Você está na página 1de 43

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-CSS


DEPARTAMEMTO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO SOCIAL

ÉLIDA MARIA DA SILVA MENDES


KATRINY BRITO
KELLY CRISTINA MONTE
MARIA DO SOCORRO

RELATÓRIO DE CONCLSÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO


SOCIAL NA MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA

TERESINA
2017
ÉLIDA MARIA DA SILVA MENDES
KATRINY BRITO
KELLY CRISTINA MONTE
MARIA DO SOCORRO

RELATÓRIO DE CONCLSÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO


SOCIAL NA MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA

Relatório apresentado à disciplina


“Estágio Supervisionado em Nutrição
Social” como pré-requisito parcial para
aprovação.

Supervisora: Profa. Mc. Ivonete Moura Campelo

TERESINA
2017
1 INTRODUÇÃO
O aleitamento materno possui inúmeras vantagens, tanto para a criança,
quanto para a mãe, pois além de promover o desenvolvimento motor e cognitivo da
criança, protege contra doenças crônicas e infecciosas e favorece o vínculo mãe e
filho (OPAS, 2003). Na saúde da mulher, a amamentação protege contra o câncer
de mama e de ovário, diabetes tipo 2 e prolonga o espaçamento entre as gestações
(MARTINS et al., 2016).
Sendo que nos últimos anos, o reconhecimento sobre a importância do
aleitamento materno tem crescido consideravelmente, tendo em vista as evidências
epidemiológicas dos benefícios da amamentação tanto para o lactente quanto para a
nutriz (BINNS; LEE, 2014).
O leite humano não é simplesmente um conjunto de nutrientes espécie-
específicos facilmente absorvidos pelo organismo do bebê; sua alta complexidade
biológica resulta em atividade protetora e imunomoduladora (GENOVEZ, 2011). É
considerado o alimento ideal para recém nascidos a termo até o sexto mês de vida,
justificando o crescente uso do leite materno também para prematuros, por possuir
teores maiores de proteínas totais e imunoproteínas, lipídeos, cálcio, alguns
microminerais e vitaminas (BRAGA;PALHARES, 2007).
Além de ser uma excelente fonte nutricional para o crescimento e
desenvolvimento da criança, o leite materno está associado com a redução de risco
de diversas enfermidades (AGUIAR; SILVA, 2011). Por isso até os seis meses de
vida a criança deve estar em aleitamento materno exclusivo, uma vez que a
interrupção do aleitamento pode levar a ingestão energética inadequada (SILVA et
al., 2013).
Apesar da recomendação e da importância da amamentação natural, o
desmame precoce e suas consequências é uma realidade especialmente nos
grupos sociais menos favorecidos, assumindo características de um importante
problema de saúde pública (PAIVA; VENÂNCIO, 2008). Isso levou vários órgãos a
tomarem iniciativas de estímulo à amamentação, por meio da disseminação e
divulgação das informações sobre a importância e vantagens do aleitamento
materno (REIS, et al, 2008).
Nesse cenário, destaca-se a Rede Nacional de Banco de Leite Humano
(BLH), projeto do Ministério da Saúde e da Fundação Instituto Osvaldo Cruz, com a
missão de promover a saúde da mulher e da criança, com o objetivo de contribuir
para a redução da mortalidade neonatal e de melhorar os indicadores de aleitamento
materno no Brasil (BRASIL, 2008).
Os Bancos de Leite Humano (BLH) assumem fundamental importância por
constituírem solução de efetividade comprovada (LOURENÇO; BARDINI; CUNHA,
2012; O’HARE; WOOD; FISKE, 2013). São responsáveis por desempenhar ações
de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, bem como oferta de leite
humano ordenhado pasteurizado, prioritariamente aos recém-nascidos prematuros
e/ou de baixo peso, que não sugam, infectados, dentre outros (BRASIL, 2008).
Os BLHs funcionam sem fins lucrativos, inexistindo comercialização de seus
produtos, assim participação da doadora torna-se fundamental para que os BLH
possam viabilizar a manutenção do aleitamento natural para os receptores
(ALENCAR; SEIDL, 2009) uma vez que a partir da doação são iniciadas todas as
ações que culminam na distribuição do leite humano pasteurizado aos RNs com
indicações clínicas deste consumo (GENOVEZ, 2011).
Diante dos inegáveis benefícios do aleitamento materno, aliados a um
ambiente acolhedor e profissionais capacitados, a MDER possui uma importância
significativa no cuidado à saúde da mulher, da gestação ao parto, bem como de sua
prole durantes os primeiros meses de vida. Desta forma, o seguinte trabalho teve
como intuito realizar atividades de educação, orientação e assistência nutricional às
puérperas e nutrizes, assistidos na MDER.
2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Produção do leite materno

A auréola corresponde à área circular escurecida ao redor do mamilo, que


tem sua pigmentação e seu tamanho intensificados durante a gestação. Também é
possível perceber na aréola aberturas ductais de glândulas sebáceas, sudoríparas e
lactíferas, compondo os tubérculos de Montgomery, que secretam substâncias que
lubrificam e protegem o mamilo (SANTIAGO, 2013).
No conjunto, as glândulas areolares parecem ter um papel no início da
amamentação, uma vez que seu produto possui odor e sabor que estimulam
sensorialmente o recém-nascido, não apenas o direcionando até o mamilo, mas
despertando nele um estado de atividade que propicia uma pega mais efetiva
(ARAÚJO, 2010).
Os reflexos da produção e da ejeção de leite ocorrem em resposta à sucção
da mama, pois os sinais nervosos enviados pela via neuronal aferente até o
hipotálamo determinam liberação de prolactina (pela hipófise anterior) e ocitocina
(pela hipófise posterior). A maior parte do leite é produzida durante a mamada,
enquanto o bebê suga (WEFFORT; LAMOUNIER, 2009).

2.2 Composição do leite humano

Nenhum outro alimento ou leite industrializado modificado é capaz de oferecer


ao bebê todos os ingredientes do leite materno. O leite humano (LH) é um alimento
balanceado, que oferece muito mais do que nutrição para a criança pequena
(PASSANHA; CERVATO-MANCUSO; SILVA, 2010).
Além dos macro e micronutrientes, evidências indicam que ele contém uma
série de outros componentes, incluindo agentes anti-inflamatórios, imunoglobulinas,
antimicrobianos, antioxidantes, oligossacarídeos, citocinas, hormônios e fatores de
crescimento, com atividade biológica relacionada ao desenvolvimento, à regulação
metabólica e à inflamação. O efeito combinado desses componentes resulta na
proteção à saúde dos lactentes (SANTIAGO, 2013).
O leite humano tem uma composição e volume de acordo com o estágio da
lactação. No primeiro estágio da lactogênese, iniciado na gestação, as mamas
encontram-se em preparação para produzir o leite, o colostro está presente nas
mamas a partir desta ocasião (TELES, et al., 2015).
O colostro é um fluido amarelado, de alta densidade e pequeno volume, que
preenche as células alveolares no último trimestre da gestação. O alto teor de
proteínas e minerais no colostro, além da baixa concentração de gordura e lactose,
corresponde às necessidades do recém-nascido na primeira semana (VITOLO,
2013). O colostro prevê 67kcal/dL e é rico em imunoglobulinas, lactoferrina e
leucócitos, além de facilitar o surgimento de lactobacilos bífidos no trato
gastrointestinal e a eliminação de mecônio (CALDEIRA, 2007).
O LH maduro é uma mistura homogênea composta por três frações: fração
emulsão (glóbulos de gordura), fração suspensão (micelas de caseína) e fração
solução (constituintes hidrossolúveis). Em relação à sua densidade energética, há
variações nas descrições da literatura, como 65 a 72,2 kcal/dL (SANTIAGO, 2013).
O leite materno contém 88% de água e sua osmolaridade é semelhante à do
plasma. Dessa maneira, o aleitamento exclusivo ao peito, em esquema de livre
demanda, sem qualquer complementação hídrica, mantém o lactente perfeitamente
hidratado (SILVA, 2005).
O leite do início “sacia” a sede e protege o bebê, o do final “engorda”. Na
próxima mamada, começar com o peito que o bebê sugou por último na mamada
anterior, ou no peito que não mamou, porque é importante retirar a maior quantidade
possível de leite para estimular sua produção.

