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Maria Aparecida Sanches é psicopedagoga com MBA em Gestão da Saúde pela Universidade Federal de São
Paulo. Mestre em Educação pela Universidade Paulista e doutora em Gestão da Saúde pela Universidade Federal de São
Paulo. Tem experiência na área da psicologia organizacional, com ênfase em estratégia de enfrentamento, processo de
tomada de decisão. Atua principalmente nos seguintes temas: gestão de pessoas, desenvolvimento humano, estresse
e qualidade de vida. Atua como professora e coordenadora na Universidade Paulista e como pesquisadora e docente
do Programa de Mestrado Profissional em Administração da FACCAMP – Instituto de Ensino Campo Limpo Paulista.
CDU 658.3
U502.88 – 19
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permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Virgínia Bilatto
Amanda Casale
Sumário
Gestão de Pessoas
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 AS RELAÇÕES ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES............................................................................ 11
1.1 Objetivos organizacionais versus individuais............................................................................. 11
1.2 Valores organizacionais versus valores individuais................................................................. 13
1.3 Conflitos.................................................................................................................................................... 16
1.4 As pessoas e a organização............................................................................................................... 18
1.5 Equilíbrio organizacional.................................................................................................................... 20
1.6 Incentivo e motivação......................................................................................................................... 21
1.6.1 Estímulos: incentivo e motivação..................................................................................................... 21
1.6.2 Comportamento....................................................................................................................................... 22
2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS....................................................................................... 23
2.1 Conceito de ARH................................................................................................................................... 23
2.2 Planejamento de RH............................................................................................................................ 25
2.3 Objetivos de ARH................................................................................................................................... 27
2.4 O papel da administração de recursos humanos..................................................................... 28
2.5 Principais características e dificuldade na ARH........................................................................ 29
2.5.1 O caráter contingencial da administração de RH...................................................................... 30
2.6 Administração: recursos humanos como um processo......................................................... 31
2.6.1 Conceito de processo............................................................................................................................. 31
2.7 As políticas de administração de recursos humanos.............................................................. 32
3 POLÍTICAS DE PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS......................................................................... 35
3.1 Processos de provisão de pessoas................................................................................................... 35
3.2 Mercado de recursos humanos e mercado de trabalho........................................................ 36
3.2.1 O mercado de recursos humanos...................................................................................................... 37
3.3 Rotatividade de pessoal...................................................................................................................... 38
3.3.1 Índice de rotatividade de pessoal...................................................................................................... 39
3.3.2 Diagnóstico das causas da rotatividade (turnover)................................................................... 40
3.3.3 Custos da rotatividade........................................................................................................................... 41
3.4 Absenteísmo............................................................................................................................................ 45
3.4.1 Cálculo do índice de absenteísmo ‑ segundo Chiavenato...................................................... 46
3.4.2 Administração do absenteísmo e da rotatividade...................................................................... 48
3.5 Recrutamento......................................................................................................................................... 49
3.5.1 Recrutamento interno........................................................................................................................... 51
3.5.2 Recrutamento externo.......................................................................................................................... 52
3.5.3 Recrutamento misto............................................................................................................................... 54
3.5.4 Fontes de recrutamento........................................................................................................................ 54
3.6 Seleção ..................................................................................................................................................... 56
3.6.1 Seleção por competências................................................................................................................... 57
3.6.2 Seleção como um processo de comparação................................................................................. 58
3.6.3 Seleção por meio da identificação das características pessoais do candidato.............. 58
3.6.4 Técnicas de seleção................................................................................................................................. 58
4 POLÍTICAS DE APLICAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS...................................................................... 63
4.1 Políticas de aplicação em RH........................................................................................................... 63
4.2 Conceito de cargo ................................................................................................................................ 68
4.3 Descrição de cargos.............................................................................................................................. 68
4.4 Análise do cargo.................................................................................................................................... 70
4.5 Desenho de cargo.................................................................................................................................. 70
4.6 Modelos de desenhos de cargos..................................................................................................... 72
4.6.1 Modelo de desenho clássico................................................................................................................ 72
4.7 Métodos de avaliação de cargo....................................................................................................... 77
4.7.1 Método de escalonamento (job ranking)....................................................................................... 78
4.7.2 Método das categorias predeterminadas (job classification)................................................ 78
4.7.3 Método da comparação de fatores (factor comparison)........................................................ 78
4.7.4 Método de avaliação por pontos (point ranking)....................................................................... 80
4.8 Avaliação de desempenho................................................................................................................. 81
4.9 Instrumentos para avaliação de desempenho.......................................................................... 85
4.9.1 Padrões de desempenho ...................................................................................................................... 87
4.10 Métodos de avaliação tradicionais.............................................................................................. 87
4.10.1 Métodos da escala gráfica................................................................................................................. 88
4.10.2 Método da escolha forçada.............................................................................................................. 88
4.10.3 Método de frases descritivas............................................................................................................ 89
4.10.4 Método de pesquisa de campo........................................................................................................ 89
4.10.5 Método dos incidentes críticos........................................................................................................ 89
4.10.6 Método de comparação aos pares (2 x 2)................................................................................... 90
4.11 Métodos modernos de avaliação de desempenho ............................................................... 90
4.11.1 Autoavaliação.......................................................................................................................................... 91
4.11.2 Avaliação 360° ....................................................................................................................................... 91
4.11.3 Avaliação por competência.............................................................................................................. 94
4.11.4 Avaliação por objetivos....................................................................................................................... 94
4.11.5 Método de avaliação por resultados............................................................................................. 94
4.11.6 Métodos mistos...................................................................................................................................... 95
4.12 Outras características da avaliação de desempenho........................................................... 95
4.12.1 Entrevista de avaliação de desempenho..................................................................................... 95
4.12.2 Aspectos positivos e negativos da avaliação de desempenho........................................... 95
4.12.3 Principais dificuldades na avaliação de desempenho............................................................ 97
Unidade II
5 POLÍTICAS DE MANUTENÇÃO DE RECURSOS HUMANOS..............................................................102
5.1 Políticas de manutenção..................................................................................................................102
5.2 Sistema de remunerações, incentivos e benefícios sociais................................................102
5.2.1 Punição......................................................................................................................................................103
5.2.2 Teoria de reforço....................................................................................................................................104
5.3 Componentes de remuneração.....................................................................................................105
5.3.1 O caráter multivariado do salário...................................................................................................105
5.4 Abordagens em remuneração........................................................................................................108
5.4.1 Sistema de remuneração estratégica............................................................................................109
5.4.2 Remuneração variável..........................................................................................................................111
5.4.3 Remuneração por competência....................................................................................................... 112
5.4.4 Remuneração por habilidades.......................................................................................................... 115
5.5 Avaliação e classificação de cargos.............................................................................................116
5.5.1 Os métodos de avaliação de cargos............................................................................................... 116
5.5.2 Classificação de cargos........................................................................................................................ 116
5.5.3 Pesquisa salarial.....................................................................................................................................118
5.5.4 Cargo de referência............................................................................................................................... 119
5.6 Política salarial......................................................................................................................................119
5.6.1 Administração de carreira: promoção e crescimento na organização............................ 120
5.6.2 Remuneração funcional......................................................................................................................121
5.6.3 Salário indireto.......................................................................................................................................121
5.6.4 Remuneração acionária..................................................................................................................... 122
5.6.5 Benefícios sociais.................................................................................................................................. 123
5.7 Qualidade de vida no trabalho......................................................................................................126
5.7.1 Higiene e segurança no trabalho................................................................................................... 128
5.7.2 Ergonomia................................................................................................................................................ 129
5.8 Legislação trabalhista – noções gerais.......................................................................................131
5.8.1 Tipos de contrato de trabalho..........................................................................................................131
5.8.2 Rescisão do contrato de trabalho (artigo 477, CLT)............................................................... 132
5.8.3 Direitos do trabalhador (CLT)........................................................................................................... 132
6 DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS................................................................................134
6.1 Processo de formar, treinar e educar pessoas.........................................................................134
6.2 Treinamento...........................................................................................................................................138
6.2.1 Por que treinar pessoas?.................................................................................................................... 139
6.2.2 Objetivos do treinamento...................................................................................................................141
6.2.3 Conteúdo do treinamento................................................................................................................ 142
6.2.4 Levantamento de necessidades de treinamento..................................................................... 144
6.2.5 Programação do treinamento......................................................................................................... 146
6.3 Controle do treinamento.................................................................................................................147
6.4 Métodos e técnicas de treinamento............................................................................................148
6.4.1 Métodos de treinamento em grupo.............................................................................................. 149
6.4.2 Técnicas de treinamento em grupo............................................................................................... 149
6.4.3 Método de treinamento individual............................................................................................... 150
6.4.4 Treinamento a distância..................................................................................................................... 150
6.4.5 Método expositivo................................................................................................................................ 150
6.5 Local do treinamento........................................................................................................................151
6.5.1 Treinamento interno.............................................................................................................................151
6.5.2 Treinamento externo............................................................................................................................151
6.6 Avaliação de treinamento................................................................................................................152
Unidade III
7 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E RELAÇÕES SINDICAIS.....................................................158
7.1 O processo de segurança e qualidade de vida.........................................................................158
7.1.1 Produtividade e QVT.............................................................................................................................161
7.1.2 QVT...............................................................................................................................................................161
7.1.3 Conceito de QVT.................................................................................................................................... 162
7.1.4 Programa de QVT.................................................................................................................................. 162
7.1.5 Modelo de Walton para avaliar a QVT.......................................................................................... 163
7.1.6 QVT e sua prática nas empresas...................................................................................................... 164
7.1.7 Indicadores de QVT............................................................................................................................... 164
7.2 Segurança no trabalho......................................................................................................................166
7.2.1 Direitos de quem se acidenta no trabalho................................................................................. 166
7.2.2 Benefícios pagos pela Previdência................................................................................................. 167
7.3 Liberdade sindical................................................................................................................................168
7.3.1 Representação dos trabalhadores...................................................................................................170
7.3.2 Relação de trabalho..............................................................................................................................171
8 RESULTADOS RELATIVOS À GESTÃO DE PESSOAS.............................................................................171
8.1 Área de RH e sua contribuição......................................................................................................171
8.2 Banco de dados e sistema de informação e auditoria de RH...........................................174
8.3 Auditoria de recursos humanos....................................................................................................176
8.4 Principais indicadores de desempenho relativo a RH..........................................................178
8.4.1 O que são indicadores e para que servem?................................................................................ 180
8.4.2 Indicadores de desempenho segundo FNPQ..............................................................................181
8.5 Um estudo de caso.............................................................................................................................186
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno! Este livro-texto visa discutir aspectos práticos e teóricos da área funcional e organizacional
de Recursos Humanos.
A disciplina trata do que é a gestão de pessoas e sua importância nas corporações. Ela busca
possibilitar o entendimento das relações de intercâmbio entre pessoas e organizações, procurando
identificar formas de melhorar esse relacionamento. Apresenta uma visão sistêmica dos processos de
administração de Recursos Humanos: provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento, monitoração,
atração e retenção dos colaboradores. Mostra a importância da utilização das “ferramentas” adequadas
dos processos na busca dos melhores resultados e excelência administrativa.
Assim, os alunos poderão saber das funções da administração de pessoas nas organizações, sua
utilidade e os resultados delas esperados.
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar a discussão tratando das relações entre pessoas e organizações, abordando tópicos
como objetivos, valores, conflitos, estímulo e comportamento. também discutiremos conceitos e
aplicações da área de RH: políticas de provisão de pessoas, rotatividade, absenteísmo, recrutamento e
seleção. Apresentaremos aspectos ligados a políticas de aplicação de RH, como descrição e desenho de
cargos, além de processos de avaliação de desempenho.
Por fim, a discussão será sobre qualidade de vida no trabalho e relações sindicais, abordando temas
como produtividade, indicadores e liberdade sindical. Traremos os resultados relativos à gestão de
pessoas através do sistema de informação e auditoria de RH e de indicadores de desempenho específicos,
finalizando com um estudo de caso.
9
10
GESTÃO DE PESSOAS
Unidade I
1 AS RELAÇÕES ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
O indivíduo deve ser eficaz (à medida que o seu trabalho consegue atingir
os objetivos organizacionais) e ser eficiente (à medida que seu trabalho lhe
permite alcançar seus objetivos pessoais).
Barnard (1971)
Para atingir os seus objetivos e metas as organizações contam com a eficiência e a dedicação dos
funcionários, assim como os funcionários esperam que as organizações proporcionem meios adequados para
atingir seus objetivos individuais. No anseio por alcançá‑los, os funcionários motivados se comprometem
com os processos organizacionais, substituindo os objetivos da organização pelos seus próprios objetivos.
Chiavenato (1999, p. 15) afirma que as organizações são constituídas por pessoas e representam
para elas um meio pelo qual podem alcançar muitos e variados objetivos pessoais com um mínimo
de custo, de tempo, de esforço e de conflito. Diz ainda que as organizações bem‑sucedidas tendem
a crescer, aumentando nelas o número de pessoas a serem administradas e, consequentemente, a
estrutura se deve adequar com um maior volume de níveis hierárquicos, responsáveis pelo gradativo
distanciamento entre pessoas (com os seus objetivos pessoais) e a cúpula da organização (com seus
objetivos organizacionais).
De forma geral, toda e qualquer organização tem um conjunto de objetivos: sobreviver a longo prazo;
ter um crescimento sustentado, isto é, que não dependa de outras empresas; ter lucros; ter produtividade,
ou seja: produzir pelo menos com a mesma eficiência das empresas concorrentes; ter qualidade nos
produtos/serviços; ter custos reduzidos; ter uma boa participação no mercado (market‑share); entrar
em novos mercados; conquistar novos clientes; ser competitiva, isto é, ter a preferência dos clientes e
uma boa imagem no mercado.
