Você está na página 1de 35

CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO

CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO

Cristiane Aparecida de Campos, Henrique Melaré

Aspectos nutricionais da amamentação: o papel do profissional da


nutrição na saúde da mãe e no desenvolvimento da criança

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


Nutrição do Centro Universitário Nossa Senhora
do Patrocínio como requisito para obtenção do
grau de bacharel em Nutrição, sob a orientação do
Prof. Dr. Victor Augusto Ramos Fernandes.

ITU

2022
“Diga-me e eu esqueço. Ensine-me e eu lembro. Envolva-me e eu aprendo.”

Benjamin Franklin
“A nutrição entrou na minha vida quando passei por sérios problemas psicológicos,
relacionados a alimentação. Sofri por muitos anos com uma fobia alimentar e social,
descoberta na adolescência, porém com suas raízes ainda na infância. Isso me fez repensar e
querer ajudar os demais em todo o processo alimentar infantil, desde o primeiro contato com
o alimento, ainda na vida intrauterina, passando pela amamentação, introdução alimentar e
outras dificuldades que possam vir a existir”. (Cristiane Ap. de Campos)

“O curso de nutrição chegou em minha vida de paraquedas, eu tinha acabado de trancar o


curso de engenharia agronômica e resolvi me aventurar em uma área na qual não sabia
nada, nem onde atuava. No passar das aulas me afeiçoei as matérias e aos professores na
qual lecionavam e foi aí que meus olhos brilharam e vi a tamanha importância dessa área
nos tempos atuais. Me sinto grato em fazer parte de uma comunidade na qual consegue
ajudar o próximo a se amar novamente, seja esse amor trago pela renovação da autoestima
ou pela melhora de uma enfermidade. Hoje posso dizer aquela frase clichê “eu não escolhi a
nutrição, ela que me escolheu” e me sinto realizado por isso”. (Henrique Melaré)
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, primeiramente à Deus, pelo dom da vida e pela nossa saúde; às nossas
famílias, pela compreensão, cuidado e apoio, sem vocês não seríamos capazes de concluir o
curso.

Ao nosso orientador, professor e colega, Prof. Dr. Victor Augusto Ramos Fernandes, por
toda colaboração e dedicação ao nosso projeto. Sem você não seria possível a finalização e
entrega de tal trabalho. Obrigada pela gentileza de sempre!

A todos os nossos professores, do curso de nutrição, agradecemos imensamente por todo


conhecimento compartilhado, carinho conosco e amizade. Vocês ficarão para sempre em
nossos corações e nossas memórias. Seremos eternamente gratos!

A instituição CEUNSP e, de modo especial, à nossa coordenadora, Vanessa Zanoni


Carvalhaes, pela amabilidade, disponibilidade, acolhida, amizade e ajuda. Nossa admiração,
gratidão e respeito serão eternos!
LISTA DE SIGLAS

(AME) Aleitamento Materno Exclusivo

(APS) Atenção Primária à Saúde

(EGF) Fator de Crescimento Epidérmico

(Fe) Ferro

(Vitamina D) Colecalciferol

(IUBAAM) Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação

(IgA) Imunoglobulina A

(IgM) Imunoglobulina M

(IgG) Imunoglobulina G

(IgD) Imunoglobulina D

(LH) Leite Humano

(M.O) Microorganismo

(SES-RJ) Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro

(TGF-β) Fator de Crescimento Transformador Beta

(UBS) Unidade Básica de Saúde

(B12) Vitamina Cobalamina

(RN) Recém Nascido


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Diferenças percentuais entre caseína bovina e caseína do leite humano

Gráfico 2: Diferenças percentuais entre lactoalbumina bovina e lactoalbumina do leite


humano

LISTA DE ORGANOGRAMAS

Organograma 1: Resultados obtidos de acordo com a busca

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumos dos artigos selecionados para a revisão bibliográfica


ASPECTOS NUTRICIONAIS DA AMAMENTAÇÃO: O PAPEL DO
PROFISSIONAL DA NUTRIÇÃO NA SAÚDE DA MÃE E NO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

DE CAMPOS CA*, MELARÉ H*, FERNANDES VAR**

*Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) – Universidade
Cruzeiro do Sul
**Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) –
Universidade Cruzeiro do Sul
RESUMO

A gestação é um período de grande importância nutricional para mães e bebês, pois, é a partir do
correto fornecimento nutricional que o feto irá se desenvolver. Após seu nascimento, inicia-se o
período da amamentação, ainda dependente da saúde materna, haja vista que, o leite é oriundo, na
maior parte dos casos, da mãe da criança. Esse estudo tem como objetivo, descrever os componentes
nutricionais encontrados no leite materno e identificar os principais achados descritos na literatura a
respeito do aleitamento materno e o desenvolvimento da criança. Também objetivou-se, enfatizar o
profissional de nutrição como importante colaborador para a garantia do sucesso nutricional, tanto da
mãe como do bebês, na gestação e na amamentação. O presente trabalho trata-se de uma revisão
integrativa da literatura, de caráter exploratório, de natureza básica, usando os descritores
“breastfeeding” e “nutrientes” e “development”, padronizados e associados na plataforma Pubmed,
com corte temporal de dez anos; a partir dos critérios, foram incluídos quatorze artigos. Os resultados
demonstram que o leite fortificado é suplementado com duas proteínas bovinas, a caseína e a alfa-
lactoalbumina, porém o teor de ambas é muito elevado, o que resulta em uma sobrecarga de soluto
renal. O leite humano tem 60% de lactoalbulminas, e 40% de caseína, já o leite de vaca, tem 20% de
proteínas de soro e 80% de caseína. A caseína do leite de vaca forma coágulo de difícil digestão
enquanto a lactoalbumina do leite materno forma coágulos macios e de fácil digestão.

Descritores: amamentação; nutrientes; desenvolvimento.

ABSTRACT

Pregnancy is a period of great nutritional importance for mothers and babies, because it is from the
correct nutritional supply that the fetus will develop. After birth, the breastfeeding period begins, still
dependent on maternal health, given that, in most cases, the milk comes from the child's mother. This
study aims to describe the nutritional components found in breast milk and identify the main findings
described in the literature regarding breastfeeding and child development. It also aimed to emphasize
the nutrition professional as an important contributor to ensuring nutritional success, both for the
mother and the babies, during pregnancy and breastfeeding. The present work is an integrative review
of the literature, of an exploratory nature, of a basic nature, using the descriptors “breastfeeding” and
“nutrients” and “development”, standardized and associated in the Pubmed platform, with a time cut
of ten years; from the criteria, fourteen articles were included. The results demonstrate that the
fortified milk is supplemented with two bovine proteins, casein and alpha-lactoalbumin, but the
content of both is very high, which results in a renal solute overload. Human milk has 60%
lactoalbulmin and 40% casein, whereas cow's milk has 20% whey protein and 80% casein. Cow's milk
casein forms a hard-to-digest clot while lactalbumin from breast milk forms soft, easily digestible
clots.

Descriptors: breastfeeding; nutrients; development.


INTRODUÇÃO

A gestação é um período de grande importância nutricional para as mães e seus bebês,


pois, é a partir do fornecimento de nutrientes maternos que o feto irá se desenvolver
adequadamente favorecendo seu crescimento intrauterino ¹.

Durante a gestação, as mulheres sofrem diversas alterações em seu organismo, sendo


elas: alterações hormonais, carência de macro e micronutrientes, em alguns casos, dificuldade
de movimentação, alta variação humoral e grandes modificações fisiológicas, metabólicas e
endócrinas, alterando assim, suas necessidades nutricionais ¹.

A alimentação é essencial, pois, sem a ingesta adequada de alimentos o organismo do


bebê não irá se desenvolver corretamente, assim sendo, o acompanhamento de um
profissional de nutrição na assistência pré-natal é essencial e assume grande importância, pois
seu objetivo é de estabelecer o seu estado nutricional e identificar fatores de riscos
relacionados à nutrição, possibilitando interferências terapêuticas e o planejamento correta
alimentação ².

