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FORMAÇÃO BÁSICA PARA

CATEQUISTAS

MÓDULO III – “Nós, e a oração...”


Espiritualidade do Catequista

Catequista: ..........................................................

Este material faz parte da Apostila do Módulo II – Formação Básica para catequistas, é
PROIBIDA a reprodução por meios eletrônicos.

Edição e compilação de material: Ângela Rocha


Catequistas em Formação

Colaboração: Nilva Mazzer, Claudia Pinheiro, Janice Santos, Abigail Martins Oliveira.
A ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA...
O catequista, na preocupação de realizar bem a sua missão, deve preocupar-se também
com a sua vida espiritual (AG. 17). A espiritualidade do catequista deriva do seu "ser" e da
sua missão na Igreja, que o distingue das outras funções e tarefas eclesiais. O catequista 2
PRECISA ser um ser espiritual! Mas, não há possibilidade de vida espiritual se não se
recebeu o dom do Espírito Santo, se não se vive sob a sua ação e não se é conduzido por
Ele. Para ser catequista não basta "invocar" a ação Dele, é necessário se "abrir" a ação
procurando "formar", também, o SEU espírito.

ORAÇÃO INICIAL – Iniciando...


ATIVIDADE 01 – O que me desperta a “Espiritualidade”?
ATIVIDADE 02 – O que é “Espiritualidade”, afinal?
ATIVIDADE 03 – Elementos fundamentais da Espiritualidade
ATIVIDADE 04 - Cultivando a espiritualidade
ATIVIDADE 05 - Mística e Espiritualidade
ATIVIDADE 06 - Sobre a Espiritualidade
ATIVIDADE 07 – Orando com o outro
Texto de Apoio 01 – Dicas de Espiritualidade prática
Texto de Apoio 02 – Algumas ações para o cultivo da Espiritualidade
Texto de Apoio 03 – Como vemos a Espiritualidade de Jesus
Texto de Apoio 04 – Os estágios da Fé – James Fowler
ATIVIDADE 07 – Construindo um Retiro de Oração
Texto de Apoio 05 – Como fazer um Retiro Espiritual

ANEXOS
ANEXO 01 - Roteiro de Celebração: Espiritualidade do Catequista
ANEXO 02 - Roteiro de Espiritualidade para Catequistas: “Há esperança no caminho”.
ANEXO 03 - Roteiro de Retiro Espiritual: “Piquenique espiritual”.
ANEXO 04 - Roteiro de Celebração Catequética: “Misericordiosos como o Pai”
ANEXO 05 - Roteiro para Momento de Espiritualidade – Encerramento
ANEXO 06 - Roteiro para Celebração Catequética – “Advento”
ANEXO 07 - Roteiro de Oração - Encerramento
ORAÇÃO INICIAL – Iniciando...

Recolha-se em seu “cantinho” de estudos, junto ao computador, feche bem os seus olhos,
junte as suas mãos e peça numa oração pessoal, tudo aquilo que você almeja com essa
formação, peça também que tudo se disponha para que as coisas se conduzam da melhor
forma possível: que você tenha o tempo disponível, que seus equipamentos e que sua
conexão de internet funcione perfeitamente e que você seja guiado pela ação do Espírito 3
Santo;

- Agradeça a Deus por ter lhe proporcionado os meios de compartilhar tantas pessoas a
graça de ser catequista e buscar cada dia mais, enriquecer a sua tarefa de discípulo
missionário na Igreja de Jesus;

- Ore por nós, coordenadoras do grupo: para que tenhamos em nosso espírito, força,
coragem, discernimento, conhecimento para bem conduzi-los;

- Pegue a sua Bíblia de leia o capítulo 14 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
Leia novamente, pausadamente, marcando as palavras ou frases que lhe chamaram a
atenção. Medite na Palavra a sua vocação de Profeta.

- Louve a Deus com um canto e peça a ele que lhe dê força e sabedoria par a multiplicar
aquilo que você aprendeu. Evoque a Santíssima Trindade.

Neste início de nossa Formação via web, façamos como oração este Credo da
Comunicação, que lembra um dos pilares da nossa fé que é a oração do Creio.

Credo da comunicação
Creio em Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, Trindade que estabelece a comunicação e a
comunhão.
Creio em Jesus Cristo comunicador, palavra e imagem do Pai, que
revelou o rosto e os segredos do Reino aos pequenos e
desprezados da sociedade.
Creio em Jesus que trouxe a Boa Notícia e foi, ele mesmo, essa
Boa Notícia comunicada em imagens, símbolos e histórias do
cotidiano do ambiente onde ele viveu.
Creio em Jesus que comparou o Reino de Deus a um pouco de
farinha, ao fermento que faz a massa crescer, ao grão de
mostarda tão pequeno e tão grande ao mesmo tempo,
comunicando assim que o Reino e dos pequenos.
Creio em Jesus que viveu as relações humanas, acolheu
discípulos e discípulas, grupos e pessoas e, pela sua presença,
revelou a bondade e a misericórdia do Pai.
Creio no Espírito Santo que pousou sobre Jesus, no Batismo, e
comunicou a ele o amor do Pai e sua própria missão.
Creio no Espírito de Deus presente em cada pessoa, criando e
recriando a comunicação interior e profunda, que refaz a pessoa
por dentro e a lança para novos caminhos e novas metas, criadoras de vida e comunhão.
Creio que Maria é mulher comunicadora de Jesus com a vida, a palavra e, sobretudo, o gesto de
apresentar Jesus ao mundo, desde a visita a Isabel, quando o menino exultou de alegria em seu
ventre.
Creio que o apóstolo Paulo viveu e comunicou Jesus Cristo com a vida, as atitudes, a palavra
falada e escrita. Ele mesmo disse de si: "Eu quero dar a vocês não só o Evangelho de Deus, mas
a minha própria vida".
Creio que os instrumentos da Comunicação Social são meios de evangelização, espaços e
lugares para o anúncio do Evangelho. 4
Creio na possibilidade de uma comunicação participativa e libertadora, onde as pessoas possam
sentar ao redor da mesma mesa e ter propostas que transformem a realidade.
Creio que há mulheres e homens a caminho, construindo uma nova comunicação a serviço da
vida. Amém!
(Ir. Helena Corazza, fsp)

Esta oração foi escrita por Ir. Helena Corazza da Família Paulina, fundada por Padre Tiago
Alberione, beatificado em 2003, que é considerado o padroeiro das comunicações pela internet.
Entre 1962 e 1965, padre Tiago Alberione acompanhou os trabalhos e participou no Concílio
Vaticano II. No dia 4 de Dezembro de 1963, quando foi promulgado o decreto conciliar Inter Mirifica
sobre os meios de comunicação social como instrumentos de evangelização, o Padre Alberione
comentou com alegria: “Agora já não podeis duvidar. A Igreja falou”.
Padre Alberione também resgatou a frase do teólogo alemão Karl Barth, que disse: os pastores e
pregadores precisavam andar com a Bíblia em uma mão, e o jornal na outra. E esta afirmação
estende-se a todos os cristãos deste século. Pensemos que hoje, este jornal, que antigamente era
impresso em papel e tinta, se compartilha na tela de um computador, ou no celular, ou nas muitas
formas de comunicação que a cada dia as novas tecnologias nos proporcionam.
Peçamos intercessão de Padre Alberione, junto a Deus Pai, para que possamos crescer na
fé, levando, principalmente, aos nossos catequizandos, a esperança de um mundo melhor,
com o amor, a justiça, a fé e a caridade que nosso Mestre Jesus nos pediu.
ATIVIDADE 01 – O QUE ME DESPERTA A “ESPIRITUALIDADE”

OLÁ PESSOAL! Vamos começar?


O que esta imagem evoca a vocês??? O que ela lembra, espiritualmente falando? Sem
medo de ser feliz e divagar, vamos escrever o que pensamos...
5

Bem, coloquei uma imagem e pedi para cada um dizer o que "viu" ali. Claro que somos
diferentes pessoas e sempre teremos diferentes visões, mas, a "essência" de nossos
pensamento e "visões", é uma só: nossa MISSÃO como catequistas! E como é importante
"crescermos" junto com ela! Nós crescemos como pessoas, como agentes de pastoral,
nossa espiritualidade cresce e cresce o "impacto" daquilo que fazemos ao longo da nossa
vida: espalhar a mensagem do Reino, igual o dente-de-leão espalha suas sementinhas por
aí. Quem leu a mensagem que coloquei na nossa Fanpage no dia que atingimos as 10 mil
curtidas? Coloquei lá esta mesma imagem e expliquei o porquê de usarmos do dente-de-
leão, flor símbolo da esperança...

Para esta tarefa, não há correção. Porque não há uma “correção” para o entendimento que
cada um tem do seu próprio “ser espiritual”. Mas, com certeza, os comentários de vocês
servem de direcionamento para o assunto que vamos abordar nesta parte da nossa
formação: O CRESCIMENTO DA NOSSA ESPIRITUALIDADE!
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ATIVIDADE 02 – O QUE É “ESPIRITUALIDADE” AFINAL?

O QUE É ESPIRITUALIDADE?

Afinal de contas, o que é essa tal ESPIRITUALIDADE, de que tanto se fala? Muitas vezes
ouvimos esta palavra para descrever momentos de oração antes ou durante um encontro,
não é mesmo? Seja ele de catequese ou mesmo de formação. Mas, onde nosso “espírito”
realmente se envolve nisso tudo? Para sabermos isso do espírito “se envolver”, precisamos
entender alguns conceitos.

A palavra espiritualidade vem de spiritus, ou do verbo spirare, “soprar”. A espiritualidade é


uma força que nos motiva a viver de corpo e alma, e por isso nos envolve inteiramente.

Espiritualidade é um jeito de viver, uma maneira de ser livre e sintonizado com as coisas
de Deus, da Igreja, da família, da natureza e do mundo a luz do Espírito Santo.
Espiritualidade envolve fé. E o que é Fé? É uma forma de viver todas as coisas à luz de
Deus. A fé vem como resposta à experiência de Deus, feita pessoal e comunitariamente.

O que é Espírito? Podemos dizer que é a Força mística que nos faz buscar “algo mais”,
viver a vida de forma transcendente, viver com Fé.

Mística? Isso lembra mistério: aquilo que não cansamos de desejar e saborear. É a seiva,
é o princípio da vida, da fé feita experiência. A mística nos provoca a fazer uma crítica:
social, política, econômica, ideológica e antropológica. Mística é o motor que nos impulsiona
até Deus. Os motores não são iguais. Para o Catequista, há muitos “motores” que podem
ajudá-lo. Essa força, esse motor vem do Espírito de Deus. Vivemos à Mística:

 Quando percebemos o outro lado das coisas, dos acontecimentos e não paramos nas
aparências;
 Quando vivemos profundamente a nossa existência.
A MÍSTICA ENVOLVE COMPROMISSO E CONTEMPLAÇÃO

Contemplar é um modo de olhar para o que não se vê. Ver o invisível é a experiência que
fazem todos aqueles que amam verdadeiramente a Deus. Contemplação é a atitude de
quem está vivendo com intensidade a cada momento, na escuta da Palavra de Deus.

A atitude de escuta supõe um silêncio interior, que não se confunde com passividade ou
vazio de pensamento, mas em uma presença atenta, disponível aos irmãos e a Deus. É
uma atitude dinâmica, de concentração e de prontidão.

A espiritualidade vivida no Pai, no Filho e no Espírito Santo nos torna autênticos, dinâmicos
, firmes na fé e perseverantes na missão que a Igreja confia a cada um de nós.

PARA ESCUTAR A VOZ INTERIOR É PRECISO...

Silenciar, recordar, rememorar com o coração, assim como Maria:

Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.


(Lc 1,38).
FAÇA SEU COMENTÁRIO:
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ATIVIDADE 03 – ELEMENTO FUNDAMENTAIS DA ESPIRITUALIDADE DO
CATEQUISTA

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Somente o Espírito Santo de Deus poderá nos mover e nos impulsionar numa autentica e
profunda espiritualidade cristã. São considerado elementos fundamentais da espiritualidade
algumas dimensões indispensáveis na vida do catequista para que ele possa viver
autenticamente o chamado de Deus em sua vida e na comunidade. Vejamos quais são
elas.

1 - JESUS CRISTO

A fonte original e fundamental da espiritualidade é Jesus Cristo. O ponto de partida da


espiritualidade cristã é o encontro com a pessoa de Jesus Cristo. Por isso, toda
espiritualidade fundamenta-se na opção e na prática de Jesus. O seguimento de Jesus
Cristo nos ensina que quanto mais humanos formos, mais perto de Deus chegaremos e
mais santos seremos. Assim alicerçada no Cristo ressuscitado, a vida do catequista faz
dele uma nova criatura capaz de ser sinal visível do amor de Deus no mundo.

