho digestivo durante vários dias.
• Perda aguda de líquidos orgânicos: As perdas agudas requerem a
substituição imediata dos líquidos, por exemplo: nas hemorragias, queimaduras
extensas, vômitos e diarreias graves.
• Complementação da alimentação natural: Quando por causas
especiais complementa-se a alimentação com a injeção dos nutrientes
necessários pela via parental.

ALIMENTAÇÃO PARENTAL TOTAL OU CENTRAL:


Esta classe de alimentação deve ser administração por via venosa
central, dado que as soluções de hidratos de carbono e proteínas, para cobrir a
necessidade do paciente são hipertônicas e, portanto, deve-se injetar na veia
cava ou jugular vasos cuja circulação sanguínea é rápida.

24
Estas soluções hipertônicas não podem ser administradas através das
veias periféricas, pois nelas acorrente é lenta e a região onde aplicam pode
infiltrar-se e causar inflamação.
A velocidade da injeção, geralmente pela bomba de infusão.

ALIMENTAÇÃO PARENTAL PERIFÉRICA:


Esta classe de alimentação se diferencia da parental central pois
administra-se através das veias do braço, nas que a corrente sanguínea é mais
lenta. As soluções devem ser isotônicas para evitar a inflamação e possível
trombose que produzem as soluções hipertônicas na zona aplicação. Portanto,
para realizar a alimentação parental periférica é indispensável conhecer a
osmolaridade das soluções.

13- DIETOTERAPIA DE ALGUMAS PATOLOGIAS

13.1 GASTRITE
É a inflamação da mucosa gástrica e pode ser causada por bactérias,
viroses, alimentos condimentados ou ácidos, álcool, drogas e medicamentos.
Dietoterapia: nos casos agudos, a alimentação não é feita por via oral, para
permitir repouso ao estômago não estimulando, assim, as secreções gástricas.

Cuidados de Enfermagem:
• Quando o paciente faz uso de antiácidos, observar se está ocorrendo
constipação.

13.2 HIPERTENSÃO
Aumento permanente da pressão arterial. Dietoterapia: dieta
hipossódica em combinação com medicamentos hipotensores.
Cuidados de Enfermagem:
Encorajar o paciente na aceitação da dieta.
Providenciar, no ato da alta hospitalar, nutricionista para orientações sobre a
alimentação.

13.3 DIABETES MELLITUS


Deficiência de insulina, com consequentes distúrbios orgânicos.
Dietoterapia: consiste em reduzir a excessiva ingestão de
carboidratos.
Cuidados de Enfermagem:
Orientar o paciente sobre alimentos dietéticos.
Encaminhar para grupos de diabéticos.

13.4 DIARRÉIA

25
É a manifestação clínica de certas patologias que se caracteriza
fundamentalmente pela diminuição do tempo de trânsito do conteúdo intestinal.
Dietoterapia: em casos graves deves evitar a dieta por via oral, a fim de
permitir repouso do trato intestinal. A reposição de líquidos é importante para
evitar desidratação. A dieta deve ser líquida, sem fibra e açúcares e
gradualmente deverá evoluir para dieta leve. Em pacientes com diarreia
persistente, é recomendada a nutrição parental.
Cuidados de Enfermagem:
• Orientar reposição de líquidos e eletrólitos.
- soro caseiro: 1Litro de água (filtrada ou fervida) 1 colher cheia de
açúcar 1 colher rasa de sal
Observar e anotar aceitação alimentar.
Verificar a quantidade, aspecto, número de episódios de diarreia.
Controle de peso diário para informar retenção ou perda de líquidos corporais.
Não permitir ingestão de bebidas gasosas.

13.5 ENTEROCOLITES

O intestino delgado ou íleo e o intestino grosso, ou cólon apresentam


microorganismos colônicos que convivem em simbiose com organismo
humano. Existem mecanismos para controlar a população de microorganismos
que irão proteger contra invasão de patógenos. O tratamento dietoterápico
segue com reposição hidroeletrolítica, retirada de alimentos fontes de fibras, a
suplementação de lactobacilos, foco seria uma dieta branda, pastosa e leve,
acompanhado de tratamento medicamentoso se necessário.

