AÇÃO SOCIAL E

MISSÃO INTEGRAL
MISSÃO INTEGRAL – IDENTIDADE, MISSÃO
E RESPONSABILIDADE SOCIAL DA

unidade 4

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MISSÃO INTEGRAL – IDENTIDADE, MISSÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA

SUMÁRIO

4. MISSÃO INTEGRAL – IDENTIDADE, MISSÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA ............... 03

4.1 O que é Identidade? ........................................................................................................................... 03

4.2 Identidade cultural ............................................................................................................................. 03

4.3 Missão Integral: a perspectiva de ação da igreja! ........................................................................... 04

4.3.1 A missão da igreja em relação a Deus ............................................................................................ 05

4.3.2 A missão da igreja em relação ao mundo ..................................................................................... 05

4.3.3 A missão da igreja em relação a si mesma .................................................................................. 06

4.4 Responsabilidade Social da Igreja .................................................................................................... 07

4.5 Conclusão ............................................................................................................................................ 08

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 08

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 08

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4. MISSÃO INTEGRAL – IDENTIDADE, MISSÃO E
RESPONSABILIDADE SOCIAL DA IGREJA
Caro aluno, iniciamos mais uma jornada pelas
estradas da Ação Social e Missão Integral. Ao
longo desse caminho, esteja atento e busque
aprimorar mais os seus conhecimentos. Esta
caminhada será mais atrativa e edificadora à
medida de seu envolvimento e dedicação. Para
tanto, convido-o a prosseguirmos em frente no
caminho do saber na expectativa de que sua
vida seja capacitada mais e mais para servir ao
Senhor dos senhores.
4.1 O que é Identidade?
Identidade  é a  qualidade de idêntico. É o
reconhecimento de que o indivíduo é o próprio.
É o conjunto de  caracteres  particulares,  que
identificam uma pessoa, como nome, data de
nascimento, sexo, filiação, impressão digital
etc. Do latim identĭtas, a identidade é o conjunto
das características e dos traços próprios de um
indivíduo ou de uma comunidade. Esses traços
caracterizam o sujeito ou a coletividade perante
os demais. A identidade também é a consciência
que uma pessoa tem dela própria e que a torna
em alguém diferente das outras. Embora muitos
dos traços que constituem a identidade sejam
hereditários ou inatos, o meio envolvente exerce
influência sobre a conformação da especificidade
de cada indivíduo. Por isso, pode-se dizer que
uma pessoa “anda em busca da sua identidade”
ou expressões semelhantes1.
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Pensando na Missão Integral, falar em
identidade aponta para aquelas características
que nos identifica com uma obra, uma missão
que não é nossa, mas que dela fazemos parte,
como parceiros daquele que é mentor, senhor e
realizador da missão. Nesse aspecto, a identidade
está ligada e associada à essência da existência
da igreja. Estamos ligados a ela naturalmente.
Faz parte da constituição da igreja, de sua razão
de ser, de seu DNA, pôs-se no caminho a levar as
boas novas de salvação, na busca de alcançar o
homem em sua integralidade.
Identidade: É a qualidade de
idêntico. É o reconhecimento de
que o indivíduo é o próprio. É o
conjunto de caracteres particulares,
que identificam uma pessoa, como
nome, data de nascimento, sexo,
filiação, impressão digital.
4.2 Identidade cultural
Outro aspecto a salientar nesse percurso
conceitual diz respeito a identidade cultural que
se entende como o conjunto das características
de um povo, oriundas da interação dos membros
da sociedade e da forma de interagir com o
