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COMUNICAÇÃO TRANSCULTURAL

Margaretha Nalina Adiwardana


Objetivo:
 Dar aos alunos as noções básicas para uma comunicação eficaz,
incitando a sua vontade em aprender a buscar mais aperfeiçoamento para
a comunicação do Evangelho.
 Providenciar os elementos e fatores básicos envolvidos num convívio
transcultural, especificamente na área de comunicação, para os alunos
poderem reconhecer a complexidade e ficarem com a disposição e
capacidade para aprender mais por si quando estiverem no campo
transcultural.
Métodos:
 Exposições
 Discussões e Reflexões
 Dinâmicas/ Simulações
 Leituras, Entrevistas.

Planos de Aula
1. Introdução: A Tarefa de Comunicação Eficaz
Tarefa: Resumo do Evangelho e a Cultura, Séria Lausanne, pág. 18-28.
Devocional Romanos 10.13-15, informativo sobre a situação de Evangelização
Mundial e Grupos não-alcançados. Exposição sobre Comunicação, Jogo de Passar
Mensagem para Frente, Transparências.
2. Comunicação. O Ciclo da Comunicação.
Tarefa: Resumo de Missões Transcultural, Perspectiva Cultural, cap. 43.
Exposição com Transparências sobre Ciclo da Comunicação baseada em D.
Hesselgrave e D. Berio.
3. Significado.
Tarefa: Resumo da Perspectiva Cultural, cap. 42.
Devocional Mateus 12.7 (Jesus-significado dos mandamentos).
Exposição, Dinâmica da Figura 22 de Pierre Casse e discussão sobre o jogo.
4. A Cultura e a Comunicação. Um Modelo de Comunicação Transcultural. Os
fatores essenciais e fundamentais da cultura.
Tarefa: Impressões de Plantar Igrejas, Hesselgrave, Cap. 10.
Devocional Atos 17.1-9; 16-31, Exposição, Sessão de Perguntas.
5. Problemas na Comunicação Transcultural.
Tarefa: Resumo da Perspectiva Cultural, cap. 46.
Jogo de comunicação entre 2 grupos de sim e não contrários, Discussão, Exposição.
6. As Dimensões da Comunicação Transcultural de D. Hesselgrave.
Um missionário transcultural compartilhará as suas experiências, Sessão de
Perguntas, Exposição com Transparências.
7. Cosmovisão.
Devocional Atos 14.8-18 (Cosmovisões diferentes), Exposição.
8. Cosmovisão, continuação.
Um exemplo de folheto traduzido de inglês para os chineses, Discussão,
Comentários, Exposição.
Entregar a tarefa de construir 10 frases numa outra língua através de convivência
com pessoas estrangeiras daquela língua.
9. Processo Cognitivo.
Slides sobre práticas e crenças dos hindus, oração intercessória, Exposição.
10. Formas Lingüísticas.
Informativo sobre os grupos de línguas no mundo. Palestra de alguém com curso
lingüístico.
11. Padrões Comportamentais.
Exposição. Exemplos e Discussões.
12. Estruturas Sociais.
Devocional a parábola do Grande Banquete; Exemplos atuais: Experimentar
sugestões de Marvio K. Mayers, cap. 12 Christianity Confronts Culture. Exposição.
Entregar a tarefa de entrevista, com 1 missionário brasileiro e outro estrangeiro, com
as suas conclusões baseadas nas “Dimensões da Comunicação Transcultural”.
13. Influências da Mídia.
Exposição: Tempestade cerebral sobre experiências dos alunos.
Recursos Motivacionais.
Exposição: Estudo de caso “A Group Conversion” de Paul Hiebert Case Studies in
Missions, Cap. 37.
15. O Bom Ouvinte.
Alguém ler na frente, quantos detalhes captam? Uma conversa a dois, comentar o
que captam e sentem/pensam. Exposição.
16. Comunicação Interpessoal.
Estudo de caso cap. 12 Christianity Confronts Culture de Martin K. Mayers.
Exposição.
Entrega de resumo e impressões sobre O Processo de Comunicação de David D.
Berlo.
Uso de mídia sindética (eletrônica)

 O meio não é sempre neutro. E.G. TV, “manga” no Japão, cartoon


freqüentemente de uso indecente/imortal, ou “mágica” nas culturas
animistas.
 Cada mídia tem eficácia diferente, dependendo do objetivo e do contexto.
 Rádio: Quem ouve? Onde?

Impresso: Livros (e.g. livro budista com cores, aparência atraente, índice de ajuda
extensiva, glossário de termos, explicação de budismo básico e lista de conteúdo).
Revistas e Jornais; folhetos.

Plataforma: Massa (cruzadas, campanhas) – follow-up importante. Filmes –


dependendo do preparo, um só é incompleto da idéia global.

Outros: Diálogo em grupo (células), interação, perguntas-respostas.


Gravações: Alcance longo quando em locais sem eletricidade.
Vídeo cassettes: de valor pré-evangelização e educacional.
Slides, Telefone (mensagens), Computador (informativo), Mala direta.

Misturar e combinar Mídia

 Escolher a mídia na base de objetivos da comunicação.


 Escolher na base de preferência da audiência.
 Escolher na base de característica da mídia. (Em ordem: velocidade:
rádio, tv, revistas, filmes, livros. Permanência: Livros, filmes, revistas,
rádio, tv. Exposição e persuasão de alta velocidade, Instrução de baixa
velocidade).
 Escolher na base de alcance, freqüência, e custos.
 A comunicação interpessoal é sempre de grande importância mesmo em
caso de campanhas em massa (testemunho interpessoal).
RECURSOS MOTIVACIONAIS – Formas de Tomada de Decisão

Do ponto de vista dos respondentes, seja indiano, filipino, ou africano, a questão


maior é: “Por quê devo abandonar as formas tradicionais do meu povo, e
arrependendo por tudo que já fui e fiz, e deixei de fazer, dar toda a minha confiança
e obediência a este Jesus Cristo”.

Elentica: Convencer (Jô 16:8-10 ) [elengchein] do pecado de não crer. Os


representantes de Cristo estão engajados num grande encontro de verdade e poder.
Teorias motivacionais: psicológico e etnológico.

Padrões Culturais de Motivação

1. Gemeinscafhft e gesellschaft (comunidade-associação): a diferença fundamental


no relacionamento de um individuo com o seu grupo, e, portanto suas motivações,
valores decisões.

2. Culturas dionisiana (aniquilação: e.g bêbado, individualista, para romper a ordem,


no ameríndio visões e sonhos, torturas, concentração) e apoloniana (permanecer no
mapa conhecido¨, no ameríndio pueblos não há individualismo, não ir nunca contra a
tradição).
 Culturas de culpa e de vergonha: e.g. Japoneses na guerra contra
americanos.
 Culturas de repressão e culturas de supressão: repressão para
subconsciência o que é socialmente tabu (alemão e americano, controle
interno), supressão é não cometer tais atos por causa de circunstancia
social (chinês e japonês controle externo).
 Culturas de tradição, interior e outras (mistura das duas).
 Culturas coletivas e individualistas.
Fases no Processo de Conversão

Fase 1: Descoberta – há Cristo que dizem que o Deus verdadeiro enviou ao mundo
para ser salvador e Senhor da humanidade.
Fase 2: Deliberação – Existe uma possibilidade que eu (nós) devemos (devo) deixar
as formas antigas e seguir a Cristo.
Fase 3: Determinação- Eu (nós) vou (vamos ) arrepender e crer em Cristo.
Fase 4: Dissonância- devo (devemos resistir as forças que me (nos) atraem para
voltar as formas antigas e continuar a seguir Cristo apesar das dificuldades atuais ?
Fase 5: Disciplina- Eu (nós) identificarei; ( identificaremos) com o povo de Cristo na
sua igreja e viver em submissão ao Seu senhorio e disciplina .
Vide desenho da decisão como ponto e processo, Fig. 47 (p. 619, Hesselgrave).

Correlação entre a motivação de Conversão com o desenvolvimento da Vida


Cristã. Motivações: Espiritual, secular, social, nascença.

Receptividade e resposta Missionária:


Tempo (timing) – e. g. desintegração cultural do mundo grego – romano, Indonésia,
África, Latino Americano. – Soberania de Deus - ¨Kairos¨.

1. Por que comunicar?


Romanos 10:13-15 - Crer através de ouvir.

2. O que é Comunicação?
Communis, comunicare = tornar comum, compartilhar.
Um processo complexo, dinâmico de tentativa de levantar um significado no
receptor da mensagem, que se aproxima, do significado da fonte.
É uma transação, interação.

