Você está na página 1de 122

Medidas e Avaliações

Autores: Profa. Vanessa Santhiago


Prof. Helder Cravo da Costa
Colaborador: Prof. Marcel da Rocha Cheheun
Professores conteudistas: Vanessa Santhiago / Helder Cravo da Costa

Vanessa Santhiago

Natural de São Paulo‑SP, é professora titular da Universidade Paulista (UNIP) desde 2009 e coordenadora auxiliar
do curso de Educação Física (graduação plena) na modalidade EaD. Líder da disciplina Medidas e Avaliações, ministra
também as disciplinas Biologia, Fisiologia Aplicada a Atividade Motora e Fisiologia do Exercício.

É formada em Educação Física (2000) e especialista em Avaliação e Prescrição de Exercícios Físicos (2003) pelas
Faculdades Salesianas de Lins (atualmente UniSALESIANO), mestre (2005) e doutora (2009) em Ciências da Motricidade,
área de Biodinâmica da Motricidade Humana, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp
campus Rio Claro).

Helder Cravo da Costa

Natural de Sorocaba‑SP, é professor da Universidade Paulista (UNIP) desde 2008. Atua nos cursos de Educação
Física, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Radiologia, Enfermagem e Biomedicina nas disciplinas Anatomia Humana,
Citologia, Histologia, Bioquímica, Fisiologia, Neurofisiologia e Patologia.

É graduado em Educação Física (1998) pela Faculdade de Educação Física de Sorocaba da Associação Cristã de
Moços (Fefiso ACM) e em Biomedicina (2010) pelo Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio de Itu (Ceunsp),
mestre em Ciências Morfofuncionais (2013) pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo
(ICB‑USP) e possui especialização em Treinamento Esportivo (1999) pela Universidade do Norte do Paraná (Unopar).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S234m Santhiago, Vanessa.

Medidas e avaliações. / Vanesa Santhiago, Helder Cravo da


Costa. – São Paulo: Editora Sol, 2018.

276 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-031/18, ISSN 1517-9230.

1. Medidas. 2. Avaliações. 3. Composição corporal. I. Costa,


Helder Cravo da. II. Título.

CDU 796

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.

2
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor

Prof. Fábio Romeu de Carvalho


Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças

Profa. Melânia Dalla Torre


Vice-Reitora de Unidades Universitárias

Prof. Dr. Yugo Okida


Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez


Vice-Reitora de Graduação

Unip Interativa – EaD

Profa. Elisabete Brihy


Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli

Material Didático – EaD

Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Lucas Ricardi
Carla Moro

3
Sumário
Medidas e Avaliações

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9

Unidade I
1 CONCEITOS BÁSICOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÕES........................................................................... 13
1.1 Valores de referências.......................................................................................................................... 14
1.2 Tipos de avaliações............................................................................................................................... 15
1.3 Critérios de seleção de testes........................................................................................................... 15
1.3.1 Critérios que garantem testes confiáveis...................................................................................... 16
1.4 Erros de medida..................................................................................................................................... 17
1.5 Teste de laboratório e teste de campo......................................................................................... 17
1.6 Ética em medidas e avaliações........................................................................................................ 18
2 AVALIAÇÕES ANTROPOMÉTRICAS............................................................................................................. 18
2.1 Estatura..................................................................................................................................................... 18
2.2 Peso corporal ou massa corporal.................................................................................................... 25
2.3 Envergadura............................................................................................................................................. 31
2.4 Diâmetros ósseos................................................................................................................................... 31
2.4.1 Cuidados durante a realização das medidas................................................................................ 32
2.4.2 Procedimentos para medição dos diâmetros ósseos................................................................. 32
2.4.3 Pontos mais frequentes de mensuração de diâmetros ósseos.............................................. 33
2.4.4 Descrição dos pontos anatômicos.................................................................................................... 34
2.5 Perímetros ou circunferências......................................................................................................... 39
2.5.1 Procedimentos para medição das circunferências..................................................................... 40
2.5.2 Pontos mais frequentes de mensuração de circunferências corporais............................. 40
2.5.3 Descrição dos pontos anatômicos.................................................................................................... 41
2.6 Dobras cutâneas.................................................................................................................................... 49
2.6.1 Procedimentos para medição das dobras cutâneas.................................................................. 50
2.6.2 Erros do avaliador.................................................................................................................................... 51
2.6.3 Pontos mais frequentes de mensuração das dobras cutâneas............................................. 51
2.6.4 Descrição dos pontos anatômicos.................................................................................................... 52
3 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL............................................................................................ 60
3.1 Composição corporal........................................................................................................................... 60
3.2 Métodos para detecção da composição corporal.................................................................... 60
3.2.1 Métodos indiretos.................................................................................................................................... 61
3.2.2 Métodos duplamente indiretos.......................................................................................................... 66

5
4 SOMATOTIPO....................................................................................................................................................112
4.1 Método antropométrico de Heath‑Carter (1967)..................................................................114
4.1.1 Determinação do primeiro componente: endomorfia........................................................... 114
4.1.2 Determinação do segundo componente: mesomorfia...........................................................115
4.1.3 Determinação do terceiro componente: ectomorfia.............................................................. 117

Unidade II
5 AVALIAÇÃO POSTURAL................................................................................................................................123
5.1 Análise postural na posição da vista anterior.........................................................................133
5.2 Análise postural na posição da vista lateral.............................................................................136
5.3 Análise postural na posição da vista posterior.......................................................................143
5.4 Análise postural na posição da vista anterior com flexão de tronco.............................148
5.5 Proposta de avaliação observacional da postura...................................................................149
6 AVALIAÇÃO FUNCIONAL RELACIONADA AOS SISTEMAS
DE MOBILIZAÇÃO DE ENERGIA....................................................................................................................151
6.1 Capacidade e potência aeróbia.....................................................................................................151
6.2 Protocolos indiretos de determinação do VO2max................................................................156
6.2.1 Sem esforço físico................................................................................................................................ 156
6.2.2 Testes de cargas submáximas.......................................................................................................... 158
6.2.3 Testes de cargas máximas................................................................................................................. 179
6.2.4 Testes em esteira rolante................................................................................................................... 182
6.2.5 Testes com ergômetro de perna (bicicleta)................................................................................ 183
6.3 Limiar anaeróbio (LAn)......................................................................................................................187
6.4 Potência e capacidade anaeróbia.................................................................................................193
6.4.1 Protocolos indiretos de determinação da potência e capacidade anaeróbia.............. 194

Unidade III
7 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE
E AO DESEMPENHO ATLÉTICO.......................................................................................................................205
7.1 Flexibilidade...........................................................................................................................................205
7.1.1 Métodos de avaliação da flexibilidade......................................................................................... 205
7.2 Força.........................................................................................................................................................219
7.2.1 Força máxima..........................................................................................................................................219
7.2.2 Força de potência (explosiva).......................................................................................................... 225
7.2.3 Força de resistência.............................................................................................................................. 229
8 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE............................................................235
8.1 Velocidade..............................................................................................................................................235
8.1.1 Tipos de velocidade.............................................................................................................................. 236
8.1.2 Testes de velocidade............................................................................................................................ 236
8.2 Agilidade.................................................................................................................................................241
8.2.1 Testes de agilidade................................................................................................................................241
8.3 Equilíbrio.................................................................................................................................................246

6
8.3.1 Testes de equilíbrio estático............................................................................................................. 247
8.3.2 Teste de equilíbrio dinâmico............................................................................................................ 249
8.4 Coordenação.........................................................................................................................................251
8.4.1 Testes de coordenação........................................................................................................................ 252

7
APRESENTAÇÃO

O objetivo da disciplina é transmitir conceitos relativos à avaliação funcional e morfológica aplicados


a todas as faixas etárias de forma teórica e prática.

Além disso, a disciplina Medidas e Avaliações pretende desenvolver no aluno a capacidade crítica
a respeito das técnicas e dos protocolos existentes, bem como capacitar o aluno a realizar avaliação
funcional e morfológica, possibilitando a seleção dos melhores métodos e interpretação de tais valores.

A disciplina pretende, ainda, apresentar e discutir técnicas de avaliação e os principais protocolos de


avaliação da composição corporal, de avaliação postural, de avaliação do sistema cardiorrespiratório e de
avaliação das capacidades de velocidade, flexibilidade, força e agilidade, visando à prescrição do exercício
e ao desenvolvimento da saúde ou desempenho esportivo. Ao final da disciplina, o aluno será capaz de
discernir os tipos de avaliação e para qual finalidade ela é indicada, sujeito e objetivo.

Inicialmente, apresentaremos conceitos e compreensões teóricas sobre avaliação da composição


corporal. Iremos estudar as técnicas diretas e indiretas de avaliação, bem como as principais técnicas
utilizadas para quantificar percentual de gordura, massa magra e somatotipo.

Na sequência, trataremos da avaliação postural e de como localizar os principais desvios, tanto na


vista anterior quanto posterior, lateral direita e esquerda. Também abordaremos as avaliações funcionais
relacionadas aos sistemas de obtenção de energia, portanto, capacidade e potência aeróbia e anaeróbia.

Por fim, abordaremos a avaliação da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho atlético,
juntamente com os testes e medidas para determiná‑los.

INTRODUÇÃO

Imagine as seguintes situações:

• Ana, 30 anos, procurou você para orientá‑la a perder peso. Ela acredita que seu peso está acima da
média e não está se sentindo bem com essa situação. Ana pesa 75 kg e tem 1,60 m de estatura; é
ex‑atleta olímpica de natação, praticou a modalidade desde os 6 anos de idade, conquistou várias
medalhas, mas sofreu uma lesão há seis meses que a afastou das competições.

• João, 21 anos, procurou você para orientá‑lo a aumentar a sua massa muscular. João pesa 60 kg e
tem 1,70 m de estatura. Ele passou por um nutricionista que indicou um profissional de educação
física para auxiliá‑lo a aumentar a massa magra por meio de exercícios físicos, uma vez que o
nutricionista cuidará das opções nutricionais dele.

• Beatriz, 25 anos, sedentária, procurou você para voltar a praticar exercícios físicos. Já praticou na
infância e adolescência, mas está parada há 5 anos e gostaria de melhorar o seu condicionamento
cardiorrespiratório, pois pretende participar de alguns esportes de aventura. Beatriz pesa 75 kg e
tem 1,60 m de estatura.
9
• Mauro, 40 anos, publicitário, tem uma enorme jornada de trabalho na semana. Já pratica atividades
físicas, mas está com dificuldades em aumentar a força muscular. Mauro pesa 85 kg e tem 1,80
m de estatura. Procurou você para orientá‑lo em um programa de exercícios físicos que o ajude a
conquistar esse aumento de força desejado.

• Júlia, 7 anos, está acima do peso, e seu pediatra orientou sua mãe a procurar por um profissional
de educação física para acompanhar uma rotina de exercícios físicos com ela, a fim de perder
peso. Júlia pesa 60 kg e tem 1,20 m de estatura. Ela nunca praticou atividades físicas e sua
alimentação não é muito regrada, o que significa que está baseada em maior quantidade de
gorduras e carboidratos refinados do que em proteínas e carboidratos integrais.

• Helena, 78 anos, está sentindo muitas dores na coluna, especialmente nas regiões cervical e
lombar. Durante a maior parte da sua vida, Helena foi fisicamente ativa, mas nos 10 últimos anos,
com muitas tarefas domésticas, acabou deixando a prática de exercícios físicos de lado. Hoje ela
procura por você para orientar um programa de treinamento que a ajude a melhorar a postura e
fortalecimento muscular. Helena pesa 90 kg e tem 1,80 de estatura.

Nas seis situações que acabamos de apresentar, podemos observar que os sujeitos buscam a prática
de atividades físicas, mas com objetivos completamente distintos. Além dos objetivos diferenciados,
podemos observar que as idades (criança, adolescente, adulto e idoso), o peso, a estatura e o gênero dos
participantes também são diferentes. Desse modo, como podemos auxiliar esses sujeitos a alcançarem
os objetivos desejados?

Inicialmente, já sabemos que, se os objetivos de cada sujeito são diferentes, o tipo de treinamento
que eles deverão receber também deverá ser distinto. Mas como você, futuro profissional de Educação
Física, poderá quantificar se houve melhora do atributo desejado? Como conseguirá acompanhar a
evolução do aluno e mostrar que os resultados estão evoluindo? Por meio da avaliação física.

A avaliação é uma prática universal, algo em que todas as pessoas se empenham formal ou
informalmente. Literalmente, todos nós utilizamos a avaliação em nossos trabalhos, mas com objetivos
diferentes e em ambientes diversos.

Atualmente a avaliação relacionada à prática de atividades físicas vem crescendo exponencialmente,


uma vez que os profissionais da área de Educação Física possuem diferentes alunos e/ou clientes e
precisam respeitar sua individualidade biológica para obter sucesso em seus programas de treinamento
ou reabilitação. A diversidade da população que se apresenta para a prática de atividades físicas é vasta,
assim, o conhecimento de protocolos indicados para cada caso é de suma importância para a obtenção de
resultados expressivos. Consequentemente, essa enorme gama de informações traz maior dificuldade na
tomada de decisões sobre a avaliação e a prescrição de exercícios físicos, inferindo na qualidade de decidir
o que e como avaliar cada aluno, o que irá exigir conhecimentos e habilidades cada vez mais complexas.

Nos dias atuais, a mídia tem importante participação na visão da população sobre o corpo, a
saúde, a estética e o alto desempenho. Foco de inúmeras abordagens da mídia mundial, a obesidade,
o emagrecimento, a boa e a má alimentação, o sedentarismo, a longevidade, os medicamentos e
10
suplementos que potencializam o ganho de massa muscular ou a perda acelerada de gordura, as dietas
restritivas para perda de peso, as cirurgias estéticas, a vigorexia (doença relacionada à distorção da
imagem corporal, levando o sujeito a buscar cada vez mais a realização de exercícios a fim de aumentar
a massa muscular) e os distúrbios relacionados à perda de peso, como anorexia e bulimia, têm sido
alvo de grande especulação. Indubitavelmente, a quantidade de pessoas adeptas das situações citadas,
buscando fórmulas mágicas para o bem‑estar, é imensa. Vivemos um momento de fácil aquisição de
informações, e essa maior procura por informações relacionadas às características descritas pode levar
a população a grandes erros. Assim como a tecnologia aumentou o acesso às informações, aumentou
também as oportunidades no mercado de trabalho para os profissionais da Educação Física, que buscam
avaliar e monitorar os programas de treinamento com grande aprimoramento científico e prático.

A avaliação física é, portanto, definida como a utilização de técnicas de medidas que, ao serem
aplicadas nos participantes, resultam em dados expressos qualitativa ou quantitativamente. Assim, os
testes poderão ser utilizados para mensurar, diagnosticar e, caso seja necessário, modificar condições
morfofuncionais e fisiológicas.

Para que possamos atingir os objetivos da avaliação física e, principalmente, para que possamos
mostrar ao aluno os resultados alcançados, é necessário que o avaliador estabeleça alguns objetivos
principais da avaliação que será iniciada, como:

• Avaliar a condição do aluno antes, durante e após um programa de exercícios físicos.

• Detectar possíveis falhas na execução do programa de treinamento mediante as avaliações


realizadas e de acordo com o objetivo do aluno.

• Sugerir modificações dentro do programa de treinamento.

• Mostrar, por meio dos resultados obtidos, a evolução do aluno dentro do programa de treinamento.

• Motivar o aluno a partir dos resultados obtidos nas avaliações.

Contudo, a avaliação precisa ser delineada e pensada antes da realização de qualquer teste.
Basicamente, precisamos seguir quatro passos durante uma avaliação:

• Estabelecer um critério.

• Realizar um teste ou uma bateria de testes.

• Fazer interpretações a partir dos dados.

• Escolher entre as possíveis formas de ação.

Assim, para que possamos garantir a qualidade de informações, é necessário compreender as


variáveis relacionadas ao complexo processo de medidas e avaliações em Educação Física.
11
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Unidade I
1 CONCEITOS BÁSICOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÕES

De maneira extremamente equivocada, os termos medir e avaliar são usados para descrever o
mesmo fenômeno. Para que possamos entender que a medida é apenas a primeira parte do processo de
avaliação, iremos definir alguns conceitos.

• Medir: associar um número a determinada característica de um ser, um objeto ou um evento.


É um dado quantitativo, que necessita ser expresso numericamente por meio de um valor e é
apenas descritivo. No início deste livro-texto, quantificamos as medidas de peso e estatura de
Ana, João, Beatriz, Mauro, Júlia e Helena. Esses dados numéricos correspondem ao ato medir.
Exemplo: altura (1,60 cm), peso (80 kg), circunferência da cintura (75 cm).

• Avaliar: realizar um julgamento de valor sobre a medida obtida, ou seja, interpretá‑la em função
do objetivo que determinou a realização dessa medida. Assim, a avaliação se dá como uma
interpretação do resultado obtido quantitativamente na medida. Exemplo: vamos supor que
desejamos verificar se a estatura de Júlia (1,20 m) corresponde ao esperado para a idade de acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse caso, estaríamos avaliando a estatura de Júlia.

• Teste: instrumento ou procedimento que traz à tona uma resposta observável a fim de fornecer
informações sobre um atributo específico de uma ou mais pessoas. Assim, o teste consiste em
verificar o desempenho de alguém mediante situações específicas para aquela variável. Por
exemplo, caso o Educador Físico busque identificar a capacidade aeróbia da Beatriz, ele deverá
escolher o teste que trará essa resposta, considerando seu gênero e idade.

O teste, portanto, será um instrumento para determinar uma variável quantitativa (medida), que
será analisada, interpretada e julgada (avaliação).

Além disso, algumas outras definições são necessárias para padronização da linguagem em medidas
e avaliações.

• Avaliação: é um sinônimo de teste.

• Avaliados: são pessoas para as quais os testes ou exames serão aplicados ou fornecidos.

• Avaliadores: são pessoas que aplicam os testes.

• Usuário do teste: é alguém que se utiliza dos resultados obtidos para tomar decisões, lembrando
que o avaliador será o principal usuário do teste, pois assim poderá identificar a condição do
13
Unidade I

avaliado e prescrever o treinamento apropriado. Entretanto, o avaliado também será usuário do


teste, uma vez que terá acesso as suas avaliações.

• Bateria de testes: é um conjunto de testes relacionados entre si, executados dentro de um


intervalo de tempo curto, a fim de obter informações sobre uma variável multidimensional. Às
vezes, precisaremos realizar mais de um teste durante uma avaliação, principalmente no que
tange os testes funcionais (exemplos: flexibilidade, força motora, resistência aeróbia); assim, uma
variável pode influenciar a outra de maneira negativa, subestimando o escore daquela variável.
Dessa maneira, os testes precisam ser correlacionados, para que as variáveis não exerçam efeitos
negativos no atributo que será avaliado subsequentemente.

• Interpretação: é o processo de julgamento baseado nos dados qualitativos e/ou quantitativos


obtidos em medidas e avaliações.

• Dados qualitativos: os dados qualitativos podem representar uma característica ou qualidade de


um determinado atributo. Por exemplo, podemos classificar um determinado atributo observável
em um teste como bom, razoável ou ruim. Além disso, dentro da área de saúde, temos escalas que
são muito utilizadas e nos fornecem dados qualitativos, como a escala de percepção de dor ou
escala subjetiva de esforço.

• Dados quantitativos: os dados quantitativos assumem valores numéricos. Muitos dos


testes utilizados na Educação Física nos fornecerão dados quantitativos. Alguns exemplos:
amplitude articular em graus (190° de flexão do ombro), força máxima em quilogramas (100
kg no exercício supino).