2.3 Aleitamento materno

O aleitamento materno é o modo mais apropriado e seguro de alimentação


na primeira infância. Proporciona uma combinação única de proteínas, lipídios,
carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas, assim como benefícios
nutricionais, imunológicos, psicológicos e econômicos reconhecidos e
inquestionáveis (SANTIAGO, 2013).
Destaca-se, ainda, a possibilidade da prevenção de doenças do adulto a
partir de uma alimentação saudável na infância. São vários os efeitos do aleitamento
materno sobre a saúde na idade adulta, como redução do risco de sobrepeso,
obesidade e diabete melitos, além de melhor prognóstico cognitivo, níveis mais
baixos de pressão arterial e de colesterol (WEFFORT E LAMOUNIER, 2009).
Atualmente, há evidências de benefícios da amamentação do ponto de vista
nutricional, imunológico, metabólico, ortodôntico, fonoaudiológico, afetivo,
econômico e social. Essas vantagens são vivenciadas em sua plenitude quando a
amamentação é realizada de forma exclusiva por 6 meses e complementada por 2
anos ou mais (SILVA et al., 2013).
As categorias de aleitamento materno foram preconizadas pela organização
Mundial de Saúde (OMS) em 1991 e incluem:
 Aleitamento materno exclusivo (AME) – a criança recebe apenas o leite de
sua mãe, ama de leite ou leite humano ordenhado, sem outros líquidos ou sólidos,
excetuando-se gotas, xaropes, suplementos minerais ou medicamento;
 Aleitamento materno predominante (AMP): a criança recebe leite humano e
líquidos como água, chás, suco de fruta e medicamentos, porém nenhum outro leite;
 Aleitamento materno complementado (AMC): a criança recebe leite humano e
outros alimentos sólidos, semissólidos ou líquidos, incluindo leite não humano;
 Aleitamento materno (AM): a criança recebe leite humano diretamente da
mama ou ordenhado
Além de uma maior proteção contra infecções, a amamentação exclusiva até
o sexto mês de vida é importante sob o ponto de vista nutricional. A suplementação
com outros alimentos e líquidos diminui a ingestão de leite materno, o que pode ser
desvantajoso para a criança, já que muitos alimentos e líquidos oferecidos às
crianças pequenas são menos nutritivos e podem interferir na biodisponibilidade de
micronutrientes do leite materno, como o ferro e o zinco (DIAS; FREIRE;
FRANCESCHINI, 2010).
A AME por 6 meses também está associado a benefícios para a nutriz.
Estudo realizado com mais de 14 mil puérperas mostrou que aquelas que
amamentaram seus filhos exclusivamente com leite materno até essa idade
pesavam 1,38kg menos do que aquelas que não amamentaram (SANTIAGO, 2013).

2.5 Hospital amigo da criança

Com o objetivo de diminuir as taxas de morbimortalidade materna e neonatal


e aumentar as do aleitamento materno, a UNICEF e a Organização Mundial de
Saúde, lançaram nos anos de 1990, a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). A
iniciativa prevê dez passos incentivo e promoção ao Aleitamento Materno, para
implementação nas maternidades (TELES et al., 2015).
A IHAC foi criada pela OMS e UNICEF, em resposta ao chamado para a ação
da Declaração de Innocenti, conjunto de metas criadas com o objetivo de resgatar o
direito da mulher de aprender e praticar a amamentação com sucesso. À IHAC
soma-se aos esforços do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno
(PNIAM/MS), coordenado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011).
Para receber o título de Hospital Amigo da Criança o hospital deve cumprir os
Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno e atender os demais critérios
estabelecidos pelo Brasil, que está relacionado à Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância,
Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) ( LOPES et al., 2013).
Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno são os seguintes:
1. Ter uma política de aleitamento materno escrito que seja rotineiramente
transmitida a toda equipe de cuidados da saúde.
2. Capacitar toda a equipe de cuidados da saúde nas práticas necessárias para
implementar essa política.
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento
materno.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira meia hora após o
nascimento.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se
separadas dos seus filhos.
6. Não oferecer aos recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite
materno, a não ser que haja indicação médica.
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam
juntos - 24 horas por dia.
8. Incentivar o aleitamento materno sob livre demanda.
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.
10.Promover grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses
grupos na alta da maternidade.
Os Dez Passos são recomendações que favorecem a amamentação a partir
de práticas e orientações no período pré-natal, no atendimento à mãe e ao recém-
nascido ao longo do trabalho do parto e parto, durante a internação após o parto e
nascimento e no retorno ao domicílio, com apoio da comunidade. São úteis também
para capacitar a equipe hospitalar que trabalha com mães e bebês para informar
sobre as vantagens e o correto manejo do aleitamento materno e sobre as
desvantagens do uso dos substitutos do leite materno, das mamadeiras e das
chupetas, dentre outros (BRASIL, 2011).
O hospital ou unidade de saúde com serviço materno-infantil que tenha
interesse em se tornar Amigo da Criança necessita, primeiramente, avaliar suas
práticas atuais quanto aos “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”
(LOPES et al., 2013).
Para isso, o responsável pelo estabelecimento hospitalar deve preencher o
instrumento de autoavaliação fornecido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e
obter, no mínimo, 80% de aprovação nos critérios globais estabelecidos para cada
passo. Essa avaliação permite que diretores e chefes das unidades hospitalares
façam uma estimativa inicial e analisem as práticas que incentivam ou desestimulam
a amamentação, para, posteriormente, solicitar a avaliação global (UNICEF, 2010).
O credenciamento e permanência do hospital na IHAC depende, também, do
treinamento da equipe que trabalha com mães e bebês e da sensibilização do
dirigente do hospital e das chefias de serviços da maternidade. Para a concretização
da IHAC, é necessário que os profissionais da unidade hospitalar participem do
curso de Manejo em Aleitamento Materno, de 20 horas, que tem por objetivo
fortalecer o conhecimento e implementação dos “Dez Passos para o Sucesso do
Aleitamento Materno” (BRASIL, 2011).
Atualmente, a IHAC conta com mais de 20 mil hospitais credenciados em,
aproximadamente, 156 países (UNICEF, 2010). No Brasil, em 2014, esse número
alcançou 323 hospitais, com onze credenciados no Piauí. Destes, quatro em
Teresina (UNICEF, 2014).

2.6 Banco de Leite Humano

Diversas iniciativas têm surgido com o intuito de aumentar as taxas de


aleitamento materno. Dentre essas iniciativas, destaca-se o Banco de Leite Humano
(BLH), o qual é definido como um serviço especializado responsável por ações de
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Tais ações são realizadas por
meio de distribuição de leite humano aos lactentes impossibilitados de recebê-lo de
sua genitora, além de palestras, demonstrações e treinamento (BRASIL, 2006).
O Brasil tem a maior rede de BLH do mundo. Em 2013, mais de 89.126
crianças pré-termo receberam leite humano advindo destes bancos, os quais
coletaram cerca de 85.738 litros de leite, doados por, aproximadamente, 82.500
mulheres cadastradas em todo o território brasileiro (TELES et al., 2015).
No Brasil, os Bancos de Leite Humano (BLH) estão organizados por meio de
uma Rede Nacional de BLH que, atuam de acordo com o padrão técnico de
qualidade estruturado no Programa Nacional de Qualidade em BLH (BRASIL, 2006).
Essas instituições têm como atribuição prestar serviço especializado,
responsabilizando-se por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno (AM) e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz, do
seu processamento, controle de qualidade e distribuição (BRASIL, 2008).
Nesse sentido, os BLH têm se configurado como um dos mais importantes
elementos estratégicos da política pública em favor da amamentação, sendo
determinante para a saúde materno-infantil (D'ARTIBALE et al., 2013).
As doações voluntárias de leite humano ordenhado são necessárias para a
manutenção dos Bancos de Leite e possibilitam o aleitamento natural para a
população-alvo desta estratégia, constituída, prioritariamente, por recém-nascidos
prematuros e/ou doentes (BRASIL, 2008).
Mesmo com as campanhas de divulgação nos meios de comunicação de
massa e serviços de saúde sobre a importância da doação de leite materno, tem
sido um desafio para os Bancos de Leite aumentar o volume de doações e alcançar
as necessidades crescentes de leite humano. Neste sentido, recrutar novas
doadoras e aumentar o volume e a frequência de doações tornou-se prioridade para
a maioria dos BLHs do país (THOMAZ et al., 2008).
De acordo com a legislação que regulamenta o funcionamento dos Bancos de
Leite no Brasil (RDC Nº 171) a doadora, além de apresentar excesso de leite, deve
ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a
ordenhar e a doar o excedente.
Na Maternidade Dona Evangelina Rosa, localizada na capital piauiense,
funciona desde 1987 o Banco de Leite Humano, que é referência no Estado.

2.7 Caracterização da Instituição


A Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER) , localizada na região sul da
cidade de Teresina-Pi foi inaugurada pelo governador e médico, Dr. Dirceu Mendes
Arcoverde, em 15 de julho de 1976 juntamente com Dr. Jurandir Mendes Soares,
Secretário de Saúde do Estado e Dr. Carlos Burlamaqui da Silva na Secretárip de
Obras. Sua estrutura física pré-moldada bem como todos os equipamentos e
materiais necessários para seu funcionamento foram adquiridos na Inglaterra.
A Maternidade Dona Evangelina Rosa, a maior do estado, presta
atendimento as parturientes e neonatais de alto risco de todo o Piauí, sendo campo
de estágio dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades
Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Estadual do Piauí (UESPI) dos
cursos: medicina, enfermagem, nutrição, assistente social, odontologia, fisioterapia e
de enfermagem da NOVAFAPI. E pós-graduação com os Programas de Residência
Médica em Obstetrícia/ Ginecologia e de Pediatria (área de concentração,
neonatologia) da UFPI, credenciados pela Comissão Nacional de Residência
Médica.
Com a implantação da Gestão Plena Municipal no Sistema Único de Saúde a
MDER passou a ser referência na rede municipal à assistência a gestante de alto
risco, mantendo a referência estadual. A MDER recebeu do UNICEF o Título de
Hospital Amigo da Criança tendo em vista a dedicação e empenho dos recursos
humanos da instituição no incentivo ao aleitamento materno.
A MDER oferece os seguintes serviços:
1. Assistência ambulatorial:
 Consultas médicas de obstetrícia (pré-natal e puerpério), ginecologia,
pediatria (incluindo consulta pediátrica pré-natal) e genética.
 Consultas de enfermagem obstétrica.
 Consultas de nutrição para gestante e criança.
 Consulta e orientação com equipe do Banco de Leite.
 Acompanhamento por equipe multiprofissional do recém-nascido de alto
risco.
 Triagem obstétrica.
 Assistência odontológica para gestantes e crianças de zero a cinco anos.
 Serviço de imunização para gestante e criança.
 Programa de acompanhamento à adolescente grávida.
 Programa de planejamento familiar.
2. Exames complementares:
 Serviço de ultra-sonografia e Radiografia.
 Laboratório de análises clínicas.
 Citologia
3. Atendimento de urgência e emergência.
 Serviço de atendimento de urgência e emergência em obstetrícia - sistema
de plantão 24h.
 Serviço de atenção à mulher vítima de violência sexual (em sistema de
plantão 24h).
4. Internação
 UTI obstétrica
 Berçário de alto risco e de cuidados intermediários
 Alojamento conjunto mãe/bebê
 Alojamento (Espaço Acolher) onde ficam mães de recém-nascidos (RN) que
estão no Berçário de alto risco e de cuidados intermediários
 Alojamento Casa da Gestante.
3. OBJETIVOS