2 - A PALAVRA DE DEUS

O Catequista deve amar a palavra de Deus. A Bíblia é o espelho no qual vemos nossa vida
e a vida de todas as pessoas confiadas a nós por meio do ministério catequético. É com o
recurso a Palavra de Deus que o catequista vai orientar os catequizando. Há algumas
décadas, sobretudo a partir do Concilio Vaticano II, a Igreja tem valorizado cada vez mais
a Palavra de Deus. Insistiu que todos os cristãos católicos tenham amplo acesso às
Sagradas Escrituras. O catequista deve compreender que os livros da Sagrada Escritura
resultam da tradição oral e que não devem vê-los como se fossem “historias factuais”.
Entende-se que a leitura bíblica exige contextualização da narrativa, qualquer que seja o
assunto tratado. Cuida em não perder de vista que a preocupação dos autores sagrados é
com a mensagem, e que o texto, em seu contexto deve estar a serviço dela. A Igreja tem
recomendado a seus fiéis a “ leitura orante da Bíblia”, que é um processo que nos leva a
meditação, a oração, a contemplação e a transformação de cada um de nós.
3 - A EUCARISTIA

A Eucaristia é a fonte e o cume de toda a vida cristã. Do ministério pascoal de Cristo nasce
a Igreja. Comendo e bebendo o corpo e o sangue do Senhor tornamo-nos hóstias vivas na
construção de um mundo mais humano, solidário e fraterno. A participação do catequista
na comunhão eucarística deve transformar sua vida por inteiro. O catequista caminha 11
seguindo as orientações e diretrizes na Igreja do Brasil e da Igreja local. O corpo e o sangue
de Cristo nos impulsionam a sentir e a amar a Igreja. Contempladas estas dimensões, a
Espiritualidade do catequista:
- Assegura a vocação, a fé, o conteúdo e a vivência do catequista;
- Garante a perseverança diante das dificuldades internas e externas;
- Ajuda o catequista em sua missão de conduzir os catequizandos a Cristo;

“Cristo deve habitar no coração da Catequese” (CIC 426).

“Aquele que é chamado a "ensinar o Cristo" deve, portanto, procurar primeiro este ganho
supereminente que é o conhecimento de Cristo; é preciso aceitar perder tudo... a fim de
ganhar a Cristo e ser achado nele, e conhecer o poder de sua Ressurreição e a
participação em seus sofrimentos, conformando-me com ele em sua Morte, para ver se
alcanço a ressurreição de entre os mortos" (CIC -428).

Cristo deve habitar o coração da Catequese, portanto deve habitar é claro, no coração do
Catequista. (Ver Filipenses capítulo3)

- Colabora na coerência de vida do catequista: O testemunho de vida é fundamental para


que o Catequista possa desempenhar seu papel de modo pleno.
O Catequista que não busca enriquecer sua Espiritualidade, corre o risco de deixar-se
afastar do caminho, muitas vezes até sem perceber, entregando-se ao comodismo e em
seguida fatalmente dará contra testemunho daquilo que prega. O contra testemunho de um
Catequista pode ser muito maior do que ele próprio possa imaginar, porque além de não
cumprir com a Missão que Jesus lhe confiou e ofender a Deus, acaba muitas vezes levando
consigo a Fé de muitos de seus Catequizados que lhe conferiram respeito e confiança. Para
que tudo isso seja evitado, é fundamental que o Catequista dedique-se convictamente a
sua Espiritualidade e a Missão que lhe foi Confiada pelo próprio Cristo.

Viver para mim, é Cristo. (Fl 1,21)

“O fiel deve testemunhar o nome do Senhor, confessando sua fé sem ceder ao medo. O
ato da pregação e o ato da catequese devem estar penetrados de adoração e de respeito
pelo nome de Nosso Senhor, Jesus Cristo.” (CIC 2145).
TAREFA:
01 – Você tem colocado estes “elementos fundamentais” em sua vida de catequista? Quais
são os outros “elementos” que você considera, também, fundamentais da sua
espiritualidade de catequista? Faça um BREVE comentário a respeito.
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ATIVIDADE 04 - CULTIVANDO A ESPIRITUALIDADE
As “coisas do espírito” mexem com a gente, realmente. A
oração e o “encontro” diário com Deus é necessário para
todos nós, catequistas ou não.

Mas, o cuidado com a Espiritualidade do Catequista é 13


uma prioridade para nós. É a Espiritualidade que mantém
acesa a chama do amor e do Encontro com Deus e
também da nossa missão como catequistas. Sem
espiritualidade, o mundo nos vence; o cansaço, o
desânimo, a preguiça, o desinteresse e o desencanto
tomam conta da gente. Precisamos nos manter sempre
“encantados” e “apaixonados” por Jesus e pela nossa
missão.

Vou usar um texto da Lucimara Trevizan, do Catequese Hoje, que gosto muito. Ela explica
a espiritualidade de um jeito muito bacana.

O QUE É ESPIRITUALIDADE?

Lucimara Trevizan

“A Espiritualidade é o oxigênio do coração. É viver segundo o Espírito. É uma maneira


determinada de viver a globalidade da vida, com seus afazeres, dificuldades, objetivos e
desafios, orientando-a pela luz da nossa fé cristã. Espiritualidade é nossa dimensão divina
em tudo o que é humano.

Numa bela definição, Pe. Adroaldo Palaoro, sj, nos diz:

“É a espiritualidade que reacende desejos e sonhos, que desperta energias em direção ao


algo “mais”; é a espiritualidade que faz descobrir, escondida no cotidiano, a presença
amorosa do Deus Pai-Mãe que nos envolve; é a espiritualidade que projeta a vida a cada
instante, abre espaço à ação do Espírito, nos faz ser criativos e ousados em tudo o que
fazemos e dá sentido e inspiração a cada ação humana, por mais simples que seja; é a
espiritualidade que nos desperta e nos faz descobrir que nossa vida cotidiana guarda
segredos, novidades, surpresas... que podem dar novo sentido e brilho à vida. É um modo
de “ler” e interpretar a mensagem que cada experiência de vida pode nos comunicar. Essa
dimensão espiritual se revela pela capacidade de diálogo consigo mesmo e com o próprio
coração, se traduz pelo amor, pela sensibilidade, pela compaixão, pela escuta do outro,
pela responsabilidade e pelo cuidado como atitude fundamental”.
Espiritualidade consiste primariamente não na recitação piedosa e humilde de
determinados exercícios devocionais religiosos..., mas num modo de se posicionar na vida
e ver todas as coisas. Olhar o mundo com os olhos do coração, ver o sagrado mistério da
realidade... então, espiritualidade não é só momentos de oração, é a definição mais
capenga. Nem se reduz a sacramento, retiro, silêncio...

Espiritualidade é o cultivo das coisas do Espírito. A palavra espiritualidade vem de espírito. 14


Na Bíblia, “Espírito” quer dizer vida, movimento, força, presença, sopro, ardor. Espírito é a
força que leva a agir. Espiritualidade é uma força que nos anima, inspira. Ela vem de dentro
de nós e nos impulsiona para a ação. Na vida do Cristão, esta força é o Espírito Santo. Ele
acende em nós o fogo do amor: amor a Deus, amor aos irmãos, amor a Catequese. E o
amor nos faz atuar, agir.

Quem experimenta o encontro com Deus-Amor deseja estar com Ele. A oração é a
conversa mais particular e íntima com Deus, que realimenta e fornece combustível para a
dinâmica do encontro permanente com Ele e da leitura da sua presença na vida. Pondo
diante de Deus o que somos e vivemos, ele nos ajuda a ver mais claramente, a identificar
seu apelo nos chamados sinais dos tempos, que estão aí na nossa história pessoal e na
sociedade. A oração mais do que palavras é estar com Deus. Como diz Santa Tereza é
“querer estar a sós com aquele que sabemos que nos ama”.

Sem espiritualidade a catequese perde o rumo. Sem o cultivo da Espiritualidade é muito


difícil a catequese caminhar bem. As coisas se transformam em rotina, o desânimo vai
minando o trabalho, os conflitos tumultuam o grupo. Sem Espiritualidade as pessoas vão
ficando endurecidas, descrentes, desgastadas. A Espiritualidade mantém viva o “porquê” e
o “para que” somos catequistas. A causa (a paixão por Jesus e pelo Reino de Deus) nos
mantém no caminho do seguimento e da paixão pela educação da fé da comunidade cristã.

Quem cultiva a espiritualidade, sente-se habitado por uma Presença, que irradia ternura e
amor, mesmo em meio à maior dor. Tem entusiasmo porque sabe que carrega Deus dentro
de si. Mesmo com desafios, dores, sofrimentos, um catequista assim sabe-se a caminho e
um eterno aprendiz do Amor.”

Lucimara Trevizan
Comissão Regional Bíblico-Catequética do Leste 2

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Gostaram? Eu acho lindo este texto. Agora, preciso que todos LEIAM e comentem o texto.
Se não quiser comentar não precisa, mas, comentários sempre são bem-vindos, pois,
enriquecem nossa formação.

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ATIVIDADE 05 – MÍSTICA E RELIGIÃO
MISTICA E RELIGIÃO

Todas as coisas têm seu outro lado. Captar o outro lado das coisas e dar-se conta de que o visível
é parte do invisível: eis a obra da mística.
16
Que é mística? Ela deriva de mistério. Mistério não é o limite do conhecimento. É o ilimitado do
conhecimento. Conhecer mais e mais, entrar em comunhão cada vez mais profunda com a
realidade que nos envolve, ir para além de qualquer horizonte é fazer a experiência do mistério.
Tudo é mistério: as coisas, cada pessoa, seu coração e o inteiro universo.
O mistério não se apresenta aterrador, como um abismo sem fundo. Ele irrompe como voz que
convida a escutar mais e mais a mensagem que vem de todos os lados, como apelo sedutor para
se mover mais e mais na direção do coração de cada coisa. O mistério nos mantem sempre na
admiração até ao fascínio, na surpresa até à exaltação.
Que há de mais misterioso que a pessoa amada? Que mais profundo que o olhar inocente de um
recém-nascido? Que mais majestático que o céu estrelado nas noites escuras de inverno ou do
cerrado do Brasil Central?
Mística significa, então, a capacidade de se comover diante do mistério de todas as coisas. Não é
pensar as coisas, mas sentir as coisas tão profundamente que percebemos o mistério fascinante
que as habita.
Mas, a mística revela a profundidade de sua significação, quando captamos o elo misterioso que
une e re-une, liga e re-liga todas as coisas fazendo que sejam um Todo ordenado e dinâmico. É a
Fonte originária da qual tudo promana e que os cosmólogos chamam com o nome infeliz de "vácuo
quântico".
As religiões ousaram chamar de Deus a esta realidade fontal. Não importam os mil nomes, Javé,
Pai, Tao, Olorum. O que importa é sentir sua atuação e celebrar a sua presença. Mística não é,
portanto, pensar sobre Deus, mas sentir Deus em todo o ser. Mística não é falar sobre Deus, mas
falar a Deus e entrar em comunhão com Deus. Quando rezamos, falamos com Deus. Quando
meditamos, Deus fala conosco. Viver esta dimensão no cotidiano é cultivar a mística.
Ao traduzirmos essa experiência inominável, elaboramos doutrinas, inventamos ritos, prescrevemos
atitudes éticas. Nascem então as muitas religiões. Atrás delas e nos seus fundamentos há sempre
a mesma experiência mística, o ponto comum de todas as religiões. Todas elas se referem a esse
mistério inefável que não pode ser expresso adequadamente por nenhuma palavra que esteja nos
dicionários humanos.
Cada religião possui sua identidade e o seu jeito próprio de dizer e celebrar a experiência mística.
Mas, como Deus não cabe em nenhuma cabeça, pois desborda de todas elas, podemos sempre
acrescentar algo a fim de melhor captá-lo e traduzi-lo para a comunicação humana. Por isso as
religiões não podem ser dogmáticas e sistemas fechados. Quando isso ocorre, surge o
fundamentalismo, doença frequente das religiões, seja no cristianismo seja no islamismo.
A mística nos permite viver o que escreveu o poeta inglês William Blake (+1827): "Ver um mundo
num grão de areia, um céu estrelado, numa flor silvestre, ter o infinito na palma de sua mão e a
eternidade numa hora". Eis a glória: mergulhar naquela Energia benfazeja que nos enche de sentido
e alegria.
Leonardo Boff

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ATIVIDADE 06 - SOBRE A ESPIRITUALIDADE...

