Você está na página 1de 5

ERGONOMIA E ACESSIBILIDADE

Associação Internacional de Ergonomia (IEA) diz que: “é a disciplina científica que trata da
compreensão das interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e
a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam otimizar o
bem-estar humano e a desempenho global dos sistemas”. (2010).
Um pouco complexo né? Vou explicar melhor.

ERGONOMIA é a ciência que estuda a integração entre o homem e o ambiente à sua volta.
Ela estuda a adaptação do ambiente às medidas do corpo humano, onde as capacidades
físicas são estudadas em diferentes situações para que se obtenha como resultado o
conforto, visando proporcionar saúde, segurança e bem-estar. Ou seja, não existe a
possibilidade de falarmos em conforto sem pensarmos nas necessidades do ser humano.
Isso envolve todas as dimensões que adotamos absolutamente em tudo à nossa volta.
Dessa forma, a ergonomia deve ser aplicada em todos os locais: no trabalho, em casa, no
transporte, locais de lazer, entre outros.

A IEA divide ergonomia em 3 domínios de especialização: Ergonomia Física, Ergonomia


Cognitiva e Ergonomia Organizacional. Terei como foco a Ergonomia Física, que se relaciona
mais diretamente com a Arquitetura e Design de Interiores. Ela diz respeito às respostas do
corpo humano, que incluem: estudo da postura, manipulação de materiais, movimentos
repetitivos, lesões musculares, demandas de trabalho, segurança e saúde.
Para que haja uma adequação do corpo com os ambientes, é empregado o estudo da
ergonomia, aplicada ao mobiliário e a sua disposição no ambiente. Por exemplo: posicionar
uma televisão em um local confortável para aqueles que irão utilizá-la, ou colocar um
computador em uma altura adequada para uso, com uma cadeira ergonômica, para que
não cause dores na coluna, entre outros. Ou seja, os espaços e objetos são dimensionados
de maneira que o uso fique simples e seguro, possibilitando perfeita circulação e
locomoção.

Vale lembrar, que é muito mais econômico projetar e montar um ambiente com ergonomia
do que o corrigir depois. Nos projetos de arquitetura, por exemplo, o objetivo principal está
em respeitar os espaços mínimos de circulação, deslocamento, necessidades e limitações
físicas. Todos os mobiliários são projetados de acordo com as medidas do homem. A base
do projeto deve descobrir quem é o usuário, qual função ele exerce e adaptar as melhores
questões ergonômicas, inclusive no que que diz respeito à luminotécnica, cor, design de
móveis, conforto térmico e acústico. Isso proporcionará conforto e um melhor uso dos
espaços.

Além disso, segundo especialistas, os procedimentos ergonômicos, quando aplicados de


maneira correta, contribuem para a diminuição do cansaço e tornam eficientes os
procedimentos que visam evitar lesões físicas ao indivíduo. As lesões por esforço repetitivo
são um dos problemas físicos mais comuns que pode causar limitações ou mesmo a
incapacidade de trabalhar, por exemplo. Utilizar soluções ergonômicas no local de trabalho
é uma iniciativa que pode aumentar significativamente os níveis de satisfação, eficácia e
eficiência do trabalhador. A disposição adequada de mesas e cadeiras, equipamentos e
demais itens utilizados na produção torna o empregado mais motivado para o trabalho
diário.

Para finalizar, conclui-se que a Ergonomia está baseada em 3 pilares básicos:


Conforto, Segurança e Eficiência. Se forem bem aplicados, auxiliam para alcançar
um desempenho acima da média e garantir saúde e bem-estar para as pessoas. Se
tivermos um trabalho em conjunto da Arquitetura com a Ergonomia, teremos mais
conforto, acessibilidade e um menor stress que certas barreiras nos causariam, além de
unir beleza e funcionalidade nos projetos.

Segundo a NBR 9050: Norma Técnica para acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços
e equipamentos urbanos “Pessoa com mobilidade reduzida é aquela que, temporária ou
permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-
lo. Pode ser pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante ou fraturada, incluindo também
pessoas fora do padrão antropométrico médio, além de crianças até seis anos e do idoso
regular acima de 60 anos de idade.”

Vamos relembrar alguns pontos da sua vida.


Você nunca caiu de bicicleta?
Nunca teve cãibras incontroláveis?
Nunca teve um pequeno corte na mão que impossibilitou alguns movimentos?

Quem nunca se machucou? Acessibilidade é para todos os momentos da vida.

Fonte: Banco de Imagens Google


Então. Todos esses são pontos que podem restringir temporariamente o desempenho de
uma função ou atividade no nosso dia-a-dia e se nossos ambientes não estiverem pensados
para eventos casuais como estes podem criar barreiras físicas que dificultem ainda mais
nosso dia.

Para clarificar, barreira física (ou arquitetônica) é qualquer elemento natural, instalado ou
edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço ou
equipamento. Não entendeu?….que tal assim: Sabe aquele desnível incômodo de um
ambiente para o outro que você sempre tropeça? Ou aquele armário aéreo que você
sempre bate a cabeça quando está arrumando a cozinha? E aquela pia baixinha ou muito
alta que dá uma dor nas costas sem igual depois de lavar alguns pratos?? Então, todos
esses “desconfortos” são consideradas barreiras físicas.

Dores nas costas são uma das mais comuns reclamações quando o mobiliário não se ajusta
ao nosso corpo

Com o desenho universal pensamos em formas de possibilitar o baixo esforço físico, e como
podemos utilizar nossos espaços e objetos de forma confortável e com o mínimo de
fadiga. Finalmente, pode prover dimensão e espaço apropriados para o acesso, o alcance, a
manipulação e o uso, independentemente do tamanho do corpo, da postura ou mobilidade
do usuário.Quando projetamos uma casa, um escritório ou até uma cidade, utilizamos o
que chamamos de Desenho Universal. As regrinhas contidas nesse conceito visam atender à
maior gama de variações possíveis das características antropométricas e sensoriais da
população, dessa forma podemos minimizar riscos e consequências adversas de acidentes
não intencionais para quem for que utilize o espaço, independente da condição física da
pessoa.

Outros dois conceitos muito importantes são a ergonomia e a antropometria. A ergonomia


é uma ciência que estuda a relação do homem com os equipamentos que utiliza, com vistas
ao aumento da eficiência e à redução de desconfortos, aperfeiçoando seu desempenho,
por exemplo, a cadeira que utilizamos todo dia no trabalho, ou a altura da mesa do nosso
computador, ou até mesmo o tipo de piso utilizado nos ambientes de circulação de um
escritório. Já a Antropometria é o estudo da forma e do tamanho do corpo humano.
Ergonomia na cozinha
Fonte:http://www.arquidicas.com.brergonomia-da-cozinha

Qualquer espaço, mobiliário ou equipamento especificado de acordo com a norma,


aplicados e dimensionados com cuidado e bom senso, certamente garantirão maior
amplitude de uso a diferentes padrões antropométricos, determinando maior bem-estar,
melhor qualidade de vida e inclusão social.Por isso é tão importante que seu arquiteto
utilize a norma NBR 9050 e os conceitos do desenho universal em seus projetos.

Cobre esse conhecimento do seu arquiteto. E lembre-se, apoiar questões de acessibilidade


na sua cidade com certeza trará benefícios enormes para todos, pois à medida que houver
efetiva acessibilidade nas cidades, mais pessoas com mobilidade reduzida serão qualificadas
para assumir os postos de trabalho disponíveis no mercado, havendo efetiva inclusão social
e profissional.

Fontes: NBR 9050: Norma Técnica para acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos

Você também pode gostar