3.1 Geral
Realizar atividades de educação, orientação e incentivo ao aleitamento
materno, auxiliando os serviços prestados pelo Banco de Leite Humano na
Maternidade Dona Evangelina Rosa.

3.2 Específicos

• Estimular e fornecer orientações sobre o aleitamento materno e sua


importância a gestantes, puérperas e nutrizes;
• Orientar puérperas e nutrizes em intercorrências clínicas da lactação;
• Participar nas atividades de captação, assistência e apoio às mães doadoras
de leite humano;
• Divulgar e agendar consultas de retorno;
• Participar de eventos realizados pela instituição;
• Contribuir na otimização dos mecanismos de assistência do Banco de Leite
Humano.

5. ATIVIDADES REALIZADAS PELAS ESTAGIÁRIAS


5.1 Verificação dos prontuários dos recém-nascidos

As dietas prescritas pelo pediatra foram verificadas diariamente nos


prontuários dos bebês da UTIN, UCINCO, ALA C e E, ALA D, canguru I e II, sendo
anotadas aquelas em que houvesse necessidade da introdução de complemento, ou
seja, aquela que além do leite materno livre houvesse a prescrição de complemento
ou em casos em que a amamentação não fosse possível. O tipo de complemento,
volume e intervalo também eram anotados.
Os complementos utilizados eram o LHP (Leite Humano Pasteurizado) e
fórmulas infantis de acordo com o peso do bebê e idade gestacional. O intervalo de
uma dieta para outra era de 2 em 2 horas quando a dieta era LH e 3 em 3 horas
quando era complemento por fórmula.

5.2 Captação das mães de recém-nascidos internados na UTIN e UCINCO

Diariamente foram feitas visitas na maternidade para captação das mães,


com o objetivo de levá-la até o bebê e amamenta-lo. A conscientização de que a
presença da mãe, a visita constante fazia com que esses bebês tivessem um melhor
prognóstico sensibilizava a mãe a estar perto do seu bebê a ter contato com ele,
oferecendo seu próprio leite ordenhado na UTIN ou UCINCO, no leito do bebê.
O principal trabalho com estas mães foi o incentivo à amamentação,
ressaltou-se a importância da amamentação e seus benefícios, que o leite materno
contém para o desenvolvimento ótimo das crianças pequenas, além de ser mais
bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies e que suprir sozinho
as necessidades nutricionais das crianças nos primeiros seis meses fornecendo
anticorpos contra doenças e evitando alergias sendo uma importante fonte de
nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e
vitaminas.. Rotineiramente identificou-se os recém-nascidos (RN) admitidos e a
localização de suas mães, discursou-se sobre a importância da amamentação, os
benefícios do leite da própria mãe e de sua presença, ensinou-se a massagem no
seio e a técnica de ordenha ao copo às nutrizes as quais os RNs não poderiam ser
amamentados seja por quais que motivo que impedisse o ato da amamentação.
Com as mães cujos RNs tinham longo tempo de permanência nestas alas, o
trabalho envolveu o incentivo à manutenção da amamentação e a massagem no
seio para minimizar a ocorrência de mãe com baixa produção, evitar a ingurgitação
da mama, e induzir à lactação.
Orientações de massagem foram feitas para estimular a mama das mães que
estão com seus filhos na UTIN e UCINCO já que elas não têm o estimulo constante
da sucção do bebê. Foram orientadas também quanto a ordenha correta evitando
que a mama fique ingurgitada e a produção de leite se mantenha garantindo que o
bebê receba leite de sua própria mãe.
Além de tudo tentou se incentivar as mães que apresentavam uma boa
produção a doar seu leite para o Banco de Leite Humano (BLH) para que sua
produção se mantivesse e para prevenção das complicações decorrentes da
ingurgitação mamária. Para esta captação de mães foram utilizadas como
ferramenta de controle planilhas que constavam nome da mãe, localização da mãe
na maternidade, idade gestacional, data do nascimento do bebê, peso ao nascer,
dieta do dia, horários para a extração do leite (manhã e tarde) e números que
funcionavam como uma legenda estabelecida pelo BLH com dados sobre a mãe que
permite ajuda-la e identificar possíveis dificuldades, assim como listar os RNs que
recebem ou não complemento.

5.3 Corrida nas enfermarias Canguru I e Canguru II

Rotineiramente as estagiárias responsáveis pela ALA D, Canguru I e II


subiam, anotavam a dieta que constava nos prontuários para verificação diária em
seguida eram feitas visitas acompanhando sempre a nutricionista plantonista as
mães, tendo um olhar atento para constatar possíveis intercorrências que pudessem
comprometer o aleitamento materno. As intercorrências eram anotadas em um mapa
e passado para que fossem tomadas as medidas cabíveis. A principal intercorrência
encontrada nessa ala era a baixa produção, o que levava a maioria dos bebês
receberem complemento. Orientações de massagem e ordenha correta era dada a
essas mães para que obtivessem sucesso na amamentação e o complemento fosse
suspenso ficando em aleitamento materno exclusivo, sempre respeitando a condição
de RN prematuro e de baixo peso.
O baixo ganho ponderal do bebê pode ser real, geralmente devido à má
técnica de amamentação e suas consequências, ou, mais raramente, devido à baixa
produção láctea materna. Muitas mães associam o choro intenso e as mamadas a
“leite fraco”, “pouco leite” ou, ainda, à possibilidade de o bebê estar passando fome.
Frequentemente as primíparas eram as mais acometidas pelos problemas com
baixa produção de leite, assim como insegurança a respeito da fisiologia e anatomia
de suas mamas, além do comportamento do recém-nascido nos primeiros dias de
vida.
As orientações compreendiam em ensinar a mãe a técnica de amamentação
e verificar se a mesma foi bem assimilada e executada pela lactante, bem como a
ingestão suficiente de líquidos, a alimentação balanceada e o repouso para que haja
um fornecimento contínuo do leite materno ao bebê, a fim de obter o ganho
ponderal. Deve-se desencorajar o uso de mamadeiras, chucas e chupetas, explicar
a importância dos retornos frequentes para pesagem do bebê, reavaliação da
mamada e incentivo a complementação das mamadas com o próprio leite materno
ordenhado quando necessário.
Na busca pelo ganho ponderal do lactente, ainda era possível o uso, pelo
menor tempo possível, de formulas infantis, oferecido em copinhos e com a técnica
adequada. Ocasionalmente, devido a disfunções orais presentes no bebê, o
tratamento envolvia um profissional fonoaudiólogo. Ocasionalmente, era necessário
despertar a criança que, por questões fisiológicas, dorme grande parte do dia e
ainda orientar a mãe a atritar a face ou regiões plantares do bebê ou colocá-lo
apoiado com a barriga no braço materno, fazendo movimentos suaves para cima e
para baixo até que ele abra os olhos. Após esse exercício, a ordenha era comum
visto que a capacidade de sucção e deglutição do bebê estava prejudicada.

5.3 Atendimento de intercorrências relacionadas à amamentação

5.3.1 Bebê com sucção débil

Para a observação da sucção do bebê, foi introduzido o dedo mínimo


enluvado na boca precisamente no palato duro do recém-nascido, para facilitar a
percepção dos movimentos da língua. Pressionou-se o palato duro contra com a
polpa do dedo (unha para baixo), de forma a estimular o reflexo de sucção.
Foi orientada à mãe o preparo da mama por meio da massagem, em seguida
colocar o bebê para mamar e somente depois da mamada, para que fosse
aproveitada a prontidão e a fome do bebê, a ordenha manual para oferta de leite
materno no copinho algumas vezes durante o dia, de acordo com a necessidade do
bebê. Ao colocar o bebê para mamar foi orientada a posição correta do bebê e da
mãe, além da pega correta da mama pelo bebê.
Neste sentido foi recomendado que a mãe procurasse uma posição
confortável para ela, colocasse o bebê virado para seu corpo para que a barriga do
bebê ficasse em contato com a barriga dela, a cabeça do bebê apoiada na curvatura
do braço da mãe e esta apoiando o bumbum do bebê com sua mão. Para haver a
pega correta também foi orientada a observação da boca do bebê: os lábios virados
para fora, boca bem aberta para envolver grande parte da aréola e não somente o
mamilo e o queixo encostado no seio da mãe.
A oferta de leite no copinho é mais rápida que a oferta de leite pela mama,
nutre, evitando maior gasto de energia na tentativa de sucção sem deixar de
estimulá-la e evita confusão de bicos, por isso não foram recomendadas chupetas
nem mamadeiras. Além disso, o esvaziamento da mama é essencial para dar alívio
à mãe, diminuir a pressão dentro dos alvéolos, aumentar a drenagem da linfa e do
edema e não comprometer a produção do leite, além de prevenir a ocorrência de
mastite.

