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Desmame precoce em crianças atendidas no centro de saúde 24 de Julho

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Trabalho de Licenciatura em Nutriçã o-ISCISA / Autora Joaquina Romã o


Desmame precoce em crianças atendidas no centro de saúde 24 de Julho

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Declaração de Originalidade

Eu Joaquina Romão, estudante do instituto superior de ciência de saúde,


declaro por minha honra que este trabalho do fim do curso foi escrito por mim e
nunca foi apresentado em nenhuma academia para obtenção de grau
académico.

Declaro ainda que as fontes de informação usadas para a elaboração do


presente trabalho foram devidamente citadas.

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Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus queridos amados filhos Loforte de Albano
sozinho, Romão Sozinho, as razões das minhas lutas.

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar as


dificuldades não sendo pela minha sabedoria e esperteza e que permitiu que
tudo isso acontecesse ao longo da minha vida, e não somente nestes anos
como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre que
alguém pode conhecer.

À instituição (ISCISA) pelo ambiente criativo e amigável que proporciona,


Direcção Provincial de Saúde de Zambézia (DPSZ), nos nomes do chefe da
formação continua Serviço Distrital de Saúde, Mulher Acção Social de alto
Molocué (SDSMAAM), pela oportunidade.

Ao meu supervisor Lourindo da costa bandar, pelo empenho dedicado à


elaboração deste trabalho e a todos os professores por me proporcionarem o
conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do carácter e
afectividade da educação no processo de formação profissional, por tanto se
dedicaram em mim, não somente por terem-me ensinado, mas sim, por terem
feito aprender.

Aos meus pais Romão Nimba e Juliana Agoisse, pelo amor, incentivos e apoio
incondicional nas horas difíceis de desânimo e cansaço.

A todos que directa ou indirectamente fizeram parte da minha formação, o meu


muito obrigado.

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Resumo

Objectivo: Identificar os factores relacionados com desmame precoce em


crianças atendidas no centro de saúde 24 de Julho na cidade de Quelimane ,
Metodologia: tratou-se de um estudo descritivo prospectivo com abordagem
qualitativa, realizado no centro de saúde 24 de Julho, no 4º trimestre de
2017,fizeram parte 79 mães que acompanhavam seus filhos na unidade
sanitária e que estavam em pleno gozo de suas faculdades mentais, para
colheita de dados utilizou -se entrevista semi-estruturada, Resultados

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1. INTRODUÇÃO

O Fundo das Nações Unidas para Infância UNICEF (2007), calcula que o
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar,
anualmente, 1,3 milhão de mortes de crianças menores de seis meses, sendo
que os bebés até os seis meses não precisam de chás, sumos, água, nem
outros leites, o leite humano por ser um alimento completo, deve ser oferecido
exclusivamente desde o nascimento até aos seis meses de vida e sua
continuidade com alimentos complementares é recomendada até dois anos,
realidade está longe de ser alcançada em nosso país Organização Mundial de
Saúde (2007).

O leite materno é indicado como alimento ideal para a criança nos seus
primeiros meses de vida, devido suas vantagens para mãe, filho e o benefício
económico para o país. Contudo, muitos factores contribuem para o desmame
precoce e quase sempre estão associados as dificuldades relacionadas a
factores socioculturais e psicológicos, tem como Objectivo: Identificar os
Factores relacionados com desmame precoce em crianças atendidas no
Centro de Saúde 24 de Julho na Cidade de Quelimane, e o c.s assiste uma
população de 42,731 habitantes, Metodologia: Estudo é descritivo prospectivo
com abordagem qualitativa. Cuja população em estudo será composta por
crianças menores de 6 meses de idade.

A OMS (2001) e o ministério de saúde (2006) cientes que não há vantagens


em iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses, podendo,
inclusive, haver prejuízos a saúde da criança, recomendam aleitamento
materno e complementar até os dois anos de idade.

