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ERGONOMIA E

ACESSIBILIDADE
Me. Mario Bueno Moreira

INICIAR

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introdução
Introdução
Olá, aluno(a). Seja bem-vindo(a) à disciplina de Ergonomia e Acessibilidade.
Atualmente, podemos notar que existe uma grande pressão dos diferentes
stakeholders de um projeto de interiores para que se desenvolva e aplique
conceitos que possibilitem tornar os ambientes cada vez mais adequados e
confortáveis aos clientes. Por isso, este conteúdo permitirá que você
compreenda temas como a antropometria, a proxêmica e a ergonomia, o
quanto eles são essenciais para se ter um melhor entendimento de métodos
e conceitos que possibilitem aprimorar os ambientes, de acordo com as
características dos usuários.

Mesmo com a dificuldade de se planejar o ambiente para todos os possíveis


usuários que possam utilizá-lo, é essencial que se busque o atendimento pelo
aproximado desses dados, uma vez que ambientes planejados sem se levar
em conta as características dos seus possíveis usuários podem não
apresentar as condições que atendam às suas necessidades, trazendo
possíveis problemas à saúde desses usuários.

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Ergonomia, Antropometria
e Proxêmica: Conceitos e
Aplicabilidades

O primeiro tema que trataremos nesta unidade é a ergonomia. A palavra


ergonomia vem da junção de duas palavras de origem grega: a primeira é
ergon
, que significa trabalho, e a segunda é
nomos
, que significa leis ou
preceitos. A ergonomia pode ser vista como a ciência do trabalho, sendo
considerada uma disciplina que aborda sistematicamente diferentes fatores
da atividade humana. A ergonomia anteriormente fazia parte das Ciências
Biológicas e da Engenharia. Porém, na atualidade, a ergonomia pode ser vista
como uma disciplina com maior abrangência, compreendendo diversas áreas
de conhecimento. Além disso, o foco da ergonomia deixou de estar apenas
nas atividades relativas ao trabalho, mas agora também compreende o
desenvolvimento de produtos (CORRÊA; BOLETTI, 2015).

Outro fato importante em relação à ergonomia é que que esse termo foi
criado no ano de 1857, por Wojciech Jastrzebowski, um naturalista de origem
polonesa. Na visão de Jastrzebowski, a ergonomia se referia ao processo de
análise da adequação do trabalho ao indivíduo, estando ele realizando
alguma interação com processos, sistemas ou produtos (CORRÊA; BOLETTI,
2015).

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A ergonomia apresenta como principal objetivo, de maneira geral, analisar


como o trabalho pode ser adequado considerando as características
humanas. Para isso, é necessário primeiramente identificar como funciona
esse ambiente de trabalho. O termo trabalho é bastante amplo, abrangendo
todo tipo de ações desenvolvidas, inclusive aquelas que demandem a
utilização de equipamentos e também atividades que decorrem da relação
indivíduo e produção.

Conforme a maneira que o trabalho é desenvolvido e com o espaço de tempo


que o indivíduo permanece em uma mesma posição durante dessa tarefa,
podem surgir diferentes problemas em relação à sua condição, sendo os
principais a fadiga e o desconforto. Isso acontece devido à realização de
esforços repetitivos e pela postura incorreta em que o indivíduo se encontra.

Uma das formas mais eficazes de se evitar esse tipo de problema é buscar
adequar as atividades de trabalho seguindo as características dos seres
humanos. Esse processo de análise é visto como a base para criação e
sustentação da ergonomia.

Agora trataremos do nosso segundo tema: a antropometria. A palavra


antropometria é originada da junção de duas palavras gregas:
anthropos
, que
significa relativo ao ser humano, e
mentry
, que significa em português
medida. Dessa forma, antropometria pode ser vista como uma ciência de
natureza biológica que tem como principal objetivo a realização de estudos de
fatores mensuráveis da morfologia dos seres humanos. Em outras palavras, a
antropometria estuda e avalia as medidas de tamanho, massa e proporções
existentes no corpo humano (CORRÊA; BOLETTI, 2015).

Conforme Dul e Weerdmeester (2012), os responsáveis pela realização de


projetos de estações de trabalho, móveis e máquinas precisam se lembrar
com frequência de que cada indivíduo apresenta características diferentes.
Por exemplo, a altura de uma cadeira pode ser adequada para uma pessoa,
porém pode ser totalmente inadequada para outra. Por isso, graças ao estudo
da antropometria é possível realizar essa análise das dimensões e proporções
do corpo humano.

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Em outras palavras, a antropometria pode ser utilizada para se predizer e


estimar os vários componentes corporais de populações. Na área
ergonômica, serve como técnica de natureza estatística de estudo do corpo
humano, que, por meio das medidas físicas usadas como base para desenhos
de postos de trabalho, busca a conservação da postura apropriada.

Além disso, verifica-se que, em momentos em que duas pessoas se


encontram demasiadamente próximas, existirá um incômodo. Por outro lado,
ao deixar as pessoas a uma distância grande, também ocorrerá problemas,
uma vez que a dificuldade de contato entre os indivíduos será grande. Nesse
contexto, a proxêmica atua na realização do cálculo do limite do conforto
entre as pessoas em um determinado espaço.