5.3.2 Bebê hipoativo

Para bebês hipoativos, sonolentos, também foi feito o exercício de sucção


não-nutritiva para identificar força na sucção. Ao colocar bebê para mamar foi
orientado o estímulo através de movimentos leves nas bochechas, cócegas nas
mãos e nos pés, retirada de luvas ou meias visando diminuir o conforto do bebê para
que ele acorde. Posteriormente à correção da posição do bebê, extraía-se gotas de
leite materno para estimular o bebê a sugar. Se estas estratégias não funcionassem,
era feita a ordenha e ofertada no copinho para evitar problemas de saúde ao bebê.

5.3.3 Dificuldade de pega

Para a pega correta, foi orientada a abertura ampla da boca do bebê,


abocanhando não apenas o mamilo, mas também parte da aréola, e formando um
lacre perfeito entre as estruturas orais e a mama. Assim os lábios viram-se para fora,
o queixo apoia-se no seio da mãe fazendo com que a língua esteja curvada para
cima, em contato com a mama e apoiada na gengiva inferior. Para auxiliar a pega foi
feita a prega utilizando o polegar e o indicador na aréola, pressionando-a levemente
e encaixando-a na boca do bebê. Dessa forma, a mãe observava que o bebê
pegava com facilidade e que havia melhora da dor e da fissura mamilar (quando
existia).
Além disso, observava-se se as mamas estavam ingurgitadas, ou se os
mamilos eram invertidos ou planos. Recomendava-se que as roupas da mãe e do
bebê estivessem adequadas, sem restringir movimentos e as mamas
completamente expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira que os
braços ficassem livres.

5.3.4 Fissura mamilar

Os casos de fissura mamilar ocorrem devido à posição e pega incorretas.


Nestes casos eram feitas correções da posição do bebê e da mãe, e da pega pelo
bebê como descrito nos itens anteriores. Se a mãe ainda conseguisse amamentar,
orientava-se fazer massagem das mamas, amamentar e após as mamadas hidratar
o mamilo com o leite materno até sarar. Caso a mãe não conseguisse amamentar,
recomendava-se dar descanso às mamas e ordenhar leite materno para oferta no
copinho, hidratação do mamilo com o próprio leite e aguardar secagem do mamilo
para depois cobri-lo com a roupa ou usar peneira pequena (sem o cabo) para usar
por baixo da roupa, evitando a colagem da roupa no mamilo. Esse procedimento era
feito por 48 h ou até sarar o mamilo. Não se recomenda a lavagem das mamas com
sabão, nem hidratação com cremes ou pomadas.

5.3.5 Baixa produção

Ao relatar baixa produção, eram avaliadas primeiro a condição da mãe e do


bebê: a data que o bebê nasceu, se estava conseguindo pegar o peito da mãe, se
havia boa sucção, corrigia-se a posição e pega do bebê (se inadequados),
orientava-se massagem, além de orientar a mãe a ter hábitos saudáveis como
descansar, alimentar-se bem, ingerir bastante líquido, aumentar a frequência das
mamadas e evitar o uso de mamadeiras, chupetas e protetores (intermediários) de
mamilos a fim de eliminar todos os fatores que influenciam no baixo estímulo à
produção.
A “descida do leite” ou apojadura costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia
após o parto. A produção do leite se dá por ação de hormônios e ocorre mesmo que
a criança não esteja sugando. A partir de então, a produção do leite depende
basicamente do esvaziamento da mama, ou seja, é o número de vezes que a
criança mama ao dia e a sua capacidade de esvaziar com eficiência a mama que
vão determinar o quanto de leite materno é produzido. Nesse contexto, o profissional
de saúde deve desenvolver confiança na mãe, além de orientar medidas de
estimulação da mama, como sucção frequente do bebê, massagem na mama e
ordenha.
A grande maioria das mulheres tem condições biológicas de produzir leite
suficiente para atender a demanda de seu filho. No entanto, “leite fraco” ou “pouco
leite” é o argumento mais freqüentemente citado para a introdução de
complementos, que pode culminar com o desmame. A queixa de pouco leite muitas
vezes é uma percepção errônea da mãe, alimentada pela insegurança quanto à sua
capacidade de nutrir plenamente o bebê, desconhecimento do comportamento
normal de um bebê (que costuma mamar com freqüência) e opiniões negativas de
pessoas próximas. A percepção errônea da mãe muitas vezes leva à
complementação da criança, que vai afetar negativamente a produção de leite, uma
vez que a criança passa a sugar menos na mãe.
O bebê dá sinais quando há insuficiência de leite, tais como não ficar saciado
após as mamadas, chorar muito, querer mamar com frequência e ficar muito tempo
no peito nas mamadas. O número de vezes que a criança urina ao dia (menos que
seis a oito) e evacuações infrequentes, com fezes em pequena quantidade, secas e
duras, são indicativos indiretos de pouco volume de leite ingerido. Porém, o melhor
indicativo de que a criança não está recebendo volume adequado de leite é a
constatação, por meio do acompanhamento de seu crescimento, de que ela não
está ganhando peso adequadamente.

5.3.6 Mama cheia

A Mama cheia é caracterizado pelo acumulo de leite podendo ser ocasionada


pela grande produção de leite materno, causado por um longo período sem o bebe
mamar e grande produção de leite. As mamas ficam doloridas, mas sem febre, é
possível tentar esvaziar o leite acumulado através da ordenha correta. A mãe então
deve ser orientada a fazer a massagem para que não se forme nódulos na mama e
facilite a extração do leite.

5.3.7 Ingurgitamento mamário

O Leite em abundância, início tardio da amamentação, mamadas


infrequentes, restrição da duração e frequência das mamadas e sucção ineficaz do
bebê, Como resultado, há a compressão dos ductos lactíferos, o que dificulta ou
impede a saída do leite dos alvéolos.
Portanto, amamentação em livre demanda, iniciada o mais cedo possível,
preferencialmente logo após o parto, e com técnica correta, e o não uso de
complementos (água, chás e outros leites) são medidas eficazes na prevenção do
ingurgitamento.
Existem dois tipos de ingurgitamento: o ingurgitamento fisiológico, que é
normal, do patológico, entenda a diferença:
 O ingurgitamento fisiológico é discreto e representa um sinal positivo de que o
leite está “descendo”, não sendo necessária qualquer intervenção.
 O ingurgitamento patológico, a mama fica excessivamente distendida, o que
causa grande desconforto, às vezes acompanhado de febre e mal-estar. Pode haver
áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam
achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite muitas vezes não flui com
facilidade. O ingurgitamento patológico ocorre com mais frequência entre as
primíparas, aproximadamente três a cinco dias após o parto (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2015)
As medidas a serem adotadas no manejo do ingurgitamento mamário
incluem: ordenha manual da aréola, se estiver tensa, antes da mamada, para que
fique macia, facilitando a pega adequada do bebê; mamadas frequentes e sob livre
demanda; massagens delicadas das mamas particularmente nas regiões mais
afetadas pelo ingurgitamento; uso de analgésicos sistêmicos; suporte para as
mamas, com o uso ininterrupto de sutiã com alças largas e firmes, para alívio da dor
e manutenção do’s ductos em posição anatômica; correção de posição e pega e
abstenção do uso de suplementos (água, chás e outros tipos de leite). Se o bebê
não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou com bomba de sucção.