17

Rubem Alves

Acho muito difícil falar sobre este tema: "espiritualidade" não que ele seja difícil. É que sei
que as pessoas já vêm com muitas ideias sobre o que seja isto...

Por isso, para início de conversa, seria bom que vocês invocassem imagens que
representasse tal coisa, tal como ela existe dentro de vocês. Não, não estou pedindo que
vocês falem sobre espiritualidade. Não estou pedindo que vocês me expliquem o que ela
quer dizer. Quero que vocês tomem contato com imagens...

Imagem: forma, contorno, gosto, cheiro, tato...


Está difícil? Então tentemos outro joguinho.
A que coisas ou pessoas vocês aplicariam este nome, de “espiritual”?
Parem aqui, não continuem a leitura, por favor. É preciso, antes de mais nada, mineirar nas
próprias minas investigando nossas profundezas, ver o que está lá ...

Agora eu vou dizer as minhas imagens:

Primeiro, o vento. Em hebraico, espírito e vento são a mesma palavra. Vento me diz de algo
indomável, incontrolável. Lá no Gênesis 1, 2, quando se descreve o caos primitivo, está dito
que o “vento de Deus” (Espírito) pairava sobre as águas.

Não pense sobre o vento. Este é um exercício que deve ser aprendido: deixar de pensar
para permitir que as imagens apareçam. É assim que surge a inspiração poética. E em Gn
2, 7 diz que passamos a ser seres humanos quando Deus soprou o vento da vida...
E leia Ezequiel 37,1: “Ele (Deus) me levou no seu vento...”

E o texto clássico de Jesus, na conversa com Nicodemos: "O vento sopra onde quer..."

Por favor, é importante não pensar literalmente. Estas são metáforas poéticas.
Trate de começar a voar nas costas do vento para entender o que espiritualidade significa.
Vento me faz lembrar liberdade, espaços vazios, ausência de forma.

Voar: quando penso em espírito me sinto parecido com uma pipa (ou papagaio, ou
pandorga...), flutuando. Ou como uma nuvem...
18
Aí seria bom pensar nas coisas que nos fazem voar e nas coisas que nos tornam pesados
como pedras.

Há pessoas que nos fazem voar. A gente se encontra com elas e leva um bruta susto.
Primeiro, porque o vento começa a soprar dentro da gente, e lá de cantos escondidos de
nossas montanhas e florestas internas, aves selvagens começam a bater asas, e a gente
não sabia que tais entidades mágicas moravam dentro de nós, e elas nos surpreendem,
nós nos descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves, com uma vontade incrível
subir até as alturas, saltando, saltando de penhascos, pendurados numa asa delta (acho
que o nome disto é fé).

Outras, ao contrário nos fazem pesados e graves, pés fincados no chão, sem leveza,
incapazes de dança. Quanto mais a gente convive com elas, mais pesados ficamos, até
que nos transformamos em pedras ou em sepulcros, incapazes de nos mover. A morte é
sempre estática, dura. Por oposição à vida que flutua ao sabor do vento como sementes de
paina.

O voo implica riscos. Para se voar em asa delta é necessário um ato louco de riscos. Quem
quiser ficar com os pés no chão, em segurança, nunca levantará voo. Claro, tem medo. E
o medo está relacionado com a morte e a gravidade. O medo nos faz afundar ... Nietzsche
disse, certa vez, que se encontrou com o seu demônio e ele lhe pareceu grave e pesado.
E acrescentou: “Eu só poderia acreditar num Deus que pudesse dançar”. Eu acrescento:
num Deus Vento. Porque se há uma coisa que o vento faz é dançar...

Aqui vocês têm que parar de novo, para ver (por favor, levem isto a sério, é ver mesmo).
Evitem a conversa abstrata. Tenham coragem para ver as imagens que surgem dentro de
vocês. E vejam o que nos torna pesados.

A primeira coisa a investigar é se vocês querem mesmo voar. É altamente duvidoso. Poucas
pessoas querem isso. Voar significa abandonar as certezas e não há nada que nos
atemorize mais. Preferimos sempre uma vida chata e segura a uma vida excitante e
arriscada. Liberdade é coisa muito doida e doída.

(...) Há palavras que nos fazem voar.

Acontece que somos banais. E quando tratamos de falar no nome do nosso Desejo - este
grande desejo, nome sagrado, falamos depressa demais, sem nos darmos conta de que
não sabemos o seu nome... O Desejo é como o nome de Deus; os Hebreus não podiam
pronunciá-lo e por isso mesmo se esqueceram dele.
Se soubéssemos disto falaríamos menos em nossas orações, porque compreenderíamos
que a falação é "embrulhação". É preciso descobrir o nome do nosso grande desejo, aquele,
por cuja causa, abandonaríamos tudo, aquele que nos faria bem-aventurados. Mas isto
requer trabalho, muito silêncio, muita escuta, muita sinceridade, desaprender a conversar,
blábláblá. Aprender a fala poética em que cada palavra é indispensável.

Dizer o nome do nosso grande desejo é orar. É só isto que é orar. O resto é blasfêmia. 19

Espiritualidade: a busca desse desejo de vida, Desejo perdido, que nos libertaria dos
desejos de morte que nos petrificam... É preciso voar...

*********
Depois de ler este enxerto do texto de Rubem Alves, peço a cada um de vocês que tentem
fazer o exercício que ele fez. Claro que não quero que vocês escrevam um “texto literário”
sobre as imagens que vem a vocês quando pensam em “Espiritualidade”, mas, que tentem
evocar imagens que lembrem a espiritualidade, pessoas que para vocês são espirituais,
momentos, encontros... mas, lembrem: tem que ter forma, contorno, gosto, cheiro, tato...
Vamos lá, vamos fazer este “jogo”: Vamos falar da nossa “espiritualidade”, mas tentando
ser um pouco “poeta”, tentando ser espiritual... um pouco “fora” da Igreja, das orações
ensaiadas, das coisas do nosso cotidiano. Vamos ser espirituais, mas, “sem” a religião.
Pode ser? Somos espirituais quando oramos, mas, não quero isso agora. Quero
espiritualidade, um pouco além da nossa oração.

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ATIVIDADE 07 – ORANDO COM O OUTRO...

20

Precisamos aprender a ver Deus e a nossa espiritualidade EM TODOS os momentos da


nossa vida, não somente em momentos de oração. Naquela horinha, que nos deparamos
com o inesperado e em que a gente puxa a respiração, arregala os olhos e solta o ar
devagar... dizendo ou pensando: "Ah! Só pode ser Deus!"...

É fácil ser "espiritual" rezando sozinho no quarto, em frente ao sacrário, na capela, na Igreja,
na missa... Nos momentos que dedicamos à oração. Difícil é ser espiritual "por fora" e lá
fora, em todos os outros momentos da nossa vida, sentir Deus em todos os aspectos da
nossa vida, mesmo naqueles em que achamos que o que menos tem é espiritualidade...
Até um pé de couve nos leva à espiritualidade... Somos um ser só, dentro e fora da Igreja.
Não tem gente que esfola o joelho rezando no sacrário e lá fora tropeça na língua da
maledicência?
AGORA É A HORA! Abra a janela, externe a sua capacidade espiritual! Olhe o coração do
outro... ore com ele e para ele...

EXERCÍCIO: ORAR COM O OUTRO... (Atividade para fazer conforme a Atividade 06)
Agora cada um vai receber um texto escrito por outra pessoa sobre a espiritualidade delas.
Vão ler o comentário de quem eu indiquei e localizar no texto delas, as imagens que a
pessoa evocou, e tentar "voar" com ela, imaginar o que ela vê e "transportar-se" para a
"oração" da pessoa. Escreva, num comentário, as suas observações, marcando o nome da
pessoa.
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OBS.: Sempre haverá aqueles que não conseguiram externar a sua espiritualidade
“fora” da religiosidade. Estes devem ser alertados...

Bom, vocês perceberam que não estão todos aí, né? Isso tem um motivo...

Lembrem este trecho do texto: "Há pessoas que nos fazem voar. A gente se encontra com
elas e leva um bruta susto. Primeiro, porque o vento começa a soprar dentro da gente, e lá 21
de cantos escondidos de nossas montanhas e florestas internas, aves selvagens começam
a bater asas, e a gente não sabia que tais entidades mágicas moravam dentro de nós, e
elas nos surpreendem, nós nos descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves,
com uma vontade incrível subir até as alturas, saltando, saltando de penhascos,
pendurados numa asa delta (acho que o nome disto é fé)."

E como eu li todos os textos... Bom... alguns não me fizeram voar! E se nós não tivermos a
capacidade de fazer os outros "voarem" com a nossa espiritualidade... hum... hum...

E tivemos aqueles também que fizeram o seguinte: explicaram o que é espiritualidade,


deram o “conceito” da palavra... textos lindos, mas, de uma espiritualidade "interna".

Mas, vamos com calma que isso não quer dizer que vocês estão errados e eu certa. Não é
uma questão de erro ou acerto, porque não estamos fazendo nenhuma prova... Talvez a
gente só esteja com os pés muito fincados no chão... feito pedras. E não podemos ser
"pedra" em se tratando de espiritualidade. Isso é um "exercício" apenas. Quem quiser se
manifestar aqui no comentário a respeito disso, fique à vontade.

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TEXTO DE APOIO 01 - DICAS DE ESPIRITUALIDADE PRÁTICA

22

Aceita os outros como eles são, apesar de serem diferentes de ti ou do que tu querias
que eles fossem. Cada pessoa é única, original e irrepetível, e tu não és a medida para
ninguém.
Ama de maneira gratuita, sem exigir ao outro que mude para ser amado por ti. É incrível
como as pessoas mudam quando são amadas mesmo sem mudarem, e é sintomático
também como as pessoas não mudam, quando lhes é exigido que mudem para serem
amadas.
Confia em quem te quer fazer bem, mesmo que de outras vezes já te tenhas magoado
ou desiludido. Nada é mais destrutivo do que o rancor ou a autoproteção. Com a ilusão
de não te magoares, vais ficar com a vida toda em ferida e vais acabar por magoar
todos à tua volta.
Sê generoso e desprendido com o teu tempo e com os teus bens. Aquilo que damos
nunca nos fará falta!
Quando estiveres muito zangado, não fales. Quando estiveres muito nervoso, não
respondas. Reserva-te, afasta-te, e fala apenas quando estiveres mais calmo.
Sê gentil com as pessoas, amável com todas, de maneira a que todas se sintam
importantes e acarinhadas, sobretudo aquelas que, por algum motivo, são mais
desvalorizadas ou humilhadas. Que ninguém fique mais triste ou mais pobre por se ter
cruzado contigo.
Não te ponhas no centro. Não imponhas as tuas conversas quando estás com outras
pessoas, não queiras para ti sempre a última palavra sobre o assunto, não queiras
convencer os outros a concordar com os teus pontos de vista.
Não gires obsessivamente à volta dos defeitos de outra pessoa. Pelo contrário, procura
reconhecer as suas qualidades, apesar de também perceberes que há coisas que te
desagradam.
Quando não tens nada a dizer de bom sobre alguém de quem se está a falar, não diz
nada. Não sejas juiz de maneira nenhuma, porque cada pessoa é um mistério e a
verdade é que tu não conheces a história e o segredo vital da pessoa a quem julgas.
Exercita a humildade verdadeira, que é a elegância das pessoas que são livres em
relação a si mesmas, aquelas não estão presas a imagens ou conceitos de si mesmas.
Convence-te interiormente que o bem que os outros fazem não deixa de o ser só porque
não foi feito por ti! Treina o elogio e o bem-dizer.
Quando sentires que a tua mente está cheia de pensamentos negativos em relação a
alguém, procura alguma atividade que te distraia e faz exercícios interiores de
libertação desse espírito impuros que são os ressentimentos.
Nunca deixes um “gosto de ti” por dizer.

Pe. Rui Santiago – CER

Texto de apoio 02 - ALGUMAS AÇÕES PARA O CULTIVO DA ESPIRITUALIDADE:


23
- Pode ser preciso realizar algum tipo de formação sobre Espiritualidade (o que é e o que
não é; o que é experiência de Deus; a oração cristã...). Mas, é importante ter presente que
um curso sobre Espiritualidade não irá resolver o cultivo da Espiritualidade do grupo de
catequistas.

- Iniciar todas as reuniões com o grupo de catequistas (da paróquia, da comunidade) com
um belo tempo de oração-celebração. Para isso, é importante preparar com antecedência
o ambiente e a celebração.