O termo proxêmica é utilizado para designar as observações e teorias inter-


relacionadas do uso do espaço pelo homem, que é uma elaboração
especializada da cultura. Outro fato importante é que a proxêmica é vista
também como uma regra que pode variar considerando-se a cultura e o
fatores individuais (HALL, 2003).

Ergonomia, Antropometria e Proxêmica:


no Design de Interiores
Souza (2017) destaca que o responsável por um projeto de interiores deve
construir o espaço de maneira coerente, com base em normas de iluminação,
temperatura e acústica. Outro ponto de grande importância é que o projeto
de interiores precisa identificar e analisar as necessidades reais dos diferentes
tipos de usuários que possam vir a utilizar os espaços.

Assim, temas como a ergonomia, a antropometria e a proxêmica podem ser


aplicáveis no design de interiores. A seguir são apresentadas algumas razões
para a utilização desses conceitos no design de interiores:

A ergonomia possibilita a análise de fatores que possibilitam a


melhora dos ambientes para os usuários, ou seja, a partir da
consideração de fatores ergonômicos é possível se desenvolver

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espaços que sejam mais adequados e confortáveis aos indivíduos,


possibilitando maior desempenho na realização das atividades.
A antropometria abrange a análise das proporções humanas,
objetivando-se definir as características dos espaços para os
diferentes tipos de usuários. A partir da consideração dos conceitos
da antropometria se traz a possibilidade de que, juntamente com o
projeto de interiores, seja realizada uma análise das características
dos usuários que utilizavam os espaços, de forma a definir as
características dos ambientes visando atender melhor aos usuários.
A proxêmica abrange o estudo das distâncias entre os indivíduos nos
espaços. A partir da consideração desse conceito é possível definir,
de acordo com a natureza das atividades a ser realizada nesses
espaços, o modo que os usuários devem ficar distantes uns dos
outros. Em restaurantes, por exemplo, os indivíduos de uma mesma
mesa devem ficar próximos um dos outros, porém, para pessoas em
mesas diferentes, é preciso considerar uma distância maior, de
maneira a garantir que cada mesa possa ter o mínimo de
privacidade.

Medidas Estáticas Antropométricas


As medidas estáticas antropométricas se referem às medidas dos indivíduos
em repouso. A principal aplicação desses dados é na etapa de projeto dos
objetos que apresentam baixa mobilidade. Na Figura 1.1 são apresentadas as
medidas antropométricas médias para os trabalhadores brasileiros, como
base em um estudo amostral.

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Figura 1.1 Medidas estática antropométrica dos trabalhadores brasileiros.

Fonte: Corrêa e Boletti (2015, p. 39).


No Quadro 1.1 podemos ver as medidas de antropometria estática dos
trabalhadores brasileiros. Essas medidas foram definidas a partir de um
estudo amostral.

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Medidas de antropometria Homens

Estática (cm) Brasil 5% 50% 95%

1. Corpo em pé

1.0 Peso (Kg) 52,3 66 85,9

1.1 Estatura, corpo ereto 159,5 70 181

1.2 Altura dos olhos 149 159,5 170

1.3 Altura dos ombros 131,5 141 151

1.4 Altura do cotovelo 96,5 104,5 112

1.7 Comprimento do braço com dedos 79,5 85,5 92

1.9 Profundidade do tórax 20,5 23 27,5

1.10 Largura dos quadris 29,5 32,4 35,8

2. Corpo sentado

2.1 Altura da cabeça ao assento 82,5 88 94

2.2 Altura dos olhos ao assento 72 77,5 83

2.3 Altura dos ombros ao assento 55 59,5 64,5

2.4 Altura do cotovelo ao assento 18,5 23 27,5

2.5 Altura do joelho sentado 49 53 57,5

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2.6 Altura poplítea sentado 39 42,5 46,5

2.8 Comprimento nádega-poplítea 43,5 48 53

2.9 Comprimento nádega-joelho 55 60 65

2.12 Largura entre cotovelos 39,7 45,8 53,1

2.13 Largura dos quadris, em pé 29,5 32,4 35,8

5. Pés

5.1 Comprimento do pé 23,9 25,9 28

5.2 Largura do pé 9,3 10,2 11,2


Quadro 1.1 – Principais medidas estáticas de natureza antropométrica dos
trabalhadores brasileiros

Fonte: Corrêa e Boletti (2015, p. 40).

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atividade
atividade
Sabendo da importância de se entender a definição de conceitos como a
antropometria, ergonomia e proxêmica, assinale a alternativa correta.

a)
A proxêmica é um termo de origem polonesa e é vista como ciência do
trabalho.
b)
O principal objetivo da antropometria é analisar se o trabalho é adequado
ao ser humano.
c)
A palavra antropometria é a junção das palavras de origem turca
anthropos
e
mentry
.
d)
O termo ergonomia vem da junção das palavras do latim
ergon
e
nomos
.
e)
A antropometria estuda e avalia as medidas de tamanho, massa e
proporções existentes no corpo humano.