mundo. Identidade cultural são as tradições,
a cultura, a religião, a música, a culinária, o
modo de vestir, de falar, entre outros, que
representam os hábitos de uma nação2. Em que
sentido este fundo histórico interfere ou ajuda
na realização da missão? Considerando que
somos historicamente engajados, possuímos
este lastro, pois não nos encontramos soltos no
tempo e no espaço, este aspecto sociocultural
de nossa identidade, contribui, ou não, para
uma melhor realização da missão (fé) que uma
vez foi dada aos santos: “Amados, enquanto me
empenhava para vos escrever acerca da salvação
que nos é comum, senti a necessidade de vos
escrever exortando-vos a lutar pela fé entregue
aos santos de uma vez por todas” (Jd 1.3).
A igreja nasce no ambiente e contexto judaico,
rodeada pelo forte paganismo da cultura greco-
romana. Desta forma, os cristãos foram obrigados
a lutar contra a sinagoga e contra religiões
helenísticas (BOSCH, 2009). A primeira tarefa
da igreja cristã foi sustentar-se como um novo
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modelo de ser e relacionar-se com Deus, seus
propósitos e intenções. Próximo do judaísmo,
de onde vieram seus primeiros convertidos,
mas, também, perto do ambiente grego, que
com sua cultura influenciava o mundo de então.
Constituir uma identidade nessa ambiência de
formação foi o grande desafio dos primeiros
cristãos. Sair da visão fechada e exclusivista do
judaísmo para uma visão de que as boas novas
da salvação seriam para o mundo todo, uma vez
que a missão recebida era para ir até os confins
da terra, anunciando a graça de Deus a todos os
povos e línguas.
Identidade Cultural: O conjunto
das características de um povo,
oriundas da interação dos membros
da sociedade e da forma de interagir
com o mundo. Identidade cultural
são as tradições, a cultura, a religião,
a música, a culinária, o modo de
vestir, de falar, entre outros, que
representam os hábitos de uma
nação.
Nesse sentido, a igreja cristã nasce num ambiente
que lhe possibilitava ir e vir, através dos caminhos
construídos pelo Império Romano, usar a língua
universal daquele tempo, utilizando-se também,
de todos os recursos disponíveis à sua época.
Para tanto, era necessário ter uma compreensão
de que sua ação seria bem mais ampla e que
deveria romper os muros do judaísmo, abrindo-
se para o mundo helênico, sem, contudo, perder
seus fundamentos e instituir-se com um rosto
(identidade) próprio, num modelo integral de
missão.
4.3 Missão Integral: a perspectiva de ação da
igreja!
Quando se pensa na Missão Integral, precisamos
esclarecer nossa compreensão desse conceito.
Emil Brunner, citado por Padilla (2014), diz
que “a igreja existe para a missão como o
fogo existe para queimar”. Segundo Padilla
(2009), “a expressão ‘missão integral’ foi gerada
principalmente no seio da Fraternidade Teológica
Latino-Americana” (p.12), que segundo este
autor, objetivava “conceber a missão da igreja
dentro do marco de referencia teológico mais
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bíblico que o tradicional” (p.12), tendo como
princípio uma visão holística da missão cristã.
A tarefa da igreja deixa de ser somente com a
salvação da alma, pensando na salvação eterna
do homem que irá viver eternamente com Deus,
no céu; para um entendimento de que o salvo,
vive nesse mundo, e, enquanto aqui viver, deve
contribuir para o melhoramento em todos os
aspectos da vida humana.
Desta forma, o propósito da igreja deixa de
ser, somente salvar as almas e plantar igreja
em outros povos, para, além deste ministério,
ter uma ação mais engajada politicamente,
com responsabilidades sociais (que veremos
a seguir). Nesse sentido, os agentes da missão
deixam de ser os “missionários”, que recebiam
um chamado especial para tal obra, para recair
sobre toda a igreja, que devia, por meio e através
de cada membro, atuar no seu mundo, no seu
espaço de forma a promover a restauração do
homem todo.
Quebra-se a dicotomia (Padilla, 2009) entre
igrejas que enviam missionários para realizar
uma missão transcultural, transformando o
espaço onde se encontra o salvo, num campo
missionário. Desta forma, salienta Padilla,
