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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE NUTRIÇÃO
DISCIPLINA: GUAN

PAT
Programa de Alimentação do Trabalhador

Cristiane Pereira

Pelotas, fevereiro de 2013.


O que é PAT?

 Programa de complementação alimentar

 Parceria entre: Governo – empresa – trabalhador

 Atendimento ao trabalhador de baixa renda


− Até 5 salários mínimos
Criação do PAT

 Lei n°. 6.321/1976

− faculta as pessoas jurídicas dedução das despesas com


alimentação em até 4% do IR

 Regulamentado por:

− Decreto n°. 05/1991

− Portaria n° 03/2001
Objetivos

Lembrar
Melhoria dasprincipal
O objetivo condições
do nutricionais
PAT não é ados trabalhadores,
isenção fiscal,
com
mas repercussões positivas
sim, a melhoria da para a qualidade
situação de vida,
nutricional dos a
redução de acidentes de trabalho e o aumento da
trabalhadores, visando a promover sua saúde e
produtividade.
prevenir doenças relacionadas ao trabalho.
Adesão ao PAT

 Preenchimento de formulário oficial:

- Agências do ECT

- www.mte.gov.br

Cópias (formulário e documentos relacionados)

devem estar à disposição da fiscalização,

junto à empresa
Incentivos fiscais do PAT para a empresa

• Dedução em até 4% despesas no IR

• Isenção do recolhimento do FGTS e INSS sobre o


valor benefício concedido ao trabalhador.
Formas para a empresa participar do PAT

• Empresa beneficiária: concede um benefício-alimentação ao


trabalhador por ela contratado.

• Empresa fornecedora: prepara e comercializa a alimentação (refeição


pronta ou cestas de alimentos) para outras empresas.

• Empresa prestadora de serviços de alimentação coletiva: administra


documentos de legitimação (impressos ou na forma de cartões
eletrônicos/magnéticos) para aquisição de gêneros alimentícios em
supermercados (alimentação-convênio) ou p/ refeições em restaurantes
(refeição-convênio).
Modalidades do Serviço PAT

 Serviço próprio: autogestão

Empresa beneficiária assume toda a responsabilidade pela


produção das refeições, desde a contratação de pessoal até a
distribuição aos usuários. Ela mesma prepara a alimentação do
trabalhador no próprio estabelecimento ou faz a distribuição
de alimentos, inclusive não preparados (cestas de alimentos).
Modalidades do Serviço PAT
 Terceirização
O fornecimento das refeições, cestas de alimentos ou
documentos de legitimação (impressos, cartões eletrônicos ou
magnéticos) é contratado pela empresa beneficiária junto às
fornecedoras ou prestadoras de serviços de alimentação
coletiva.

Cabe a empresa beneficiária certificar-se de que


a empresa contratada está registrada no PAT
(Artigo 8º - Portaria 03/2002)
Serviços terceirizados

• Fornecedora de alimentação coletiva

• Operadora e fornecedora de refeições preparadas e


transportadas
• Administradora da cozinha da contratante
• Fornecedora de cestas de alimentos
Serviços terceirizados
• Prestadora de serviço de alimentação coletiva

• Administradora (refeição-convênio)
− empregados da empresa beneficiária fazem suas refeições em restaurantes
conveniados c/ empresas operadoras de vales, tíquetes, cupons, cheques,
etc;

• Administradora (alimentação-convênio)
− empresa beneficiária fornece senhas, tíquetes, etc, p/ aquisição de gêneros
alimentícios em estabelecimentos comerciais; Cesta de alimentos .

A prestadora não pode efetuar registro via internet,


somente em Delegacias Regionais do Trabalho (DRT)
Perguntas e respostas
frequentes
• Empresa com filiais
- Beneficiária: iniciar a inscrição com o CNPJ da matriz, agregando-se a essa, as filiais por CNPJ.
- Fornecedora: feito de forma autônoma (como se cada filial fosse uma fornecedora independente
da matriz).