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Ergonomia, Antropometria
e Proxêmica: Histórico e
Outros Conceitos

Oficialmente, a ergonomia só foi formalizada no ano de 1949, pelo


engenheiro de origem inglesa Kenneth Frank Hywel Murrell. Ele foi
responsável pela criação da primeira sociedade a tratar da temática
ergonomia em todo o globo. Essa sociedade se chamava
Ergonomic Research
Society
. Porém, desde a antiguidade já se discutiam temas que são relativos à
ergonomia moderna. Na pré-história, por exemplo, constatou-se que o
homem possa ter adequado o uso da pedra às suas características pessoais.
Em cada período histórico o homem procura adequar suas atividades
conforme suas próprias características pessoais, buscando eficiência e
conforto (CORRÊA; BOLETTI, 2015).

Foi no período renascentista, mais especificamente entre o período dos


séculos XIV e XVII, que passaram a existir alguns estudos concretos relativos a
temas da ergonomia moderna. Nomes como Leonardo da Vinci e Bernardino
Ramazzini foram pioneiros nessas discussões, porém, foi o cientista de origem
polonesa Wojciech Jastrzebowski que estabeleceu o conceito de ciência do
trabalho, dando origem ao termo ergonomia (CORRÊA; BOLETTI, 2015).

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Essa temática evoluiu ainda mais a partir da revolução industrial, uma vez que
nesse período houve desenvolvimento de tecnologias em um nível nunca
antes visto. Nesse sentido, foi necessário estabelecer novas abordagens de
trabalho, que levassem em conta adaptar as atividades aos trabalhadores,
mas nesse período as discussões relativas ao tema da ergonomia ainda eram
bem básicas.

Com o surgimento do Taylorismo, a partir das últimas décadas do século XVIII,


iniciou-se a discussão mais científica sobre a relação existente entre homem e
trabalho. A partir da 1ª Guerra Mundial, que ocorreu entre os anos de 1914 e
1917, tiveram início os estudos fisiológicos e psicológicos, buscando trazer
eficiência para a indústria de armamentos.

A consolidação da ergonomia como uma disciplina de caráter científico


aconteceu somente a partir da década de 1940, já que nessa época novas
tecnologias começaram a aparecer e faltava alinhamento entre as condições
humanos e essas tecnologias.

Corrêa e Boletti (2015) apontam que primeiramente a ergonomia era


discutida apenas para fins militares, já que atividades relacionadas a esse
setor demandam muito esforço físico e cognitivo dos indivíduos. Por causa do
avanço tecnológico gerado pela 2ª Guerra Mundial, a ergonomia passou a
atuar também na solução de problemas de natureza não militar. Nesse
período começou a se perceber a enorme dificuldade de os indivíduos para
desempenharem suas funções a partir do uso de determinados
equipamentos. Dessa maneira, o resultado era um desempenho fraco na
realização dessas atividades e também aumento significativo da chance de
ocorrer algum erro humano. Diante disso, psicólogos e estudantes envolvidos
em atividades militares começaram a desenvolver pesquisas nessa área. Anos
depois, teve início um estudo mais específico envolvendo a relação entre o ser
humano, o ambiente e os equipamentos. Por isso, apesar de a ergonomia
orientar no início apenas as atividades de trabalho, acabou, com o tempo,
servindo como base para diversas outras disciplinas, entre elas o
desenvolvimento de produtos.

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A ergonomia sofreu diferentes modificações desde a 2ª Guerra Mundial, a


partir disso, Hendrick (2006) aponta que a partir desse período a ergonomia
passou por quatro grandes fases:

1° fase:
nessa fase ocorreu a ergonomia de hardware, ou também
chamada ergonomia tradicional, que contemplava a análise dos
aspectos físicos dos indivíduos, primeiramente na área militar e
depois expandindo-se para todas as demais áreas de trabalho,
sempre com ênfase nas questões relativas á biomecânica e fisiologia
das estações de trabalho, bem como a interação existentes entre
indivíduo e máquinas.
2° fase:
nessa fase ocorreu a ergonomia do Meio Ambiente, que lida
com fatores ambientais tanto naturais como artificiais, contemplando
aspectos como vibração, temperatura, ruídos, entre outros. Essa fase
é marcada pela grande preocupação dos diferentes stakeholders em
melhorar a relação existentes entre o ser humano e o meio que ele
está inserido, principalmente devido à consolidação de temas como a
sustentabilidade.
3° fase:
nessa fase ocorreu a ergonomia de software ou cognitiva,
que se iniciou na década de 1980, a partir da consolidação da
informática. Essa fase é marcada pela preocupação entre a interação
entre homem e máquina. Outra característica importante é que
nessa fase o ser humano passa a não manusear o produto de
maneira manual, mas sim por meio da utilização de alguma máquina,
determinando que exista mais um esforço mental do que
simplesmente físico.
4° fase:
nessa fase ocorreu a macroergonomia, que abrange uma
visão mais global da ergonomia, não restringida apenas ao operador
e sua interação com uma máquina, mas também abrange o contexto
político, psicossocial e organizacional de um determinado sistema.