13.6 DOENÇA DE CROHN


Inflamação crônica granulomatosa que pode ocorrer em qualquer parte
do tubo digestivo, com maior frequência no íleo terminal. De causa inespecífica
que pode comprometer o organismo pois não há cura, diversos sintomas que
intercalam quadros diarreico e de constipação. A terapêutica nutricional
envolve diversas ações que serão moduladas de acordo com o grau de
comprometimento da doença. Por dificultar absorção de alguns nutrientes,
muitas vezes é necessário a suplementação, por via parenteral, controle de
fontes de fibras quando o quadro for diarreico e assim sucessivamente, há
casos mais graves que é necessário oferta dieta enteral ou do uso de fórmulas
específicas para esta doença.

13.7 COLITE ULCERATIVA

Trata-se inflamação crônica das camadas superficiais do intestino. A


sua etiologia é desconhecida, os sintomas variam desde pequenos
sangramentos retais até diarreias graves, de maneira intermitente.
O objetivo na terapia nutricional é ,melhorar as condições do paciente,
atenção quando a ingestão das fibras, maior fracionamento da alimentação, e
manter a reposição hidroeletrolítico. Muitas vezes a dieta deverão ser
hipercalóricas e hiperproteícas, suplementar com probióticos e compostos de
vitaminas e minerais.

26
Colostomia: Procedimento cirúrgico no qual se faz uma
abertura no abdome (estoma) para drenagem fecal,
proveniente do intestino grosso (cólon). È feito geralmente após
a ressecção intestinal, podendo ser temporária ou permanente.
O padrão dietético será normal e deve se contar com equilíbrio
nutricional para não causar diarreia ou constipação.

13.8 PANCREATITE

Inflamação aguda do pâncreas, podendo ser causada por ingestão


abusiva do álcool, o tratamento nesse caso deve ser restrição alimentar,
suspensão do consumo, manter jejum em alguns casos por ate 72hs, e no
retorno alimentar dieta indicada é hipogordurosa, hipoproteica. È realizado
controle das enzimas pancreáticas após retorno e reintrodução da dieta, em
alguns casos, indicado uso dieta parenteral ou enteral, analgesia.

13.9 HEPATITE

Inflamação do fígado, podendo resultar na destruição das células


hepáticas.
Dietoterapia: nos casos em que há vômitos persistentes, é indicado
soro para manutenção e a dieta deve ser por sonda nasoenteral, para
promover a síntese e o armazenamento de glicogênio.
Cuidados de Enfermagem
Eliminar totalmente o álcool.
Cuidados no sentido proporcionar conforto e induzir o paciente ao repouso.
• Bebidas mornas oferecidas na hora de dormir para proporcionar o
relaxamento.

13.10 CIRROSE

A evolução da cirrose é geralmente irreversível, mas a Dietoterapia, no


entanto, visa um objetivo bem definido: deter o avanço das lesões histológicas
e, ao mesmo tempo, favorecer a regeneração celular. Desta maneira, retarda-
se a evolução da cirrose para a descompensação.
Não existe nenhum tratamento específico para a cirrose, verificam-se
carência de proteínas, assim como de outros nutrientes, e por isso o doente
tem maior necessidade de proteína.

13.11 ENCEFALOPATIA HEPÁTICA

Manifestação de doenças hepáticas graves que comprometem a


função hepática, em que ocorre excesso de metabólitos tóxicos no sangue por
causa do fígado não conseguir mais exercer a função depurativa. Estes
metabólitos irão afetar e comprometer o cérebro e levar o paciente ao coma.
Como isto é normalmente decorrência de um quadro cirrótico, a terapêutica
nutricional será dieta hipogordurosa, hipoproteíca.

27
13.12 INFARTOS DO MIOCÁRDIO

Durante os primeiros dias é conveniente um breve período de restrição


alimentar. No primeiro dia, prescreve-se uma dieta líquida e em seguida uma
dieta semilíquida, com as seguintes finalidades: reduzir o risco de uma parada
cardíaca, evitar a possibilidade do aparecimento de náuseas, que podem ser
provocadas pelo bolo alimentar, evitar uma resposta vaso vagal arrítmicos:
prevenir o risco, nos casos de vômitos, de pneumonia por aspiração, prevenir a
distensão gástrica e a aparição de reflexos com efeitos arrítmicos sobre o
miocárdio.

13.13 INSUFICIÊNCIAS CARDÍACAS CONGESTIVA

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) constitui a etapa final de


todas as doenças orgânicas do coração e uma das perturbações mais comuns
do aparelho circulatório. A ICC é um estado reversível, embora de maneira
transitória e o período de recuperação assim como prevenção de novas
descompensação cardíacas dependem de uma prescrição terapêutica clara e
precisa em relação à dieta e medicação. Dietoterapia na ICC, o metabolismo
basal encontra-se aumentado, devido ao consumo elevado de oxigênio, que se
origina devido à dispneia, ao trabalho cardíaco e dos músculos respiratórios. A
dieta, portanto, deve ser de alto valor calórico, para obtenção pelo organismo
de energia necessária aos processos de oxidorredução.