A amamentação natural é importante na redução dos índices de mortalidade


infantil, diminui a possibilidade de processos alérgicos e gastrointestinais nos
primeiros meses de vida do bebé, proporciona melhores indicadores de
desenvolvimentos cognitivo e psicomotor, favorece o adequado
desenvolvimento de estruturas da face, entre outros benefícios (Carrascoza,
Júnior & Morais, 2005).

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Infelizmente, ainda tem se observado um alto índice de desmame precoce em


diversas populações, o que trás consequências potencialmente danosas a
saúde do bebé, tais como a exposição precoce a agentes infecciosos e
contacto com proteínas estranhas e prejuízos ao processo de digestão
(Pedroso, Puccini & Silva, 2004).

O desmame precoce é a introdução inadequada de alimentos podem


comprometer o crescimento normal das crianças, e podem desencadear a
obesidade, que pode iniciar em qualquer idade (Bussato, Oliveira & Carvalho,
2006).

O presente trabalho obedece a seguinte estrutura:

Introdução,
Enquadramento teórico,
Enunciado do problema e questão de partida,
Objectivos,
Metodologia,
Resultados e discussão,
Conclusão e recomendações.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Contextualização

Considerando a amamentação como um processo que faz parte da evolução


da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, há uma necessidade
de criar esforços, para que as mães aconselhadas com rigor para pratica de
aleitamento materno exclusivo até ao 6º mês de vida. Desse modo, o desmame
deveria ocorrer naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo
competências para tal (Vieira, 2004).

No desmame natural a criança se auto desmama, o que pode ocorrer em


diferentes idades, em média entre dois anos e raramente antes de um ano.
Costuma ser gradual, mas às vezes pode ser precoce, como por exemplo, em
uma nova gravidez da mãe, a criança pode estranhar o gosto do leite, que se
altera, e o volume, que diminui. (MISAU, 2009).

2.2. Consequências de desmame precoce

Partindo do principio de que os pais devem garantir o crescimento e


desenvolvimento integral da criança, o desmame precoce pode ser
considerado violência contra a criança, uma vez que os deixa expostas ao risco
de morbi-mortalidades relacionadas à desnutrição (Bezerra & Varela, 2000).

As crianças, especialmente as menores de 6 meses de idade, que recebem


Alimentos de substituição (ex. fórmula infantil) e que não são amamentadas,
têm maior risco de doenças respiratórias, doenças diarreicas e mortalidade
(MISAU, 2006).

O desmame precoce pode levar à ruptura do desenvolvimento motor-oral


adequado, podendo prejudicar as funções de mastigação, deglutição,
respiração e articulação dos sons da fala, ocasionar má formação dentária e
respiração bucal, (Neiva & Freta, 2003).

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2.3. Factores que influenciam a prática de desmame precoce.


Segundo Caldeira e Goulart (2002), os factores que influenciam o desmame
precoce ou a extensão da amamentação podem ser divididas em cinco
categorias: factores demográficos, socioeconómicos, factores associados à
assistência pré-natal, pós -natal imediata e pós-natal tardia (após a alta
hospitalar). Para estes autores o tipo de parto, a idade materna, presença
paterna na estrutura familiar, números de filhos, experiência com
amamentação, renda familiar, escolaridade materna e paterna, tipo de trabalho,
orientação sobre amamentação, desejo de amamentar, auxílio de profissionais
da saúde, dificuldades iniciais, stress e ansiedade materna, uso de
medicamentos pela mãe e pelo bebé, introdução precoce de alimentos
influenciam a ocorrência de desmame precoce.

Em relação à condição socioeconómica, estudos revelam que, a maioria das


mães com nível socioeconómico elevado praticam o desmame precoce em
relação as mães desfavorecidas (Carrascoza, Costa Júnior & Morais, 2005).

Existem vários mitos relacionados à amamentação, tais como as crenças de


que se uma mulher que esteja grávida antes de o seu bebé completar 1 ou 2
anos não deve continuar a amamentar" e que a criança que mama por longo
período fica muito dependente a mãe, influencia a ocorrência de desmame
precoce (MISAU, 2009, p23).