Na realidade brasileira, as pesquisas relativas a ergonomia datam de tempos


recentes, mesmo que existam pesquisas datadas do século XIX, se padroniza

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dizer que essas discussões se iniciaram apenas a partir dos anos de 1970,
quando pesquisadores de diferentes universidades do Brasil passaram a
inserir a ergonomia na temática de diferentes disciplinas, envolvendo diversas
áreas de estudo (CORRÊA; BOLETTI, 2015).

saiba mais
Saiba mais
Oliveira e Mont’alvão (2015) realizaram um
estudo sobre metodologias utilizadas nos
estudos de Ergonomia do Ambiente
Construído e uma proposta de modelagem
para projetos de Design de Interiores. Neste
artigo são apresentados algumas definições e
princípios pertinentes a esse segmento. Tais
conceituações se fazem necessárias para o
entendimento sobre as principais
metodologias aplicadas em pesquisas de
Ergonomia do Ambiente Construído no
Brasil.
Fonte: Oliveira e Mont’alvão (2015, p.150-
165).

Em relação à antropometria, dados históricos indicam que sua aplicação


ocorre desde a antiguidade, por volta dos anos 3500 e 2200 a.C., quando os
povos egípcios e gregos pesquisavam a relação existente entre as partes do
corpo de uma pessoa e o seu corpo como um todo. Os estudos
antropométricos surgiram na Europa, a partir dos anos 700 e 500 a.C. Nas
sociedades atenienses e espartanas, a prática de exercícios físicos era
primordial para o endurecimento do corpo, disciplina cívica, preparação
militar e alcançar melhores níveis de energia espiritual e física. Para a
sociedade ateniense, a educação de ordem corporal possuía uma posição de
destaque, chegando ao ponto de serem definidos padrões de eficiência moral,
estética, terapêutica, fisiológica e educacional.

Na Era Renascentista, o estudo das proporções humanas ganhou destaque. O


homem vitruviano (Figura 1.2), interpretado pelo renomado artista Leonardo

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da Vinci aproximadamente no ano de 1490, é a representação de natureza


gráfica mais conhecida das proporções humanas. O posicionamento humano
com braços e mãos estendidos fornece várias informações que podem ser
utilizadas inclusive na arquitetura. O alcance entre as mãos equivale à medida
da sua altura. Ao analisar as proporções entre os segmentos corporais
humanos, várias partes do corpo constituem um conjugado de proporções
que se adaptam nas formas geométricas de quadrado e círculo.

Figura 1.2 – Homem Vitruviano

Fonte: aimy27feb / 123RF.


Referente à proxêmica, tem-se que, nos últimos anos da década de 1960 e no
início da década de 1970, passou a existir pesquisar relativas à relação
existente entre comportamento e o ambiente em que os indivíduos estão
inseridos. Diversos estudos foram realizados nessa área, principalmente por
especialistas em arquitetura (TALMASKY; SANTOS, 1998).

Os estudos mais notáveis foram do arquiteto Kevin Linch em 1982, que


estudou a percepção visual a partir da elaboração de mapas cognitivos, e pelo
antropólogo Edward Hall, que elaborou o conceito da proxêmica lidando com
fatores relativos às distâncias entre os indivíduos. Outro trabalho importante
foi o do psicólogo americano Robert Sommer, que estudou o espaço pessoal,
e do arquiteto Amos Rapoport, que pesquisou sobre a influência dos padrões
de comportamento e físicos sobre os padrões culturais (TALMASKY; SANTOS,
1998).

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Áreas da Ergonomia
Conforme a
International Ergonomics Association
([2019], on-line), na
atualidade a ergonomia é organizada em três grandes áreas: as ergonomias
cognitiva, física e organizacional. Todas essas áreas têm como principal
objetivo garantir melhores condições de trabalho para os indivíduos,
buscando a garantia de sua satisfação, segurança, saúde e eficiência no modo
que desempenham suas atividades.

A ergonomia cognitiva também é chamada engenharia psicológica e tem


como principal objetivo analisar os processos mentais, como o raciocínio, a
memória e a percepção, além da resposta motora e outros possíveis
elementos que existem em um determinado sistema. Entre os conceitos mais
importantes desse tipo de ergonomia estão a análise das cargas de trabalho
mental das atividades, desempenho especializado, tomada de decisões,
interações existentes entre os indivíduos e a tecnologia computacional, bem
como o estresse computacional.

Por outro lado, a ergonomia física tem como principal objetivo analisar as
características anatômicas, antropométricas, fisiológicas e biomecânicas dos
indivíduos quanto à realização de uma atividade que exija esforço físico. Os
conceitos mais importantes em relação a esse tipo de ergonomia são: o
estudo da postura dos indivíduos na realização das atividades de trabalho e a
análise dos fatores para construções das estações de trabalho.