- Organizar Manhãs ou Tardes de Espiritualidade, de maneira bem catequética, cuidando


da centralidade da Palavra de Deus. Cuidar para ter espaço de silêncio e oração pessoal.
É possível convidar alguém para ajudar na reflexão, mas cuidado para não transformar tudo
em palestra e lição de moral. Seria bom se fosse planejado uma vez por semestre, pelo
menos.

- Organizar retiros (um dia, um final de semana) com o grupo de catequista. O catequista
precisa sair da rotina diária, ter espaço para saborear o encontro com Deus e consigo
mesmo. Retiro não é curso ou palestra. Podemos pedir ajuda de algum pregador. Pode ser
agendado uma vez ao ano. Quem experimenta o gosto bom de um retiro não irá fugir dele.

- Cuidar especialmente da Acolhida dos catequistas, catequizandos, famílias. Isto é parte


integrante do cultivo de uma Espiritualidade da Comunhão.

- Desenvolver o cuidado com cada catequista e também catequizando, percebendo cada


um como uma delicada obra de arte de Deus. Escutar as pessoas, ser sensível ao que
estão passando.

- É necessário aprender a “gastar tempo” diante do Senhor e de sua Palavra. Podemos


cultivar a espiritualidade através de pequenas coisas:

a) A oração ao amanhecer e ao dormir;

b) A leitura cotidiana de trechos da Bíblia,


c) Leitura Orante da Bíblia;
d) Ofício divino das comunidades (Liturgia das Horas);
e) A contemplação e a adoração silenciosa ao Santíssimo;
f) Os momentos de silêncio interior para escutar os apelos de Deus;
g) A escuta de músicas, orações ou reflexões de um CD de meditação;
h) A participação na Celebração Eucarística;
i) E outros.

Temos que ter o cuidado para não cair na rotina de usar somente as orações “decoradas”
ou simplesmente lidas. É importante rezar a vida e rezar com a vida, trazendo para o
nosso interior, portanto, a realidade em que vivemos. Perceber a presença e atuação de
Deus na vida, no mundo. 24
- A oração em comum alimenta em todos a comunhão na vivência em comunidade. A
Celebração Eucarística é a que mais expressa e realiza a comunhão com Deus e com os
irmãos. Mas a Espiritualidade da Comunidade não se reduz à participação na missa. Toda
a vida do cristão deve ser um culto agradável a Deus.

Fonte: Catequese Hoje.

Texto de Apoio 03 - COMO VEMOS A ESPIRITUALIDADE DE JESUS?

O programa de vida de Jesus manifestado por ocasião de seu discurso na sinagoga de


Nazaré impulsiona o catequista em sua missão profética (Lc. 4,17-20). As Bem-
Aventuranças são também modelo da espiritualidade do catequista.

Jesus em muitas horas do dia, principalmente pela noite e madrugada, conversava com o
Pai sobre a sua missão. Vemos muito isso no Evangelho de Marcos 1,35; 6,46; 14,32-42.

✓ Jesus conseguiu conviver com os conflitos por causa da sua intimidade como Pai.
Deus é, em Jesus, uma experiência afetiva.
✓ Para Jesus, a ação não era oração.
✓ Jesus, parava as suas atividades apostólicas para rezar.
✓ É necessário, em nossa vida, termos momentos fortes de oração, de intimidade com
Deus.
✓ O caráter cristológico é vida em comunhão com Jesus. Reconhecendo-o nos
acontecimentos, no Plano de Deus e no rosto de nossos irmãos sofridos.
✓ Por isso, podemos dizer que o resumo da espiritualidade de Jesus foi a sua opção
pelos pobres, pelos marginalizados e pelos abandonados da sociedade.
JESUS EM ORAÇÃO

No deserto (Mt 4,1-11)


Na Sinagoga, com o povo (Lc 4,14-21)
Entre os pobres (Mt 11,25-27)
Aos amigos (Lc 22,31-32)
Pelos discípulos e por você (Jo 17,20-26) 25
No sofrimento (Lc 22,39-46)
Antes de dar a vida a Lázaro (Jo 11,38-44)
Fala da oração, ensina o Pai-Nosso (Mt 6,5-15)
Pede oração pelos evangelizadores (Mt 9,37)
Reza no Tabor e convida à oração (Lc 9,28-35)

PARA APROFUNDARMOS NOSSA ESPIRITUALIDADE:

Jo 4, 1-42 Jesus na Samaria – A samaritana


Lc 1, 46-55 O Magnificat de Maria
Lc 10, 21-24 Louvor pelos discípulos
Lc 18, 10-14 O fariseu e o publicano no Templo
Lc 24, 13-35 Os discípulos de Emaús
1Cor 9, 15-18 Ai de mim se não evangelizar
1Jo 1, 1-4 O que vimos e ouvimos, nós o anunciamos
Tg 1, 19-27 Escutar, falar e fazer
At 2, 42-47 As primeiras comunidades
At 4, 32-37 A comunhão dos bens: Um só coração e uma só alma
At 6, 1-7 A escolha dos sete
At 13,1-3 Primeira viagem missionária de Paulo
TEXTO DE APOIO 04 – ESTAGIOS DA FÉ – JAMES FOWLER

James Fowler escreveu o seu famoso livro “Estágios da Fé” em 1995, onde aborda de maneira
científica, o desenvolvimento da espiritualidade ao longo da vida. O autor faz um paralelo entre o
desenvolvimento espiritual com as fases de desenvolvimento normal pelas quais todo ser humano 26
passa.

Em sua discussão sobre espiritualidade ele não aborda alguma agremiação religiosa e suas
expressões típicas de espiritualidade em si, mas o fenômeno, a dimensão humana da
espiritualidade. O leitor deve compreender a maneira como ele se expressa, não como uma
tentativa de defender o ecumenismo, mas a tentativa de analisar o fenômeno da
espiritualidade independentemente onde ele se manifesta, já que é uma dimensão e
necessidade humana. O autor usa o termo fé para o exercício da religiosidade em geral,
conceito que chamamos de espiritualidade aqui. Destacaremos os principais aspectos que
constituem o processo de desenvolvimento da espiritualidade, segundo James Fowler. A
partir dele podemos pensar: Como conceituar espiritualidade? Qual a relação desse
conceito com o desenvolvimento humano e com os processos culturais e educativos?
Se puder ler o livro, creio que seria um acréscimo considerável à compreensão da
espiritualidade.

1. Conceituando espiritualidade

Fowler estabelece algumas diferenciações conceituais entre espiritualidade, religião e


crença. A religião pode ser entendida como uma “tradição cumulativa”: textos, escrituras,
leis, narrativas, mitos, profecias, relatos de revelações, símbolos visuais, tradições orais,
música, dança, ensinamentos éticos, teologias, credos, ritos, liturgias, arquitetura. Já a
espiritualidade é mais profunda e pessoal, é a forma como a pessoa ou o grupo responde
ao valor transcendente. Espiritualidade e religião são recíprocas.

A espiritualidade é mais profunda, mais rica, mais pessoal (…). É uma orientação da
personalidade em relação a si mesmo, ao próximo, ao universo; é uma resposta total; uma
forma de ver as coisas e de lidar com as coisas com que se lida, quaisquer que sejam; uma
capacidade de viver além de um nível mundano; de ver, sentir e agir em termos de uma
dimensão transcendente.

A crença é “adotar certas ideias”, ela surge do esforço de traduzir a experiência


transcendente em conceitos ou proposições. A crença pode ser um dos modos pelos quais
a espiritualidade se expressa.

Já a espiritualidade é uma qualidade do viver humano. Na sua melhor forma ela assume o
aspecto de serenidade, coragem, lealdade e serviço: uma tranquila confiança e alegria que
capacita a pessoa a sentir-se em casa no universo, e a achar sentido no mundo e em sua
própria vida, um sentido que seja profundo e último e que seja estável, não importando o
que possa acontecer à pessoa no nível dos eventos imediatos.

2 . Espiritualidade e relacionamentos
Outro aspecto relevante destacado por Fowler é o de que a espiritualidade acontece
sempre num padrão pactual de relacionamento. E segundo ele, sempre dentro de uma
perspectiva triádica composta por (e) o eu, (o) os outros e (CCVP) centros
compartilhados de valor e poder. A partir disso compreende que existem três grandes
tipos de relação:

- Politeísta: que tem interesses em muitos pequenos centros de valor e poder. Essas 27
pessoa fazem uma série de investidas relativamente intensas ou totais de identidade e
espiritualidade, contudo de forma transitória e mutável. A atual sociedade de consumo faz
cada um de nós ser mais politeísta do que gostaria, na medida em que você deve
experimentar tudo o que quiser e se relacionar intimamente com quem lhe agrade.

- Henoteísta: que significa crer e confiar em um só deus, contudo, se trata de um ídolo. É


um padrão de fé e identidade no qual uma pessoa investe profundamente em um centro de
valor e poder, achando nele uma unidade focal para sua personalidade, contudo é um
centro inapropriado, falso, não é algo que o toque incondicionalmente. Pode ser o próprio
eu, instituições, nações, igrejas, universidades, partidos políticos, causas, filosofias,
movimentos ideológicos. A forma mais extrema é o fetichismo, como em casos extremos
de carreirismo, o sexo, o dinheiro…

- Monoteísmo radical: comprometimento com um único Deus, o criador, regente e


sustentador transcendente, como o das tradições cristã, judaica e islâmica. Implica lealdade
ao princípio do ser e à fonte e centro de todo valor e poder. Não significa negação de outros
centros de valor e poder menos universais e menos transcendentes, significa sim sua
relativização e ordenamento.

3 . Os estágios da espiritualidade

Na quarta parte de seu livro, Estágios da fé, James Fowler desenvolve a teoria dos estágios
da espiritualidade. A seguir destacamos as principais características do pré-estágio e de
cada um dos seis estágios.

a) Espiritualidade indiferenciada (nascimento)

- Sementes de confiança, coragem X ameaças de abandono, privações do ambiente.


- Mutualidade, confiança, autonomia, esperança e coragem (ou seus opostos).
- Perigo ou deficiência: falha na mutualidade que pode resultar em isolamento ou num
narcisismo exagerado.
- Transição para o estágio 1: com a convergência do pensamento e da linguagem.

b) Espiritualidade intuitivo-projetiva

- Fase fantasiosa, imitativa muito influenciada pelos exemplos, temperamentos, ações e


histórias dos adultos.
- Mais típico dos 3 aos 7 anos.
- Produção de imagens e sentimentos duradouros.
- Primeira autoconsciência e consciência dos fortes tabus da morte e do sexo.
- Força deste estágio: nascimento da imaginação e capacidade de unificar e captar o mundo
da experiência em poderosas imagens e sentimentos intuitivos.
- Perigos: “possessão” de imagens de terror ou destrutivas; reforço excessivo de tabus ou
expectativas morais ou doutrinárias.
- Transição para o estágio 2: surgimento do pensamento operacional concreto; resolução
das questões edipianas.
28
c) Espiritualidade mítico-literal

- A pessoa começa a assumir para si as histórias, crenças e costumes de sua comunidade.