13.14 OBESIDADE

Consiste no depósito excessivo de gordura no tecido adiposo. Trata-se


de um processo generalizado, embora certas partes do corpo possam ser
afetadas mais intensamente. Constitui um estado de má nutrição em
decorrência de um distúrbio no balanceamento dos nutrientes, induzido entre
outros fatores pelo excesso alimentar.
Normal – 15% de tecido adiposo do seu peso corporal.
Graus de obesidade:
Sobrepeso moderado: 10% acima do peso teórico.
Obesidade mediana: 20% acima do peso teórico.
Obesidade grave: 30% acima do peso teórico.

Obesidade:
Característica física: aumento do volume do corpo.
Sintoma: distúrbios funcionais que conduzem a um acúmulo excessivo de
gordura.
A obesidade é uma doença vinculada com perturbação do metabolismo, em
primeiro lugar, o apetite é um sintoma importante embora não decisivo.

Fatores que modificam a nutrição do obeso:


Constituição genética – hereditariedade.
Regulação da insulina – excessiva ingestão de hidrato de carbono, em porções
repetidas força o pâncreas a produzir mais insulina do que a necessária.
Hábitos alimentares – maior ingestão de alimentos.

28
Dietoterapia:
Deve ser individualizada e adequada a cada paciente adequando-se os
conhecimentos científicos e lógicos para que o obeso não se transforme em
desnutrido. Não é possível ter um tratamento dietoterápico rotineiro.
Um dos princípios é a necessidade de fazer o obeso perder peso. É
necessário o observar atentamente a evolução do obeso para efetuar
adequação de acordo com a resposta obtida.

Finalidade da Dietoterapia:
Reduzir o peso.
Modificar a alteração do metabolismo de carboidratos
Evitar formação inadequada de gordura.
Reduzir o apetite.
Evitar o aumento da produção de insulina.

Característica da dieta:
É conveniente que a perda de peso seja lenta e progressiva, para
adequar paulatinamente o organismo e sem acelerar as modificações dos
processos metabólicos, porque o emagrecimento rápido e anormal determina
no obeso uma resposta inversa aos fins almejados, levando-o a abandonar a
dieta. Estipula-se que a perda de peso não deve ser maior do que quatro
quilogramas no primeiro mês, e meio a um quilo em cada um dos meses
subseqüentes.

14- DESNUTRIÇÃO

A Desnutrição é uma enfermidade resultante de uma nutrição


inadequada, pode envolver diversas doenças causadas por má alimentação
que geram carência nutricionais pontuais ou complexas.
A desnutrição não é um problema difícil nem tampouco caro de ser

29
resolvido, do ponto de vista nutricional, podem vir acompanhadas também de
mudanças no quadro social, a solução passa pela reeducação alimentar,
acompanhada de uma estruturação social que possibilite ao grupo familiar
manter a qualidade de vida.
Uma opção que tem demonstrado resultado é alimentação alternativa,
ex. Pastoral da Criança que consiste no aproveitamento máximo de alimentos,
evitando desperdícios e buscando nova fontes de nutrientes.
A mais conhecida é a “multimistura” feita com farelos (arroz e trigo) da
moagem de folhas verdes (mandioca, batata doce, abóbora) e de sementes
(girassol, melância), tudo isso moído e tostado e peneirado vira uma fonte rica
de nutrientes.
Com ações simples a recuperação normalmente é rápida.

15- DIETOTERAPIA NOS DISTÚRBIOS RENAIS

Os rins são responsáveis por manter a homeostase química de todo o


fluído do organismo. Sua função principal é regular e conservar nutrientes e
água, e excretar os produtos do metabolismo.
O paciente com insuficiência renal necessita de uma terapia nutricional
bem especifica, por ser um distúrbio metabólico e endocrinológico.
As dietas usadas são diversas: em que é exigido o controle rigoroso de
proteínas, sódio, potássio e água, e com variações de acordo com o grau da
lesão renal.

16- DIETOTERAPIA NOS DISTURBIOS PSIQUIATRICOS

O funcionamento do sistema nervoso é extremamente dependente do


estado nutricional. Pequenos distúrbios como esquecimento, irritabilidade,
dificuldades de concentração estão ligados a deficiências nutricionais e má
alimentação, até um prolongado estado de desnutrição que podem gerar
lesões no sistema nervoso central.