Já em relação à ergonomia organizacional, o principal objetivo é otimizar os


sistemas sociais e técnicos dentro do ambiente de trabalho, a partir do
desenvolvimento de políticas estratégicas de cunho empresarial que leve em
conta as características sociais envolvidas no trabalho. Além disso, esse tipo
de ergonomia abrange também a realização do projeto participativo da
empresa, buscando estabelecer estratégias cooperativas de trabalho e
otimizar fatores relacionados à gestão da qualidade, organizações em rede e
cultura organizacional.

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Divisões da Antropometria
Segundo Corrêa e Boletti (2015), a antropometria pode ser dividida em três
grupos: dinâmica, funcional e estática. A antropometria dinâmica tem como
foco a análise das limitações dos movimentos das partes do corpo de maneira
individual, tendo sempre preferência para a realização de movimento sem
que ocorra utilização de significativo esforço físico, considerando fatores
como bem-estar físico, segurança, conforto, entre outros.

A antropometria funcional abrange as medidas antropométricas que estejam


ligadas à realização de tarefas que demandem movimentação conjunta de
vários segmentos corporais para realizar uma função. Por exemplo, o alcance
das mãos não se limita ao comprimento dos braços, pois ele envolve também
o movimento dos ombros, a rotação do tronco, a inclinação das costas e o
tipo de função a ser exercida pelas mãos.

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atividade
atividade
Sabe-se que a ergonomia é dividida em três grandes áreas: ergonomia cognitiva,
ergonomia física e ergonomia organizacional. Em relação a essas três grandes áreas
da ergonomia, assinale a alternativa correta.

a)
A ergonomia física tem como principal objetivo lidar com aspectos
psicológicos.
b)
A ergonomia cognitiva também é conhecida como ergonomia do
pensamento.
c)
A otimização dos sistemas sociais e técnicos é um dos principais objetivos
da ergonomia organizacional.
d)
A ergonomia cognitiva foca nos aspectos estratégicos da empresa.
e)
Na ergonomia física lida-se com questões relativas ao raciocínio humano.

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Ergonomia e o Trabalho

No Brasil, a ergonomia começou a ser discutida a partir dos anos 1960,


tardiamente, se comparada aos países desenvolvidos, por isso a ergonomia
brasileira sofreu bastante influência da experiência desses outros países.
Nesse início, a ergonomia era aplicada quase que exclusivamente em
discussões relativas à engenharia de produtos, porém, a partir dos anos 1970,
a ergonomia passou a ser aplicada também na solução de problemas
relativos a condições de trabalho, já que nessa época o número de acidentes
de trabalho era bastante elevado. O marco da década de 1970, quando
falamos de ergonomia, foi a realização do primeiro Seminário Brasileiro,
realizado em 1975 (JACKSON FILHO; LIMA, 2015).

Foi a partir da experiência das indústrias de mineração de carvão e de


siderurgia localizadas no continente europeu que se adotou ações para
resolver os elevados casos acidentes de trabalho no Brasil durante a década
de 1970. Outro fato importante é que nesse período houve grande pressão
dos movimentos sociais para se adotar uma nova abordagem que tivesse
uma preocupação maior com as condições de trabalho.

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Além disso, constata-se que o avanço da ergonomia nos anos 1980 está
diretamente ligado à pressão popular, principalmente por meio dos sindicatos
de trabalhadores. Esses órgãos populares tinham como principal objetivo
garantir que as condições de trabalho fossem melhoradas, promovendo,
dessa forma, a saúde dos trabalhadores. No Brasil, a doença do trabalho mais
preocupante era a tenossinovites, um problema bastante comum entre os
profissionais que prestavam serviços de digitação. Visto a relevância das
discussões relativas ao problema da tenossinovite, sindicatos passaram a
atuar em conjunto com o poder público, entre eles sanitaristas, inspetores,
etc.

Nos anos 1990, essa parceria entre sindicatos e poder público culminou no
desenvolvimento de uma atualização da NR-17, contemplando aspectos da
ergonomia nos ambientes de trabalho e da organização do trabalho, com isso
foi possível alcançar importantes avanços na temática da ergonomia no Brasil.

Mudança nas Características do Trabalho


Até a década de 1980, praticamente todas as atividades eram realizadas de
maneira manual e mesmo as máquinas utilizadas nesse período precisavam
de força física, porém, com o avanço da informática a partir de 1980, houve
uma significativa mudança nas características do trabalho. Os trabalhadores
deixaram de ser executores do trabalho para serem controladores, ou seja, as
atividades passaram a ser realizadas por máquinas programadas por
computadores, diminuindo a demanda por esforço físico dos operadores.

Essas transformações possibilitaram que o trabalho fosse menos pesado nos


aspectos físicos, porém, a parte cognitiva começou a ser significativamente
mais acionada do que anteriormente, já que o operador passava a lidar mais
com questões de controle das máquinas, exigindo maior raciocínio e atenção.
Corrêa e Boletti (2015) destacam que a partir desse período a tecnologia da
informação se transformou em uma extensão do cérebro humano e as
interfaces para a operação demandam mais das funções cognitivas humanas.