Sendo valorizado cada vez mais, o acompanhamento nutricional pré-natal, vem a ter
um impacto com a população em seu resultado obstétrico; durante seu acompanhamento a
antropometria, altura e o peso pré-gestacional são fortes indicadores do seu estado nutricional
atual, podendo evidenciar alguma inconformidade precocemente, tendo um resultado positivo
em condições do nascimento do bebê e como consequência, a baixa taxa de mortalidade
perinatal e neonatal. A exemplo disso, Lapa e colaboradores³, observaram que são necessárias
políticas públicas para o incentivo ao acompanhamento da saúde materna e do bebê, tanto no
pré-natal como no pós-natal ³.

Uma dessas políticas públicas é a Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação


(IUBAAM), proposta pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES-RJ), cuja
intenção é fortalecer as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) que trabalha com
gestantes e nutrizes. Em seu estudo, Lapa e colaboradores³ notaram, mediante a análise das
entrevistas, o fortalecimento do vínculo entre a equipe da UBS Vila Saúde e a população
assistida; o crescimento motivacional da equipe; a proximidade com as mães e os bebês,
conseguindo dessa forma assisti-las de mais perto; e a importância do trabalho continuado e
da formação de um grupo de mães promotoras do aleitamento materno, juntamente com a
equipe ³.

Por conseguinte, vem a amamentação, que é uma fase tão importante quanto a nutrição
intrauterina. Ainda dependente da saúde materna, haja vista que, o leite é oriundo, na maior
parte dos casos, da mãe da criança. Não obstante, considera-se de grande importância que o
bebê consuma o colostro, leite altamente concentrado, repleto de proteínas e rico em
nutrientes, produzido nos primeiros dias da amamentação e sendo considerado a primeira
vacina do recém-nascido por protegê-los contra uma série de doenças. A exemplo disso,
Ichisato e colaboradores⁴ observaram que as crenças e os tabus influenciavam no aleitamento
materno, principalmente, no tocante à alimentação materna durante a lactação. Com isso, as
autoras identificaram que o aleitamento materno não é somente uma questão biológica, mas é
histórica, social e psicologicamente delineada. A cultura, a crença e os tabus têm influenciado
de forma crucial a sua prática. Foi compreendido que o sucesso da promoção da
amamentação, também está relacionado a programas educativos de diversas naturezas e foi
identificado com clareza, a valorização do hábito cultural ligado a esta prática ⁴ .

A amamentação exclusiva até os primeiros 6 meses é crucial para o desenvolvimento


dos bebês, após este período ainda é indicado que continue a amamentação até seus 24 meses
além da introdução alimentar. Isso porque, em seu segundo ano de vida, o leite materno
continua sendo uma importante fonte de nutrientes e protegendo de doenças infecciosas. De
acordo com alguns estudos realizados as crianças que não são amamentadas até o seu segundo
ano de vida têm uma grande tendência em desenvolver doenças crônicas, como alergias, falta
de nutrientes e até ir a óbito por doenças infecciosas, quando comparado as crianças
amamentadas ¹.

Neste sentido, o presente estudo revisional da literatura objetiva descrever os


componentes nutricionais presentes no leite materno e identificar os principais achados
descritos na literatura a respeito do aleitamento materno e o desenvolvimento da criança.
Associado a isso, será realizada a elaboração de um vídeo educativo e instrucional para
mulheres que desconhecem a importância do aleitamento e da correta nutrição durante o
período da gravidez.

MÉTODOS
O presente trabalho trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, de
caráter exploratório e natureza básica, visando o desenvolvimento de hipóteses futuras para
ensaios clínicos a respeito do assunto. Para este estudo foram utilizadas os descritores
“breastfeeding” e “nutrientes” e “development”. Descritores padronizados e associados pela
plataforma de buscas utilizada.

Para a elaboração desta revisão, foi acessada e utilizada a base de dados Pubmed
(Medline) na qual integra manuscritos, originais e revisionais, bem como relatos de casos e
meta-analises, além de livros científicos na língua inglesa e publicados em revistas de alta
impactação técnico-científica (com fator de impacto maior que 0.7). Não obstante, somente
artigos publicados na língua inglesa foram admitidos para a confecção dos resultados do
presente artigo. Literaturas clássicas e fora do corte temporal, no qual foi aplicado dez anos
(janeiro de 2011 a fevereiro de 2021), foram aceitas, com finalidades exclusivamente
conceituais. Não foram contemplados artigos revisionais integrativos e cartas ao editor.

O organograma abaixo ilustra o método de buscas aplicado pelos pesquisadores:

Organograma 1: Resultados obtidos de acordo com a busca


DESENVOLVIMENTO

Autor/Revista/Ano Objetivos Pacientes Métodos Principais Resultados/conclusões


A ligação entre a dieta materna e
uma propriedade nutritiva do leite
Pesquisa de artigos publicados até
Reunir evidências materno veio de 3 estudos que
janeiro de 2015 para base da revisão
quantitativas sobre o Foram utilizadas 36 apoiaram a ligação entre o consumo
Bravi F., Et al. bibliográfica com o uso de palavras-
impacto da nutrição publicações, com de peixe e ácido docosaexaenoico
Am J Clin Nut chaves "amamentar", "amamentado",
materna na um total de 1977 alto no leite materno e 2 estudos que
2016 lactação", "leite humano", "leite
composição do leite mulheres lactantes. relataram uma correlação positiva
materno" "dieta materna", "nutrição
humano materno entre a vitamina C na dieta e as
materna"
concentrações dessa vitamina no
leite.
Determinar se o leite
humano fortificado Foi utilizada a estratégia de pesquisa
Os dados limitados disponíveis não
com vários nutrientes padrão do Cochrane Neonatal
fornecem evidências fortes de que
melhora resultados Foram Review Group. Isso incluiu pesquisas
alimentar bebês prematuros com
Brown J.V.E., Et al. importantes identificados 14 eletrônicas do Cochrane Central
leite materno fortificado com vários
Cochrane Database (incluindo estudos nos quais Register of Controlled Trials
nutrientes em comparação com leite
Syst Re crescimento e participaram um (CENTRAL; 2016, Issue 2),
materno não fortificado afeta
2016 desenvolvimento) em total de 1.071 MEDLINE, EMBASE e o Índice
resultados importantes, exceto que
relação ao leite bebês. Cumulativo para Literatura de
leva a um ligeiro aumento nas taxas
materno não Enfermagem e Saúde Aliada
de crescimento intra-hospitalar.
fortificado para bebês (CINAHL) (até fevereiro de 2016).
prematuros)
Fornecer uma revisão Variou de 1 a 200 As características do estudo, A qualidade metodológica variou
Italianer M.F., Et al. completa dos estudos mães, onde incluindo idade gestacional, estágio amplamente. Variação circadiana
Nutrientes que examinam os avaliaram a lactacional, estratégia de significativa é encontrada em
2020 componentes do leite concentração de amostragem, método analítico e triptofano, gorduras, triacilglicerol,
humano e suas um componente desfecho foram extraídas. A colesterol, ferro, melatonina, cortisol
concentrações de específico do leite qualidade metodológica foi avaliada e cortisona. Isso pode desempenhar
acordo com variação humano mais de usando uma escala modificada de um papel no crescimento e
circadiana. uma vez em 24 Newcastle-Ottawa (NOS). desenvolvimento da criança em
horas. termos do relógio biológico.
Não foi identificado nenhum estudo
Determinar o efeito elegível, embora o leite materno
da alimentação de Foram pesquisados Foi utilizada a estratégia padrão do continua sendo a escolha padrão de
bebês prematuros ou bancos de dados de Cochrane Neonatal para pesquisar o nutrição enteral porque estudos
baixo peso ao nascer ensaios clínicos, Cochrane Central Register of observacionais e metanálises de
Brown J.V.E., Et Al.
com fórmula em anais de Controlled Trials (CENTRAL 2018, estudos comparando alimentação
Cochrane Database
comparação com o conferências e as Issue 9), e Ovid MEDLINE, Ovid com fórmula e leite materno de
Syst Rev 2019
leite materno sobre os listas de referência Embase, Ovid Maternity & Infant doadores sugerem que a alimentação
resultados de de artigos Care Database e CINAHL até com leite materno tem grandes
crescimento e recuperados. outubro de 2018 vantagens imunonutricionais para
desenvolvimento. bebês prematuros ou com baixo peso
ao nascer.
Determinar se o leite Pesquisa realizada bancos de dados Evidências de baixa certeza de um
materno fortificado para ensaios relevantes em setembro estudo sugerem que, em bebês
com multinutrientes de 2018: Cochrane Central Register prematuros alimentados
derivados do leite of Controlled Trials (CENTRAL) exclusivamente com leite materno,
materno humano, (the Cochrane Library, Issue 9), os fortificantes derivados do leite
reduz a mortalidade, bancos de dados de referência de humano em comparação com o
Premkumar M.H., Et
morbidade e promove periódicos eletrônicos, incluindo fortificante derivado do leite bovino
Al. Cochrane
o crescimento e o 252 bebês MEDLINE (1980 a 20 de setembro podem não alterar o risco de
Database Syst Rev
desenvolvimento de de 2018), PREMEDLINE, Embase enterocolite necrosante, mortalidade,
2019
bebês prematuros em (1974 a 20 de setembro de 2018), intolerância alimentar, infecção ou
comparação com o CINAHL (1982 a 20 de setembro de melhorar o crescimento. Ensaios
fortificante 2018), resumos biológicos no banco clínicos randomizados bem
multinutrientes de dados BIOSIS e resumos de desenhados são necessários para
derivado do leite conferências de 'Proceedings First' avaliar os resultados de curto e
bovino. (de 1992 a 2011). longo prazo.
Foram coletadas 3.282 amostras de
leite humano cru ou leite Tanto a concentração de proteína no
Analisar os 99 prematuros
pasteurizado de doadores. Os níveis leite humano quanto a ingestão
macronutrientes hospitalizados com
de lactose, proteína, gordura e diária de proteína total apresentaram
presentes no leite menos de 37
Lin Y. H., Et Al. energia nas amostras foram medidos correlação positiva com o ganho de
humano e sua semanas de idade
PLoS One usando um analisador de leite peso corporal de prematuros. A
correlação com o gestacional com
2020 humano Miris. O desfecho primário análise de rotina do leite materno e a
crescimento de dieta
foi a velocidade de crescimento do fortificação individualizada podem
prematuros intra- exclusivamente de
peso (g / kg / dia), que foi obtida por ser indicadas para otimizar o
hospitalares. leite humano
meio de uma abordagem de dois crescimento de bebês prematuros.
pontos.
Investigar o efeito da
A ingestão de proteínas em bebês
suplementação Os 36 prematuros foram divididos
prematuros não revelou efeitos de
proteica em lactentes em dois grupos, sendo um grupo de
longo prazo no crescimento do
Kashaki M.; de muito baixo peso 36 prematuros intervenção, onde receberam
perímetro cefálico. Além disso, foi
Samghabadi, F. M., (MBP = peso ao (sendo dividido em suplementação proteica adicionada
capaz de melhorar o crescimento
Bordbar, A. nascer inferior a dois grupos de ao leite materno e um grupo de
neurológico nas áreas de
Med Arch 1.500 gramas) sobre controle com 18 controle, que foi alimentado de forma
comunicação e motora grossa (com
2019 o crescimento indivíduos cada) semelhante ao grupo intervenção,
base no ASQ) e auditiva, linguagem
neurológico no sem a ingestão de suplemento
verbal, cognitiva, conexão social e
terceiro ano de proteico.
motora (com base no NEWSHA).
nascimento.
Determinar o efeito Bebês alimentados com fórmula
Foram realizadas busca no Cochrane
da alimentação com apresentaram maiores ganho de peso
Quigley M.; Foram realizadas Neonatal, incluindo buscas
fórmula em intra-hospitalar (1,93 a 3,08 g /kg/
Embleton, N.D.; buscas nos bancos eletrônicas do Cochrane Central
comparação com o dia), crescimento linear (77 a 1,65
McGuire, W. de dados, anais de Register of Controlled Trials, Ovid
leite materno de uma mm/ semana) e crescimento da
Cochrane Database conferências, MEDLINE, Embase e o Cumulative
doadora, no cabeça (0,47 a 1,23 mm / semana).
of Systematic análises anteriores Index to Nursing and Allied Health
crescimento e A Fórmula alimentar aumentou o
Reviews e ensaios clínicos Literature, como bem como canais de
desenvolvimento de risco de enterocolite necrosante
2019 com 1879 crianças. conferências, análises anteriores e
bebês prematuros ou (de1,23 a 2,85); diferença de risco
ensaios clínicos com 1879 crianças.
com baixo peso ao de 0,01
nascer (BPN). a 0,05; número necessário para tratar
um resultado prejudicial adicional
(20 a 100; 9 estudos, 1675 bebês).

A maioria dos estudos selecionados


eram de países de alta renda e
incluía bebês que estavam em risco
Intervir na
de crescimento, prematuros,
alimentação dos
pequenos para a idade gestacional e
bebês, mães ou
RN com déficit de crescimento
ambos, sendo os
inicial.
bebês menores de 6 Bebês até 6 meses Pesquisas foram executadas nas
As intervenções incluíram
meses, com com risco seguintes bases de dados: PubMed,
fortificação ou suplementação de
deficiência de nutricional, CINAHL Plus e Biblioteca Cochrane,
fórmula em 66%, alimentação
Rana R. Et Al crescimento, visando incluindo aqueles desenvolvendo e seguindo um
enteral
Nutrients restaurar ou melhorar com baixo peso ao protocolo de revisão sistemático
em 17%, alimentação com copo,
2020 a qualidade e o nascer, perda de padrão de acordo com o PRISMA
4,2% e outros 12,8%. Os resultados
volume do leite peso ou (itens de relatório preferidos para
incluíram mudança antropométrica
materno e otimizar a dificuldades de revisão sistemática e protocolos de
em 85,1%, práticas de alimentação
amamentação quando alimentação. meta-análise)
relatadas em 34%, morbidade em
as práticas são abaixo
23,4%) e mortalidade em 10,6%.
do ideal ou
Dos 31 estudos que avaliaram a
interrompidas
fortificação ou suplementação de
prematuramente.
fórmulas, 30 relataram alterações
antropométricas, 7 morbidades, 5
alimentação e 4 mortalidade. De 8
estudos que avaliaram a alimentação
enteral com
intervenções,7 relataram alterações
antropométricas, 5 alimentação
práticas, 4 morbidade e 1
mortalidade relatada.