Já as pessoas que trabalham nas organizações, também de forma geral, possuem um outro conjunto
de objetivos: ter bons salários e benefícios; ter estabilidade no emprego e segurança no trabalho; ter
11
Unidade I
qualidade de vida no trabalho e obter, neste, satisfação; ter consideração e respeito tanto dos colegas
quanto dos superiores, ter oportunidades de crescer dentro da empresa; ter liberdade para trabalhar e
ter líderes ou chefes que não sejam autoritários.
Quadro 1
Como se pode ver, os objetivos da organização diferem dos objetivos pessoais. Para que
eles não se tornem conflituosos a ponto de prejudicar o desenvolvimento de ambas as partes
(pessoas e organização), é necessário que haja uma integração: é necessário que as pessoas,
em busca dos seus objetivos pessoais acabem por realizar os objetivos organizacionais. Quem
deve fazer esta integração? Argyris apud Chiavenato (1999, p. 92) entende que a parcela maior
de responsabilidade pela integração entre os objetivos da organização e os dos indivíduos recai
sobre a alta administração.
Porém, existe uma relação de reciprocidade entre o indivíduo e a organização, expressa num
contrato psicológico onde a expectativa recíproca do indivíduo e da organização estende‑se muito além
de qualquer contrato formal de emprego que estabeleça o trabalho a ser realizado e a recompensa a
ser recebida. Embora não exista acordo formal ou algo claramente dito, o contrato psicológico é um
entendimento tácito entre indivíduo e organização, no sentido de que uma vasta gama de direitos,
privilégios e obrigações, consagrados pelo uso, será reputada e observada por ambas as partes
(CHIAVENATO, 1999, p. 92).
12
GESTÃO DE PESSOAS
escrito) e o “contrato psicológico”, que leva em conta o que a organização e o indivíduo esperam ganhar
com a nova relação. Enquanto o primeiro passo é uma escolha recíproca, o segundo é um processo de
adaptação mútua decorrente de um desenvolvimento recíproco, cabendo à gestão de RH assegurar‑se
disto (PORRAS, 2001).
Geertz apud Trompenaars (1993, p. 57) diz que é a cultura do indivíduo, por meio dos seus valores,
que orienta sua ação quando afirma que “a cultura cria definições graças às quais os homens interpretam
sua experiência e guiam sua ação”. Nesse sentido, Rocher apud Morin (1996, p.11) afirma que “os valores
são as maneiras de ser ou de agir que uma pessoa ou uma coletividade julgam ideais e que tornam
desejáveis ou estimáveis as condutas às quais elas estão associadas”.
esquema neural
processa o real
organiza
fatores genéticos fatores ambientais
atitude
estratégias de
tomada de decisão
comportamento
Figura 1
13
Unidade I
Valores organizacionais
Tamayo; Gondim apud Tamayo et al (2000) desenvolveram alguns aspectos relativos a esse
sistema: os aspectos cognitivos e motivacionais, a função dos valores e a organização hierárquica
dos mesmos.
1. O aspecto cognitivo dos valores organizacionais constitui um elemento básico, já que são crenças
existentes na empresa, isto é, formas de conhecer a realidade organizacional, respostas cognitivas
prontas e privilegiadas a problemas organizacionais. Essas crenças podem ser relacionadas com
diversas dimensões da vida organizacional, tais como a produção, a qualidade, as interações
interpessoais, o respeito à autoridade gerencial, a obediência às normas etc. Os valores são
crenças valorizadas, enfatizadas na vida organizacional. Nem toda crença constitui um valor;
somente aquelas que são enfatizadas e que são socialmente aceitas como princípios que orientam
a vida da organização. Obviamente, as crenças que constituem os valores estão em interação
entre si e com outras crenças, de forma a constituir um sistema de valores complexo e organizado
hierarquicamente. Os valores funcionam como padrões para o julgamento e a justificação do
comportamento de si e dos outros.
3. A função dos valores. Os valores têm como função orientar a vida da empresa, guiar o
comportamento dos seus membros. Eles são determinantes da rotina diária na organização,
já que orientam a vida da pessoa e determinam a sua forma de pensar, de agir e de sentir.
“Os valores organizacionais podem fortemente influenciar o que as pessoas realmente fazem”,
afirmam Deal; Kennedy (1988, p. 22). Não somente o comportamento do indivíduo é influenciado
pelos valores, mas também o julgamento que ele faz do comportamento dos outros, pertinente
ao sistema organizacional. Os valores têm a função “de vincular as pessoas, de modo que elas
permaneçam dentro do sistema e executem as funções que lhes foram atribuídas” (Katz; Kahn,
1978, p. 70). Os valores podem ser considerados como um projeto para a organização e um
esforço para atingir as metas por ela fixadas. As normas organizacionais estão enraizadas neles
e podem ser consideradas como uma operacionalização dos valores organizacionais. Os valores
são mais abrangentes do que as normas e constituem uma espécie de ideologia. As normas
definem explicitamente as formas de comportamento esperado dos membros de uma
organização e os valores “proporcionam uma justificação mais elaborada e generalizada,
tanto para o comportamento apropriado, como para as atividades e funções do sistema”
(KATZ; KAHN, 1978, p. 70).
4. Hierarquia dos valores. Um sistema de valores, segundo Rokeach (1969, p. 551) é “nada mais do
que uma disposição hierárquica de valores, uma classificação ordenada de valores ao longo de
um continuum de importância”. As pessoas, as organizações e as culturas se diferenciam entre
si não tanto pelo fato de possuírem valores diferentes, mas pela organização hierárquica dos
mesmos. Os valores organizacionais implicam necessariamente uma preferência, uma distinção
entre o importante e o secundário, entre o que tem valor e o que não tem. Assim, a essência
mesma dos valores organizacionais parece ser a de permitir a sua hierarquização (TAMAYO,
2000). A organização hierárquica dos valores pressupõe que os membros da organização não
se relacionam com o mundo físico e social como observadores que assistem a um espetáculo,
mas como atores que participam, que tomam partido, que se envolvem nele, que transformam
o ambiente organizacional e tentam se impor e se fazer reconhecer no meio social. Segundo
Tamayo (1996), a ideia de graus de valor, de uma escala de valores ao longo de um contínuo de
importância, encontra a sua base na relação dos valores com o tempo, elemento fundamental
para o seu desenvolvimento, com a missão e os objetivos da empresa, cuja especificidade e
cuja importância organizacional impõem uma ordem de primazia, com o esforço realizado pela
empresa e pelos seus membros para a obtenção das metas propostas.
A fonte dos valores organizacionais é constituída por exigências da organização e dos indivíduos que
a compõem. Essas exigências abrangem um leque que vai desde as necessidades biológicas dos indivíduos
até as necessidades referentes à sobrevivência e ao bem‑estar da própria organização. A organização e
os seus membros, para poderem dar conta da realidade, têm que reconhecer essas necessidades e criar
ou aprender respostas apropriadas para a sua satisfação. Por meio desse mecanismo, tanto a organização
como os seus membros passam a representar de forma consciente essas necessidades como valores ou
metas a serem atingidas (TAMAYO et al, 2000).
15
Unidade I
Os valores organizacionais não devem ser confundidos com os valores pessoais dos
membros da organização, nem com o que eles gostariam que existisse na empresa. Por valores
organizacionais, entende‑se aqui os que são percebidos pelos empregados como efetivamente
característicos da organização. Trata‑se, portanto, de princípios e crenças que, segundo os
membros da organização, orientam o seu funcionamento e a sua vida. Expressam uma dimensão
fundamental da cultura organizacional tal como ela é vivenciada pelos seus membros. Às vezes,
esses dois tipos de valores podem coincidir parcialmente, mas com frequência são diferentes e
até conflitantes (TAMAYO; PAZ, 2000).
Segundo Katz; Kahn apud Tamayo; Gondim(1996), os principais componentes de uma organização
são seus papéis, suas normas e seus valores. Esses elementos definem e orientam seu funcionamento.
Os papéis prescrevem formas de comportamentos associadas a determinadas tarefas. As normas são
as expectativas transformadas em exigências. Os valores, por sua vez, são as justificações e aspirações
ideológicas mais generalizadas. Portanto, os papéis diferenciam as funções e os cargos exercidos pelas
pessoas. As normas e os valores são os elementos integradores, na medida em que são compartilhados
por boa parte dos elementos de uma organização.
Saiba mais
1.3 Conflitos
Quando o indivíduo ingressa na organização seus objetivos individuais, como ocupar um determinado
cargo, melhorar seu salário, ficam em mente. Porém, a organização, que também tem seus objetivos,
exige que o indivíduo contribua para sua realização. É um estado que a organização pretende atingir
e que orienta seu comportamento em relação ao futuro, como produtividade, lucratividade, qualidade
dos produtos e competitividade.
16
GESTÃO DE PESSOAS
Administrar conflitos é uma das mais importantes tarefas para os gestores, com relação à motivação
da equipe de trabalho. É necessária muita energia física e emocional no processo de integração de
objetivos, visando a satisfação das necessidades dos funcionários para evitar a queda da produtividade
e, consequentemente, um processo entrópico. Barnard (1971) afirmava que “o indivíduo deve ser eficaz
(à medida que o seu trabalho consegue atingir os objetivos organizacionais) e ser eficiente (à medida
que seu trabalho lhe permite alcançar seus objetivos pessoais)”.
Segundo Chiavenato (1999, p. 258), a organização oferece uma variedade de incentivos para obter
a cooperação das pessoas em todos os níveis hierárquicos. Dentro desse esquema, cada pessoa precisa
alcançar simultaneamente os objetivos organizacionais (para se manter ou crescer na organização) e
seus objetivos individuais (para obter satisfações pessoais).
Dessa maneira o relacionamento entre indivíduos e organizações poderá se pautar pela cooperação,
diz Chiavenato (1999). Para tanto, a organização deve zelar, por meio dos seus gestores, pela elaboração
dos seus objetivos de maneira que sejam claros, objetivos e alcançáveis. Para serem úteis, segundo
Chiavenato (1999, p. 263), os objetivos devem ser:
• realistas: que possam ser alcançados no período de tempo estabelecido e com os recursos
disponíveis;
Assim, a maior responsabilidade pela integração dos objetivos organizacionais e os objetivos dos
indivíduos pertence à alta administração, pois, é ela quem deve estabelecer os meios e as políticas
para que colaboradores e organizações percebam que seus objetivos são interdependentes. Isto é,
as organizações precisam dos indivíduos, estes são os recursos humanos com os quais ela alcançará
seus objetivos e, reciprocamente, os indivíduos necessitam das organizações para realizar os seus, diz
Chiavenato (1999).
17
Unidade I
O homem é um animal social, porque se caracteriza por uma irreprimível tendência à vida em
sociedade e tem participações multigrupais. Vive em organizações, em ambientes cada vez mais
complexos e dinâmicos. Montou um sistema total, dentro do qual organiza e dirige seus assuntos.
Assim, “organizações são pessoas, organizações são grupos; e organizações são organizações. Gerentes
administram pessoas; gerentes administram grupos; e gerentes administram organizações. Gerentes são
pessoas; gerentes são membros de grupos; e gerentes são membros de organizações”, diz Chiavenato
(2004, p. 59).
As pessoas
De acordo com Chiavenato (1998, p. 69), “as organizações dependem de pessoas para proporcionar‑lhes
o necessário planejamento e organização, para dirigi‑las e controlá‑las e para fazê‑las operar e funcionar.”
As organizações não existem sem as pessoas, pois qualquer organização é constituída de seres humanos
que contribuem para seu sucesso e crescimento
personalidade e tratamento
Como pessoal e
pessoas individualidade,
inspirações, valores, individualizado
atitude, motivação e
objetivos pessoais
Pessoas
habilidades, capacidades,
experiências, destrezas tratamento
Como e conhecimentos pela média,
recursos necessários igual e genérico
Figura 2
Deve‑se considerar que existem as pessoas como pessoas, ou seja, com características próprias
de personalidade e que individualmente possuem valores, atitudes, desejos, motivações e objetivos
individuais. E, por outro lado, existem as pessoas como recursos intelectuais, com habilidades,
capacidades e, conhecimentos específicos e necessários para a atividade a ser realizada na
organização.
18
GESTÃO DE PESSOAS
A Moderna ARH – Gestão de Pessoas – procura tratar as pessoas como pessoas e simultaneamente
como importantes recursos organizacionais rompendo a maneira tradicional de tratá‑las meramente
como meios de produção.
A “Gestão de Pessoas” substitui o termo “Administração de Recursos Humanos”, que indica uma
visão das pessoas que trabalham na organização como meros recursos, assim como os materiais
e financeiros. De acordo com Gil (2001, p. 17), “Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à
cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais
quanto individuais”.
As pessoas não são “recursos”, diz Peter Senge, manifestando a sua visão de que a organização é um
sistema vivo e que existe dentro de outros sistemas vivos maiores, tais como o ecossistema e a sociedade.
Nesse sentido, se coloca como um “anti‑recursos humanos”, pois considera a palavra “recurso” muito
limitada para descrever as pessoas e seus diversos papéis organizacionais.
Observação
Hoje, segundo Chiavenato (2004, p. 59), a tendência é fazer com que todas as pessoas, em todos
os níveis da organização, sejam os administradores. Além de executar as tarefas, cada pessoa deve
conscientizar‑se de que deve ser o elemento de diagnóstico e de solução de problemas para obter uma
melhoria contínua de seu trabalho.
Chiavenato (2004) destaca seis características atribuídas a cada pessoa. Essas características
permitem maior visualização dos aspectos de comportamento dos indivíduos na organização.
São elas:
• a percepção: trata da forma como cada pessoa interpreta as mensagens que recebe e dá sentido
a ela. Pode ser colocado como um processo de seleção, organização e interpretação dos estímulos
que o ambiente oferece;
• as atitudes: podem ser definidas como uma predisposição que reage a um estímulo e se manifesta
por meio de opiniões. É uma característica facilmente mutável, a partir do momento que o
estímulo ou o comportamento em relação a ela também mude;
• as aptidões: referem‑se ao potencial para a realização das tarefas e atividades, ou seja, a habilidade
para realizar determinadas tarefas. Distingue‑se de pessoa para pessoa e podem ser agrupadas em
três categorias: intelectuais, físicas e interpessoais;
19
Unidade I
• a inteligência: é a capacidade de lidar com a complexidade. Pode ser considerada uma aptidão
geral que governa as demais aptidões;
• a biografia: trata das características pessoais como experiência, idade, sexo e situação conjugal.