1.1 Valores de referências

Após um determinado teste, para realizar a avaliação e/ou interpretação de determinada característica,
você precisará de valores de referências. Sua avaliação sempre precisará ser referenciada. Veja os três
tipos de referências para as avaliações:

• Avaliação referenciada a normas: requer a interpretação dos resultados com relação a grupos
específicos. Basicamente, trata‑se de comparar os valores obtidos em um teste com aqueles
apresentados por outros avaliados, ou seja, com grupos normativos que estejam dentro de uma
mesma semelhança, como faixa etária, gênero, aptidão física. Exemplo: você deseja comparar a
força máxima no teste de supino por meio de 1 RM (repetição máxima) obtida por seu grupo de
alunos homens, com faixa etária de 20 a 25 anos com outro grupo na mesma faixa etária, homens
e que realizaram o mesmo teste. Essa é uma avaliação referenciada por norma.

• Avaliação referenciadas a critérios: requer a interpretação do resultado por meio da


comparação com um padrão pré‑determinado, definido por um comportamento. Por exemplo,
ao avaliar o percentual de gordura de um indivíduo, você irá verificar o valor referência
estabelecido pela literatura para aquele indivíduo, levando em consideração o sexo e a idade
para fazer a sua avaliação.
14
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

• Avaliação referenciada a si próprio e/ou autorreferenciada: requer uma interpretação


do resultado de um avaliado por meio da comparação com o resultado dele mesmo em outra
aplicação do mesmo instrumento de avaliação. Você realiza um determinado teste no início da
sua intervenção e ao final dela para verificar a mudança de um determinado atributo.

1.2 Tipos de avaliações

Com relação ao momento de aplicação do teste, ainda teremos uma subdivisão. É de extrema
importância o entendimento desses aspectos, uma vez que precisaremos acompanhar a evolução do
avaliado. Para saber qual avaliação se aplica em cada momento, definiremos os tipos de avaliação:

• Avaliação diagnóstica: utilizada antes de começar qualquer trabalho. Essa avaliação é de


extrema importância, pois detecta a condição inicial do avaliado. Auxilia na elaboração do
programa de treinamento.

• Avaliação formativa: é utilizada durante o “período” (podendo ser até mesmo diária). Essa
avaliação é aquela realizada durante a temporada de treinamento; o aluno já realizou a avaliação
inicial (diagnóstica), e, após um período de treino, uma nova avaliação é feita para verificar o
andamento do programa. Essa avaliação é de suma importância, pois ela pode confirmar ou
redirecionar o programa enquanto ainda há tempo de se realizar alterações.

• Avaliação somativa: é aquela à qual nós estamos mais acostumados. Ela determina a aprovação ou
reprovação do aluno através de notas ou conceitos, em função do padrão mínimo de rendimento,
sendo normalmente feita ao final do semestre ou ano letivo. Assim, a avaliação somativa para
a área da saúde representa a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do
planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo. Nesse caso,
pode ser até mesmo apresentado na própria competição.

1.3 Critérios de seleção de testes

A escolha de um teste específico para o processo de avaliação deve sempre levar em consideração
pelo menos três critérios básicos: a validade, a fidedignidade e a objetividade, que serão discutidos
neste tópico.

• Validade: determinação do grau em que um teste mede, com o mínimo de erros possível,
aquilo a que se destina medir. Um teste válido teve os seus dados e sua reprodutibilidade
confrontados com o teste de referência ou padrão‑ouro para aquela variável. A validade
ainda é dividida em quatro tipos:

— Validade lógica (ou de conteúdo): baseada na lógica, indica que o teste é bom quando
comparado com variável morfológica ou fisiológica que se pretende analisar. Pode estar
baseada na opinião de um especialista, por exemplo, ou na sua grande utilização. É um tipo de
análise representativa.

15
Unidade I

— Validade concorrente (ou de critério): baseada na relação estatística entre os valores


observados pelo instrumento de medida e os indicadores da mesma natureza (padrão‑ouro).
Exemplo: para a determinação da composição corporal, pode‑se comparar estatisticamente os
dados obtidos após a tomografia computadorizada (padrão‑ouro) e após o protocolo de dobras
cutâneas (método duplamente indireto).

— Validade preditiva: grau de probabilidade com que os escores produzidos pelo instrumento
de medida podem predizer estatisticamente o atributo que se pretende avaliar, por meio de
regressão linear (variável predita e preditora). Exemplo: para a determinação do consumo
máximo de oxigênio (VO2 max), pode‑se utilizar a distância percorrida em metros em um teste
de Cooper (12 minutos).

— Validade de construção: baseada na ideia de que um teste responde do modo que se espera,
a partir da compreensão teórica da característica. Exemplo: o teste de Cooper (capacidade
aeróbia) tem validade, pois pessoas fisicamente ativas apresentam resultados melhores que
pessoas inativas.

• Fidedignidade: grau de consistência dos resultados quando o mesmo teste é aplicado nas mesmas
condições, em ocasiões diferentes pelo mesmo avaliador. Todo teste válido é fidedigno e são
recomendadas variações entre os testes abaixo de 5%. Também é importante ressaltar que alguns
testes possuem o efeito de aprendizagem e irão precisar de mais testes para o valor estabilizar.

• Objetividade: grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o mesmo teste é
aplicado simultaneamente por diferentes avaliadores nos mesmos alunos, atletas ou pacientes. O
ideal é que sempre o mesmo avaliador replique os testes; porém, ao término de uma intervenção,
o mesmo teste pode ser aplicado por outro avaliador. Também são recomendadas variações
menores que 5% entre os avaliadores.

1.3.1 Critérios que garantem testes confiáveis

Além da validade, fidedignidade e objetividade, devemos respeitar os seguintes critérios:

• Avaliadores experientes e bem treinados.

• Calibração do instrumento de medida.

• Conhecimento dos fatores que influenciam a variável avaliada (alimentação, temperatura


ambiente, consumo de bebidas alcoólicas e tabaco, uso de drogas, horas de sono).

• Conhecimento dos cuidados no manuseio do instrumento.

• Escolha de protocolo de teste condizente com população e objetivos da avaliação.

• Padronização do processo de medida.


16
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

1.4 Erros de medida

Um dos principais objetivos na aquisição de uma medida é obter o melhor valor, para o mensurado, a
partir dos dados experimentais disponíveis. Isso significa determinar a melhor aproximação possível para
o valor verdadeiro, em termos probabilísticos. Uma grandeza física experimental deve ser determinada
a partir de medições, e o resultado é sempre uma aproximação para o valor da grandeza. Em todas as
medidas sempre haverá um erro embutido, cabendo ao avaliador minimizar ao máximo e controlar as
fontes de erro. O erro da medida pode ser dividido em dois tipos principais: o erro sistemático e o erro
aleatório ou estatístico.

• Erro sistemático: em caso de réplicas da medida, quando a probabilidade de as duas aplicações


diferirem entre si for igual à de ocorrerem diferenças entre os valores originais do atributo. Afeta
igualmente teste e reteste. Pode ser dividido em:

— Instrumental: resultado da calibração do instrumento de medida.

— Teórico: resultado do uso de fórmulas e princípios teóricos inadequados ou aproximados.

— Ambiental: decorrente de condições ambientais, como temperatura, umidade, estado da pista


ou da quadra.

— Observacional: resultado de falha do avaliador na utilização incorreta do instrumento de


medida ou da leitura.

• Erro aleatório: resultado de fatores responsáveis pelos erros que afetam diferentemente
os valores verdadeiros e o reteste. Está muito associado a variações no processo de medida
e à diferença entre avaliadores. A padronização do processo ajuda e muito no controle de
erro aleatório.

1.5 Teste de laboratório e teste de campo

Os testes de laboratório são aqueles que requerem equipamentos e treinamento especializado


dos examinadores e/ou dos avaliadores; também podem consumir muito tempo porque apenas um
examinado é testado de cada vez. As condições ambientais sempre são controladas.

Por sua vez, os testes de campo são aqueles que não requerem equipamentos excessivamente caros
e nos quais vários examinados podem ser testados ao mesmo tempo. Geralmente são influenciados por
situações ambientais, como vento, calor e umidade relativa do ar.

É importante ressaltar que ambos os tipos de testes precisam de avaliadores treinados e com
conhecimento sobre os atributos que serão testados.

17
Unidade I

1.6 Ética em medidas e avaliações

Em hipótese alguma o processo de avaliação poderá causar danos físicos ao avaliado. É importante
não fazermos (ou deixarmos de fazer) qualquer coisa direta que cause danos àqueles sob nosso cuidado
e responsabilidade. Devemos sempre ter a garantia que as condições para a realização de determinados
testes são seguras.

Não devemos causar danos psicológicos ao avaliado com atitudes como comentários inoportunos
ou violação da privacidade e da confidencialidade dos resultados. Os dados da avaliação pertencem
ao avaliado; só deverão ser revelados a colegas de trabalho com o intuito de determinar uma melhor
estratégia de intervenção.

Nunca, em hipótese alguma, confunda os resultados do teste com o valor pessoal ou o caráter
do avaliado.

Em caso de dúvida sobre a saúde do avaliado, peça esclarecimentos médicos antes do teste. Contudo,
em testes de desempenho físico, o atestado médico é primordial.

2 AVALIAÇÕES ANTROPOMÉTRICAS

As avaliações antropométricas são de extrema importância para a determinação das variáveis da


morfologia humana. O ramo das ciências biológicas que estuda esse fenômeno chama‑se antropometria.
A avaliação antropométrica é, portanto, muito utilizada por profissionais da Educação Física a fim de
determinar as alterações promovidas na estrutura corporal do indivíduo, por meio do treinamento e do
exercício físico. A seguir, falaremos das principais medidas antropométricas e os procedimentos para a
realização dessas medidas.

2.1 Estatura

A estatura (cm ou m) é definida como a distância entre os planos que tangenciam respectivamente o
vértex na cabeça e as plantas dos pés. Para a realização dessa medida, o avaliado deve estar descalço, em
posição anatômica sobre a base do estadiômetro (instrumento que determina a estatura do avaliado),
em postura ereta e olhar fixo num ponto a sua frente (plano de Frankfurt), com calcanhares, cinturas
pélvicas e escapulares e região occipital do crânio em contato com a escala de medida. Essa medida deve
ser realizada em apneia inspiratória.

Vale ressaltar que a medida de estatura varia de acordo com o horário do dia. Pela manhã, a medida
de estatura pode ser de 1 a 2 cm maior do que ao final do dia. Isso ocorre devido a ação da força da
gravidade sobre os discos intervertebrais no decorrer do dia. Além disso, após os 40 anos, ocorre a perda
de 1 cm por década de vida, não somente devido à compressão e estreitamento dos discos vertebrais,
mas também devido à curva torácica mais pronunciada (cifose). Após os 60 anos, esses sinais são mais
evidentes. Assim, é recomendado que a medida de estatura seja feita sempre em um mesmo período
(manhã, tarde ou noite), para minimizar os erros de medida.

18
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 1 – Posição da cabeça no plano de Frankfurt

Figura 2 – Ilustração da medida de estatura de um indivíduo adulto

A estatura de crianças e adolescentes também pode ser acompanhada por meio das curvas de
crescimento esperadas para cada idade. Para isso, a OMS estabeleceu várias curvas de percentis, que
estão disponíveis nos boletins individuais da saúde e que se tornaram ferramentas indispensáveis
para confrontar os dados das avaliações individuais, com padrões relacionados a uma porcentagem
da população com as mesmas características, ou seja, idade e sexo. Em suma, as curvas de percentis
são uma representação gráfica de um conjunto de dados relativos à variabilidade e à evolução das
diferentes medidas corporais, como peso e estatura.

19
Unidade I

Assim, após uma avaliação, o avaliador consegue comparar o crescimento do avaliado com uma
média da população com as mesmas características e ainda analisar a tendência do seu crescimento. O
escore Z, por sua vez, representa a quantidade de desvios padrão que um indivíduo dista da sua média
(dentro de um mesmo grupo de idade e sexo).

A tabela a seguir mostra a relação entre percentis e escore Z e suas interpretações:

Tabela 1 – Representação de valores de percentis, escore Z e suas interpretações

Escore Z Percentil Interpretação


Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 0,1%
‑3 0,1 das crianças abaixo desse valor.
Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 2,3%
‑2 2,3 das crianças abaixo desse valor. Convenciona‑se que o equivalente ao
escore Z –2 é o percentil 3.
Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 15,9%
‑1 15,9 das crianças abaixo desse valor.
É o valor que corresponde à média da população, isto é, em uma
0 50,0 população saudável, espera‑se encontrar 50% da população acima e
50% da população abaixo desse valor.
Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 84,1%
das crianças abaixo desse valor, ou seja, apenas 15,9% estariam acima
+1 84,1 desse valor. Convenciona‑se que o equivalente ao escore Z +1 é o
percentil 85.
Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 97,7%
das crianças abaixo desse valor, ou seja, apenas 2,3% estariam acima
+2 97,7 desse valor. Convenciona‑se que o equivalente ao escore Z +2 é o
percentil 97.
Espera‑se que, em uma população saudável, sejam encontradas 99,9%
+3 99,9 das crianças abaixo desse valor, ou seja, apenas 0,1% estariam acima
desse valor.

Adaptado de: Brasil (2011).

Observaremos a seguir as curvas de estatura por idade e suas classificações. Notem que as
curvas para as idades de 0 (do nascimento) até 5 anos, tanto para meninos como para meninas,
estão com a descrição comprimento/estatura. Isso ocorre porque os bebês, antes de começarem a
andar, têm o seu comprimento verificado, medida essa efetuada com posição horizontal. A estatura
é uma medida vertical.

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para
meninas, do nascimento até os 5 anos de idade:

20
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 3 – Curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do escore Z por idade para meninas,
do nascimento até os 5 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do percentil
por idade para meninas, do nascimento até os 5 anos de idade:

Figura 4 – Curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do percentil por idade para meninas,
do nascimento até os 5 anos de idade

21
Unidade I

Podemos observar no gráfico a seguir a curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio
do escore Z por idade para meninos, do nascimento até os 5 anos de idade:

Figura 5 – Curva de crescimento para comprimento/estatura, por meio do escore Z por idade para meninos,
do nascimento até os 5 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para
meninos, do nascimento até os 5 anos de idade:

Figura 6 – Curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninos, do nascimento até os 5 anos de idade

22
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para
meninas, dos 5 aos 19 anos de idade:

Figura 7 – Curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para
meninas, dos 5 aos 19 anos de idade:

Figura 8 – Curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade

23
Unidade I

O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para
meninos, dos 5 aos 19 anos de idade:

Figura 9 – Curva de crescimento para estatura, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para
meninos, dos 5 aos 19 anos de idade:

Figura 10 – Curva de crescimento para estatura, por meio do percentil por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade

24
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

A partir dos gráficos preconizados pela OMS observados anteriormente, por meio da estatura da
criança e do adolescente, podemos verificar se o crescimento está acima ou abaixo do apresentado para
a idade por meio das curvas de percentil e escores Z.

A avaliada Júlia, 7 anos, da qual falamos no início deste livro‑texto, possui 120 cm de estatura. De
acordo com o gráfico que mostra o escore Z da estatura por idade para meninas e com o que mostra
o percentil da estatura por idade para meninas, podemos observar que Júlia se encontra no escore Z
zero (0) e percentil 50 (que corresponde ao escore Z 0). Para realizar essa análise, basta traçar uma reta
horizontal na estatura de Júlia e uma reta vertical na idade dela. O local onde as duas retas se encontram
representa o percentil ou o escore Z da avaliada.

A partir dessas informações, devemos observar a tabela a seguir, que apresenta a classificação de
estatura por idade para meninos e meninas de acordo com a OMS. Ao analisarmos o escore Z 0 e o
percentil 50 de meninas de 0 a 19 anos de idade, podemos observar que a estatura de Júlia é adequada
para idade:

Tabela 2 – Classificação de estatura para idade de 0 a 19 anos para meninos e meninas de


acordo com a OMS (2006/2007)

Valores críticos Valores críticos Diagnóstico nutricional


< Percentil 0,1 < Escore Z –3 Muito baixa estatura para a idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore Z –3 e < Escore Z –2 Baixa estatura para a idade
≥ Percentil 3 e < Percentil 15 ≥ Escore Z –2 e < Escore Z –1 Estatura adequada para a idade
≥ Percentil 15 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore Z –1 e ≤ Escore Z +1 Estatura adequada para a idade
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore Z +1 e ≤ Escore Z +2 Estatura adequada para a idade
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore Z +2 e ≤ Escore Z +3 Estatura adequada para a idade
> Percentil 99,9 > Escore Z +3 Estatura adequada para a idade

Fonte: Brasil (2011, p. 20).

2.2 Peso corporal ou massa corporal

Para a determinação do peso corporal, o avaliado deve se manter em postura ereta e com o olhar
fixo num ponto a sua frente (plano de Frankfurt), usando o mínimo de roupa possível, com o peso
do corpo distribuído igualmente sobre os dois pés. É importante que o avaliado esteja posicionado
no centro da balança e que ela esteja completamente nivelada com o solo. Poderá ser utilizada uma
balança mecânica ou uma digital com resolução de 100 g.

A balança é extremamente sensível a pesagens excessivas, portanto é recomendado que sua


calibração seja efetuada com frequência. Para isso, o avaliador pode usar um peso conhecido, como
uma anilha de 10 kg, e realizar a pesagem. Caso o peso esteja superior ou inferior aos 10 kg da anilha, é
necessário realizar a calibração da balança.

25
Unidade I

Para a verificação do peso do avaliado, é de fundamental importância evitar medições após a prática
de exercícios físicos.

Figura 11 – À esquerda, ilustração da mensuração do peso com auxílio de balança digital, e, à direita, ilustração da mensuração do
peso com auxílio de balança mecânica

Assim como para a estatura, podemos observar as curvas de crescimento para crianças e adolescentes,
determinadas pela OMS, relacionadas ao peso corporal.

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade
para meninas, do nascimento aos 5 de idade:

26
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 12 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade
para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade:

Figura 13 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade

O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade
para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade:

27
Unidade I

Figura 14 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade
para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade:

Figura 15 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade

28
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade
para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade:

Figura 16 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade

O gráfico a seguir ilustra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade
para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade:

Figura 17 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade

29
Unidade I

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade
para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade:

Figura 18 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade

O gráfico a seguir mostra a curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade
para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade:

Figura 19 – Curva de crescimento para peso corporal, por meio do percentil por idade para meninos, dos 5 aos 10 anos de idade

30
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Conforme os gráficos que apresentam a curva de crescimento para peso corporal, por meio do escore
Z por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade, e da curva de crescimento para peso corporal, por
meio do percentil por idade para meninas, dos 5 aos 10 anos de idade, podemos observar que o peso da
avaliada Júlia (60 kg) se encontra acima do percentil 97 e acima do escore Z +3.

A partir da tabela a seguir, estabelecida pela OMS, podemos observar que o peso de Júlia está
elevado para a idade:

Tabela 3 – Classificação de peso para idade de 0 a 10 anos para meninos e meninas de


acordo com a OMS (2006)

Valores críticos Valores críticos Diagnóstico nutricional


< Percentil 0,1 < Escore Z –3 Muito baixo peso para a idade
≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore Z –3 e < Escore Z –2 Baixo peso para a idade
≥ Percentil 3 e < Percentil 15 ≥ Escore Z –2 e < Escore Z –1 Peso adequado para a idade
≥ Percentil 15 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore Z –1 e ≤ Escore Z +1 Peso adequado para a idade
> Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore Z +1 e ≤ Escore Z +2 Peso adequado para a idade
> Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 > Escore Z +2 e ≤ Escore Z +3 Peso elevado para idade
> Percentil 99,9 > Escore Z +3 Peso elevado para idade

Fonte: Brasil (2011, p. 20).