Os artigos incluídos na meta-análise


Avaliar a relação foram coletados na MEDLINE, Dos 307 estudos achados, apenas 32
entre a alimentação e EMBASE, Scopus, Bancos de dados foram aceitos, onde demonstra claro
a Enterocolite Clinicaltrials.gov, Web of Science e benefício da amamentação ou, na
32 estudos
Necrosante (NEC) Cochrane Library em junho de 2019. sua ausência, com a doação leite e
Altobelli E.; Et Al. selecionados e
em bebês com baixo Os artigos foram selecionados indica um risco reduzido de NEC
Nutrients cerca de 572
peso e prematuros; usando o Fluxograma de meta- usando leite humano em relação à
2020 bancos de leite
assim como descrever análises (PRISMA). Para os bancos fórmula. A amamentação também
encontrados.
geograficamente a de leite, os dados foram revisados e deve ser incentivada a fim de reduzir
distribuição de banco integrados com informações o impacto de outras patologias
de leite pelo mundo. coletadas de sites institucionais dos relacionadas à lactação.
paises e das redes de bancos de leite.
Entender se a vida
pós-natal pré-termo é
Este estudo fornece a primeira
um período tratável
evidência de uma associação
de desenvolvimento
Participaram originalmente de um benéfica entre o leite materno e a
Lewandowski J. A., cardiovascular que
estudo controlado randomizado de morfologia e função cardíaca na
Et Al. pode ser alterado 926 bebês nascidos
regimes de alimentação com leite vida adulta em nascidos prematuros
Pediatria positivamente pela prematuros
pós-natal entre 1982 e 1985 em 5 e apoia a promoção do leite humano
2016 nutrição e se é
centros diferentes do Reino Unido. no cuidado de bebês prematuros
relevante para os
para reduzir o risco cardiovascular
resultados de longo
em longo prazo.
prazo. Nossa hipótese
é que ser alimentado
com leite materno
durante o início da
vida pós-natal é
benéfico para a
estrutura e função
cardíaca de longo
prazo em indivíduos
nascidos prematuros
em comparação com
fórmulas infantis.
O primeiro grupo (31) foi fornecido
1,8 g de proteína para 100 ml de
Avaliar o efeito da leite materno expresso, e para o
alimentação com o outro grupo (29) foi fornecido 1 g de
fortificante do leite Os bebês foram divididos em dois proteína para 100 ml de leite
Reid J., Et Al.
humano apresentando 60 bebês grupos, um com 31 e o outro com 29 materno. O primeiro grupo teve um
Nutrients
alto teor proteico prematuros bebês, no qual foram aplicadas ganho de peso corporal de massa
2018
(HMF), sobre o quantias diferentes de proteína magra maior que o segundo grupo.
crescimento de bebês O aumento de proteína de 1,8 g por
prematuros 100 ml leite materno expresso, não
melhora o crescimento de bebês
prematuros.
Com 1 mês e 4 meses de idade, o
ganho de peso por dia entre o grupo
Avaliar a segurança
IF 1 e o do grupo HM eram
da formula infantil
Foram selecionados 96 bebês de 40 semelhantes e foi significativamente
enriquecida com alfa-
dias que foram divido em três maior nos grupos IF 2 e IF 3. O
lactalbumina bovina
subgrupos e que receberam diferentes padrão de crescimento de ambos os
com uma
Opereza- Ceja L.G., doses da formula (IF 1 com 1,0g de grupos estavam de acordo com os
concentração 308 bebês (sendo
Et Al. proteína, IF 2 com 1,3g de proteína e padrões de crescimento da
aproximada do leite dividos em dois
Nutrients. IF 3 com 1,5g de proteína), foi Organização Mundial da Saúde
materno humano e grupos)
2018 incluído ao estudo um grupo de 212 (OMS). De 1 mês e 4 meses de vida
determinar sua
lactentes que amamentavam com o o grupo IF 1 obteve uma taxa de
eficácia no
leite exclusivo, denominados como crescimento igual ao do grupo HM,
crescimento do bebê
HM. porém é necessários mais estudos e
nos primeiros quatro
investigações para apoiar esses
meses.
achados, avaliando o crescimento do
bebê em longo prazo.
Em bebês prematuros e com BPN, a
alimentação com fórmula em
comparação com o leite materno de
Determinar o efeito
Pesquisa na base de dados Cochrane uma doadora, seja como suplemento
da alimentação com
Neonatal, incluindo pesquisas ao leite materno ordenhado da mãe
fórmula em
Quigley M., eletrônicas do Cochrane Central ou como dieta única, resulta em
comparação com o
Embleton N.D. , Register of Controlled Trials maiores taxas de ganho de peso,
leite materno de uma
McGuire W., 11 ensaios com (CENTRAL; 2017, Issue 6), Ovid crescimento linear e crescimento da
doadora sobre o
Cochrane Database 1809 crianças MEDLINE, Embase e o Cumulative cabeça e um maior risco de
crescimento e o
Syst Rev Index to Nursing and Allied Health desenvolver enterocolite
desenvolvimento de
2018 Literature (até 8 de junho 2017), bem necrosante. Os dados do ensaio não
bebês prematuros ou
como anais de conferências e análises mostram um efeito na mortalidade
com baixo peso ao
anteriores. por todas as causas, ou no
nascer (BPN).
crescimento ou
neurodesenvolvimento a longo
prazo.
Tabela 1: Resumos dos artigos selecionados para a revisão bibliográfica
Amamentação

Durante a gestação a mama da mulher é preparada para a amamentação, devido a ação


de diferentes hormônios, como por exemplo, o estrogênio e a progesterona, essa fase é
chamada de lactogênese I, quando a secreção láctea é inibida pela ação da progesterona. Após
o nascimento do bebê e a dequitação da placenta, a ação da progesterona é inibida e com isso
se desencadeia o início da produção de leite. A primeira etapa da amamentação se inicia com
a descida do colostro, um leite rico principalmente em anticorpos que irão estimular o
desenvolvimento do primeiro sistema imune do lactente. A segunda etapa se dá com o leite
maduro, que se trata de um leite mais consistente e rico em lipídios que vão garantir o
crescimento e desenvolvimento do bebê ⁵ .

Com relação aos aspectos nutricionais, o leite humano apresenta alto teor percentual
hídrico, lactose e nutrientes que irão garantir todo o aporte necessário para o seu adequado
funcionamento metabólico. Levando em conta o aspecto nutricional, o leite humano apresenta
componentes imunológicos, como fatores celulares e humorais específicos e não específicos
que garantem a proteção ativa e passiva do lactente ⁵ .

Dentre os vários nutrientes presentes no leite humano, vale-se ressaltar a presença da


caseína e da alfalactoalbumina, nutrientes que também estão presentes na fórmula do leite
sintético, porém, são derivados do soro do leite bovino se apresentando de forma manipulada
⁵ ,⁶ .

Observando assim, a grande importância do leite humano e sua oferta adequada ao


lactente, há a relevância de se encontrar um profissional qualificado e que possua o devido
conhecimento das fases da lactação, assim como dos aspectos nutricionais e imunológicos do
leite. Pensando sobre esse âmbito, destacamos aqui o nutricionista, profissional habilitado a
ofertar de modo seguro o manejo e o aconselhamento correto sobre a amamentação,
garantindo assim a adequada saúde ao lactente e à lactante ⁵ .

Produção, descida e fases da lactação do leite humano.

Durante a gestação a mama da mulher é preparada para a amamentação com a


colaboração de diferentes hormônios – estrogênio e progesterona, bem como o lactogênio
placentário, hormônio de crescimento, prolactina, glicocorticoides, tireoxina e insulina.
Quando a mama adquire a capacidade de produzir o leite na gestação, essa fase é chamada de
lactogênese I. Nessa fase a secreção láctea copiosa é inibida pela progesterona, que interfere
no plano dos receptores da célula alveolar ⁵ .

Após o nascimento do bebê e a dequitação da placenta, dá-se início à produção de leite


inicial, o colostro, sendo uma secreção espessa e amarelada, rico em proteínas. Esse leite
possui um teor mais elevado de vitaminas lipossolúveis, proteínas, sódio, potássio, cloreto,
zinco e imunoglobulinas, e é uma fonte rica de anticorpos, e por esse motivo é considerado o
primeiro imunizante do bebê. Além disso, o colostro auxilia o bebê na eliminação do mecônio
(primeiras fezes do RN). Acredita-se que o desenvolvimento do sistema imunológico e
digestório no bebê amamentado se deve ao desenvolvimento de bactérias benéficas no
intestino do bebê, fornecendo uma população microbiana intestinal saudável ⁵ .

Cerca de dois a cinco dias após o parto e até por volta de dez a quatorze dias pós-
parto, começa a ser produzido o leite de transição, essa fase é chamada de lactogênese II, esse
leite é branco, cremoso e passa a ser produzido em maiores quantidades do que o colostro; os
seios femininos se tornam maiores e mais firme, e é nesse momento em que as mães sentem o
leite “entrar”. Nessa fase é de extrema importância que as mães amamentem seus bebês
frequentemente (de oito a doze vezes por dia), para evitar o ingurgitamento e permitir que
haja o esvaziamento adequado da mama pelo bebê ⁵ .