Comunicação Eficaz – Quando os significados de fatos, julgamentos, opiniões,


verdades bíblicas, ou qualquer uma que esteja na mente da fonte da mensagem,
são aparecidos pela pessoa receptora da mensagem; tão próximos possíveis quanto
à intenção pretendida pela fonte (E. Eugene Williams).
3. Por que devemos fazer o melhor para sermos comunicadores eficazes
a) A Grande Comissão: pregar, ensinar, fazer discípulos todos efetuados através da
comunicação.
(Transparência do desenho de ouvinte, com o ouvido, a mente e o coração).
Rm. 10:14 – A nossa responsabilidade de pregar e alcançar os não-alcançados,
especialmente a metade da população mundial que vive em dois – terços do mundo.
Todos envolvem uma mudança de mente através de aceitação de novas idéias. A
mudança de coração e de mente é o trabalho do Espírito Santo, porém é a nossa
responsabilidade de transmitir a mensagem tão claramente possível na mente
receptora para permiti-los a entenderem corretamente, a fim de tomar uma decisão
inteligente. E a proclamação e a presença pretendida e persuadirem as pessoas a
crerem no Senhor Jesus Cristo e a servirem a Deus na comunidade de crentes, que
elas por sua vez se tornarão capazes de persuadir outras pessoas (treinar para
multiplicar).

b) Para persuadir alguém a se arrepender e fazer a volta total na sua vida


(metanoia) a mensagem deve ser transmitida de tal forma que ela entendida
corretamente com a mente e sentida profundamente no coração. Portanto, a nossa
forma de comunicar o Evangelho é de grande importância, ao mesmo tempo em que
estamos dependendo do trabalho do Espírito Santo no coração dos ouvintes, em
resposta a sua pergunta; “Por que devo deixar as formas tradicionais do meu povo e
me arrepender do que já fui e do que já fiz ou deixar de fazer , dando a minha
confiança plena e compromisso a esse Jesus Cristo?” ( David J. Hesselgrave,
Communicating Cross-Culturally)
c) O conteúdo da nossa mensagem: Jesus Cristo
 Proclamação – transmissão da vida eterna (as boas novas, o
arrependimento, o perdão dos pecados, salvação).
 Edificação – discipulado, todas as coisas que Jesus ordenou.
 A transmissão de vida através da nossa vida (sal e luz).
O conteúdo: Jesus
Os meios:- A nossa vida (exemplo, identificação); proclamação.
As formas:
Exemplos de Paulo: Atos 9: 20 pregava, v. 22 confundia, demonstrava, v.29 falava,
discutia; Atos 17:2 arrazoou, v.3 expondo e demonstrando, anunciando , v.17
dissertava; Atos 18:4 discorria , persuadindo, v. testemunhando, v.11 ensinando.

É com convicção e do conhecer o conteúdo; com amor a Deus, o alvo do


homem; Respeitando as outras pessoas, pois somos servos; com humildade, como
servos de Deus, com tremor e temor; com poder do Espírito Santo, em oração,
sendo a Transformação de vidas unicamente o fruto trabalho Espírito Santo.

Dinâmica: Fazer alguns voluntários saírem da sala, um ler um texto a ser


transmitido em seqüência verbalmente e sem texto na mão após uma leitura.

COMUNICAÇÃO

(transparências)
1. O ciclo da Comunicação de D. Hesselgrave:
Elementos: O Emissor, A mensagem, O receptor codificação e
decodificação.

Quem Disse  O Que A Quem

O Iniciador  A intenção A Mensagem (O Canal) Condições AmbientaisReceptor

O Iniciador fórmula
Codifica
Transmite a Mensagem ao Receptor que formula
Codifica
(ao) (a Resposta) Transmite
2. O Processo da Comunicação de David K. Berlo :

FONTE MENSAGEM CANAL RECEPTOR


Habilidades Elementos Visão Habilidades
Comunicadoras Comunicadoras
Atitudes Estrutura Audição Atitudes
Conhecimento Conteúdo Tato Conhecimento
Sistema Social Tratamento Olfato Sistema Social
Cultura Código Gosto Cultura

Explicar os fatores envolvidos: Fonte – Mensagem – Canal - Receptor (Mais Feed


back e interação).

1. A necessidade de conhecimento do conteúdo:


- Estudo profundo da Palavra
- Experiência pessoal da vida com Deus
- Ser atentivo, ler, ouvir estudar fatos e acontecimentos, tudo!
(interesse pessoal).

2. A necessidade de conhecer o ouvinte:


Antes (pré – comunicação) – durante (Processo de feedback) e pós –
transmissão (resultado, reação).
Quem são – como são - as suas atitudes para com a mensagem (barreiras
expectativas, favoráveis – contra indiferente).
Os nossos receptores determinam o estilo da transmissão da mensagem –
cada grupo com a sua própria língua – devemos começar por onde eles estão e a
partir do que eles conhecem para leva-los até onde e naquilo que queremos que
eles compreendam.
3. A necessidade de conhecermos a nós mesmos: a nossa formação
cultural, crença, opinião, personalidade, as nossas reações automáticas,
involuntárias e até desconhecidas diante de situações inesperadas.
Os Alvos da Comunicação: (Robyn Powers)
 Clareza: informativa.
 Impressiva: resposta do coração, com sentimentos.
 Crença: compreensão, aceitação e crer.
 Ação: escutar e fazer.
 Diversão.
A evangelização tem como alvos às quatros primeiros.

Os níveis da Comunicação: (Eugene Nioa na apostila de Donalds Prince)

Primeiro nível: A mensagem não tem efeito significante sobre o comportamento e


qualquer pessoa pode verificar que a mensagem é verídica. Por exemplo, se
dissermos que; dois mais dois é igual a quatro, não importa que o iniciador não se
identifica com o respondente.
Segundo nível: A mensagem não tem efeito permanente sobre o sistema de valores
das pessoas, mas tem influência significante sobre o seu comportamento imediato.
Por exemplo, se dissermos que a barragem ruiu e se o iniciador da mensagem se
identifica com ela (a mensagem), no caso preparando-se para fugir logo;
Terceiro nível: A mensagem influi não somente o comportamento, mas todo o
sistema de valores do respondente. Se insistirmos com um solteiro que ele deve
começar a levar uma vida mais seria, casando-se e criando uma família, temos que
nos identificar com a mensagem compreende a sua situação e respeite o seu ponto
de vista, mesmo se não concordar com ele;
Quarto nível: A mensagem foi comunicada tão bem que o respondente sente o
mesmo desejo de comunica-la e por sua vez, se torna num novo iniciador. (II Tm
2:2).
A identificação do missionário com os seus respondentes influi bastante na
comunicação eficaz.
(transferência da escala de James Engel, combinada com a Escala de receptividade/
Resistência de Edward Dayton).
-5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5
Fortemente +/- oposto neutro +/- favorável fortemente
Oposto favorável

+3 Crescimento conceptual e conduta


+2 Incorporação no Corpo de Cristo
+1 Pós-avaliação da decisão
ESCALA DE RESIS/RECEPT

-5 -4 -3 -2 -1 +1 +2 +3 +4 +5
-1 Arrependimento e fé em Cristo
-2 Decisão para agir
-3 Reconhecer o problema pessoalmente
-4 Atitude pessoal ref. Ao Evangelho
-5 Compreende as implicações do Evangelho
-6 Consciência dos fundamentos do Evangelho
-7 Começa a ter certa consciência sobre o Evangelho
-8 Consciência de um Ser Supremo, mas sem conhecimento
efetivo do Evangelho

Definir o que desejamos transmitir, qual o nosso objetivo de acordo com onde
se encontram os ouvintes quanto a suas crenças e / ou conhecimento sobre Cristo.

As Barreiras na Comunicação (George T. Ninan)


 Mecânica: Quebra do equipamento.
 Física: Posturas, gestos ou comportamentos errados.
 Lingüística: palavras com significados diferentes.
 Psicológica: resistente para com novas idéias, audição seletiva.
 Ambiental: elementos ecológicos, culturais, sócios-políticos, econômicos
influenciam as atitudes e comportamentos.

SIGNIFICADO

Aplicar uma dinâmica para mostrar a diversidade de entendimento na mente de


receptores quanto ao significado da mesma coisa: a figura 22 do Training for cross-
cultural Mind de Pierre Casse.
Recebemos comunicação com todos os nossos cinco sentidos: visão, audição
tato olfato e gosto.
Toda comunicação ocorre através de símbolos, sendo áudio ou visual ou áudio-
visual. Somente um pouco mais de 30% de comunidade acontece quando usamos
palavras para comunicação. As palavras não têm significado em si mesmas, o
significado está nas pessoas. Duas pessoas não têm exatamente o mesmo
significado para a mesma coisa.

