Você está na página 1de 30

INTRODUÇÃO ALIMENTAR

Material de apoio para cuidadores

RENATA GRECO - CRN 22.046


renatacdg@hotmail.com
(82) 9.9314-6768
@bebequecome
ALEITAMENTO MATERNO
Benefícios para o bebê:
1. Contém vitaminas, minerais, gorduras, açúcares,
proteínas e água. É o alimento completo até os seis meses
de vida.
2. Protege a criança contra diarreia.
3. Protege contra infecções respiratórias.
4. Protege contra alergias, incluindo alergia à proteína do
leite da vaca, dermatite tópica e outros tipos de alergias,
incluindo a asma.
5. Protege contra obesidade.
6. Protege contra hipertensão, hipercolesterolemia e
diabetes.
7. Promove o crescimento cognitivo.
8. Promove o desenvolvimento da cavidade bucal, devido ao
exercício que a criança faz para retirar o leite da mama da
mãe.

O desmame precoce pode prejudicar as funções de


mastigação, deglutição, respiração e articulação dos sons
da fala, ocasionar má́ oclusão dentária e respiração bucal.
ALEITAMENTO MATERNO
Benefícios para a mãe:
1. Protege contra câncer de mama.
2. Promove o vínculo afetivo entre mãe e filho. É uma
oportunidade de a criança aprender desde cedo a
comunicar-se e relacionar-se com afeto e segurança.
3. Ajuda o útero a voltar mais rápido para a posição
normal, reduzindo o risco de hemorragia e de anemia após o
parto.
4. Pode ser um método anticoncepcional natural nos
primeiros seis meses, desde que esteja amamentando
exclusivamente, livre demanda e ainda não tenha
menstruado.
5. Economia: o aleitamento materno exclusivo evita gasto
com a compra de leite, mamadeiras e bicos.

O Aleitamento Materno Exclusivo (AME) é recomendado


pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério
da Saúde (MS) até os 6 primeiros meses de vida (quando
necessário iniciar com 4 meses com acompanhamento do
pediatra e/ou nutricionista) e prolongado após a introdução
alimentar até 2 anos ou mais!
ALEITAMENTO MATERNO
Livre demanda:
Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições
de horários e de duração das mamadas. Nos primeiros meses, é
normal que a criança mame com maior frequência e sem horá-
rios regulares.
A mãe precisa dar tempo suficiente para que a criança esvazie
adequadamente a mama. Esse tempo varia para cada criança,
dependendo da fome, do intervalo transcorrido desde a última
mamada e do volume de leite armazenado na mama.

Fórmulas artificiais quando necessário

Sem água, chá ou suco até os 6 meses:


Até 6 meses, com aleitamento materno exclusivo em livre
demanda, não é preciso oferecer água, chá, suco ou qualquer
outro líquido para o bebê. O leite materno é completo e supre
todas as necessidades da criança.
A água pode ser oferecida para os bebês a partir de 6 meses
junto com a introdução alimentar. Oferecer em copo aberto de
vidro para não haver confusão de bicos!
Para bebês que tomam fórmula, as necessidades de água são
diferentes e devem ser avaliados individualmente!
INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Quando iniciar?
Após praticamente 6 meses tomando apenas leite materno ou
fórmula infantil (ou ambos, a depender do caso), é chegada a
hora do bebê conhecer novos alimentos. A alimentação
complementar da criança deve ser iniciada aos 6 meses de
idade. Quando, normalmente, a criança já consegue ficar na
posição sentada sem apoio, já apresenta o estímulo de levar a
mão ou objetos até a boca e apresenta interesse pelo alimento
consumido pelos pais/cuidadores.

Por que só depois de 6 meses?