O leite maduro é o estágio final da produção de leite humano materno, e geralmente


começa a aparecer perto do final da segunda semana após o parto. Nessa fase, no início da
amamentação o leite inicial liberado é rico e, conteúdo de água para atender as necessidades
de hidratação do bebê, é pobre em energia, mas rico em vitaminas hidrossolúveis e proteínas.
Este leite é mais fino, as vezes com uma cor azulada. Conforme a sucção do bebê o leite se
torna mais cremoso, indicando um maior teor de gordura. Este leite rico em vitaminas
lipossolúveis e outros nutrientes é o chamado leite final. Esse leite fornece a saciedade e
energia para garantir o crescimento do bebê. Sendo assim, é muito importante que a mãe
permita que o bebê esvazie uma mama de cada vez, para garantia de obtenção de uma
nutrição completa a partir do leite. O leite final é liberado conforme a mama se esvazia e
sinaliza para o bebê que a alimentação terminou ⁵ .

Observou-se que o leite humano materno varia em sua composição nutricional durante
o período de aleitamento materno e parece ser mais sensível a fatores maternos, como
composição corporal, dieta e paridade. Este fluído está constantemente mudando para
satisfazer as necessidades de crescimento do bebê, com isso a composição de nutrientes muda
ao longo de toda a duração do aleitamento, mas também ao longo de um dia, e mesmo durante
a mamada ⁵ .

É importante destacar que o estímulo para a produção e secreção do leite é a sucção


realizada pelo bebê durante a amamentação. Observou-se que os nervos subcutâneos da aréola
enviam uma mensagem por meio da medula espinal para o hipotálamo, que por sua vez
transmite uma mensagem para a glândula pituitária, onde as zonas anterior e posterior são
estimuladas. A prolactina da pituitária anterior estimula a produção de leite pelas células
alveolares ⁵ .

Conclui-se que a nutrição do leite materno e a proteção contra doenças que este
proporciona são incomparáveis, superiores a qualquer outro substituto ⁵ .

Aspectos nutricionais do leite humano

A nutrição intrauterina e a recebida após o nascimento determinam efeitos duradouros


e muitas consequências na vida adulta, resultando em uma melhor ou pior qualidade de vida ⁵ .

O leite humano é um alimento com macro e micronutrientes ideais, agentes anti-


inflamatórios, imunoglobulinas, antimicrobianos, antioxidantes, oligossacarídeos, citocinas,
hormônios e fatores do crescimento, oferecendo nutrição correta, proteção e saúde adequada
ao lactente ⁵ .

A glândula mamária possui a capacidade de extrair ativamente os nutrientes da


circulação materna, o que faz com que o leite contenha os nutrientes apropriados, mesmo
diante de uma ingesta materna inadequada; é esse fato que leva o leite humano a apresentar os
nutrientes exatos para o desenvolvimento do cérebro humano ⁵ .

Existem variações quanto à composição nutricional do leite humano e esse fato está
ligado ao estágio da lactação, os horários do dia, o período da oferta, a pariedade, nutrição e
idade materna, assim como a idade gestacional e os aspectos de cada nutriz; dessa forma,
conhecer a composição nutricional do leite materno é de extrema importância, pois
identificam-se aqui, as corretas necessidades nutricionais do lactente em cada estágio da sua
vida ⁵ .

A água apresenta-se no leite humano em 88% do total, sendo essa quantidade a


necessária para a hidratação do bebê, não necessitando assim de uma complementação hídrica
⁵.
Seu conteúdo proteico é de 0,8 a 0,9g/dl, apresentando de 20 a 25% de nitrogênio não
proteico. A caseína e as lactoalbuminas, conhecidas como proteínas do soro, compõem as
proteínas presentes no leite humano; a caseína consegue se estabilizar com o cálcio e com o
fósforo, realizando assim seu transporte. Entre as lactoalbuminas, a alfa-lactoalbumina é a
mais presente e tem grande importância para a síntese de lactose e fatores de proteção, como
lisozenzimas, lactoferrina e imunoglobulinas. A relação entre a proteína do soro e a caseína é
de 90/10 a 60/40, dependendo da fase do leite humano ⁵ .

Com relação aos aminoácidos, o leite humano apresenta quantidades reduzidas de


fenilalanina e tirosina, pois o RN tem capacidade limitada em metabolizá-los. A taurina
encontra-se presente, pois colabora com o desenvolvimento da retina, transporte de zinco e
absorção de gordura. Há também a presença de metionina e cistina, pois a enzima
cistationase, que realiza a transformação da metionina e cistina não está presente no cérebro e
no fígado do RN pré-termo ⁵ .

A carnitina também se encontra no leite e é responsável pela decomposição de ácidos


graxos de cadeia longa; da mesma forma, a glutamina está presente para que haja um
crescimento do epitélio intestinal de forma correta ⁵ .

A gordura está presente de 3 a 4 g/dl no leite maduro e constitui a principal fonte


energética, proporcionando de 35 a 50% das necessidades diárias. Os componentes lipídicos
presentes incluem os triglicérides, fosfolipídios, colesterol e ácidos graxos livres, todos
derivados da dieta e das reservas corporais maternas, ou podem ser sintetizadas na própria
mama a partir da glicose ⁵ .

A concentração de colesterol é alta, oferece grandes benefícios para o cérebro e


também possui a capacidade de se manter em níveis adequados na via adulta. Os ácidos
graxos essenciais estão presentes e entre eles destacam-se os ácidos graxos poli-insaturados,
de forma a apresentar o ácido docosa-hexaenoico, importante para o correto desenvolvimento
cerebral e da retina, e o ácido araquidônico como precursor das prostaglandinas e leucotrienos
⁵.

Dentre os açúcares presentes, temos os glicolipídios, as glicoproteínas e os


oligossacarídeos exercendo papel de defesa contras as infecções, porém o principal
carboidrato encontrado é a lactose (7g/dl) sendo metabolizada em galactose; a mesma
colabora como matéria prima para a substancia branca do lactente; facilita a absorção de
cálcio e estabelece a presença de uma flora fecal protetora contra bactérias ⁵ .

Com relação aos minerais encontrados, observam-se o sódio, potássio, cloro, cálcio,
magnésio e flúor; todos apresentam alta biodisponibilidade e a relação cálcio/ fósforo é de
2:1, atendendo a mineralização óssea efetiva. Encontram-se também, o ferro; o zinco, que
apresenta alta biodisponibilidade e torna rara a deficiência nos lactentes; o cobre, manganês,
selênio e iodo ⁵ .

O leite humano possui todas as vitaminas hidrossolúveis, folato e niacina e suas


concentrações dependem da nutrição da materna. A exemplo disso observa-se que a vitamina
B12 é diminuída no leite de mãos vegetarianas, podendo se tornar deficiente no bebê. Entre as
lipossolúveis, a vitamina A é depende da alimentação materna e a vitamina E se apresenta em
concentração adequada; porém há a necessidade de suplementação de vitamina K em todos os
lactentes RN, pois só alguns dias após o nascimento é que há a produção endógena pelas
bactérias entéricas; assim como há a suplementação de vitamina D quando a mãe não expõe o
lactente ao sol de forma regular e ordenada ⁵ .

Aspectos imunológicos do leite humano

Os componentes imunológicos presentes no leite humano, tem por objetivo a proteção


ativa e passiva do bebê, sendo apresentados como fatores celulares e humorais específicos e
não específicos ⁵ .

O início da lactação apresenta um valor maior de leucócitos com atividade funcional


para o trato gastrointestinal, produzindo uma resposta imune local e sistêmica ⁵ .

O leite humano é composto por macrófagos (55-60%) e neutrófilos


polimorfonucleados (de 30 a 40%) com atividade fagocitária, ação bactericida, fungicida,
produtores de complementos C3 e C4, lisoenzimas, lactoferrina e realizam o transporte e
armazenamento de imunoglobulinas ⁵ .

Os linfócitos se apresentam em 5 a 10%, sendo a maioria linfócitos T, exercendo ação


citotóxica e estimulando o sistema imunológico do lactente. Os linfócitos B são responsáveis
pela produção de anticorpos específicos contra patógenos ⁵ .