5.3.8 Mastite

A mastite descreve uma situação de inflamação da glândula mamária ou do


tecido da mama. Pode ser causada por pressão interna ou externa que leva à estase
do leite no peito. O ingurgitamento prolongado pode provocar uma mastite. Se o
ducto ou canal bloqueado não drenar o leite ou no caso de ingurgitamento mamário
grave, pode ocorrer infecção. Quando isto ocorre a zona da mama fica avermelhada,
quente, inchada e dolorosa. Isto pode ocorrer numa zona da mama (um quadrante
ou mais). Geralmente ocorre febre elevada e sente-se grande mal-estar.
A Mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama (o
mais comumente afetado é o quadrante superior esquerdo), geralmente unilateral,
que pode progredir ou não para uma infecção bacteriana. Ela ocorre mais
comumente na 2° a 3° semanas após o parto e raramente após a 12° semana.
A estase do leite é o evento inicial da mastite e o aumento de pressão
intraductal causado por ela leva ao achatamento das células alveolares e formação
de espaços entre as células. Por esse espaço passam alguns componentes do
plasma para o leite e do leite para o tecido intersticial da mama, causando uma
resposta inflamatória. O leite acumulado, a resposta inflamatória e o dano tecidual
resultante favorecem a instalação da infecção, comumente pelo Staphylococcus
(aureus e albus) e ocasionalmente pela Escherichia coli e Streptococcus (α-,β- e não
hemolítico), sendo as fissuras, na maioria das vezes, a porta de entrada da bactéria.
Os fatores que favoreçam a estagnação do leite materno predispõem ao
aparecimento de mastite, incluindo mamadas com horários irregulares, redução
súbita no número de mamadas, longo período de sono do bebê à noite, uso de
chupetas ou mamadeiras, não esvaziamento completo das mamas, freio de língua
curto, criança com sucção fraca, produção excessiva de leite, separação entre mãe
e bebê e desmame abrupto. A fadiga materna é tida como um facilitador para a
instalação da mastite (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015)
5.3.9 Mamilos planos ou invertidos
Mamilos planos ou invertidos podem dificultar o início da amamentação, mas
não necessariamente a impedem, pois o bebê faz o “bico” com a aréola. É
fundamental que a mãe receba ajuda logo após o nascimento do bebê, que consiste
em: promover a confiança e empoderar a mãe, tranquilizando-a de que o problema
será superado e que com a sucção do bebê os mamilos vão se tornar mais propícios
à amamentação; orientar as mães a ordenhar seu leite enquanto o bebê não
consegue sugar efetivamente, para manter a produção do leite e deixar as mamas
macias, facilitando a pega; orientar técnicas que favoreçam a pega, tentando
diferentes posições para ver em qual delas a mãe e o bebê adaptam-se melhor;
orientar a mãe a realizar o estímulo manual do mamilo através do exercício da
seringa. Esse exercício consiste na sucção com seringa 20mL adaptada (cortada
para eliminar a saída estreita e com o êmbolo inserido na extremidade cortada). O
mamilo deve ser mantido em sucção por 30 segundos, ou menos se houver
desconforto. Recomenda-se essa técnica antes das mamadas e também nos
intervalos, demonstrado na figura abaixo.
Figura 1. Ilustração do corte da seringa de 20ml e como o exercício deve ser feito.

Figura 2. Ilustração dos mamilos.


5.3.10 Aleitamento cruzado

A amamentação cruzada é quando a mãe entrega seu bebê para outra mãe
amamentar, por achar que seu leite não é suficiente para seu filho. Esta prática é
proibida pelo Ministério da Saúde por aumentar o risco de o bebê adquirir infecções
que possa passar pelo leite e o bebê não tenha anticorpos específicos para protege-
lo. Esta prática foi observada na maternidade em questão e desaconselhada pela
equipe de saúde sendo esclarecido os riscos que essa atitude poderia trazer para o
bebê e que por mais que a (mãe-de-leite) tenha aparência saudável ela pode estar
com alguma doença assintomática.

5.3.11 Doença materna

5.3.11.1 infecção pelo HIV

A contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um grave


problema de saúde pública, de caráter pandêmico, com evolução letal e no qual não
existe ainda, tratamento curativo ou vacina. Com o progresso do surto da AIDS entre
as mulheres, houve um crescimento no número de casos em crianças, sendo a
maioria devida à transmissão vertical, na qual o HIV pode ser transmitido da mãe
para o filho durante a gestação, durante o parto e pela amamentação (SOUZA,
2014).
O HIV é excretado livre ou no interior de células no leite de mulheres
infectadas, que podem apresentar ou não sintomas da doença. A carga viral no leite
materno é um importante determinante do risco de transmissão. No recém-nascido,
a porta de entrada do vírus são as mucosas nasofaríngea e gastrintestinal. Durante
o aleitamento materno, a transmissão do vírus pode ocorrer em qualquer fase,
porém parece ser mais frequente nas primeiras semanas e, especialmente, nas
infecções maternas mais recentes. A carga viral no colostro ou leite inicial é
significativamente mais elevada que no leite maduro (LAMOUNIER; MOULIN;
XAVIER, 2004).
Diante disso, está contraindicada a lactação por parte de mulheres HIV
positivo (BRASIL, 2013).

5.3.11.2 Mães com sífilis

A sífilis é uma doença essencialmente transmitida por contato sexual, mas


existem outras formas de transmissão, como contato com pessoa com lesões ativas
em mucosas, região genital e mamas. Não há evidencias de transmissão pelo leite
humano, sem lesões de mama. (Lawrence,1999).
A nutriz com sífilis primária ou secundária acometendo a mama pode infectar
a criança pelo contato das lesões com as mucosas. Se as lesões estão nas mamas,
sobretudo na aréola, amamentação ou uso de leite ordenhado está contra-indicado
até o tratamento e a regressão das lesões. Com 24 horas após o tratamento com
penicilina, o agente infeccioso (espiroqueta) raramente é identificado nas lesões.
Assim, não há contra-indicação à amamentação após o tratamento adequado.
(Camelo,2004).

5.3.12 Uso de mamadeiras, chucas, chupetas e bicos intermediários

O termo “confusão de bico” pode ser definido como a exposição aos bicos
artificiais quando a amamentação ainda não está estabelecida, o que pode contribuir
para o desmame precoce. Isso ocorre devido à dificuldade do bebê de obter uma
pega e padrão de sucção adequados para o sucesso do aleitamento materno após a
exposição a uma madeira ou chupeta, por exemplo (SANTIAGO, 2013).
Esse fenômeno ocorre em virtude de as formas de sucção no peito e nos
bicos artificiais serem distintas. Para que o bebê consiga fazer a retirada do leite do
seio, ele precisa utilizar diversos músculos da face para a ordenha, fazendo
movimentos mandibulares e posicionando a língua para frente. Entretanto, na
sucção do bico da chupeta ou mamadeira a criança precisa fazer pressão negativa
(aspiração) para manter o objeto na boca e posicionar a língua para trás. Nesse
último caso, a boca da criança precisa se adaptar ao bico artificial, ao contrário do
que ocorre com o bico do seio materno, que se adapta à boca da criança
(SANTANA, 2012).
As mamadeiras, chupetas, chucas e bicos intermediários podem ocasionar
maior risco de contaminar o leite e provocar doenças, devido uma limpeza
inadequada; podem atrapalhar o aleitamento materno; podem modificar a posição
dos dentes, prejudicar a fala e a respiração, tornando o bebê um respirador bucal;
além de seu uso ser mais caro e sua preparação mais trabalhosa; e diminuir o
contato entre mãe e filho (BRASIL, 2007).
O uso de bicos artificiais é desaconselhado tendo em vista que, além de
interferir negativamente na duração do aleitamento materno, a literatura científica
preconiza como norma para um hospital se tornar Amigo da Criança a
recomendação de não utilizar bicos, chupetas e mamadeiras e este deve seguir
todos os passos.

5.4 Palestras de alta

O Banco de Leite é responsável pelas intercorrências relativas às Alas C, D


e E, Cangurus, e às Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários,
enquanto as Alas A e B estão, principalmente sob responsabilidade do Lactário e da
Enfermagem. Entretanto, está a cargo do Banco de Leite a divulgação das consultas
de retorno, realizadas no Instituto de Perinatologia Social. Diariamente, ainda pela
manhã, corre-se através das alas A, B, C e E, verificando as altas previstas para o
dia e buscando as mães e recém-nascidos ainda no leito, para orientação e
agendamento da consulta de retorno.
Na palestra de retorno são fornecidas para as mães informações sobre a
amamentação, sinais de fome do bebê, além da entrega de folder educativo
(Apêndice). Dentre as orientações fornecidas incluem-se: esclarecimentos sobre as
vantagens do aleitamento materno para a mãe e o bebê; posição e pega corretas
para amamentação; técnica de ordenha e armazenamento do leite; a importância de
não deixar a mama cheia e incentivar as mães, com excedente de leite, a se
tornarem doadoras; bem como, a importância do Aleitamento Materno Exclusivo e a
não necessidade de uso de água, chá, chupeta e mamadeiras; além da importância
da livre demanda.
A consulta de retorno inclui pediatra e nutricionista, deverá ser realizada
entre sete a dez dias após a alta hospitalar e é importante para verificar o progresso
da mãe e do bebê, ganho de peso e a presença de intercorrências como desajustes
nos horários, baixa produção de leite materno, fissuras mamárias ou mesmo
constatar deficiências no desenvolvimento do recém-nascido.

5.5 Atendimento pelo disk amamenta

Algumas mulheres quando estão amamentando produzem um volume de


leite além da necessidade do bebê, o que possibilita que se tornem doadoras de
leite humano. De acordo com a legislação que regulamenta o funcionamento dos
Bancos de Leite no Brasil (RDC Nº 171) a doadora, além de apresentar excesso de
leite, deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor
a ordenhar e a doar o excedente.
Mães aptas a doarem leite entram em contato com o banco de leite por meio
da ligação gratuita e são atendidas por profissionais ligados ao BLH que são
capacitados para fornecer todo o suporte e esclarecer as principais dúvidas das
pacientes de forma clara, prática e acolhedora. O serviço funciona das 8h às 18h,
segunda à sexta e aos sábados e domingos pelo horário da manhã. Os dados da
doadora são anotados em uma ficha de cadastro e a equipe do banco de leite se
desloca até a casa dessa mãe para entregar um kit contendo toucas, máscaras,
etiquetas, folder explicativo e frascos de vidro esterilizados.
Os cuidados e técnicas para a retirada do leite a ser doado são repassados
à mãe por meio da ligação, esclarecendo as dúvidas e alertando de forma sucinta
sobre o risco de contaminação do leite por agentes físicos, químicos e biológicos.