Partindo do princípio de que toda organização é um sistema vivo, gerido por pessoas que se agem e
se inter‑relacionam para satisfazer necessidades, cada participante de cada grupo tem suas recompensas
em troca das quais faz contribuições à organização. Sendo assim, todo participante manterá sua ação
participativa na organização na medida em que os estímulos (motivação e incentivo) que lhe são
oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos. As contribuições
trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte na qual a organização se supre e se
alimenta dos incentivos que oferece aos participantes. Portanto, a organização continuará existindo
somente e enquanto as contribuições forem suficientes para proporcionar estímulos para conduzir os
participantes à prestação de contribuições.
A base do equilíbrio organizacional está na capacidade de garantir que tanto os incentivos oferecidos
como pagamentos a seus participantes, como salários, benefícios sociais, prêmios etc., quanto as
contribuições de seus funcionários à organização, como trabalho, esforço, assiduidade, lealdade, dedicação,
pontualidade etc., sejam coerentes e satisfatórios a ambos – organização e funcionário. Para tanto, cabe ao
administrador de RH identificar um conjunto de estímulos capazes de incentivar e motivar os funcionários
e as contribuições de interesse das organizações. Portanto, podemos afirmar que o equilíbrio organizacional
depende do intercâmbio entre os incentivos oferecidos e as contribuições como retorno à organização.
Relações de Intercâmbio
Esforço físico/mental
Tempo O
Contribuições R
Conhecimentos
P Habilidades G
E Lealdade A
S N
S I
O Z
A Oportunidades A
S Treinamento Estímulos: Ç
Salários incentivo/motivação Ã
Benefícios Sociais O
Segurança
Figura 3
20
GESTÃO DE PESSOAS
Já vimos que os objetivos da organização diferem dos pessoais e, para que tais objetivos não se tornem
conflituosos a ponto de prejudicar o desenvolvimento de ambas as partes (pessoas e organização), é
necessário que haja uma integração: é preciso que as pessoas, em busca dos seus objetivos pessoais,
acabem por realizar os organizacionais. Tal integração é de responsabilidade da alta administração e ela
deve fazer a integração, estimulando e incentivando o comportamento adequado das pessoas, para que
estas deem à organização a sua maior contribuição possível.
Cada contribuição possui um valor de utilidade que varia conforme a organização – uma contribuição
pode ser muito útil para uma e pode ser totalmente inútil para outra.
“O conceito de estímulo foi desenvolvido a partir do princípio de forças externas que produzem
alterações transitórias ou permanentes sobre os indivíduos. Essas forças referem‑se a eventos que
podem determinar uma resposta (fisiológica, cognitiva ou motora) do indivíduo ante um determinado
estímulo (estressor)” (LAUTERT et al,1999).
Incentivo
Parte‑se do princípio de que as pessoas estão dispostas a cooperar desde que as suas atividades na
organização contribuam diretamente para a satisfação de seus objetivos pessoais. São “pagamentos”
feitos pela organização aos seus participantes em troca de contribuições. Cada incentivo possui um
valor de utilidade que é subjetivo, pois varia de indivíduo para indivíduo – o que é útil e importante para
um pode ser inútil e irrelevante para outro.
Motivação
Motivação pode ser definida como o impulso que cada indivíduo tem para realizar o seu próprio
potencial, de forma contínua. Trata‑se de necessidades mais elevadas, produtos da educação e da
cultura. Devido à busca constante do homem por novas metas, cada vez mais complexas, raramente são
satisfeitas em sua plenitude (CHIAVENATO, 1999).
• necessidades fisiológicas: estão relacionadas à sobrevivência do indivíduo, como fome, sede, sono,
atividade física e outras;
Motivação é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada maneira ou que dá origem
a uma propensão a um comportamento específico, podendo este impulso à ação ser provocado por um
estímulo externo (provindo do ambiente) ou também ser gerado internamente e nos processos mentais
do indivíduo, diz Chiavenato (1999).
Ciclo motivacional
Necessidade Comportamento
Atitude
(vontade/desejo) (tomada de Esforço (ação)
Estímulo tensão que expressa determinação orientada
decisão)
motivo à ação para o objetivo
Figura 4
1.6.2 Comportamento
22
GESTÃO DE PESSOAS
Lembrete
Sem as pessoas e sem as organizações não haveria ARH (Administração de Recursos Humanos).
A administração de pessoas é conceituada como um conjunto de técnicas administrativas que visam
obter, aperfeiçoar e manter os recursos humanos necessários ao funcionamento da empresa. Decenzo;
Robbins (2001) definem a Administração de Recursos Humanos (ARH) como a parte da organização que
trata da dimensão pessoas. Esses autores propõem um sistema baseado em quatro funções básicas:
3. motivação (estimulá‑los);
Chiavenato (1989) conceitua a ARH como sendo subsistemas interdependentes que formam
um processo por meio do qual os recursos humanos são captados e atraídos, aplicados, mantidos,
desenvolvidos e controlados pela organização. Esses subsistemas são estabelecidos por contingentes
ou situacionais: variam conforme a organização e dependem de fatores ambientais, organizacionais,
humanos, tecnológicos etc.
Dutra (2002) define a gestão de pessoas como “um conjunto de políticas e práticas que permitem
a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá‑las ao
longo do tempo”. Esse autor faz a seguinte conceituação sobre políticas e práticas:
• políticas, como princípios e diretrizes que balizam decisões e comportamentos da organização e
das pessoas em sua relação com a organização;
• prover pessoas;
• manter pessoas;
• desenvolver pessoas;
• monitorar pessoas .
24
GESTÃO DE PESSOAS
2.2 Planejamento de RH
Planejamento estratégico de Recursos Humanos é uma projeção de como a empresa vai adquirir
e utilizar seus recursos humanos em prol do alcance dos objetivos organizacionais. De acordo com
Belchior (1972) qualquer planejamento compreende as seguintes fases:
25
Unidade I
• Divulgação — diz respeito à transmissão dos planos estratégicos às pessoas que tenham um nível
decisório na empresa e uma divulgação mais ampla a todos os funcionários por meio da área
de Recursos Humanos, que deverá esclarecer a importância das medidas e sua interação com a
avaliação de desempenho dos funcionários.
• Integração como plano tático — qualquer estratégia, para ser implantada, necessita ser
inserida no plano tático, como, por exemplo, a definição do orçamento. O departamento
de Recursos Humanos deverá avaliar se os orçamentos iniciais foram mantidos no plano
tático e os impactos de eventuais cortes ou alterações no orçamento sobre o planejamento
estratégico de RH.
• Acompanhamento — é o controle que deverá ser feito por todas as áreas, especialmente a
área de Recursos Humanos, que deverá estar atenta às formas de realização de tudo o que
foi planejado.
26
GESTÃO DE PESSOAS
Objetivos e Estratégias
Organizacionais
objetivos e estratégias
de RH
Etapa 3: desenvolver e
implementar planos de
recursos humanos
Figura 5
Os objetivos da ARH, segundo Chiavenato (2004), derivam dos objetivos da organização inteira. Toda
organização tem como um de seus principais objetivos a criação e a distribuição de algum produto
(como um bem de produção ou de consumo) ou de algum serviço (como uma atividade especializada).
Ao lado dos objetivos organizacionais, a ARH deve considerar os objetivos pessoais dos participantes.
27
Unidade I
6. Administrar a mudança.
Questões de Abordagem
Planejamento de diagnóstico
Como chegar
ao objetivo? definir a estratégia da GP, escolher as atividades e definir os
recursos necessários;
Como fizemos?
Onde estamos agora? checar os resultados pela avaliação das novas condições, de
acordo com os objetivos definidos, e reiniciar o processo por
meio de um planejamento eficiente.
Figura 6
O papel da ARH é de desenhar e implementar o sistema de Gestão de Pessoal , de maneira que seja
capaz de integrar todos os processos de agregar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar
pessoas na organização. Isso significa:
1
Disponível em <www.escolaqi.com.br/professor/downloads/download1516.doc>.
28
GESTÃO DE PESSOAS
• combinar os talentos e habilidades dos funcionários com aquilo que a organização requer;
A gestão de recursos humanos, de acordo com Ulrich (1998), deve desempenhar quatro papéis
dentro das empresas, são eles:
4. administração da transformação para traçar planos de ação, fazendo com que a mudança
aconteça.
Saiba mais
Os assuntos tratados pela ARH referem‑se tanto a aspectos internos da organização quanto a
aspectos externos ou ambientais.
29
Unidade I
Quadro 2
Algumas técnicas são aplicadas diretamente a pessoas que constituem os sujeitos de sua aplicação.
Outras são aplicadas indiretamente às pessoas, seja por meio dos cargos que ocupam, seja por planos ou
programas globais ou específicos.
• recrutamento
• entrevista
• seleção
aplicadas diretamente • integração
sobre pessoas • avaliação de desempenho
• treinamento
• desenvolvimento de pessoas
Técnicas de
Administração de
Recursos Humanos
aplicadas
indiretamente
sobre
pessoas
• planejamento de recursos humanos
• banco de dados
planos • plano de benefícios sociais
genéricos • plano de carreira
• administração de salários
Figura 7
30
GESTÃO DE PESSOAS
Não há leis ou princípios para a administração dos recursos humanos. A ARH é contingencial, ou seja,
depende da situação organizacional: do ambiente, da tecnologia empregada pela organização, das políticas e
diretrizes vigentes, da filosofia administrativa preponderante, da concepção existente na organização acerca
do homem e de sua natureza e, sobretudo, da qualidade e da quantidade dos recursos humanos disponíveis.
À medida que mudam esses elementos, muda também a forma de administrar os recursos humanos da
organização. Daí o caráter contingencial ou situacional da ARH, que não se compõe de técnicas rígidas e
imutáveis, mas altamente flexíveis e adaptáveis, sujeitas a um dinâmico desenvolvimento (Chiavenato, 2004).
A Administração de Recursos Humanos – ARH pode ter responsabilidade de linha e função de staff
(de assessoria) ao mesmo tempo. Responsabilidade de linha quando está constituída em uma área,
departamento, seção ou setor e staff, pois ao mesmo tempo assessora todas as áreas, departamentos,
seções e setores. Chiavenato (1999) assinala que seria injusto pensar que essa abordagem moderna
de agregar pessoas fosse responsabilidade apenas dos gerentes de linha. Ela é, acima de tudo, uma
responsabilidade de toda a equipe, que deverá estar devidamente preparada, com a ajuda de uma
consultoria interna e assessoria do órgão de recursos humanos, que exerce seu papel de staff.
Quadro 3
Lembrete
31
Unidade I
Quadro 4
O processo é entendido como uma série de atividades que fornecem valor a um cliente. O cliente do
processo não é necessariamente um cliente externo da empresa. Ele pode estar dentro da empresa. É o
chamado cliente interno.
Os processos básicos na gestão de pessoas são: prover, aplicar, manter, desenvolver e monitorar as
pessoas. São processos inter‑relacionados e interdependentes com uma interação que faz com que
qualquer alteração ocorrida em um deles provoque influência sobre os demais, as quais realimentarão
novas influências nos outros. Dentro de uma visão sistêmica, os cinco processos podem ser abordados
como subsistemas de um sistema maior (CHIAVENATO, 2004).
Observação
Políticas são orientações para medidas futuras baseadas em experiências passadas, crenças ou
valores. Por exemplo: em nossa empresa temos como política de recrutamento admitir pessoas que
possuem, no mínimo, o segundo grau completo (FALCONI, 1996, p. 305).
Portanto, as políticas são regras estabelecidas para governar funções e assegurar que sejam
desempenhadas de acordo com os objetivos desejados. Constituem uma orientação administrativa para
impedir que as pessoas desempenhem funções indesejáveis ou que coloquem em risco o sucesso de suas
funções específicas.
32
GESTÃO DE PESSOAS
processos de RH
influências ambientais influências organizacionais
externas internas
Figura 8
Políticas referem‑se às maneiras pelas quais a organização lida com seus membros e por intermédio
deles atingir suas metas, permitindo condições para o alcance dos objetivos individuais. Cada organização
desenvolve a Política de Recursos Humanos mais adequada à sua filosofia e suas necessidades. Assim, são
guias para a ação interna referentes à Gestão de Pessoas.
Política de cargos e salários — Quais os critérios de evolução dos cargos em suas respectivas
carreiras? Quais os procedimentos para dimensionar ou redimensionar atribuições e responsabilidades?
Como analisar o desempenho individual e do grupo de trabalho para aplicar a remuneração variável?
Quais os critérios de planejamento e alocação da força de trabalho disponível?
São seis os processos básicos de que se utiliza a gestão de recursos humanos na execução da tarefa, visando
integrar os diversos níveis da organização, tornando possível a execução dos objetivos do empreendimento.
1. Provisão (agregar pessoas) – Esse processo visa determinar quem irá trabalhar na organização
(conhecido como processo de recrutamento e seleção). Compreende atividades de: pesquisa do
mercado de trabalho, recrutamento dos profissionais que estejam enquadrados no perfil requerido
pelo solicitante, seleção daquele que apresenta melhor perspectiva de êxito no desempenho das
tarefas que são necessárias ao cargo.
2. Aplicação – Processo que determina o que as pessoas farão na organização (conhecido como
administração de recursos humanos). A este processo é atribuída a responsabilidade de descrever
o desenho dos cargos (perfil); indicar atribuições, requisitos de habilidades e responsabilidades;
direitos e deveres. Descreve, também, os métodos para integração dos novos empregados e os
procedimentos que irão avaliar o desempenho de cada um.