O sistema digestivo e os rins do bebê antes dos 6 meses de
idade ainda são muito imaturos, portanto, algumas funções
são limitadas. Além disso, pode trazer alguns problemas na
saúde da criança como:
- Reação de hipersensibilidade a algumas proteínas;
- Diminuição do aleitamento materno;
- O rim ainda não tem capacidade de concentrar a urina para
eliminar concentrações de soluto provenientes de alguns
alimentos.
Vale lembrar que é aos 6 meses que o sistema
digestório do bebê está mais desenvolvido e
produzindo enzimas que são capazes de digerir
alimentos. Mesmo os bebês que fazem o uso
da fórmula infantil.
INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Em caso de bebê prematuro:
Para bebês prematuros, o momento ideal para iniciar a
alimentação complementar, deve ser uma decisão da família
em conjunto com o pediatra e com a orientação do
nutricionista. Uma avaliação detalhada pode mostrar se o
bebê está preparado e acompanhar se há presença de
prejuízos do desenvolvimento neurológico, amadurecimento
das vias digestivas e de outros sistemas.
Alguns pediatras utilizam o calculo de idade corrigida (ex. o
bebê nasceu de 8 meses, logo a introdução alimentar será
iniciada aos 7 meses)

Alimentação complementar – o leite ainda é o principal


alimento até 1 ano:
É importante ressaltar, que as mamadas devem continuar
frequentemente (leite materno em livre demanda e fórmula
infantil de acordo com os horários que o pediatra e/ou
nutricionista recomendar).
INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Horário das refeições:
De preferência no mesmo horário das refeições da família. É
importante a criança entrar no ritmo e se adaptar aos
horários de todos da casa. Além de ser importante o contato
de todos presentes na mesa, pois a refeição é um momento
de união, troca, conversa, exemplos, aprendizado...

Tamanho da porção:
Essa é uma dúvida frequente quando estão iniciando a
alimentação complementar. A porção varia conforme a
necessidade de cada bebê. Ele é quem vai determinar o
quanto comer. Os pais/cuidadores são quem determina o
que, quando e onde a criança deve se alimentar. Ofereça a
comida e quando a criança não aceitar mais, não force e nem
a obrigue a comer tudo.
PREPARO DOS ALIMENTOS
Higienização dos alimentos:
Frutas e verduras devem ser lavadas em água corrente
(folhas devem ser lavadas uma a uma). No caso de frutas,
raízes, tubérculos e couve manteiga, é recomendável o uso
de uma escovinha (compre uma escovinha nova somente
para este fim) para limpar as regiões próximas aos talos,
onde a sujeira se acumula.
Também é recomendado deixar as frutas, verduras e
legumes em solução de água e cloro para uso culinário, para
livrar os alimentos de microrganismos.
*O vinagre não é suficiente para matar os microrganismos
que podem causar doenças

Formas de cocção :
Vapor
Forno (assados)
Refogado
Cozido
PREPARO DOS ALIMENTOS
Sal: Não é recomendado o uso de sal para crianças até 1 ano.
Após 1 ano, usar o mínimo possível ou continuar sem usar.

Óleos: Evite usar óleo nas preparações, mas se necessário, dê


preferência por acrescentar depois de finalizado, pois, o óleo
em altas temperaturas termina oxidando.
Lembrando que o óleo de coco, não oxida em altas
temperaturas. Outra alternativa é refogar com água.

Temperos naturais: Ótima opção de temperos!!! Você pode


usar temperos naturais como salsa, cebolinha, cebola, alho,
alecrim, manjericão, orégano, canela, hortelã, coentro...

Temperos em pó: Prefira os naturais, mas não sendo possível


utilize os temperos desidratados ou pó na forma pura, sem
conservantes ou outros aditivos. Exemplo: canela em pó ou
em pau, cravo, orégano, cúrcuma...

Temperos industrializados: Não utilizar temperos


industrializados como caldos de carne, frango, legumes,
catchup...pois contém alto teor de sódio e muitos
outros compostos (corantes, conservantes,
açúcar...)
CONGELAMENTO
Método de branqueamento :
1. Coloque o alimento após cozido (quente) em um recipiente
com água e gelo;
2. Com esse choque térmico a cocção será interrompida e o
alimento estará pronto para ser congelada;
3. Divida em pequenas porções e etiquete colocando os
ingredientes e a data da preparação;
4. Leve imediatamente ao congelador.