Significados: são respostas internas das pessoas para com um estimulo. As


mensagens podem ser geradas de dentro. Para encontrar significados verdadeiros
devemos olhar “dentro de nós mesmos” em primeiro lugar para encontrar a
experiência que os símbolos da palavra representam para nós. Pessoas, sendo
diferentes e especialmente em situações transculturais, interpretarão os estímulos
de forma diferente.

Significado é: (Eugene E. Williams)


1. Contractual: Por consenso da relação entre os símbolos lingüísticos que
podemos pensar ou falar inteligentemente sobre algo em consideração.
2. Contextual: Determinado em termos de quem está falando com quem, e
quando, e onde, e por que razão. Os contextos podem ser histórico, cultural,
social, etc.
3. Relacional: Entre a fonte e o receptor no processo de comunicação. Os
relacionamentos existentes, sendo social, psicológico, emocional e espiritual, são
importantes na determinação de significados válidos.
4. Atitudinal: Pré-disposição emocional aprendida, relativamente estável, em
responder de forma consistente para com objetos, pessoas ou situações, vitais
no processo de comunicação. São estímulos e padrões de pré-julgamento e
reações, positivos ou negativos, afetando as percepções e comportamento. Por
exemplo: Etnocentrismo - a tendência de julgar as outras pessoas usando a
nossa própria sociedade e costumes como padrão de julgamento; Esterotipar - a
tendência de “definir primeiro e depois veremos“ ou de rotular as pessoas com a
categoria que acreditamos a qual pertencem; e Preconceito - a tendência de se
comportar em formas ilógicas às outras pessoas; baseada unicamente na
associação grupal delas.
5. Motivacional: Lida com a motivação do comportamento, mais psicológico que
lógico, mais inconsciente que consciente. O motivo é o impulsor interior das
ações, as fontes de energia para certos alvos, portanto, incitam as pessoas a
pensarem e fazerem certas coisas. O desejo de comunicar às vezes é mais
importante que a habilidade de comunicar às vezes é mais importante que a
habilidade de comunicar.
6. Perceptual: A forma de interpretar as nossas experiências sensoriais, a
maneira de explicarmos o que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e sentimos.
A falha de comunicação às vezes é devido às percepções não exatas um do
outro e inconscientes de que tais percepções são exatas um do outro e
inconscientes de que tais percepções não inexatas. Por exemplo: a nossa
percepção de nós mesmos e a percepção de outras pessoas quanto à nossa
pessoa.
7. Analógico: O significado de um sentido é explicado por referência ao
significado em outro sentido. Por exemplo: As parábolas de Jesus (Mt 13:36-43).
8. Extensional: O significado “denotativo”, mais descritivo que prescritivo, a
relação entre uma palavra-símbolo e o físico.
9. Intensional: O significado conotativo, mais subjetivo – em relação à pessoa
que o usa, como um relacionamento entre um símbolo, um objeto e uma pessoa.
Por exemplo: A função de coração e fígado ou estomago como o centro de
emoções em diversas culturas.
10. Não-intensional: A comunicação não da pessoa que fala pode ser diferente
das palavras que ela está falando. Por exemplo: “Não estou nervoso” mas a
pessoa está balançando as pernas continuamente. Nesse caso, a credibilidade é
dada pelo ouvinte mais às expressões não-verbais.
11. Estilístico: diversos significados conforme o uso de verbos e imaginação
viva, variações da frase, uso de pausas, de tons e volumes, etc.
Os significados se encontram nas pessoas. David Berlo: “são respostas internas,
contidas no organismo humano. ....são pessoais, a nossa própria propriedade.
Aprendemos significados, adicionados, distorcemos, esquecemos, alteramos. Não
podemos acha-los. Estão em nós, não nas nossas mensagens.
A comunicação não consiste em transmissão de significado. Significados não
são transmissíveis, não transferíveis. Somente mensagens são estão na mensagem.
O significado dos símbolos religiosos é mais complexo ainda. Para cada cultura
e cada religião a mesma tem significado diferente um do outro. Por exemplo: “graça”
para os evangélicos e para católicos.
Conclusão: significado é de suma importância, emergindo nas pessoas e não
dos símbolos, e não pode ser presumido ou tomado por certo na maioria dos casos.
O significado é importante tanto para hermenêutico e exegético, como na
comunicação do Evangelho.

COMUNICAÇÃO TRANSCULTURAL

Povos: “Um agrupamento sociológico significantemente grande de pessoas que


se consideram como tendo uma afinidade em comum entre si”.(Lausanne) a
afinidade em comum pode ser baseada em qualquer combinação de cultura, língua,
religião, etnecidade, domicílio, ocupação, classe, casta, situação de vida, ou
qualquer outra característica que fornecem laços que unem os indivíduos num grupo
juntos. (por exemplo: classes sociais, educação, tribos, língua, profissão, idade,
interesses em comum, urbano, rural, etc).
As pessoas pensam, sentem e compreendem as coisas de forma melhor na
sua própria língua e cultura, dentro do seu próprio contexto de vida, e quando
relevantes aos seus próprios processos cognitivos. Precisamos perguntar a nós
mesmos como comunicadores eficazes:
O que estou realmente tentando dizer ou fazer?
O que a outra pessoa esta realmente tentando dizer ou fazer?
Como a pessoa com quem estou comunicando realmente é?
Como posso dizer ou fazer o que devo fazer ou dizer e como posso saber que
realmente haja compreensão plena na parte do meu ouvinte?
Posso me distanciar e avaliar a minha comunicação e ter a certeza que eu
consegui transmitir de forma intacta o que queria?
Nós dois podemos distanciar e avaliar a comunicação para assegurar que
ambos têm compreendido um ao outro totalmente?(Marvin K. Mayers, Christianity
Confronts Culture).

Conclusão: Devemos compreender o mapa mental do nosso ouvinte a fim de


conseguir transmitir as nossas palavras, atos e conceitos corretamente.

“Pode-se transportar as palavras através das fronteiras culturais (como tijolos)


porem a interpretação dependerá do contexto no qual os seus diversos
interpretadores o levam. E esse contexto dependerá mais da experiência passada e
do presente temperamento das pessoas a quem as palavras foram endereçadas na
boa-vontade das pessoas que as transmitem”.Robert Park, Reflections on
Comunications and culture.

Dinâmica em grupo: Dois grupos, um dizendo sim acenando a cabeça e outro o


mesmo movimento significando não.

A evangelização de pessoas de uma outra cultura envolve três culturas.


(Transparência: Um Modelo de Comunicação Missionária Tricultural de David
Hessegrave.)

A evangelização de pessoas de uma outra cultura envolve três culturas.


(transparência: Um Modelo de Comunicação Missionária tricultural de David
hesselgrave.).

F.M.R.
Cultura Bíblica
F.M.R. F.M.R.
Cultura do Missionário Cultura do Receptor
F M C R
FONTE MENSAGEM CANAL RECEPTOR

HABILIDADES ELEMENTOS
ESTRU
TURA  VISÃO HABILIDADES
COMUNICADORAS
COMUNICADORAS

ATITUDES
C
O T O
C
Ó AUDIÇÃO ATITUDES
N R T D
SISTEMA SOCIAL
T
E
A
T E
N I
G  TATO SISTEMA SOCIAL

Ú AM O
CONHECIMENTO
D
O
 ALFATO CONHECIMENTO

CULTURA
 GOSTO
CULTURA
Um exemplo da Cultura Bíblica: Êxodo 23:19 “Não cozerás o cabrito no leite da
sua própria mãe”.
Conclusão: As pessoas percebem de acordo com a sua compreensão,
compreendem conforme o seu próprio processo cognitivo, sentem conforme a
relevância da mensagem para com a própria cultura. E nós precisamos
compreender a cultura bíblica, a nossa própria cultura dos nossos ouvintes para
transmitir o evangelho.

1. Fatores Culturais

Atos 17: 1- 9 / 18- 31

A cultura é uma forma de pensar, sentir crer. É o conhecimento do grupo,


armazenado para o futuro. (Clyde Kluckohn).

Definições de cultura: Luzbetak e Hesselgrave.