• Renovação do PAT: não é necessária (a partir de 1999, a inscrição


no PAT passou a ter validade indeterminada) .
Obs.: recadastramentos periódicos p/ avaliar os resultados do
programa
Perguntas e respostas
frequentes

•Periodicidade de informações ao MTE


- Anual: RAIS (Relação Anual de Informações Sociais)

• Nº mínimo de trabalhadores: 1 (um)


• Trabalhador X mais de 1 benefício: Sim, uma ou mais
refeições inclusive cesta de alimentos.
• Trocar o benefício por dinheiro: não, é proibido (desvirtuam
os objetivos do PAT e constituem salário).
Descontos
• Participação do trabalhador no custo: 20% do custo direto da
refeição
• Art. 2º - Decreto 349/1991
• Art. 4º - Portaria 03/2002

• Tíquetes – cálculo
• Legislação do PAT não confere valores em espécie e sim valores
calóricos

• Profissional calcula com base em exigências nutricionais e o custo


de vida da região (art. 5º Portaria 03/2002)

Nutricionista
Despesas de Custeio – abatimento no PAT

 Custo direto  Não dedutíveis


 Alimentos e ingredientes  Equipamentos
 Mão-de-obra  Manutenção
 Energia e higiene da UAN  Pratos, copos e talheres
 Transporte de refeição
 Material descartável

Se terceirizada:
Despesa com o preço das refeições pagas ao fornecedor
EMPRESA BENEFICIÁRIA SÓ PODE CONTRATAR
EMPRESAS CADASTRADAS NO PAT
PAT – unidade gestora

Coordenação do Programa de Alimentação do


Trabalhador
– Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
– Secretaria de Inspeção do Trabalho Coordenação
Operacionalização
– Ministério do Trabalho e Emprego/MTE Acompanhamento
Fiscalização

CTPAT – Comissão Tripartite do PAT


¨Garantia de um processo democrático
na gestão do programa¨
AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO
Exigências Nutricionais ANTES – 1991/2002

 Principais refeições (almoço; jantar; ceia)


 1200 – 1600 calorias
 6% - percentual protéico-calórico

 Refeições leves (desjejum e merenda)


 300 calorias
 6% - percentual protéico-calórico

 Art. 5º Portaria SIT/TEM nº 03/2002

Responsabilidade Técnica
- Nutricionista = 2 RT de acordo com CFN
PORTARIA INTERMINISTERIAL - MTE

Nº. 66/2006 (25/08/2006)

Nº. 193/2006

¨Altera os parâmetros nutricionais¨


Exigências Nutricionais

NUTRIENTES VALORES DIÁRIOS


Valor energético total 2000 calorias
Carboidratos 55 a 75%

Proteínas 10 a 15%
Gordura total 15 a 30%

Gordura saturada < 10%


Fibras > 25 g
Sódio < 2400 mg

PORTARIA INTERMINISTERIAL – MTE Nº. 66/2006 (25/08/2006)


Distribuição de macronutrientes, fibras e
sódio

Refeições Carboidratos Proteínas Gorduras Gorduras Fibras Sódio


% % Totais % Sat. % (g) (mg)
Desjejum 60% 15% 25% < 10% 4-5 360-480
Lanche
Almoço 60% 15% 25% < 10% 7 - 10 720-960
Jantar
Ceia

PORTARIA INTERMINISTERIAL – MTE Nº. 66/2006 (25/08/2006)


Principais refeições
 ALMOÇO – JANTAR – CEIA
 600 – 800 calorias (+ 20% VET = 400 calorias)
 30 – 40% do VET
 1 P fruta e 1 P verdura/legumes

 REFEIÇÕES MENORES – DESJEJUM E LANCHE


 300 – 400 calorias (+20% do VET = 400 calorias)
 15 – 20% do VET
 1 P fruta

 NdpCal – 6 – 10% (máximo)

- Promover educação nutricional


- Refeições adequadas aos portadores de patologias
- RT nutricionista
Descrição das atividades
Leve: sentar, estar parado em pé, motorista, trabalhador de laboratório, pintor,
datilógrafo/digitador, professor, profissionais liberais, vendedor, dona-de-casa
com eletrodomésticos, bancário, manobrista, eletricista, cozinheiro,
telefonista, administrativo, supervisor, balconista e estudante.