Preparação do Frasco:

 Lavar com água e sabão um frasco de vidro (de café solúvel ou maionese)
com tampa de plástico e retirar o rótulo;
 Em uma panela, cobrir o frasco e a tampa com água, esperar ferver e desligar
o fogo após 15 minutos;
 Escorrer de boca para baixo sobre um pano limpo até secar. Não enxugar;
 Fechar o frasco sem tocar com a mão na parte interna.

Cuidados na hora da ordenha:

 Escolher um lugar limpo, tranquilo e longe de animais;


 Prender e cobrir os cabelos com uma touca ou lenço;
 Não conversar durante a coleta ou utilizar uma máscara cobrindo o nariz e
a boca;
 Lavar as mãos e os braços até o cotovelo com bastante água e sabão;
 Lavar as mamas apenas com água e secar com uma toalha limpa.

Como extrair o leite:

 Massagear as mamas com a ponta dos dedos, fazer movimentos


circulares no sentido da parte escura (aréola) para o corpo;
 Colocar o polegar acima da linha onde acaba a aréola e os dedos
indicadores e médio abaixo da aréola;
 Firmar os dedos e empurrar para trás, em direção ao corpo;
 Apertar o polegar contra os outros dedos até sair o leite. Desprezar os
primeiros jatos ou gotas de leite;
 Colher o leite no frasco, colocando-o debaixo da aréola;
 Após terminar a coleta, fechar bem o frasco e congelar de imediato.

Armazenamento:

 Anotar na tampa a data e hora em que se realizou a primeira coleta e


guardar imediatamente no freezer ou no congelador o frasco fechado
 Na próxima vez que for retirar o leite, utilizar outro recipiente esterilizado;
 Após realizar uma nova coleta, colocar o leite sobre o que já estava
congelado até faltarem dois dedos para encher o frasco;
 O leite pode ficar armazenado congelado por até 10 dias;
 Os vidros de leite são coletados na residência das doadoras pelo Banco
de Leite.

No momento de convivência domiciliar entre mãe e filho, em que a mulher


está afastada do ambiente hospitalar e sujeita a inúmeras informações de origens
diversas, muitas dúvidas referentes à amamentação surgem. Nessas situações de
maior complexidade é orientado a paciente dirigir-se ao banco de leite da sua
cidade, para que o profissional conduza um atendimento ambulatorial adequado.
Acredita-se que essa ação facilita o acesso das puérperas às orientações sobre
aleitamento materno, proporcionando maior suporte a mãe, mais tranquilidade e
eficácia no desempenho da amamentação, mais qualidade à relação mãe-bebê, de
forma a prevenir o desmame precoce.

5.6 Auxílio nas salas de coleta de leite humano

O auxílio na sala de coleta dá-se tanto para mães doadoras externas quanto
internas na MDER. Primeiramente se preenche um formulário de cadastro da mãe
doadora (Anexo A) no momento da primeira doação. Este formulário contém
informações sócio demográficas da mãe doadora – endereço, profissão, idade e
estado civil; dados sobre a gestação e o bebê (idade gestacional, data de
nascimento do bebê e peso ao nascer) e sobre a saúde da mãe (realização do pré-
natal, uso de medicação, álcool e drogas), além da motivação à doação.
Antes da coleta, na paramentação da doadora, é orientado a utilização da
touca para cobrir os cabelos, máscara sobre o nariz e a boca e avental, com retirada
de sutiã e blusa deixando as mamas livres para a ordenha. Também é realizada a
lavagem das mãos e braços até o cotovelo com bastante água e sabão e lavagem
das mamas apenas com água.
Após a adequada higienização, procede-se para a orientação de massagem
e esvaziamento da mama de forma manual, de acordo com os seguintes passos:
massageie a mama com a ponta dos dedos, fazendo movimentos circulares no
sentido da parte escura (aréola) para o corpo; coloque o polegar acima da linha
onde acaba a aréola; coloque os dedos indicador e médio abaixo da aréola; firme os
dedos e empurre para trás em direção ao corpo; aperte o polegar contra os outros
dedos até sair o leite; despreze as três primeiras gotas ou jatos; em seguida, abra o
frasco e colha o leite colocando o frasco debaixo da aréola.
Finalizada a ordenha do leite, realiza-se a identificação do frasco para após
ser armazenamento no freezer. Essa identificação é feita através de etiqueta
adesiva com as seguintes informações: nome completo da mãe doadora, data de
nascimento e idade gestacional do bebê, data da coleta e o volume de leite coletado.
Sabido o volume de leite coletado, preenche-se a ficha de controle de coleta
diário. Nela registra-se o nome da mãe doadora, sua localização (se em casa ou na
MDER, com dados da enfermaria e leito), a idade gestacional e a data de
nascimento do bebê, o volume e o tipo de leite coletado (colostro, leite de transição
ou leite maduro).
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dados básicos sobre a nutriz como idade, escolaridade, data do parto,


problemas prévios a saúde, entre outros são costumeiramente requisitados em
fichas de cadastro ou de atendimento para seleção de doadoras nos bancos de leite
(OLIVEIRA, 2011). Como não poderia ser diferente, a ficha de cadastro de mãe
doadora do Banco de Leite Humano da Maternidade Dona Evangelina Rosa aborda
tais aspectos que são necessários para se conhecer a mulher que amamenta ou que
pretende amamentar e para que se possa planejar e executar estratégias voltadas a
valorização do leite materno para o desenvolvimento de crianças mais saudáveis.
Foi observado maior número de doadoras cadastradas no Banco de Leite
Humano da MDER na primeira quinzena do mês de dezembro (n=22), enquanto que
na segunda quinzena essa quantidade sofreu discreta redução (n=19). Observou-se
que as doadoras são predominantemente adultas jovens, em união estável, com boa
escolaridade e renda familiar de até um salário mínimo, conforme observado na
tabela 1 abaixo.
Tabela 1. Características das doadoras de leite do Banco de Leite Humano da
Maternidade Dona Evangelina Rosa no mês de dezembro de 2016, Teresina-PI.
VARIÁVEIS n %
Faixa etária
14 – 20 anos 13 32
21 – 34 anos 23 56
35 – 38 anos 5 12
Situação conjugal
Solteira 12 29
União estável 18 44
Casada 11 27
Separada 0 -
Grau de instrução
Analfabeta 2 5
Alfabetizada 4 9
1º Grau incompleto 8 20
1º Grau completo 3 7
2° Grau incompleto 8 20
2° Grau completo 12 30
3° Grau 1 2
Pós-graduação 3 7
Renda familiar
Até 1 salario mínimo 30 73
> 1 salário até 3 salários mínimos 9 22
> 3 salários mínimos 2 5
Fonte: MDER: Maternidade Dona Evangelina Rosa; BLH: Banco de Leite Humano, 2016.
A média de idade entre as doadoras no BLH/MDER é de 24 anos, sendo que a
maioria apresenta idades entre 21 a 34 anos, totalizando 56% das doadoras. Do
ponto de vista reprodutivo, a faixa etária materna de 20 a 30 anos é considerada
ótima, pois apresenta menores riscos perinatais. Porém, com relação à faixa etária
de doadoras de leite humano, diversas pesquisas apontam que não há influência da
idade na doação (SANTOS et. al, 2009).
Em relação a situação conjugal, o maior percentual (44%) de doadoras
encontra-se em união estável. Segundo Oliveira (2011), a nutriz precisa de apoio e
encorajamento para vivenciar a pratica da amamentação e nesta perspectiva vários
estudos apontam o companheiro da mulher que amamenta é um dos membros
familiares mais importantes na decisão de amamentar e sucesso da amamentação.
Quanto à escolaridade, a maior parte das doadoras apresenta ensino médio
completo, havendo percentual pequeno (5%) de mulheres dadoras de leite humano
sem nenhum grau de instrução no período analisado. Dados sobre a escolaridade
são importantes, pois notadamente mulheres com maior nível de escolaridade
amamentam por mais tempo. Percebe-se que o grau de instrução da doadora
interfere na captação da mensagem sobre a prática do aleitamento materno e,
portanto, na decisão de doação do leite materno (MENEZES, 2007).
Levando em consideração a renda familiar observa-se que entre as doadoras é
predominante a presença de renda familiar de até um salário mínimo (73%). O
menor percentual (5%) de doadoras foi observado para aquelas com renda familiar
superior a três salários mínimos. Resultados semelhantes foram encontrados no
estudo de Oliveira (2011), que atribui o baixo percentual de nutrizes doadoras
pertencentes as classes econômicas mais altas à divulgação ineficiente nos serviços
privados de saúde das cidades da região a respeito doBanco de Leite.
Como demonstrado na Tabela 2 abaixo a maioria das é oriunda de municípios
do interior do Piauí, o menor percentual observado é o de mulheres que residem na
capital, seguidos por aquelas vindas do interior do estado do Maranhão.
Tabela 2. Distribuição das doadoras do Banco de Leite da Maternidade Dona
Evangelina Rosa conforme município de origem, profissão e número de filhos.
Teresina-PI, 2016.
VARIÁVEIS n %
Município de origem
Teresina-PI 7 17
Demais municípios do estado do Piauí 26 64
Municípios do Maranhão 8 19
Trabalha fora de casa
Sim 13 32
Não 28 68
Número de filhos
Até 2 filhos 33 80
3 a 4 filhos 7 17
> 4 filhos 1 3
Fonte: MDER: Maternidade Dona Evangelina Rosa; BLH: Banco de Leite Humano, 2016.