2.4. Alimentação da Criança

A amamentação exclusiva é a melhor maneira de proporcionar o alimento ideal


para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos recém-nascidos até aos
primeiros 6 meses de idade, pois fornece os nutrientes e água necessários (em
quantidade e qualidade adequadas) e reduz a mortalidade infantil por doenças
comuns da infância, como diarreia e pneumonia, e ajuda na convalescença
pelo que os alimentos complementares devem ser introduzidos a partir dos 6
meses, continuando a amamentar até aos 24 meses. (Ibrahimo, Fernandes &
Mikusova, 2011).

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2.5. Conceitos

De acordo com MISAU, (2009), Desmame é a cessação da prática do


aleitamento materno.

Desmame precoce é a interrupção do aleitamento materno ao peito antes de a


criança completar seis meses de vida, independentemente de a decisão ser da
mãe ou não e do motivo da interrupção (Cabral & Campestrini, 2010).

O desmame precoce é uma das principais causas de doenças em crianças,


levando à desnutrição e consequentemente a mortalidade infantil no primeiro
ano de vida, sendo o factor principal as doenças diarreicas, infecções
respiratórias agudas (IRAS), anemia, falta de ferro no sangue e a desidratação
(Passanha, Cervatomancuso & Silva, 2010).

O desmame precoce é um factor predisponente para doenças evitáveis, como


desnutrição, diarreia, obesidade infantil, entre outros problemas de saúde
pública no mundo, além de contribuir para o aumento da mortalidade infantil
(Frota, 2009).

A maternidade precoce, baixo nível educacional e socioeconómicos maternos,


paridade, atenção do profissional de saúde nas consultas de pré-natal e a
necessidade de trabalhar fora de casa são factores que estão envolvidos na
decisão materna pela amamentação e no desmame precoce afirma, (Ribeiro,
2012).

A assistência pré-natal tem se mostrado como um dos principais factores de


protecção contra a morbi-moralidade infantil, principalmente nos países em
desenvolvimento. Pois, quando feita de forma adequada permite orientar as
gestantes quanto ao cuidado com a própria saúde e adopção de hábitos de
vida saudáveis para si e para o seu filho. Desse modo o comparecimento das
gestantes a este serviço permite o esclarecimento sobre os cuidados
nutricionais para a criança (Gama, 2002 & Nogueira, 2010).

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2.5.1. Enunciado do problema e questão de partida

A prática da amamentação trás muitos benefícios para a mãe, a família, e a


sociedade em geral. Ao contrário disso, o desmame precoce resulta em
elevadas taxas de desnutrição e mortes infantis, pois os alimentos a serem
utilizados muita das vezes são inadequados do ponto de vista nutricional, além
de expor a criança há agentes infecciosos. Tornando-se desse modo um
problema de saúde pública. (Santos, 2009).

A situação nutricional em Moçambique está longe do desejado, pois, os dados


revelam que no país, 43º/º das crianças menores de 5 anos sofrem de
desnutrição e 43º/º de crianças de entre 0-5 meses são exclusivamente
amamentadas a taxa é mais elevada nas primeiras idades e vai diminuindo
rapidamente a partir do sexto mês de vida. A duração media da amamentação
é ligeiramente mais longa na área rural (21.6 meses), que na zona urbana
(18.2 meses), e mais longa na província de Niassa (23.1 meses) e mais curta
em Maputo cidade (15.5 meses) Inquérito demográfico de saúde (IDS, 2011).

Segundo fonte acima, aponta que a duração média de amamentação exclusiva


na província da Zambézia é de apena1,4 meses quando o recomendado é até
6 meses de amamentação exclusiva.

A promoção do crescimento e desenvolvimento infantil e a prevenção das


doenças prevalentes em menores de seis, suas complicações são objectivos
da atenção básica à criança. A diarreia, as infecções respiratórias agudas, a
anemia, a desnutrição e as doenças imunopreviníveis compõem os principais
agravos às crianças menores de seis (Bezerra & Maranhão, 2009).