2. As características da cultura:
 É aprendida, não determinada biologicamente nem restrita pela raça.
 Um sistema compartilhado, tido em comum por uma sociedade.
 É um todo integrado, todas as partes funcionando de forma a afetar
uma a outra e contribuem à totalidade.
 Muda constantemente devido a inovações, pressões internas e
empréstimo transcultural.
3. As camadas da Cultura

Artefatos – Comportamento
___________________________________

Valores
_______________________________________

Crenças
_______________________________________

Cosmovisão
4. Fatores Culturais essenciais
 Conceito de higiene: o que é limpo e o que è sujo varia de acordo com cada
cultura.
 Conceito na mesa: não há lógico quanto à ética, por exemplo: mulher do
primeiro ou por ultimo, talheres ou mão.
 Conceito de Amizade e suas expressões: saudações: abraços,
cumprimentos, dizer adeus.
 Conceito de Sons, Barulhos e vozes: por exemplo: falar na sala de aula,
buzina no trânsito.
 Conceito de Tempo: quem e quanto tempo esperar, horário de visita,
“tempo é dinheiro”.(Escala de espera para hierarquia).
 Conceito de Hierarquia: quem é o chefe, termos de tratamento.
 Conceito de Procura de alguém: telefônico, dar adeus.
 Conceito Espacial: 2 metros, menos de 1 metro.
 Conceito de Humor:
 Conceito Comercial: honestidade, imediatamente; após 5 minutos – meia-
hora.
 Conceito de Relacionamento Homen-Mulher: cumprimentos, no público.
 Conceito de Privacidade e Direitos Individuais: “o que é seu é nosso”,
perguntas ref. Idade /status (Índia), salário (Romênia).
 Conceito de Togue: (do que é lógico) entre homens, sexos opostos, etc,
criança.

5. Fatores Culturais Fundamentais:


 A razão, o significado e as funções (influenciada pela raça, geografia,
cultura, psicologia, instinto).
 Crenças religiosas, mitos e lendas.
 Cosmovisões: como você se relaciona com universo e a realidade
(linear, circular).
 Poesias e literatura.
 História.
 Política.

(B) Bárbara H. Burns, Apostila Antropologia Missionária para Curso na Faculdade Teológica Batista
de São Paulo.
 Processos cognitivos (sistema educacional, percepção conceitos,
simbolismo/ elementos abstratos, formulação de regras, avaliação
comportamental).
 Artes.
 Estrutura de famílias, padrões sexuais.
 Status e papel.
 A economia: troca, propriedade, prestação de serviço.
 Valores.

Cinco Fases na Comunicação Transcultural (Jim Petersen)

Fase 1- Relacionamento de Simpatia.


O comunicador deve ser consciente dos seus próprios pano de fundo de
tradições culturais, deve como ele deve compreender a cultura e as tradições do
povo alvo. Deve também se livrar de qualquer costume dele que o inibirão de se
relacionar com a nova cultura.

Mensageiro Receptor
Para se identificar, o mensageiro deve aprender constantemente o que é a cultura
do receptor.

Fase 2- Compreensão
O relacionamento de simpatia acontece quando o receptor diz, “Eu quero
ouvir o que você tem para dizer,”
A compreensão ocorre quando o receptor diz, “Compreendo o que você esta
dizendo”.

Mensagem Mensageiro Receptor


Com Mensagem
Fase 3 - Resposta Equivalente
O receptor responde “Isso significa o mesmo para mim como para você”.O
que o mensageiro comunicou faz sentido e traz uma resposta positiva.

Fase 4 - Relevância para a vida


A mensagem transforma a vida do receptor e há conversão verdadeira.

Fase 5 – Colaboração Madura


O receptor assume o papel na divulgação do evangelho. Havendo uma
contextualização verdadeira, o evangelho é divulgado sem distorções pelas
tradições culturais.

O Receptor se torna um “novo original “, imitadores de nós e do Senhor.


A evangelização transcultural é um processo de semear e de colher. Semear é um
trabalho duro. Pode envolver muitos anos de aprendizagem de língua, da
identificação cultural, e até de lágrimas,

Quatro Passos na Comunicação Transcultural

1. Definir o verdadeiro significado das palavras na cultura alvo (Deus, pecado, fé,
etc.); através de comparações, contrastes, e histórias para clarificar a verdade divina
e livre de mal-entendimentos culturais, da cultura do próprio mensageiro e do
ouvinte.
2. Selecionar as propriedades na comunicação missionária (por exemplo, na Ásia
muitas vezes é necessário apresentar primeiro, fortemente a natureza de Deus,
antes de apresentar a Cristo, para corrigir a visão do povo sobre Deus).
3. Adaptação da mensagem dentro dos anseios reais do povo, num estilo
conhecido do povo, usando a forma de literatura conhecida do povo, usando a forma
de literatura conhecida do povo e levando em consideração a história e os
pressupostos do povo. Por exemplo, ao falar de pecado, entender o que é
considerado como pecaminoso pelo povo.
5 .Aplicação: a mensagem personalizada, na vida ou confrontação
(Contextualização verdadeira), como Jesus sempre fez.

Os Problemas Devido as Diferenças Culturais (Paul G. Heibert)


1. As dimensões da Cultura

Idéias Crença Correta
------------------- +
Sentimentos Sentimentos Positivos
------------------- =
Valores Obediência
As culturas são formas diferentes de ver a realidade.
2. Os Problemas no Mensageiro
 Choque Cultural
 Mal-entendimento: nível de sentimento
 Etnocentrismo: nível de sentimento
 Preceitos prematuros: nível de valores

3. Choque Cultural
A pessoa A pessoa
Monocultural bicultural
Níveis de
satisfação
------------------------------------------------------
Volta ao país

Tempo

4. As Fases do Choque Cultural


 Inicial – Turista.
 Desenvolvimento.
 Resolução.
 Ajuste.
5. Os Sintomas do Choque Cultural
 Aumento crescente do Stress
 Doença física
 Depressão psicológica e espiritual
 Raiva, frustração, isolação, desprezo, estereotipar, desconfiança,
piadas, alienação, superioridade, confusão.
 Rejeição: fuga, Dependência, Agressividade.
 Stress devido à auto-expectativa irrealista: Auto-expectativa alta
demasiada e desempenho real abaixo.

6. Como lidar com o Choque Cultural


 Reconhecer as nossas ansiedades, sendo sincero conosco mesmo;
 Humildade e vontade para estudar a nova cultura, sendo aprendiz;
 Construir uma relação de confiança com o povo, se identificando;
 Lidar com o stress; colocar alvos reais, senso de humor, compartilhar
os nossos problemas, ter tempo para lazer e ter paciência.
Observação: Na volta para casa enfrentará o reverso do choque cultural – as coisas não são
as mesmas, nós mudamos, sentimentos, uma sensação de perda do lar de amigos.
Americano Árabe tradicional
Em tempo 10:00 Em tempo (empregados)
Atrasado: Atrasado (empregado)
 Aceitável 10:15 Atrasado (empregado)
 Desculpas 10:30
 Rude 11:00 Em tempo (iguais)
11:30 Atrasado (iguais)

7. Mal-entendimento: A cultura faz sentido para o povo. Se parecer boba para nós,
então nós a entendemos ainda.
Exemplo: o conceito de tempo.

8. Etnocentrismo
Cultura A Cultura B
0 Nossos sentimentos +
000 +++
00000 +++++
0000000 +++++++
Pensamos que a nossa cultura é melhor que as outras culturas.

9. Preceito Prematuro
Mal-entendimento
Idéias 0000 ------------------ ------------------------------------ ------------------Idéias ++++
Entendimento
Etnocentrismo
Sentimentos 000-------------- ------------------------------------ ------------Sentimentos ++++
Apreciação
Preconceito Prematuro
Valores 00000----------------- ------------------------------------ -----------------Valores ++++
Julgamento informado

10. Uma Abordagem de Identificação (encarnação)


Deus Se tornou homem
O mensageiro de Deus Outras culturas e povos
O evangelho Nova forma cultural

11. Problemas devidos a diferenças culturais a Mensagem


a) Tradução da Bíblia.
b) Lidar com costumes antigos: canções, rituais, estória, etc.
b.1 - Rejeição; um Evangelho estrangeiro o antigo se torna subterrâneo.
b.2 - Aceitação sem critica; sincretismo.
b.3 - Contextualização critica; - rejeição de não-biblico
Lidar com formas antigas: estudar (sem julgamento primeiro nessa fase),
estudar as Escrituras sobre o assunto, testar as formas à luz das Escrituras (manter,
reinterpretar, substituição funcional, rejeição, criação da nova, empréstimo de fora),
criação de forma nova;
Aceitar o bíblico ou neutro.
b.4 - Ajudar o povo a mover de onde estão para onde o Evangelho ensina que
devem estar.
 Desenvolver formas de adoração contextualizadas.
 Contextualizar as estratégias da evangelização.
 A teologia no novo contexto cultural.
Transparência: As Dimensões da Comunicação Transcultural de D. Hesselgrave.