a missão pode ou não envolver o
cruzamento de fronteiras geográficas;
porém, em qualquer caso, envolve
primordialmente o cruzamento da
fronteira entre o que é fé e o que não
é, seja na terra natal ou no exterior, em
função do testemunho acerca de Jesus
Cristo como Senhor da vida como um
todo e de toda a criação (PADILLA, 2009,
p.17)
Para este autor, essa visão se torna o novo
paradigma para a missão, sendo que cada igreja,
acrescento, cada membro, onde quer que esteja,
é chamado a participar na missão de Deus,
que tem alcance local, regional e mundial, cujo
propósito é “Encarnar os valores do reino de
Deus e testificar do amor e da justiça revelados
em Jesus Cristo, no poder do Espírito, em
função da transformação da vida humana em
todas as dimensões, tanto no âmbito pessoal
como no âmbito comunitário” (PADILLA, 2009,
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p.19). A missão deixa de ser de uns poucos que
receberam o chamado, para ser de todos os
membros, visto que todos são sacerdotes (I Pe
2.9).
Para Piragine (2006), definir o conceito de missão
é uma tarefa desafiadora. Segundo ele, há uma
complexidade em definir a missão da igreja na
atualidade, pontuando que “qualquer que seja
a resposta encontrada na literatura tradicional,
ela nos dá a sensação de que falta alguma coisa”
(PIRAGINE, 2006, p.76). Este autor aponta que a
ação e missão da igreja têm múltiplos sentidos,
tanto no que tange a Deus como ao mundo.
Citando os missiólogos Edward R. Dayton e
David A. Fraser, que afirmam que “a essência da
missão da Igreja é delinear a missio Dei” (p.77).
Para estes autores a missão da Igreja é participar
e cooperar com “o que Deus está graciosamente
fazendo, redentivamente, aqui na Terra” (p.77).
Apontam, ainda que “a missão da Igreja deve ser
compreendida em termos do Deus Triúno, cuja
criação e cujo agente no mundo é a Igreja de
Jesus Cristo” (p.78).
Desta forma, compreender que a missão da
igreja é realizar o propósito de Deus na Terra,
Piragine salienta que devemos pensar na missão
pela ótica do público-alvo, apresentando que
há uma missão em relação a Deus, ao mundo
e a comunidade dos salvos que se manifesta
visivelmente. Tomo emprestados estes
apontamentos e passo a apresentar-lhes a visão
desse pastor batista.
4.3.1 A missão da igreja em relação a Deus
Deus é um ser pessoal, infinito, eterno, soberano,
criador, mantenedor, juiz e redentor do Universo
e o que nele contém, Ele existe em três pessoas,
numa triunidade – Pai, Filho e Espírito Santo -,
sendo que cada pessoa, dentro da economia
divina, tem um papel fundamental no plano divino
para o Universo. Por isso, Ele com-partilha com
o homem Seu Ser, Sua Vontade, Seus Projetos e
o criou para viver em comunhão com Ele e para
Sua glória (Is. 43.7). Deus deseja relacionar-se
conosco e nos inclui em seus projetos.
Partindo de Efésios 1.3-14, Isaias 43.7. Marcos
12.29-31 e João 4.23-24, Piragine (2006), aponta
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que a igreja tem uma missão. Deus a estabeleceu
com propósitos claros e definidos. Não estamos
aqui soltos no ar. Para esse autor, “o Senhor
da igreja deseja que a obra que ele realizou
por nós, e está realizando em nós, produza uma
reação natural, característica de quem pode ter
comunhão com ele pela fé em Jesus” (PIRAGINE,
2006, p.80). Desta forma, a igreja tem, em sua
missão para com Deus, a celebração, quando
adora ao seu Senhor e Deus, vivendo uma intima
comunhão com Ele, por meio da oração e estudo
de sua Palavra.
A igreja, destaca Piragine, foi convocada “pelo
Espírito Santo a conduzir a sua glória por meio
da adoração, da oração e do ensino da Palavra”
(2006, p.82). Na intensificação do relacionamento
com Deus está à base dos outros direcionamentos
da missão. Podemos afirmar que, a igreja deve
promover uma vida cristã que glorifique a Deus
e lhe seja leal.
4.3.2 A missão da igreja em relação ao mundo
O mundo foi criado por Deus do nada (criatio
ex-nihillo), a Ele pertence e por Ele é mantido,
conforme vemos em Gn.1.1; Sl. 24.1-2; Ne. 9.6,
dentre tantos.
O cristão deve ter Jesus Cristo como seu modelo
de vida, sendo sua leal testemunha para