- Apropriação literal das crenças, símbolos, regras.
- A espiritualidade adquire uma construção mais linear, coerente e com sentido.
- Os atores das histórias são antropomórficos. Entram na história e não conseguem tomar
distância do fluxo dela.
- Força: surgimento da narrativa, da história, do drama como formas de descobrir e dar
coerência à experiência.
- Perigos: perfeccionismo supercontrolador, “justificação pelas obras” ou um humilhante
senso de maldade.
- Transição para o estágio 3: a contradição implícita nas histórias; o surgimento do
pensamento formal, a entrada na adolescência.

d) Espiritualidade sintético-convencional

- A experiência de mundo se amplia: família, escola, trabalho, companheiros, mídia,


religião…
- Espiritualidade como unificadora, sintetizadora de valores e informações.
- Típico na adolescência, mas para muitos o estágio definitivo.
- Estrutura o ambiente último em termos interpessoais
- Estágio conformista com as expectativas e julgamentos de outros significativos.
- Força: formação de um mito pessoal, mito do próprio devir da pessoa em identidade e
espiritualidade.
- Perigos: as avaliações e expectativas dos outros podem ser tão sacralizadas que
prejudique a posterior autonomia de pensamento e ação; traições interpessoais podem
acarretar num desespero niilista ou numa intimidade compensatória com Deus, não
relacionada a relações humanas.
Passagem para o estágio 4: conflitos ou contradições nas fontes de autoridade; as
mudanças que ocorrem nas instituições; a experiência de “sair de casa”.

e) Espiritualidade individuativo-reflexiva

- Assumir encargos e responsabilidades por seus próprios compromissos, estilo de vida,


crenças, atitudes.
- O eu(identidade) e a perspectiva (cosmovisão) tornam-se diferenciados dos outros e
passam a ser os unificadores.
- É um estágio “desmitologizador”, mas um tanto “racional”.
- Força: capacidade de refletir criticamente sobre a identidade e a perspectiva.
- Perigos: confiança excessiva na mente consciente e no pensamento crítico; uma espécie
de 2º narcisismo: ver tudo a partir da própria cosmovisão.
- Passagem para o estágio 5: a pessoa começa a dar atenção às vozes interiores,
anárquicas e perturbadoras; histórias, símbolos, mitos e paradoxos da própria ou de outras
tradições podem perturbar a simplicidade da espiritualidade anterior.

f) Espiritualidade conjuntiva 29

- Uma espécie de “segunda ingenuidade” onde o poder simbólico é associado aos


significados conceptuais. – Reconhecimento crítico do seu inconsciente social; do seu
passado pessoal e cultural.
- Torna porosa a delimitação de identidade estabelecida pelo estágio 4. Convive com os
paradoxos e as contradições aparentes.
Força: imaginação irônica: capacidade de compreender os mais poderosos significados da
pessoa ou do grupo, reconhecendo sua parcialidade. Preocupação com as novas gerações.
Perigo: passividade ou inatividade paralisante, ocasionando complacência ou afastamento
cínico, devido a sua compreensão paradoxal da verdade.

g) Espiritualidade universalizante

- Se tornam encarnadoras e realizadoras do espírito de uma comunidade humana inclusiva


e realizada.
- São contagiantes, criam zonas de libertação dos grilhões sociais, políticos, econômicos e
ideológicos.
- São frequentemente vistos como subversivos. Muitos morrem pelas mãos daqueles que
esperam transformar. São reverenciados após a morte.
- Pessoas lúcidas, simples e mais plenamente humanas.
- Pessoas prontas para ter comunhão com pessoas de qualquer um dos outros estágios e
quaisquer outras tradições.

CONCLUSÃO:

Apresentamos de forma resumida a perspectiva dos estágios de desenvolvimento da


espiritualidade de James Fowler. Assim como uma criança que cresce aprendendo a tocar
um instrumento musical, e se dedica a isso ao decorrer da vida, acaba chegando à idade
adulta e posteriormente à maturidade com uma percepção musical muito mais desenvolvida
do que uma pessoa que nunca teve essa oportunidade ou nunca quis se empenhar no
aprendizado musical. Assim também é com o desenvolvimento da espiritualidade.
Se um adulto sem formação musical for querer aprender a tocar um instrumento, ele terá
que iniciar ali onde a criança mencionada acima começou e terá que aprender passo a
passo todas as compreensões que quase que fluíram naturalmente para a criança ao longo
de seu desenvolvimento.

Em outras palavras, nunca é tarde demais para iniciar o seu desenvolvimento espiritual,
mas ao mesmo tempo quanto antes cada um de nós se lançar a esse empenho, tanto
menor será a luta para incorporar percepções, intuição, coragem espiritual, que procedem
da prática do amor e de seus componentes (humildade, mansidão, paz, alegria, paciência,
altruísmo, pureza, simplicidade, domínio próprio, etc. – cf. Mt 5, 3-12 e Gl 5, 21-23).
Adaptado do artigo de Rogério Foschiera

BIBLIOGRAFIA

FOWLER, James W. Estágios da fé. A psicologia do desenvolvimento humano e a


busca de sentido. São Leopoldo: Sinodal, 1992. 30

TEXTO DE APOIO 05 – COMO FAZER UM RETIRO ESPIRITUAL

A IMPORTÂNCIA DOS RETIROS ESPIRITUAIS

DICA: Este material foi retirado do livro “Como preparar um Retiro” que orienta todas
essas tarefas descritas acima e ainda traz inúmeros exemplos de retiros já realizados para
exemplificar toda a teoria explicada no decorrer do mesmo.

Retiro significa sair do seu lugar de convívio, afastar-se; deixar suas atividades para buscar
uma reflexão...

Lembro ainda que a palavra Retiro é mais ampla, pois se refere a todos aqueles que se
recolhem para orar, tendo assim um encontro mais profundo com Deus (Mt 6, 5-8). Todas
as pastorais deveriam ter, em seu cronograma anual, um retiro espiritual. E também os
catequistas deveriam participar te tais atividades, pois precisam também encher “suas
talhas” com a Graça de Deus, visando que elas não fiquem secas.

POR QUE DEVEMOS FAZER RETIROS?

O Retiro é fundamental para fortalecer a fé das pessoas, pois elas deixam suas
preocupações diárias para voltar seu pensamento para o Senhor. E nesses dias de refúgio,
os jovens e adultos podem perceber a importância de suas famílias, a valorização das
amizades, além de todos poderem passar pelo “deserto” entendendo a plenitude da fé.
Lembro que o “deserto” não dever ser visto como algo sem vida, estéril, ou duro de
caminhar, mas como algo fértil. E essa fertilidade poderá nos transformar e nos renovar na
caminhada. Não podemos esquecer que Jesus, em vários momentos, saía várias vezes
para rezar, para meditar:

“Venham vocês também para um lugar deserto e descansem um pouco” (Mc 6, 31)
“Partiram na barca para um lugar solitário, à parte”. (Mc 6, 32)

“Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se
detinha com seus discípulos. ” (Jo 11, 54).

Num daqueles dias ele subiu com os seus discípulos a uma barca. Disse ele: Passemos à
outra margem do lago. E eles partiram. (Lc 8, 22)
“A hora já estava bem avançada quando se achegaram a ele os seus discípulos e
disseram: Este lugar é deserto, e já é tarde”. (Mc 6, 35).

“Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar”. (Lc 5, 16).

Os retiros espirituais, de formação, as vivências ou os chamados acampamentos são muito


importantes para aprofundar nossa fé. Os retiros podem ser de metade de um dia, de um 31
dia, de três dias, de uma semana... Depende da sua finalidade e do público-alvo.

PLANEJAMENTO

É interessante dividir a coordenação em equipes visando dinamizar a organização e


também impedir que alguém fique sobrecarregado. Equipe de finanças, cozinha, música,
momentos de oração, formação, intercessão, apoio, dinâmica, ornamentação, dentre
outros, são necessários.

Nem sempre nossa coordenação é numerosa e essas “mini-equipes” ficam representadas


por uma ou duas pessoas, todavia, já é uma boa divisão de tarefas. Nas reuniões
preparatórias cada equipe apresenta seus avanços e o retiro vai tendo sua estrutura
montada. Peça, se possível, a presença do sacerdote em algumas dessas reuniões,
visando apresentar o que vem sendo estruturado e pedindo orientações e sugestões.

COMO PREPARAR O EVENTO

Para a realização dessa atividade, é necessário ter em mente o objetivo do retiro, ver a
realidade do grupo e buscar apoio e orientação com o sacerdote de sua comunidade. A
equipe de coordenação precisa estar fortalecida e sem problemas internos, pois algo assim
pode comprometer seu evento. Eis as principais etapas da organização:
- Pensar o tema do retiro (ponto fundamental que abrangerá as demais partes do evento);
- Projetar o programa (corpo do retiro com as pregações, os momentos de oração,
animações, desertos, lembrancinhas, celebração com o padre, as músicas, as dinâmicas,
a ornamentação...)
- Pesquisar o melhor local (é necessário pesquisar um local que traga as melhores
condições para receber os participantes e para a realização das atividades pensadas no
programa do Retiro).

Além dessas medidas, é necessário lembrar do transporte, da alimentação, lista do que


levar, Missa de entrega ou envio (se houver), autorização dos responsáveis, possíveis
gastos, os horários, material de primeiros socorros, mensagens dos amigos e responsáveis.

COLHENDO OS FRUTOS

Cada Retiro é um momento único, mesmo que você repita o tema e as atividades nos anos
seguintes. Não se pode prever as suas consequências na vida de cada pessoa, mas tenha
certeza que o Espírito Santo irá agir e fará que essa pessoa tenha um encontro maior com
Deus. Talvez você pense que essa atividade requer muitas atenções, traz inúmeras
dificuldades e obstáculos para a sua realização, porém não se esqueça que você não estará
sozinho (a)! O sacerdote é o seu maior aliado e ainda você dispõe da sua equipe de
coordenação.

Ao iniciar esse grandioso projeto, você irá compreender a importância dos retiros na vida
das pessoas; entenderá que será necessária persistência e trabalho árduo para montar
toda a sua estrutura; tenha toda a calma e paciência para executá-lo junto com sua equipe;
você achará as respostas para suas principais dúvidas e verá o quão maravilhoso é o seu 32
resultado, pois os retiros são magníficos momentos de forte interiorização e maior sintonia
com nosso amado Deus. Lance essa ideia em seu grupo, movimento ou pastoral.

COMO REALIZAR UM RETIRO DE CATEQUESE

Um retiro de Catequese deve ser um momento especial de vivência da fé, onde o


catequizando tem a oportunidade de sentir a presença de Deus em sua vida de modo mais
intenso. Assim um retiro de catequese deve transpirar espiritualidade, levando ao encontro
consigo mesmo e com o Espírito que o anima. Para isso, é importante que quem organize
esteja atento a todos os detalhes que podem propiciar o ambiente necessário a essa
experiência. Planejar, escolher, preparar, acolher, vivenciar e enviar; são ações
imprescindíveis num retiro.

1. PLANEJAR: “Quem se põe a construir sem antes sentar para calcular…” (cf Lc 14,28).
Para que um retiro seja uma experiência de fé é preciso planejar bem, estabelecendo
o objetivo principal, o caminho a seguir, os meios para alcançá-lo.

Exemplo: um retiro para a vivência do perdão.


Objetivo: descobrir o perdão de Deus como dom gratuito de amor.
Caminho: evangelho do Filho pródigo – Lc 15, 11-24
Meios: encenação do evangelho, meditação, dinâmica de perdão.

2. ESCOLHER: é preciso escolher quem, onde, quando e como tudo será feito. Quem vai
participar, quem vai se colocar a serviço, quem vai assessorar, buscando pessoas da
comunidade, que sejam próximas do processo catequético e comunguem dos mesmos
ideais da comunidade. De nada adianta levar pessoas importantes para falar aos
adolescentes e jovens se essas pessoas não falarem a mesma língua da comunidade e
não forem conhecidas por eles.
Aonde se realizará o retiro, escolhendo um local que seja propício à meditação ao silêncio,
tranquilidade. Um lugar que tenha espaço agradável, bonito e aconchegante, onde os
catequizandos se sintam bem.
Quando será realizado o retiro, levando em conta que deve ser num momento importante
para a vida de fé. Ex.: um retiro para a vivência do perdão antes da celebração do
sacramento da penitência (alguns dias ou mesma algumas horas antes), dando sentido
para ambos.
Como realizar o retiro, buscando os recursos materiais que irão dar condições para que
tudo corra bem e não falte nada.

3. PREPARAR: desde o convite para participar do retiro até a lembrança de despedida,


tudo deve ser preparado com antecedência e com muito amor. Fazer os convites com
capricho e carinho. Entregar esses convites pessoalmente. Preparar o ambiente
com flores, quadros, imagens que reflitam o tema. Preparar a alimentação, fazer
as mensagens de incentivo que vão ser entregues ao longo do dia. Essas mensagens são
estratégicas e ajudam a refletir.

4. ACOLHER: no dia do retiro, durante todo o tempo, os catequizandos devem sentir-se


acolhidos. O acolhimento não pode ser restrito à chegada, quando recebem as boas vindas,
mas deve ser constante em todo tempo. Acolher é estar atento aos sentimentos e 33
necessidades de todos, é ter uma palavra amiga e carinhosa em todos os momentos, é
ajudar nas dificuldades de cada um.

5. VIVENCIAR: o retiro deve levar a vivência da espiritualidade, num processo crescente


de participação pessoal. É preciso que tudo colabore para que haja uma verdadeira
experiência de fé. Não uma catarse emocional coletiva, onde o que fica é apenas uma
emoção momentânea, mas uma experiência pessoal e profunda, que leve à confiança plena
em Deus.

6. ENVIAR: “Senhor, é bom estarmos aqui…” (cf. Lc 9,30) os participantes de um retiro


sempre se sentem felizes após essa experiência, mas não podem ficar parados, devem
descer a montanha e voltar para casa, para a vida cotidiana, onde serão testemunhas do
que vivenciaram e sentiram no mais íntimo, não por palavras, mas com a vida transformada.

FONTE: SANTOS, Juberto de Oliveira. Como Preparar um Retiro.