A nutrição no início da vida afecta não apenas o desenvolvimento cerebral,


crescimento e composição corporal, mas também a programação metabólica
com impacto sobre as doenças crónicas não transmissíveis que pode ocorrer
na fase adulto relacionadas com a alimentação. Durante a vida profissional
como Enfermeira, a pesquisadora principal foi-se deparando com situações de
desmame precoce das crianças que eram submetidas ao tratamento por várias
doenças. Dai a motivação para realização do presente estudo para saber quais
os factores relacionados com o desmame precoce.

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2.5.2. Questão de partida


Quais são as causas que levam que as crianças atendidas no c.s.24 de Julho,
na cidade de Quelimane sejam desmamadas precocemente?

2.5.3. Justificativa
O desmame precoce constitui um grande perigo para a vida da criança,
especialmente em países em via desenvolvimento, como por exemplo
Moçambique, visto que esta associada à elevados índices de morbi-
mortalidade infantil.

A introdução de novos alimentos na dieta da criança que muitas vezes não são
nutritivos, pode levar à ruptura do desenvolvimento motora-oral adequado,
podendo prejudicar as funções de mastigação, deglutição, respiração e
articulação dos sons da fala, ocasionar má formação dentária e respiração
bucal, diarreias e consequentemente a desnutrição.

Por sua vez, actualmente, ao contrário do que ocorreu ao longo da evolução da


espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e decide por
quanto tempo vai poder amamentar. Essa decisão materna é influenciada por
vários factores que vão desde os biológicos, socioeconómico e socioculturais.

Aliado a este facto, surge a necessidade de realização do presente trabalho. E


com este estudo, a credita se que os resultados poderão contribuir no desenho
de novas estratégias que irão facilitar o alcance do objectivo do governo
moçambicano, que é de melhor a saúde das crianças e reduzir a morbi
-mortalidade neo-natal e infanto-juvenil através da promoção e apoio ao
aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida e continuar
amamentação até aos 2 anos junto com alimentação complementar adequada.
Para academia servirá como instrumento de consulta pela comunidade
académica do ISCISA-Delegação de Quelimane.

2.6.Objectivos

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2.6.1. Geral

 Identificar Os Factores Relacionados Com Desmame Precoce Em


Crianças Atendidas No Centro De Saúde 24 De Julho Na Cidade De
Quelimane; I

2.6.2. Específicos

 Caracterizar o perfil sócio demográfico das mães;


 Avaliar percepção das mães em relação às consequências do desmame
precoce;
 Avaliar o nível de frequência à Consultas de criança sadia.

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3. METODOLOGIA

3.1. Local de estudo


O estudo foi realizado no centro de saúde 24 de Julho, nível de atenção é do
tipo I, assiste uma população estimada em 42,731 habitantes, Situa-se a norte
avenida 25 de Setembro, ao sul rio dos bons sinais; a este avenida de heróis
de libertação nacional e ao oeste o bairro de Ilova II, e tem seguintes sectores:
Laboratório; Banco de Socorro; Secretaria; Gabinetes de Consultas;
Consultório Medico; Farmácia; Maternidade; estomatologia, Cozinha; Central
de Esterilização e Lavandaria.

3.1.1. Tipo de estudo

A presente pesquisa é um estudo descritivo prospectivo com abordagem


qualitativa.
Este tipo de estudo permite identificar e compreender questões difíceis de
mensurar, como as percepções, sentimentos, motivações, crenças em relação
a um determinado fenómeno. (Goldenberg, 2004).

3.1.2. Variáveis

3.1.3. Variáveis sócio demográfico:

Para o presente estudo foram usadas as seguintes variáveis: Idade da mãe,


ocupação, estado civil, residência da mãe, o número de filhos, idade da
criança.

3.1.4. Variáveis de estudo:

Frequências de consultas pré-natais, nível de percepção das consequências do


desmame precoce, nível de escolaridade, hábitos culturais referentes á
amamentação.