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Os componentes técnicos que compõem uma máquina apresentam


características de alta precisão e velocidade, exigindo alto grau de força.
Diferentemente disso, os seres humanos são mais lentos e com menos
energia que uma máquina. Porém, os seres humanos apresentam melhores
características de adaptabilidade e de flexibilidade. Dessa forma, constata-se
que o ser humano e as máquinas são capazes de se unir para formar um
sistema com grande eficiência do ponto de vista produtivo.

Nesse sentido, verifica-se que controlar as máquinas não era um grande


problema em tempos passados, mas, na atualidade, com avanço tecnológico
cada vez maior, as máquinas apresentam características cada vez mais
complexas, demandando mais conhecimento e atenção do operador. Dessa
forma, o ser humano passa a ser uma peça vital para garantir a eficiência
desse sistema produtivo computadorizado.

Diante dessa maior demanda pelas funções cognitivas imposta por essa
transformação das características do trabalho, alguns problemas passaram a
ser ainda mais comuns, entre eles a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e a
DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho).

Doenças do Trabalho: LER e DORT


O principal objetivo da ergonomia é garantir que os espaços de trabalhos
sejam adequados para os indivíduos. Existem determinadas atividades que
necessitam de maior cuidado, principalmente aquelas em que o trabalhador
fica por um longo de tempo parado em uma mesma posição ou realizando
movimentos repetitivos.

Atividades repetitivas são capazes de gerar graves problemas aos indivíduos,


sendo o principal deles as lesões por esforços repetitivos (LER). Esse tipo de
doença é causado principalmente pela realização de esforço repetitivos, mas
também está relacionado com posturas inadequadas nas realizações das
atividades, conhecidas como posturas antiergonômicas. A LER pode acontecer
com trabalhadores tanto do meio rural quanto do meio urbano. Cortadores
de cana e bancários são exemplos de funções que parecem tão opostas, mas

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ambas apresentam atividades repetitivas, que contribuem para a ocorrência


do LER.

Diversos sintomas estão estritamente relacionados com a ocorrência da LER,


como fadiga, sensação de peso, ocorrência de dores, parestesia, entre outros.
A LER pode afetar tanto a capacidade dos indivíduos que eles podem se
tornar incapacitados de realizar suas atividades laborais, seja de forma
temporária, seja permanente. Entre as razões desses problemas graves
relacionados a LER está a elevada utilização das composições anatômicas do
sistema musculoesquelético e do reduzido tempo para sua recuperação.

A LER, apesar de gerar diversos problemas de saúde nos indivíduos, não é


considerada uma doença, mas sim uma síndrome composta por um grupo de
diferentes doenças, como a tenossinovite, bursite, tendinite, entre outros. De
maneira geral essas doenças afetam nervos, tendões, músculos dos membros
superiores, causando inflamações e dores aos indivíduos.

Outro fato importante é que a LER também pode ser denominada LTC (lesão
por trauma cumulativo), DORT (distúrbio osteomuscular relacionado ao
trabalho), AMERT (afecções musculares relacionadas ao trabalho) e síndrome
dos movimentos repetitivos. Além disso, a LER é causada por mecanismos de
agressão, que vão desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem
muita força na sua execução, até vibração, postura inadequada e estresse.

Não pode ser apontada apenas uma causa para a LER, já que existem
diferentes fatores que podem contribuir para o surgimento desse problema.
As principais dessas causas, segundo Corrêa e Boletti (2015), são: movimentos
repetitivos, manutenção de posturas inadequadas por período prolongado,
trabalho estático, frio ou condições climáticas, esforço físico, invariabilidade
de tarefas, pressão mecânica sobre partes do corpo, como os membros
superiores, e condições organizacionais e psicossociais.

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atividade
atividade
Uma das grandes preocupações ergonômicas no que se refere à postura corporal
durante a atividade de trabalho está relacionada às implicações que a posição
estática durante várias horas seguidas ao dia pode ocasionar. A má postura ou
postura inadequada pode gerar diversos problemas que vão desde o aumento dos
níveis de desconforto até o surgimento de danos na coluna vertebral (CORRÊA;
BOLETTI, 2015). Levando isso em conta, sobre os problemas de saúde ocorridos
devido às atividades de trabalho, assinale a alternativa correta.

CORRÊA, V. M.; BOLETTI, R. R.


Ergonomia:
fundamentos e aplicações. Porto Alegre:
Bookman, 2015.

a)
LER e DORT são problemas de saúde totalmente diferentes, já que
apresentam causas diferentes.
b)
Todos os especialistas consideram a LER como uma doença bastante grave
relacionada ao trabalho.
c)
ALERT é outro nome que pode ser dado a LER.
d)
Atividades repetitivas não são a causa das doenças de trabalho.
e)
A LER é considerada uma síndrome, não uma doença.