que, com seu exemplo de vida e testemunho
pessoal, as pessoas tenham a oportunidade de
conhecer o evangelho e aceitar Cristo como seu
Senhor e Salvador. Além disso, deve ser útil na
sociedade em que vive, seja como profissional,
seja como cidadão. Deve exercer a cidadania
com responsabilidade e contribuir ativa e
positivamente para o desenvolvimento histórico
do mundo em vez de ser um mero consumidor
da realidade.
Nessa visão integral, destaca-se, também, que
a igreja, enquanto no mundo, mas não sendo
do mundo, tem uma missão em relação ao
mundo: “Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o
que era seu. Mas o mundo vos odeia porque não
sois do mundo; pelo contrário, eu vos escolhi do
mundo” (Jo. 15.19). Em Mt. 28.17, encontramos a
chamada “Grande Comissão”, quando podemos
compreender o papel da igreja no mundo:
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“Quando o viram, adoraram-no; mas alguns
duvidaram. E, aproximando-se Jesus, falou-
lhes: Toda autoridade me foi concedida no
céu e na terra. Portanto, ide, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo;
ensinando-lhes a obedecer a todas as coisas
que vos ordenei; e eu estou convosco todos
os dias, até o final dos tempos”.
Por isso, devemos desenvolver nossa missão
dirigida ao mundo pela obra missionária,
investindo na evangelização, no atendimento
social, tanto em busca das pessoas perdidas,
como em busca da maturidade cristã. Nossa
fonte de verdade é o próprio Deus, que numa
ação de amor, enviou seu filho ao mundo, “não
para que condenasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por Ele” (Jo.3.17).
Desta forma, partindo de uma visão do homem
histórico, inserido nesse mundo, tendo do
tempo e do espaço, onde deve, então, promover
o conhecimento desse desejo divino. Para tanto,
a ação da igreja em relação ao mundo, deve
considerar esse ser humano em seus mais
variados níveis e aspectos. Desta forma, toda ação
da igreja em direção ao mundo precisa considerar
o homem como um SER (ONTOLOGICO), mas,
também, levar em conta sua afetividade (SENTIR),
suas relações (CONVIVER), sua compreensão
(SABER), sua capacidade reflexiva (REFLETIR) e
sua capacidade executiva (FAZER). Todas essas
dimensões precisam ser consideradas na ação
da igreja em relação ao mundo.
Nesse sentido, o texto da “Grande Comissão”,
pode assim ser resumido, no que tange aos
mandamentos e objetivos.
MANDAMENTOS OBJETIVOS
Amar a Deus Adorar
Amar ao próximo Servir
Fazer discípulos Evangelizar
Batizar Entrosar
Ensinar Discipular
Essa missão é realizada mediante o poder do
Espírito Santo e tem com alvo os confins da
Terra. Deve ser feita na perspectiva integral,
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preparando o novo homem para viver neste
mundo de forma a glorificar e honrar o Deus que
lhe deu perdão e salvação. Para tanto, ações de
amor, por meio do serviço, sendo assim, as mãos
do Senhor (PIRAGINE, 2006), refletindo, em suas
ações, o coração amoroso de nosso Deus, numa
encarnação da misericórdia.
Numa visão integral da ação da igreja em direção
ao mundo, ela deve ser e estar inserida na
comunidade, como agente de transformação,
denunciando as injustiças e agindo para que elas
sejam minimizadas. Esse compromisso social da
igreja a levará a disponibilizar sua estrutura, tanto
física, como de recursos humanos, e coloca-los a
disposição e serviço da comunidade na qual ela
está inserida. Desta maneira, a igreja, além de
exercer sua missão kerigmática, proclamando o
evangelho, fará, também, sua missão koinônica
e diacônica, promovendo a comunhão entre
os seus e com sua comunidade, bem como,
servindo e agindo em favor dela. Isso é amar ao
próximo, como Deus deseja que amemos.
4.3.3 A missão da igreja em relação a si mesma
Para realizar essa obra tão intensa e desafiadora,
a igreja precisa cuidar de si mesma. Por isso,
tem uma missão dirigida para si mesma que é
responsabilizar-se pelo desenvolvimento da vida
cristã, de modo que o salvo possa crescer na fé
e na sua vida pessoal, numa relação onde todos
são responsáveis pelo crescimento da igreja (Ver
Ef. 4.11-16).
Dentro do plano divino, todos são incluídos,