Quando um antígeno atinge o sistema respiratório ou digestivo materno, as células


imunocompetentes iniciam seu processo de diferenciação. Os linfócitos B migram até os
linfonodos mesentéricos, atingem a circulação pelo ducto torácico, se diferenciam em
plasmócitos e liberam anticorpos específicos na mama da lactante; dessa forma o sistema
enterobroncomamário garante a produção de anticorpos específicos e sua passagem até o leite
materno, chegando assim até o lactente ⁵ .

Com relação as imunoglobulinas presentes no leite humano, essas são transferidas para
o bebê, de modo a protege-lo e a que mais se apresenta é a IgA secretória, tendo por função
impedir a adesão de microorganismos em seu intestino, combater os vírus respiratórios e
realizar a defesa contra E. coli, V. cholerae, Shigella, Salmonella, Clostridium difficile, G.
lamblia e Campylobacter ⁵ . Há também, a presença das IgM e das IgD, participando das
respostas imunes nas glândulas mamárias. A IgE libera mediadores químicos que aumentam a
permeabilidade vascular e facilita a passagem das IgG para opsonizar possíveis vírus e
bactérias ⁵ .

Entre os fatores imunológicos não específicos, encontram-se as lactoferrinas, uma


proteína atuante de forma bacteriostática pela deprivação do Fe imposta aos M.O’s, também
apresenta ação bactericida, antiviral, anti-inflamatória e imunomoduladora ⁵ .

Encontra-se no leite humano, lisoenzima em grande quantidade, na qual, realiza a lise


bacteriana, resultando em um efeito imunomodulador. As lactoferrinas e as defensivas
também desempenham ações antimicrobianas, juntamente com os elementos gordurosos, pois
os glóbulos de gordura apresentam glicoproteínas que impedem a fixação de bactérias e vírus
na mucosa intestinal ⁵ .

Já o colostro e o leite maduro apresentam elementos do sistema complemento, assim


como todo o leite materno apresenta gangliosídeos, fator de resistência, interferon,
fibronectina, glicosaminoglicans, lipase bile estimuladas e fatores imunomoduladores como as
prolactinas, nucleotídeos e citocinas exercendo ação biológica e antimicrobiana ⁵ .

Entre as citocinas encontradas, a Interleucina 10 e o fator de crescimento


transformador beta (TGF-β), ganham destaque na manutenção da homeostase intestinal,
regulação da inflamação e das alergias e colaboram para o desenvolvimento das tolerâncias
orais nos lactentes ⁵ .

Os fatores de crescimento e os hormônios também estão presentes no leite humano,


como a adiponectina e o fator de crescimento epidérmico (EGF). Os mesmos são utilizados
para a modificação dos processos metabólicos infantis; a adiponectina reduz o risco de
obesidade e doenças inflamatórias e o EGF promove a maturação gastrointestinal e colabora
para o desenvolvimento das defesas próprias do bebê ⁵ .

Diante do exposto, conclui-se que o leite humano é o alimento mais apropriado e


seguro de alimentação na primeira infância, pois o lactente amamentado com LH tem
proteção eficaz contra infecções; proporciona uma combinação impecável e única de
proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, vitaminas, enzimas, imunoglobulinas, sistema
complemento, citocinas, hormônios, fatores de crescimento e benefícios nutricionais
abundantes ⁵ .

Por todos esses motivos e por ser uma questão inerente à maternidade, a amamentação
deve ser prioridade na agenda de compromissos dos governos e da sociedade civil, pois
educar sobre o aleitamento materno aumenta a consciência pública a respeito dos benefícios
do leite humano, criando dessa forma uma visão positiva a favor da amamentação,
colaborando e incentivando as mulheres que tomem a decisão de amamentar de forma
consciente analisando os fatores e benefícios nutricionais e imunológicos que a amamentação
proporciona à seus filhos ⁵ .

Diferença entre caseína e alfa-lactoabulmina bovina e do leite materno

Estudos comprovam que o leite fortificado é suplementado com duas proteínas


bovinas, sendo elas a caseína e alfa-lactoalbumina, porém, o teor de ambas as proteínas é
muito elevado no leite de vaca, no que resulta em uma carga de soluto renal maior na qual é
excretado pelo rim ⁶ .

O leite humano tem 60% de proteínas de soro, sendo uma das principais as
lactoalbulminas e 40% de caseína, o leite de vaca por sua vez, tem 20% de proteínas de soro e
80% de caseína. A caseína apresenta um coágulo duro no qual o estômago do lactente tem
dificuldade para digerir, enquanto a lactoalbumina do leite materno forma coágulos macios e
de fácil digestão ⁷ .
Gráfico 1: Diferenças percentuais entre caseína bovina e caseína do leite humano

Fonte: Autores da pesquisa

Gráfico 2: Diferenças percentuais entre lactoalbumina bovina e lactoalbumina do leite humano

Fonte: Autores da pesquisa

No início do aleitamento, o leite materno humano tem uma razão de proteínas do soro,
na sua composição proteica, na qual a lactoalbumina tem 90:10 no começo, e isso muda para
80:20 e que novamente muda para 60:40 quando o bebê está maior, essa mudança se dá pela
facilidade de digestão do leite materno ⁷ .
Já a proteína do soro do leite de vaca é a caseína, onde encontra-se em na proporção de
18:82. Em contrapartida, as fórmulas a base de leite de vaca, tem uma proporção diferente de
acordo com o fabricante, algumas fórmulas possuem 18:82 de soro de caseína e outros
chegam a introduzir 100% do soro na fórmula ⁷ .

A alfa-lactoalbumina no leite humano é a principal proteína, tendo grande


importância na biossíntese da lactose no tecido mamário e possui a capacidade de ligar alguns
minerais, entre eles o cálcio e o zinco, assim podendo ter uma absorção positiva, contém a
maior quantidade triptofano e é rico em cistina, lisina, treonina e leucina; além disso, a alfa-
lactoalbumina apresenta ação antimicrobiana em bactérias patogênicas ⁸ .

No leite de vaca, a alfa-lactoalbumina está presente em 19%, de toda a composição das


proteínas do soro, sendo ela uma das mais importantes na questão da funcionalidade. É
conhecida como metaloproteína por se ligar com íons metálicos de cálcio e zinco. Em
condições fisiológicas, ela funciona como proteína modificadora da especialidade das enzimas
D-glicose e 4-B-galactosil transferase que é responsável pela síntese da lactose nas glândulas
mamária ⁹ .

Efeitos morfofuncionais do leite materno em comparação as fórmulas

Lewandowski¹⁰ , concluiu em seu estudo que há uma benéfica associação entre o


aleitamento materno e a morfologia cardíaca na vida adulta em nascidos pré-termos, onde a
oferta de leite humano para bebês pré-termo parece melhorar o desenvolvimento
cardiovascular e reduzir o risco de complicações na vida adulta ¹⁰ .

Bebês pré-termos, com crescimento restrito e que possuem coração mais esférico na
vida fetal e pós-natal, apresentaram normalizações da esfericidade ventricular esquerda ao
serem alimentados com leite materno humano, com mamadas mais longas. Outros achados,
como o tamanho desproporcional do miocárdio, demonstram que o leite materno leva à
normalização do tamanho, evidenciando assim a sua importância para a morfofuncionalidade
dos órgãos ¹⁰ .

Sabendo da importância do leite humano e observando a grande quantidade de bebês


que são nutridos por fórmulas infantis, Oropeza-Ceja ⁶ , realizou uma pesquisa onde adiciona
alfa-lactoalbumina nas fórmulas, com a idéia de tentar assemelhar as mesmas, ao leite
humano; esse foi o primeiro estudo onde uma fórmula infantil com 1,0g de proteína/ dl foi
enriquecida com alfa-lactoalbumina bovina em um nível semelhante ao do leite humano
(26%), contendo beta-caseína. O resultado do estudo demonstra um crescimento normal de
bebes saudáveis a termo de 1 mês a 4 meses de vida, sugerindo dessa forma a necessidade do
enriquecimento das fórmulas para que se assemelhe ao leite humano e reforçando assim a
importância do aleitamento materno e a excelente qualidade do leite ⁶ .