Armazenamento:
Armazene em potes de vidro ou de plástico (livre de bisfenol
A - BPA) esterilizados previamente.

Identificação dos alimentos:


Sempre identifique os potes congelados com etiquetas
contendo o nome do alimento e data de preparação

Como descongelar:
• Descongelar na geladeira;
• Retire na véspera do consumo;
• Após descongelado o alimento não pode mais voltar
ao congelador;
• Caso esteja sem tempo, utilize o banho-maria ou
microondas para descongelar.
REFEIÇÃO
- Local calmo e tranquilo, sem TV, celulares ou eletrônicos;
- Praticar as refeições junto com toda a família (integração
do bebê com os horários e rotinas);
- Cadeira de alimentação.

COMPOSIÇÃO DO PRATO
- Grupo energético: Os chamados carboidratos. Importantes
para o fornecimento de energia necessária para o
crescimento e atividades diárias. Entram nesse grupo a
batata, mandioquinha, batata-doce, inhame, mandioca,
cará, arroz...
- Grupo construtores: são ricos em proteínas. Entram nesse
grupo, as leguminosas, como feijão, ervilha, lentilha, grão-
de-bico, carnes (caldo e/ou desfiadas).
- Grupo reguladores: aumentam a resistência imunológica
por serem ricos em vitaminas e minerais, além de regular os
processos bioquímicos e oferecer fibras. Entram nesse grupo,
todas as verduras e hortaliças, como alface, abóbora,
brócolis, chuchu, cenoura, beterraba, acelga, couve...

Variedade dos alimentos:


É muito importante variar a oferta de alimentos para
disponibilizar todos os tipos de proteínas,
carboidratos, gorduras (saudáveis), vitaminas,
minerais e vibras!
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
PAPINHA

- Os vegetais devem ser cozidos em vapor e amassados com


o garfo.
- As frutas devem ser raspadas ou amassadas com o garfo.
No caso de frutas um pouco mais consistentes, uma opção é
cozinhá-la no vapor para melhor aceitação e ficar mais fácil
para amassá-la. Não é necessário acrescentar açúcar!
- Não é indicado bater o alimento no
liquidificador/processador ou passar na peneira para não
perder fibras e nutrientes.
- A papinha deve ter a consistência de purê e não de sopa.
- Logo no começo da introdução alimentar, o ideal é que
coloque os alimentos separados, ensinando o sabor de cada
alimento.
- Depois que o bebê já conhecer todos os sabores
separadamente, você poderá elaborar papinhas combinando
2 ou mais ingredientes.
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
- Se o bebê rejeitar algum alimento, depois de você insistir por
dois dias consecutivos, deixe-o de lado e volte a oferecê-lo
depois de pelo menos uma semana. Caso ele rejeite novamente,
espere mais um tempo para voltar a oferecê-lo.
- Os alimentos novos devem ser oferecidos por 3 dias
consecutivos, depois respeite um descanso de pelo menos 4 dias
para repetir o mesmo alimento – inclusive aqueles alimentos
que foram bem aceitos.
- Neste método de introdução alimentar o cuidador oferece o
alimento com uso de uma colher (tamanho próprio para idade)
para o bebê.

Desvantagem: dá mais trabalho para preparar, não estimula a


autonomia e aprendizados motores (levar o alimento a boca,
manuseio do talher, mastigação do alimento) do bebê, o bebê
não tem contato direto com a comida em sua forma inteira, logo
não conhece textura, não pega a comida com a mão.
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
BLW