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Dados Antropométricos

Existem inúmeras variáveis em um mesmo espaço e, como forma de seleção,


busca-se apenas os dados que sejam mais adequados às características dos
usuários do espaço ou de um determinado mobiliário que se queira projetar.
É essencial que se defina corretamente os principais fatores dos indivíduos,
principalmente etnia, ocupação, sexo e idade. Caso o usuário seja apenas um
indivíduo, ou um grupo em pequeno número, o arquiteto precisa, nesse caso,
levantar os dados antropométricos reais desses indivíduos, bem como suas
medidas corporais.

Em relação aos dados antropométricos empregados em projeto de interiores,


existem dois tipos básicos:

Estruturais:
Também são denominados estáticos, abrange as medidas do
tronco, da cabeça e membros em posições padronizadas.

Funcionais:
Conhecida também como dinâmica, abrange medidas de
tomadas em posições de trabalho ou durante um movimento associado a
uma determinada tarefa.

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Na Figura 1.3 são apresentadas as medidas corporais mais empregadas por


designers de interiores.

Figura 1.3 – Medidas corporais empregados por designers

Fonte: Panero e Zelnik (2008, p. 30).


Os dados antropométricos a ser utilizados irão depender do tipo de projeto
de interiores, e os principais tipos de projetos de interiores são: espaços
residenciais, escritórios, espaços comerciais, espaços de alimentação, espaços
sanitários, espaços de recreação e lazer, espaços públicos e espaços
audiovisuais.

Apresentação dos Dados


Existem duas maneiras principais de representar os dados antropométricos,
ou de forma gráfica, como na Figura 1.4, ou em tabela, em que os dados são
apresentados apenas de maneira número, identificando os percentis e o
desvio padrão.

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Figura 1.4 – Medidas corporais empregados por designers

Fonte: Panero e Zelnik (2008, p. 31).


No momento em que os dados são levantados, eles se encontram de maneira
estaticamente desorganizados. Após o levantamento de dados, é preciso
organizar os dados de maneira ordenada e lógica. Nesse caso os dados
antropométricos são reorganizados de maneira a serem reestruturados para
indicar frequência.

Já que as dimensões corporais das pessoas variam em grande escala dentro


de qualquer grupo populacional, não é prático projetar para todo o grupo.
Portanto, a distribuição estatística das dimensões corporais é de extrema
importância para o designer no sentido de se definir padrões e na tomada de
decisões durante o processo de projeto.

Percentis
Por causa das significativas variações nas dimensões corporais dos indivíduos,
as médias são usadas em raras vezes pelos designers, sendo preciso então
trabalhar com esta gama de variação. Estaticamente, demonstrou-se que, em
qualquer grupo populacional, as medidas do corpo humano são distribuídas
em uma faixa média, enquanto que um número menor de medidas extremas
situa-se nas duas pontas do espectro.

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Uma vez que não se projeta para toda a população, é preciso selecionar um
segmento da porção central. Dessa forma, atualmente se convém esquecer os
extremos das duas pontas e trabalhar com 90% do grupo populacional
analisado. Ou seja, se estiver pesquisando altura de uma população, deve-se
esquecer a altura dos indivíduos que sejam ou muito altos, ou muito baixos,
conseguindo, assim, ter um dimensionamento mais adequado.

Grande parte dos dados antropométricos é normalmente expressa em


percentis. Para fins de estudo, a população é geralmente dividida em 100
categorias percentuais de maior para a menor em relação a algum tipo
específico de medida corporal. O primeiro percentil de estatura ou altura, por
exemplo, indica que 99% da população estudada teriam altura maiores. Da
mesma maneira, o percentil 95 indica que somente 5% da população
estudada teria altura maior e que 95% dessa população teria a mesma altura
ou menores percentis, indicando a porcentagem de pessoas dentro da
população que têm uma dimensão corporal de um determinado tamanho, ou
menor.

Segundo Panero e Zelnik (2008) os percentis podem ser definidos da seguinte


maneira: para qualquer conjunto de dados, o peso de um grupo de usuários
de um espaço, por exemplo, o primeiro percentil é um valor que, por um lado,
é maior que os pesos de cada um dos 1% de pilotos mais leves e, por outro
lado, é menor que os pesos de cada um dos 99% dos homens mais pesados.
De modo parecido, o segundo percentil é maior que cada um dos 2% mais
leves e menor que cada um dos 98% mais pesados. Qualquer que seja o valor
de k, variando de 1 a 99, o percentil k é um valor maior que cada um dos k%
mais leves e menor que o maior deles (100 k%). O percentil 50, que
encontramos entre os valores médios, divide um conjunto de dados em dois
grupos contendo os 50% menores e os 50% maiores desses valores.

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atividade
atividade
Observa-se em qualquer livro de anatomia uma gama enorme de dimensões
corporais existentes. Panero e Zelnik (2008) apontam que em publicações recentes
há quase mil medições diferentes relacionadas ao corpo humano. Em relação aos
tipos de dados antropométricos, é correto afirmar que:

PANERO, J.; ZELNIK, M.