O maior percentual de doadoras (68%) informou não trabalhar fora de casa,


sendo as ocupações mais relatadas as de dona de casa (n=14) e estudante (n=11).
Já as que trabalham fora de casa, informaram exercer atividades como professora,
advogada, técnica em enfermagem, vendedora, comerciante entre outas funções.
Porém, acredita-se que a tendência da inserção da mulher no mercado de trabalho,
possa contribuir para a administração precoce de novos alimentos, pois, essa pode
ser a única forma que a mãe encontra para voltar ao trabalho sem ter de amamentar
em curtos intervalos de tempo (BUENO, 2004).
Autores brasileiros afirmaram que o retorno às atividades cotidianas (trabalho,
escola), à redução da produção láctea, a consciência de já ter doado por tempo
suficiente e a dor nas mamas causada pelo excesso de leite gerado pela ordenha
são motivos que levam as mulheres a interromperem as doações (ALENCAR, 2009).
Nenhuma das doadoras cadastradas no mês de dezembro relatou ser
primigesta. O maior percentual (80%) corresponde a mulheres que já possuem até
dois filhos, sendo que o menor valor observado foi o de mães com mais de 4 filhos.
Dado que é comprovado por outro estudo, sendo Santos (2009), onde percebe-se
diminuição no número de doadoras conforme o aumento no número de filhos.
Em relação ao pré-natal, conforme a tabela 3, todas as mulheres afirmaram
que tiveram acompanhamento profissional, durante a gestação. De acordo com
Machado (2013) esta situação pode ter contribuído para a doação de leite materno
pelas mulheres, na medida em que o contato com a realidade do serviço e as
orientações repassadas pelos profissionais propiciaram a conscientização e
sensibilização quanto a esta prática social.
Tabela 3: Distribuição das dadoras de leite da Maternidade Dona Evangelina Rosa,
segundo local onde foi realização pré-natal. Teresina-PI, 2016.

VARIÁVEIS N %
Fez pré-natal
Sim 41 100
Não 0 0
Local de realização do pré-natal
MDER 5 12
Hospitais Privados 4 8
UBS do bairro mais próximo a residência 32 80
Fonte: MDER: Maternidade Dona Evangelina Rosa; BLH: Banco de Leite Humano, 2016.

Tendo em vista isso, o acompanhamento pré-natal favorece o vínculo entre


profissionais de saúde e gestantes, configurando-se como um momento ideal para a
realização de orientações sobre aleitamento materno e doação de leite. Mulheres
devidamente orientadas têm maior facilidade de identificar suas condições de
potenciais doadoras de leite materno e compreendem melhor a relevância da
doação para a saúde pública. Ações educativas, de qualidade e humanizadas,
durante o pré-natal e nas maternidades, contribuem para o recrutamento das
doadoras de leite humano (ALENCAR, 2009.; WESCHENFELDER, 2012).
O Ministério da Saúde (2012) recomenda que a gestante realize, no mínimo,
seis consultas de pré-natal, com acompanhamento intercalado entre médico e
enfermeiro na atenção básica. Sempre que possível, as consultas devem ser
realizadas mensalmente, até a 28ª semana; quinzenalmente, da 28ª a 36ª semana
e, semanalmente, da 36ª a 41ª semana.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), doadoras de leite humano são
nutrizes sadias que apresentam secreção de láctea superior às exigências de seu
filho, e que se dispõe a doar, por livre e espontânea vontade, o excesso de leite
produzido. No período analisado, a maioria das mulheres informou como principal
motivo que as fez buscar o banco de leite para realizar a doação foi o ingurgitamento
mamário, e, a partir do atendimento, passaram a ser doadoras de leite. Esta
intercorrência na amamentação é a mais frequente encontrada entre as causas da
procura pelo atendimento do BLH (SANTOS et. al. 2009).
Sabendo disso, entende-se que o suporte dado pelo BLH, nos primeiros dias
de amamentação, a essas mães para a resolução de complicações é fundamental
para que elas continuem a amamentar e se tornem doadoras do BLH/MDER.
Na tabela 4 estão disponibilizadas as principais razões pelas quais as mães
buscaram auxilio no banco de leite, bem como o tipo de leite coletado.
Tabela 4. Distribuição das doadoras segundo motivo que às levou a realizar a
doação e tipo de leite coletado. Teresina-PI, 2016.

VARIÁVEIS n %
Motivo da doação ao BLH
Mama cheia e dolorida/esvaziar a mama 31 77
Ajudar outros bebês 4 10
Retirar leite para o bebê 1 2
Por conta de informações nos cartazes, folhetos e palestras sobre 1 2
doação de leite humano
Bebê internado 2 5
Verificar a produção de leite 1 2
Bico dos seios feridos e não consegue amamentar o bebê 1 2
Tipo de leite
Colostro 33 80
Transição 3 8
Maduro 5 12
Fonte: MDER: Maternidade Dona Evangelina Rosa; BLH: Banco de Leite Humano, 2016.

O segundo motivo mais relatado que levaram as mulheres a doarem seu leite
foi o altruísmo – assim definido: doação como expressão de ajuda aos recém-
nascidos e outras mães que estão impossibilitadas de amamentar, ato voluntário,
não remunerado (LOURENÇO; BARDINI; CUNHA, 2012). Apesar de ser a segunda
razão mais relatada, o percentual obtido (10%) é pequeno quando comparado ao
total de mães doadoras avaliadas.
Dentre os menores percentuais relatados como motivo de doação encontra-se
a sensibilização por meio de informativos, cartazes, folhetos e palestras sobre
doação de leite materno, o que reforça a necessidade de o tema do aleitamento
materno e da doação de leite seja abordado com mais frequência pela mídia e
campanhas públicas, de forma a contribuir para o aumento do índice de aleitamento
materno e captação de maior volume de leite ao BLH/MDER.
Pesquisa desenvolvida na Itália mostrou que 81% das mulheres doadoras não
fizeram doações anteriormente. As justificativas apontadas para a não doação
foram: desconhecimento da existência do BLH na cidade (62,5%); desconhecimento
dos procedimentos e fluxos para doação (25%) e ter pouco leite (12,5%). Estudo
realizado na região Centro-Oeste do país revelou que, dentre as multíparas
entrevistadas, 41,7% estavam doando leite materno pela primeira vez por vergonha,
ignorância quanto à possibilidade de doação, falta de orientação dos profissionais
nas maternidades e ausência de iniciativa própria. Diante disso, algumas dessas
mulheres poderiam ter sido doadoras e, no entanto, não tiveram a oportunidade de
fazê-lo, reforçando a importância do apoio institucional e do repasse de informações
a respeito da doação de leite humano (ALENCAR, 2009).
Em relação ao tipo de leite doado observa-se o predomínio do colostro (3-5
dias após o parto) evidenciando que o acesso das doadoras ao banco de leite tem
se mostrado eficaz, comparando-se os intervalos de tempo entre o nascimento do
bebe e doação do leite.
CONCLUSÃO

Concluiu-se que as doadoras de leite humano do Banco de Leite da


Maternidade Dona Evangelina Rosa são na sua maioria adultas jovens, em união
estável, com mais de um filho, donas de casa, com bom nível de escolaridade, de
municípios do interior do Piauí, e buscaram o banco de leite para realizar a doação
devido a ingurgitação mamaria.
Diante da necessidade de que os serviços de saúde que prestam atendimento
materno-infantil conheçam o perfil da população por eles assistidas, é necessária a
realização de ações de promoção, prevenção e apoio à saúde dessa população.
Torna-se relevante, assim, delinear as principais características do grupo
participante do BLH/HU, composto pelas doadoras de leite materno.
Conhecendo as características dessas mães, é possível obter o adequado
enfoque de divulgação do BLH e trabalhar em determinados locais para a captação
de novas doadoras. Além disso, abre-se espaço para novas pesquisas que visem
conhecer fatores determinantes na decisão dessas mães de doar ou não seu leite.
REFERÊNCIAS

AGUIAR, H.; SILVA, A.I. Aleitamento materno a importância de intervir. Acta Med
Port. 2011; 24:(S4)889-96

ALENCAR, L.C.E.; SEIDL, E.M. F. Doação de leite humano: experiência de


mulheres doadoras. Rev. saúde pública, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 70-77, 2009.

ARAÚJO, B.B.M. de; RODRIGUES, B.M.R.D. Vivências e perspectivas maternas na


internação do filho prematuro em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Rev.
esc. enferm. USP, São Paulo , v. 44, n. 4, p. 865-872, Dec. 2010.