- O que é BLW? Sigla em inglês que significa Baby Led Weaning,


ou em português desmame guiado pelo bebê. Eu
particularmente não gosto desta tradução, por que a ideia não é
desmamar e sim complementar a alimentação deste bebê.
- O BLW é um método de introdução alimentar conduzido pela
própria criança, criado pela consultora em saúde Gill Rapley. O
bebê se alimenta sozinho, com as próprias mãos e no seu ritmo,
garantindo autonomia total.
- A introdução ao BLW deve ocorrer quando o bebê estiver com
mais de 6 meses (sistema motor já está mais desenvolvido) e
conseguir sentar sozinho sem apoio. Além de ser sempre
supervisionado por um adulto enquanto come.
- Os alimentos são apresentados um por vez, bem cozidos, e em
formatos q facilitem a pega (palitos ou hastes), com o passar do
tempo e desenvolvimento da criança (ex: movimento de pinça,
presença de dentes) estes alimentos podem ser cortados
menores, menos cozidos ou até mesmo crus.
- A partir dos seis meses a criança já está apta a comer pedaços
(e não apenas papas) e não corre mais o risco de
engasgar desde que o alimento seja oferecido no
formato e consistência correta para cada idade.
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
- Cada criança tem seu tempo, suas preferências e paladar!
- No início, é esperado que o bebê mais brinque com os
alimentos do que coma. E tudo bem! Não se preocupe nem
insista. O importante é respeitar a autonomia da criança.
- O bebê deve estar sentado na hora da refeição;
- Os alimentos devem estar ao alcance da criança;
- Respeitar os formatos e consistências dos alimentos de acordo
com a idade e desenvolvimento do bebê;
- Oferecer alimentos naturais e se possível orgânicos;
- No início são oferecidas frutas, legumes, verduras e aos
poucos são introduzidos outros alimentos;
- Prepare-se, a sujeira faz parte do processo. Se preferir forre o
chão ao redor da cadeira de alimentação ou deixe sempre por
perto um pano de chão e/ou papel toalha.
- A refeição desta criança pode e deve acontecer junto com toda
a família, integrando ela a rotina da casa!
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Como os alimentos devem ser preparados?
- A maior parte dos alimentos deve ser preparada no vapor,
ou cozido, ao ponto de que não se desmanche. Os vegetais,
como o aspargo só precisam ser cortados de tamanho
favorável, enquanto brócolis e couve-flor devem ser
oferecidos em ramos, com o cabinho para servir de suporte à
pegada. Os demais vegetais podem ser cortados em forma de
palito, com aprox. 5 cm x 2 cm. Note que alguns deles são
muito mais fáceis de serem manuseados pelo bebê quando
tem casca, então deixe um pedaço para que seu bebê segure
com mais firmeza. Eles podem ser feitos no vapor, cozidos em
panela com pouca água, grelhados ou ainda feitos no forno.
Esta última opção permite que ele fique mais “sequinho”,
fazendo com que o bebê manuseie mais facilmente.
- Frutas: as frutas ficarão menos escorregadia se você deixar
um pedaço de casca. A maça é uma fruta que pode ser difícil
de mastigar no início, observe para ver se seu bebê não
apresenta muita dificuldade e, se for necessário, cozinhe ou
deixe essa fruta para outro momento. Frutas como abacate e
melão devem ser cortadas em fatias, já nectarinas podem ser
cortadas pela metade ou 1\4. As uvas devem ser
cortadas ao meio, enquanto morangos podem ser
oferecidos inteiros.
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
- Arroz: o arroz é mais fácil de ser manuseado quando está
grudento, o que faz do arroz mais cozido (quase uma papa)
uma ótima opção! Quando estiver mais velho, seu bebê já será
capaz de pegar os grãozinhos.
- Carnes: os bebês adoram chupar as carnes assim que
começam a experimentar alimentos sólidos. Ofereça fatias
grandes ou ainda no osso, como coxa de aves (atenção aos
ossos pequenos, é necessário remover qualquer ponta que
possa machucar!). Bolinhos ou hamburguinhos feitos em casa
são ótimas opções.