Brown e colaboradores¹¹,¹², realizaram uma pesquisa com a idéia de observar os


benefícios da suplementação de proteínas no leite materno humano justificando que bebês
prematuros necessitam de altas dosagens proteicas para um desenvolvimento e crescimento
adequados. Eles não encontraram nenhum outro estudo anterior igual aos deles, porém
haviam outros parecidos e não concluídos em razão da alta taxa de hospitalização dos bebês,
no entanto seu estudo demonstrou um aumento no ganho de peso, ganho de comprimento,
aumento do perímetro cefálico e um aumento nos níveis de uréia desses bebês¹¹,¹².

Apresentando a mesma dúvida, a cerca da quantidade de proteína necessária para o


correto desenvolvimento e crescimento de bebês prematuros, Reid¹³, realizou um estudo para
analisar o aumento da quantidade de proteína que pode ser adicionada ao leite materno
humano para que seja fortificado de 1,0 para 1,8 g a cada 100ml de leite humano ordenhado.
Os resultados encontrados demonstram que não houveram melhora no crescimento em bebês
prematuros, reforçando a concentração padrão de 1,0g de proteína para cada 100ml de leite
humano ordenhado, sendo essa a concentração ideal para a oferta¹³.

Com a idéia de uma pesquisa determinando o efeito da alimentação com fórmula em


comparação ao leite materno de uma doadora, Quigley¹⁴ escreve então um estudo onde
observa o crescimento e o desenvolvimento de bebês prematuros ou com baixo peso ao
nascer. Os resultados encontrados foram os seguintes: bebês prematuros, com baixo peso ao
nascer e alimentados com fórmulas, apresentaram uma maior taxa de crescimento a curto
prazo, mas também, apresentam taxas duplicadas em desenvolver enterocolite necrosante,
resultando e maiores taxas de hospitalização¹⁴ .

Um outro estudo de revisão sistemática baseado na importância da nutrição materna na


composição do leite materno, observou que há uma ligação do consumo de peixe e ácido
decosahexaeanóico alto no leite e uma correlação positiva entre a vitamina C na dieta e as
concentrações dessa vitamina no leite materno. De acordo com Bravi¹⁵ e colaboradores, o leite
humano fornecido por mães saudáveis e bem nutridas representa o melhor alimento
disponível para bebês nascidos a termo de mães saudáveis. Ao contrário da fórmula infantil,
que tem uma composição padronizada, a composição do leite humano muda dinamicamente
dentro de uma alimentação, com a hora do dia e ao longo da lactação¹⁵ .

Italianer e colaboradores¹⁶ , verificou que uma variação circadiana significativa é


encontrada em triptofano, gorduras, triacilglicerol, colesterol, ferro, melatonina, cortisol e
cortisona, o que podem desempenhar um papel no crescimento e desenvolvimento da criança
a termo sobre o ciclo cicardiano. O leite materno humano é o alimento mais completo para a
nutrição e desenvolvimento do bebê. E responsável pela transferência de uma infinidade de
fatores bioativos, como hormônios, fatores imunológicos e, possivelmente, microbiota da mãe
para o filho. O presente estudo indica que a composição do leite humano é diferente entre
mães e é variável para atender as necessidades de mudança fisiológica do bebê¹⁶ .

O leite materno é caracterizado por uma composição dinâmica e complexa que inclui
hormônios e outros componentes bioativos que podem influenciar o crescimento, o
desenvolvimento infantil e otimizar a saúde. Entre os efeitos benéficos associados a
amamentação prolongada, foi relatada uma redução de 13% no risco de sobrepeso e
obesidade. Segundo o estudo de Mazzocchi e colaboradores¹⁷ , revelou-se resultados
contrastantes sobre o papel potencial de todos esses hormônios na modelagem de crescimento
e aposição de massa gorda e resultados de saúde mais tarde na vida¹⁷ .

O estudo de Premkumar¹⁸ e Altobelli¹⁹ observaram que bebês prematuros que recebem


leite materno em comparação com a fórmula infantil possuem menores taxas de morbidade
uma menor incidência em desenvolver enterocolite necrosante. Os fortificantes multi-
nutrientes usados para aumentar o conteúdo nutricional do leite materno são comumente
derivados do leite bovino¹⁸ ˒¹⁹ .

Observou-se que o leite materno humano é a escolha ideal para alimentar e nutrir
bebês prematuros. Lin e colaboradores²⁰ , apontou em seu estudo, que a concentração de
proteína no leite humano quanto a ingestão diária de proteína total apresentou correlação
positiva com o ganho de peso corporal de prematuros²⁰ .

O impacto da amamentação na saúde e no crescimento do prematuro é inegável. A


alimentação com leite materno tem sido indicada para desempenhar um papel fundamental na
melhoria do neurodesenvolvimento infantil em recém-nascidos. De acordo com o estudo de
Kashaki e colaboradores²¹, evidências recentes sugerem que a nutrição de bebês prematuros
com dietas ricas em proteínas está associada a um balanço positivo de nitrogênio, aumento da
síntese proteica no corpo, melhora do crescimento pós-natal, melhora da função cognitiva e
progresso na construção do cérebro²¹.

Bebês com baixo peso, baixo comprimento, risco nutricional com menos de seis
meses, definidos como aqueles em emagrecimento; baixo peso ou outras formas de
deficiência de crescimento, apresentam alto risco de mortalidade e morbidade. As diretrizes
da Organização Mundial da Saúde de 2013 sobre desnutrição aguda grave destacam a
necessidade de gerenciar com eficácia esse grupo vulnerável. De acordo com Rana e
colaboradores²², há relatos de práticas de amamentação que surtem um efeito positivo no
AME, que são elas: aconselhamento, educação, treinamento, apoio de pares e promoção²².

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sendo o nutricionista, o profissional com expertise em alimentação e nutrição, é de


suma relevância sua presença em equipes multidisciplinares de aconselhamento à
amamentação, orientando sobre a adequada ingesta alimentar nos diferentes ciclos de vida;
pois, atualmente há evidências dos benefícios do aleitamento materno em diferentes pontos de
vista, como o seu grande benefício nutricional, imunológico, metabólico, ortodôntico,
fonoaudiólogo, afetivo, econômico e social. Essas vantagens são vivenciadas em sua
plenitude quando a amamentação é realizada de forma exclusiva por 6 meses e
complementada por 2 anos ou mais ⁵ , ²³.

A prática do aleitamento materno exclusivo (AME) está associada à redução do risco


de desenvolvimento de doenças no lactente, como enterocolite necrotizante, otite média
aguda, dermatite atópica, gastroenterite e doenças do trato respiratório inferior superior, além
da síndrome da morte súbita do lactente. Observou-se que a promoção do AME é uma
intervensão isolada em saúde pública com o maior potencial para a diminuição da mortalidade
na infância ⁵ .

Observou-se que além de uma maior proteção contra infecções, a amamentação


exclusiva até o sexto mês de vida é importante sob o ponto de vista nutricional, pois a
suplementação com outros alimentos e líquidos diminui a ingestão de leite materno, o que
pode ser desvantajoso para o bebê, já que muitos alimentos e líquidos oferecidos são menos
nutritivos e podem interferir na biodisponibilidade de micronutrientes do leite materno, como
o ferro e o zinco ⁵ .
O último estudo nacional realizado para analisar a prevalência do AME até o sexto
mês de vida, observou que os resultados estão muitos distantes dos índices considerados
ideais pela OMS. Observou-se que a prevalência do AME em bebês menores de 6 meses foi
de 41% no conjunto das capitais e no Distrito Federal, sendo a duração mediana igual a 54,1
dias ⁵ .

Portanto, pode se concluir que os profissionais da área da saúde, incluindo os


nutricionistas, possuem muito trabalho no tocante a promoção do AME até o sexto mês de
vida, assim pode-se auxiliar as nutrizes a oferecerem mais saúde a elas mesmas e aos seus
lactentes ⁵ .