2.3 Envergadura

É determinada a partir da distância máxima de membros superiores, alcançada pelas extremidades


distais dos dedos médios direito e esquerdo. A principal utilização da envergadura é a seleção de talentos
esportivos, uma vez que maiores distâncias de envergadura são requeridas em algumas modalidades
esportivas.

Para verificar a medida de envergadura, será necessária uma fita métrica posicionada na parede, na
altura dos ombros do avaliado, que deverá se posicionar de costas para a parede, em posição ortostática,
com os membros superiores abduzidos, mantendo‑os na horizontal e alinhados aos ombros. A cabeça
deverá ser mantida no plano de Frankfurt, e a distância entre as extremidades distais dos dedos médios
direito e esquerdo deve ser verificada em apneia inspiratória.

2.4 Diâmetros ósseos

Os diâmetros ósseos são medidas que estabelecem distâncias projetadas entre dois pontos
anatômicos definidos por proeminências ósseas. Essa medida pode ser bilateral; entretanto, no caso de
medidas unilaterais, o lado direito do corpo deve ser adotado. Normalmente é utilizada para quantificar
o crescimento ósseo de crianças e adolescentes, uma vez que, durante as fases de crescimento, os ossos
longos estão em constante desenvolvimento. Isso se dá até o fechamento das placas epifisárias, e, a
partir desse momento, os ossos só podem crescer em espessura. É sabido que a atividade física pode
estimular esse crescimento.
31
Unidade I

O impacto promovido durante a prática de exercícios físicos ajuda ainda o aumento da osteogênese.
Para a avaliação dessa medida é utilizado um instrumento de precisão chamado paquímetro. De acordo
com o diâmetro que será avaliado, podemos utilizar paquímetros com diferentes tamanhos.

Figura 20 – Ilustração de diferentes tipos de paquímetros

2.4.1 Cuidados durante a realização das medidas

Para realizar as medidas de diâmetros ósseos, instrua seu cliente/avaliado a ir na data da avaliação com
o mínimo de roupas possível (recomendado biquíni para mulheres e sunga para homens). Para algumas
pessoas, essa vestimenta pode parecer desconfortável. É importante que o avaliador deixe o seu cliente a
vontade, e, se ele não quiser utilizar essas roupas, peça que use uma bermuda, ou um short e um top para
as mulheres. As medidas de diâmetros ósseos devem ser realizadas diretamente na pele do avaliado (não
se deve realizar as medidas por cima da roupa do avaliado). Realize a avaliação em um ambiente fechado,
mas despojado, sem que outras pessoas possam observar o que está sendo realizado e tente estabelecer
uma conversa agradável para deixar o avaliado o mais confortável possível. Além disso, algumas pessoas se
sentem mais confortáveis se o avaliador for do mesmo sexo. Caso isso não seja possível, pergunte ao seu
aluno/cliente se ele prefere que uma pessoa do mesmo sexo acompanhe as avaliações.

É muito importante que o avaliado saiba o que você irá fazer. Explique o que será feito e para que
servirá aquele procedimento. Esses mesmos cuidados também devem ser respeitados para as medidas
de circunferências e dobras cutâneas que serão descritas nos tópicos a seguir.

2.4.2 Procedimentos para medição dos diâmetros ósseos

Os seguintes procedimentos devem ser seguidos:

• As medidas dos diâmetros ósseos dos membros devem ser feitas do lado direito do corpo quando
for o caso.

32
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

• Identifique cuidadosamente os locais antropométricos para mensuração (palpação e lápis


dermográficos).

• Marque‑os antes de começar a mensurar.

• Mensure de duas a três vezes cada local em ordem rotacional.

• Os valores registrados devem ser expressos em milímetros.

• O paquímetro deve ser colocado sobre as marcas ósseas, sendo aplicada pressão para comprimir
os tecidos adjacentes (músculo, gordura e pele) – o grau de compressão não deve ser em excesso
e nem ficar frouxo.

• O paquímetro deve ser segurado com ambas as mãos de forma que as pontas dos dedos indicadores
estejam adjacentes com as pontas do paquímetro.

• Paquímetros menores (escala até 30 cm) com maior precisão na escala devem ser usados no
lugar de paquímetros maiores (escala de 60 a 80 cm) para mensurar os diâmetros ósseos de
segmentos menores.

• O avaliado não deve estar usando hidratantes ou óleos corporais, e as medidas devem ser realizadas
diretamente na pele do avaliado (não podem ser verificadas em cima da roupa).

• É necessário realizar a calibração periódica do aparelho.

2.4.3 Pontos mais frequentes de mensuração de diâmetros ósseos

Os pontos mais frequentes de mensuração são os seguintes:

• biacromial;

• torácico‑transverso;

• bi‑ilíaco;

• bitrocantérico;

• biepicôndilo femoral;

• bimaleolar;

• biepicôndilo umeral;

• biestiloide.
33
Unidade I

2.4.4 Descrição dos pontos anatômicos

2.4.4.1 Biacromial

Mede‑se a distância entre o ponto mais elevado do acrômio direito e do esquerdo. O acrômio (do
grego: akron = ponta; omos = ombro), é um processo posterior e grande que se projeta anteriormente
em um ângulo de 90º a partir da extremidade lateral da espinha da escápula e serve como ponto
de inserção para parte do músculo trapézio. Se você passar os dedos ao longo da face superior da
articulação do ombro, sentirá esse processo na borda lateral.

Para mensuração do diâmetro biacromial, coloca‑se o paquímetro entre as distâncias das duas
extremidades laterais dos processos acromiais das escápulas (direita e esquerda).

O avaliado deve ficar em pé, braços soltos verticalmente e ombros relaxados para baixo e
levemente para frente. Preferencialmente, o avaliador deve se posicionar posteriormente ao
avaliado para realizar a medida.

Figura 21 – Medida de diâmetro ósseo biacromial

2.4.4.2 Torácico‑transverso

Mede‑se a distância entre os pontos mais laterais das costelas ao nível do meio do corpo do esterno
(mesoesterno), na altura da sexta costela, sobre a linha axilar média.

A medida é realizada com o avaliado em pé; ele deve ficar com os braços levemente abduzidos,
apenas o suficiente para permitir a colocação das hastes do paquímetro.

Deve‑se realizar a medida ao final de uma expiração normal.

34
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 22 – Medida de diâmetro ósseo torácico‑transverso

2.4.4.3 Bi‑ilíaco

Mede‑se a distância entre as cristas ilíacas do osso do quadril direito e esquerdo. A crista ilíaca é
uma linha óssea proeminente, aguçada e localizada na margem superior do osso ílio, entre a espinha
ilíaca ântero‑superior e espinha ilíaca póstero‑superior, e marca as inserções de ligamentos e músculos.

Para a mensuração, coloca‑se o paquímetro na distância mais lateral e elevada entre as cristas ilíaca
direita e esquerda.

O avaliado deve estar com as pernas unidas.

Figura 23 – Medida de diâmetro ósseo bi‑ilíaco

35
Unidade I

2.4.4.4 Bitrocantérico

Mede‑se a distância entre o trocanter maior direito e esquerdo. O trocanter maior (do grego: trochos
= roda) é uma projeção óssea localizada lateralmente na epífise proximal do fêmur, apresentando uma
forma quadrilátera e irregular, sendo o ponto de maior proeminência sob a pele, próximo à articulação
do quadril.

Para mensuração, coloca‑se o paquímetro no ponto de maior distância entre o trocanter maior
esquerdo e o direito, ou seja, os dois pontos de maior saliência sob a pele nessa região.

O avaliado deve estar com as pernas unidas.

Figura 24 – Medida de diâmetro ósseo bitrocantérico

2.4.4.5 Biepicôndilo femoral

Mede‑se a distância entre os epicôndilos lateral e medial do fêmur. Os epicôndilos lateral e medial
(do grego: epi = sobre; kondylos = junção) são proeminências ósseas rugosas situadas na margem dos
côndilos lateral e medial do fêmur, respectivamente. São pontos de fixação dos ligamentos colaterais
medial e colateral lateral da articulação do joelho, sendo o ponto de maior saliência nas margens da
região do joelho.

Para mensuração, coloca‑se o paquímetro no ponto de maior distância entre os epicôndilos lateral
e medial.

O avaliado deve estar sentado com o joelho flexionado formando um ângulo de 90º.

36
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 25 – Medida de diâmetro ósseo biepicôndilo femoral

2.4.4.6 Bimaleolar

Mede‑se a distância entre os maléolos medial e lateral. O maléolo (G: malleolus = martelo) medial
é uma proeminente saliência óssea direcionada para baixo e localizada no lado medial da epífise distal
da tíbia. Articula‑se com o tálus. O maléolo lateral é uma expansão triangular da epífise distal do osso
da fíbula que se articula medialmente com a epífise distal da tíbia e com o tálus. Ambos os processos
podem ser vistos na superfície e podem ser facilmente palpados.

Para mensuração, coloca‑se a haste do paquímetro no ponto de maior projeção entre os maléolos
lateral e medial e verifica‑se a maior distância entre eles.

O avaliado deve ficar em pé e o peso deve ser distribuído igualmente nas duas pernas. O avaliador
deve se posicionar posteriormente ao avaliado para realizar a medida.

Figura 26 – Medida de diâmetro ósseo bimaleolar

37
Unidade I

2.4.4.7 Biepicôndilo umeral

Mede‑se a distância entre os epicôndilos lateral e medial do úmero. Os epicôndilos medial e lateral
(do grego: epi = sobre; kondylos = junção) são projeções ósseas em ambos os lados acima do côndilo na
epífise distal do úmero na articulação do cotovelo e fornecem área de superfície adicional para inserção
muscular. O epicôndilo medial é maior.

Para mensuração, coloca‑se a haste do paquímetro no ponto de maior proeminência da porção


distal do úmero, próxima à articulação do cotovelo, medida essa assimétrica. Nessa posição, o epicôndilo
medial se encontra mais baixo que o lateral.

O avaliado deve estar em pé, de frente para o avaliador, com os braços elevados, o ombro em um
ângulo de 90°, o cotovelo flexionado a 90º e o antebraço supinado.

Figura 27 – Medida de diâmetro ósseo biepicôndilo umeral

2.4.4.8 Biestiloide

Mede‑se a distância entre os processos estiloides do rádio e da ulna. O processo estiloide (do grego:
stylo = estaca, ponta; oide = semelhante) do rádio é uma projeção óssea localizada lateralmente e
para baixo na epífise distal do rádio. É o ponto de fixação para o ligamento colateral do rádio e do
músculo braquiorradial, enquanto o processo estiloide da ulna é uma projeção óssea curta localizada
medialmente e posteriormente na continuidade da cabeça da ulna. Serve como ponto de fixação para o
ligamento colateral ulnar do carpo.

Para mensuração, coloca‑se a haste do paquímetro no ponto de maior proeminência na região do


punho, sendo a distância de maior projeção entre os processos estiloides do rádio e da ulna.

38
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

O avaliado deve estar com o cotovelo estendido e com a articulação do punho flexionada, com a
mão relaxada e a palma voltada para o tronco.

Figura 28 – Medida de diâmetro ósseo biestilóide

2.5 Perímetros ou circunferências

Perímetros e/ou circunferências são medidas de segmentos corporais específicos. É possível medir
as circunferências de qualquer região do corpo, tanto para avaliar a evolução do treinamento quanto
para a determinação de índices relacionados à saúde, como a relação cintura‑quadril. Nesse caso, o
instrumento utilizado é a trena ou fita métrica graduada em milímetros, entre 5 e 7 mm de largura e 2
m de comprimento. A fita pode ser de aço ou de um material flexível, com fundo branco ou amarelo e
visualização clara dos milímetros.

As medidas de circunferências não devem ser realizadas após a prática de atividades físicas devido à
mudança de fluídos corporais, o que pode alterar o valor da medida.

É de extrema importância se atentar aos cuidados durante a verificação das medidas descritos
anteriormente. Para essa medida especificamente, é necessário maior cuidado com o posicionamento do
avaliador. Para a maioria das medidas é recomendado que o avaliador permaneça à lateral do avaliado.
Isso porque ele deverá passar a fita métrica no contorno do corpo do avaliado. Para indivíduos com
maior estrutura corporal, o avaliador encosta o seu corpo no do avaliado, e, para evitar situações que
possam de alguma maneira deixar o avaliado constrangido, é recomendado que o avaliador se posicione
lateralmente ao avaliado.

39
Unidade I

2.5.1 Procedimentos para medição das circunferências

Os seguintes aspectos devem ser observados:

• As medidas das circunferências são feitas do lado direito do corpo. Contudo, às vezes é necessário
avaliar ambos os lados do avaliado, caso haja necessidade de verificar proporcionalidade entre os
segmentos corporais.

• A medida deve ser realizada sobre a pele nua.

• Devem‑se identificar cuidadosamente os locais antropométricos para mensuração.

• É necessário mensurar de duas a três vezes cada local em ordem rotacional.

• Não se deve realizar a medição após a prática de exercício.

• A tensão a ser aplicada pela fita não deve comprimir a pele ou o tecido subcutâneo.

• Para algumas circunferências (exemplos: cintura, abdômen e quadril), a fita deve ser alinhada com
o plano horizontal.

• Não se deve deixar o dedo entre a fita métrica e a pele.

• É necessário se manter posicionado preferencialmente na lateral do avaliado.

2.5.2 Pontos mais frequentes de mensuração de circunferências corporais

Os pontos mais frequentes são os seguintes:

• pescoço;

• peitoral (torácico);

• cintura;

• abdominal;

• quadril;

• coxa proximal;

• perna;

• tornozelo;
40
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

• braço relaxado;

• braço fletido;

• antebraço;

• punho.

2.5.3 Descrição dos pontos anatômicos

2.5.3.1 Pescoço

Medida da circunferência perpendicular ao eixo longitudinal desse segmento, passando abaixo


da proeminência da laringe (popularmente conhecido como pomo‑de‑adão). Para a realização dessa
medida, o indivíduo deve estar em posição anatômica, com a cabeça orientada no plano de Frankfurt.

O avaliador permanece à direita do avaliado.

Figura 29 – Medida de circunferência do pescoço

2.5.3.2 Peitoral (torácico)

Medida da circunferência torácica, ao nível do ponto mesoesternal (meio do esterno). Esta medida
é horizontal e deve ser feita após o final de uma expiração normal, estando o indivíduo em posição
anatômica e com os braços levemente abduzidos. O avaliador permanece na lateral do avaliado.

Para mulheres, essa medida deve ser realizada abaixo das axilas.

41
Unidade I

Figura 30 – Medida de circunferência peitoral para homens

Figura 31 – Medida de circunferência peitoral para mulheres

2.5.3.3 Cintura

Região mais estreita do tronco (entre as costelas e a crista ilíaca), medida horizontalmente e realizada
após o final de uma expiração normal.

O avaliador deve permanecer a lateral do avaliado. Caso seja possível, um assistente pode posicionar
a fita atrás do avaliado.

42
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 32 – Medida de circunferência de cintura

2.5.3.4 Abdominal

Protuberância anterior máxima do abdômen (normalmente, cicatriz umbilical), sendo medida


horizontalmente. Deve ser feita após o final de uma expiração normal.

O avaliador deve permanecer na lateral do avaliado. Caso seja possível, um assistente pode posicionar
a fita atrás do avaliado.

Figura 33 – Medida de circunferência abdominal

43
Unidade I

2.5.3.5 Quadril

Extensão posterior máxima dos glúteos (altura dos pontos trocantéricos direito e esquerdo, passando
pela proeminência glútea, e deve ser medida horizontalmente).

O avaliado deve estar em posição anatômica, com os pés unidos e os braços ligeiramente afastados
do corpo.

O avaliador deve permanecer na lateral do avaliado. Caso seja possível, um assistente pode posicionar
a fita atrás do avaliado.

Figura 34 – Medida de circunferência do quadril

Figura 35 – Medida de circunferência do quadril (vista lateral)

44
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

2.5.3.6 Coxa (proximal)

Imediatamente abaixo da prega glútea, estando o avaliado em posição anatômica.

O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado, e a medida é horizontal.

Figura 36 – Medida de circunferência da coxa proximal

2.5.3.7 Perna

Maior circunferência (no terço proximal) perpendicular ao eixo da perna. A medida deve ser realizada
horizontalmente.

O avaliado deve estar de pé com o peso corporal dividido igualmente entre as duas pernas.

O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado.

45
Unidade I

Figura 37 – Medida de circunferência da perna

2.5.3.8 Tornozelo

Menor circunferência (no terço distal) perpendicular ao eixo da perna, sendo esta medida
horizontalmente.

O avaliado deve estar de pé, com o peso corporal dividido igualmente entre as duas pernas.

O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado.

Figura 38 – Medida de circunferência do tornozelo

46
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

2.5.3.9 Braço relaxado

Circunferência perpendicular ao eixo do segmento tomada na região média do braço relaxado


(entre o processo acromial da escápula e o processo olécrano da ulna), estando o avaliado em
posição anatômica.

O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado.

Figura 39 – Medida de circunferência do braço

2.5.3.10 Braço fletido

Maior circunferência perpendicular ao eixo do segmento quando o braço está em flexão. O braço
deve estar paralelo ao solo.

O braço esquerdo deve opor resistência de forma que o antebraço e o braço formem um ângulo de 90º.

O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado.

47
Unidade I

Figura 40 – Medida de circunferência do braço fletido

2.5.3.11 Antebraço

Maior circunferência (terço proximal) do segmento. O cotovelo deve estar em extensão e o braço,
relaxado. O avaliador se posiciona lateralmente ao avaliado.

Figura 41 – Medida de circunferência do antebraço

48
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

2.5.3.12 Punho

Menor circunferência (no terço distal) perpendicular ao eixo do antebraço. O avaliador permanece
à frente do avaliado.

Figura 42 – Medida de circunferência do punho

2.6 Dobras cutâneas

Prega cutânea, ou dobra cutânea, se refere à espessura em milímetros de três camadas de pele mais
a gordura subcutânea. As medidas de espessuras das dobras cutâneas podem ser realizadas em várias
regiões do corpo humano, sendo que várias medidas oferecem visão mais clara quanto à disposição
da gordura. Assim, torna‑se possível verificar a possibilidade de conhecer o padrão de distribuição do
tecido adiposo subcutâneo, pelas diferentes regiões anatômicas. O equipamento que realiza essa medida
se chama adipômetro ou compasso de dobras cutâneas.

Figura 43 – Modelos de adipômetros ou compasso de dobras cutâneas

49
Unidade I

As medidas de dobras cutâneas não devem ser realizadas após a prática de atividades físicas devido
à mudança de fluídos corporais durante a prática, o que pode alterar o valor da medida.

O avaliador deve realizar a maior quantidade de avaliações possível para se tornar experiente. É
necessário muito tempo e prática para realizar as medições sem erros.
Pele
Gordura

Osso

Músculo

Figura 44 – Demonstração dos tecidos envolvidos na medida das dobras cutâneas

Como já dito anteriormente, deve‑se atentar aos cuidados durante a verificação das medidas.

2.6.1 Procedimentos para medição das dobras cutâneas

Alguns procedimentos devem ser seguidos:

• Assegurar que a pele do avaliado esteja seca, sem loções hidratantes ou óleos corporais que
podem fazer com que o compasso deslize.

• Segurar o compasso com a mão direita.

• Destacar o tecido adiposo das estruturas mais profundas utilizando os dedos polegar e indicador
da mão esquerda.

• Identificar e marcar o local para a medição da dobra cutânea.

• Segurar a dobra cutânea até a realizar a leitura.

• Colocar as hastes do compasso de dobras cutâneas 1 cm abaixo dos dedos que estão
segurando a dobra.

• Manter compasso perpendicular à dobra cutânea.

• Realizar as medições do lado direito do avaliado.

50
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

• Soltar a pressão das hastes do compasso lentamente.

• Aguardar de 2 a 4 segundos após soltar a pressão das hastes do compasso para realizar a leitura
da medida.