Vantagens:
- Promover autonomia do bebê o desenvolvimento do
paladar;
- Oferecer experiência sensorial – sentir o cheiro, segurar,
testar, o que faz com que comer torne-se mais prazeroso para
o bebê. Por isso, mesmo que ele não coma tudo que for
oferecido, deixe que sinta os alimentos;
- Não se preocupe com quantidade, ele sabe exatamente o
suficiente que precisa (possui controle de saciedade). Se não
quiser comer, não force;
- A comida não deve ser feita separada da comida
da família - só evite os temperos picantes e o uso
do sal (até 1 ano);
- Promove experiência positiva coma comida.
MÉTODOS DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR
Desvantagens:
- Faz (muita) bagunça: Sim, você encontrará pedaços de
alimentos até dentro da fralda e é possível que tenha que dar
banho após todas as refeições. A boa notícia é que esse
período deve ter uma duração curta e logo o bebê aprenderá a
comer fazendo menos bagunça.
- Ter que lidar com preocupações de amigos, parentes que não
conhecem o método

PARTICIPATIVO (BLW + papinha)

Qual método usar?


O método que o bebê e a família se adaptarem melhor. Dar
em papinha, BLW ou participativo é uma decisão da família.
o início
- 2 primeiros meses: É uma fase de adaptação, onde o bebê
vai conhecer novos sabores, texturas, temperaturas, cheiros...
Introduzir um alimento por vez, durante 3 dias consecutivos
para avaliar alergias, tolerâncias e aprendizados da criança
por este novo sabor.
Oferecer o máximo possível de alimentos diferentes.

- Qual alimento iniciar: frutas ou legumes?


Decisão da família. Frutas têm sabores mais adocicados,
legumes são mais “salgados”. Você pode iniciar mesclando os
dois grupos.

- Rejeição a comida: Quando a criança rejeita algum alimento


por 3 dias, espera 15 dias e oferecer novamente. Se continuar
rejeitando, espere mais 30 dias e ofereça novamente. Não
desistir na primeira negação. As crianças tem alterações de
paladar e preferências, um alimento que não gosta hoje, pode
ser interessante mais para frente ou um que gosta pode ser
rejeitado com o passar do tempo.
o início
- Brincar com o alimento:
Nos primeiros dias (ou até meses) é normal a criança jogar,
lamber, esfregar, apertar entre os dedos o alimento. É uma
fase de experimentação e atividades sensoriais fazem parte
deste processo.