3.1.5. População em estudo

Fizeram parte do estudo, mães com crianças menores de seis meses de idade
que estavam a sair ou ainda nos bancos de espera do atendimento no Centro

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de saúde 24 de Julho, num total de 79 mulheres com criança. O mesmo que


constituiu a minha população de estudo.

3.1.6. Tamanho de amostra


Amostra coincidiu com o universo populacional. Isto é, fizeram parte do estudo
79 mães de crianças menores de seis meses de idade.

Foi utilizado o critério de saturação para a constituição da amostra. Quando as


respostas obtidas em novas entrevistas tornaram-se repetitivas, teve-se o
momento de interrupção da colheita de dados, a saturação teórica é atingida
quando o investigador não obtém mais dados novos e não pode levantar casos
novos representando um aspecto da realidade. (Fortin, 1996).

3.1.7. Amostragem

Não foi aplicada a teoria de amostragem por se tratar de um estudo de caso.

3.1.8. Técnicas de colheita de dados


Para o estudo, foi usada a entrevista semi-estruturada de forma individualizada
contendo questões fechadas e abertas.
Para Gil (2008), entrevista é uma técnica de recolha de dados que envolve
duas pessoas face-a-face em que uma delas formula questões e a outra
responde.

3.1.9. Instrumentos de colheita de dados


Teve como instrumentos de recolha de dados guião de entrevista semi-
estruturada com 17 perguntas

3.1.10. Método de análise e processamento de dados

Analise dos dados foi feito mediante a interpretação e redução do conteúdo dos
relatos, para demonstrar o comportamento das variáveis e a relação entre duas
ou mais variáveis dos dados recolhidos,

CRITÉRIO DE INCLUSÃO :

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Fizeram parte de estudo apenas mães com crianças menores de 6 meses


de idade, e que estavam em pleno gozo de suas faculdades mentais e
aceitaram livremente participar no estudo.

CRITÉRIO DE EXCLUSÃO :

Foram excluídos mães que não aceitaram participar do estudo em pleno


gozo de suas faculdades mentais e as que não aceitaram participar no estudo.

MODELO DE ESCRITA CIENTÍFICA

Neste estudo foi usado o modelo de escrita APA.

Disseminação do estudo

Os resultados deste estudo foram disponibilizados através do respectivo


relatório final à delegação de Quelimane, ISCISA, centro de saúde 24 de Julho
– Quelimane

Considerações Éticas

Este estudo obteve aprovação do Comité Institucional de Bioética em Saúde do


Instituto Superior de Ciências de Saúde de Maputo (ISCISA). A recolha de
dados foi efectuada após a obtenção de credencial passado pelos Serviços
Distrital de Saúde, Mulher Acção Social de Quelimane e foi feita uma carta de
consentimento informado para as participantes onde foram informados sobre
objectivos de estudo, e esclarecidas sobre os instrumentos que foram
empregues na recolha de dados e a sua liberdade de aceitar ou não ser
entrevistada. Foi pedido a todas que assinassem uma declaração de
consentimento.

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4.Resultados e Discussão

A partir da colecta de dados, buscou-se agrupar as informações em torno de


grandes grupos temáticos, evidenciados ao longo de uma análise criteriosa.
Esse agrupamento ou categorização corresponde à organização dos dados, de
forma que a pesquisadora, a partir deles, e procurando responder a questão
supracitada, tenha condições de decidir e chegar a uma conclusão, nesta
ordem de ideia, fez parte da entrevista um total de 79 mães que foram
submetidas a responder possíveis na qual foram organizados de acordo com
as variáveis do estudo, que abaixo são apresentar de forma detalhada.

4.1.Dados demográficos

4.1.1. Faixa etária

No que diz respeito a esta variável, verificou-se que no total de 79 mães, 4%


delas tinham idade compreendida entre 15 a 17 anos, e que 63 % a idade
variava entre 18 a 34 anos e 33% das mães tinham idade entre 35 ou mais.

