Introdução alimentar

Plano Alimentar
dos 6 aos 9 meses
Até os 6 meses é recomendado dar
somente leite materno para o bebê, mas a
partir dos 6 meses começamos a
introdução alimentar. Essa fase é essencial
para determinar a relação da criança com
a comida. E o sonho de toda mamãe é que
seu filho coma de tudo para crescer
saudável, não é mesmo?

Existem diversos métodos para a

introdução alimentar: BLW; BLISS; Papinha
e Participativa. Independentemente do
que você escolher eu recomendo seguir
esse cronograma e essas dicas durante a
introdução alimentar do seu luxinho. Assim
vai evitar mais dificuldades lá na frente e
ver a evolução constante dele
 Inicio aos 6 meses
Damos a 1° frutinha. Pode oferecer
amassadinha, mas deixar também os
quadradinhos para o bebê manusear,
assim ele vai se acostumar com as
texturas e ter mais autonomia lá na
frente.

Banana;
Mamão;
Abacate;
Pitaya;
Manga;
Kiwi;
Entre outras! Sem restrições.
6 meses e 7 dias
ALMOÇO

Deve ter 1 alimento de cada

grupo

GRUPO 1: CEREAIS OU
TUBÉRCULOS
arroz; milho; soja; quinoa;
cenoura; beterraba; batata;
mandioca; inhame; aveia;
macarrão.

GRUPO 2: LEGUMINOSAS
feijão; lentilha; grão de bico;
ervilha; tremoço.
GRUPO 3: PROTEÍNA ANIMAL
carne bovina; suína; frango;
ovos; miúdos; peixe; frutos do
mar.

GRUPO 4: HORTALIÇAS
alface; almeirão; espinafre;
repolho; brócolis; couve;
couve flor; abobrinha;
abóbora; chuchu.

GRUPO 5: SOBREMESA
frutas, de preferência cítricas
que ajudam na absorção do
ferro, como laranja, morango
e tangerina.

 Recomendações
1. Preparar sem sal, demais temperos
naturais estão liberados;

2. Não triturar no liquidificador

ou processador;

3. Não misturar os alimentos

todos juntos;

4. Apenas 1 alimento
por grupo alimentar;

5. Ovos podem ser oferecidos

com clara e gema;

6. Carnes e ovos bem cozidos, devido

ao potencial de contaminação.
6 meses e 15 dias
LANCHE DA TARDE

Fruta e leite materno

(ou fórmula)

7 meses
JANTAR

Igual ao almoço, inclusive

com a sobremesa

CEIA

Leite materno ou fórmula

 Alertas importantes:
Ofereça um alimento mais de
uma vez, mesmo que o bebê
pareça não ter gostado, eles
precisam de até 5 tentativas
para se acostumar com o
gosto e textura.

Se mesmo assim ele recusar,

não force-o a comer, pode ser
que outro dia ou preparado de
uma outra forma, ele queira.
 Alertas importantes:
Ofereça água nos intervalos das
refeições e use copo aberto ou
copinho de transição.

Não ofereça sucos até 1 ano de

vida, mesmo os naturais.

Não tem necessidade de comprar

“chupetas alimentadoras”.
 Alertas importantes:
Não ofereça alimentos
superprocessados. Ex:
danoninho, gelatina, salgadinhos,
biscoito maizena ou água e sal.

Evitar "beliscos" entre as

refeições principais.

Não ofereça sempre o mesmo

alimento para a criança não
enjoar.
 Alertas importantes:
Em qualquer momento do dia, se o
bebê apresentar sinais de fome, o
leite materno pode ser oferecido
normalmente.

A rotina de sono está intimamente

ligada à rotina alimentar. É comum
que o bebê pare de acordar tantas
vezes durante a noite, pois sente
menos fome depois que começa a
introdução alimentar.
 Alimentos
alergênicos
São aqueles mais comuns
de causar alergia, como o
leite, amendoim, frutos do
mar, ovo e glúten. Os
estudos mais recentes
comprovaram que esses
alimentos devem ser dados
na introdução alimentar,
independentemente do
histórico familiar de alergia
alimentar. Isso diminui o
risco de alergia a estes
alimentos. Apenas o glúten
que deve ser introduzido
em quantidades menores.
 Importante
A cada alimento novo
observe as reações do
bebê.