• Realizar três medidas em cada ponto, intercaladas entre si.

• Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da dobra cutânea, ou somar os três
valores obtidos e extrair a média.

• Quando houver uma diferença superior a 5%, realizar nova série de medidas.

2.6.2 Erros do avaliador

Podemos citar como erros do avaliador:

• Largar a dobra cutânea antes da realização da medida.

• Não colocar o compasso perpendicular à medida.

• Não respeitar o sentido da medida.

• Não respeitar o número de repetições da medida (três vezes).

• Não aguardar o tempo de leitura da medida (2 a 4 segundos).

• Efetuar leitura errada do compasso.

2.6.3 Pontos mais frequentes de mensuração das dobras cutâneas

A seguir, serão apresentados os pontos mais frequentes de mensuração das dobras cutâneas:

• tricipital (tríceps);

• bicipital (bíceps);

• subescapular;

• peitoral/torácica;

• axilar média;

• abdominal;

51
Unidade I

• suprailíaca;

• coxa;

• perna.

2.6.4 Descrição dos pontos anatômicos

2.6.4.1 Tricipital

Mede‑se o ponto médio localizado entre o acrômio e o olécrano na face posterior do braço.

O acrômio (do grego: akron = ponta; omos = ombro) é um processo posterior e grande que se
projeta anteriormente em um ângulo de 90º a partir da extremidade lateral da espinha da escápula. Se
você passar os dedos ao longo da face superior da articulação do ombro, sentirá esse processo na borda
lateral, sob a pele. O olécrano é uma projeção posterior espessa da epífise proximal da ulna que forma
a “ponta do cotovelo”.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar atrás do avaliado, que estará com o
cotovelo estendido. Utilizando o polegar e o dedo indicador, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido
subcutâneo do tecido muscular no sentido do eixo longitudinal do corpo.

Figura 45 – Medida de dobra cutânea tricipital

52
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

2.6.4.2 Bicipital

Mede‑se o ponto localizado na face anterior do braço na altura do ponto onde foi realizada a medida
da dobra cutânea tricipital, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar na frente do avaliado, que estará com o
cotovelo estendido. Utilizando o polegar e o dedo indicador, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido
subcutâneo do tecido muscular no sentido do eixo longitudinal do corpo.

Figura 46 – Medida de dobra cutânea bicipital

2.6.4.3 Subescapular

Mede‑se o ponto imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula. A escápula é um osso


triangular localizado na parte posterior sobre a caixa torácica.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar atrás do avaliado, que deve permanecer
com os ombros sem contrações específicas, relaxado. Utilizando o polegar e o dedo indicador, o
avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do tecido muscular no sentido oblíquo ao eixo
longitudinal do corpo, seguindo orientação dos arcos costais, mais ou menos 2 cm abaixo do ângulo
inferior da escápula.

53
Unidade I

Figura 47 – Medida de dobra cutânea subescapular

2.6.4.4 Peitoral/torácica

Mede‑se o ponto localizado entre a linha axilar anterior e o mamilo, sendo em locais diferente entre
homens e mulheres.

A linha axilar anterior representa uma linha imaginária que segue longitudinalmente (verticalmente)
ao longo da prega axilar anterior, que é formada pela margem ínfero‑lateral do músculo peitoral maior
quando passa da caixa torácica para o úmero no braço.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar na lateral do avaliado, que deve manter
o membro superior relaxado. Utilizando o polegar e o dedo indicador da mão esquerda, o avaliador faz
uma pinça e separa o tecido subcutâneo do tecido muscular no sentido oblíquo ao eixo longitudinal do
corpo, sendo para os homens na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo e para as
mulheres no terço proximal dessa distância.

54
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 48 – Medida de dobra cutânea peitoral

2.6.4.5 Axilar média

Mede‑se o ponto localizado na linha axilar média na altura do processo xifoide.

A linha axilar média representa uma linha imaginária que segue longitudinalmente (verticalmente)
e se inicia no ápice (parte mais profunda) da fossa axilar, paralelamente à linha axilar anterior. Já o
processo xifoide é uma pequena projeção de cartilagem na região anterior do tórax, estando na porção
inferior do corpo do esterno.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar na lateral do avaliado, que deve manter
o membro superior deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. Utilizando o polegar e
o dedo indicador da mão esquerda, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do tecido
muscular do ponto localizado na intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal
na altura do processo xifoide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal.

Essa medida pode ser feita transversalmente ou longitudinalmente.

55
Unidade I

Figura 49 – Medida de dobra cutânea axilar média transversal

Figura 50 – Medida de dobra cutânea axilar média longitudinal

2.6.4.6 Abdominal

Mede‑se na região abdominal no ponto localizado 2 cm à direita da borda lateral da cicatriz umbilical.

56
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar à frente do avaliado. Utilizando o polegar
e o dedo indicador da mão esquerda, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do
tecido muscular, com cuidado para não pressionar o tecido conjuntivo fibroso que constitui as bordas
da cicatriz umbilical, pois isso alteraria o formato natural da cicatriz. Na maioria dos protocolos, essa
medida é feita de forma longitudinal. No entanto, no protocolo de Lohman (1992), essa medida é
realizada horizontalmente.

Figura 51 – Medida de dobra cutânea abdominal horizontal

Figura 52 – Medida de dobra cutânea longitudinal

57
Unidade I

2.6.4.7 Suprailíaca

Mede‑se o ponto localizado a 2 cm da crista ilíaca, na distância entre o último arco costal e a crista
ilíaca, sobre a linha axilar média.

A crista ilíaca é uma linha óssea proeminente, aguçada e localizada na margem superior do osso ílio,
entre a espinha ilíaca ântero‑superior e espinha ilíaca póstero‑superior. A linha axilar média representa
uma linha imaginária que segue longitudinalmente (verticalmente) e se inicia no ápice (parte mais
profunda) da fossa axilar, paralelamente à linha axilar anterior.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar na lateral do avaliado, que deve manter
o membro superior deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. Utilizando o polegar
e o dedo indicador da mão esquerda, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do
tecido muscular na linha axilar média imediatamente superior à crista ilíaca. A medida é realizada
obliquamente ao eixo longitudinal e deve ser feita obliquamente ao eixo longitudinal.

Figura 53 – Medida de dobra cutânea suprailíaca

2.6.4.8 Coxa

Mede‑se o ponto médio localizado entre o ligamento inguinal no quadril e a borda superior da
patela na articulação do joelho na face anterior da coxa.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar à frente do avaliado. Para facilitar o
pinçamento dessa dobra, o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma
semiflexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo. Utilizando o polegar e
58
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

o dedo indicador da mão esquerda, o avaliador faz uma pinça e separa o tecido subcutâneo do tecido
muscular paralelamente ao eixo longitudinal sobre o músculo reto femoral. O avaliador permanece
posicionado a frente do avaliado.

Figura 54 – Medida de dobra cutânea da coxa

2.6.4.9 Perna

Mede‑se o ponto localizado na parte medial da perna, no ponto de maior circunferência.

Para mensuração da dobra, o avaliador deve se posicionar à frente do avaliado, estando este sentado,
com a articulação do joelho em flexão de 90º e o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio,
deixando a musculatura relaxada. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o
polegar e o dedo indicador da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia separando o tecido
subcutâneo do tecido muscular, paralelamente ao eixo longitudinal do corpo.

59
Unidade I

Figura 55 – Medida de dobra cutânea da perna

3 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

3.1 Composição corporal

A composição corporal é considerada um componente da aptidão física relacionada à saúde e ao


treinamento. Existe uma relação entre a quantidade e distribuição da gordura com as alterações no
nível de aptidão física e no estado de saúde. Além do mais, o excesso de gordura corporal favorece o
desenvolvimento de doenças crônico‑degenerativas.

O processo de envelhecimento normal (senescência) também altera a composição corporal, pois, à


medida que perdemos massa muscular, o percentual de gordura corporal aumenta.

3.2 Métodos para detecção da composição corporal

Os métodos utilizados para a detecção da composição corporal são divididos entre os métodos
diretos, indiretos e duplamente indiretos, sendo que no método direto, cada um dos componentes
corporais é separado e pesado isoladamente (ossos, vísceras, músculos, gordura). As informações são
obtidas de diferentes tecidos do corpo, mediante dissecação macroscópica ou por meio da extração
lipídica. Esse procedimento, portanto, implica em alta quantidade de incisões, o que limita seu uso
somente à dissecação de cadáveres.
60
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

3.2.1 Métodos indiretos

Os métodos indiretos são aqueles em que não há a manipulação dos componentes separadamente
e, apesar de apresentarem precisão secundária quando comparados aos primários, são viáveis de serem
realizados e são considerados confiáveis, com grande grau de precisão. Esses métodos são validados a
partir do método direto e contam com uma gama de modelos (simples e complexos) e equipamentos,
sendo alguns de alto custo financeiro.

Os métodos indiretos podem ser divididos em métodos químicos e métodos físicos. A contagem total
de potássio corporal e a excreção urinária de creatinina são considerados métodos químicos, enquanto
a pletismografia, a pesagem hidrostática (hidrodensitometria), o Dexa (o raio X de dupla energia), a
tomografia (raio X), a ultrassonografia e a ressonância magnética são considerados métodos físicos.

3.2.1.1 Potássio corporal total

Este método pode estimar a massa livre de gordura (MLG) por meio da contagem de potássio
existente no corpo, usando a técnica de espectrometria de raios gama. Nesse equipamento são
geradas imagens da distribuição de um radioisótopo (emissor de raios gama) injetado no paciente
e, após sua absorção pelo corpo, elas são analisadas de forma quantitativa através de cálculos
da concentração e velocidade de movimento desse radioisótopo. O radioisótopo 40K (potássio 40)
permite sua detecção e sua quantificação, a partir de sua emissão de radiação gama, a qual é
detectada por um equipamento de cintilografia (captador de raios gama). Então, ao se estabelecer
a quantidade de potássio corporal total, pode‑se estimar a MLG. Essa técnica tem sua utilização
limitada devido ao alto custo e à dificuldade técnica.

3.2.1.2 Excreção urinária de creatinina

Existe uma relação significativa entre creatinina corporal e a produção da creatinina urinária. Por
meio desse método, é possível estabelecer uma relação entre a excreção urinária de creatinina com a
massa livre de gordura (MLG). Entretanto, a variação do processamento renal da creatinina diariamente
é um dos fatores que afetam a validação deste método. Assim, o erro é muito elevado quando a MLG é
estimada pela excreção de creatinina (3 a 8 kg) se comparado com os valores da contagem de potássio
e da pesagem hidrostática, motivo pelo qual o método não é muito utilizado.

3.2.1.3 Pesagem hidrostática

A pesagem hidrostática é baseada no Princípio de Arquimedes e é considerada o “padrão‑ouro”


das avaliações indiretas. Esse princípio diz que quando um corpo é submerso em água, ele desloca um
volume de água igual ao seu próprio volume.

Essa relação do peso do objeto no ar, dividido pela perda de peso em água, é conhecida como
densidade ou gravidade específica. Para determinação do volume corporal por meio da pesagem
hidrostática (ou pesagem subaquática), será calculada a diferença entre o peso corporal aferido
normalmente fora da água e a medição do corpo submerso em água, bem como o volume de água
61
Unidade I

por ele deslocado. Isso tem servido de embasamento para a utilização da pesagem hidrostática na
determinação da densidade e do volume corporal.

Assim, para determinação da densidade corporal, o indivíduo deve ser pesado fora e dentro da água,
sendo em seguida aplicados esses valores em uma equação matemática. Após esse cálculo, obtêm‑se
a estimativa da densidade corporal. Na sequência, através de modelos matemáticos de Siri (1961) e
Brozek et al. (1963), é possível estimar o percentual de gordura corporal (%G). A pesagem hidrostática
considera que o corpo é formado por dois componentes distintos, massa de gordura (MG) e massa livre
de gordura (MLG). Sendo assim, determinada a porcentagem de gordura, a massa magra é derivada pela
simples subtração matemática.

3.2.1.4 Plestismografia

A plestimografia estima o volume corporal através do deslocamento de ar. Uma vez determinado
o volume corporal, a densidade corporal poderá ser estimada, assim como o percentual de gordura
corporal. Essa técnica obteve uma excelente correlação com a pesagem hidrostática para valores do %G
(r = 0,96) em homens e mulheres de diferentes idades, níveis de gordura corporal e etnicidades.

Este é um método simples, seguro e que requer uma cooperação mínima do sujeito avaliado, porém,
exige um equipamento complexo, sofisticado e de alto custo. A avaliação através da pletismografia
consiste de uma câmara construída de fibra de vidro com uma janela de acrílico, contendo no seu
interior um volume aproximado de 450 litros com um assento para o avaliado se acomodar. Através de
um software específico, conectado à câmara, são determinadas variações de volumes de ar e de pressão
em seu interior, com a câmara desocupada e com o avaliado, além de variáveis pulmonares necessárias
às estimativas do volume corporal.

Trata‑se de uma técnica baseada no princípio da Lei de Deslocamento de Ar de Boyle, a qual


estabelece que, para um corpo em um recipiente fechado de temperatura constante, a pressão de um gás
é inversamente proporcional ao seu volume. Assim, quando alguém entrar no equipamento, deslocará
um volume de ar que também modificará a pressão do ambiente. Quando o avaliado entra na câmara,
uma nova pressão interna é estabelecida, tornando possível avaliar o volume de ar em seu interior.

O volume corporal será determinado por meio da subtração de ambos os volumes de ar no interior
da câmara, e também por meio da correção do ar dos pulmões do avaliado. Um software específico é
utilizado para realizar essas aferições.

Após a determinação do volume corporal, é possível verificar por equação matemática a densidade
corporal através da relação entre a massa corporal e seu volume. Com a densidade corporal é possível,
através de modelos matemáticos iguais aos utilizados na pesagem hidrostática, estimar a massa de
gordura e a massa livre de gordura.

62
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 56 – Equipamento de pletismografia

3.2.1.5 Dexa (Absormetria por raio X de dupla energia)

Essa técnica está baseada na premissa de que o corpo é constituído por três compartimentos
(gordura, mineral ósseo e tecido magro não ósseo) e que cada um possui densidades diferentes.
Esse método pode ser considerado um dos mais confiáveis para a determinação da massa óssea,
permitindo diagnóstico de osteoporose, por meio da análise do conteúdo mineral ósseo da coluna
lombar e do fêmur proximal, locais onde ocorrem as principais faturas nessa doença.

O princípio básico do Dexa é a utilização de uma fonte de raio X que atravessa o corpo do paciente
e é analisada por um detector de cintilação que, com o uso de um software especializado, reconstrói
uma imagem dos tecidos subjacentes, permitindo a determinação das massas ósseas, de gordura e livre
de gordura a partir da quantificação de cada uma delas.

Possui forte correlação com a pesagem hidrostática (r = 0,93) e é considerado um bom método
de validação da composição corporal. Quando comparado a outros métodos para avaliar composição
corporal, o Dexa é considerado um procedimento não invasivo, rápido, não traumático, altamente
preciso e reprodutivo, que requisita o mínimo de cooperação do avaliado e ainda considera a variação
individual no conteúdo de mineral ósseo.

Entretanto, o alto custo do equipamento e a exposição à radiação são fatores limitantes para seu uso.

63
Unidade I

Figura 57 – Equipamento de absormetria por raio X de dupla energia (Dexa)

3.2.1.6 Tomografia

Essa técnica é capaz de produzir várias imagens bidimensionais de diferentes segmentos do corpo. São
emitidos feixes de raio X que passam através dos tecidos e relatam as pequenas diferenças em atenuação
do raio X para as diferentes densidades dos tecidos, construindo uma imagem bidimensional em corte
transversal da anatomia subjacente do corpo. Existe forte relação entre as medidas antropométricas na
região abdominal (pregas cutâneas e circunferência) com o volume total do tecido adiposo mapeado
por tomografia.

Alguns fatores limitantes ao uso da tomografia são a exposição à radiação, principalmente em


mulheres grávidas e crianças, o alto custo do equipamento e a necessidade de técnicos especializados.

Figura 58 – Equipamento de tomografia

64
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

3.2.1.7 Ultrassonografia

A ultrassonografia utiliza um instrumento para converter a energia elétrica através de uma sonda e
um receptor em ondas sonoras de alta frequência. Essas ondas sonoras de alta frequência penetram nos
tecidos (pele, gordura, músculos e ossos) e produzem sons diferentes para cada um deles, pois cada um
possui propriedades acústicas diferentes. As ondas sonoras serão refletidas nos tecidos e retornam para
o equipamento emissor (transdutor). Dessa forma, pode‑se mapear a espessura do músculo e da gordura
nas diferentes regiões corporais e também estimar sua quantidade. Algumas limitações, como custo e
dificuldade técnica têm restringido o seu uso, mas ela é muito utilizada em pacientes hospitalizados
para avaliar o estado nutricional durante os períodos de redução e aumento de peso.

Figura 59 – Equipamento de ultrassonografia

3.2.1.8 Ressonância magnética

A técnica por ressonância magnética consiste na formação de um poderoso campo magnético


(radiação eletromagnética) irradiado por pulsos de frequência de rádio, excitando os núcleos de
hidrogênio da água corporal e das moléculas lipídicas e os induzindo a produzirem um sinal detectável
que pode gerar imagens de vários tecidos corporais.

65
Unidade I

Esta técnica é utilizada para quantificar o tecido adiposo total e subcutâneo em indivíduos com
diferentes níveis de gordura corporal. Ela tem a vantagem de não usar radiação iônica, mas, devido ao
custo elevado e à dificuldade técnica, é mais utilizada em hospitais para diagnóstico médico.

Figura 60 – Equipamento de ressonância magnética

3.2.2 Métodos duplamente indiretos

A determinação da composição corporal por meio dos métodos indiretos é mais complexa devido
à necessidade de equipamentos caros e sofisticados, bem como de técnicos altamente treinados, o que
torna sua utilização inviável em larga escala em situações de campo. A alternativa mais comum é o uso
de métodos duplamente indiretos.

Os métodos duplamente indiretos apresentam precisão terciária quando comparados aos métodos
diretos; porém, as técnicas duplamente indiretas são menos rigorosas, têm uma melhor aplicação prática
em virtude de sua simplicidade e um menor custo financeiro e ainda podem ser aplicadas em ambiente
de campo e clínico.

A bioimpedância elétrica e a antropometria são métodos duplamente indiretos amplamente


utilizados para a avaliação da composição corporal.

3.2.2.1 Bioimpedância elétrica

Determina a composição corporal a partir da água corporal total. Tem como base o princípio de
condutividade elétrica. Por esse método, uma corrente elétrica de baixa intensidade (500 a 800 µA e 50
kHz) passa através do corpo do avaliado, e a impedância (Z) ou oposição ao fluxo da corrente é medida
com o analisador de bioimpedância. Na prática, cada componente corporal oferece uma resistência
diferente à passagem da corrente elétrica. Assim, os ossos e a gordura, que contêm uma pequena
quantidade de água, constituem um meio de baixa condutividade, ou seja, uma alta resistência à corrente
66
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

elétrica. Entretanto, a massa muscular e outros tecidos contêm mais água e eletrólitos corporais do que
a gordura, funcionando como um excelente condutor de corrente elétrica.

Portanto, a resistência ao fluxo da corrente é maior em indivíduos com maior quantidade de gordura
corporal; por outro lado, indivíduos com grande quantidade de massa muscular e água corporal total
têm menor resistência ao fluxo da corrente.

O aparelho de bioimpedância elétrica irá identificar os níveis de resistência (medida da oposição à


corrente elétrica pelo corpo) e reatância do organismo à corrente elétrica; assim, após identificar os
níveis de resistência e reatância, é calculada a razão entre esses componentes, obtendo‑se o valor de
bioimpedância. Para a análise, a fim de quantificar o total de água no organismo e predizer, através
dessa quantidade de água, a quantidade de gordura corporal do indivíduo, são utilizadas equações
matemáticas de estimativa baseada em modelos específicos para diferentes tipos de populações ou
generalizações.

