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Introdução da Alimentação

Complementar e Saudável
A nutrição adequada durante os primeiros
1000 dias influencia a saúde da criança, não
apenas em curto prazo. Há também um
impacto profundo no desenvolvimento de
seu filho, o que pode afetar de maneira
significativa a qualidade de vida que ele vai
ter no futuro.
• Os cuidados nessa fase favorecem a
construção de uma vida saudável. Entre os
principais cuidados estão uma nutrição
adequada, o afeto, a higiene, a educação, o
vínculo familiar e a vacinação, além de outras
condições ambientais.
• Durante a gestação, a mãe deve ter uma
alimentação equilibrada e saudável tanto para
o adequado crescimento e desenvolvimento
do bebê quanto para que o corpo possa se
preparar para o aleitamento. Vale uma
atenção especial para nutrientes como ácido
fólico, vitamina D, cálcio, Ômega-3, DHA e
ferro.
• Ambientes tumultuados e estressantes podem
estimular a ansiedade no pequeno, além de
ser prejudicial para as relações familiares e
refletir em menores estímulos a criança,
impactando no desenvolvimento do cérebro.
Porque aos 6 meses?
• A partir do sexto mês de vida a maioria das
crianças está preparada para aceitar a
alimentação pastosa. Nesta fase ocorre a
maturação da função gastrointestinal e renal e
o desenvolvimento neuromuscular. Aos
poucos, a criança vai criando capacidade física
e fisiológica para adaptar-se a diferentes
alimentos, texturas e modos de alimentação.
• E o bebê? Está pronto quando?
• O desenvolvimento da criança aos 6 meses de idade
também a prepara para receber novos alimentos. É
somente em torno dos 6 meses que a criança apresenta
um estágio de desenvolvimento neurológico e cognitivo
que a permite iniciar a alimentação complementar! A
criança começa a sentar sem apoio do tronco, já consegue
pegar os alimentos e levá-los à boca, passa de uma mão a
outra, além de ter a mastigação e deglutição mais
coordenada. A criança começa a
perder o reflexo de protrusão da língua também nessa fase.
• O bebê que inicia a alimentação deve estar
sempre sentado ou apoiado na cadeirinha na
posição vertical. Isso garante que algum
alimento que ele não seja capaz ou não
queira engolir seja expelido pra fora (isso vai
acontecer…).
Como deve ser?
• Precisa peneirar ou bater no liquidificador?
• NÃO!!! Isso não é recomendação atual, se
algum médico/nutricionista/vovó/titia
recomendar, questione! Veja a última
recomendação da OMS e da Sociedade
Brasileira de Pediatria: “A papa deve ser
amassada, sem peneirar ou liquidificar, para
que sejam aproveitadas as fibras dos
alimentos e fique na consistência de purê.”
O que devo tomar cuidado?
Alguns cuidados de segurança para frutas:
Tirar sementes e caroços
Tirar a casca se a criança já apresenta dentes e
começa a rasgar a casca (quando a casca for
grossa e não comestível).
Evite o formato circular. A via aérea do bebê
tem formato arredondado e tem o diâmetro de
uma moeda de 1 real, mais ou menos. Deve-se
evitar esse formato pois pode obstruir a via
aérea da criança e levar ao engasgo. Uvas são
as campeãs. Alimentos como uva, tomate
cereja devem ser cortadas longitudinalmente,
sempre em 4.
• Ah! Mas ouvi falar que não posso dar fruta ácida
para meu filho, é verdade?
• Não sei onde que começou esse mito, mas o fato
é que é mito mesmo. O bebê pode comer fruta
ácida, como abacaxi, laranja (sem ser a lima) e ate
limão! O bebê deve PROVAR o alimento, ter
contato com diferentes sabores, inclusive o azedo!
O equilíbrio é importante, então procure mesclar
frutas mais doces com frutas mais azedinhas!
• Não existe contra indicação de nenhuma
fruta na introdução alimentar!
• A partir dos 6 meses a criança pode iniciar
com qualquer fruta! Não há regra. O ideal é
oferecer frutas orgânicas, por serem mais
saudáveis e não conter agrotóxicos. Quando
isso não é possível, preferir as frutas da
estação, pois são a que estão mais disponíveis,
e contém menos agrotóxicos.
Posso temperar a comida do bebê?