Petrópolis: Vozes, 2009.
ATIVIDADE 08 - CONSTRUINDO UM ENCONTRO DE ESPIRITUALIDADE
E por falar em oração, acho que vocês vão AMAR a próxima atividade que vou passar a
vocês. Na verdade, é um "RETIRO", que terá aqui uma dupla função.
Eu peguei das muitas atividades do CER (Centro de espiritualidade Redentorista) da cidade
do Porto - Portugal, e adaptei, acrescentei e.... Precisamos melhorá-lo ainda mais!
34
Por isso, A PROPOSTA É:
Além de ler e estudar o conteúdo, FORMATÁ-LO à nossa realidade. Ou seja, vamos
transformá-lo num ROTEIRO aplicável às nossas paróquias e vamos fazê-lo com nossos
grupos paroquiais se tivermos oportunidade. Ele está bem "cru" ainda. Talvez tenhamos
que tirar alguma coisa, colocar outras. Mas, esse é o OBJETIVO aqui: que vocês aprendam
a FAZER momentos de espiritualidade e retiros de oração.

1ª PARTE – 1º DIA

Vamos fazer um "Retiro de oração". Ele será de 3 (três) dias. Vou passar a vocês aqui o
primeiro dia. O que será trabalhado nele. Vamos considerar que será um retiro à noite, com
duração de 3 horas. Teremos três noites. Esta é a primeira. O material do primeiro encontro
está aqui, mas, não está "separado" nem montado como um roteiro. É isso que vamos fazer
agora. Façam de conta que vocês tem que passar isso, bem discriminado, com relação ao
tempo utilizado, aos meios e ao espaço (ambientação) às pessoas que vão coordená-lo,
organizá-lo.

Como vocês fariam?? Cada um (a) de vocês pode dar sua sugestão e a gente vai
colocando, arrumando daqui, dali, de lá...

Começando....

PRIMEIRO DIA

“Rezar” é algo que normalmente nos agrada pouco, embora nem sempre rezemos pouco.
Mas, quero convidar vocês a juntos partilharmos o desejo de querermos rezar. Que este
desejo vá crescendo. E que a vontade de escuta da Palavra nos faça desejar “entrar em
comunhão”.
Falar de oração é falar de pessoas que fazem oração, que rezam.
Os discípulos (como judeus) rezavam por tradição três vezes por dia.
Então, por que é que pedem a Jesus que lhes ensine a rezar?
Este pedido não foi feito num momento qualquer, mas sim quando o veem fazer a oração.

“Diz-me como rezas e eu dir-te-ei em como é o Deus em que acreditas!”

E o que fez Jesus? Ele rezou o Pai-Nosso. Não ensinou o Pai-Nosso, porque o Pai-Nosso
não se ensina. Jesus rezou, aquilo saiu-lhe assim; por isso é que em Lucas e Mateus o Pai
Nosso aparece de maneira diferente. A nossa fórmula, que surgiu muito mais tarde, é
segundo Mateus. Na altura não era uma fórmula, por isso é que diz “Quando rezardes dizei
“assim”, e não “isto”.

“Infelizmente são muito poucos os cristão que fazem um encontro dialogado com
Deus. Falamos com as pessoas que amamos, mesmo quando estamos ocupados. A
oração é sempre eficaz, pois, prepara os nossos corações para os dons que Deus
nos quer dar… amar é querer o bem dos outros, aceitá-los como são… se Deus nos 35
obedecesse isso seria muitas vezes faltar-nos ao amor… a oração não é um conjunto
de palavras mágicas, mas ela é sempre eficaz, porque quando oramos ao jeito de
Jesus, caminhamos ao encontro do que Deus quer.”

(Pe. Calmeiro Matias).

Então, vamos nos dedicar agora ao Pai Nosso, a oração que Jesus “rezou assim”, em
Lucas. Vamos usar de sensatez. Jesus não definiu a entoação certa ou o sotaque mais
apropriado. "Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes
repetirem de cor e de modo completo." E cada um tem um dialeto feito de silêncios, de
palavras, de cumplicidades.

Uma pequena historinha:

Portugal é um país que fala português como nós (herdamos nossa língua deles). Mas, o
português de Portugal é muito mais "cantado" do que o nosso e às vezes nos demoramos um
pouco para entender as palavras diferentes e o sotaque inconfundível deles.
Aqui na minha cidade tem um lugar onde gosto bastante de ir, é um pequeno espaço
chamado "Doceria Portuguesa". E de tanto ir lá, já sou conhecida da dona. Eis que ela me vê
e com um sorriso me diz: "Bons olhos a Beijam!". Beijam? Ora mas que esquisito! E eu
perguntei de novo: "Beijam?". Sim! "Bons olhos a Beijam. Estás surda?" Com aquela risada
gostosa e alegria de sempre.

Foi então que compreendi que o português, rapidinho e galopante dela, com o inconfundível
"i" no meio das conjugações, transformara o "V" de vejam, no "B" de beijam. Sim. Bons olhos
nos beijam sempre.

Soou-me a poesia. O sotaque tornou tudo mais bonito.

À semelhança da minha amiga portuguesa, "aboli os vês" e digo: Seja feita a tua bondade!
A tua bondade, Pai! A tua bondade, Pai! Quando Jesus partilhou com os discípulos o modo
como conversava com o seu Pai, demorou-se a mostrar-lhes a confiança na bondade de
Deus. Lucas (11, 1-13) fez chegar até nós a história do amigo que aparece fora de hora e
termina perguntando se um Pai poderá recusar o maior bem - a convivência e a intimidade
do Espírito - aos seus filhos.
"Este assunto da bondade de Deus é uma questão de sensatez. Ser sensato. Como
pode existir Deus, se não for bom?" (José Antônio Pagola).

(Eneida Costa, adaptada por Ângela Rocha)

Entendendo o texto: A ORAÇÃO DA NOVA ALIANÇA


36
Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de
cor e de modo completo. Ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus apenas quis
transmitir-lhes um conjunto de ensinamentos, a fim de eles aprenderem a falar com Deus
com critérios de Nova Aliança.

Se Jesus quisesse ensinar uma fórmula para os discípulos repetirem de cor e de modo
literal, estes tê-la-iam conservado tal qual Jesus a ensinou. Mas não foi isto que aconteceu,
pois, o Pai-Nosso de Lucas e o de Mateus, têm fórmulas diferentes, embora os seus
conteúdos teológicos sejam idênticos (Lc 11, 2-4; Mt 6, 9, 13).

Ao apresentar o Pai-Nosso como critério para orar ao jeito da Nova Aliança, Jesus
distanciou-se profundamente dos outros grupos judaicos. O termo “Abba”, Pai ou Papá, é
original de Jesus. Nenhum judeu seu contemporâneo ousava utilizar este termo nas suas
orações. Para a mentalidade judaica do tempo de Jesus, dirigir-se a Deus chamando-o de
meu Pai era um comportamento sacrílego, pois não mantinha a distância que deve existir
entre o Homem e Deus.

Ao ensinar os discípulos a orar ao seu jeito, Jesus quis demarcar-se dos diversos grupos
religiosos existentes, os quais afirmavam a sua identidade cultivando um jeito próprio de
orar, a fim de se diferenciarem dos outros grupos. Tanto os fariseus como os saduceus, os
essênios ou os discípulos de João Batista, os mestres ensinavam aos discípulos um modo
de orar que fosse diferente, a fim de afirmarem a sua identidade.

O evangelho de São Mateus diz que Jesus, ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, marca
a diferença dele e dos seus discípulos face aos diferentes grupos existentes, bem como em
face aos pagãos (Mt 6, 5-8). Ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus apenas quis
ensinar os discípulos falarem com Deus Pai como um filho fala com um Pai muito querido.
Mais tarde, o Espírito Santo ensinará os discípulos a dialogar com Jesus ressuscitado,
falando com ele como um irmão dialoga com outro irmão: “O que pedirdes em meu nome
eu o farei de modo que, no Filho, se revele a glória do Pai. Se me pedirdes alguma coisa
em meu nome eu a farei” (Jo 14, 13-14).

Com a apresentação do Pai-Nosso, Jesus está a ensinar aos discípulos a dialogar com
Deus ao jeito de um diálogo familiar. No Pai-Nosso, Jesus ensina aos discípulos que o
conteúdo da sua oração deve ser tudo aquilo que possa interessar a Deus e ao Homem.
Estão presentes a vinda do Reino, o amor de Deus por nós, a nossa fragilidade e a
necessidade de sermos ajudados para não cairmos na tentação.
Ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus quis ensiná-los a falar com Deus tal como
ele falava com o seu Pai querido. Por outras palavras, o Pai-Nosso reúne um conjunto de
critérios capazes de fazer que a oração dos discípulos se processe em forma de uma
oração com sabor da Nova Aliança.

São Paulo diz que todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos e
herdeiros em relação a Deus Pai e co-herdeiros em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14- 37
17; cf. Gal 4, 4-7). Por outras palavras, ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus quis
que eles se sentissem membros da Família de Deus.

É como membros da Família que nós devemos dialogar com Deus. É o próprio Espírito
Santo que nos convida a orar, introduzindo-nos no próprio diálogo de Deus com seu Filho.

Pe. Santos Calmeiro Matias

Pai nosso

Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; dá-nos cada dia o nosso pão
cotidiano; e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo
aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em tentação, (mas livra-nos do mal.)

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Passo agora o nosso segundo dia de Retiro. Temos todo o conteúdo, não é necessário
acrescentar mais nada. Somente ORGANIZAR, o que vai acontecer primeiro, o que vai
acontecer depois, o momento da leitura, etc. Coloquei a sugestão de um canto para ajudar
vocês, mas, pode ser outro. Outra dica: neste dia talvez, eu disse talvez, caiba a separação
em grupos, mas, é bom explicar o que estes grupos farão. Façam suas observações e
comentários. Bom trabalho! 39
SEGUNDO DIA

Canto:
Navegar (outra Vez Me Vejo Só)
Outra vez me vejo só, com meu Deus
Não consigo mais fugir, fugir de mim
Junto às águas deste mar vou lutar
Hoje quero me encontrar
Buscar o meu lugar...

Um retiro serve para nos “pormos a caminho”, então vamos lá!

O que significam as palavras que usamos? O que é que a oração não é?

A fé é como uns binóculos que colocamos e nos fazem ver mais longe. Para isso temos
que perceber as palavras. A palavra “oração” vem do latim “oros” que significa boca. A
boca de Deus, Aquele que fala.

A palavra mais forte é “adoração”. O prefixo latino “ad” significa aproximação. Fazer
adoração é “pôr-se à boca”. “Moisés morreu à boca de Deus” é belíssimo! Ele viveu e
morreu… O que é que não é “oração”? Procurar pôr Deus a trabalhar a meu favor não é
oração; não é oração querer mudar Deus, tentar convencê-lo a fazer aquilo que nós
queremos que Ele faça…

Orar é entrar no Projeto de Deus! Não é pedir a Deus que participe nos nossos projetos. A
oração não é uma negociata; não é uma burocracia do Espírito; uma contabilidade
religiosa… Há maneiras de fazer oração que tornam as pessoas insuportáveis: os olhos
transformam-se em réguas, e os olhos em selos... O dever da oração só existe num espírito
de “como é que eu posso não o fazer?”; não se deve oração a Deus. Deus não nos manda
rezar; Ele espera pacientemente que nós descubramos a necessidade de orar; que
queiramos levar até aí o nosso amor por Ele; Deus desafia-nos continuamente. Se não o
fizermos quando muito ficamos em falta conosco: “tive esta oportunidade e não a agarrei…”
Felizes aqueles a quem orar lhes faz falta!

“Rezar” é uma corruptela (palavra que ao longo dos tempos foi sendo corrompida) da
palavra “recitar” que significa “dizer muitas vezes”. Rezar é “mastigar muitas vezes”,
saborear, tomar o gosto a algumas expressões de fé.

Rezar é aprender a render-se; a entender para que lado sopra o hálito de Deus. Se te
parece que muita coisa não está clara, estranha ou difícil… reza! Não há outra maneira de
compreender! Experimenta, sem resistências interiores… Não espere vir a rezar quando
tiver entendido tudo sobre oração, porque isso é esperar o impossível!