Vale ressaltar que existem alterações na quantidade de água corporal e densidade óssea em
indivíduos de diferentes idades, etnias, níveis de atividade física e níveis de gordura corporal. Essas
equações proporcionam estimativas aceitáveis de massa livre de gordura, água corporal total e medidas
de bioimpedância e foram desenvolvidas para crianças, idosos, índios americanos, hispânicos, brancos,
obesos e atletas. Além disso, existem softwares que permitem selecionar uma equação de bioimpedância
apropriada para estimar a massa livre de gordura do avaliado em função das características físicas.

Os melhores equipamentos de bioimpedância elétrica são os tetrapolares (quatro eletrodos), uma


vez que conseguem avaliar a passagem da corrente elétrica no corpo inteiro (membros superiores
e inferiores). Nesse procedimento, dois condutores são colocados na mão e no pé e outros dois são
colocados no punho e no tornozelo.

Entretanto, existem os aparelhos bipolares, que são considerados mais suscetíveis a erros, uma
vez que avaliam a passagem da corrente elétrica em apenas um dos segmentos corporais (membros
inferiores ou membros superiores).

A praticidade, a velocidade e a relativa simplicidade de execução do método representam uma


grande vantagem de sua utilização em academias, clubes ou clínicas. No entanto, a validade e a precisão
do método de bioimpedância elétrica são influenciadas por vários fatores como:

• nível de hidratação do avaliado;

• tipo de instrumento;

• colocação do eletrodo;

• alimentação;

• prática de exercícios anteriores ao teste;


67
Unidade I

• ciclo menstrual;

• temperatura ambiente;

• equação de predição.

Para não comprometer o resultado da análise da composição corporal por bioimpedância elétrica,
alguns cuidados prévios devem ser levados em consideração, tais como:

• não fazer exercícios 12 horas antes do teste;

• não comer ou beber 4 horas antes do teste;

• não consumir álcool 24 horas antes do teste;

• não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste;

• urinar 30 minutos antes do teste;

• permanecer por, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal, em total repouso, antes
da execução do teste.

3.2.2.2 Índice de massa corporal (IMC)

A partir das medidas de peso e estatura, é possível calcular o índice de massa corporal (IMC). O IMC
é uma medida amplamente utilizada para a determinação de desnutrição, do grau de obesidade e de
riscos à saúde (doenças crônicas) relacionados ao excesso de peso do avaliado. Além disso, o IMC abaixo
da média e acima dela apresenta alta correlação com a taxa de mortalidade.

Trata‑se de um método prático, rápido e sem custo algum.

O IMC é calculado por meio do peso do avaliado (em quilos), dividido pela estatura do avaliado ao
quadrado (em metros).

Portanto:

IMC = Peso ÷ (Estatura)2

A avaliada Ana, que descrevemos no início desse livro, pesa 75 kg e tem 1,60 m de estatura.

Logo:

IMC = Peso ÷ (Estatura × Estatura)


IMC = 75 ÷ (1,60 × 1,60)
68
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

IMC = 75 ÷ (2,56)
IMC = 29,30 kg/m2

João pesa 60 kg e tem 1,70 m de estatura.

Logo:

IMC = Peso ÷ (Estatura × Estatura)


IMC = 60 ÷ (1,70 × 1,70)
IMC = 60 ÷ 2,89
IMC = 20,76 kg/m2

Beatriz pesa 75 kg e tem 1,60 m de estatura.

Logo:

IMC = Peso ÷ (Estatura × Estatura)


IMC = 75 ÷ (1,60 × 1,60)
IMC = 75 ÷ (2,56)
IMC = 29,30 kg/m2

Mauro pesa 85 kg e tem 1,80 m de estatura.

Logo:

IMC = Peso ÷ (Estatura × Estatura)


IMC = 85 ÷ (1,80 × 1,80)
IMC = 85 ÷ (3,24)
IMC = 26,23 kg/m2

Júlia pesa 60 kg e tem 1,20 m de estatura.

Logo:

IMC = Peso ÷ (Estatura × Estatura)


IMC = 60 ÷ (1,20 × 1,20)
IMC = 60 ÷ (1,44)
IMC = 41,66 kg/m2

Helena pesa 90 kg e tem 1,80 m de estatura.

Logo:

IMC = Peso ÷ (Estatura × Estatura)


69
Unidade I

IMC = 90 ÷ (1,80×1,80)
IMC = 90 ÷ (3,24)
IMC = 27,77 kg/m2

Após calcular a medida de IMC, é necessário interpretarmos o resultado obtido, o que se refere
à avaliação.

Considerando os avaliados Ana, João, Beatriz, Mauro, Júlia e Helena, podemos observar diferentes
valores de IMC:

Ana: 29,30 kg/m2

João: 20,76 kg/m2

Beatriz: 29,30 kg/m2

Mauro: 26,23 kg/m2

Júlia: 41,67 kg/m2

Helena: 27,78 kg/m2

Embora o cálculo do IMC seja uma medida válida para determinar obesidade recomendada pela
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), ela não leva em consideração a composição corporal do avaliado. Ou seja, o
IMC é um bom indicador, mas não está totalmente correlacionado com a gordura corporal, uma vez que
o peso do avaliado é composto por uma série de estruturas e não somente gordura. Por exemplo, o peso
do avaliado é resultado da somatória do peso dos seus ossos, músculos (massa magra), órgãos, sangue,
água, gordura, pele, entre outras estruturas.

De acordo com a Abeso, o IMC é uma medida matemática baseada apenas no peso e na
estatura do avaliado e sofre grandes variações de acordo com idade, sexo, etnia, indivíduos
treinados vs. indivíduos inativos e ainda na presença de perda de estatura em idosos devido a
cifose, por exemplo.

Uma vez que o IMC não leva em consideração a estrutura corporal do avaliado – ou seja,
daquele peso total, qual o percentual de massa magra (músculo) e qual o percentual de
gordura predominantemente –, deve ser usado com cautela, pois não é uma medida válida para
praticantes de atividades físicas e atletas, por exemplo, que têm um maior desenvolvimento
muscular comparado a pessoas inativas.

70
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 61 – Ilustração da determinação do IMC de duas pessoas com mesmo peso e estatura, mas com características
da estrutura corporal completamente distintas

A OMS determina a classificação do IMC em adultos a partir dos dados apresentados na tabela a seguir:

Tabela 4 – Classificação internacional da obesidade segundo o IMC e riscos de doenças que


divide a adiposidade em graus ou classes

Obesidade Grau/
IMC (kg/m2) Classificação Risco de doença Classificação
Classe
< 18,5 Magro ou baixo peso 0 Normal ou elevado Abaixo do peso
18,5 – 24,9 Normal ou eutrófico 0 Normal Normal
25 – 29,9 Sobrepeso ou pré‑obeso 0 Pouco elevado Sobrepeso
30 – 34,9 Obesidade I Elevado Obesidade grau I
35 – 39,9 Obesidade II Muito elevado Obesidade grau II
Obesidade grau III
≥ 40 Obesidade grave III Muitíssimo elevado (mórbida)

*IMC ≥ 35 kg/m2 já é considerado como muito alto índice de mortalidade

Adaptado de: World Health Organization (2006).

A partir desses resultados, podemos observar que Ana apresenta sobrepeso e risco de desenvolvimento
de doença pouco elevado. João apresenta risco de doença normal e é classificado como normal ou
eutrófico. Beatriz apresenta sobrepeso e risco de doença pouco elevado. Mauro apresenta sobrepeso e
risco de doença pouco elevado.

71
Unidade I

Considerando indivíduos adultos e avaliando os mesmos quatro casos, podemos observar que Ana e
Beatriz possuem o mesmo IMC (29,30 kg/m2), classificado como sobrepeso. Entretanto, Ana é ex‑atleta
olímpica de natação, praticou a modalidade desde os 6 anos de idade e está fora do treinamento de alto
rendimento por 6 meses. Ana certamente tem um alto desenvolvimento muscular, uma vez que praticou
exercícios físicos por muitos anos, e sabemos que o maior desenvolvimento muscular se dá pela prática de
atividades físicas. Já Beatriz praticou atividades físicas na infância e adolescência, mas está parada há 5 anos.
Beatriz tem o mesmo peso e estatura de Ana, o que leva a um mesmo valor de IMC; entretanto, Beatriz não
pratica atividades físicas, então provavelmente não tem o mesmo desenvolvimento muscular de Ana.

Mauro, 40 anos, é outro avaliado com o qual devemos usar o IMC com cautela, uma vez que ele já
pratica atividades físicas e, portanto, também tem um alto desenvolvimento muscular.

Assim, o IMC não seria uma medida válida para Ana e Mauro pois certamente está superestimado,
mostrando um resultado errôneo. Entretanto, poderia ser utilizado sem muitas ressalvas para Beatriz e João.

Vale ressaltar ainda que o IMC também não deve ser usado por pessoas com um grande
desenvolvimento ósseo, o que também trará resultados errôneos de IMC.

Lembrete

O índice de massa corporal (IMC) não é uma medida válida para pessoas
com grande desenvolvimento muscular, como atletas, uma vez que não
leva em consideração a quantidade de massa gorda e da massa muscular
do avaliado.

Uma vez que o IMC não reflete a quantidade de gordura corporal e nem a distribuição dela, outros
métodos são necessários para a avaliação da composição corporal dos avaliados. Devido às limitações
associadas ao uso do IMC, é importante que o método seja utilizado em conjunto com outros métodos
de determinação de gordura corporal. Essa combinação pode ajudar a resolver problemas isolados do
uso do IMC.

Por outro lado, a curva do IMC/Idade, desenvolvida pela OMS, é um bom indicador do estado
nutricional da criança, uma vez que não varia apenas com o aumento do peso, mas também em
decorrência da idade e da estatura do avaliado.

Assim, para crianças e adolescentes, a classificação de obesidade e sobrepeso não apresenta correlação
direta com mortalidade, na forma como é definida para adultos.

Em razão da variação da corpulência durante o crescimento, o IMC deve ser interpretado de acordo
com a faixa etária e o sexo. Assim, para crianças e adolescentes, o IMC é definido por meio do escore
Z, que indica a posição relativa do IMC da criança entre crianças da mesma idade e sexo. Por isso são
usados gráficos diferentes para meninos e meninas.

72
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Os gráficos a seguir mostram as curvas de IMC para crianças e adolescentes de acordo com faixa
etária e sexo.

Veja a curva de IMC por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade.

Figura 62 – Curva de IMC, por meio do escore Z por idade para meninas, do nascimento aos 5 anos de idade

Veja agora a curva de IMC por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos
de idade.

Figura 63 – Curva de IMC, por meio do escore Z por idade para meninos, do nascimento aos 5 anos de idade

73
Unidade I

A seguir, o gráfico mostra a curva de IMC por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos
19 anos de idade.

Figura 64 – Curva de IMC, por meio do escore Z por idade para meninas, dos 5 aos 19 anos de idade

Júlia, nossa avaliada do início deste livro, tem 7 anos, então o seu IMC (41,67 kg/m2) deve ser avaliado
por meio do gráfico anterior, específico para meninas de 5 a 19 anos de idade. Podemos observar que o
IMC de Júlia está muito acima da média, localizado acima do escore Z +3.

O gráfico a seguir mostra a curva de IMC por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos
19 anos de idade.

74
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Figura 65 – Curva de IMC, por meio do escore Z por idade para meninos, dos 5 aos 19 anos de idade

Após a verificação do IMC nos gráficos que acabamos de apresentar, respeitando idade e sexo,
basta verificar o diagnóstico nutricional apontado na tabela de classificação do IMC para crianças e
adolescentes por meio dos escores Z:

Tabela 5 – Classificação da OMS das condições de nutrição em crianças e adolescentes


baseada no IMC para idade (escore Z do IMC) para crianças até 5 anos, dos 5 aos 10 anos e
dos 10 aos 19 anos

Diagnóstico Diagnóstico Diagnóstico


Valores críticos Valores críticos nutricional: menores nutricional: de 5 a nutricional: de
de 5 anos 10 anos 10 a 19 anos
Magreza
< Percentil 0,1 < Escore Z –3 Magreza acentuada Magreza acentuada acentuada
≥ Percentil 0,1 e < ≥ Escore Z –3 e < Magreza Magreza Magreza
Percentil 3 Escore Z –2
≥ Percentil 3 e < ≥ Escore Z –2 e < Eutrofia Eutrofia Eutrofia
Percentil 15 Escore Z –1
> Percentil 15 e < ≥ Escore Z –1 e ≤ Risco de sobrepeso Eutrofia Eutrofia
Percentil 85 Escore Z +1
≥ Percentil 85 e ≤ > Escore Z +1 e ≤ Risco de sobrepeso Sobrepeso Sobrepeso
Percentil 97 Escore Z +2
> Percentil 97 e ≤ > Escore Z +2 e ≤ Sobrepeso Obesidade Obesidade
Percentil 99,9 Escore Z +3
> Percentil 99,9 > Escore Z +3 Obesidade Obesidade grave Obesidade grave

Fonte: Brasil (2011, p. 15).

75
Unidade I

A partir dessa tabela, podemos observar que o escore de Júlia (+3) está classificado como
obesidade grave.

Lembrete

Medida: dado quantitativo relacionado à associação de um número a


uma característica de um ser.

Avaliação: interpretação da medida em função do objetivo da avaliação.

A tabela nos mostra ainda que a condição de sobrepeso está localizada na curva de percentil de IMC
entre os valores de 85% a 95%. Acima de 95% ocorre a classificação de obesidade para todas as idades
e gêneros.

Vale ressaltar que a distribuição de gordura corporal possui alta correlação com fatores genéticos.
Crianças com síndrome de Down, por exemplo, têm taxas de obesidade mais elevadas devido a uma
variedade de mecanismos fisiológicos e tendências de comportamento. Os pediatras atentam para uma
avaliação apropriada dessas crianças a fim de identificar alterações e garantir critérios de intervenção
nutricional adaptadas individualmente, além da prática de atividades físicas.

Com relação aos idosos, o IMC também deve ser usado com cautela, uma vez que é menos preciso
devido à perda de massa magra e aumento de gordura corporal decorrentes da idade.

Helena praticava atividades físicas frequentemente, mas nos últimos 10 anos está longe dessa
prática. Dez anos é um tempo extenso demais; certamente, Helena perdeu massa magra durante esse
processo, até porque somente em decorrência da idade já haveria perda de massa magra e aumento da
quantidade de gordura. É aceito pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011) que para o idoso (acima de 60
anos), o IMC normal varia de> 22 a < 27 kg/m2 devido à diminuição da massa muscular e maior risco de
sarcopenia. Assim, o IMC de Helena (27,78 kg/m2) estaria discretamente acima do normal.

Observação

Sarcopenia: perda da massa muscular e da força decorrente do processo


de envelhecimento.

3.2.2.3 Razão cintura‑quadril (RCQ)

A medida da circunferência abdominal é um dos parâmetros mais adequados para diagnosticar


obesidade central e está diretamente relacionada com riscos metabólicos. Crianças e adultos obesos
apresentam correlação positiva entre alterações metabólicas como colesterol, glicemia, triglicérides e
insulina elevados e aumento da gordura abdominal.

76
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

É sabido que a maneira pela qual a gordura está distribuída pelo corpo é mais importante do
que a quantidade de gordura corporal total na determinação dos riscos de doenças relacionadas
a saúde. O maior acúmulo de gordura na região superior do corpo (tórax e abdômen) é conhecido
como obesidade androide (também conhecido como formato maçã), enquanto o maior acúmulo de
gordura na região inferior do corpo (glúteos e coxas) é conhecida como obesidade ginoide (também
conhecido como formato pera). A obesidade androide é mais comum nos homens, enquanto a ginoide
é mais comum nas mulheres.

O maior acúmulo de gordura na região abdominal é mais preocupante, uma vez que apresenta alta
correlação com o desenvolvimento de algumas doenças, tais como hipertensão arterial, doença arterial
coronariana, diabetes, aumento do colesterol e alta mortalidade.

Assim, índices antropométricos podem ser utilizados para classificar casos de obesidade de acordo
com seu tipo: superior (androide – alto risco) ou inferior (ginoide – baixo risco).

A circunferência da cintura isoladamente pode ainda ser utilizada como uma medida de adiposidade
regional. É sustentado que essa circunferência deve ser mantida inferior a 88 cm pelas mulheres e
inferior a 102 cm pelos homens para minimizar riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares
e metabólicas. Entretanto, ainda são escassos os estudos relacionados à circunferência da cintura
isoladamente; assim, uma das medidas antropométricas mais expressivas para a determinação do
maior acúmulo de gordura na região abdominal é a relação entre a circunferência da cintura e a
circunferência do quadril.

O índice conhecido como razão cintura‑quadril (RCQ) é fortemente associado à gordura visceral e é
um índice aceitável de determinação de gordura abdominal.

O RCQ é obtido através da divisão do valor da circunferência (perímetro) da cintura em centímetros


dividido pela circunferência (perímetro) do quadril em centímetros.

Logo:

RCQ = circunferência da cintura (cm) ÷ circunferência do quadril (cm)

Considerando que a cintura do Mauro, nosso avaliado do início do livro, possui 75 cm, enquanto seu
quadril possui 80 cm:

RCQ = circunferência da cintura (cm) ÷ circunferência do quadril (cm)

RCQ = 75 ÷ 80

RCQ = 0,94

77
Unidade I

Considerando que a cintura de Helena possui 85 cm e seu quadril possui 110 cm:

RCQ = circunferência da cintura (cm) ÷ circunferência do quadril (cm)

RCQ = 85 ÷ 110

RCQ = 0,77

Através da tabela a seguir, podemos verificar a classificação do RCQ de Mauro e Helena. Vale ressaltar
que, para a determinação da classificação da RCQ, é necessária a idade do avaliado. Assim, Mauro, 40
anos e RCQ = 0,94, está classificado como risco moderado, enquanto Helena, 78 anos e RCQ=0,77,
também está classificada como moderado.

Tabela 6 – Normas para a relação cintura‑quadril para homens e mulheres

Sexo Idade Baixo Moderado Alto Muito alto


20‑29 <0,83 0,83‑0,88 0,89‑0,94 >0,94
30‑39 <0,84 0,84‑0,91 0,92‑0,96 >0,96
Homens 40‑49 <0,88 0,88‑0,95 0,96‑1,00 >1,00
50‑59 <0,90 0,90‑0,96 0,97‑1,02 >1,02
60‑69 <0,91 0,91‑0,98 0,99‑1,03 >1,03
20‑29 <0,71 0,71‑0,77 0,78‑0,82 >0,82
30‑39 <0,72 0,72‑0,78 0,79‑0,84 >0,84
Mulheres 40‑49 <0,73 0,73‑0,79 0,80‑0,87 >0,87
50‑59 <0,74 0,74‑0,81 0,82‑0,88 >0,88
60‑69 <0,76 0,76‑0,83 0,84‑0,90 >0,90

Adaptado de: Bray e Gray (1988) e Heyward (2010).

3.2.2.4 Diâmetros ósseos

Além de verificar o crescimento de crianças e adolescentes, as avaliações dos diâmetros ósseos


podem ser utilizadas para determinar o tamanho da estrutura corporal de avaliados adultos e
idosos. Isso nos permite estabelecer uma relação entre aqueles que pesam mais devido à grande
massa musculoesquelética e aqueles que pesam mais devido à grande quantidade de gordura.
Assim, podemos classificar o tamanho da estrutura corporal a partir de dados de referência para
largura do cotovelo, e esse índice pode ser utilizado como um parâmetro adicional para a avaliação
da composição corporal.