Explicar a Distância Cultural entre duas culturas diferentes.


E-0: dentro da própria igreja e da mesma sociedade.
E-1: na própria cultura.
E-2: Diferença cultural e lingüística considerável, e.g. culturas ocidentais,
de brasileira para espanhola.
E-3: diferenças totais e.g. brasileira para chinesa ou tribal.

COSMOVISÃO

Comovisão: é a maneira de interpretar a realidade que nos cerca, um conjunto de


pressupostos a respeito da vida e do universo. Envolve a filosofia e a teologia
(crença religiosa): como eu me relaciono com a realidade do universo e vice-versa.
É valido para os membros daquela cultura, portanto o nosso respondente, e como tal
deve ser levado em consideração seriamente pelo missionário transcultural.

Os seus elementos básicos:


 A realidade do universo
 O ser humano
 A vida após a morte
 A base da moralidade entre os seres humanos
 A dinâmica essencial da história humana.
É representado por um triângulo de relacionamento entre o supranatural, o homem,
e a natureza e em relação ao tempo.

Três abordagens para com cosmovisões não-cristãs (David J. Hesselgrave)


 O missionário convida os seus ouvintes a deixar de lado a cosmovisão deles
e que temporariamente adotarem a cosmovisão por ele apresentada.
Dificilmente os ouvintes fazem isso, devido ao orgulho, desinteresse, e
também por não ser fácil de deixar de lado a nossa própria cosmovisão.
 O missionário adota temporariamente a cosmovisão dos seus ouvintes. Re-
examinando a sua mensagem á luz da cosmovisão dos receptores, pode
contextualizar a mensagem, codificando de forma que se tornará significante
aos receptores. É difícil, porém possível e haverá significante aos receptores.
É difícil, porém possível e haverá a comunicação eficaz, pagando o preço.
Estudamos as Escrituras para perceber o mundo como Deus o percebe.
Estudamos os mitos, as histórias e o pano de fundo cultural do povo para ver
o mundo como eles o vêem. Exige uma base teológica firme, abertura,
segurança emocional, sinceridade, sabedoria e elasticidade intelectual. É a
comunicação do Evangelho íntegro dentro ou próximo da cosmovisão dos
ouvintes.
 O missionário convida os ouvintes a se encontrarem no meio caminho,
trocando uma lente e enxergando com um olho. É perigoso, podendo cair no
sincretismo.

1. Naturalista (ou Materialista) (David Hesselgrave, Communicating Christ Cross-


Culturally, p. 213ss.)
Sobrenatural

Humanidade Natureza
? Passado Presente Futuro?

 O sobrenatural é desconsiderado, como noção resquício da fase menos


desenvolvida da evolução humana.
 A natureza é considerada como providenciando um habitat hospitaleiro em
geral para o homem, ou pode ser como um inimigo a ser vencido.
 A humanidade é um acaso de átomos.
 O tempo é abundante, bilhões de anos do universo e um futuro sem fim.

A abordagem possível:
 A fonte: credibilidade do missionário, altamente treinado nas ciências físicas
e filosóficas, bem como na apologética e teologia bíblica.
 O conteúdo: organizado de forma ocidentalizada em uma série de
proposições, cada uma com suporte e elucidade, com uma aplicação
significante para uma vida sem significado.
 O estilo: Uma compreensão genuína do dilema do homem moderno e com
empatia.

2. Sociedades Tribais (Paul Hiebert, Evangelizing Tribal Societies)

Deus Superior (outro mundo)

Deuses terrestres, espíritos (este mundo)


Ancestrais & antes nasc. (invisíveis)
Seres humanos (visíveis)
Animais, plantas terra, medicinas/remédios

 Analogia orgânica: valorizam os relacionamentos, interacionais, o mundo


menos previsível, se adapta as circunstâncias, aceitando as falhas além do
nosso controle, ou provocadas pelos espíritos, ancestrais, etc.
 Holística: sobrenatural e natural junto.
 Lógica funcional concreta: uso de estórias e parábolas.
 Ritualística e mística: o mundo é cheio de mistérios.
 Orientadas para o grupo: compartilhamento, um sentimento de eu
relacionado com outros, um forte senso de identidade, tomada de decisão
grupal, propriedade grupal, ênfase na harmonia.
 Orientadas ao som: crêem nos invisíveis que eles ouvem.
 Valorizam o espaço: os espaços os ligam ao passado.

Os Problemas na Evangelização de Tribos:


Veneração ancestral, poligamia, tomada de decisão grupal, magia, espírito e
encontro de poderes, costumes antigos, exploradores e novas idéias, colapso
tribal por alcoolismo, alienação, ruptura familiar.

Métodos de Evangelização Tribal:


 Testemunho com convivência para construir confiança.
 Comunicação oral usando histórias, canções, dramas, provérbios, etc.
 Uso de tomada de decisão grupal para trazer famílias inteiras.
 Conseguir permissão de chefe e líderes.
 Ministério holístico.
3. Cosmovisão Japonesa (Jim Chew, When You Cross Cultures, p. 44ss)
 Centralizado na Natureza: integração da natureza, o homem, os deuses.
 A cultura de diversas camadas:
- Shintoismo, centralizado na natureza e no homem, a religião para
prosperidade, afeta a comunidade e a nação.
- Confucianismo, centralizado no homem, a religião para
moralidade, afeta a família.
- Budismo, centralizado no homem, a religião para o coração, afeta
o individual.
- Evolução, centralizado no homem, a filosofia para a crença
científica.
 Os valores referem ao relacionamento interpessoal, afetando o individual, a
família, a comunidade e a nação. Importantes são: a harmonia (“wa”),
segurança, relatividade (cinzento é melhor do que preto ou branco), a ciência,
a prosperidade, a moralidade, realização interior, a educação, status,
autoridade, ordem e lealdade.
Algumas sugestões para a evangelização:
 Falar do Plano de Deus e do Espírito de Harmonia ou Shalom na Sua Criação
original (Restauração).
 Explicar por quê Shalom se perdeu.
 Discutir os esforços do homem para encontrar uma solução (tentativa de
encontrar a realidade, porém ignorando o fato do pecado). É o problema
interior do homem. Não há solução real.
 Encorajar a pessoa a considerar a solução de Cristo para o pecado, que leva
ao aumento de Shalom, primeiro no coração da pessoa, depois para a sua
família, amigos e a sociedade inteira.
 No estudo bíblico, estudar os quatro conceitos de Deus, homem, natureza e
história.
 Saber responder as perguntas típicas do ponto de vista bíblico, por exemplo:
os mortos seriam deuses e salvos.
 Evitar o individualismo ocidental na apresentação do Evangelho. Começar
com o total (o plano geral de Deus), depois o individual (da necessidade
individual) e voltar ao total (finalmente concluir com o plano integral).
 Atitude de amor e de aceitação, não de crítica.

PROCESSOS COGNITIVOS

Processo Cognitivo: como chegamos, a saber, ou crer em alguma coisa (raciocínio


para conhecimento).

“A conversão sólida e o crescimento espiritual não podem ser separados do


raciocínio saudável e conhecimento correto. O missionário cristão é um testemunho,
mensageiro e servo. É também persuador, apologista, polemicista e professor. Pela
graça de Deus e em cooperação com o Espírito Santo, ele comunica o que, e o
como e por quê do Cristianismo. E isso através das barreiras culturais... O nosso
alvo final é de levar as pessoas - e nós mesmos – a uma forma de pensar
completamente cristã” (D. Hesselgrave).

Três Tipos de Processo Cognitivo

1. Conceptual: Em geral o mundo ocidental. A importância fundamental para a


ciência e os métodos científicos, a filosofia e a teologia sistemática baseada no
raciocínio dedutivo. O próximo em 2º lugar e o mundo sobrenatural quase não tem
lugar.
(3) Experiência Psíquica
---------------------------------------------
(2) Relações Concretas
----------------------------------------------
(1) Conceitos

2. Intuitivo: O hinduismo em geral, pensamento baseado na experiência mística, o


conhecimento superior (Brahman) e inferior (matemática, ciência, teologia).