Além de não haver contraindicação de uso, os


temperos naturais possuem uma infinidade de
propriedades medicinais, agregam valor
nutricional e ampliam a experiência sensorial da
alimentação.
• O bebê é uma página em branco também no que
diz respeito ao paladar. Ele está descobrindo o
mundo pela boca, ávido por todas as sensações
que ela pode promover e o alimento é parte
importante de todo esse aprendizado. Podemos
ajudá-los a criar um paladar diversificado e aberto,
basta dar oportunidade! Privar o bebê de sabores
não é necessário. Eles podem e devem comer
comida gostosa, refogada, temperada, com
sabores variados, cores diversas
• A primeira refeição de sal pode ser constituída
de uma papinha grossa, cuja base seja arroz,
batata ou inhame, acrescidos de hortaliças, de
caldo de carne, leguminosa e um óleo vegetal.
Do grupo das leguminosas podem ser usados
caldo de feijão, purê de ervilhas e de lentilhas.
As carnes devem ser oferecidas em caldos (boi
e frango).
Horários
• Pela manhã: aleitamento materno em livre demanda
• Fruta
• Almoço (10-12h):refeição de sal
• À tarde: aleitamento materno
• Intervalo (17-18h): aleitamento materno
• À noite: aleitamento materno
Água para o bebê

Iniciar a oferta de água com 6 meses de vida, junto com a


introdução alimentar. Antes disso somente leite materno. As
mamães que devem tomar pelo menos 2 litros de água.
• Bebês amamentados em livre demanda ao iniciarem a
introdução alimentar com 6 meses necessitam de água,
pois novos alimentos são introduzidos ao bebê. Mesmo
assim o bebê ainda supre muito da sua necessidade de
água através do leite materno.
• Com 6 meses o bebê pode tomar água com o copinho
de transição como o da foto. Os copos de transição ou o
copo aberto de vidro são preferíveis à mamadeira, pois
são fáceis de higienizar e devem ser oferecidos por um
adulto. Dê preferência aos que são BPA free (livres de
bisfenol A).
• Com relação ao preparo, no início da alimentação
complementar, os alimentos devem ser bem cozidos e
preparados especialmente para a criança1. Nesse cozimento
deve sobrar pouca água na panela, ou seja, os alimentos devem
ser cozidos em água suficiente para amaciá-los1. Ao colocar os
alimentos no prato, amassá-los com garfo. A consistência terá o
aspecto pastoso (papa/purê)1. A utilização do liquidificador e da
peneira é totalmente contraindicada porque a criança está
aprendendo a distinguir a consistência, sabores e cores dos
novos alimentos. Além do que, os alimentos liquidificados não
vão estimular o ato da mastigação1.
.
A partir dos 8 meses, alguns alimentos preparados para os
demais membros da família, como arroz, feijão, cozidos de
carne ou legumes, podem ser oferecidos à criança, desde que
amassados ou desfiados e que não tenham sido preparados
com condimentos (temperos) picantes e excessivos1.
A quantidade de alimentos por refeição (almoço ou jantar) a ser
oferecida na fase de introdução da alimentação complementar
à criança em amamentação exclusiva até o 6º mês de vida,
varia segundo sua idade. Nessa lógica, o Ministério da Saúde
indica2:
• a) Início da alimentação complementar a partir dos 6 meses
de idade: iniciar com 2 a 3 colheres de sopa, aumentando
gradativamente;
b) A partir dos 7 meses de idade: aumentar gradativamente
até chegar a 2/3 de uma xícara ou tigela de 250ml;
c) De 9 a 11 meses de idade: 2/3 de uma xícara ou tigela de
250ml;
d) De 12 a 24 meses de idade: uma xícara ou tigela de 250ml.
Por fim, é importante reforçar que, mesmo recebendo outros
alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até os 2
anos de idade ou mais, uma vez que o leite materno continua
alimentando a criança e protegendo-a contra doenças1

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