A tabela a seguir classifica o tamanho da estrutura corporal dos avaliados de acordo com o diâmetro
ósseo do cotovelo:

78
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Tabela 7 – Normas de diâmetros do cotovelo (cm) para homens e mulheres

Tamanho da Tamanho da Tamanho da


estrutura corporal estrutura corporal estrutura corporal
Idade Pequeno Médio Grande
18‑24 ≤ 6,6 > 6,6 e < 7,7 ≥ 7,7
25‑34 ≤ 6,7 > 6,7 e < 7,9 ≥ 7,9
35‑44 ≤ 6,7 > 6,7 e < 8,0 ≥8
Homens
45‑54 ≤ 6,7 > 6,7 e < 8,1 ≥ 8,1
55‑64 ≤ 6,7 > 6,7 e < 8,1 ≥ 8,1
65‑74 ≤ 6,7 > 6,7 e < 8,1 ≥ 8,1
18‑24 ≤ 5,6 > 5,6 e < 6,5 ≥ 6,5
25‑34 ≤ 5,7 > 5,7 e < 6,8 ≥ 6,8
35‑44 ≤ 5,7 > 5,7 e < 7,1 ≥ 7,1
Mulheres
45‑54 ≤ 5,7 > 5,7 e < 7,2 ≥ 7,2
55‑64 ≤ 5,8 > 5,8 e < 7,2 ≥ 7,2
65‑74 ≤ 5,8 > 5,8 e < 7,2 ≥ 7,2

Fonte: Heyward (2010, p. 243).

3.2.2.5 Circunferências corporais

Em indivíduos obesos, as medidas de circunferências corporais têm alta correlação com o


percentual de gordura do avaliado, sendo mais indicada sua utilização comparada à utilização das
dobras cutâneas, por exemplo. Quando o avaliado está com IMC acima de 40 kg/m2, a técnica de
dobras cutâneas se torna inviável.

Para isso, são necessários alguns cálculos que veremos a seguir.

3.2.2.6 Equações de estimativa do percentual de gordura através de circunferências


corporais para obesos

Protocolo de Penroe, Nelson e Fisher (1985)

Para a realização deste protocolo, serão utilizadas as seguintes medidas de circunferências:

• circunferências para homens: punho direito (cm) e abdômen (cm);

• circunferências para mulheres: abdômen (cm) e quadril (cm).

Para homens, deve ser realizado primeiramente o cálculo da massa magra (MM); na sequência, o
cálculo do percentual de gordura para homens. Para mulheres, é realizado o cálculo direto de percentual
de gordura.

79
Unidade I

Massa magra (kg) = [41,955 + (1,038786 × PC)] – [0,82816 × (CA‑CP)]

Cálculo do percentual de gordura para homens:

 PC − MM
%G =  × 100
 PC 

Cálculo do percentual de gordura para mulheres:

%G = [(0,55 × CQ) – (0,24 × estatura)] + (0,28 × CA) – 8,43

Legenda:

%G: percentual de gordura;

PC: peso corporal em kg;

MM: massa magra em kg;

Estatura: estatura em cm;

CA: circunferência do abdômen em cm;

CP: circunferência do punho direito em cm;

CQ: circunferência do quadril em cm.

Veja a seguir alguns exemplos:

Homem

Peso: 120 kg

Circunferência do punho direito: 21 cm

Circunferência do abdômen: 125 cm

Massa magra (kg) = [41,955 + (1,038786 × PC)] – [0,82816 × (CA – CP)]

Massa magra (kg) = [41,955 + (1,038786 × 120)] – [0,82816 × (125 – 21)]

Massa magra (kg) = [41,955 + (124,65)] – [0,82816 × (104)]

80
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Massa magra (kg) = 166,60 – 86,12

Massa magra (kg) = 80,48

Então:

 PC − MM
%G =  × 100
 PC 

 120 − 80,48 
%G =   × 100
 120

 39,52 
%G =  × 100
 120 

%G = 0,32 x 100

%G = 32,00

Mulher

Peso: 112 kg

Circunferência do quadril: 135 cm

Circunferência do abdômen: 115 cm

Estatura: 162 cm

%G = [(0,55 × CQ) – (0,24 × estatura)] + (0,28 × CA) – 8,43

%G = [(0,55×135) – (0,24 × 162)] + (0,28 × 115) – 8,43

%G = [(74,25) – (38,88)] + (32,2) – 8,43

%G = [35,45] + (32,2) – 8,43

%G = 67,65 – 8,43

%G = 59,22

81
Unidade I

Protocolo de Weltman et al. (1987; 1988)

Para a realização desse protocolo, serão utilizadas as seguintes medidas de circunferências:

• mulheres e homens: cintura (cm) e abdômen (cm).

Cálculo do percentual de gordura para mulheres (20 a 60 anos):

  CC + CA  
%G = 0,11077 × 
   − (0,17666 × estatura) + (0,14354 × PC ) + 51, 03301
 2 

Cálculo do percentual de gordura para homens (24 a 68 anos):

  CC + CA  
%G = 0, 31457 ×  − ( 0,10969 × PC ) + 10, 8336
  2  

Legenda:

PC: peso corporal em kg;

Estatura: estatura em cm;

CA: circunferência do abdômen em cm;

CC: circunferência da cintura em cm.

Veja a seguir alguns exemplos:

Mulher

58 anos

Circunferência do abdômen: 115 cm

Circunferência da cintura: 112 cm

Estatura: 160 cm

Peso corporal: 108 kg

  CC + CA  
%G = 0,11077 ×  − (0,17666 × estatura) + (0,14354 × PC ) + 51, 03301
  2  

82
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

  112 + 115  
%G = 0,11077 × 
   − ( 0,17666 × 160) + ( 0,14354 × 108) + 51, 03301
 2 

%G = 0,11077 × (113, 5) − (28, 26 ) + (15, 50) + 51, 03301

%G = 12, 57 − 28, 26 + 15, 50 + 51, 03301

%G = 50, 84

Homem

32 anos

Circunferência do abdômen: 118 cm

Circunferência da cintura: 110 cm

Estatura: 168 cm

Peso corporal: 118 kg

  CC + CA  
%G = 0, 31457 ×  − ( 0,10969 × PC ) + 10, 8336
  2  

  110 + 118  
%G = 0, 31457 × 
   − ( 0,10969 × 118) + 10, 8336
 2 

%G = 0, 31457 × (114 ) − (12, 94 ) + 10, 8336

%G = [35, 86 ] − (12, 94 ) + 10, 8336

%G = 33, 75

3.2.2.7 Equações de estimativa do percentual de gordura através de circunferências


corporais para jovens

Além dos protocolos que acabamos de apresentar, específicos para obesos, McArdle, Katch e Katch
propuseram em 1973 um protocolo para a estimativa da gordura corporal em indivíduos adultos não
obesos baseado nas circunferências corporais.

83
Unidade I

Protocolo de McArdle, Katch e Katch (1973)

Para a realização desse protocolo, serão utilizadas as seguintes medidas de circunferências:

Figura 66 – Medidas de circunferências

Tabela 8 – Locais de mensuração de dobras cutâneas de acordo com o gênero e a idade no


protocolo de McArdle, Katch e Katch

Mulheres (17‑26 anos) Mulheres (27‑50 anos) Homens (17‑26 anos) Homens (27‑50 anos)
Abdômen Abdômen Bíceps direito Quadril
Coxa direita Coxa direita Abdômen Abdômen
Antebraço direito Perna direita Antebraço direito Antebraço direito

Fonte: McArdle, Katch e Katch (2003).

84
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

A partir dessas medidas, da idade e do gênero do avaliado, os seguintes cálculos serão realizados:

Cálculo do percentual de gordura para mulheres (17 a 26 anos):

%G = (CA × 0,52632) + (CX × 0,819153) – (AT × 1,697032) – 19,6

Cálculo do percentual de gordura para mulheres (27 a 50 anos):

%G = (CA × 0,467493) + (CX × 0,486803) – (PN × 0,569296) – 18,4

Cálculo do percentual de gordura para homens (17 a 26 anos):

%G = (BR × 1,457118) + (CA × 0,516603) – (AT × 2,137743) – 10,2

Cálculo do percentual de gordura para homens (27 a 50 anos):

%G = (CQ × 0,41257) + (CA × 0,3515) – (AT × 1,181781) – 15,0

Legenda:

CA: circunferência abdominal em cm;

CX: circunferência da coxa direita em cm;

AT: circunferência do antebraço direito em cm;

PN: circunferência da perna direita em cm;

BR: circunferência do bíceps direito relaxado em cm;

CQ: circunferência do quadril em cm.

Veja outro exemplo:

Mulher

30 anos

Circunferência do abdômen: 120 cm

Circunferência da coxa direita: 75 cm

Circunferência da perna direita: 40 cm

85
Unidade I

Logo:

%G = (AB × 0,467493) + (CX × 0,486803) – (PN × 0,569296) – 18,4

%G = (120 × 0,467493) + (75 × 0,486803) – (40 × 0,569296) – 18,4

%G = (56,09) + (36,51) – (22,77) – 18,4

%G = 51,5

Homem

19 anos

Circunferência do braço direito: 40 cm

Circunferência do abdômen: 98 cm

Circunferência do antebraço direito: 22 cm

Logo:

%G = (BR × 1,457118) + (AB × 0,516603) – (AT × 2,137743) – 10,2

%G = (40 × 1,457118) + (98 × 0,516603) – (22 × 2,137743) – 10,2

%G = (58,28) + (50,62) – (47,03) – 10,2

%G = 51,67

3.2.2.8 Equações de estimativa da gordura através de circunferências corporais para idosos

A avaliação das circunferências corporais também pode ser utilizada para estimar percentual de
gordura em idosos. O protocolo de Tran e Weltman (1988; 1989) preconiza fórmulas que podem ser
aplicadas dos 15 aos 79 anos de idade.

Tran e Weltman (1988; 1989)

Cálculo da densidade corporal para mulheres (15 a 79 anos)

  CC + CA  
2
( 3
, )
DC g / cm = 1168297
  CC + CA  
0, 002824 ×  2   +
 
0, 0000122098 × 
  2  

− (0, 000733128 × CQ ) + (0, 000510477 × ESTATURA ) – ( 0, 000216161 × IDADE)

86
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Legenda:

Idade em anos:

CA: circunferência do abdômen em cm;

CC: circunferência da cintura em cm;

CQ: circunferência do quadril em cm.

Estatura em centímetros:

Em mulheres avaliadas, esse protocolo calcula inicialmente a densidade corporal (DC), que terá que
ser convertida em percentual de gordura por outra equação. Para essa densidade, é necessário usar o
cálculo de conversão em percentual de gordura através da fórmula de conversão para mulheres entre
60 e 90 anos de idade.

Cálculo do percentual de gordura para mulheres (15 a 79 anos):

 5, 02  
%G =   − 4, 57 × 100
 DC  

Caso o avaliado tenha idade inferior a 60 anos, é necessário utilizar a fórmula de conversão proposta
por Siri (1961) ou Brozek (1963), descritas no próximo item (sobre dobras cutâneas).

Cálculo do percentual de gordura para homens (15 a 78 anos):

%G = –47,371817 + (0,57914807 × CA) + (0,25189114 × CQ) + (0,21366088 × CIL) – (0,35595404 × PC)

Legenda:

CA: circunferência do abdômen em cm;

CQ: circunferência do quadril em cm;

CIL: circunferência ilíaca;

PC: peso corporal em kg.

87
Unidade I

Veja alguns exemplos:

Mulher

Idade: 75 anos

Circunferência do abdômen: 98 cm

Circunferência da cintura: 92 cm

Circunferência do quadril: 115 cm

Estatura: 157 cm

  CC + CA  
2
( 3
,)
DC g / cm = 1168297



0, 002824 ×
 CC + CA  
  +
2  
0, 0000122098 × 
  2  

− (0, 000733128 × CQ ) + (0, 000510477 × ESTATURA ) – ( 0, 000216161 × IDADE)

  92 + 98  
2
( 3
,)
DC g / cm = 1168297


 92 + 98  
0, 002824 ×  2   +

0, 0000122098 × 
  2  

− (0, 000733128 × 115) + ( 0, 000510477 × 157) – ( 0, 000216161 × 75)

( )
DC g / cm3 = 1168297
, 0, 002824 × (95) + 0, 0000122098 × (95) 

2

− (0, 000733128 × 115) + ( 0, 000510477 × 157) – ( 0, 000216161 × 75)

( )
DC g / cm3 = 1168297
, [0, 2682] + 0, 0000122098 × (9025)

− ( 0, 000733128 × 115) + ( 0, 000510477 × 157) – ( 0, 000216161 × 75)

( )
DC g / cm3 = 0, 9000 + ( 0,1101) − (0, 0843) + ( 0, 0801) − 0, 0162

DC(g/cm3) = 0,9897

88
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Assim,

 5,02  
%G =   − 4,57 × 100
 DC  

 5,02  
%G =   − 4,57 × 100
 0,99  

%G = (5,0722) − 4,57 × 100

%G = 0,502 x 100

%G = 50,22

Homem

Idade: 68 anos

Circunferência do abdômen: 110 cm

Circunferência do quadril: 105 cm

Circunferência ilíaca: 100 cm

Peso corporal: 98 kg

%G = - 47,371817 + (0,57914807 x CA) + (0,25189114 x CQ) + (0,21366088 x CIL) - (0,35595404 x PC)

%G = - 47,371817 + (0,57914807 x 110) + (0,25189114 x 105) + (0,21366088 x 100) - (0,35595404 x 98)

%G = - 47,371817 + (63,70) + (26,44) + (21,36) - (34,88)

%G = 29,24

89
Unidade I

3.2.2.9 Equações de estimativa do percentual de gordura através de circunferências


corporais para população clínica

Doenças cardíacas – somente homens (TRAN; WELTMAN, 1988)

Cálculo do percentual de gordura para homens entre 46 e 82 anos

  CC − CA  
%G = − 47,371817 + 0,57914807 ×  + ( 0,25189114 × CQ ) +
  2  
+ ( 0,21366088 × CIL ) – ( 0,35595404 × PC )

Legenda:

CA: circunferência do abdômen em cm;

CC: circunferência da cintura em cm;

CQ: circunferência do quadril em cm;

Cil: circunferência ilíaca em cm;

PC: peso corporal em kg.

Veja um exemplo:

Homem

50 anos

Circunferência do abdômen: 120 cm

Circunferência da cintura: 115 cm

Circunferência do quadril: 100 cm

Circunferência ilíaca: 98 cm

Peso corporal: 102 kg

90
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

  CC − CA  
%G = − 47,371817 + 0,57914807 ×  + ( 0,25189114 × CQ ) +
  2  
+ ( 0,21366088 × CIL ) – ( 0,35595404 × PC )

  115 − 120  
%G = − 47,371817 + 0,57914807 ×  + ( 0,25189114 × 100) +
  2  
+ ( 0,21366088 × 98) – ( 0,35595404 × 102)

%G = - 47,371817 + (68,04) + (25,18) + (20,93) - (36,30)

%G = 30,47

3.2.2.10 Dobras cutâneas

Assim como pudemos verificar as estimativas de gordura corporal por meio das circunferências,
existem várias equações descritas na literatura para a predição da gordura corporal por meio das dobras
cutâneas. Cada equação foi desenvolvida para uma população específica; assim, o avaliador deve
escolher a equação que se enquadra nas características do avaliado. Isso é fundamental. Quando esse
fator importante na escolha da equação não é levado em consideração, podemos produzir resultados
distorcidos para indivíduos diferentes daqueles que fizeram parte da amostra que deu origem à equação,
inserindo assim um erro metodológico.

Existem os modelos de equações de regressão linear (aplicáveis a populações específicas) e os


modelos quadráticos (aplicáveis a populações generalizadas). Como dito anteriormente, sempre busque
utilizar equações específicas para a população avaliada.

Basicamente, o comportamento da relação de espessuras de dobras cutâneas é influenciado por


variações biológicas relativas ao sexo, à idade, ao nível de atividade física habitual e à quantidade de
gordura corporal. Assim, é sabido que:

• mulheres apresentam maiores depósitos de gordura quando comparadas a homens na mesma


faixa etária;

• indivíduos com mais idade apresentam maiores quantidades de gordura comparados a indivíduos
mais jovens;

• atletas apresentam menores quantidades de gordura quando comparados a não atletas.

Como homens e mulheres acumulam gordura corporal em regiões distintas, as equações para
homens e mulheres irão diferir no que tange aos pontos anatômicos.

91
Unidade I

Lembrete

Devido à obesidade androide, os homens possuem maior probabilidade


de desenvolvimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes e
aumento do colesterol.

Também é importante ressaltar que algumas equações irão fornecer diretamente os dados do percentual
de gordura, enquanto outras fornecem inicialmente a densidade corporal relativa de um corpo, que teremos
que converter em percentual de gordura posteriormente, assim como observamos no cálculo de percentual
de gordura corporal através de perimetria para idosas proposto por Tran e Weltman (1988; 1989).

As equações que determinam a densidade corporal (g/cm3) necessitam ser convertidas em % de


gordura por meio de outro cálculo matemático. Isso pode ser feito por meio da equação de Siri (1961)
ou Brozek (1963). A hipótese principal dessas equações é que a massa livre de gordura possui uma
densidade constante (1,100 g/cm3) e independe da quantidade de água corporal relativa.

De acordo com Guedes e Guedes (2006), para as medidas de densidade entre 1,030 e 1,090 g/cm3, as
diferenças encontradas entre as duas fórmulas são desprezíveis para o cálculo do percentual de gordura.
Assim, torna‑se indiferente usar um cálculo ou outro.

Seguem as fórmulas propostas por Siri (1961) e Brozek (1963).

Siri (1961):

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  

Brozek (1963):

 4,75  
%G =   − 4,142 × 100
 DC  

Siglas utilizadas em equações para estimar percentual de gordura:

D = densidade;

G% = percentual de gordura;

AB = dobra do abdômen;

BC = dobra do bíceps;
92
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

TR = dobra do tríceps;

CX = dobra da coxa (medial);

PN = dobra da perna ou panturrilha;

PT = dobra peitoral ou torácica;

AM = dobra axilar média;

SB = dobra subescapular;

SI = dobra suprailíaca.

3.2.2.11 Equações para crianças

Slaughter et al. (1988)

Cálculo do percentual de gordura para meninos (8 a 17 anos):

%G = 0,735 × (TR + PN) +1,0

Cálculo do percentual de gordura para meninas (8 a 17 anos):

%G = 0,610 × (TR + PN) + 5,1

Veja os exemplos:

Menina

Idade: 10 anos

Dobra tricipital: 7,0 mm

Dobra perna direita: 8,0 mm

Logo:

%G = 0,610 × (TR + PN) + 5,1

%G = 0,610 × (15) + 5,1

%G = 14,25

93
Unidade I

Menino

Idade: 7 anos

Dobra tricipital: 7,5 mm

Dobra perna direita: 7,1 mm

%G = 0,735 × (TR + PN) + 1,0

%G = 0,735 × (14,6) + 1,0

%G = 11,73

Slaughter et al. (1988)

Outra equação foi proposta pelo mesmo autor, levando em consideração o nível de maturidade e a
raça dos meninos.

Cálculo do percentual de gordura para meninos (8 a 17 anos):

%G = 1,21 x (TR + SB) - 0,008 x (TR + SB)2 + I*

Nesse cálculo, o intercepto de substituição (I*) deve ser estabelecido conforme a tabela a seguir:

Tabela 9 – I* = Intercepto de substituição baseados na maturação e etnia para meninos

Idade Africanos/Americanos Caucasianos


Pré‑púberes ‑3,5 ‑1,7
Púberes ‑5,2 ‑3,4
Pós‑púberes ‑6,8 ‑5,5

Cálculo do percentual de gordura para meninas (8 a 17 anos):

%G = 1,33 × (TR + SB) – 0,013 × (TR + SB)2 –2,5

Quando a somatória das dobras tricipital e subescapular for maior que 35 mm, será utilizada uma
única equação para cada sexo, para qualquer raça e nível de maturidade.