(3) Conceitos
---------------------------------------------
(2) Relações Concretas
----------------------------------------------
(1) Experiências Psíquicas

A evangelização de hindus:
 Evitar intelectualizar demasiadamente: mostrar que Cristo é o Caminho que
eles buscam sem esperança através das reencarnações.
 Evitar simplificação demasiada: a fé não deve se lógica com conclusões
simplórias. Deus deve ser grandioso demais.
 Comunicar um senso de mistério do conhecimento de Deus e o temor d’Ele.
Cristo em nós é um mistério tão grande quanto o Cristo entronizado no céu
dos céus.
 Levar seriamente a doutrina bíblica da iluminação, que o entendimento do
mistério e presença de Deus na mente e no coração humano com a verdade
de Cristo é através do poder do Espírito Santo.
As formas: diálogo, Ashram um professor com autoridade reconhecida num lugar
separado para discussão e instrução.

3. Relações Concretas: Tribos e os chineses em geral. O fator mais importante é a


relação interpessoal, a experiência concreta, e o que é visível e pictoriais
(simbolismo, histórias, etc.), e não os princípios gerais. Expressões não-verbais com
gestos, sinais, música, artes, rituais e drama, projeções de imagem (convidativo para
a idolatria, por exemplo, imagens mentais).

(3) Experiência Psíquica


---------------------------------------------
(2) Conceitos
----------------------------------------------
(1) Relações Concretas

O missionário pode ver o processo cognitivo, relação concreta implícito nas fórmulas
e modelos da ciência, o valor retórico e pedagógico de diagramas, figuras e
ilustrações, a situação ética e a função simbólica de diversas formas de artes. A
Bíblia está cheia de comunicações relacionais concretas (parábolas);

Nota de F. H. Smith: Uma ou duas formas de raciocínio podem ser predominantes


numa cultura, porém o resto estará também funcionando. Em outras palavras,
somos todos cientistas, místicos e artistas. A diferença está em grau, ou a prioridade
dada a uma certa abordagem sobre as outras duas. (Em Communicating Christ
Cross-Culturally, p. 302).

FORMAS LINGUISTICAS

Dar como um exemplo drástico à diferença de mokusatsu (sem comentário)


no conceito de japoneses e de americanos no final da II Guerra Mundial,
mencionado no Comminicating Christ Cross-Culturally de D. Hesselgrave, p. 343.
As línguas servem como uma ponte entre os aspectos biológico e cultural da
vida. As formas podem se oral ou escrita. Nem todas as línguas têm o escrito. Elas
comunicam o que os membros de uma sociedade precisam saber. É a maior
ferramenta do grupo social, efetuando lealdades baseadas nos eventos e
relacionamentos no passado, presente e futuro. Pode perturbar a sociedade (Tg
3.5).
A fala começa no cérebro. A capacidade e complexidade do cérebro humano
permitem a aprendizagem da língua e capacita a produção da fala.
Todas as línguas possuem a capacidade de expressar as mesmas coisas.
Não existe língua “primitiva”. De fato, todas as línguas conhecidas são expressões
conhecidas das culturas nas quais elas funcionam.

Dialeto: Um grupo menor desenvolveu variedades da língua incomum à maioria dos


que falam a língua.
Exemplos: O português do brasileiro e do português de Portugal. O espanhol dos
latino-americanos e da Espanha.
Idioleto: Uma pessoa desenvolveu o seu próprio uso peculiar da língua.
Há no mundo aproximadamente 5.500 línguas e dialetos. Provavelmente a origem
seria de 7 raízes: afro-asiático, fino-ugarítico, dravídico, indo-europeu, sino-tibetano,
altaico, e austro-asiático.

Diversas estruturas: e.g. Sintaxe – a big house – uma casa grande.


Os diversos grupos sócio-culturais também dão qualidades diferentes aos objetos,
animais e pessoas. Por exemplo:
 Para muitos, no Ocidente, o cachorro é o melhor amigo do homem, enquanto
para os judeus no Antigo Testamento era um animal desprezado.
 O vocabulário também demonstra a visão do mundo do povo, e.g. diversas
palavras para “neve” na língua dos esquimós, de “arroz” na língua Indonésia,
o conceito de “pecado” na língua grega usado na Bíblia.
 A estrutura do tempo passado, presente e futuro diferente em diversas
línguas, inexistentes em outras.
Os limites da minha língua são os limites do meu mundo Ludwig Wittgenstein.

Portanto, a língua expressa também os valores e perspectivas sócio-culturais,


com as características e categorias da sociedade. E a aprendizagem como o veículo
de comunicação requer que o estudante da língua aprenda tais valores e
perspectivas, deixando de lado temporariamente os seus próprios valores e
perspectivas da sua cultura.
Exemplos na comunicação do Evangelho em diversos países:
 A tradução da palavra “Deus” para a língua chinesa, Shang-Ti ou T’ien;
Deus único ou Deus maior;
 A tradução na Coréia;
 ‘tsumi” usado para ‘pecado’ no Japão, tem mais conotação de
imprudência, a vergonha de ser pego ao cometer um ato desaprovado
pelos homens, do que o real significado do pecado na Bíblia.
 O Evangelho deve ser comunicado na “língua do coração” do povo. É
difícil entender os termos que falam ao coração numa segunda ou terceira
língua. Na medida que se aprende uma língua, por submersão,
convivendo com os de fala nativos da língua, entende-se melhor a relação
entre a língua e a cultura do povo, e consegue-se melhor aumentar e
corrigir as conclusões na análise da cultura.

PADRÕES DE COMPORTAMENTAIS

O Comportamento de um povo também comunica, sem palavras. É a


Comunicação não-verbal ou a linguagem silenciosa do povo.
Comunicação não-verbal é a mensagem comunicada não através de palavras. Nós
comunicamos também com as seguintes categorias de comportamento não-verbal:
(George Ninan, Donald Price).
1. Kinético: Gestos, movimento do corpo, expressões faciais, movimento dos
olhos, postura.
- Quais são os gestos básicos (apontar, acenar, concordar, discordar,
etc?), as expressões emocionais, os gestos apropriados ou
inapropriados, o contato dos olhos, as posturas aceitáveis entre
homens e mulheres?
2. Proxemic: espacial – arranjos para sentar, residencial, relação hierarquical, a
distância, territorial;
Qual o espaço íntimo, social e impessoal?
Quando se sentem à vontade na minha casa?
3. Paralinguagem: O uso da voz, ritmo, quantidade da fala, articulação,
ressonância, pausas, inflexão da voz, gravidade – como dizemos algo, e não
aquilo que dizemos.
Fala pública e privada, hierarquical, sermão eficaz (tom de voz, quanto
tempo), como se interpreta o silêncio.
4. Háptico: O estudo de toque, carícias, agressão, cumprimentos e despedidas,
segurar, guiar os movimentos de outra pessoa.
Contato ou não contato? Saudações? Toques apropriados,
principalmente ente os homens e mulheres?
5. Cronêmic: Indicação de como o tempo é usado na comunicação não-verbal.
E temporal – pontualidade, duração de encontros e de conversação,
partes do dia ou da noite, tempos e épocas especiais (ex. feriados):
Qual é o valor do tempo? Quando e quanto tempo dura um
encontro? A pontualidade é necessária, quando é ofensiva? Horário para
visitas?
6. Características físicas: Incluindo o estudo do corpo, as formas da física,
cores da pele, o cabelo, peso, altura, etc.
Quais características são admiradas ou rejeitadas? E em relação à
fonte? Qual a função de raça na relação interpessoal? Que efeitos
intensificam as diferenças de tamanho físico entre a fonte e o receptor?
7. Artefatos: Manipulação de objetos, tais como óculos, perucas, cosméticos,
adornos, símbolos materiais, etc.
Os símbolos de status? Funcional/simbólico do estilo nativo?
8. Fatores ambientais: A colocação de móveis, estilo arquitetura, decoração
interior, odores, cores, temperaturas, etc.
O que as cores comunicam?
O comunicador do Evangelho deve conhecer bem os aspectos de
comunicação não-verbal transcultural. Exemplo:
- No Brasil ao receber um presente, o receptor deve abrir na frente do
doador para expressar o contentamento e gratidão. Nos países
asiáticos isso mostraria ganância e curiosidade demasiada, não se
deve abrir o presente diante da pessoa que o deu.
- Um japonês ou chinês sorri para dar a mensagem de que o assunto
deve terminar aí, e não se deve continuar para não invadir a
privacidade dele. Usam como uma resposta a uma pergunta, para não
ter que dizer algo, ou para encobrir a vergonha, a tristeza ou até a
raiva.
- O povo Kpelle da Libéria não entende por quê os judeus colocaram
palmeiras no caminho de Jesus (Mt 21.8). Para eles, é um insulto pois
na sua cultura todas as folhagens e ramos devem ser tirados do
caminho de qualquer dignitário.
- Já para Ibos da Nigéria uma pessoa que carrega a palmeira nas suas
mãos estaria desafiando para uma briga.
- Para os ocidentais acariciar a cabeça de uma criança é demonstrar
carinho, porém para o povo de crença hindu poderia significar o maior
insulto, pois a alma de uma pessoa está na cabeça e tocando-a
poderia machuca-la ou é falta de respeito.