Moderada: caminhar em superfície plana carregando peso – carpinteiro,


faxineira, auxiliar de serviços, auxiliar de cozinha, dona-de-casa sem
eletrodoméstico, etc.

Intensa: caminhar, subir carregando peso – agricultor não-mecanizado, operários


da construção civil (ferreiro, pedreiro, servente,...), metalúrgicos, soldados em
atividade e atletas.
Estudo

Avaliação da adequação do almoço de uma


Unidade de Alimentação e Nutrição em relação
aos valores preconizados pelo Programa de
Alimentação do Trabalhador numa cidade do
Vale do Taquari, RS
Objetivo

 Avaliar os teores de macro e micronutrientes totais


consumidos pelos clientes de uma UAN, na
refeição do almoço.
Métodos
 Avaliou-se o per capita das preparações de 14 cardápios oferecidos no
almoço
− Pesou-se o alimento cru que foi submetido à cocção (rendimento ou perda).
− Alimento cozido: pesado novamente p/ identificação do fator de cocção.
−Final da distribuição: pesadas as sobras nas cubas do balcão de distribuição
(alimento distribuído e não consumido).
− Sobras: descontadas do valor total preparado → valor real que deveria ter
sido produzido p/ o total de almoços servidos.
− Valor real: dividido pelo fator de cocção de cada alimento e após o resultado
dividido pelo total de comensais que almoçaram no dia.
Métodos
 Não foram consideradas:
− sobras de resto ingesta (estes não são separados, impossibilitando a
análise).
− quantidade de sal adicionada pelos comensais ao alimento pronto
(somente o sal utilizado no preparo e o sódio intrínseco de cada
alimento).
 Considerou-se sempre o per capita do alimento cru.
Refeições CHO
% Resultados
Ptn % G.Tot
%
G.Sat% Fibras(g) Sódio (mg)

Almoço 60% 15% 25% < 10% 7 - 10 720-960


Jantar
Valores totais médios per
Ceia capita de macro e
micronutrientes encontrados:
 CHO: 55,63%

 PTN: 18,56%

 LIP: 25,86%

 Gordura saturada: 6,77%

 Fibras: 13,66 g

 Sódio: 1.324,88 mg

 VCT: 884,24 kcal/dia


Conclusão
• Não foi alcançado o objetivo do PAT:
− valor médio de sódio diário p/ a refeição principal estava
acima do recomendado;
− valor médio de proteínas e o fibras acima na maioria dos dias;
− teores de carboidratos e lipídeos também variaram, sendo que
em alguns dias estavam ↑ e em outros, ↓ do preconizado.

• Se manteve dentro das recomendações:


− oferta de calorias
Outros estudos

• Salas et al (2009): valores de sódio e lipídios acima das


recomendações;
• Geraldo et al (2008): 72 empresas inscritas no PAT
• Baixa oferta de frutas e verduras e g. poliinsaturadas e oferta
excessiva de gorduras totais e colesterol.
• Maior inadequação: empresas sem nutricionista
Referências para consulta -
PAT
Decretos
Instruções normativas
Leis
Portarias

Site: www.mte.gov.br/pat
Referências
 Brasil. Ministério do Trabalho e do Emprego. Programa de Alimentação do
Trabalhador. Disponível em: http://portal.mte.gov.br. Acesso em: 31 jan 2013.
 Portaria Interministerial – MTE nº. 66/2006.
 Portaria n° 193, de 05 de dezembro de 2006.
 Salas, CKTS; Spinelli, MGN; Kawashima, LM; Ueda, A M. Teores de sódio e
lipídios em refeições almoço consumidas por trabalhadores de uma empresa do
município de Suzano, SP. Rev. Nutr. v.22, n. 3, 2009.
 Geraldo, APG; Bandoni, DH; Jaime, PC. Aspectos dietéticos das refeições
oferecidas por empresas participantes do Programa de Alimentação do Trabalhador
na Cidade de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica, v. 23, n.1, p. 19-25,
2008.
 Programa de Alimentação do Trabalhador (Brasil) (PAT). Programa de
Alimentação do Trabalhador: responde. – 2. ed. – Brasília : MTE, SIT, DSST,
COPAT, 2006. 45 p.

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