“Louvar” significa elogiar, bem-dizer. Dizer bem de/a Deus. Hoje está na moda o
pessimismo, dizendo que o pessimismo é realismo. Esta é uma “mal-dição” da vida. E
depois dizemos que isto é um fato (o fato só surgiu no séc. XVIII com o Iluminismo) até aí
havia uma procura dos significados, não dos “fatos”. O sentido máximo da vida é “ser feliz”. 40
Eu sou muito pequeno para mim; a nossa individualidade fica-nos muito pequena. Isto é,
temos que nos “transcender”, mas não podemos transcender-nos enquanto maldizermos
porque estamos em terreno hostil. Nós estamos muito moldados por uma mentalidade de
competência, e competência é, não nos iludamos, competição. Assim, não vivemos a
importância da “des-importância”; as coisas continuam a acontecer naturalmente, mesmo
sem nós!

A palavra “suplicar” significa “sub” (debaixo de) “plicar” (tirar a pele). Explicar a palavra é
“pô-la em carne viva”. Complicar é “colocar ainda mais “peles”. O Pálio antigamente era
feito de peles. Então, suplicar é pedir proteção, consolo, segurança, firmeza (daí vem
também a palavra “paliativos”).

“Liturgia”, palavra utilizada pela primeira vez pelos cristãos para significar “festa do povo”.
Os primeiros cristãos quiseram terminar com a “dolia” que era o culto utilizado pelos
romanos e pagãos. Foi assim que surgiu a “liturgia”!

É importante a oração?

O Evangelho de Jesus é uma enorme pergunta. No Evangelho de João, depois de um longo


prólogo, perguntamo-nos: o que vai dizer Jesus? Quando Jesus abre a boca pela primeira
vez, pergunta-nos. “O que é que procurais?” Esta pergunta não teria significado se os
discípulos andassem a olhar para o chão à procura de alguma coisa. Os discípulos sentiram
que esta pergunta “lhes acertou em cheio”. Eles responderam: “Mestre, onde moras?” (não
iam falar na frente de tanta gente).

Episódio de Marta e Maria: Marta faz imensa coisa; não é preciso! Maria escolheu a melhor
parte: conversar com Jesus!

Qual é a importância para você da sua relação com Jesus? Qual a importância da
comunicação dentro de uma relação de amor?

A oração é o mundo da comunicação dentro da convivência amorosa da Fé! A oração


não é importante; torna-se importante dentro de uma relação de amor, de Fé, pois a Fé
é algo que se constrói!

Se dizemos que Deus está conosco, está presente (Jesus Ressuscitado) então porque é
que nos comportamos como órfãos? O Ressuscitado não é um corpo individual, é o corpo
da comunhão: Jesus Ressuscitados está presente para nós como “o mar está presente ao
peixe”, ou como dizia São Paulo “N’Ele vivemos, nos movemos e existimos”. Jesus
Ressuscitado pode representar-se como um círculo! Jesus está vivo para nós! O
Ressuscitado tem a personalidade de Jesus: toca, mexe, fala, vê, está ativo, porque Re-
Suscitou, mas é um vivente da vida do Espírito pois não morre mais! Se construirmos esta
relação de presença, Jesus começa a tornar-se um amigo interessado e interessante! Aqui
começa a surgir a oração, porque nós com os amigos conversamos! É difícil falarmos com
alguém a quem não tratamos por Você!

Se entramos neste jogo de sedução, o nosso maior amigo, Ele, vai tornar-se o nosso grande
Amor! E nós vamos começar a viver com Ele, como Ele, vamos querer conhecer o segredo 41
mais certeiro que o torna tão desejado! Com Jesus experimentamos isto dentro de um
processo de Fé! Se entrarmos pelo Seu amor “adentro” compreendemos que Jesus é
apenas uma porta, ao passarmos através d’Ele damos de caras com o Imenso, o Abbá!
Deus, é O Amor do meu Amor! “Por Cristo, com Cristo, em Cristo!”

Para conseguirmos entrar nesta lógica de Amor, pedimos: “Ensina-nos a rezar! ”

Vamos fazer dos Seus gostos, a nossa vontade! O Seu projeto é o nosso programa! Ele
vai-se tornando o nosso Senhor! Tem o senhorio em nós. Quando Ele se torna o nosso
Senhor, a Sua loucura torna-se a nossa sabedoria! A Sua fraqueza torna-se a nossa
fortaleza! É a única prisão que nos liberta! Existente; Presente; Amigo; Amor e Senhor!
A importância da oração não existe fora deste processo de Fé! Esta importância é
uma construção.

É importante a oração? Reza e percebe!

Mas quem é este Homem? Qual é a explicação de uma vida assim?

“Há gente que passa na história, da história da gente...” e que não é como as pessoas
vulgares que não deixam saudade! A resposta a estas perguntas só aparece no fim dos
Evangelhos. Se queremos começar pelos títulos cristológicos, falta-nos todo o processo de
experiência pascal que vem no Evangelho. É a vida concreta de Jesus que nos responde
a estas perguntas. É preciso entrar na intimidade de Jesus com o Abbá. Filho de Deus,
para nós também é um título, mas conhecê-lo como Filho (não saber tudo, não ser capaz
de tudo, de esperar ser amado…), é conhecê-lo como Jesus se conhece a si mesmo! Todas
as nossas figuras de Jesus são da sua adultez, não como a de um filhinho que trabalha nas
coisas do Pai! O segredo da vida de Jesus, a sua explicação está na sua relação, na sua
comunicação, com o Pai, na oração!

Evangelho de João – capítulo 17 – Oração sacerdotal


“Pai, chegou a hora…”.
Esta oração também é uma oração de mediação: Pai peço-Te por eles.

Qual o esquema deste Evangelho de São João?

Primeiro o Prólogo, depois o evangelho dos sinais - O sinal visa abrir à fé em Jesus e,
crendo, receber dele a Vida nova dos filhos de Deus (Jo 1, 12), por exemplo, Nicodemos,
samaritana, etc. É por apresentar Jesus nesta perspectiva que João, mesmo nos relatos
comuns aos sinóticos, lê toda a realidade em torno de Jesus como sinal revelador do seu
ser de Filho, e transforma muitas vezes uma narração em catequese simbólica.
Do capítulo 12 a 18 há uma descontinuidade – Jesus não vai no caminho da Galileia para
Jerusalém; é só conversa de Jesus com os Seus, intimidade com o Pai, mas que nos diz
respeito! Foge ao esquema dos sinópticos que retratam uma única viagem de Jesus desde
a Galileia até Jerusalém, onde é crucificado! Jesus aparece no Evangelho de João como
mediador que nos pega e nos conduz a um verdadeiro e definitivo templo: Ele próprio! O
templo na cultura judaica, bíblica, é uma “falha tectônica”, esse lugar onde as placas se
tocam, encontram, interagem, onde Deus e o Homem se encontram sem nenhum deles 42
estar inteiro pois dão-se um ao outro. Desde o princípio o Evangelho de João é uma luta
entre templos: o judaico (feito por mãos humanas) e o cristão (onde Jesus é o sumo-
sacerdote; onde já não há condenação, nem pena)!

Eucaristia

O encontro de Jesus com a Samaritana é uma catequese grandiosa sobre a Nova e Eterna
Aliança que Deus sela conosco pelo Dom do Espírito Santo, na Ressurreição de Jesus. A
Samaritana é figura simbólica de Israel, e Jesus encontra-a “junto ao poço”… Encontrar
“junto ao poço” é o símbolo bíblico mais antigo para falar do desposório, da Aliança. Sempre
que alguém se encontra “junto ao poço”, na bíblia, casa-se! Assim é também aqui… Em
Jesus, o Cristo, Deus encontra de novo o Seu Povo “junto ao poço”, desposa-o de novo e
para sempre numa Aliança que não mais acabará.

A infidelidade está revelada na linguagem dos “maridos”… Os cinco são exatamente os


cinco grandes impérios sob os quais Israel tinha estado oprimida até então, “e o que tens
agora também não é teu” (o império romano). O Dom do Espírito, por Jesus, é um Dom de
Libertação do nosso Deus, cura das nossas infidelidades, perdão das nossas idolatrias,
libertação das nossas submissões. Por isso a mulher pode “deixar o cântaro para trás” e
renascida da Água Viva do Poço da Aliança correr a dar testemunho.

O testemunho que dá é o do encontro surpreendente com Jesus que se vai conhecendo


progressivamente. Começa por chamá-lo “Tu, judeu”… Depois, “Vejo que és um Profeta”…
Depois ainda, “Não será ele o Messias?!” Por fim, todos ao encontrarem Jesus pelo
intermédio do testemunho da mulher exclamam: “É o Salvador do Mundo!”

É sempre uma história de amizade e revelação o que iniciamos quando nos aproximamos
também do Poço da Aliança, da Fonte da Água Viva do Espírito Santo que é Jesus. Deus
está permanentemente disposto a renovar todas estas experiências conosco. SEMPRE!

Que este “retiro” que temos o privilégio de viver nos encontre mais disponíveis a este
“encontro junto ao poço”, a este diálogo de Jesus conosco, do que a outras “preocupações”
que a nossa vida já nos provou, ano após ano, não mudarem rigorosamente nada dentro
de nós… Porque a mudança acontece quando podemos proclamar como aquela mulher:
“Encontrei-o! Conheceu-me! Disse-me tudo o que eu fiz E sem me julgar, amou-me assim.”

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Vamos então fechar nosso retiro de catequistas, este é o terceiro dia. Como vocês o
organizariam?

TERCEIRO DIA
Canto:
O caminho é o abandono,
Da criança que adormece 44
Sem medo nos braços de seu pai!(Bis)
É o amor...é o amor...
(https://www.youtube.com/watch?v=g3x75_fQacU)

Em tempo: Esse canto é baseado em um dos ensinamentos de Santa Teresinha do Menino


Jesus. Ela dizia que, mesmo nas horas mais duras, seu caminho era “o da confiança total,
o abandono de uma criança que adormece sem medo nos braços do pai. Se a noite mete
medo à criancinha e se queixa de que não está vendo o pai que a carrega, o que deve fazer
é fechar os olhos e confiar: é o único sacrifício que Deus lhe pede.”

Somos de uma tradição judaico-cristã com quase 4000 anos de aprendizagem espiritual,
mas se não as conhecemos agarramo-nos ao que conhecemos, as tradições vindas do
Oriente, porque passamos a vida a prestar culto aos mortos (Por exemplo, aos santos).

Se eu tivesse uma escola de oração existiriam, sobretudo, espaços de aprendizagem de


oração, onde teríamos as seguintes disciplinas:

1º Disciplina - Aprender a louvar

Louvar é alegrar-se com um bem sem que ele seja nosso. Para isso temos que olhar as
coisas descentrados de nós, logo é uma excentricidade e uma extravagância! Louvar é
gratificar, é ver graça e beleza na vida e na história. É aprender a soltar-se! Se não a virmos,
o problema está na nossa vida!

Na Bíblia a personificação do louvor, é David. O grande rival de David foi Saul (rei antes de
David que só reinou sobre duas tribos). Ele exprime tudo o que se opõe ao louvor, à alegria
e à esperança. Saul exprime quem se deixa dominar pela raiva, a fúria, a brutalidade, o
desespero e a inveja. Saul obriga David a casar-se com a sua filha Mical, para o tentar
dominar! Ela é a cara chapada do pai, e como tal não compreende como é que David dança
em torno da arca da aliança quando estão cercados de inimigos (livro de Samuel); ela se
retorcia à janela enquanto David dançava. Mical morreu sem nunca ter dado à luz porque
nunca quis aprender a arte de louvar! Nunca se está tão só, quando estamos isolados nesta
atitude de não-louvor!

Uma dica: se tu não sabes como louvar a Deus, treina, ensaia, louvando pessoas!
2º Disciplina - Aprender a contemplar

“Comtemplar” – é “entrar no templo”. Lugar existencial onde o Homem se faz a Deus e Deus
se faz ao Homem (exemplo da falha tectônica). Contemplar é demorar-se no imenso até
Ele começar a dialogar conosco!
45
Estarmos face a face com a beleza facilita saltos interiores, põe-nos a alma nos trilhos!
Temos que parar e absorver, quando já está tudo mais que visto… fiquemos! Aí vão
começar a acontecer coisas novas, no silêncio, depois de passado o limiar do desconforto!
Não somos capazes de aprender a contemplar enquanto não passarmos o limiar do
desconforto, porque aí vai aparecer aquilo de nós que menos gostamos. Contemplar é
aprender a maravilharmo-nos; a encantarmo-nos! Aprender a ver até ouvir com os olhos!

Há um método de ajuda à contemplação: a recitação! Numa posição corporal de conforto


digamos uma frase repetidamente, por exemplo, “Meu Senhor e meu dono”.

3º Disciplina - Aprender a glorificar

Aprender a dizer: “Deus, tu és o maior!”. A Glória de Deus, em português, é o “peso de


Deus”! É um Deus em que pode dar o vento por onde der que ele não cai! Deus é leal, não
se muda nem muda! Santificar o nome de Deus significa que por todos deve ser
reconhecido o projeto de Deus; devem-se proclamar hinos!