Anorexia Nervosa

Distúrbio alimentar relacionado a fatores emocionais e está associado


á magreza excessiva em razão de longos períodos sem se alimentar,
caracterizada pelo distúrbio da imagem no qual o portador imagina tamanho
corporal muito maior do que o real, levando a redução brusca e continua da
ingestão alimentar.
A dietoterapia deve estar associado ao atendimento multidisciplinar,
podendo inclusive em casos extremos ser necessário a hospitalização para
tratamento com nutrição enteral ou parenteral.
Deve ser realizado um plano nutricional, com suplementação de
micronutrientes, deve se avaliar a condição do paciente, e sua tolerância ao
tratamento, as dietas poderão ser liquida, pastosa e até chegar aos padrões
normais.

30
Bulimia

Bulimia nervosa é transtorno alimentar caracterizado, por períodos de


compulsão alimentar seguidos de comportamento não saudáveis para perda de
peso rápida, como induzir vômito (ocorre em 90% dos casos), uso de laxantes,
abuso da cafeína, uso de cocaína ou dietas inadequadas.
A terapêutica também é multidisciplinar e como na anorexia, o uso de
antidepressivos normalmente é associado, um plano alimentar bem definido é
importante para realizar a reeducação alimentar.

17 - CURIOSIDADES

O QUE EXISTE NO ALIMENTO QUE O TORNA CONTAMINADO?

MICRORGANISMOS. Geralmente não patogênico que pode estragar o


alimento, causando mau cheiro, sabor ruim e modificando a aparência natural
do alimento, podendo ou não causar patologias.

Onde ocorrem as falhas?


Má escolha dos produtos;
Má técnica de preparo;
Má conservação;
Falta de cuidados na prevenção microbiológica;

Fontes de contaminações:
Homem, animal, ambiente (terra, água, ar).

Fatores que causam enfermidades transmitidas por alimentos:


Preparação dos alimentos com demasiada antecedência ao seu consumo;
Os alimentos preparados são deixados por muito tempo a temperaturas que
permitem a proliferação de microrganismos;
A cocção insuficiente;
A contaminação cruzada;
As pessoas infectadas ou colonizadas que manipulam os alimentos.

Regras da Organização Mundial da Saúde (OMS) para preparação


higiênica dos alimentos:
 Escolher alimentos tratados de forma higiênica.
 Cozinhar bem os alimentos. A temperatura deve atingir pelo menos 70ºC
em toda superfície do alimento;
 Consumir imediatamente os alimentos cozidos. Os microrganismos se
proliferam quando os alimentos cozidos se esfriam a temperatura
ambiente;
 Armazenar cuidadosamente os alimentos cozidos, armazenar em
condições de calor (em torno ou acima de 60ºC) ou de frio ( em torno ou
abaixo de 10ºC);
 Reaquecer bem os alimentos cozidos. Todas as partes do alimento
deve, alcançar pelo menos uma temperatura de 70ºC;
 Evitar o contato entre os alimentos crus e os cozidos. Um alimento bem

31
cozido pode contaminar-se unicamente com um mínimo de contato com
alimentos crus;
 Lavar as mãos constantemente. Lavar bem as mãos antes de iniciar a
preparação de alimentos e após qualquer interrupção;
 Manter escrupulosamente limpos todas as superfícies da cozinha. Como
os alimentos se contaminam facilmente, manter perfeitamente limpos
todas as superfícies utilizadas para prepará-los;
 Manter os alimentos fora de alcance de insetos, roedores e outros
animais. Os animais podem, transportar microrganismos patogênicos
causadores de enfermidades alimentares;
 Utilizar água pura. A água pura é importante para preparar o alimento
como para beber.

18. COMO PLANEJAR UM CARDÁPIO?

Cardápio é a lista de alimentos que entram em uma refeição, ou de


todas as refeições do dia. E deve ser construído por um especialista da área.
Fatores importantes na elaboração do cardápio:
a. Valor nutritivo: os nutrientes devem estar na medida certa, sem
carência ou excesso.
b. Harmonia: deve conter neste cardápio, alimentos de sabores e
consistência diversas.
c. Quantidade: devemos comer para viver, não viver para comer,
portanto devemos cobrir as exigências calóricas do organismo.
d. Condições Socioeconômicas: levar em consideração a condição
em que vive, os hábitos alimentares, tabus e crendices.
e. Fator Sazonal: respeitar as estações do ano, ou seja, no inverno
requer alimentos mais calóricos, no verão mais leves. Ainda podemos
aproveitar a safra dos alimentos, economizando na compra dos mesmos.