As relações entre as expressões verbais e não-verbais: (Mark L. Knapp).


Repetir: Reforçar o valor, por exemplo – Apontar a direção ao indicar o caminho.
Contradizer: Na interrogação uma pessoa se diz não estar nervosa, porém está
com joelhos tremendo.
Substituição: A expressão facial revela as emoções, não necessitando de palavras.
Por exemplo: desapontamento.
Complementar: A modificação ou extensão de mensagens verbais. Por exemplo:
Defender-se de uma acusação ou chamada, ficando com postura mais rígida ou as
faces coradas.
Acentuar: No sul da China mostrar a língua acentua a expressão de vergonha: na
Índia pode representar a raiva; na Inglaterra é um sinal de desprezo; na tribo
Ovimbundu na África mostrar a língua junto com um movimento da cabeça para
frente é a forma não-verbal de chamar alguém de bobo.
Relacionar e Regularizar: O abanar da cabeça, o piscar de olhos, etc., pode ser um
sinal para alguém começar a falar, ou parar de falar, ou fazer qualquer coisa
compreendida entre eles.

Duas categorias de comportamento não-verbal mais importantes:


Kinético: Aspectos visuais tais como gestos, movimentos corporais, olhares, e
expressões faciais que estimulam significados. É uma forma poderosa de comunicar
atitudes e emoções (Pv 6.12,13). É a linguagem corporal. Pode conter as dicas para
alguns problemas de comunicação transcultural.
- Os gestos de cumprimentar: Os hindus juntam as palmas da mãos com
os polegares na altura do queixo; os brasileiros se abraçam, batendo
nas costas um do outro; os europeus se levantam e estendem as
mãos; os povos pacíficos sentam para cumprimentar.
- Gestos para chamar: o americano levanta o dedo, o latino-americano
movimenta a mão.
- O mesmo sinal satisfatório para os americanos é um sinal obsceno
para os brasileiros.
- Na Indonésia não se deve cruzar as pernas na casa dos outros ou na
igreja, nem colocar as mãos na cintura (é arrogância). Na Índia não se
deve comer com a mão esquerda. Em certas culturas não se pode dar
mão entre um homem e uma mulher, ou apontar as pessoas com os
dedos, principalmente aos mais idosos. Em algumas culturas se come
com a mão enquanto nas outras é considerada falta de educação. O
mesmo com o movimento corporal ao cantar.

Proxemic: O uso de espaço em relação às outras pessoas na comunicação.


Edward T. Hall:
1. Distância íntima:
Próxima: 15 cm
Distante: 45 cm
2. Distância pessoal:
Próxima: 45 a 80 cm
Distante: 80 a 120 cm
3. Distância social:
Próxima: 1,2 a 2,2 cm
Distante: 2,2 a 3,6 cm
4. Distância pública:
Próxima: 3,6 a 7,5 m
Distante: mais de 7,5 m

No entanto, a distância apropriada varia de cultura em cultura. Os japoneses e os


americanos se sentem melhores com mais distância, os brasileiros, os mexicanos e
os árabes mais próximos. A pessoa se move de acordo com a distância considerada
adequada. Expressamos os nossos sentimentos através da distância, com a
tendência de se aproximar das pessoas mais conhecidas e se distanciar das que
não merecem a nossa confiança. Nas aldeias em Líbanon e Síria o povo gosta de
conversar à noite nos extremos opostos da sala, já isso não é confortável para
outras culturas.
Um chinês idoso gosta de sentar lado ao lado, ambos olhando para frente numa
conversação amigável. O médico é considerado sem atenção se ficar no pé da cama
de um paciente enquanto é considerado se preocupa pessoalmente quando ficar ao
lado da cabeça.
Para o comunicador do Evangelho, vale então de cultura em cultura, I Co
9.22,23.

ESTRUTURAS SOCIAIS
O homem vive dentro de uma sociedade. A sua posição dentro da sociedade
onde vive determina com quem ele se comunica, pode ser horizontalmente,
verticalmente para cima ou pra baixo, através, ou não há comunicação com outros
segmentos fora do seu. O missionário precisa saber qual a estrutura social existente,
onde ele encontra dentro dessa estrutura social, para entender quem pode falar com
quem, de que forma, quando e com que resultado.
“Quem sou eu em relação aos meus respondentes?” E “Quem são os meus
respondentes em relação aos outros membros da sociedade?”.

O status e o papel de um homem dentro da sociedade:


Status: A posição social de uma pessoa, designado (ou conseguido), dentro da
escala social. Tal posição social significa certas expectativas, crenças e sentimentos
resultantes, que determinam o papel que dele é esperado a ser desempenhado.
Podem ser vários, por exemplo, um homem é pai, filho, irmão, marido, professor,
cidadão, funcionário. Ele se comunica de forma diferente em cada papel de acordo
com o seu status, dentro da família, da empresa e da comunidade.
O missionário é biblicamente um embaixador de Cristo, mas dentro do povo alvo ele
é um estrangeiro, estranho, alguém de fora, hóspede ou intruso, como também é
visto como um especialista de religião. Essa é a expectativa do povo e devemos
depender da graça de Deus para desempenhar tal papel como o mensageiro d’Ele,
embora com humildade.
Os respondentes do missionário em relação à sociedade:
Marginal: Por uma razão ou outra tem a posição no limiar da sociedade sem os
privilégios de agitação como membro pleno. E.g. a mulher samaritana com quem
Jesus falou, a casta intocável na Índia, os leprosos em qualquer sociedade, os
menores abandonados no Brasil. O ministério a eles é ordenado biblicamente e ao
mesmo tempo requer muita sabedoria para um efeito duradouro e aceitável pela
sociedade ao invés de considerar o Cristianismo como uma religião de marginais ou
de classe baixa.

Pessoas influentes:
- Líderes formais com influência por prestígio de ocupação proeminente;
- Líderes de opinião com influência pessoal por causa da característica
pessoal, e.g. acesso informativo, sabedoria, poder, competência.
É muito importante em muitas sociedades tribais e orientais e, portanto deve ser
levado em consideração pelo missionário.
Por habilidade comunicativa, bons oradores: Levar em consideração no
discipulado cristão.
Sponsor: Quem apresenta o missionário, dá credibilidade ou plataforma.
O mediador: Interpreta o motivo e a mensagem do missionário perante o povo.

Relacionamento Familiar
Linhagem: Consangüíneo, os ancestrais como o centro.
Parentesco: Genealógico, através dos pais do indivíduo que é o centro.
Classes: Agrupamentos estruturais ou sociais, podendo ser fechadas ou abertas.
Também influi na comunicação horizontal ou vertical. E.g.: Alta, média e baixa. Onde
se encontra a definição de pastor ou missionário dentro da sociedade?

Grupos por local:


1. Sociedade urbana, industrializada, grupos de interesse, etnias...
2. Sociedade rural:
a. Tribal
b. Camponesa
Sugestões de Eugene Nida para a evangelização de sociedades rurais:
Baseada na amizade pessoal;
 A abordagem inicial às pessoas que podem passar a comunicação dentro do
seu agrupamento familiar;
 A abordagem inicial às pessoas que podem passar a comunicação dentro do
seu agrupamento familiar;
 Dar tempo para a difusão interna das novas idéias;
 O desafio de mudança de crença ou ação endereçada às pessoas ou grupos
socialmente capazes de fazer tais decisões.