4. Desenvolvimento – Processo que visa apoiar o preparo e o desenvolvimento das pessoas dentro
da organização, de forma a criar estímulo ao constante aperfeiçoamento profissional e pessoal,
tanto no âmbito individual quanto no de grupo em todos os níveis hierárquicos. Conhecido como
treinamento e desenvolvimento, tem a responsabilidade de formular e executar a capacitação
técnica e psicológica do efetivo para assumir desafios mais complexos na organização.
5. Segurança – Processo que visa estabelecer disciplina e segurança, bem como qualidade de vida
no trabalho. Inclui higiene e segurança do trabalho e as relações sindicais.
2
Disponível em <www.marcovanni.kit.net/apostilas/ADM423Resumo01.doc>.
34
GESTÃO DE PESSOAS
6. Monitoração – Processo que visa saber como os indivíduos executam as atribuições que lhes são
confiadas na organização, identificando pontos fortes e fracos, e dar subsídio à alta administração
para a implementação das políticas de incentivo, de treinamento e de substituição. Conhecido
como auditoria de pessoal ou avaliação do desempenho3.
Para compreender como funcionam os processos de provisão, vamos entender como funciona o
ambiente em que a organização está inserida e de que modo ela busca as pessoas para inseri‑las no seu
sistema de trabalho.
processos de RH
influências ambientais influências organizacionais
externas internas
Figura 9
3
Disponível em <www.marcovanni.kit.net/apostilas/ADM423Resumo01.doc>.
35
Unidade I
O mercado de trabalho ou mercado de emprego é constituído pelos trabalhos ou empregos oferecidos pelas
organizações, em determinados lugar e época. É basicamente definido pelas organizações e suas oportunidades
de emprego. Quanto maior o número de organizações, em uma região específica, tanto maior o mercado de
trabalho e seu potencial de disponibilidade de vagas e oportunidades de emprego. O mercado de trabalho pode
ser segmentado por setores de atividades, por categorias (empresas metalúrgicas, de plásticos, bancos, financeiras
etc.), por tamanhos (organizações grandes, médias, pequenas e microempresas) ou ainda por regiões (São Paulo,
Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Recife etc). Cada um desses segmentos tem características próprias.
Em economia, o termo emprego designa o uso dos fatores de produção, que incluem a terra e o capital,
além do trabalho. O desemprego e o subemprego atingem principalmente os países em desenvolvimento.
O mercado de trabalho funciona em termos de oferta e procura, ou seja, disponibilidade de empregos
e demanda de empregos, respectivamente.
A oferta maior do que a procura representa excesso de ofertas de emprego por parte da organização
e escassez de candidatos para preenchê‑las. Consequências para a organização:
Existe um relativo equilíbrio entre o volume de ofertas e o volume de candidatos para preencher as
vagas quando a oferta equivale à procura.
Quando a oferta é menor do que a procura há pouca disponibilidade de ofertas de emprego por
parte das organizações; há escassez de oferta de emprego e excesso de candidatos para preencher
as vagas.
Saiba mais
37
Unidade I
Ao seguimento de operários não qualificados costuma‑se dar o nome de mercado de mão de obra,
que representa o mercado de recursos humanos constituído de pessoas não qualificadas, sem experiência
prévia e sem instrução básica (Chiavenato, 2004).
O comportamento das pessoas nas duas situações extremas do mercado de recursos humanos pode
ser visto abaixo:
Quadro 6
O termo rotatividade de pessoal, também conhecido por turnover, é definido pela flutuação
de pessoal entre uma organização e seu ambiente; em outras palavras, o intercâmbio de pessoas
entre a organização e o ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e saem da
organização. As razões para os desligamentos podem ser diversas, por exemplo: solicitação de
demissão por descontentamento com a política organizacional, falta de motivação, busca de
melhor oportunidade profissional, uma posição da organização pela busca de profissionais mais
capacitados ou pela busca de inovação.
38
GESTÃO DE PESSOAS
A rotatividade de pessoal ou turnover é expressa por meio de uma relação percentual entre as
admissões e os desligamentos com relação ao número médio de participantes da organização, no
decorrer de certo período de tempo. Quase sempre, a rotatividade é expressa em índices mensais ou
anuais para permitir comparações, seja para desenvolver diagnósticos ou para tomar providências
com caráter preditivo.
A+D
IRP = ( ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ )* 100
I+F
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
2
onde
D = desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos empregados)
dentro do período considerado (saídas);
EM = efetivo médio dentro do período considerado; pode ser obtido pela soma dos efetivos existentes
no início (I) e no final do período (F), dividida por dois.
Por exemplo:
Admita‑se que numa empresa foram feitas em um semestre 45 admissões de pessoal, tendo ocorrido
15 desligamentos de pessoal (tanto por iniciativa da empresa como por iniciativa dos empregados).
A+D 45 + 15
IRP = ( ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ )* 100 → IRP = ( ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ )* 100
I+F 1200 + 1230
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
2 2
60
IRP = ( ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ )* 100 → IRP = 0,0494*100 = 4,94%
1215
39
Unidade I
Quando se trata de analisar as perdas de pessoal e suas causas, não se consideram as admissões
(entradas) no cômputo do índice de rotatividade de pessoal, mas somente os desligamentos, sejam por
iniciativa da organização ou dos empregados (Chiavenato, 2004).
D
IRP = ( ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ )* 100
I+F
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
2
D
IRP = ( ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ )* 100
I 1+ I 2 + ... +I n
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
n
Onde:
A rotatividade de pessoal, diz Chiavenato (2004), não é uma causa, mas um efeito, a consequência
de certos fenômenos localizados interna ou externamente à organização que condicionam a atitude e
o comportamento do pessoal. Portanto, é uma variável dependente daqueles fenômenos internos e/ou
externos à organização. São eles:
Fenômenos externos
• situação de oferta e procura de recursos humanos no mercado;
• a conjuntura econômica;
• as oportunidades de empregos no mercado de trabalho.
40
GESTÃO DE PESSOAS
Fenômenos internos
• a política salarial da empresa;
• a política de benefícios da organização;
• o tipo de supervisão exercido sobre o pessoal;
• as oportunidades de crescimento profissional oferecidas pela organização;
• o tipo de relacionamento humano dentro da organização;
• as condições físicas ambientais de trabalho da organização;
• o moral do pessoal da organização;
• a cultura organizacional da empresa;
• a política de recrutamento e seleção de recursos humanos;
• os critérios e programas de treinamento de recursos humanos;
• a política disciplinar da organização;
• os critérios de avaliação do desempenho;
• o grau de flexibilidade das políticas da organização etc.
As informações a respeito desses fenômenos internos e externos são obtidas por meio das entrevistas
de desligamentos feitas com as pessoas que se retiram para diagnosticar as falhas e corrigir as causas
que estão provocando o êxodo do pessoal.
É importante salientar que toda organização tem certa rotatividade que pode ser positiva
ou negativa. Porém, se observarmos que as pessoas não adaptadas, não eficientes, ou seja, os
funcionários não essenciais, estão deixando a empresa, a rotatividade terá aspecto positivo. A
organização terá a oportunidade de substituição de um funcionário de baixo desempenho por
outro capacitado. Olhando pelo aspecto positivo, isso pode aumentar as chances para a organização
trazer ideias novas, estendendo a flexibilidade de aprendizagem organizacional e diminuindo a
necessidade de demissões.
Um dos problemas que o executivo de ARH encontra em economia competitiva é saber até quando
vale a pena perder recursos humanos e manter uma política salarial relativamente conservadora. Muitas
vezes, na manutenção de uma política salarial restritiva, o fluxo incessante de recurso humanos, por
meio de uma rotatividade de pessoal elevada, pode sair muito mais caro. Trata‑se, então, de avaliar a
alternativa mais econômica. A rotatividade de pessoal envolve vários custos, como: custos primários,
custos secundários e custos terciários, conforme Chiavenato (2004):
41
Unidade I
Os custos primários da rotatividade são custos diretamente relacionados à rotatividade das pessoas,
e são os seguintes:
Custo de integração
• despesas do órgão de treinamento (se for o órgão responsável pela integração do pessoal
recém‑admitido na organização; se a integração for descentralizada pelos vários órgãos do
42
GESTÃO DE PESSOAS
Custo de desligamento
• custo das indenizações pelo tempo anterior à opção pelo FGTS, conforme alguns casos;
Os custos secundários da rotatividade de pessoal são decorrentes dos reflexos da rotatividade. Podem
ser destacados:
Reflexos na produção:
• perda da produção causada pela vaga deixada pelo empregado desligado, enquanto este não for
substituído;
• produção inferior – pelo menos durante o período de ambientação – à do novo empregado no cargo;
• insegurança inicial do novo empregado e sua interferência no trabalho dos colegas.
• imagem, atitudes e predisposições que o empregado que está se desligando transmite aos colegas;
• imagem, atitudes e predisposições que o empregado que está se iniciando transmite aos colegas;
Custos extra‑laborais:
• despesas de pessoal extra ou horas extras necessárias para cobrir a vaga existente ou a deficiência
inicial do novo empregado;
• elevação do custo unitário de produção com a queda da eficiência média provocada pelo
novo empregado;
Custos extra‑operacionais:
• custo adicional de energia elétrica, devido ao índice reduzido de produção do novo empregado;
Custos extra‑investimentos:
• reflexos na imagem e nos negócios da empresa, provocados pela qualidade dos produtos ou
serviços executados por empregados inexperientes em fase de ambientação.
44
GESTÃO DE PESSOAS
A rotatividade de pessoal pelos seus inúmeros e complexos aspectos negativos, quando acelerada,
torna‑se um fato de perturbação. Principalmente quando forçada pelas empresas no sentido de
obtenção de falsas vantagens em curto prazo. O certo é que a médio e longo prazos a rotatividade
provoca enormes prejuízos à organização, ao mercado e à economia como um todo, e, principalmente,
ao empregado tomado individual ou socialmente, em relação à sua família.
3.4 Absenteísmo
O absenteísmo, também denominado ausentismo, é uma expressão utilizada para designar as faltas
ou ausências dos empregados no trabalho, incluindo a famosa meia falta (quando o empregado vai
trabalhar apenas na parte da tarde). Em um sentido mais amplo, é a soma dos períodos em que os
empregados da organização se encontram ausentes do trabalho, seja por falta, seja por atraso, devido
a algum motivo interveniente. Refere‑se a ausência nos momentos em que o empregado deveria estar
trabalhando normalmente (Chiavenato, 2004).
É importante observar que o absenteísmo nem sempre tem suas causas no funcionário, às vezes,
essas causas podem estar na organização, como:
• supervisão/gerenciamento deficiente;
7. problemas de transporte;
45
Unidade I
H * d PARADOS
IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100
EM * dTRABALHO
Onde:
Numa empresa trabalham 10 pessoas. Uma delas faltou ao trabalho dois dias e duas outras, três dias
cada. Considere‑se o mês com 22 dias úteis.
H * d PARADOS
IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100
EM * dTRABALHO
(1 * 2) + (2 * 3) 8
IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100 → IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100 = 3,64%
10 + 10 220
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 22
2
Fórmula para calcular o absenteísmo, incluindo atrasos e meias faltas, substituindo dias por horas:
H * h PARADOS
IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100
EM * hTRABALHO
46
GESTÃO DE PESSOAS
I+F
EM= efetivo médio calculado por ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
2
Exemplo:
O exemplo anterior serve, agora, considerando‑se horas, em vez de dias. Numa empresa trabalham
10 pessoas. Uma delas faltou ao trabalho dois dias (16 horas) e duas outras, três dias cada (24 horas).
Considere‑se o mês com 22 dias úteis (176 horas).
H * h PARADOS
IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100
EM * hTRABALHO
(1 * 16) + (2 * 24)
→ IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100
10 + 10
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 176
2
64
→ IA = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ * 100 = 3,64%
1760
O índice deve considerar determinado período: semana, mês ou ano. Algumas organizações o
calculam diariamente para comparações dos dias da semana.
47
Unidade I
• férias;
• licença de toda espécie;
• afastamentos por doença, por maternidade e por acidentes do trabalho.
Trata‑se de um índice de absenteísmo misto, pois inclui ausências legalmente amparadas. A escolha
do índice mais adequado depende da finalidade com que se pretenda utilizá‑lo4.
Quando a rotatividade assim como o absenteísmo são causados pela insatisfação dos funcionários
com relação à organização, a sugestão é que os gestores de RH façam uma análise sobre os programas
motivacionais, sobre o clima organizacional e sobre as expectativa dos seus funcionários com relação ao
seu papel e à execução de suas funções na organização.
Hackman; Oldham (1980) fizeram uma análise das condições básicas para promover o alto potencial
motivador e a satisfação no ambiente de trabalho e determinaram como essas condições podem ser
criadas. Sugeriram para isso três condições necessárias para a motivação interna, chamadas “estados
psicológicos críticos”, processos que ocorrem no interior das pessoas e não podem ser influenciados
durante o gerenciamento do trabalho. A saber:
• conhecimento dos resultados do seu trabalho;
• responsabilidade percebida pelos resultados do seu trabalho;
• significância percebida do seu trabalho.
Sendo essas propriedades subjetivas, os autores definiram, ainda, propriedades objetivas do trabalho
que podem ser avaliadas, mensuradas e modificadas e que promovem mudanças nos três estados
psicológicos. São cinco as características do trabalho:
• variedade de habilidade;
• identidade da tarefa;
• significação da tarefa;
• autonomia;
• feedback do trabalho.
4
Disponível em: <http://www.obcursos.com.br/downloads/RH_STF.pdf>.
48
GESTÃO DE PESSOAS
• a integração das atividades de qualidade e produção nas camadas mais inferiores das empresas;
Essas são atitudes e procedimentos que a organização pode adotar para evitar a rotatividade e o
absenteísmo organizacional. É preciso mudar o cenário organizacional, zelando pela administração de
recursos humanos de forma eficiente, com um planejamento adequado. Compreendendo que esses
recursos tão importantes não são apenas o pessoal que a organização trabalha, mas, principalmente, a
própria organização. Para tanto, é necessário um cuidado especial na escolha de quem serão as pessoas
que integrarão as equipes de trabalho e, o primeiro passo a ser dado é o recrutamento.