Dimensionamento humano para espaços interiores
.
Barcelona: Editora Gustavo Gili, 2008.

a)
De forma geral, existem três tipos básicos de dados antropométricos.
b)
É essencial que se defina corretamente os principais fatores dos
indivíduos, principalmente etnia, ocupação, sexo e idade.
c)
Os dados antropométricos funcionais são denominados também estáticos.
d)
Os tipos de dados antropométricos não variam de acordo com o tipo de
projeto de interiores.
e)
Os dados estruturais são relacionados a medidas tomadas em posições de
trabalho ou durante um movimento associado a uma determinada tarefa.

flit
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reflita
reflita
Existe um erro bastante grave na aplicação dos dados
antropométricos. Esse erro é considerar que uma dimensão
de percentil 50 representa realmente as medidas de um
"homem médio" e criar um projeto para acomodar os dados
desse percentil. O erro de tal hipótese é que, por definição,
50% desse grupo podem sofrer consequências de um mau
projeto. O chamado "homem médio" simplesmente não
existe. Dependendo da natureza do problema de projeto, ele
poderia ser concebido para acomodar o percentil 5 ou o 95,
de modo que a maior parte da população seja atendida. Dessa
forma, o profissional de design deve tirar o foco de encontrar
as medidas desse “homem médio”, mas sim encontrar valores
médios a partir de cálculos estatísticos.

Fonte: Panero e Zelnik (2008, p. 37)

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indicações
Material
Complementar

LIVRO

Ergonomia - Interpretando A NR-17


Alexandre Pinto da Silva
Editora:
LTr Editora
ISBN:
9788536187723
Comentário:
Neste livro o estudante pode conhecer
mais da NR-17, estudando cada um dos tópicos que
compreende a norma. O conhecimento dessa norma é
essencial para qualquer profissional que queira
desenvolver espaços adequado e confortáveis, para os
usuários dos espaços de trabalho.

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FILME

Tempos Modernos
Ano:
1936
Comentário:
No filme Tempos Modernos podemos ter
uma ideia de como era o trabalho em tempos antigos,
verificando como a ergonomia possibilitou avanços nas
condições de trabalho nas indústrias. O personagem
desse filme vive em um tempo em que as condições de
trabalho era muitos ruins, gerando inúmeros
problemas para sua saúde e para sua integridade física
e também psicológica.
TRAILER

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conclusão
Conclusão
Nesta unidade pudemos conhecer os principais temas ligados à adequação
dos espaços aos indivíduos. Conceitos como ergonomia, antropometria e
proxêmica fornecem subsídios para se estabelecer ações para garantir que os
ambientes estejam adaptados às características dos indivíduos, objetivando
promover o conforto e qualidade de vida dos usuários.

Além disso, pudemos compreender que, atualmente, temas como a


ergonomia e a antropometria não estão apenas ligados às questões relativas
aos ambientes de trabalho, mas também a uma gama enorme de áreas de
conhecimento, como  a utilização dos conceitos da ergonomia no design de
interiores, que permite que os ambientes sejam pensados de acordo com as
características dos usuários.

referências
Referências
Bibliográficas
CORRÊA, V. M.; BOLETTI, R. R.
Ergonomia:
fundamentos e aplicações. Porto
Alegre: Bookman, 2015.

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DUL, J.; WEERDMEESTER, B.


Ergonomia prática
. 3. ed. São Paulo: Editora
Blucher, 2012.

HALL, E. T.
La dimensión oculta
. Coyoacán: Siglo Veintiuno Editores, 2003.

HENDRICK, H. W.
Macroergonomia:
uma introdução aos projetos de sistemas
de trabalho. Rio de Janeiro: Virtual Científica, 2006.

INTERNATIONAL ERGONOMICS ASSOCIATION. Definition and Domains of


Ergonomics.
International Ergonomics Association.
Disponível em: <
https://iea.cc/definition-and-domains-of-ergonomics/
> Acesso em: 14 mar.
2019.

JACKSON FILHO, J. M.; ANTUNES LIMA, F. P. Análise Ergonômica do Trabalho


no Brasil: transferência tecnológica bem-sucedida?
Revista brasileira de
saúde ocupacional
, São Paulo, v. 40, n. 131, 2015.

OLIVEIRA, G. R.; MONT’ALVÃO, C. R. Metodologias utilizadas nos estudos de


Ergonomia do Ambiente Construído e uma proposta de modelagem para
projetos de Design de Interiores.
Estudos em Design
, v. 23, n. 3, p. 150-165,
2015.

PANERO, J.; ZELNIK, M.


Dimensionamento humano para espaços
interiores.
Barcelona: Editora Gustavo Gili, 2008.

SOUZA, H. N. F. A importância das técnicas ergonômicas no design de


interiores.
Revista On-line IPOG
, Goiânia, v. 1, n. 14, 2017.

TALMASKY, E. M.; SANTOS, N. A Eco-Ergonomia Como Auxiliar na Concepção


do Espaço de Trabalho. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO – ENEGEP, 1998, Niterói.
Anais ...
Niterói: ENEGEP 1998, 1998.

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