O que deve ficar mais

atenta é:
Diarreia;
Urticária;
Inchaço;
Vômito;
Sintomas respiratórios
em casos mais graves.
 Boas práticas
Se você quiser ter uma
introdução alimentar de
sucesso eu recomendo seguir
isso. Além do seu luxinho se
alimentar melhor lá na frente,
7 meses
ele vai sentir prazer nisso,
então não vai ser nenhum
fardo para ele ou você.

1. Controle suas expectativas,

seu luxinho não vai comer
tudo, todos os dias e não
vai aceitar todos os
alimentos na primeira vez
que você oferecer;
 Boas
práticas
2. Torne esse momento
prazeroso, junte toda a família
na mesa e dividam a
experiência com o bebê;

3. Não deixe a criança perto de

telas e brinquedos na hora de
comer, ela precisa focar no
que está fazendo;

4. Crianças aprendem com

repetição, então prepare uma
rotina de horário e hábitos
para a hora de comer;
 Boas práticas
5. Se a criança não aceitou a
comida: não force, não
castigue e não agrade;

6. Não faça chantagem,

seu luxinho precisa comer
porque quer e não porque
está sendo obrigado, se
nós adultos não gostamos
de receber ultimatos,
imagine uma criança;
 Boas práticas
7. Mesmo que seu bebê tenha 6
meses, só comece a
introdução alimentar do seu
bebê com o “OK” da pediatra.
 Dificuldades que
podem acontecer no
BLW
O BLW é uma forma de
introdução alimentar que
consiste em oferecer
alimentos “inteiros”
(cozidos) para que o
próprio bebê leve a comida
até a boca. Esses são os sinais
que seu filho está tendo
dificuldade com o método:
Não come e passa o tempo
todo cuspindo a comida;

Tem engasgos frequentes;

Não consegue pegar o

alimento com as próprias
mãos;

Não está atingindo os níveis

de nutrientes necessários.
 Essas dificuldades que citei
para vocês, são até
previstas. Para amenizá-las,
recomendo começarem com
a papinha e irem evoluindo
para o BLISS (que é muito
semelhante ao BLW, porém
com mais restrições).
 "Intercalo a papinha com o
BLW e mesmo assim meu bebê
ainda engasga Dra. Carol"
Para melhorar e até evitar esses episódios,
você pode dar os alimentos em pedaços (ao
invés de inteiros) e ver como ele reage - se
não comer, corte em pedacinhos menores. Se
ele não estiver conseguindo pegar sozinho os
alimentos, dê você mesma com a mão na
boca dele. Tá tudo bem ajudar e aos poucos ir
deixando ele mais independente.

Também é esperado que o bebê tenha um

déficit pequeno de alguns nutrientes,
principalmente no começo, por isso, mais uma
vez, a solução é iniciar o BLW com a papinha.

Mas é claro que se o tempo passar e as

dificuldades não forem superadas, temos que
acompanhar de perto os “malefícios” que
estão sendo causados e encontrar soluções
adequadas para cada bebê.
 "E por que é normal ter essas
dificuldades?"

É normal porque o bebê ainda não

entendeu que esse momento de se
alimentar também vai trazer a
sensação de “barriguinha cheia”,
ele só relaciona isso com o mamá.
Isso NÃO significa que você tem
que tirar ou diminuir a demanda
de leite, apenas que você precisa
começar a mostrar, aos poucos,
que essa interação com a comida
é que o vai deixá-lo de
“barriguinha cheia” também .
 Afinal, por que fazer
a introdução alimentar
aos 6 meses?
Quando falamos de introdução
alimentar aos 6 meses é porque nesta
etapa (normalmente) já existem os
sinais de prontidão:

Algumas enzimas digestivas do

bebê já funcionam melhor;
As bactérias intestinais já estão
instaladas e protegem o bebê de
infecções;
Os rins começam a ser capazes de
eliminar maiores quantidades de
sódio;
O sistema imunológico (que faz a
defesa do corpo) já está mais
preparado para entrar em contato
com novas proteínas e nutrientes,
dificultando o desenvolvimento de
alergias alimentares…
 E muitos outros detalhes de
desenvolvimento. Além disso,
precisamos lembrar que se o
bebê estiver sendo
amamentado com leite
materno, introduzir
alimentos sólidos antes dos 6
meses vai fazer com que o
bebê mame menos no peito -
e nesta etapa ele precisa
muito dos nutrientes e
vitaminas que são fornecidas
pelo leite materno.
 "E se meu filho
tomar fórmula?"
Mesmo que o bebê receba
fórmula, a idade
aproximada da introdução
alimentar continuará sendo
aos 6 meses (sempre
verificando os sinais de
prontidão, que podem não
ser necessariamente aos 6
meses), já que a fórmula é
uma maneira de suprir
alguns dos nutrientes do
leite materno também.
 "Minha vizinha
começou antes e o filho
dela não morreu"
Graças a Dadá que ele não
morreu né! Afinal este nem
era o objetivo!!!! Mamães não
podemos resumir as questões
de saúde do bebê a “morreu”
ou “não morreu”, pode não
ter morrido, mas desenvolveu
problemas gastrointestinais,
alergias, obesidade… E outras
coisas que atrapalharam o
MELHOR caminho do
desenvolvimento dele.
Não é preciso pular etapas!!! Se o
bebê está se desenvolvendo e
ganhando peso de acordo com as
médias que ele precisa alcançar,
tenha a certeza de que fome e falta
de nutrientes ele não está passando.
Até os 6 meses é
SÓ leite materno
ou fórmula (para
as mamães que
não conseguiram
amamentar).
Então bora ouvir
o pediatra de
confiança e não
os palpiteiros de
plantão!
"E se alguém der comida
para o meu filho antes
dos 6 meses?"
Se acalme mamãe, se isso
ocorreu apenas uma vez, o
seu luxinho não está
correndo perigo! Mas fique
de olho, se já é um hábito
contínuo, o primeiro passo é
conversar com os
cuidadores e explicar que
apesar das melhores das
intenções, esta atitude só
está prejudicando o bebê.
Não tenha medo de expor os seus motivos,
não se culpe e nem fique com receio de ser
julgada. Muitas mamães acabam trocando
de cuidadores, não deixando mais com os
avós, por conta de alguma atitude assim,
mas muitas vezes com uma conversa
carinhosa e sincera, eles poderiam
entender e deixar de dar os alimentos e
bebidas.

Diga a eles que o leite materno (ou a

fórmula) é o necessário para manter
todos os nutrientes que o luxinho precisa.
Além de disponibilizar todas as vitaminas
que ajudará no desenvolvimento dele. E
explique tudo que está ali em cima, do
porquê começar aos 6 meses vai ser o
melhor para o bebê.

Este material foi produzido com as informações

disponíveis até o dia 22/03/2022
Por: Dra. Carol Alvim
Sobre mim:
Olá, eu sou a Dra. Maria Carolina Alvim, conhecida
pelas mamães como Dra. Carol. Sou mãe e
consultora em aleitamento materno. Atuo como
pediatra desde 2005, me formei na UFMG e fiz
residência em pediatria e infectologia no hospital
João Paulo II, conhecido como centro geral de
Pediatria (CGP), atuei também na UTI pediátrica
João XXIII, ambos de Belo Horizonte.

Quando me tornei mãe, optei por morar no

interior e atuei nos hospitais e ambulatórios de
Itaguara, Carmopólis e Oliveira. Hoje em dia
atendo presencialmente em Oliveira-MG e de
forma online para todo o mundo!

Meu dever - e paixão - é cuidar da saúde dos

bebês, mas entendo que a pediatria também é
sobre as mamães e cuidadores, afinal, para criar
um bebê incrível, as mamães precisam estar
saudáveis e bem informadas.
 Agendamentos:
Teleconsulta
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Dra. Maria Carolina Alvim

CRM: 38185-MG
RQE: 20012

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Alvim Pediatra