devendo ser preparados para o exercício
de seus dons, por meio dos dons e talentos
recebidos, trabalhando na edificação, por meio
da encarnação dos valores e princípios cristãos.
O perdão e a salvação são apenas o início de
uma caminhada. O crescimento é uma tônica
constante na vida do novo ser, gerado pela graça
e poder de nosso Deus. Assim, deve crescer na
comunhão, construindo uma comunidade de
amor, vivenciando a unidade cristã, sabendo
que a vivencia desse amor é a grande força a
impulsionar a ação da igreja.
Os salvos devem ser mobilizados a viverem e
exercerem seus ministérios por meio e através
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de seus dons espirituais. Deus já os estabeleceu
em seu corpo – a igreja -, dando-lhes capacidades
para servir a Deus, ao próximo e à e na igreja.
Essa vivencia do sacerdote eterno de todos os
crentes, conforme nos ensina Pedro na primeira
carta 2.9: ”Mas vós sois geração eleita, sacerdócio
real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de
Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que
vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”.
Cada crente é um ministro e serve a Deus no
local onde está. Seu testemunho deve ser vivo e
impactante. Cabe a igreja, enquanto comunidade
de fé, prepara-lo para essa ação, dentro e fora da
igreja.
Entretanto, a igreja não pode descartar sua
responsabilidade social.
4.4 Responsabilidade Social da Igreja
Em nossa caminhada, buscamos sempre
compreender o conceito, para depois,
prosseguir em sua aplicação e extensão. Desta
forma, definir o que seja responsabilidade
social é algo que precisamos trazer à nossa
compreensão. Portanto, podemos entender
que a Responsabilidade Social diz respeito às
ações, de forma voluntária, que as instituições,
entre elas a igreja, adotam como posturas e
comportamentos que promovam o bem-estar
dos seus públicos interno e externo. Destaco
seu caráter voluntariado, pois não deve ser
confundida por ações compulsórias impostas
pelo governo ou por quaisquer incentivos
externos (como fiscais, por exemplo). Neste
sentido, embora que no resultado não ocorra
alteração, visto que quem é beneficiado fica com
o benefício, essas ações, entretanto, movidas
por um preceito legal, como por exemplo,
manter a titulação de entidade filantrópica, sofre
a descaracterização cristã. A igreja deve agir
movida pelo amor gracioso e não com “segundas
intenções”, ou para cumprir uma determinação
legal. Deve, sim, cumprir a Lei, mas sua real
motivação, desse ser sempre, a encarnação do
amor, revelada em ações direcionadas ao outro.
O conceito, nessa visão, envolve o beneficio da
coletividade, seja ela relativa ao público interno
(funcionários, acionistas, etc.) ou atores externos
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(comunidade, parceiros, meio ambiente, etc.).
Neste aspecto, as ações responsáveis da igreja, no
campo social, devem ter como meta e intensão,
mostrar o amor de Deus ao mundo, e, em
especial, àqueles que sofrem, tendo atendidas
suas demandas. A intencionalidade da ação deve
ser “testemunhar” que, assim como Deus ama,
a experiência cristã, é vivida na simplicidade
do amor do Pai. Quando alguém perguntar por
que estamos fazendo essa ou aquela ação, por
que nos envolvemos nesse ou aquele projeto,
a resposta deve ser, porque amamos a Deus
e o seu amor nos impulsiona a amar também.
Essas ações, envolvimentos e empreendimentos
não devem ter uma “intensão” evangelizadora
ou proselitista, visando “aumentar” o rebanho.
Embora, desejemos que todos conheçam a
graça de Deus, as ações da igreja no campo
social, deve, primeira e objetivamente, ressaltar
a solidariedade cristã. Fazemos a boas obras
como forma de adoração e reflexo da vida de
Deus em nós.
Sendo assim, a Responsabilidade Social está no
DNA da igreja, visto que fazer o bem às pessoas,
é, em relação ao mundo, a razão de ser de sua
existência. Contudo, como já expresso aqui, a
base para a ação e fé da igreja é a Palavra de
Deus. Assim, não podemos nos envolver em
ações sociais, simplesmente por ser esta a “onda”
do momento, ou por questões de ordem legal