Lembrete
3.5 Recrutamento
Conforme Marras (2000, p.70), o recrutamento envolve um processo que varia conforme a
organização. O início do processo de recrutamento depende de decisão de linha. Entende‑se, assim,
que o RH não tem autoridade de efetuar qualquer atividade de recrutamento sem a devida tomada de
decisão por parte do departamento que possui a vaga a ser preenchida. Portanto, como o recrutamento
é uma função de staff, as providências dependem da decisão da linha, que é oficializada por meio de
uma requisição de pessoal. Para Marras (2000, p.71), o recrutamento são as instâncias que devem ser
exploradas na busca de recursos humanos para abastecer o processo seletivo da empresa.
49
Unidade I
Observação
Chiavenato (1999, p. 54) afirma que o problema básico do recrutamento é diagnosticar e localizar as
fontes supridoras de recursos humanos no mercado que lhe interessam especificamente, para concentrar
seus esforços de recrutamento.
Segundo Chiavenato (1995), o recrutamento pode ser dividido em três formas: interno, externo ou
misto.
• o recrutamento interno é feito na própria empresa; quando surge uma vaga, seu preenchimento
se dá por meio de remanejamento de empregados, promoção, transferência ou transferência com
promoção;
• o recrutamento externo é aquele feito fora da organização, isto é, a empresa busca candidatos
disponíveis no mercado ou atuantes em outras empresas;
50
GESTÃO DE PESSOAS
Recrutamento interno é aquele que atua sobre os candidatos que estão trabalhando
dentro de uma organização, a fim de promovê‑los ou transferi‑los para outras atividades mais
complexas ou mais motivadoras. O recrutamento interno, em geral, é usado principalmente
para buscar chefes dos primeiros níveis de supervisão. Na opção pelo recrutamento interno
devem‑se considerar os resultados:
A sugestão é que o primeiro passo na procura de pessoal seja sempre por meio do recrutamento
dentro da empresa, que não deve ser confundido com o recrutamento por meio dos funcionários. Essa
política, se adotada efetivamente, oferece diversas vantagens e desvantagens.
Proximidade: por já estar integrado à empresa, o aspirante ao posto de trabalho onde atua na
organização torna‑se um candidato em potencial com maiores possibilidades de êxito no preenchimento
da vaga anunciada pela companhia.
51
Unidade I
Rapidez: pela proximidade e pela identificação entre os vários quadros de pessoal da própria
organização, o preenchimento de vagas disponíveis torna‑se bem mais rápido.
A maior vantagem do recrutamento interno está na política de valorização do profissional, haja vista
a elevação do moral interno. O reconhecimento otimiza o aprimorando dos funcionários com relação a
seus conhecimentos, aumentando suas capacitações e, seguramente, estimula os demais colaboradores
a buscar a excelência. Outro fator de vantagem do recrutamento interno é que, mesmo que se contrate
o melhor candidato externo, não se terá garantia de que o seu desempenho será bom, visto que uma
série de variáveis ligadas a sua adaptação no novo ambiente organizacional poderá influenciar no
desempenho do candidato. Com o candidato interno essa adaptação ocorrerá em menor grau de risco
ou dificuldade.
As organizações recorrem a fontes externas, em geral, para os cargos de auxiliares do nível mais
baixo, operários não qualificados, funções raras e muito especializadas, trainees de gerência, para sua
expansão e também para o preenchimento de posições cujas especificações não podem ser satisfeitas
pelo pessoal existente na empresa. Quando uma organização opta por uma política de recrutamento
externo, pode‑se entender que ela possui um turnover excessivo, ou não acredita no potencial do
seu pessoal. Isso ocorre, principalmente, porque a organização não tem um sistema de capacitação,
52
GESTÃO DE PESSOAS
treinamento e desenvolvimento de pessoal, ou, ainda, devido a uma grande expansão em seus negócios.
Porém, nem sempre o recrutamento externo é menos favorável do que o recrutamento interno.
• requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos, o que cria custos operacionais;
53
Unidade I
Segundo Chiavenato (1995), uma empresa nunca faz um recrutamento interno sem fazer um
recrutamento externo. Um sempre deve complementar o outro, pois quando um funcionário muda
de posição, automaticamente um cargo ficará vago. O recrutamento misto pode ser adotado por três
funções: inicialmente recrutamento externo seguido de recrutamento interno; e recrutamento externo
e recrutamento interno concomitantemente.
Entre os meios mais comumente usados para fontes externas encontram‑se as seguintes técnicas
de recrutamento:
• Anúncios: podem ser abertos com a identificação da empresa ou fechados. Podem ser inseridos
em veículos específicos como jornais e revistas técnicas, especificas ou não e jornais de grande
circulação. Os anúncios têm forte impacto no mercado, mas com pouca duração e, como fator
negativo, requerem um sistema de apoio para recepção e triagem inicial;
• Contato com escolas, universidades: muitas organizações fazem diligências especiais para
estabelecer relações construtivas com alunos e administradores de faculdades. Nesse caso, as
instituições de ensino indicam os candidatos de acordo com o perfil intelectual, o desempenho
escolar e a dinâmica pessoal para solução de problemas;
• Cartazes ou anúncios locais ou quadros de aviso na portaria: são editais colocados nos locais
de trânsito dos funcionários para divulgar oportunidades de trabalho dentro da empresa, é uma
técnica simples e barata;
54
GESTÃO DE PESSOAS
Saiba mais
As técnicas de recrutamento citadas são os veículos por meio dos quais a organização divulga a
existência de uma oportunidade de trabalho. São fundamentalmente meios de comunicação. Essas
técnicas são escolhidas de acordo com os fatores custo e tempo e, ainda, de acordo com o veículo mais
indicado para o recrutamento externo. Quanto maior a urgência para o recrutamento do candidato,
maior será o custo da técnica a ser aplicada. Portanto, quando o recrutamento externo é desenvolvido
de maneira contínua e sistemática, a organização pode dispor de candidatos a um custo menor dentro
do processo.
55
Unidade I
3.6 Seleção
A seleção tem como objetivo escolher, entre os candidatos atraídos pelo recrutamento, aqueles que
correspondem ao perfil do cargo desejado pela empresa. Para Chiavenato (1999), a seleção busca, dentre
os vários candidatos recrutados, aqueles que são mais adequados aos cargos existentes na organização,
visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização.
Para Marras (2002, p.79), o processo de seleção de pessoal baseia‑se fundamentalmente na análise
comparativa de dois itens, que são:
• especificações do cargo (“o que o cargo requer”) – variável obtida por meio da análise e
descrição do cargo, para saber quais os requisitos que o cargo exige de seu ocupante;
• características do candidato (“o que o candidato oferece”) – variável obtida por meio da
aplicação de técnicas de seleção, para saber quais as condições pessoais para ocupar o cargo.
Após a comparação entre as características exigidas pelo cargo e as oferecidas pelos candidatos, o
processo de seleção apenas deve verificar quem é aceito ou não para o cargo ao qual estão sendo comparados.
É frequente, no processo de seleção, vários candidatos apresentarem condições aproximadamente
equivalentes para serem indicados para ocupar o cargo. Nesse caso, Chiavenato (1999, p.108) recomenda
que, como o órgão de seleção não pode impor ao órgão requisitante a aceitação dos candidatos aprovados
no processo de comparação, o mesmo pode apenas prestar o serviço especializado, aplicando as técnicas
de seleção, e recomendar aquele candidato que julgar mais adequado ao cargo, ressaltando que é de
responsabilidade do órgão requisitante a decisão final: aprovar ou rejeitar os candidatos apresentados.
A seleção nem sempre significa escolher os que revelam aptidões ou capacidades nos índices mais elevados.
É simplesmente a escolha dos melhores, daqueles que convêm a um determinado plano de ação, pois que
os escolhidos, muitas vezes, não são os de nível mais elevado, e sim os mais adequados a uma situação
predeterminada, diz Santos (1985, p.161). As técnicas de seleção permitem uma avaliação das características
pessoais dos candidatos por meio de amostras de seu comportamento. Para isso, Milkovich (2000, p.111) afirma
que é fundamental compreender a ligação entre os objetivos da organização e a estratégia de seleção. Ele
verifica também a importância de ela partir diretamente da análise das metas organizacionais que indicarão
os papéis e contribuições necessárias para o trabalho que determinarão as características a serem buscadas
nos candidatos e que, finalmente, guiarão as escolhas dos métodos de seleção e da avaliação da sua eficácia.
Depois de reunidas as informações sobre o cargo a ser preenchido, o passo seguinte é a escolha
das técnicas de seleção para conhecer e escolher os candidatos adequados. Elas se agrupam em
cinco categorias: entrevistas, provas de conhecimento ou capacidade, testes psicométricos, testes de
personalidade e técnicas de simulação (Chiavenato, 1999, p.114).
Segundo Robbins (2000, p.236), dois requisitos são fundamentais para os métodos de seleção a
serem utilizados, um dos quais é a validade, pois deve haver uma relação comprovada entre o dispositivo
de seleção e algum critério relevante. Além de ser válido, um dispositivo de seleção deve demonstrar
confiabilidade, ou seja, indicar se o dispositivo mede constantemente a mesma coisa.
56
GESTÃO DE PESSOAS
Nesse sentido, Gross; Lima (2004) dizem que, na prática, as empresas utilizam geralmente mais
de uma técnica de seleção, dependendo do cargo a ser ocupado. Cada uma pode auxiliar as demais,
fornecendo um amplo conjunto de informações sobre o candidato e representando um preditor para um
bom desempenho futuro do cargo. Como afirma Balerini apud Cross; Lima (2004): “Independentemente
do instrumento utilizado, uma coisa é certa: nenhum deles, sozinho, consegue avaliar profundamente
um candidato. Essas técnicas se complementam e podem fornecer uma visão mais ampla do profissional
que se busca no mercado”.
Segundo Gross; Lima (2004), os processos seletivos que envolvem a verificação dos perfis
de competências estão ganhando espaço cada vez maior nas empresas, pois as competências
comportamentais têm sido foco do mercado de trabalho. Antigamente, se observava apenas a habilidade
técnica do profissional. Mas, hoje, esse quadro mudou. Balerini (2003) afirma que a organização precisa
ter previamente definidas as competências essenciais consideradas sustentadoras de seus negócios.
Normalmente, essas competências são formadas por:
• a da seleção realizada com maior foco e objetividade por meio de uma ferramenta consistente e
de fácil utilização;
• mais consistência na identificação de comportamentos específicos relevantes para a vaga;
• maior facilidade de avaliação de desempenho futuro;
57
Unidade I
Esta técnica também é utilizada para apoiar o processo de recrutamento, visto que possibilita uma
primeira triagem antes da seleção. Nessa técnica se avaliam os requisitos em x e “y”, sendo “x” requisitos
do cargo a ser preenchido e “y” perfil das características do candidato.
• Se x > y – o candidato não atinge as condições ideais para ocupar um cargo determinado;
• visão global;
• espírito de integração;
• resistência à frustração;
• Análise curricular
Corresponde a uma das primeiras fases do processo de seleção e visa fazer uma pré‑seleção dos
candidatos, eliminando os que não tenham os pré‑requisitos desejados pela organização. Depois de uma
58
GESTÃO DE PESSOAS
pré‑seleção, faz‑se uma análise cuidadosa do currículo de cada candidato para que as próximas fases
sejam direcionadas a seus conhecimentos, habilidades e atitudes específicas.
Observação
Quadro 8
• Entrevista de seleção
Para Chiavenato (1999, p.100), a entrevista de seleção é a técnica mais amplamente utilizada
independentemente do porte da empresa. Afirma ainda que, embora careça de base científica
e se situe como a técnica mais subjetiva e imprecisa de seleção, a entrevista pessoal é aquela
que mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos, e que, como todo processo de
comunicação, a entrevista sofre de todos os males – como ruído, omissão, distorção, sobrecarga
e, sobretudo, barreiras ‑ sendo imprescindível o treinamento adequado dos entrevistadores
para uma melhor construção do processo de entrevista. Portanto, os entrevistadores devem
ser treinados, preparar previamente a entrevista (pesquisar sobre o cargo e ler os currículos),
escolher bem o ambiente de sua realização, não fugir de seu conteúdo e atentar para o
comportamento do candidato.
59
Unidade I
Entradas
* perguntas
* estímulos
entrevistador entrevistado
(tomada de (caixa preta)
decisão)
* respostas
* reações
Saídas
Figura 10
Segundo Dessler (1998), a entrevista é de longe o procedimento mais amplamente usado no processo
de seleção, pois o contato pessoal é uma das melhores formas de se extraírem conclusões da pessoa que
será inserida no processo de trabalho da organização.
É muito importante estar preparado para fazer uma entrevista. Primeiramente, leia atentamente, e
com antecedência, o currículo do candidato. Anote suas dúvidas e pontos que precisam ser esclarecidos.
1. Se o candidato foi bem treinado, ele vai contar sobre grandes projetos
como se ele tivesse sido o grande responsável por tudo. Você vai ter
que extrair dele qual foi, EXATAMENTE, a participação dele. Em alguns
casos você vai ter que perguntar 2 ou 3 vezes até obter a resposta
exata.
2. Teste sempre o candidato, por exemplo, se o currículo diz que ele fala
Inglês, então fale 5 minutos em inglês com ele. Pergunte sempre:
60
GESTÃO DE PESSOAS
• “Tem hobby ? Gosta de ler? Qual o último livro que você leu?”
– todo mundo diz que os hobbies são cinema e leitura, mas
não conseguem falar o nome do último filme ou livro que
leram – mau sinal...
Marras (2000) diz que o processo da entrevista deve ser sempre conduzido com extremo
profissionalismo. Por um lado o candidato deve ser levado a agir como alguém que pretende,
de maneira séria, “vender” um produto: seu conhecimento, sua maneira de ser, suas habilidades
e suas experiências. Por outro lado, o selecionador deve passar a imagem de alguém disposto a
ouvir com atenção e interesse todo o depoimento, questionar com inteligência, colocar sutilmente
o candidato em situações de avaliação e, finalmente, não permitir expectativas antecipadas com
relação ao resultado da entrevista. Numa entrevista, os campos de pesquisa sobre a bagagem pessoal
(CHA – conhecimento, habilidade e atitude) de um indivíduo são: personalidade, vida profissional,
educacional e social.