O profissional nutricionista não precisa ter apenas o domínio técnico da teoria e da


prática do manejo do aleitamento, a grande dificuldade encontrada atualmente ocorre no
momento do encontro do profissional com a gestante/mãe, seu filho e sua família, quando
inúmeras questões entram em cena. É nesse contexto que o nutricionista, com suas
habilidades de aconselhamento, faz a diferença no suporte à mulher ⁵ .

Observou-se que um dos objetivos do aconselhamento em amamentação é tentar


compreender como as mulheres se sentem e, assim, ajudá-las a decidir o que fazer. O bom
desempenho do profissional nessa assistência depende, entre outras considerações, do
desenvolvimento das habilidades de aconselhamento, que se resumem no acolhimento
humanizado, quanto a compreender e aconselha-la com suas dúvidas, medos, tabus, com um
diálogo aberto, utilizando respostas e gestos que demonstrem interesse, criando empatia ao
mostrar que entende como a mulher se sente e evitando palavras que possam soar como
julgamentos. Desenvolver confiança e apoio, e aceitar o que a mãe pensa e sente
reconhecendo e elogiando o que ela e o bebê estão fazendo corretamente, oferecendo ajuda
prática, priorizando informações objetivas, relevantes e utilizando uma linguagem simples.
Sempre apresentando orientações como sugestões, e não ordens ⁵ .
REFERENCIAS

1. Ministério da Saúde. SAÚDE DA CRIANÇA: NUTRIÇÃO INFANTIL;


ALEITAMENTO MATERNO E ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR. Secretaria
de Atenção à Saúde e Departamento de Atenção Básica – Brasília: 2009.
2. Neves, V.C.; Marin, H.A.; A IMPOSSIBILIDADE DE AMAMENTAR EM
DIFERENTES CONTEXTOS. Brasil. Periódicos Eletrônicos em Psicologia, Santa
Cruz do Sul. ISSN 0104-6578, jun. 2013.
3. Lapa, B.C.; Jacques, D.A.; A PROMOÇÃO DA SAÚDE MATERNA E INFANTIL
EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE POR MEIO DA AMAMENTAÇÃO.
Brasil. Revista de Pediatria SOPERJ, Petrópolis. ISNN 1676-1014 | e-ISSN 2595-
1769, nov. 2020.
4. Ichisato, T.M.S.; Shimo, K.K.A.; ALEITAMENTO MATERNO E AS CRENÇAS
ALIMENTARES. Brasil. Rev Latino-am Enfermagem; 9(5):70-6, set-out 2001.
5. Santiago, L.B. MANUAL DO ALEITAMENTO MATERNO. SBP – Sociedade
Brasileira de Pediatria. Editora Manole. 2013.
6. Oropeza-Ceja LG; Rosado J.L; Ronquillo D; García OP; Caamaño M.D.C; García-
Ugalde C; Viveros-Contreras R; Duarte-Vázquez MA. LOWER PROTEIN INTAKE
SUPPORTS NORMAL GROWTH OF FULL-TERM INFANTS FED FORMULA: A
RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL. Nutrients. 2018 Jul 10;10(7):886.
7. Maham, L. K.; Raymond, J.L. KRAUSE: ALIMENTOS, NUTRIÇÃO E
DIETOTERAPIA. 14ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
8. FOOD INGREDIENTS BRASIL. Nº 41-2017. Editora: Revista-fi.com.br.
9. Poppi, F.A; Costa, M.R; De Rensis, C.M.V.B; Sivieri, K. SORO DO LEITE E SUAS
PROTEÍNAS: COMPOSIÇÃO E ATIVIDADE FUNCIONAL. UNOPAR Cient.,
Ciênc. Biol. Saúde.2010;12(2):31-7
10. Lewandowski AJ, Lamata P, Francis JM, Piechnik SK, Ferreira VM, Boardman H,
Neubauer S, Singhal A, Leeson P, Lucas A. BREAST MILK CONSUMPTION IN
PRETERM NEONATES AND CARDIAC SHAPE IN ADULTHOOD.
PEDIATRICS. 2016 Jul;138(1):e20160050.
11. Brown JV, Embleton ND, Harding JE, McGuire W. MULTI-NUTRIENT
FORTIFICATION OF HUMAN MILK FOR PRETERM INFANTS. Cochrane
Database Syst Rev. 2016 May 8;(5):CD000343.
12. Brown JVE, Walsh V, McGuire W. FORMULA VERSUS MATERNAL BREAST
MILK FOR FEEDING PRETERM OR LOW BIRTH WEIGHT INFANTS. Cochrane
Database Syst Rev. 2019 Aug 12;8(8):CD002972.
13. Reid J, Makrides M, McPhee AJ, Stark MJ, Miller J, Collins CT. THE EFFECT OF
INCREASING THE PROTEIN CONTENT OF HUMAN MILK FORTIFIER TO 1.8
G/100 ML ON GROWTH IN PRETERM INFANTS: A RANDOMISED
CONTROLLED TRIAL. Nutrients. 2018 May 17;10(5):634.
14. Quigley M, Embleton ND, McGuire W. FORMULA VERSUS DONOR BREAST
MILK FOR FEEDING PRETERM OR LOW BIRTH WEIGHT INFANTS. Cochrane
Database Syst Rev. 2019 Jul 19;7(7):CD002971.
15. Bravi F, Wiens F, Decarli A, Dal Pont A, Agostoni C, Ferraroni M. IMPACT OF
MATERNAL NUTRITION ON BREAST-MILK COMPOSITION: A SYSTEMATIC
REVIEW. Am J Clin Nutr. 2016 Sep;104(3):646-62.
16. Italianer MF, Naninck EFG, Roelants JA, van der Horst GTJ, Reiss IKM, Goudoever
JBV, Joosten KFM, Chaves I, Vermeulen MJ. CIRCADIAN VARIATION IN
HUMAN MILK COMPOSITION, A SYSTEMATIC REVIEW. Nutrients. 2020 Aug
4;12(8):2328.
17. Mazzocchi A, Giannì ML, Morniroli D, Leone L, Roggero P, Agostoni C, De Cosmi
V, Mosca F. HORMONES IN BREAST MILK AND EFFECT ON INFANTS'
GROWTH: A SYSTEMATIC REVIEW. Nutrients. 2019 Aug 9;11(8):1845.
18. Premkumar MH, Pammi M, Suresh G. HUMAN MILK-DERIVED FORTIFIER
VERSUS BOVINE MILK-DERIVED FORTIFIER FOR PREVENTION OF
MORTALITY AND MORBIDITY IN PRETERM NEONATES. Cochrane Database
Syst Rev. 2019 Nov 7;2019(11):CD013145.
19. Altobelli E, Angeletti PM, Verrotti A, Petrocelli R. THE IMPACT OF HUMAN
MILK ON NECROTIZING ENTEROCOLITIS: A SYSTEMATIC REVIEW AND
META-ANALYSIS. Nutrients. 2020 May 6;12(5):1322.
20. Lin YH, Hsu YC, Lin MC, Chen CH, Wang TM. THE ASSOCIATION OF
MACRONUTRIENTS IN HUMAN MILK WITH THE GROWTH OF PRETERM
INFANTS. PLoS One. 2020 Mar 26;15(3):e0230800.
21. Kashaki M, Samghabadi FM, Bordbar A. EFFECT OF FORTIFICATION OF
BREAST MILK IN CONJUGATION WITH PROTEIN SUPPLEMENT ON
NEURODEVELOPMENT OF PRETERM LOW BIRTH WEIGHT INFANTS AT 3
YEARS. Med Arch. 2019 Oct;73(5):344-350.
22. Rana R, McGrath M, Gupta P, Thakur E, Kerac M. FEEDING INTERVENTIONS
FOR INFANTS WITH GROWTH FAILURE IN THE FIRST SIX MONTHS OF
LIFE: A SYSTEMATIC REVIEW. Nutrients. 2020 Jul 9;12(7):2044.
23. Leite, M.G.B. ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: OLHAR DAS
NUTRIZES DO INTERIOR PARAIBANO. REVISTA ELETRÔNICA ACERVO
SAÚDE. Vol. Sup.17. Ed:5.

Você também pode gostar