Estes dados indicam que 96% das mães em amamentação estão na faixa
etária recomendável para a gestação que é a partir de 20 anos de idade.
Lamentavelmente 4% das mães em amamentação, estão numa faixa etária
não recomendável para a gestação.

A idade das crianças variou de 1 a 6 meses, sendo que a maioria (96%)


encontrava-se na faixa etária entre 4 a 6 meses.

Gráfico 1: distribuição das mães seguindo faixa etária

4%
33%

15 a17
18 a 34
35 mais

63%

Fonte: Dados do Estudo, 2017.

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4.1.2. Nível de escolaridade

A informação obtida nesta variável mostra que, o estudo constituído por


universo de 79 mães, 32% são analfabetos, 25% frequentam 1ª a 5ª classe,
19% frequentam 6ª a 7ª classe, 18% com 8ª a 10ª classe e % com 11ª a 12ª
classe.

Gráfico 2: distribuição das mães em relação a escolaridade

6%

18% 32%
Sem escolaridade
1ª a 5ª Classe
6ª a 7ª Classe
8ª a 10ª Classe
11ª a 12ª Classe
19%

25%

Fonte: Dados Estudo, 2017.

4.1.3. Nível de ocupação

No que concerne a ocupação, 36% relataram ser domésticas, 38 %


comerciantes, 19% estudantes e 8% relataram ser funcionários.

Gráfico 4:distribuição das mães por ocupação

8%

19% 36% Domesticass


comerciantes
estudantes
funcionarios

38%

Fonte: Dados do Estudo, 2017.

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4.1.4. Estado civil

No que diz respeito ao estado civil das entrevistas, 72% viviam em união
marital, 23% solteiras e 17% viúvas.

Gráfico 3:distribuição das mães segundo seu estado civil

15%

uniao marital
21% solteiras
viúvas
64%

Fonte: Dado de Estudo, 2017.

4.1.5. Número de filho

Em relação a variável relacionada ao número de filhos, 57% eram primíparas e


as restantes mães 38% eram multíparas e quanto a idades das crianças que
participaram do estudo, 76 % tinham idade compreendida de 0 a 6 meses.

4.1.6. A cesso a informação sobre desmame precoce.

Em relação a este ponto, das 79 mães entrevistadas afirmam ter ouvido falar
do desmame precoce na consulta pré – natal 39%, na maternidade 15%, na
consulta pós – parto 16%, na consulta de criança sadia 15% e 14% na
Consulta de criança em risco.

Gráfico 5: Distribuição das mães de acordo com o local de acesso a


informação.

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15%
39%
14% Consulta pré-natal
Maternidade
Consulta pos -parto
Consulta de Criança em
risco
16% 15%
Consulta de criança sadia

Fonte: Dados de Estudo, 2017.

4.1.7.Conhecimento das mães em relação ao tipo do aleitamento.

Verificou-se das 79 mães entrevistadas apenas 43% é que não estão dar
aleitamento materno, dando leite artificial e as restantes 38 % fazem
aleitamento materno exclusivo e 19 % misto.

Gráfico 6:Distribuição das mães em Relação ao tipo do aleitamento.

38%
43%

Ame
Misto
Artificial
19%

Fonte: Dados do Estudo, 2017.

4.1.8. Conhecimento das mães em relação a idade máxima do desmame.

Verificou que das 79 mães entrevistadas 63% apenas souberam falar os meses
que pode desmamar a criança e introdução de alimentação complementar junto
amamentação até 2 anos e as restantes 37 % não souberam falar a idade do
desmame.

Gráfico 7:Distribuicao das respostas das mães em relação a idade máxima do


desmame.

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37%

Sim
Não
63%

Fonte: Dados de Estudo, 2017.

Conforme as respostas dadas há que afirmar que metades das mães são as
que tem noção de idade do desmame das crianças. Podemos conferir algumas
respostas delas:

…" Primeiro dar ao amamentação exclusiva até 6 meses e a partir dos seis
meses dar papas e continuar a dar de mamar até 2 anos"…(entrevista nº 19).