• Tipos de entrevistas:
— Entrevista padronizada apenas nas perguntas: possui perguntas previamente elaboradas, mas
que permitem resposta aberta (checklist).
— Entrevista não diretiva: entrevista totalmente livre e que não especifica nem as questões nem
as respostas requeridas.
Avaliam o nível de conhecimentos gerais e específicos dos candidatos exigido pelo cargo
a ser preenchido. Procuram medir o grau de conhecimentos profissionais e técnicos, ou ainda,
constituem amostras de trabalho que são utilizadas como testes para verificar seu desempenho.
Em decorrência de sua enorme variedade, as provas de conhecimento ou de capacidade são
classificadas quanto a: sua forma de aplicação (provas orais, escritas e provas de realização),
61
Unidade I
As provas podem ser referentes aos conhecimentos gerais, como cultura geral, línguas, e específicos:
cultura profissional e conhecimento técnico.
• Testes psicométricos
Segundo Chiavenato (1999, p.122), os testes psicométricos constituem uma medida objetiva
e estandardizada de uma amostra do comportamento no que se refere a aptidões da pessoa. São
utilizados como medida de desempenho e se baseiam em amostras estatísticas de comparação, sendo
aplicados sob condições padronizadas. Os testes psicométricos focalizam principalmente as aptidões.
Servem para determinar o quanto elas estão presentes em cada pessoa com a finalidade de prever o
seu comportamento em determinadas formas de trabalho. Baseiam‑se nas diferenças individuais das
pessoas e analisam o quanto variam as aptidões de um indivíduo em relação às estatísticas de resultados
em amostras (Cross; Lima, 2004).
• Testes de personalidade
• Técnicas de simulação
• Verificação de referências
Neste capítulo são vistas as políticas referentes aos processos de aplicar pessoas, basicamente
processos referentes a desenhos de cargos e avaliação de desempenho.
63
Unidade I
processos de RH
influências ambientais influências organizacionais
externas internas
Figura 11
Chiavenato (1997) diz, ainda, que socializar é uma forma de estabelecer, junto ao funcionário,
bases e premissas com as quais a organização pretende funcionar e como o funcionário poderá
colaborar nesse aspecto. No caso da contratação, os gerentes procuram induzir a adaptação do
indivíduo às necessidades e objetivos da organização, enquanto o novo participante da mesma busca
influenciá‑la para criar uma situação de trabalho que lhe gere satisfação e possibilidade para alcançar
os seus objetivos pessoais.
64
GESTÃO DE PESSOAS
Quadro 9
Segundo Chiavenato (2005, p.175), as empresas precisam promover a socialização dos novos
funcionários, o que pode acontecer por meio de vários programas de integração:
65
Unidade I
1. formal ou informal:
• informal coloca o funcionário imediatamente em seu cargo com pouca ou nenhuma atenção.
3. uniforme ou variável:
4. seriado ou randômico:
• seriado utiliza papéis que treinam e encorajam como nos programas de aprendizagem e tutoria;
• randômica não utiliza papéis e os novos funcionários atuam por conta própria.
5. reforço ou eliminação:
• reforço confirma e apoia certas qualidades e qualificações do novo funcionário para o sucesso no cargo;
Para Boog (1980, p.273), treinamento de integração se refere a um conjunto de práticas, como
reuniões, projeções de filmes ou slides, visitsa às instalações da empresa etc. mais ou menos regulares e
semelhantes entre empresas.
Manual do funcionário
67
Unidade I
Os cargos constituem a base da aplicação das pessoas nas tarefas organizacionais e constitui
uma das maiores fontes de expectativas de desenvolvimento, crescimento e motivação nas
organizações.
Conceituamos cargo como todas as atividades desempenhadas por uma pessoa que podem ser
englobadas em um todo unificado e que ocupam uma posição na estrutura da organização. O cargo
consiste em um conjunto de deveres e responsabilidades que o tornam separados e distintos dos demais
cargos. Segundo Pontes (2002, p.41), cargo “é o agregado de funções substancialmente idênticas quanto
à natureza das tarefas executadas e especificações exigidas, o que leva a considerar que numa empresa
existe um número muito menor de cargos em relação ao número de funções”. Assim, um cargo se
caracteriza em colocar minuciosamente o que cada funcionário desenvolve (o que ele faz, por que ele
faz, como ele faz), de maneira a promover um retrato simplificado do conteúdo das principais atividades
e responsabilidades.
A tarefa, assim como a atribuição, é toda atividade individualizada e executada por um ocupante de
determinado cargo. Enquanto função é um conjunto de tarefas ou de atribuições exercido de maneira
mais sistemática e reiterado por um ocupante de cargo.
É de suma importância que a empresa tenha sua análise e descrição de cargos para conhecer as
características, as habilidades, as aptidões e os conhecimentos que precisam ter os funcionários, para
melhor administrá‑los (Chiavenato, 1999). A análise e a descrição de cargos é a base fundamental de
todo e qualquer trabalho de administração de recursos humanos, pois dá subsídios para o recrutamento
e seleção, treinamento, administração de salários e avaliação de desempenho.
68
GESTÃO DE PESSOAS
Áreas de Atuação
níveis
hierárquicos
responsabilidade
cargo
autoridade
Figura 12
Paschoal (2001) entende que devido à divisão do trabalho e consequente especialização funcional, as
necessidades básicas de recursos humanos para a organização, seja em quantidade ou em qualidade, são
estabelecidas por meio de um esquema de descrição e especificações de cargos. As descrições de cargos
relacionam as tarefas, os deveres e as responsabilidades, enquanto as especificações se preocupam com
os requisitos necessários ao ocupante.
• título do cargo;
• responsabilidades como um todo, incluindo tarefas a serem realizadas que darão subsídios à
formulação do conteúdo do cargo;
• relações: reporta‑se a quem supervisiona quem, tem contato com quem, trabalha com quais
departamentos (organograma);
Feita a descrição do cargo, o próximo passo é a análise. A análise de cargo estuda e determina todos
os requisitos qualificativos, as responsabilidades envolvidas e as condições exigidas para o desempenho
adequado do cargo. Analisar um cargo significa, portanto, buscar informação a respeito do que o
funcionário faz e os conhecimentos, habilidades e capacidades que ele precisa ter para desempenhar
o cargo com eficiência. Isso é feito por meio de um processo sistemático de coletar dados para tomar
decisões a respeito de cargos.
A análise concentra‑se em quatro áreas de requisitos, que podem ser aplicadas, em geral, a qualquer
tipo ou nível de cargo:
Cada uma dessas áreas de requisito é dividida em vários fatores de especificações. Esses fatores, por
meio de um tratamento estatístico, poderão ser transformados em fatores de avaliação de cargos. Dessa
forma, a análise de cargos pode ser montada dentro de um esquema de padronização que facilitará a
coleta de informações.
Desenho de cargos é a especificação do conteúdo das tarefas, dos métodos para executá‑las e das
relações com os demais cargos existentes. O desenho de cargos é a maneira pela qual um cargo é criado,
projetado e combinado com outros para execução de tarefas maiores. O desenho de cargos representa
o modo pelo qual os administradores projetam os cargos individuais e os combinam em unidades e
departamentos. Segundo Chiavenato (1999), é uma composição de todas as atividades desempenhadas
por uma pessoa ‑ o ocupante ‑ que podem ser englobadas em um todo unificado e que figura em certa
posição formal do organograma da empresa.
70
GESTÃO DE PESSOAS
• hierarquia;
• divisão do trabalho;
• amplitude de controle;
• disciplina rígida;
• unidade de comando;
• especialização funcional;
• cadeia de comando;
• comunicação formal;
• valor de acordo com posição hierárquica.
Segundo Chiavenato (2002), desenhar um cargo significa, portanto, definir condições fundamentais, como:
• quais os métodos ou como esse conjunto de tarefas ou atribuições deverá ser desempenhado
pelo funcionário com relação aos métodos e processos;
• quem é o responsável (supervisor, chefe, coordenador) a quem o funcionário que ocupa o cargo
deverá reportar‑se (superior imediato);
• quais as relações com os demais cargos dentro do processo, objetivando satisfazer os requisitos
tecnológicos, sociais e os requisitos pessoais do funcionário que ocupa o cargo.
Entende‑se por conteúdo do cargo as informações que o funcionário precisa obter para realizar as
tarefas sob sua responsabilidade:
• por que fazer – esta informação caracteriza o valor do cargo, seja: filosófico ou social; objetivos
do cargo, metas e resultados.
71
Unidade I
periodicidade: diária/semanal
mensal
quando faz anual
esporádica
objetivos do cargo,
por que faz metas e resultados a atingir
Figura 13
Os desenhos de cargos começaram a surgir na década de 60, orientados por cientistas comportamentais
preocupados com os objetivos organizacionais. Entre eles, podemos citar:
O modelo do desenho clássico projetava a estabilidade, sem mudanças; projetava cargos dentro
de uma lógica segmentada e fragmentada, com tarefas simples, repetitivas e facilmente treináveis.
72
GESTÃO DE PESSOAS
Modelo mecanicista
• divisão de trabalho;
• fundamentado na estrutura;
• baseado em ordens;
Modelo contingencial
da organização; a tarefa a ser desempenhada e a pessoa que irá desempenhá‑la (Hackman, Lawler
III; Edward E.). Os autores representam uma abordagem ampla e atual baseada nas cinco dimensões
essenciais do cargo:
1. variedade: uso de uma diversidade de equipamentos e procedimentos para tornar o cargo menos
repetitivo e menos monótono.
2. autonomia: é o grau de independência e de critério pessoal que o ocupante tem para planejar e
executar o trabalho.
3. significado das tarefas: é o reconhecimento que o cargo provoca nas pessoas.
4. identidade com a tarefa: ocorre à medida que a pessoa executa um trabalho total e abrangente,
cujo resultado final é um produto seu, uma realização sua, que lhe dá uma noção da totalidade,
extensão e do objetivo a alcançar.
5. retroação: é a informação de retorno sobre como está indo na sua atividade, a qual é proporcionada
pelo próprio resultado de seu trabalho5.
Enriquecimento do cargo
As cinco dimensões acima apontadas proporcionam condições para que o funcionário tenha satisfação
intrínseca como responsável pelo resultado do cumprimento da tarefa que realiza, provocando, assim,
três estados psicológicos nas pessoas:
• percepção do significado;
• percepção das responsabilidades pelos resultados;
• conhecimento dos resultados.
5
Disponível em: <http://www.partnerh.com.br/rhgeral/>.
74
GESTÃO DE PESSOAS
Bueno (2002) sugere algumas práticas administrativas que geram motivação e podem enriquecer o
cargo/tarefa:
Quadro 10
• responsabilidade, desenvolvimento e
• atribuir tarefas específicas ou progresso.
especializadas a cada um dos
empregados, permitindo‑lhes que
se tornem especialistas.
A partir dessas análises é possível, então, propor o agrupamento dos fatores relacionados à motivação
em cinco itens:
a. busca do sentido: para sentir‑se motivado, é preciso que o trabalhador perceba um sentido em
seu trabalho.
c. educação: para sentir‑se motivado é preciso que o trabalhador sinta‑se capaz de atingir seus
objetivos.
75
Unidade I
d. comunicação: para se manter a motivação, é preciso que se estabeleça entre líderes e liderados
uma comunicação que preserve a estima.
Bueno (2002) sugere 20 itens para enriquecer tarefas, mantendo as pessoas motivadas:
6. Aprender quais as atividades desenvolvidas pelos empregados quando dispõem de tempo livre.
13. Verificar se o empregado dispõe das ferramentas para realizar o melhor trabalho.
76
GESTÃO DE PESSOAS
20. Dar aos funcionários uma razão financeira para serem excelentes. Isto significa incluir participação
nos lucros.
Modelo contingencial, portanto, depende da adequação entre as diferenças individuais das pessoas
e as tarefas envolvidas. As variáveis desse modelo são a estrutura da organização; a tarefa a ser
desempenhada e a pessoa que irá desempenhá‑la. Por ser dinâmico, encontramos a necessidade de
enriquecer o cargo. Esse método gera menor absenteísmo em virtude do comprometimento e sentimento
de responsabilidade no cargo. Métodos aplicados: empowerment e downsizing.
Empowerment
Significa o fortalecimento das pessoas que trabalham em equipe, com responsabilidade total por
metas e resultados e completa liberdade para tomar decisões. Empowerment exige pessoas treinadas e
capacitadas e impõe as seguintes condições:
• peça opiniões;
Downsizing
O downsizing é a redução dos níveis da gestão e da dimensão da organização por meio da anulação
de áreas produtivas não essenciais, permitindo uma maior flexibilização da estrutura. A aplicação prática
do downsizing consistiu, em geral, no corte de custos em áreas consideradas não essenciais, resultando
na demissão de funcionários.
Segundo Chiavenato (1999), a avaliação de cargos (job evalution) se dá por meio da aplicação de
critérios comuns para analisar e comparar seu conteúdo, para colocá‑los numa ordem de classes e
utilizar um sistema de remuneração. Os métodos de avaliação de cargos mais utilizados são:
77
Unidade I
O método de escalonamento, de acordo com Carneiro (1970), é o mais antigo de que se tem
registro na história da avaliação de cargos. Devido a esse fator, pode‑se considerá‑lo o mais
rudimentar e o mais singelo. Ele resume‑se a uma comparação simples entre os cargos. Para tanto,
tem que os dispor em um rol crescente em relação a algum critério de comparação. Para sua
realização há duas formas:
• a primeira seria, respectivamente, por meio de uma definição de critérios para comparação
entre os cargos, estabelecer dois pontos extremos para serem colocados em um rol e
posteriormente uma comparação dos demais cargos entre si. O escalonamento constitui a
própria classificação.