- Sujeira faz parte


Prepare-se para um “mini” faxina e um banho após cada
refeição. A bagunça faz parte! Lembre-se que a criança esta
aprendendo a ainda não tem controle total de sua
coordenação motora.
Dica: tenha sempre papel toalha, pano e desinfetante para
facilitar a limpeza pós refeições.
REFLEXO DE GAG X ENGASGO
Reflexo de GAG:
O reflexo de GAG é um reflexo protetor de vias aéreas, que
devolve um alimento mal deglutido pra frente da boca do
bebê. Esse alimento “devolvido”, por meio de uma “ânsia de
vômito”, vai ser ou cuspido, ou novamente mastigado e
deglutido.
Os gags acontecem com maior frequência quando o bebê
coloca pedaços grandes dentro da boca e, principalmente,
quando ainda não aprenderam a mastigar esses pedaços
antes de engolir – o que acontece principalmente nas
primeiras semanas de introdução alimentar. Com o passar do
tempo os reflexos tendem a diminuir ou até sumir!
Vale lembrar que também pode apresentar o reflexo de gag
para os alimentos pastosos e pastosos com pedaços, ou seja,
não é exclusivo do BLW!
Durante o reflexo de GAG não é necessário interferir ou tentar
auxiliar o bebê. O corpo da criança sabe exatamente o que
fazer!
Observe e acompanhe até que tudo se resolva sem assustar o
bebê ou se apavorar!
Como sempre digo, confie em seu filho!
REFLEXO DE GAG X ENGASGO
Engasgo:
Aspiração de um corpo estranho para as vias aéreas. Pode ser
causado por um alimento ou objetos (como brinquedos e
peças pequenas).
Logo após a aspiração de algum objeto, ocorre acesso de tosse
seguida de engasgo. Tosse persistente, chiado no peito, falta
de ar súbita, rouquidão e lábios e unhas arroxeadas, são
sinais sugestivos de que pode ter ocorrido a aspiração de um
corpo estranho.
Quando a aspiração é parcial, a criança pode tossir e esboçar
sons. Nesta situação, o melhor procedimento é a não
intervenção no ambiente doméstico e encaminhamento a um
serviço de saúde, para o tratamento definitivo.
Quando a aspiração é total, a criança não consegue esboçar
qualquer som, está com asfixia, falta de ar importante e até
com os lábios arroxeados. Nesta situação, deve-se utilizar a
manobra de Heimlich:
como saber se comeu o suficiente
A Organização Mundial de Saúde recomenda a “prática da
alimentação responsiva, que usa os princípios de cuidados
psicossociais ao se alimentar a criança. A prática inclui o
respeito ao mecanismo fisiológico de auto regulação do
apetite da criança, ajudando-a a se alimentar até estar
saciada, e requer sensibilidade da mãe/cuidador às indicações
de fome e de saciedade da criança. Recomenda-se alimentar a
criança lenta e pacientemente até que ela se sacie, jamais a
forçando a comer. As refeições devem ser prazerosas, com
troca amorosa entre a criança quem a está alimentando, por
meio de contato visual, toques, sorrisos e conversa. Se a
criança recusar muitos alimentos, pode-se experimentar
diferentes combinações, sabores, texturas e métodos de
encorajamento não coercitivos e que não distraiam a criança
da refeição. Há evidências de que o estilo mais ativo de
alimentar a criança melhora a ingestão de alimentos e o seu
estado nutricional, bem como seu crescimento”.
A partir deste trecho da OMS posso dar as seguintes dicas:
- O bebê já nasce com o mecanismo de auto regulação de
apetite e sabe quando esta com fome ou saciado - confie em
seu bebê!;
- Fique atento a sinais de saciedade da criança como empurrar
a comida, fechar a boca, virar o rosto, querer sair da cadeira
de alimentação...;
- NUNCA, JAMAIS E EM HIPÓTESE ALGUMA force a criança a
comer;
- A refeição deve ser feita em local calmo, tranquilo,
silencioso, sem pressa e de preferência junto com toda a
família;
- Se a criança recusa muitos alimentos, procure variar as
combinações, formas de preparo, textura dos alimentos,
temperos, o formato que é oferecido este alimento ou até
mesmo o método como ele é oferecido (BLW, papinha ou
participativo);

NUNCA
- Forçar a comida, abrir a boca à força, obrigar a engolir;
- Insistir, ameaçar, subornar;
- Distrair com músicas ou brincadeiras para o
bebê comer mais;
Estas atitudes acima podem trazer risco de
obesidade infantil ou doenças futuras
alimentos proibidos antes de 1 ano
- leite de vaca e derivados (iogurte, queijo, etc.);
- refrigerantes (ricos em sódio, açúcar, cafeína e aditivos
químicos);
- açúcares e adoçantes (calorias vazias, sem valor nutricional
que podem mascarar o sabor dos alimentos e trazer risco de
obesidade futura);
- biscoitos doces e recheados
- chocolate e achocolatados (ricos em açúcar, cafeína, gordura
podendo causar irritabilidade, insônia e sobrepeso);
- sal e temperos industrializados;
- salgadinhos (ricos e sal e gordura);
- embutidos e carnes processadas (ricas em gorduras, corantes
e conservantes químicos);
- café (contém cafeína que pode causar insônia e
irritabilidade);
- mel (risco de botulismo);
- frutos do mar como camarão, lula, polvo, siri, etc. (são
potenciais alergênicos);
- oleaginosas como castanha, nozes, amendoim, etc. (são
potenciais alergênicos).
alergias alimentares
Alergia alimentar é o resultado de uma reação imunológica
após a ingestão de proteínas alimentares em indivíduos
previamente sensibilizados. Ocorre em cerca de 3% das
crianças.