(manter o título de filantropia, por exemplo).
Nossas ações devem ser, antes de tudo, movidas
pelo amor que Deus, nosso Pai, que derramou
em nossos corações sua graça: “e a esperança
não causa decepção, visto que o amor de Deus
foi derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo que nos foi dado” (Rm. 5.5).
Assim, encontramos nas paginas das Sagradas
Escrituras, orientações seguras quanto a
responsabilidade social do povo de Deus. Temas
como justiça, respeito, cuidado com o próximo
são pródigos nos textos sagrados. Deus tem um
olhar compassivo para com os necessitados.
No Antigo Testamento, conforme visto, preceitos
e orientações, tais como o ano do jubileu, o
ano sabático, dízimos e colheitas, respigos,
o profetismo de Israel - que denunciava as
injustiças e propagava os cuidados dos órfãos,
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viúvas e estrangeiros, são orientações seguras
a nos colocar diante desse tema. No Novo
Testamento, encontramos uma igreja solidária,
tendo tudo em comum, de modo que os menos
favorecidos (viúvas e órfãos) tinham uma
atenção especial, com um grupo de pessoas que
deles cuidavam.
4.5 Conclusão
Não como negar que a contemporaneidade trás
com marca a crise de identidade. Neste contexto,
a igreja, também sofre as consequências desse
tempo. Contudo, ela não pode esquecer-se de
sua missão e responsabilidade para com este
mundo, tanto no sentido de viver de forma plena
o evangelho, buscando crer de maneira correta,
como vive-lo integralmente, manifestando em
suas ações a graça e a misericórdia de nosso
Deus.
Aprofunde seus
conhecimentos: http://faetefi.
blogspot.com.br/2015/05/a-
missao-e-identidade-da-
comunidade.html
REFERÊNCIAS
AQUINO, Rodrigo Bibo de. Missão Integral em
poucas palavras. Joinville: BTBooK’s, 2013.
BOSCH, David J. Missão transformadora: mudança
de paradigma na Teologia da Missão. São Leopoldo:
Sinodal, 2002.
CAMPLIN, Russel Normam, BENTES, João
Marques. Enciclopédia de Bíblia e Teologia e
Filosofia. V.6. Dutra: Editora Candeia, 1995.
LONGUINE Neto, Luiz. O novo rosto da missão:
os movimentos ecumênico e Evangelical no
protestantismo latino-americano. Viçosa: Ultimato,
2002.
MATOS, Alderi Souza. Estudos sobre a ação social
cristã. www.mackenzie.com.br/7152.html.
MONDIN, B. Os teólogos da libertação. São Paulo:
Paulinas, 1980.
8 nead.fbmg.edu.br / nead.tutoria@redebatista.edu.br / 3429-7256 ou 3429-7361
PADILLA, C. Renê. Missão Integral: o reino de Deus
e a igreja. Viçosa: Ultimato, 2014.
________, O que é Missão Integral? Viçosa: Ultimato,
2009.
PIRAGINE JUNIOR, Paschoal. Crescimento integral
da igreja: uma visão prática de crescimento em
múltiplas dimensões. São Paulo: Editora Vida,
2006.
Glossário
Proselitista: do latim eclesiástico prosélytus, que
por sua vez provém do grego προσήλυτος é o
intento, zelo, diligência, empenho de converter
uma ou várias pessoas, ou determinados grupos,
a uma determinada causa, ideia ou religião.
Dicotomia: É a divisão de um elemento em duas
partes, em geral contrárias, como a noite e o
dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e
o inferno etc. Com origem no grego dikhotomía,
uma dicotomia indica uma classificação que
é fundamentada em uma divisão entre dois
elementos.
No âmbito da teologia, os dicotomistas
acreditam que o ser humano é dividido em duas
partes: corpo e alma (sendo que para eles, alma
e espírito são sinônimos). Por outro lado, os
tricotomistas contemplam o ser humano em três
vertentes: corpo, alma e espírito. Os filósofos
gregos acreditavam que o corpo estava a serviço
da alma que era submissa aos interesses divinos.
Missio Dei: A missio Dei (missão de Deus) institui
as missiones ecclesiae (missões da igreja). A igreja
deixa de ser a remetente para ser a remetida. A
missão não é primordialmente uma atividade da
igreja, mas um atributo de Deus. Deus é um Deus
missionário. Compreende-se a missão, desse
modo, como um movimento de Deus em direção
ao mundo; a igreja é vista como um instrumento
para essa missão.
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1
http://conceito.de/identidade
2
http://www.significados.com.br/identidade/