BINNS, C. W.B.; LEE, M. K. Exclusive breastfeeding for six months: the WHO six
months recommendation in the Asia Pacific Region. Asia pac. J. clin. nutr.,
Melbourne, Austrália, v. 23, n. 3,p. 344-350, 2014.

BRAGA, L. P. M.; PALHARES, D. B. Effect of evaporation and pasteurization in the


biochemical and immunological composition of human milk. Jornal de Pediatria, v.
83, n. 1, p. 59-63, 2007.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Banco de leite humano:


funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília: Agência Nacional de
Vigilância Sanitária; 2008.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n° 171 de 4 de


setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o funcionamento de
Bancos de Leite Humano. Diário Oficial da União, 05 set, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Iniciativa Hospital amigo da Criança. Área Técnica


de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da
Saúde, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada


à saúde da mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

BUENO, L.G.S.; TERUYA, K.M. Aconselhamento em amamentação e sua prática. J


Pediatr. p 80(5): 126-30. 2004.

CALDEIRA, A.P. et al . Conhecimentos e práticas de promoção do aleitamento


materno em Equipes de Saúde da Família em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 23, n. 8, p. 1965-1970, Aug. 2007 .

CAMELO, J.R.J.S.; MOTTA, M.S.F. Passagens de agentes infecciosos pelo leite


materno. In: Del Ciampo LA, Ricco RG, Nogueira de Almeida CA, editores.
Aleitamento materno. Passagens e transferências mãe-filho. São Paulo: Editora
Atheneu; 2004. p. 43-54.

D'ARTIBALE, E.F. et al. Atuação do acadêmico de enfermagem no banco de leite


humano: relato de experiência. Cienc Cuid Saude. 2013 Jul/Set; 12(3):580-586
DIAS, M.C.A.P; FREIRE,L.M.S.; FRANCESCHINI,S.C.C. Recomendações para
alimentação complementar de crianças menores de dois anos. Rev. Nutr.,
Campinas, 23(3):475-486, maio/jun., 2010.

GENOVEZ, C.B. Banco de leite humano: uma análise das diferenças entre doadoras
adultas e adolescentes. Acta Scientiarum. Health Sciences; Maringá, v. 33, n. 2, p.
211-218, 2011.

GONTIJO, T.L.; XAVIER, C.C.; FREITAS, M.I.F. Avaliação da implantação do


Método Canguru por gestores, profissionais e mães de recém-nascidos. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro , v. 28, n. 5, p. 935-944, May 2012 .

LAWRENCE, R.A.; LAWRENCE, R.M. editors. Breastfeeding: a guide for the


medical profession. 5th ed. St. Louis, MO: Mosby; 1999. p. 563-616.

LOPES, S.S. et. al. Iniciativa Hospital Amigo da criança: avaliação dos dez passos
para o sucesso do aleitamento materno. Rev. Paul. de Ped. 31 (4), 488-493, 2013.

LOURENÇO, D.; BARDINI, G.; CUNHA L. Perfil das doadoras do banco de leite
humano do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Tubarão/SC. Arq. Catarin. Med.
2012; 41(1): 22-27.

MACHADO, M. O. F. et al. Caracterização de nutrizes doadoras de um banco de


leite humano. Cienc Cuid Saude. p 12(3):529-538. Jul/Set .2013.

MARTINS, F.D.P.; et al. Promoção do aleitamento materno no ensino fundamental:


revisão integrativa. Rev. Eletr. Enf. [Internet].2016;18:e1198. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5216/ree.v18.40682.

MENEZES, K. F. F. L. DISCURSO DE MÃES DOADORAS: motivos e sentimentos


subjacentes a doação. Dissertação para obtenção do título de mestre em
Psicologia Clínica na Universidade Católica de Pernambuco. Recife. 2007.

MINISTÉRIO DA SAÚDE - BRASIL. Fundação Oswaldo Cruz. Rede Brasileira de


Bancos de Leite Humano. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/redeblh/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?i nfoid=1531&sid=173

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Atenção ao pré- natal de baixo risco. Brasília (DF): Editora do
Ministério da Saúde; 2012. Cadernos de Atenção Básica, n° 32.

O’HARE, E.M.; WOOD, A.; FISKE, E. Human milk banking. Neonatal Netw.,
Petaluma, CA, v. 32, n. 3, p. 175-183, 2013.

OLIVEIRA, R. C. M. Proposta de instrumento de registro de informações sobre


as usuárias de banco de leite humano. Monografia para graduação do curso de
enfermagem na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 2011
OPAS/OMS. Amamentação. 2003. Disponível em:
<http://www.opas.org.br/sistemas/fotos/amamente.pdf>. Acesso em: 06 abr.
2016.

PAIVA, R.; VENÂNCIO, S. I. Conseqüências do desmame precoce. In: ISSLER, H.


(Ed.). O aleitamento materno no contexto atual: políticas, práticas e bases
científicas. São Paulo: Sarvier, 2008. p. 431-443.

PASSANHA, A; CERVATO-MANCUSO, A.M.; SILVA, M.E.M.P. Elementos


protetores do leite materno na prevenção de doenças gastrintestinais e respiratórias.
Rev. Bras. Cresc. e Desenv. Hum. 2010; 20(2): 351-360.

REIS, K.S.; et al. Programas de Incentivo ao Aleitamento Materno. NUTRIR GERAIS


– Revista Digital de Nutrição, v.2, n.3, ago/dez. 2008.

SANTIAGO, L. B. Manual de Aleitamento Materno. Barueri: Manole; 2013.

SANTOS, D. T.; et al. Perfil das doadoras de leite do banco de leite humano de um
hospital universitário. Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 31, n. 1, p. 15-
21, 2009.

SILVA, A.P. da; SOUZA, N. de. Prevalência do aleitamento materno. Rev. Nutr.,
Campinas, v. 18, n. 3, p. 301-310, June 2005

SILVA, P. L. N. da. et al. Perfil das mães doadoras de um banco de leite humano.
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(7):4635-40, jul., 2013.

TELES, J.M. et al. Amamentação no período de transição neonatal em Hospital


amigo da Criança. Rev. Eletr. Enf. 2015 jan./mar,; 17(1):94-9. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5216/ree.v17i1.26208.

THOMAZ, A.C.P. et al. The human milk donation experience: motives, influencing
factors, and regular donation. J Hum Lact. 2008; 24(1):69-76.

UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância - Organização Mundial da


Saúde. Iniciativa Hospital Amigo da Criança: revista, atualizada e ampliada para o
cuidado integrado. Módulo 4 - autoavaliação e monitoramento do hospital. Brasília:
Ministério da Saúde; 2010.

UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância- Brasil. Lista dos Hospitais
Amigos da Criança. 2014. Disponível em:
https://www.unicef.org/brazil/pt/activities_9994.htm. Acesso em: 10/01/2017.

VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio,


2013.

WESCHENFELDER, S.; PEIXOTO, H. M.; MARTINS, R. G. G. Levantamento dos


aspectos sócio-demográficos e motivacionais em doadoras de leite humano. Rev
enferm UFPE. p 6(2): 267-73. 2012.
ANEXO
ANEXO A– Ficha de Cadastro da Doadora, Banco de Leite da MDER.

MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA


CADASTRO DAS DOADORAS DO BANCO DE LEITE HUMANO

1- Nome __________________________________________________________________
Endereço: _________________________________________________________________
Ponto de referência: _________________________________________________________
Data de nascimento da mãe: ____/____/____ Data de nascimento do bebê: ___/____/____
Data de cadastro:____/____/_____ Profissão: _____________________________
2- Qual a sua idade?
Menor ou igual a 17 anos ( ) Entre 18 a 29 anos ( )
Entre 30 a 34 anos ( ) 35 ou mais anos ( )
3- Qual seu estado civil?
Casada ( ) Vive junto (união estável) ( ) Solteira ( ) Divorciada ( )
4- Quanto ao estudo você é?
Analfabeta ( ) Alfabetizada ( ) Ensino fundamental incompleto ( )
Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( )
Ensino superior ( ) Pós graduação ( )
5- Você trabalha fora?
Sim ( ) Não ( )
6- Qual a sua renda familiar?
Até 1 salário mínimo ( ) 2 a 3 salários mínimos ( ) Acima de 3 salários mínimos ( )
7- Quantos filhos você tem?
Até 2 filhos ( ) De 3 a 4 filhos ( ) Acima de 4 filhos ( )
8- Você fez pré-natal?
Não ( ) Sim ( ) Onde? _____________________________________________
9- Exames realizados no pré-natal:
VDRL (+) ( –) HbdAg (+) ( –) HIV (+) ( –) Hb __________ Ht __________
10-Você está fazendo uso de medicamentos?
Não ( ) Sim ( ) Se sim, qual? _____________________________________________
11-Você fez transfusão sanguínea nos últimos 5 anos?
Sim ( ) Não ( )
12-Você fuma?
Sim ( ) Não ( )
Para uso do Banco de Leite Humano
Doadora apta? Sim ( ) Não ( )
Responsável ____________________________________________________
13-O que a sensibilizou a doar leite ao BLH?
_________________________________________________________________________
APÊNDICE

APÊNDICE A – Tabela de coleta de dados do questionário sócio-econômico das


mães doadora do Banco de Leite da MDER (coleta interna) referente ao mês de
novembro de 2016.

Você também pode gostar