Algumas hipóteses:
 A comunicação é mais eficaz quando segue mais o padrão da estrutura
social.
 As pessoas se comunicam mais com o seu próprio grupo (horizontal).
 A comunicação interpessoal e horizontal é mais eficaz para mudanças
voluntárias de atitudes e de comportamento, enquanto a comunicação
prestigiosa, vertical, é melhor para efetuar o controle social.
 O grau da dificuldade de comunicação eficaz é positivamente correlacionado
com o grau da distância social na escala sócio-econômica e com o grau da
compatibilidade dos sistemas sociais (e.g. de sociedades urbanas modernas
para as sociedades tribais).
 O discipulado das pessoas de potenciais para comunicar à sua sociedade.
 Os canais são verbais, vocal ou paralinguagem e visual.
 Os tipos de feedback: positivo e negativo, interno e externo, direto e indireto,
consciente e inconsciente, imediato e retardado. Realista e irrealista.
 Alguns problemas: falta de confiança mútua, evitando o compartilhamento da
realidade quanto a pessoas, mal-entendimento do silêncio e a preocupação
de proteger a própria imagem.
 Não se deve usar de avaliações demasiadas pessoais, nem usar o feedback
para ameaçar uma pessoa. O feedback é para corrigir mal-comunicação.
 Usar o retorno como “feedforward”, para referência para futura ação.
Como se tornar um melhor ouvinte:
 Antecipar: Pensar antes para antecipar o que a pessoa falará a seguir,
identificando a intenção dela, o que aumenta a nossa atenção.
 Resumir: Organizar o que foi dito em resumo para conseguir a visão geral e
não se perder em detalhes ou perder interesse por causa de conceitos
abstratos ou generalizações.
 Ser justo: Sem julgar a pessoa que fala, a sua forma de falar ou atitude ou
vestimenta. A mente aberta e sem fortes reações emocionais, atitude cristã.
(Exemplo: as pessoas que pedem aconselhamento, mas recusam de ouvir o
conselho por ser contra o que queria ouvir – concordância).
 Buscar entender a idéia: escutar as principais idéias e conceitos, não
somente as informações quanto aos fatos.
 Evitar distrações.
 Fazer esboço apenas depois de algum tempo ouvindo.
 Não fingir atenção.
 Atitude positiva.
 Manter contato de olhar para ver a intensidade e sinceridade da pessoa que
fala.
O bom ouvinte reconhece que as pessoas mudam, as situações mudam e os
relacionamentos entre as pessoas mudam. A escuta eficaz é de valor terapêutico e
estimulante.

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

Objetivo: Que os alunos reconheçam a importância da comunicação interpessoal na


comunicação do Evangelho, ao lado de uso de mídia, e possam identificar quais as
áreas de tensões possíveis entre eles; com o grupo onde ministrarão para poder
saná-las.
Com toda a tecnologia de mídia, a comunicação interpessoal ainda é a mais
eficaz, especialmente quando se espera uma tomada de decisão para mudanças de
atitudes básicas como a conversão. É o testemunho da vida pessoal do mensageiro
que dá a credibilidade à mensagem. O discipulado e o aconselhamento são também
desenvolvidos num relacionamento pessoal.
Na comunicação interpessoal a distinção entre a fonte e o receptor é mais
difícil. Uma pessoa começa como fonte, depois começa como fonte, depois como
receptor e a seguir novamente como fonte. De fato, pode-se ser simultaneamente
como fonte e receptor. Deve-se compreender os tipos das normas e expectativas
que cada um possui e como isso influencia as mensagens envolvidas.

Três fatores que podem ajudar na comunicação interpessoal:

 O Uso de canais múltiplos: na comunicação face-a-face; podemos usar


diversos canais ao mesmo tempo, o que aumenta a eficácia.
 O uso de feedback: levar a reação ou recepção da pessoa em conta,
permitindo alterar o tratamento da mensagem para aumentar a atenção ou
dar mais argumentos como suporte à idéia.
 O uso da interação: Quando a fonte e o receptor trocam de lugar, colocando-
se no lugar do outro temporariamente para tentar entender a situação a partir
do ponto de vista do outro. Assim consegue-se selecionar as mensagens, dar
um tratamento às idéias de forma atraente e compreensível para o outro, para
tentar passar os mesmos significados, visto que cada um tem as suas
próprias visões de mundo e experiências.]
Cada pessoa é formada pela sua cultura e pelos seus traços característicos
próprios. Ao entrar numa outra cultura, faz-se um estudo à luz da perspectiva bíblica
os novos aspectos culturais. E algumas áreas de tensões podem ser distinguidas
para entender a si mesmo e para se adaptar na nova cultura: (Tabelas de acordo
com lingenfelter e Mayers em Ministering Cross Culturally.) (16).

(16) Sherwood G. Lingenfelter e Marvin K. Mayer, Ministering Cross-Culturally, Grand Rapids, Baker,
1990 – p. 37ss.
1. Tensões sobre o conceito temporal:
Orientação pelo tempo:
 Preocupação com a pontualidade e a quantia de tempo gasto.
 Alocação cuidadosa do tempo para conseguir o máximo dentro dos limites
estabelecidos.
 Atividades programadas com cronograma e visando um alvo.
 Incentivos para uso eficaz do tempo.
 Ênfase nas datas e na história.

Orientado pelo evento:


 Preocupação com detalhes do evento, não importando o tempo necessário.
 Consideração exaustiva de um problema até resolvido.
 “Deixa acontecer” e não programa exato.
 A completação do evento é um incentivo em si.
 Ênfase na experiência presente ao invés do passado ou futuro.

2. Tensão sobre o julgamento


Pensamento Dicotomista:
 Julgamentos preto-e-branco, certo-errado, critérios específicos uniformemente
aplicados na avaliação de outras pessoas.
 A segurança vem do senso de que está certo e se encaixa no papel ou
categoria específica dentro da sociedade.
 As informações e as experiências são sistematicamente organizadas, os
detalhes numa ordem para formar um padrão claro.

Pensamento Holístico:
 Os julgamentos são abertos, a pessoa inteira e todas as circunstâncias
levadas em consideração.
 A segurança vem das múltiplas interações dentro da sociedade inteira – uma
pessoa estará insegura quando está confinada a determinados papéis e
categorias.
 As informações e experiências parecem desorganizadas, os detalhes
(narrativas, eventos, figuras) são pontos independentes e completas em si
mesmo.
3. Tensões sobre o lidar com crises
Orientado por crise:
 Antecipa crise.
 Enfatiza o planejamento.
 Busca soluções rápidas para evitar a ambigüidade.
 Repetidamente segue um único procedimento autoritativo e pré-planejando.
 Busca conselhos de especialistas.
Orientado por não-crise:
 Dar menos importância a possibilidade de crise.
 Focaliza nas experiências atuais.
 Evita tomar ação, retarda a tomada de decisões.
 Busca soluções na hora entre as opções múltiplas disponíveis.
 Desconfia o conselho de especialistas.

4. Tensões sobre alvos


Orientado por tarefa:
 Focaliza nas tarefas e princípios.
 A satisfação está no alcance dos alvos.
 Busca amizades com as pessoas com os mesmos alvos.
 Aceita a solidão e depravação social na busca de desempenhos pessoais.
Orientado por pessoas:
 Focaliza nas pessoas e nos relacionamentos.
 A satisfação está na interação.
 Busca amizades com as pessoas de orientação grupal.
 Deplora a solidão, sacrifica os alcances pessoais a favor de interação grupal.

5. Tensões sobre o Senso de Valor Próprio


Focalizado em Status: (O prestígio é designado)
 A identidade pessoal é determinada pelos credenciais padrões de nascimento
e classe.
 A categoria do respeito é permanentemente estabelecida; a atenção focaliza
nas pessoas de status social alto apesar de qualquer falha pessoal.
 Espera-se que a pessoa desempenhe o seu papel e faça sacrifícios para
conseguir subir de classe.
 As associações apenas com as pessoas de classe social igual.

Focalizando em Realizações: (O prestígio é alcançado)


 A identidade pessoal é determinada pelas realizações da pessoa.
 A categoria do respeito varia de acordo com os sucessos e as falhas; a
atenção focaliza no desempenho pessoal.
 O indivíduo é extremamente crítico consigo mesmo, faz sacrifícios para
realizar façanhas maiores.
 As pessoas se associam com os do mesmo sucesso, independente da
origem.

6 Tensões sobre a Vulnerabilidade


Esconder a vulnerabilidade:
 A proteção da auto-imagem a qualquer custo; evitando erros e falhas.
 Ênfase na qualidade do desempenho.
 Relutância para ir além dos limites reconhecidos ou entrar nos
desconhecidos.
 Recusa da culpabilidade; retirando-se das atividades a fim de esconder as
fraquezas e incapacidades.
 Recusa de aceitar visões alternativas ou críticas.
 Não falar claramente sobre a vida pessoal.
Disposição para expor a vulnerabilidade:
 Despreocupação relativa quanto a erros e falhas
BIBLIOGRAFIA

BURNS, Bárbara H., Apostila de Antropologia Missionária.


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CHEW, Jim, When You Cross Cultures, The Navigators, Singapore, 1990, p. 241.
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__________________, Apostila Master Models: Evangelism and Communication.

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