Cálculo do percentual de gordura para meninos (8 a 17 anos):

%G = 0,738 × (TR + SB) + 1,6

94
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Cálculo do percentual de gordura para meninas (8 a 17 anos)

%G = 0,546 × (TR + SB) + 9,7

Veja os exemplos:

Menino púbere caucasiano

Dobra tricipital: 8,6 mm

Dobra subescapular: 5,8 mm

Logo:

%G = 1,21 × (TR + SB) – 0,008 × (TR + SB)2 + I*

%G = 1,21 × (14,4) – 0,008 × (14,4)2 +(‑3,4)

%G = 1,21 × (14,4) – 0,008 × (207,36) + (‑3,4)

%G = (17,42) – (1,65) + (‑3,4)

%G = 12,37

Menina de 12 anos

Dobra tricipital: 9,5 mm

Dobra subescapular: 6,7 mm

Logo:

%G = 1,33 × (TR + SB) – 0,013 × (TR + SB)2 –2,5

%G = 1,33 × (16,2) – 0,013 × (16,2)2 –2,5

%G = 1,33 × (16,2) – 0,013 ×(262,44) –2,5

%G = 1,33 × (16,2) – (3,42)‑2,5

%G = 21,54 – (3,42)‑2,5

%G = 15,62

95
Unidade I

3.2.2.12 Equações para adultos

Jackson e Pollock (1978; 1980)

Cálculo da densidade corporal para homens não obesos entre 18 e 61 anos:

DC (g/cm3) = 1,109380 – 0,0008267 × (PT + AB + CX) + 0,0000016 × (PT + AB + CX)2 –(0,0002574 × Idade)

Cálculo da densidade corporal para mulheres não obesas entre 18 e 55 anos:

DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 × (TR + SI + CX) + 0,0000023 ×(TR + SI + CX)2 –(0,0001392 × Idade)

Após o cálculo da densidade corporal, a equação de Siri ou de Brozek deve ser utilizada para
quantificar o percentual de gordura corporal.

Veja os exemplos a seguir:

Homem

Dobra peitoral: 9,5 mm

Dobra abdominal: 32 mm

Dobra coxa: 25 mm

Idade: 30 anos

DC (g/cm3) = 1,109380 – 0,0008267 × (PT + AB + CX) + 0,0000016 × (PT + AB + CX)2 –(0,0002574 ×30)

DC (g/cm3) = 1,109380 – 0,0008267 × (66,5) + 0,0000016 × (4422,25) –(0,0002574 ×30)

DC (g/cm3) = 1,109380 – (0,0549) + (0,0070) – (0,0077)

DC (g/cm3) = 1,053

Equação de Siri:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  
 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 1,053  

96
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

%G = [4,700 - 4,50] x 100

%G = 0,2008 x 100

%G = 20,08

Mulher

40 anos

Dobra peitoral: 10,5 mm

Dobra abdominal: 38 mm

Dobra coxa: 32 mm

DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 × (TR + SI + CX) + 0,0000023 × (TR + SI + CX)2 – (0,0001392 × Idade)

DC (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 × (80,5) + 0,0000023 ×(6480) – (0,0001392 × 40)

DC (g/cm3) = 1,0994921 – (0,0799) + (0,0149) – (0,0055)

DC (g/cm3) = 1,0289

Equação de Siri:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 1,0289  

%G = [4,8109 - 4,50] x 100

%G = 0,31 x 100

%G = 31,09

Petroski (1995)

Cálculo da densidade corporal para homens do sul do Brasil de 18 a 66 anos de idade:

97
Unidade I

DC (g/cm3) = 1,10726863 – 0,00081201 × (SB + TR + SI + PN) + 0,00000212 × (SB + TR + SI + PN)2


– 0,00041761 × (idade em anos)

Cálculo da densidade corporal para mulheres do sul do Brasil de 18 a 66 anos de idade

DC (g/cm3) = 1,19547130 – 0,07513507 Log10 (AM + SI + CX + PN) – 0,00041072 × (idade em anos)

Após o cálculo da densidade corporal, a equação de Siri ou de Brozek deve ser utilizada para
quantificar o percentual de gordura corporal.

Veja alguns exemplos:

Homem

48 anos

Dobra subescapular: 20 mm

Dobra tricipital: 24 mm

Dobra supra ilíaca: 38 mm

Dobra da perna direita: 15 mm

DC (g/cm3) = 1,10726863 – 0,00081201 × (SB + TR + SI + PN) + 0,00000212 × (SB + TR + SI + PN)2


– 0,00041761 × (idade em anos)

DC (g/cm3) = 1,10726863 – 0,00081201 × (97) + 0,00000212 × (97)2 – 0,00041761 × (48)

DC (g/cm3) = 1,10726863 – 0,00081201 × (97) + 0,00000212 × (9409) – 0,00041761 × (48)

DC (g/cm3) = 1,10726863 – (0,078) + (0,019) – (0,020)

DC (g/cm3) = 1,0282

Equação de Siri:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  
 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 1,0282  

98
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

%G = [4,81 - 4,50] x 100

%G = 0,3142 x 100

%G = 31,42

Mulher

32 anos

Dobra axilar média: 15 mm

Dobra supra ilíaca: 28 mm

Dobra coxa: 25 mm

Dobra perna: 11 mm

DC (g/cm3) = 1,19547130 – 0,07513507 Log10 (AM + SI + CX + PN) – 0,00041072 × (idade em anos)

DC (g/cm3) = 1,19547130 – 0,07513507 Log10 (79) – 0,00041072 × (32)

DC (g/cm3) = 1,19547130 – 0,07513507 × (1,89) – (0,013)

DC (g/cm3) = 1,19547130 – (0,14) – (0,013)

DC (g/cm3) = 1,0424

Equação de Siri:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 1,0424  

%G = [4,7486 - 4,50] x 100

%G = 0,2486 x 100

%G = 24,86

99
Unidade I

Guedes (1991)

Cálculo da densidade corporal para estudantes universitários de 17 a 27 anos de idade:

DC (g/cm3) = 1,1714 – 0,0671 Log10 (TR + SI + AB)

Cálculo da densidade corporal para estudantes universitárias de 17 a 29 anos de idade:

DC (g/cm3) = 1,1665 – 0,0706 Log10 (CX + SI+ SB)

Após o cálculo da densidade corporal, a equação de Siri ou de Brozek deve ser utilizada para
quantificar o percentual de gordura corporal.

Veja alguns exemplos:

Homem

20 anos

Dobra tricipital: 18 mm

Dobra suprailíaca: 20 mm

Dobra abdominal: 25 mm

DC (g/cm3) = 1,1714 – 0,0671 Log10 (TR + SI + AB)

DC (g/cm3) = 1,1714 – 0,0671 Log10 (63)

DC (g/cm3) = 1,1714 – 0,0671 × (1,79)

DC (g/cm3) = 1,1714 – 0,12

DC (g/cm3) = 1,0514

Equação de Siri:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  
 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 1,0514  

100
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

%G = [4,708 - 4,50] x 100

%G = 0,208 x 100

%G = 20,80

Mulher

17 anos

Dobra coxa: 28 mm

Dobra suprailíaca: 32 mm

Dobra subescapular: 29 mm

DC (g/cm3)= 1,1665 – 0,0706 Log10 (CX + SI+ SB)

DC (g/cm3)= 1,1665 – 0,0706 Log10 (89)

DC (g/cm3)= 1,1665 – 0,0706 ×(1,9493)

DC (g/cm3)= 1,1665 – (0,1376)

DC (g/cm3)= 1,0289

Equação de Siri:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 1,0289  

%G = [4,810 - 4,50] x 100

%G = 0,310 x 100

%G = 31,09

101
Unidade I

3.2.2.13 Equações para atletas

Jackson e Pollock (1980)

Cálculo da densidade corporal para mulheres maiores de 18 anos:

DC (g/cm3) = 1,112 – [0,00043499 × (PT + AM + TR + SB + AB + SI + CX)] + [0,00000055 × (PT + AM


+ TR + SB + AB + SI + CX)2] – (0,00028826 × idade)

Considerar a seguinte formula para o cálculo do percentual de gordura (mulheres maiores de 18 anos):

 5,01 
%G =   − 4,57 × 100
 DC  

Cálculo da densidade corporal para mulheres entre 11 e 19 anos:

DC (g/cm3)= 1,096095 – [0,0006952 × (TR + AB + SI + CX)] + 0,0000011 × (TR + AB + SI + CX)2 –


(0,0000714 × idade)

Considerar a seguinte formula para o cálculo do percentual de gordura (mulheres entre 11 e 19 anos):

 5,01 
%G =   − 4,57 × 100
 DC  

Cálculo da densidade corporal para homens

DC (g/cm3) = 1,0973 – [0,000815 × (TR + SB + AB)] + [0,00000084 × (TR + SB + AB)2

Devem‑se considerar as fórmulas a seguir para o cálculo do percentual de gordura de homens, de


acordo com a idade, proposto por Lohman (1981) e modificado por Thortand et al. (1991).

Homens de 13 a 16 anos:

 5,07  
%G =   − 4,64  × 100
 DC  

Homens de 17 a 19 anos:

 4,99  
%G =   − 4,55 × 100
 DC  

102
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Homens com idade acima de 20 anos:

 4,95  
%G =   − 4,50 × 100
 DC  

Veja alguns exemplos:

Mulher

Idade 20

Dobra peitoral: 7,0 mm

Dobra axilar média: 10,2 mm

Dobra tricipital: 13,5 mm

Dobra subescapular: 18 mm

Dobra abdominal: 20 mm

Dobra suprailíaca: 17,5 mm

Dobra coxa: 15,8 mm

DC (g/cm3) = 1,112 – [0,00043499 × (PT + AM + TR + SB + AB + SI + CX)] + [0,00000055 × (PT + AM


+ TR + SB + AB + SI + CX)2] – (0,00028826 × idade)

DC (g/cm3) = 1,112 – [0,00043499 × 102] + [0,00000055 × (102)2] – (0,00028826 × 20)

DC (g/cm3) = 1,112 – [0,00043499 × 102] + [0,00000055 ×(10404)] – (0,00028826 ×20)

DC (g/cm3) = 1,112 – (0,0443) + (0,0057) – (0,0057)

DC (g/cm3) = 1,0677

Considerar a seguinte fórmula para o cálculo do percentual de gordura:

 5,01 
%G =   − 4,57 × 100
 DC  

103
Unidade I

 5,01  
%G =   − 4,57 × 100
 1,0677  

%G = [(4,6923) - 4,57] x 100

%G = 0,1223 x 100

%G = 12,23

Homens

Idade 14 anos

Dobra tricipital: 10,5 mm

Dobra subescapular: 15 mm

Dobra abdominal: 16,5 mm

DC (g/cm3) = 1,0973 – [0,000815 × (TR + SB + AB)] + [0,00000084 × (TR + SB + AB)2

DC (g/cm3) = 1,0973 – [0,000815 × (42)] + [0,00000084 × (42)2

DC (g/cm3) = 1,0973 – [0,000815 × (42)]+[0,00000084 ×(1764)

DC (g/cm3) = 1,0973 – (0,0342) + (0,00148)

DC (g/cm3) = 1,0645

Considerar a seguinte fórmula para o cálculo do percentual de gordura:

Homens 13 a 16 anos

 5,07  
%G =   − 4,64  × 100
 DC  

 5,07  
%G =   − 4,64  × 100
 1,0645  

%G = [4,7627 - 4,64] x 100

%G = 0,1227 x 100

%G = 12,27
104
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Nomograma de Baun e Baun (1981)

O nomograma de Baun e Baun (1981) é um método válido, simples, rápido e fácil de determinação do
percentual de gordura corporal. O nomograma dispensa grandes cálculos matemáticos, sendo indicado
para uso em amostras grandes.

Para a determinação das dobras cutâneas a partir do nomograma de Baun, será necessário somar as
seguintes dobras cutâneas:

• homens: peitoral, abdominal e coxa;

• mulheres: tríceps, suprailíaca e coxa.

A partir da somatória e com o uso de uma régua, una a idade do avaliado (coluna à esquerda) ao
valor do somatório das três dobras (coluna à direita).

Considerando o gênero, faça a leitura do percentual de gordura nas colunas intermediárias.

Figura 67 – Nomograma de Baun (1981) para a determinação do percentual de gordura de homens e mulheres

105
Unidade I

Veja um exemplo:

Mulher

35 anos

Somatório das dobras cutâneas tríceps, suprailíaca e coxa: 95 mm

Figura 68 – Nomograma de Baun (1981) para a determinação do percentual de gordura de mulher, 35 anos, somatório das dobras
cutâneas tríceps, suprailíaca e coxa: 95mm

106
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Após a utilização do nomograma, podemos observar que o valor do percentual de gordura da


avaliada é 35%.

Saiba mais

Existem vários outros protocolos de determinação de percentual de


gordura corporal para diferentes populações. Alguns deles você pode
encontrar no livro a seguir:

HEYWARD, V. H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas


avançadas. 6. ed. São Paulo: Artmed, 2010.

Após o cálculo do percentual de gordura, podemos utilizar as tabelas com os valores de referências
de homens e mulheres para a melhor interpretação dos resultados.

Os valores obtidos por meio das equações apresentadas devem ser classificadas de acordo com a
tabela sugerida pelo American College of Sports Medicine (2009), os quais se baseiam em dados do The
Cooper Institute of Aerobics Research (2002)

Tabela 10 – Normas para classificação da gordura corporal em homens de acordo com o


American College of Sports Medicine (2009) e com o The Cooper Institute of Aerobics
Research (2002)

Percentil Classificação 20‑29 30‑39 40‑49 50‑59 60‑69 70‑79


99 Muito magro 4,2 7,0 9,2 10,9 11,5 13,6
95 Muito magro 6,3 9,9 12,8 14,4 15,5 15,2
90 Excelente 7,9 11,9 14,9 16,7 17,6 17,8
85 Excelente 9,2 13,3 16,3 18,0 18,8 19,2
80 Excelente 10,5 14,5 17,4 19,1 19,7 20,4
75 Bom 11,5 15,5 18,4 19,9 20,6 21,1
70 Bom 12,7 16,5 19,1 20,7 21,3 21,6
65 Bom 13,9 17,4 19,9 21,3 22,0 22,5
60 Bom 14,8 18,2 20,6 22,1 22,6 23,1
55 Regular 15,8 19,0 21,3 22,7 23,2 23,7
50 Regular 16,6 19,7 21,9 23,2 23,7 24,1
45 Regular 17,4 20,4 22,6 23,9 24,4 24,4
40 Regular 18,6 21,3 23,4 24,6 25,2 24,8
35 Precário 19,6 22,1 24,1 25,3 26,0 25,4
30 Precário 20,6 23,0 24,8 26,0 26,7 26,0
25 Precário 21,9 23,9 25,7 26,8 27,5 26,7
20 Precário 23,1 24,9 26,6 27,8 28,4 27,6

107
Unidade I

15 Muito precário 24,6 26,2 27,7 28,9 29,4 28,9


10 Muito precário 26,3 27,8 29,2 30,3 30,9 30,4
5 Muito precário 28,9 30,2 31,2 32,5 32,9 32,4
1 Muito precário 33,3 34,3 35,0 36,4 36,8 35,5

Fonte: American College of Sports Medicine (2010, p. 73).

Tabela 11 – Normas para classificação da gordura corporal em mulheres de acordo com


o American College of Sports Medicine (2009) e com o The Cooper Institute of Aerobics
Research (2002)

Percentil Classificação 20‑29 30‑39 40‑49 50‑59 60‑69 70‑79


99 Muito magro 9,8 11,0 12,6 14,6 13,9 14,6
95 Muito magro 13,6 14,0 15,6 17,2 17,7 16,6
90 Excelente 14,8 15,6 17,2 19,4 19,8 20,3
85 Excelente 15,8 16,6 18,6 20,9 21,4 23,0
80 Excelente 16,5 17,4 19,8 22,5 23,2 24,0
75 Bom 17,3 18,2 20,8 23,8 24,8 25,0
70 Bom 18,0 19,1 21,9 25,1 25,9 26,2
65 Bom 18,7 20,0 22,8 26,0 27,0 27,7
60 Bom 19,4 20,8 23,8 27,0 27,9 28,6
55 Regular 20,1 21,7 24,8 27,9 28,7 29,7
50 Regular 21,0 22,6 25,6 28,8 29,8 30,4
45 Regular 21,9 23,5 26,5 29,7 30,6 31,1
40 Regular 22,7 24,6 27,6 30,4 31,3 31,8
35 Precário 23,6 25,6 28,5 31,4 32,5 32,7
30 Precário 24,5 26,7 29,6 32,5 33,3 33,9
25 Precário 25,9 27,7 30,7 33,4 34,3 35,3
20 Precário 27,1 29,1 31,9 34,5 35,4 36,0
15 Muito precário 28,9 30,9 33,5 35,6 36,2 37,4
10 Muito precário 31,4 33,0 35,4 36,7 37,3 38,2
5 Muito precário 35,2 35,8 37,4 38,3 39,0 39,3
1 Muito precário 38,9 39,4 39,8 40,4 40,8 40,5

Fonte: American College of Sports Medicine (2010, p. 72).

Observação

American College of Sports Medicine significa Colégio Americano de


Medicina Esportiva. É considerada a maior organização de ciências do
esporte e do exercício no mundo.

108
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Além da estimativa de percentual de gordura, ainda é possível calcular os seguintes itens:

• a quantidade de gordura em quilos;

• a massa magra em quilos;

• a massa óssea em quilos;

• o peso dos órgãos em quilos;

• o peso da massa muscular em quilos.

Para isso, alguns cálculos serão adotados, conforme veremos a seguir.

Quantidade de gordura em quilos

Conversão da gordura corporal em percentual para o valor absoluto em kg.

Legenda:

MG = massa gorda em kg;

PC = peso corporal em kg.

 %G 
MG (kg) =  x PC
 100 

Veja o exemplo:

Considere um avaliado com 16% de gordura corporal e 84 kg.

Logo:

 %G 
MG (kg) =  x PC
 100 

 16 
MG (kg) =  x84
 100 

MG(kg) = 13,44

109
Unidade I

Massa magra em quilos

Para calcular a massa magra, basta subtrair o valor da gordura em kg do peso corporal.

Legenda:

MM: massa magra (kg).

MM (kg) = PC(kg) – MG (kg)

Considere um avaliado com 84 kg. Logo:

MM (kg) = 84 – 13,44

MM (kg) = 70,56

Massa óssea em quilos

Para calcularmos a massa óssea (MO) em kg, que posteriormente iremos usar para calcularmos a
massa muscular, iremos usar a fórmula:

MO(kg) = 3,02 ×[(Estatura2) × R × F × 400] × 0,712

Legenda:

Estatura em metros

R: diâmetro do punho (biestiloide) em metros

F: diâmetro do joelho (biepicondilar) em metros

Veja um exemplo:

Considerando que o avaliado possua:

Estatura: 1,80 m

Diâmetro do punho: 0,060

Diâmetro do joelho: 0,096

Logo:

MO(kg) = 3,02 × [(Estatura2) × R × F × 400] × 0,712


110
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

MO(kg) = 3,02 × [(1,802) × 0,060 × 0,0960 × 400] × 0,712

MO(kg) = 3,02 × [(3,24) × R × F × 400] × 0,712

MO(kg) = 3,02 × (7,464) × 0,712

MO(kg) = 16,04

Massa residual em quilos

Para o peso dos órgãos ou massa residual (MR), iremos usar uma constante:

Homens:

MR (kg) = Peso corporal × 0,241

Mulheres:

MR (kg) = Peso corporal × 0,209

Veja um exemplo:

Considerando que o avaliado é homem e possui 84 kg, logo:

MR (kg) = Peso corporal × 0,241

MR (kg) = 84 x 0,241

MR (kg) = 20,24

Massa muscular em quilos

Para o peso da massa muscular em kg, iremos usar a seguinte fórmula:

MMusc (kg) = PC – (MG + MO + MR)

Veja um exemplo:

Para o indivíduo avaliado com peso corporal de 84 kg, sendo a massa gorda 13,44 kg, a massa óssea
16,04 kg e a massa residual 20,24 kg:

MMusc (kg) = PC – (MG + MO + MR)

MMusc (kg) = 84 – (13.44 + 16.04 + 20.2)


111
Unidade I

MMusc (kg) = 84 – (49,68)

MMusc (kg) = 34,32

Assim, para o indivíduo com peso corporal de 84 kg, temos 16% de gordura corporal, massa gorda
13,44 kg, massa óssea 16,04 kg, massa residual 20,24 kg e massa muscular 34,32 kg.