Como identificar?
Há três tipos de manifestações:
a) Mediadas por IgE ou imediatas, que ocorrem dentro de
minutos até 2 horas após a ingestão do alimento (urticária e
angioedema, hipersensibilidade gastrointestinal imediata,
síndrome oral alérgica e anafilaxia) e são as manifestações
mais comuns de alergia alimentar.
b) Não-mediadas por IgE ou tardias, que surgem horas após
ingerir o alimento (proctocolite, doença celíaca e intolerância
ao leite de vaca).
c) O terceiro grupo tem características de ambas, imediata e
tardia (dermatite atópica, esofagite, gastrite e enterocolite
alérgicas).
alergias alimentares
Diagnóstico
O diagnóstico de alergia alimentar se inicia com a suspeita e
se completa somente com os testes de provocação oral.
a) Qual alimento é suspeito de provocar a reação;
b) O intervalo entre a ingestão do alimento e o surgimento
dos sintomas;
c) Quais foram os sintomas.
d) Se os sintomas ocorrem sempre que o alimento é ingerido.
e) Se os sintomas ocorrem sem que o alimento seja ingerido.
Consulte um alergista e faça destes cutâneos ou de sangue
para identificar as possíveis alergias.

Alimentos mais alergênicos:


Ovo, leite de vaca, trigo e soja (sendo responsáveis por cerca
de 90% dos casos de alergias), peixes, crustáceos e frutos do
mar, corantes e oleaginosas (como nozes, amendoim)

Recomendação da Soc. Brasileira de Pediatria


Ovo e peixe – a partir do 6º mês
Leite de vaca e derivados – a partir de 1 ano
Frutos do mar e crustáceos – a partir de 1 ano
Oleaginosas – a partir de 1 ano
Corantes alimentares – após 2 anos
Soja – a partir do 6º mês
alergias alimentares
Tratamento – dieta de exclusão
A única forma eficaz de tratamento de alergia alimentar é
excluir totalmente da dieta o alimento identificado.
A hipersensibilidade alimentar pode desaparecer com o
tempo, mesmo nos casos de reações graves. Alergia a leite,
ovo e soja resolve mais rapidamente que alergia a amendoim,
peixes e crustáceos. Deve-se tentar reintroduzir o alimento a
cada 6 a 12 meses de dieta de exclusão, para verificar se o
paciente já desenvolveu tolerância.
sucos
Até os 6 meses - não oferecer nada além do leite materno ou
fórmula. Nem mesmo água, suco ou chá!
A partir do 6o mês o recomendado pela Sociedade Brasileira
de Pediatria (SBP) e pela Academia Americana de Pediatria
(AAP) é oferecer frutas in natura.
Quando o alimento é usado no preparo da bebida, acabamos
perdendo suas fibras e algumas vitaminas. Com isso, o açúcar
presente nas frutas (frutose) é aproveitado de forma muito
rápida pelo nosso organismo, elevando a insulina. Esse
processo contribui para o surgimento de doenças como
obesidade e diabete.
Também é importante ressaltar que um copo de suco de
laranja, por exemplo, pode conter de 3 a 4 laranjas, logo, 3 a
4 vezes mais calorias do que uma unidade da fruta. Nenhuma
criança chupa quatro laranjas de uma só vez. Mas, no suco,
essa quantidade é ingerida com facilidade.
Quando a fruta é substituída pelo suco, a criança está
deixando de estimular os movimentos de mastigação e
deglutição e conhecer a textura e consistência desses
alimentos.
O suco de fruta quando oferecido junto com a
refeição interfere no paladar da criança e
diminui o apetite - toma mais suco e come
menos comida.
sucos
Recomendação:
- 0 a 1 ano - não consumir sucos;
- 1 a 2 anos - se possível não oferecer (dar preferência por
frutas in natura) ou respeitar o limite de 100 ml por dia;
- 2 a 6 anos – 150 ml por dia;

bom apetite!
Em caso de dúvidas:
(82) 9.9314-6768
Renata Greco - CRN 22.046

Você também pode gostar