…" É até dois anos de idade "…(entrevista nº 60).

O motivo do desmame da criança

Em relação a este ponto das 79 entrevistadas 43% desmamaram seus filhos


por doença; trabalhar fora de casa e ser estudante.

Conhecimento das mães sobre a consulta pré-natal

A este ponto, das 79 entrevistadas todas afirmam ter feita a consulta pré-natal
e 67% conceituaram a consulta pré- natal como sendo aquela que faz controlo
da gravidez se bebe esta crescer bem, que termina ate ao nascimento e as
restantes 33% não souberam conceituar a consulta.

Gráfico 8:ditribuicao das respostas em relação ao conceito a consulta pré


-natal

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33%
Sim
Não
67%

Fonte: Dados de Estudo, 2017.

Desta maneira pode se determinar que menos da metade das mães são as que tem
conhecimento do que é consulta pré – natal, como podemos ver algumas respostas
dadas por elas:

"… Consulta pré - natal é aquela que faz controlar da gravidez se bebe esta
crescer bem, que termina até ao nascimento"…(entrevistada nº 50).

“…Consulta pré – natal é onde faz seguimento da grávida, faz – se teste do


HIV, de malária, de anemia e urina na primeira visita "…(entrevistada nº 55).

"… Consulta pré – natal é para medir a barriga, dão salferroso para aumentar
sangue "…(entrevistada nº 79).

"…E outras mães entrevistadas não conseguiram responder sobre a


importância da consulta pré – natal.

Percepção das mães em relação as consequências do desmame precoce

Durante a entrevista, todas mães (79) que fizeram parte de estudo afirmaram
que o desmame precoce traz consequências na criança, como diarreias,
anemia, retardo no crescimento.

Questionado o motivo de estarem no centro de saúde naquele dia (entrevista),


75% refiram o motivo de doença, 14% refiram peso e 11% refiram vacina.

Questionadas ainda outras actividades feitas nesses sectores: medição de


estatura, circunferência crániana e perímetro braquial.

Gráfico 9:distribuição das respostas das mães em relação as


consequências do desmame precoce.

Trabalho de Licenciatura em Nutriçã o-ISCISA / Autora Joaquina Romã o


Desmame precoce em crianças atendidas no centro de saúde 24 de Julho

11%

14%
Doença
Peso
Vacina
75%

Fonte: Dados do Estudo, 2017.

Das 79 mães entrevistadas todas traziam cartões de saúde da criança, foram


verificados os seus cartões de saúde onde se observou que cerca de 86%
tinham cartão de saúde da criança e 14% não traziam consigo o cartão da
criança.

Gráfico 10:Distribuição do tempo de inicio da consulta de criança


segundo os cartões de saúde.

14%

Sim
Não

86%

Fonte: Dados de Estudo, 2017.

Das mães que traziam os cartões de saúde das crianças, foram verificados os
seus cartões de saúde onde se notou que cerca de 76% iniciaram a consulta
com um mês de vida, 24% iniciaram com mais de um mês de vida.

Gráfico 11: Distribuição do tempo de inicio da consulta da criança


segundo o cartão de saúde.

Trabalho de Licenciatura em Nutriçã o-ISCISA / Autora Joaquina Romã o


Desmame precoce em crianças atendidas no centro de saúde 24 de Julho

24%

Com um mês
Com mais de um mês
76%

Fonte: Dados de Estudo, 2017.

Discussão.

Da amostra estudada verifica-se que quase todas as mães 39% ja ouviram


falar da consulta de criança sadia na unidade sanitária, sendo 29% na
maternidade, diferentemente dos resultados do estudo realizado por
Malaquia, Gaiva e Higarashi, (2015), que diz que o termo CCS era
desconhecido para a maioria dos entrevistados

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Desmame precoce em crianças atendidas no centro de saúde 24 de Julho

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