4 SOMATOTIPO

A proporcionalidade do corpo humano vem sendo observada há milhares de anos. No século V a.C.,
o grego Polycletus esculpiu Doryphoros, que representava a forma do corpo ideal, um tipo físico com
proporções de um atleta.

Acreditava‑se que essa estátua era a ilustração das regras sobre harmonia e as proporções
perfeitas do corpo humano. Desde então, surgiu a necessidade de mensurar e estudar segmentos
corporais e, a partir disso, agrupar o corpo humano em diferentes tipos físicos. Consequentemente,
surgiram diferentes escolas biotipológicas que se empenharam em formular leis biológicas da
distribuição das massas, partindo do princípio de que o corpo tem três proporções ou tendências
de crescimento. Na década de 1940, Sheldon propôs uma teoria que partiu da indagação de quais
eram essas tendências de crescimento e quais eram as proporções principais do corpo humano,
nascendo então o termo somatotipo.

O autor descreveu sua teoria a respeito dos três componentes primários presentes em todos os
indivíduos em maior ou menor proporção: espessura, comprimento e largura. Medindo um grande
número de homens, Sheldon propôs estatisticamente a configuração de três componentes de crescimento
relacionados com os folhetos embrionários que determinam a formação dos órgãos e sistemas do nosso
corpo, sendo:

• endomorfo;

• mesomorfo;

• ectomorfo.

Endomorfia

Derivada do endoderma (formador do tubo digestivo e sistemas auxiliares).

As pessoas com esse tipo de corpo normalmente possuem ossos largos, quadris e coxas grandes e
rostos redondos. Os braços e pernas costumam ser curtos, salientando ainda mais o aspecto encorpado
das pessoas endomorfas. Na maioria dos casos, as pessoas têm uma cintura alta e mãos e pés pequenos.

Indica a tendência à obesidade.

112
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Mesomorfia

Indica o predomínio dos tecidos derivados do mesoderma (formador de ossos, músculos e


tecido conjuntivo).

Os mesomorfos são frequentemente descritos como pessoas com corpos atléticos. Um indivíduo
com esse tipo físico geralmente tem um corpo magro com muita facilidade em ganhar massa muscular.

Apresenta maior densidade e desenvolvimento músculo‑esquelético.

Ectomorfia

Compreende os tecidos derivados da camada ectodérmica (formador da epiderme, do encéfalo e da


medula espinal).

Os ectomorfos são pessoas magras que possuem dificuldade para ganhar peso, tanto em músculos
como em gordura.

Apresenta predomínio das formas lineares e frágeis. Mostra maior superfície em relação à massa corporal.

A determinação do somatotipo, de acordo com os procedimentos seguidos por Sheldon, não


implicava qualquer valor antropométrico. O método era essencialmente fotográfico, no qual o indivíduo
era fotografado em três posições, de frente, de perfil e de costas, e, após a observação das fotografias,
lhe era atribuída uma pontuação.

Apesar da expansão adquirida, o método de Sheldon levantou uma série de questionamentos,


sendo modificado na década de 1960 por Heath e Carter, que propuseram a inclusão de medidas
antropométricas. Heath e Carter (1967) conceituaram somatotipo como uma descrição semiquantitativa
da composição corporal humana.

Diferentemente de Sheldon, que descrevia que o somatotipo tinha somente influência genética
e não poderia ser modificado, Heath e Carter (1967) determinam o somatotipo do avaliado em um
momento pontual, podendo sofrer alterações em função do ambiente e do estilo de vida, bem como da
alimentação e do treinamento.

A estimativa do somatotipo é realizada pelo cálculo de cada um desses componentes. Foi estabelecido
um valor numérico em que cada componente pode variar de 1 a 7, sendo 1 para menor presença do
componente e 7 para maior presença do componente. Os componentes são apresentados sempre na
mesma ordem, separados por hífen: endomorfia – mesomorfia – ectomorfia. Não há indivíduos que
possuam uma classificação única, mas sim um componente com maior ou menor tendência sobre o
outro. Heath e Carter (1967) também propuseram que essa escala de unidades de 1 a 7 provavelmente
era muito baixa, o que poderia apresentar baixa capacidade discriminatória. Assim, a fim de classificar
os tipos morfológicos extremos, os autores propuseram uma escala de medida que inicia no ponto zero
e envolve definições decimais de medida.
113
Unidade I

4.1 Método antropométrico de Heath‑Carter (1967)

Determinar o somatotipo indica estabelecer o valor numérico aos três componentes já citados.
O cálculo dos três componentes, segundo a metodologia de Heath‑Carter, é realizado conforme
veremos a seguir.

4.1.1 Determinação do primeiro componente: endomorfia

Medidas utilizadas:

• estatura (cm);

• dobras cutâneas (tríceps, subscapular e suprailíaca).

Para calcularmos a endomorfia do avaliado, é necessário, inicialmente, realizar a correção da


somatória das dobras tricipital, subescapular e suprailíaca pela estatura (cm) do avaliado.

Assim, será utilizada a seguinte equação:

 170,18 
X = ( TR + SB + SI) × 
 Estatura

Após essa correção, a equação para o cálculo da endomorfia será aplicada:

Endomorfia = 0,7182 + 0,1451 × (TR+SB+SI) – 0,00068 × (TR+SB+SI)2 + 0,0000014 × (TR+SB+SI)3

Veja os exemplos a seguir:

Homem

Estatura: 180,5 cm

Dobra cutânea tricipital: 5,0 mm

Dobra cutânea subscapular: 3,5 mm

Dobra cutânea supraíliaca: 5,9 mm

Logo:

 170,18 
X = ( TR + SB + SI) × 
 Estatura

114
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

 170,18 
X = (5,0 + 3,5 + 5,9) × 
 180,5 

 170,18 
X = (14,4 ) × 
 180,5 

X = 14,4 x 0,9428

X = 13,57

Calcularemos, então, a endomorfia substituindo a somatória das dobras cutâneas tricipital,


subescapular e suprailíaca pelo valor obtido na equação de correção citada.

Logo:

Endomorfia = 0,7182 + [0,1451 × (TR + SB + SI)] – [0,00068 × (TR + SB + SI)2] + [0,0000014 × (TR + SB + SI)3]

Endomorfia = 0,7182 + [0,1451 × (13,57)] – [0,00068 × (13,57)2] + [0,0000014 × (13,57)3]

Endomorfia = 0,7182 + (1,9690) – [0,00068 × (184,14)] + [0,0000014 × (2498,84)]

Endomorfia = 0,7182 + (1,9690) – (0,1252) + (0,0034)

Endomorfia = 2,56

4.1.2 Determinação do segundo componente: mesomorfia

Medidas utilizadas:

U = diâmetro biepicôndilo do úmero (cm)

F = diâmetro biepicôndilo do fêmur (cm)

BC = circunferência de braço corrigida (cm)

PC = circunferência de perna corrigida (cm)

H = estatura (cm)

TR = dobra cutânea do tríceps (mm)

PN = dobra cutânea da perna (mm)

115
Unidade I

Para a determinação da mesomorfia, é necessário realizar alguns ajustes, a fim de minimizar


a participação da gordura localizada nos tecidos. Assim, teremos uma representação melhor do
desenvolvimento muscular do avaliado.

Inicialmente, devemos transformar as medidas de dobras cutâneas de milímetro (mm) para centímetro
(cm). Para isso, o valor da dobra cutânea será dividido por 10.

Após essa conversão, é necessário realizar a correção da circunferência de braço e de perna. Essas
correções são feitas subtraindo o valor da circunferência do braço em cm, do valor da dobra cutânea
do tríceps em cm e, subtraindo o valor da circunferência da perna em cm, do valor da dobra cutânea da
perna em cm.

Para exemplificarmos essa correção, os seguintes dados de um avaliado serão considerados:

U = 6,8 cm

F = 8,9 cm

H = 180,5 cm

B = 36,4 cm

P = 39,2 cm

TR = 5,0 mm

PN = 6,0 mm

Inicialmente, deve‑se realizar a conversão da dobra cutânea do tríceps de mm para cm:

5,0
TR =
10

TR = 0,5

O mesmo procedimento deverá ser realizado para a medida da perna:

6,0
TR =
10

TR = 0,6

116
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Na sequência, devemos minimizar a participação do tecido adiposo da medida de circunferência por


meio da seguinte equação:

BC = Circunferência do braço fletido (cm) – Dobra tricipital (cm)

BC = 36,4 – 0,5

BC = 35,9 cm

PC = Circunferência da perna (cm) – Dobra cutânea da perna (cm)

PC = 39,2 – 0,6

PC = 38,6 cm

Após a conversão e a correção, calcularemos a mesomorfia por meio da seguinte equação:

Mesomorfia = 4,50 + [0,858 × (U)] + [0,601 × (F)] + [0,188 × (BC)] + [0,161 × (PC)] – [0,131 × (H)]

Considerando os dados do exemplo de aplicação anterior, logo:

Mesomorfia = 4,50 + [0,858 × (U)] + [0,601 × (F)] + [0,188 × (BC)] + [0,161 × (PC)] – [0,131 × (H)]

Mesomorfia = 4,50 + [0,858 × (6,8)] + [0,601 × (8,9)] + [0,188 × (35,9)] + [0,161 × (38,6)] – [0,131
× (180,5)]

Mesomorfia = 4,50 + (5,8344) + (5,3489) + (6,7492) + (6,2146) – (23,6455)

Mesomorfia = 5,00

4.1.3 Determinação do terceiro componente: ectomorfia

Medidas utilizadas:

Estatura (cm)

Peso corporal (kg)

IP = índice ponderal

Primeiramente deverá ser calculado o índice ponderal por meio da seguinte fórmula:

117
Unidade I

Estatura
IP = 3
Peso

A partir do valor encontrado no índice ponderal, serão utilizados três modelos matemáticos para a
determinação da ectomorfia.

Assim, se IP ≥ 40,75, então:

Ectomorfia = (IP × 0,732) – 28,58

Se 38,25 < IP < 40,75

Ectomorfia = (IP × 0,463) – 17,63

Se IP ≤ 38,25, admite‑se um valor mínimo para a ectomorfia, então:

Ectomorfia = 0,1

Veja um exemplo:

Estatura: 180,5 cm

Peso corporal: 79,5

Estatura
IP =
3 peso

180,5
IP =
3 79,5

180,5
IP =
4,299

IP = 41,97

Se IP > 40,75, então:

Ectomorfia = (IP × 0,732) – 28,58

Ectomorfia = (41,97 × 0,732) – 28,58

118
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Ectomorfia = (30,7220) – 28,58

Ectomorfia = 2,14

A maioria das pessoas se encontra em faixas intermediárias, tendo um componente prevalecendo


sobre outro. Assim, de acordo com a ordem de distribuição dos valores encontrados, torna‑se possível
classificar o somatotipo do avaliado em diferentes categorias, resultando na definição de treze diferentes
padrões de somatotipo, conforme o quadro a seguir:

Quadro 1 – Categorias do somatotipo caracterizadas pelas seguintes combinações de


distribuições de componentes

Endomorfo balanceado A endomorfia é dominante e a mesomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais
de 0,5 unidade. Exemplo: 4‑2‑2.
Mesoendomorfo A endomorfia é dominante e a mesomorfia é maior que a ectomorfia. Exemplo: 4‑3‑2.

Endomorfo‑mesomorfo A endomorfia e a mesomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade e a
ectomorfia é menor. Exemplo: 4‑4‑2.
Endomesomorfo A mesomorfia é dominante e a endomorfia é maior que a ectomorfia. Exemplo: 3‑4‑2.

Mesomorfo balanceado A mesomorfia é dominante e a endomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais
de 0,5 unidade. Exemplo: 2‑4‑2.
Ectomesomorfo A mesomorfia é dominante e a ectomorfia é maior que a endomorfia. Exemplo: 2‑4‑3.

Mesomorfo‑ectomorfo A mesomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade e a
endomorfia é menor. Exemplo: 2‑4‑4.
Mesoectomorfo A ectomorfia é dominante e a mesomorfia é maior que a endomorfia. Exemplo: 2‑3‑4.

Ectomorfo‑balanceado A ectomorfia é dominante e a endomorfia e a mesomorfia são iguais ou não diferem em mais
de 0,5 unidade. Exemplo: 2‑2‑4.
Endoectomorfo A ectomorfia é dominante e a endomorfia é maior que a mesomorfia. Exemplo: 3‑2‑4.

Endomorfo‑ectomorfo A endomorfia e a ectomorfia são iguais ou não diferem em mais de 0,5 unidade e a
mesomorfia é menor. Exemplo: 4‑2‑4.
Ectoendomorfo A endomorfia é dominante e a ectomorfia é maior que a mesomorfia. Exemplo: 4‑2‑3.

Central Nenhum componente difere em mais de 0,5 unidade dos outros dois componentes; trata‑se
apenas de valores 3 e 4. Exemplos: 3‑3‑3 e 4‑4‑4.

Fonte: Guedes e Guedes (2006, p. 179).

A classificação e a interpretação obtidas nos cálculos que fizemos são feitas do componente de
maior valor para o de menor. Assim, se obtivermos para o indivíduo do exemplo os valores 2,5 – 5,0 – 2,1,
o classificamos como mesomorfo balanceado, sugerindo que o componente muscular é predominante e
que tal indivíduo poderá obter destaque em modalidades caracterizadas por exercícios de força.

A análise desses dados pode ser um importante referencial na triagem de futuros atletas, considerando
a variável morfológica como referência. No entanto, devemos ter em mente que essas análises são
referentes apenas ao aspecto morfológico, sendo que as variáveis fisiológicas, psicológicas e técnicas
também apresentam importantes contribuições na formação dos futuros atletas.

119
Unidade I

Saiba mais

O somatotipo pode ser calculado também por meio da somatocarta.


Para mais informações sobre esse método, consulte o livro:

FONTOURA, A. S.; FORMETIN, C. M.; ABECH, E. A. Guia prático de


avaliação física: uma abordagem didática, abrangente e atualizada. 2. ed.
São Paulo: Phorte, 2013.

Resumo

O estudo dos aspectos relacionados a medidas e avaliações é bastante


extenso e complexo, desde as suas definições até os métodos que serão
escolhidos para compor os protocolos desejados.

O conhecimento dos valores de referências, dos tipos de avaliações, dos


critérios de seleção de testes e dos erros de medida são de fundamental
importância para a escolha dos testes, de acordo com o público que será
avaliado.

As avaliações antropométricas são grandes aliadas das possibilidades


do dia a dia, uma vez que foram validadas a partir de testes indiretos,
que são de alto custo e de difícil execução. Além disso, necessitam de
equipamentos sofisticados, como máquina de ressonância magnética ou
tomografia computadorizada, e também de um profissional especializado
para manusear o equipamento.

Assim, antropometria é de grande valia para calcular a composição


corporal do avaliado. As medidas de circunferências corporais, diâmetros
ósseos e dobras cutâneas são válidas para determinar a estrutura corporal.
O índice de massa corporal e a razão cintura‑quadril podem fornecer dados
importantes de classificação de obesidade e/ou de desnutrição e de risco de
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, respectivamente.

Embora sejam métodos de baixo custo, a correta aplicação do protocolo


é extremamente necessária para minimizar os erros de medida. Quanto
mais o avaliador treinar, melhor será a obtenção da medida.

Os pontos anatômicos e os procedimentos para as medições devem ser


respeitados rigorosamente para obter resultados confiáveis.

120
MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Os protocolos de avaliações da composição corporal devem ser


escolhidos com cautela, de acordo com o público‑alvo, os objetivos e as
limitações de cada método.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2007) Cinco profissionais de educação física foram contratados para atuar em
uma instituição recentemente inaugurada. Uma das atividades combinadas com a direção da instituição
foi a implantação de uma bateria de avaliação física de caráter antropométrico para o estudo do
crescimento dos 60 adolescentes da entidade. Nessa avaliação, a periodicidade deveria ser estabelecida
pelos profissionais e, além do peso corporal e da estatura dos adolescentes, duas outras variáveis
antropométricas deveriam ser mensuradas e anotadas.

Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção em que são corretamente apresentadas a
periodicidade que deve ser estabelecida para a avaliação em apreço e duas variáveis que devem compor
a bateria, cada uma com o respectivo instrumento/procedimento de mensuração:

A) Trimestralmente; diâmetros ósseos, por meio de um paquímetro; e perímetros musculares, por


meio de uma fita métrica.

B) Semestralmente; força muscular, por meio de um dinamômetro; e relação cintura/quadril, por


meio de um compasso.

C) Anualmente; flexibilidade, por meio de uma régua; e resistência, por meio de um teste de esforço
na bicicleta ergométrica.

D) Semestralmente; equilíbrio dinâmico, por meio de um teste de andar sobre a trave; e coordenação
motora geral, por meio de atividades bimanuais.

E) Trimestralmente; maturação sexual, por meio de raios X da mão; potência aeróbica, por meio de
um teste de corrida de 12 minutos.

Resposta correta: alternativa A.

Análise das alternativas

A) Alternativa correta.

Justificativa: a cada três meses da realização da avaliação física já é possível encontrar modificações;
portanto, é o período ideal para reavaliar essa população. Além disso, os diâmetros ósseos e os perímetros
musculares são variáveis antropométricas.

121
Unidade I

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: a cada seis meses da realização da avaliação física se encontram modificações;


entretanto, é um período longo para reavaliar essa população. Além disso, a avaliação da força muscular
não é uma variável antropométrica.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: a cada 12 meses da realização da avaliação física encontram‑se modificações;


entretanto, é um período longo para reavaliar essa população. Além disso, a avaliação da flexibilidade e
da resistência não são variáveis antropométricas.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: a cada seis meses da realização da avaliação física encontram‑se modificações;


entretanto, é um período longo para reavaliar essa população. Além disso, a avaliação do equilíbrio e da
coordenação não são variáveis antropométricas.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: a cada três meses da realização da avaliação física já é possível encontrar modificações;
portanto, é um período ideal para reavaliar essa população. Entretanto, a avaliação da maturação sexual
e da potência aeróbia não são variáveis antropométricas.

Questão 2. (Enade 2010) O dono de uma pequena academia recebeu a visita de um representante
comercial da empresa Physical Education Measurements, oferecendo‑lhe a instalação e a manutenção
de software de avaliação física para acompanhamento dos clientes. Apesar de o preço ser razoável, o
dono está com dúvidas sobre a qualidade dos testes utilizados para o programa.

Quais são os critérios de um bom teste sobre os quais Natanael deve se basear para decidir acerca
da compra do referido software?

A) Confiabilidade, fidedignidade e estabilidade.

B) Fidedignidade, validade e objetividade.

C) Reprodutibilidade, confiabilidade e objetividade.

D) Flexibilidade, economia e confiabilidade.

E) Objetividade, aplicabilidade e validade.

Resolução desta questão na plataforma.

122

Você também pode gostar