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O conjunto de crenças e saberes são parte de uma estrutura sociocultural. Com isso o ato de
amamentar terá significados diferentes em cada cultura. Assim, a decisão de amamentar ou
não o seu bebê estará atrelado à importância que tal sociedade dá a esta tarefa. Por isso é
fundamental que as informações sobre o AME sejam transmitidas como um projeto de Saúde
Pública. Visando difundir seus benefícios e alertar para os risco que a não prática desta
atividade acarreta.
Assim, o SUS, como orientador dos processos socioeducativos em Saúde, deverá promover
contínua discussão sobre como se implementar políticas de saúde relacionadas à
amamentação. O profissional de saúde, uma vez que é parte do SUS , terá papel primordial no
desenvolvimento de ações de vigilância da saúde da comunidade que venham promover a
prática da amamentação. E como último elemento temos o cidadão, que precisam assumir a
responsabilidade da defesa de seus próprios interesses e saúde e da coletividade como um
todo.
Sendo assim a a amamentação deve ser estimulada, pois cada mamada representa uma
espécie de vacinação para o bebê. Fornecendo os nutrientes, a proteção e desenvolvendo
estruturas: ósseas; psicológicas; neurológicas. Trazendo benefícios à lactante também, que, ao
amamentar seu filho, pois terá uma criança mais saudável e com menos risco à aquisição de
doenças. Além disso é ato importante sob ponto de vista econômico.
A espécie humana contou com a amamentação praticamente em toda sua existência. Dessa
forma, parece razoável supor que ela, do ponto de vista epigenético, tem no leite materno a
fonte ideal de nutrição, permitindo que todo o seu potencial genético inerente seja atingido.
Isso ocorre porque a composição do leite materno garante as quantidades necessárias de
água, carboidratos, lipídeos e proteínas para o desenvolvimento adequado dos lactentes. Além
do que é prático, isento de bactérias e contém grande quantidade de fatores imunológicos que
protegerão a criança por boa parte de sua infância.
O leite materno é o alimento ideal para o bebê recém-nascido e é recomendado como o único
alimento nos seis primeiros meses de vida, com introdução de alimentos complementares e
continuação da amamentação a partir de então e até os dois anos de idade ou mais. Para a
sobrevivência do bebê é importantíssimo que o leite materno não seja substituído, pois atende
todas as necessidades nutricionais, imunológicas e psicológicas do mesmo.
É importante ressaltar as diferenças entre o leite humano (LH) e o leite de vaca. O leite
humano possui cerca de 3 vezes menos proteína que o leite de vaca e menor percentual de
caseína, o que facilita a sua digestão. Em relação à proteína do soro, o leite materno é rico em
α-lactoglobulina, ao passo que o leite de vaca é rico em β-Lactoglobulina. Além disso, o LH
possui menor quantidade de eletrólitos e sódio que o leite de vaca, e também é rico em
colesterol, para favorecer a mielinização do sistema nervoso central do recém-nascido. A
proporção de ferro no LH e no leite de vaca é a mesma, porém a biodisponibilidade de ferro no
LH é maior.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a amamentação deve iniciar ainda na sala de
parto na primeira hora de vida, ser mantida na forma de aleitamento materno exclusivo (AME)
sem adicionar qualquer tipo de alimento sólido/semissólido ou líquidos nos primeiros 6 meses
de vida, e, a partir de então, introduzir a alimentação complementar adequada, mantendo-se
também o aleitamento materno (AM) por 2 anos ou mais.
Sendo o leite materno composto de vários nutrientes, ele é capaz de ajudar a evitar mortes
infantis. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças
menores de 5 anos em todo o mundo, por causas preveníeis (JONES; et al., 2003). Nenhuma
outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de
crianças menores de 5 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o UNICEF, em
torno de seis milhões de vidas de crianças estão sendo salvas a cada ano por causa do
aumento das taxas de amamentação exclusiva.
Esse aleitamento das doenças citadas evita diarreia. Há muitas evidências de que o leite
materno protege contra a diarreia, principalmente em crianças de classe social econômica
baixa ou muito baixa. É importante destacar que essa proteção pode diminuir quando o
aleitamento materno deixa de ser exclusivo. Oferecer à criança amamentada água ou chás,
prática considerada inofensiva até pouco tempo atrás, pode dobrar o risco de diarreia nos
primeiros seis meses.
Ainda tem efeito positivo em relação à inteligência, pois há evidências de que o aleitamento
materno contribui para o desenvolvimento cognitivo. A maioria dos estudos conclui que as
crianças amamentadas exclusivamente no peito até seis meses apresentam vantagem nesse
aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de
nascimento.
Importância do colostro
Inicialmente, os bebês não apresentam defesas e precisam recebê-las da mãe, através do leite.
O colostro é a primeira secreção láctea produzida pela mãe, mas já transfere anticorpos para o
sistema imunitário do recém-nascido e assim o protege de muitas doenças. Nenhuma fórmula
alimentar artificial se mostra igual ou superior ao leite materno, tanto nutricional como em
relação à prevenção de doenças.
É o colostro, o leite que vai satisfazer as necessidades do bebê na primeira semana de vida. Ele
contém menos gordura e carboidratos e mais proteína e concentrações grandes de sódio,
potássio, cloro e anticorpos.
O aleitamento materno proporciona uma série de defesas contra invasores por meio do
colostro e do leite maduro, pois completa a imunidade recebida na vida intrauterina,
representada pela passagem transplacentária de anticorpos e pelos fatores de resistência
presente no líquido amniótico.