Alimento Escolha Cuidado Evite


Carne, aves, Cortes de carne Crustáceos Cortes de carne
peixes e magra aparada, gorda, ganso, pato,
crustáceos até 6 aves, peru sem fígado rim, salsicha,
porções de 30 g pele, peixes. lingüiça,bacon,
por dia lanches rápidos,
hot-dog
Laticinios – 3 Leite desnatado Leite tipo B e C, Leite integral,
porções com 1% de gordura, iogurte, queijos produtos que
iogurte desnatado rotulados como imitem, iogurte
queijo branco light ou diet, batido integral,
magro, ricota, cream-chesse light queijos amarelos e
cottage e coalhada light cremosos (prato,
provolone, requeijão
Ovos Claras de ovos e Gema de ovo (3 - Alimentos que
substitutos livres de 4 unidades por contenham ovos na
colesterol semana) sua composição
Gorduras e óleos Milho, oliva, canola, Nozes, sementes, Gordura saturada,
(aprox. 2 col. de girassol, soja e abacate, manteiga, gordura

32
sopa/ dia) halvinas (veja o azeitonas, óleo de de bacon, côco,
rótulo) amendoim. óleos de palma e
chocolate
Pães, cereais, A maioria dos pães, Biscoitos Croissant, pães
massas e biscoitos de água e recheados, doces doces, roscas com
leguminosas (6 ou sal, cereais quentes confeitados e frutas, cereais de
mais porções por e frios (farelo de caseiros, bolos e granola feitos com
dia) aveia) qualquer produtos prontos óleos saturados
cereal integral, (veja o rótulo),
lentilha, grão massas com ovos,
de bico, soja, macarrão e arroz na
ervilhas secas, manteiga e molho
feijões, espaguete, branco, batatas na
talharim e batatas manteiga
cozidas simples
Frutas e cereais (6 Frutas e vegetais Frutas em calda Côco, vegetais
ou mais porções frescos preparados na
por dia) manteiga, creme ou
molho.
Diversos (em Picolés de fruta, Sorvetes Doces, chocolates,
quantidades bem iogurte gelado baixo cremosos, batata frita, tortas e
reduzidas) teor calórico (“frozen biscoitos bolos, milk shakes,
yogurt”), barras de recheados e balas refrigerantes
cereais, geléia de caseiros, tortas
baixa caloria, preparadas com
pipoca, suco de óleos não
frutas caseiras. saturados

19- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 1999

CUPPARI, L. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar. Nutrição Clínica no


Adulto. São Paulo: Manole. UNIFESP, 2002.

CARVALHO, E. B. Manual de Suporte Nutricional. Rio de Janeiro: Medsi, 1992

SILVA, S. M. C. S.; BERNARDES, S. M. Cardápio: guia prático para a


elaboração. São Paulo: Atheneu, 2001

WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3. ed.


v. 1. São Paulo: Atheneu, 2002.

PORTO, A.; VIANA, D. L.; Curso didático de enfermagem, modulo 1, volume 1,


9 ed. rev ampliada, SP, Yendis editora, 2014.

OMS. Diretriz: Suplementação diária de ferro e ácido fólico em gestantes.


Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2013. Disponível em:

33
<http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/77770/9/9789248501999_por.pdf>

OLIVEIRA, A. M.; TCHAKMAKIAN, L. A.; Alzheimer: cuidados nutricionais em


portadores subnutridos; Cadernos Centro Universitário São Camilo, São Paulo,
v. 12, n. 1, p. 103-114, 2006. Disponível em: <http://www.saocamilo-
sp.br/pdf/cadernos/37/11_alzheimer_cuidados.pdf>

MACHADO, J.; CARAM, C. L. B.; FRANK, A. A.; SOARES, E. A.; LAKS, J.;
Estado Nutricional Na Doença de Alzheimer, Rev Assoc Med Bras; 55(2): 188-
99; 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v55n2/24.pdf>

SBEGHEN, M. R.; BOMFIM, N. S.; REDUCINO, T. L.; MARTINS, T.; DIAS E.


P.; Intervenções Nutricionais para Idosos com Doença De Alzheimer; Anais
Eletrônico VIII Encontro Internacional de produção Científica Cesumar,
CESUMAR – Centro Universitário de Maringá Editora CESUMAR Maringá,
Paraná; 2011. Disponível em:
http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/edson_pilger_dias.pdf

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