• a segunda alternativa seria, após definir os critérios de comparação entre os cargos, definir
alguns de referência (cargos‑chave) e dispor os mesmos em um rol de forma crescente. Os
demais são comparados com eles e dispostos no rol. Assim, o rol dos cargos constitui a própria
classificação.
b) Escolher os fatores de avaliação. Zimpeck (1992) sugere cinco que seriam comuns a todos os
cargos da empresa (requisitos mentais, aptidões, requisitos físicos, responsabilidade e condições
de trabalho). Porém, por serem fatores generalizados, ressalta a importância de subdivisões, além
da definição do significado de cada um, para haver maior clareza.
c) Escalonar os cargos e seus salários divididos entre os fatores. Atribuir valores monetários para
cada fator de cada cargo, a fim de assegurar coerência entre eles.
d) Fazer a montagem da matriz de escalonamento e de avaliação dos fatores que irá mostrar as
diferenças relativas entre os cargos. É a escala comparativa de cargos que servirá de base para
avaliação de todos os cargos da organização.
78
GESTÃO DE PESSOAS
Como podemos verificar, esse método utiliza o principio do escalonamento. Esta é uma técnica
analítica, no sentido de que os cargos são comparados por meio de fatores de avaliação.
Para melhorar a compreensão desse método, abaixo está a criação do método de comparação de
fatores atribuída a Eugene Benge (1971) que propôs cinco fatores genéricos, a saber:
1. requisitos mentais;
2. habilidades requeridas;
3. requisitos físicos;
4. responsabilidade;
5. condições de trabalho.
O método de comparação por fatores, segundo Fernandes et al (2007), exige as seguintes etapas que
devem ser desenvolvidas após a análise de cargos:
b. Definição do significado de cada um dos fatores de avaliação: quanto melhor a definição dos
fatores, tanto maior a precisão do método.
c. Escolha dos cargos de referência: permite as comparações dos cargos. Os cargos de referência são
escolhidos para facilitar o manuseio dos fatores de avaliação.
d. Escalonamento dos fatores de avaliação: cada cargo referenciado é avaliado por meio do
escalonamento dos fatores de avaliação.
e. Avaliação dos fatores nos cargos de referência: tomando‑se por base os cargos de referência, os
fatores devem ser posicionados e ponderados quanto a sua contribuição individual para o total,
de modo que a soma total dos salários obtida para um cargo de referência possa ser dividida e
considerada em termos absolutos para cada fator.
79
Unidade I
O método de avaliação de pontos, segundo Zimpeck (1992), é o que tem merecido uma excepcional
preferência na generalidade das empresas. Para realizar a avaliação de cargos por meio deste método é
necessário:
• aplicar fatores capazes de estabelecer diferenças de requisitos entre o grupo de cargos a avaliar,
adotando‑se uma amostra de cargos em vigor, chamados “cargos‑chave”. Esse procedimento se
torna necessário devido à quantidade de cargos existentes em organizações de grande porte.
• subdividir os fatores em graus, conforme o número de exigências a medir. Os graus são ponderados,
recebendo determinado número de pontos de acordo com a sua importância. A soma dos pontos
obtidos por um cargo em todos os fatores será a sua avaliação. Apesar de complexo, esse sistema
prevê resultados precisos e tem a sua aplicação um pouco mais fácil do que os outros métodos.
Segundo Fernandes et al. (2007), esse método é também denominado avaliação por fatores e
pontos. Criado pelo americano Merril R. Lott, tornou‑se o método de avaliação de cargos mais usado
nas empresas. As técnicas são:
— analítica: cargos são comparados por meio de fatores de avaliação em suas partes componentes;
— quantitativa: são atribuídos valores numéricos para cada elemento do cargo e um valor total
é obtido pela soma dos valores numéricos.
O método de avaliação por pontos se fundamenta na análise de cargos e exige as seguintes etapas:
1. Escolha dos fatores de avaliação: são os mesmos fatores de especificações escolhidos para o
programa de análise de cargos e são constituídos por quatro grupos de fatores:
a) requisitos mentais;
b) requisitos físicos;
c) responsabilidades envolvidas;
d) condições de trabalho.
2. Ponderação dos fatores de avaliação: é feita de acordo com a importância relativa de cada
fator, já que eles não são idênticos em sua contribuição ao desempenho dos cargos, requerendo
ajustamentos compensatórios.
3. Montagem da escala de pontos: a etapa seguinte é a atribuição de valores numéricos aos graus
de cada fator. Geralmente o grau mais baixo de cada fator corresponde ao valor da percentagem
de ponderação.
80
GESTÃO DE PESSOAS
5. Avaliação dos cargos por meio do manual de avaliação: passa‑se a avaliar os cargos.
Tomando‑se um fator de cada vez, se comparam com ele todos os cargos.
Delineamento da curva salarial é a conversão dos valores dos pontos em valores monetários. Deve‑se
ressaltar que isso não significa que a relação numérica entre os cargos indique uma diferenciação
precisa em valores monetários.
Lembrete
A avaliação de desempenho é uma ferramenta gerencial utilizada pelo RH, objetivando identificar
funcionários com necessidade de treinamento para ganhar mais habilidade e domínio sobre suas
atividades e atingir metas e objetivos. Outra finalidade da avaliação é identificar funcionários com
potencial para ocupar outras funções que exijam maior qualificação e habilidades.
Esforço
Individual Desempenho
Percepção de que
as recompensas Percepção
dependem de esforço do papel
Figura 14
Lefton (1977) conceitua a avaliação de desempenho como sendo uma discussão formal entre
superior e subordinado, visando descobrir como e por que o subordinado desempenha seus trabalhos
presentemente e como pode efetuá‑los no futuro, de modo a beneficiar a organização.
Lucena (1992, p.26) entende avaliação de desempenho como a verificação da “atuação da força de
trabalho na produção de resultados”; reforçando que “o conceito de avaliação de desempenho abrange
como premissa básica a confrontação de algo que acontece (resultado) com algo que foi estabelecido
antes (meta)”.
• O gerente: na maioria das empresas cabe ao gerente a responsabilidade pelo desempenho dos
seus subordinados e pela sua constante avaliação e comunicação dos resultados. A assessoria do
órgão de RH é essencial, pois ele estabelece os meios e os critérios para a avaliação.
82
GESTÃO DE PESSOAS
• Avaliação por cima: a equipe avalia o seu gerente. Como ele proporcionou os meios e os recursos
para a equipe alcançar os objetivos e como ele poderia incrementar a eficácia da equipe.
O ato de retornar ou comunicar ao funcionário como está ou foi seu desempenho em determinada
tarefa é uma importante ferramenta motivacional. O bom senso nos permite avaliar que o
funcionário não se destaca em suas atividades somente pelo desempenho, mas o reconhecimento
pelo trabalho bem feito é uma fonte inesgotável de estímulos positivos à continuidade das
atividades bem executadas. Segundo Davis (1992, p.65), “o feedback pelo desempenho tende a
encorajar uma melhor performance e gera uma realimentação que representa um instrumento
motivacional especialmente poderoso”.
Thomas; Bretz Jr. (1994) apresentam um estudo sobre as práticas associadas à avaliação de
desempenho, com base numa pesquisa realizada pela Cornell University, junto às 100 maiores empresas
83
Unidade I
dos Estados Unidos, de acordo com a “Revista Fortune”. Tal estudo, no entendimento dos autores “provê
algumas perspectivas no enigma da avaliação de desempenho”, a saber:
Lucena (1992, p.18) relaciona alguns pontos que, no seu entendimento, evidenciam a importância
da gerência do desempenho:
• necessidade de a organização saber se seus objetivos estão sendo alcançados;
• necessidade de assegurar‑se de que o desempenho (individual e de equipe) está a contento;
• necessidade de reconhecimento da “contribuição” dos empregados;
• promoção do “desenvolvimento de habilidades” e da “capacitação” dos empregados.
pessoas devem ser orientadas para tanto sem temor. Os principais objetivos da avaliação do
desempenho são:
• oferecer conhecimento profundo quer do empregado, com a sua personalidade específica, quer
das funções que lhe são atribuídas;
• oferecer retroação aos funcionários sobre suas atividades;
• trazer informação ao colaborador sobre o que o líder da sua equipe pensa a seu respeito, a respeito
do seu desenvolvimento, sempre com o objetivo de facilitar o aconselhamento e a orientação dos
membros da equipe de trabalho;
• levantar as potencialidades dos funcionários, assim como suas deficiências;
• melhorar os níveis de supervisão com relação à orientação adequada dos colaboradores atendendo
às suas aptidões, capacidades e interesses;
• detectar necessidades de formação.
Thomaz e Bretz Jr. (1994) dizem que o processo de medição de desempenho caminha sobre uma
linha tênue, onde os agentes envolvidos apresentam‑se em lados opostos.
O autor considera a escolha de um desses métodos como sendo “parcial e perigosa”, afirmando
haver necessidade de uso dos dois grupos.
Para o primeiro grupo, os instrumentos mais conhecidos, segundo Bergamini (1992) são:
85
Unidade I
• lista de verificação: a partir de uma série de frases, o avaliador deverá identificar as que “melhor
descrevem o avaliado”.
• sistema de classificação: o avaliador terá que identificar no grupo o melhor e o pior dos indivíduos,
dentro de uma escala;
• comparação binária ou por pares: o avaliador compara o avaliado com outro do grupo “em cada
traço ou característica de desempenho”;
• sistema de avaliação forçada: utilizada especialmente com grandes grupos e pela dificuldade de
se usar a comparação binária. O avaliador deve agrupar os avaliados em conjuntos semelhantes e
a partir de uma escala compará‑los.
Sink; Tuttle (1993) apresentam alguns princípios que, tratando da medição de desempenho,
necessitam ser analisados e usados como referência ao desenvolver‑se um processo de avaliação de
desempenho, a saber:
• os processos de medição devem apontar para atividades desenvolvidas pelas pessoas, sem que
permitam dúvidas ou interpretações equivocadas;
• mesmo quando se tratar de medidas objetivas não significa que a precisão deva estar presente. A
preocupação reside na confiabilidade das informações, sobretudo pelas diferenças existentes nos
processos de trabalho e nos resultados;
86
GESTÃO DE PESSOAS
• não se deve dar ênfase a um indicador apenas. Tal aspecto deve ser considerado, evitando‑se
que, ao se enfatizar apenas um indicador, outros aspectos relevantes sejam negligenciados e
transformem ainda mais o desempenho do sistema. Além disso, se o fator destacado não tiver
significado considerável para o processo, há um deslocamento de foco e as informações obtidas
serão inservíveis para a avaliação de desempenho.
O padrão de desempenho pode ser entendido como “um valor escolhido para uma
grandeza, o qual deverá servir como um referencial para comparação” (Moreira, 1996, p.24),
proporcionando condições para a efetiva avaliação de desempenho. Horgreen, Foster; Datar
(1994) ressaltam que um padrão representa um bom nível ou o melhor nível de desempenho.
Para Kane; Freeman (1997), “os padrões podem ser vistos ou concebidos como uma interface
entre a medição e a avaliação de desempenho”. Observam, ainda, que padrões de desempenho
diferem e distinguem‑se de benchmarks e de “âncoras” usados para a medida de desempenho.
Argumentam que esses “elementos” gerenciais e comparativos são úteis para uso em escalas
de medida de desempenho, para exemplificar o nível de efetividade demarcado a cada nível de
uma escala numérica.
• Como o padrão interno situa‑se em relação aos resultados do mercado ou sistemas correlatos?
Existem métodos chamados tradicionais para se avaliar o desempenho, como: escala gráfica, escolha
forçada, pesquisa de campo, incidentes críticos e lista de verificação.
Para Chiavenato (1981), a avaliação de desempenho, muitas vezes, pode servir de base às políticas
de promoção das organizações. O processo é efetuado periodicamente, normalmente com caráter anual,
e consiste na análise objetiva do comportamento do avaliado no seu trabalho e, posteriormente, na
comunicação dos resultados. Tradicionalmente compete aos superiores avaliarem os seus subordinados,
estando a avaliação sujeita a correções posteriores para que os resultados finais sejam compatíveis com
a política de promoções.
87
Unidade I
No método da escolha forçada, em cada bloco, ou conjunto composto de duas, quatro ou mais
frases, o avaliador deve escolher, forçosamente, apenas uma ou duas alternativas, que mais se aplicam
ao desempenho do empregado avaliado. Segundo Chiavenato (1981, p.228), este método consiste em
avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio de frases descritivas de determinadas alternativas
de tipos de desempenho individual.
As frases podem variar. Entretanto, existem basicamente duas formas de composição: 1‑ Os blocos
são formados por duas frases de significado positivo e duas de significado negativo. O supervisor ou
avaliador, ao julgar o empregado, seleciona a frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao
desempenho do avaliado. 2‑ Os blocos são formados somente por quatro frases com significado positivo.
O supervisor ou avaliador, ao julgar o empregado, escolhe as frases que mais se aplicam ao desempenho
do avaliado.
88
GESTÃO DE PESSOAS
Quadro 13
O método de frases descritivas não exige obrigatoriedade na escolha de frases. O avaliador assimila
apenas as frases que caracterizam o desempenho do subordinado (sinal “+” ou “s”) e aquelas que
realmente demonstram o oposto de seu desempenho (sinal “‑“ ou “n”).
O método de pesquisa de campo é feito pelo chefe, com assessoria de um especialista (staff) em
avaliação de desempenho. O especialista comparece a cada sessão para entrevistar a chefia sobre o
desempenho de seus respectivos subordinados. Embora a avaliação seja responsabilidade de cada chefe,
há uma ênfase na função de staff em assessorar da maneira mais completa. Segundo Chiavenato (1981,
p.233), este método é desenvolvido com base em entrevistas como superior imediato, por meio das
quais se verifica e se avalia o desempenho dos subordinados. Levantam‑se as causas, as origens e os
motivos de tal desempenho pela análise de fatos e situações. Ele permite planejar, juntamente com o
superior imediato, seu desenvolvimento na função e na empresa.
89
Unidade I
Quadro 14
O método de comparação aos pares consiste em comparar empregados dois a dois, anotando na
coluna da direita aquele que é considerado melhor quanto ao desempenho.
Um dos principais fatores que contribuíram para a elaboração de métodos mais modernos de
avaliação de desempenho foi a participação nos resultados da empresa e a nova forma de remuneração
dos funcionários. Essa inovação nas formas de remuneração requer, também, novas formas de avaliação
para que possam atender às exigências da atribuição do modelo de remuneração. Este método
proporciona a auto‑avaliação e a auto‑direção das pessoas, engajamento e participação dos funcionários
no planejamento de desenvolvimento, foco no futuro e a melhoria contínua do desempenho.
É importante observar que, se o objetivo do RH é trazer benefícios para ambas as partes – organização
e pessoas –, a avaliação de desempenho deve traçar seis procedimentos:
2. a avaliação de desempenho não deve observar fatores somente dentro do cargo, mas também o
alcance das metas e objetivos traçados;
90
GESTÃO DE PESSOAS
6. jamais importar modelos de avaliação de outras organizações, porque as realidades são diferentes.
A avaliação de desempenho é uma avaliação contínua e sistemática, formal ou informal, feita pelos
avaliadores que conheçam profundamente as funções e o consequente desempenho por parte do
funcionário. As avaliações podem ser realizadas pelo gerente, pelo indivíduo e pelo gerente, pela equipe
de trabalho, pela comissão de avaliação, pelo RH ou, ainda, pelas auto‑avaliação, avaliação 360°,
avaliação por competência.
4.11.1 Autoavaliação
Para Marras (2002, p.201), esse modelo encontra grande ressonância nas organizações brasileiras
por estar identificado fortemente com ambientes democráticos e participativos, que se preocupam
tanto com os cenários internos à organização quanto os externos Neles o avaliando é focado por
praticamente todos os elementos que o cercam: membros da equipe, superiores, pares, clientes
91
Unidade I
internos e externos, fornecedores etc. Esse processo de avaliação total recebe o nome de “360°”
exatamente pela dimensão que assume o campo de feedback ou retro‑alimentação do seu sistema
de informações.
Superiores
CONCEITOS
Alinhamento Diagnóstico de
de necessidade e
competências desenvolvimento
Visão do
Profissional
Equipe Parceiros
Feedback
do
Processo
Figura 15
6
Disponível em: <www.catho.com.br>.
92
GESTÃO DE PESSOAS
1 METODOLOGIA
Profissional indica no mínimo 07 avaliadores
que sejam as melhores fontes de feedback:
02 superiores, 02 parceiros e 03 subordinados
4
2
Plano de ações de melhoria e
Avaliadores realizarão a desenvolvimento são estabelecidos:
análise e o feedback em orientação profissional
15 competências
3
Relatórios estatísticos comparativos são gerados
na absoluta confidencialidade e disponibilizados
para o profissional e a empresa
Figura 16
• dimensão organizacional;
• dimensão funcional;
• dimensão individual.
A avaliação 360° deve ser respondida dentro de critérios de muita honestidade e respeito. Após a
análise pelo profissional responsável por meio da compilação dos dados, realiza‑se a sessão de feedback,
quando o funcionário avaliado tomará conhecimento da sua avaliação e um relatório individual
relacionando sua autopercepção e a percepção externa. Este é um instrumento que muitas empresas
têm procurado por permitir respostas mais precisas e pela relação gerente‑empregado ficar “protegida”,
haja vista que os questionários são confidenciais.
7
Disponível em: < www.catho.com.br>.
93
Unidade I
A avaliação por competência é um processo sistemático que busca auxiliar na estruturação de uma
visão mais objetiva do potencial de cada funcionário, que envolve não só o funcionário, mas também
os supervisores ou aqueles que estão familiarizados com os métodos de trabalho e com as metas da
organização. Método de aplicação:
• inicia‑se pelo mapeamento que irá permitir colher dados relativos às competências necessárias
para o bom desempenho das atividades e ao perfil do funcionário.
Por meio da avaliação podem ser observadas e avaliadas competências como: visão estratégica,
planejamento, organização, responsabilidade, acompanhamento, liderança, delegação, tomada de
decisão, solução de problemas, iniciativa, proatividade, criatividade e inovação, orientação a resultados,
auto‑desenvolvimento, administração de conflitos, capacidade de negociação, flexibilidade e adaptação
a mudanças, competências interpessoais e trabalho em equipe (Chiavenato, 1981).
A avaliação por objetivos ocorre numa negociação entre o gestor e o colaborador sobre os objetivos a
serem alcançados durante um período de tempo. Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estar
alinhados aos da organização. Periodicamente o gestor e o colaborador devem se reunir e discutir o nível de
desempenho, objetivando a renegociação dos objetivos. A motivação do funcionário é fundamental para
apresentar planos, propor melhorias e sugerir novas ideias. O avaliador deve comunicar a sua satisfação ou
insatisfação perante os resultados alcançados, assim como, deve propor correções, ou melhorias.
O método de avaliação por resultados liga‑se aos programas de administração por objetivos. Este
método baseia‑se numa comprovação periódica entre os resultados fixados (ou separados) para cada
funcionário e os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados permitem
a identificação dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como as providências necessárias para o
próximo período. É considerado um método prático, embora seu funcionamento dependa sobremaneira
das atitudes e dos pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação do desempenho.
94
GESTÃO DE PESSOAS
É muito comum organizações que se caracterizam pela complexidade de seus cargos recorrerem a
uma mistura de métodos na composição do modelo de avaliação de desempenho.
b. oferecer ao funcionário um feedback de como está realizando o seu trabalho, salientando pontos
fortes e fracos, comparando‑os com os padrões de desempenho esperados;
a. abarca o desempenho do funcionário dentro do cargo, assim como o alcance das metas
estabelecidas e objetivos;
c. melhora a produtividade do indivíduo em busca das metas à medida que os objetivos e metas são
elaborados e aceitos pelos funcionários e pela organização.
Cabe, novamente, observar que para que esses itens sejam atendidos é imprescindível a construção
de relações mais fortes entre superior hierárquico e funcionários, com o objetivo de eliminar ou reduzir
dissonâncias, ansiedade, tensões e incertezas sobre a avaliação.
A maior crítica aos processos se refere a um aspecto que merece plena consideração: é a sua
transformação num evento em que avaliadores e avaliados entram em conflito, dada a forma da qual
ele se reveste absolutamente inconveniente ao objetivo da avaliação.
A lógica defendida por Deming (1980) para criticar o processo está de acordo com a equipe Coopers &
Lybrand (1996) e também Sink & Tuttle (1993), com relação à razão dos próprios desvios que o processo
95
Unidade I
toma por questões gerenciais. Como observa Lucena (1992) em relação às limitações gerenciais, “falta de
visão estratégica”, “despreparo para o relacionamento interpessoal”, “centralização”, “processo decisório
lento” dificultam o processo de avaliação de desempenho.
Os pontos apontados pela equipe Coopers & Lybrand (1996) como críticos, na visão de Deming
(1980), são:
a) “foco distorcido”: a atenção deve ser voltada para os processos ou sistemas, não para as pessoas;
b) “controle dos resultados”: boa parte das situações de trabalho independem do avaliado e de suas
ações;
c) “metas numéricas”: as metas podem transformar‑se em limitações às melhorias, tão logo sejam
atingidas.
• quando a ênfase do processo repousa mais sobre o preenchimento de formulários do que sobre a
avaliação crítica e objetiva;
• quando a avaliação é inócua, isto é, quando está baseada em fatores de avaliação que não
conduzem a nada e não agregam valores.
Na prática, é preciso destacar que esse instrumento carrega no seu processo uma dose forte de
subjetividade, que o reveste de uma ambiguidade realmente discutível. Esta ambiguidade, contudo,
deve ser reconhecida apenas em certos tipos de metodologia utilizados. Ao discutir a questão de sua
validade, o fato mais relevante dentro de todo o instrumento avaliativo é, pois, a subjetividade inserida
no processo de julgamento praticado pelo ser humano. Principalmente quando esse julgamento diz
respeito a outro ser humano. Daí a vulnerabilidade bastante significativa creditada inexoravelmente ao
programa de avaliação de desempenho, diz Marras (2000).
96
GESTÃO DE PESSOAS
Vícios de julgamento:
• inconscientes: quando o avaliador toma as mesmas atitudes, porém, sem a intenção premeditada,
dolosa, de provocar uma alteração no resultado original.
Erros de julgamento:
As disfunções perceptivas, segundo Bergamini (1988, p.51), são disfunções que acontecem num
processo de avaliação de desempenho. Diz‑se que ocorreram “vícios de avaliação”, cujos mais comuns
estão apresentados abaixo:
• tendência central: não assumir valores extremos por medo de prejudicar os fracos e assumir
responsabilidade pelos excelentes;
• desvalorização da avaliação: acreditar que a avaliação seja um procedimento sem nenhum valor
e que nada possa contribuir para melhorar o aproveitamento dos recursos humanos na empresa;
• força de hábito: insensibilidade ao apontar variações no desempenho do avaliado com relação a ele
mesmo no decorrer dos anos ou com relação aos demais colegas; é o que se chama de avaliação congelada;
Segundo Tiffin (1969, p.331), “é difícil para qualquer avaliador, especialmente um avaliador
inexperiente, isolar e avaliar separadamente os vários traços que um funcionário pode possuir”. O autor
fala, ainda, sobre o “erro constante”, que consiste em alguns avaliadores tenderem a ser altamente
generosos com seus funcionários nas avaliações, e outros bastante severos. Quando esses resultados
forem comparados entre si não estarão espelhando o real desempenho. Para isso, é necessário realizar
uma conveniente correção dos valores, convertendo‑os a uma base comum.
Para evitar que esses vícios de avaliação aconteçam, é fundamental que o avaliador esteja
verdadeiramente preparado, a fim considerar cada funcionário individualmente, procurando não incorrer
nos vícios. É importante estar alerta para o fato de que a avaliação de desempenho não constitui um
meio para identificar os funcionários a receberem ou não punição. Portanto, é necessário que avaliadores
e avaliados estejam conscientes dos reais objetivos da mesma, diz Gago (2001).
Sugestões:
Cada gerente avalia se as metas e objetivos dos seus colaboradores foram atingidos.
• analise os resultados e o status, e dê uma nota de 1 a 5 para cada um dos objetivos, sendo nota
5 para resultados “excepcionalmente acima do esperado” e nota 1 para os “muito abaixo do
esperado” (“Escala Likert”).
Entrevista de avaliação:
Feedback
O feedback, muitas vezes, é confundido com uma bronca, e leva a fortes frustrações. Nunca misture
emoções com as questões que serão abordadas sobre as necessidades da organização.
98
GESTÃO DE PESSOAS
• reserve um tempo para conversar e pergunte sobre as tarefas que desenvolvem, troque impressões
e peça auto‑avaliações de desempenho;
• analise o perfil do colaborador para ajustar a linguagem e ter uma comunicação mais efetiva;
Exemplo de aplicação
Imagine que sua empresa tenha feito avaliação de desempenho e reflita sobre quais seriam seus
pontos de discussão.
Resumo
99
Unidade I
Exercícios
Questão 1. Um dos principais desafios do líder é conseguir a dedicação e o empenho de seus liderados
na realização das atividades e tarefas que lhes competem, visando a alcançar os objetivos organizacionais.
A liderança efetiva pressupõe, portanto, o conhecimento das principais teorias motivacionais que podem
orientar as ações do líder com o objetivo de canalizar os esforços dos liderados. É correto afirmar, tendo
em conta os conceitos básicos das teorias da motivação, que:
A) a expectativa dos indivíduos sobre a sua habilidade em desempenhar uma tarefa com sucesso é
uma importante fonte de motivação no trabalho.
B) objetivos genéricos e abrangentes, que dão margem para diferentes interpretações e ações, são
uma importante fonte de motivação no trabalho.
C) os indivíduos tendem a se esforçar e a melhorar seu desempenho quando acreditam que esse
desempenho diferenciado resultará em recompensas para o grupo.
D) todas as modalidades de recompensas e punições são legítimas, quando seu intuito é estimular os
esforços individuais em prol dos objetivos organizacionais.
E) todos os indivíduos possuem elevadas necessidades de poder, e a busca por atender a essas
necessidades direciona os seus esforços individuais.
A) Alternativa correta.
Justificativa: segundo a teoria de dois fatores de Herzberg, os fatores motivacionais são intrínsecos
e relacionados aos sentimentos positivos que o colaborador tem em relação ao conteúdo do cargo,
ou seja, ao trabalho a ser realizado, à realização pessoal, por estar empossado, ao reconhecimento
decorrente e às suas responsabilidades. Assim, pode-se afirmar que, quando o cargo é desafiador, o
colaborador sentirá que suas expectativas em desempenhar bem e obter sucesso na realização de
suas tarefas servirão como importantes fatores motivacionais. Como o funcionário estará motivado,
ele começará a executar a tarefa pela realização, pelo reconhecimento, pela responsabilidade e pelas
possibilidades de progresso.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: liderar consiste em gerar confiança e espírito colaborador entre as pessoas para a
melhoria do desempenho, ou seja, consiste em guiar, influenciar e direcionar a um objetivo específico,
100
GESTÃO DE PESSOAS
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: não podemos afirmar que os indivíduos tendem a se esforçar e a melhorar seu
desempenho quando há recompensas para o grupo.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: nem todos os indivíduos manifestam a necessidade pelo poder, segundo a pirâmide de
necessidades de Maslow. Esse sentimento dependerá do seu posicionamento na escala das necessidades,
já que a aspiração ao poder depende das percepções relacionadas à estima e à autorrealização.
II – violência no trabalho;
IV – inclinações pessoais;
V – absenteísmo e rotatividade.
A) I, II e V.
B) I, III e V.
C) II, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V.
101