Orar, na iconografia das catacumbas, da Igreja primitiva - os homens aparecem com os


braços levantados; colocar as mãos unidas vem do feudalismo em que os servos se
colocavam de joelhos diante do seu senhor, os outros atavam-lhes as mãos, e o senhor
tocava-lhes com a espada nos ombros, sinal do servo a dizer “não tenho medo, confio em
ti! ”

Dentro do estilo de oração hínico há um que se chama “Invitatório”, convocatória à


glorificação. Exemplo do salmo 30 – a meio do louvor, da glorificação, há o invitatório, o
convite a chamar outros, e todos voltarem para o louvor.

4º Disciplina - Aprender a rezar a Escritura

A Lectio Divina é um exercício de “saborear um bom vinho”! É possível pegar em algumas


palavras da vida ressuscitada de Jesus e dar-lhes muitas voltas! Não é por acaso que o
título é “rezar” a escritura! É “recitar” a escritura! Não é procurar a moral da história, mas
saborear a história! Temos que desmoralizar a Bíblia; des-sacralizá-la! A Bíblia é palavra
inspirada, não sacralizada! Palavra Sagrada só a de Deus, não a de Paulo, João, Mateus
etc.

5º Disciplina - Aprender a Liturgia das Horas

É aprender a marcar o tempo que passa com as horas do tempo que não passa; é aprender
a selar continuamente os dias, as horas. Vem dos ritos monásticos e foi remodelada com o
Concílio do Vaticano II: Laudes (ao acordar), Vésperas (quando o Sol se põe), Horas
Intermédias e Completos.

Laudes – reviver o dinamismo pascal; louvar Deus porque a Luz venceu outra vez! O hino
é o “Benedictus”, de Zacarias.

Vésperas – Quando o Sol se põe “despegamos” – é o começo de um novo dia (o que para 46
nós é estranho, mas o dia começa com o nascer da Lua, na lógica bíblica) – deixamos Deus
a trabalhar sozinho, pois nós vamos para casa descansar.

Horas Intermédias (Médias) - intervalos a meio do nosso trabalho! Por isso são sempre
mais curtas.

Completas – na hora do dormir, de esticar as pernas. Chama-se assim, porque apesar de


ser uma oração breve, é uma assunção da afirmação de Jesus “Senhor, agora tudo está
completo!”. É uma quotidiana entrega à morte. O Hino que se reza é o de Simeão, que
representa todo o AT. Quando Jesus é apresentado no Templo, Simeão diz: “Agora Senhor
já podes deixar o teu servo descansar!”.

6º Disciplina - Aprender a celebrar

Temos refeição marcada com Jesus Ressuscitado, e com Ele todo o corpo que Jesus
encabeça. Assim, nenhum padre pode celebrar sozinho!

Ler capítulo 13 do Livro dos Números – catequese da Esperança. “Antecipadamente, no


deserto, o povo comeu os frutos da Terra Prometida.”

Este trecho das escrituras nos mostra a preparação do povo de Israel para entrar na terra
prometida. Aqui houve a preocupação de se enviar “espiões” para ver o que acontecia ali e
como era a terra. Eles trouxeram frutos dela. E o povo os experimentou, antecipando o que
poderiam ter em sua nova “casa”. Esta “refeição” é aí, uma “celebração”. Estão, então, se
preparando, de certa forma, para as guerras e disputas que hão de vir. Isto lembra também
a última ceia de Jesus. Ele “celebrou” com os discípulos antes de sofrer o flagelo final. Da
mesma forma que no “deserto” no livro dos Números, o povo estava cheio de esperança de
chegar ao final de sua peregrinação, Jesus nos dá a “esperança” de, com sua morte,
inaugurar uma nova era e de entrarmos na “terra prometida”, ou seja, o Reino de Deus.

PARA REFLETIR (Pode ser usado como Mensagem Final):

Nos tempos do novo testamento Yeshûa, era um nome comumente atribuído aos rapazes
judeus, que significa “Deus Salva”, porque Maria e José tinham muita fé no amor e no
cuidado que Deus havia de ter pelo seu menino que tinha acabado de nascer. Mas, desde
pequenino, que começaram a chamá-lo pelo diminutivo, porque Yeshuah era uma palavra
grande para dizer todas as vezes. O diminutivo era YESHU, que é muito mais rápido e
engraçado. Como nós já não falamos a mesma língua que o Jesus e os pais dele, o
diminutivo com que ele ficou conhecido parece um bocadinho diferente, mas é isso mesmo
que dizemos ainda hoje, em todo o mundo, nas nossas línguas: “Jesus”, no diminutivo.

Você sabia que nós tratamos o Jesus pelo diminutivo? A maior parte das pessoas não
sabe isto, pode crer! Não é maravilhoso ter uma tal intimidade com alguém?

47
Fonte: CER – Porto Portugal
Pe. Rui Santiago – Redentorista.

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ORIENTAÇÕES PARA O RETIRO:

Para fazer algumas "correções de rumo", gostaria de fazer aqui algumas observações.

Penso que estamos um pouco "viciados" em algumas práticas


religiosas nossas e precisamos fazer uma "repaginação" em
nossos momentos de espiritualidade. 49
PRIMEIRO: Nós temos aqui um "conteúdo" pronto a ser
desenvolvido, logo, não precisamos acrescentar mais nada. Não há
mais o que inventar para deixar "vistoso" o momento. É um
momento de oração, simples, como Jesus era simples ao falar com
o Pai.
Vamos fazer num ambiente simples, confortável. Nada de cores
que lembram isso ou aquilo... Vela (iluminação), Bíblia (Palavra),
flores... pronto! Não precisa mais nada.

SEGUNDO: Temos em nossa religião a devoção a Maria muito forte. Ela é nossa
intercessora e medianeira sempre, mas, aqui estamos falando de Jesus orando para o Pai,
diretamente. Os discípulos pediram a Ele: "ensina-nos a rezar". Ele não respondeu "Fala
com a minha mãe".... Vamos deixar neste momento a oração da Ave Maria e suas imagens.

TERCEIRO: Por que várias pessoas sugeriram a decoração no "chão"? De onde vem isso?
Por que os "caminhos"? Vamos fazer a seguinte interpretação: Jesus elevava os olhos para
o céu, logo "para cima". Por que estamos volvendo nossos olhos "para baixo"? E quanto
aos "caminhos"... caminhos também lembram chão, terra a percorrer, estradas... ou seja...
estamos por demais ligados "à terra"... obstáculos, dificuldades, sofrimentos... Claro que
Deus nos ouve sempre e é alento para todo e qualquer sofrimento, mas...
"Pai, santificado seja o TEU NOME; venha o TEU REINO; DÁ-NOS cada dia o nosso pão
cotidiano; e PERDOA-NOS os nossos pecados, pois também nós PERDOAMOS a todo
aquele que nos deve; e não nos deixes ENTRAR EM TENTAÇÃO... "
Estão vendo as partes em letras grandes? Precisamos nos ELEVAR para chegar ao
REINO. Vamos esquecer um pouco esta difícil caminhada terrena...

QUARTO: estamos querendo fazer um retiro para catequistas, logo, vamos esquecer as
"produções" hollywoodianas, vamos pensar no conforto na praticidade. Nada de sentar no
chão, isso é para jovens e crianças. Meia luz é bom? Sim, antes de começar a parte onde
refletimos; é ruim ler a meia luz. Lembre-se de acender a luz no momento oportuno. Uma
Equipe de canto é bom se ninguém tem o dom de cantar pelo menos um mantra, mas, pode
ser uma pessoa só e um violão. Será que uma pessoa ou duas não pode conduzir o
encontro só falando, sem data show, slides, etc.? Outra coisa, vocês esqueceram que este
é o PRIMEIRO dia, será que não estamos fazendo "tudo" num dia só?

QUINTO: Separar grupos: Gente a oração do Pai Nosso tem 6 frases... será que
precisamos fazer grupos para meditá-la?

SEXTO: Quem conduz o retiro...: palestrante, assessor, padre... vejam só, em termos
gerais, este retido teve muito mais coisas do que está escrito no roteiro que passei a vocês.
Claro que ele foi conduzido por um padre e, em se tratando do Pe. Rui Santiago, é "o"
padre. Portanto, muito cuidado na hora de montar este tipo de encontro. A pessoa que o
conduz precisa ser uma pessoa profundamente espiritualizada, carismática
(não exatamente "carismático") e com bom conhecimento litúrgico e bíblico, senão...

Olhem só um exemplo bem interessante: no último dia, coloquei lá para se ler Números,
13, a "catequese da esperança". E ninguém se atentou por que e pediu esclarecimento. 50
Muitos sugeriram até outra leitura. O que posso pensar? Tenho certeza que muitos de
vocês já foram em encontros que se arrependeram de ter ido depois. Quando vamos
conduzir este tipo de encontro, precisamos nos preparar e preparar muito bem!

Enfim, eu, por exemplo não seria a melhor pessoa para fazer este tipo de encontro. Sou
por demais lógica e racional. Eu faria um encontro formativo e não um "retiro" para falar de
oração. Eu "falo" demais na minha ânsia de ensinar E acabo não dando espaço para
meditações. Porque eu sou uma pessoa que quase não consegue isso, até começo, mas,
quando percebo estou falando com Jesus como se ele fosse um velho amigo, muito íntimo
e foi-se a meditação!

Tirando estas "coisinhas", vocês estão no caminho certo, pensando legal, aprendendo a
planejar. Isso é bom! Só precisamos tirar algumas "manias" nossas, que vem permeando a
nossa catequese há tempos.

Abraços

AGORA, ALGUMAS DICAS DA “TIA ÂNGELA”...

É muito comum os retiros “pré-eucaristia” e “pré-crisma”, feitos alguns dias ou semanas


antes dos sacramentos, mas, é bom lembrar que estes retiros devem priorizar momentos
de “espiritualidade” e reflexão, nunca queira fazer uma catequese “emergencial” nestes
momentos. Os temas da catequese já foram explorados nos encontros, agora é a hora de
nos “recolhermos” em nós mesmos e refletirmos sobre tudo que aprendemos neste tempo
de catequese. Nada de “ensino”. É momento de “espiritualidade” mesmo!

Outra observação é que na primeira eucaristia, algumas crianças ainda têm pouca idade,
10, 11 anos. Cuidado com os temas e os momentos “meditativos” com eles. Pode ser que
estejamos exigindo algo além da maturidade deles. Mas vale, neste caso, explorar a relação
de amizade e companheirismo do grupo. Rezar juntos e desejar continuar a caminhada
juntos para o sacramento da crisma é o principal objetivo agora. Explore este sentimento
de “companheirismo” que eles têm. É um passo para se pensar em “ser uma comunidade”.

E por fim, é preciso dar uma atenção especial aos PAIS. Quem sabe um retiro com os pais
não seja mais frutífero para a caminhada dos filhos na Igreja, do que com os próprios? Ou,
melhor ainda, um retiro com a família. Não é preciso que sejam “dias”, podem ser somente
algumas horas, um dia todo. Experiências neste sentido tem sido frequente e os relatos
impressionantes. Tente!
****

"Quem é espiritual, transmite com suas palavras, com suas ações e com tudo quanto
irradia um pouco do Espírito de Jesus. Nem todos que usam as palavras de Jesus vivem
51
do seu Espírito."

(Anselm Grüen/Friedrich Assländer - "A arte de ser mestre de si mesmo para ser líder de
pessoas").
ANEXOS
ANEXO 01 - Roteiro de Celebração: Espiritualidade do Catequista
ANEXO 02 - Roteiro de Espiritualidade para Catequistas: “Há esperança no caminho”.
ANEXO 03 - Roteiro de Retiro Espiritual: “Piquenique espiritual”.
52
ANEXO 04 - Roteiro de Celebração Catequética: “Misericordiosos como o Pai”
ANEXO 05 - Roteiro para Momento de Espiritualidade – Encerramento
ANEXO 06 - Roteiro para Celebração Catequética – “Advento”
ANEXO 07 - Roteiro de Oração - Encerramento
ANEXO 01 - ROTEIRO DE CELEBRAÇÃO: “ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA”.

1-Espiritualidade é a capacidade que temos de viver guiados e animados pelo Espírito de


Deus, na intimidade com o Seu Projeto. É um ardor, uma energia de Vida, um sopro que
nos motiva e impulsiona em direção a Deus. Ele se revela e nos unifica.

Vamos SOPRAR BOLAS DE SABÃO? Perceberam que quanto mais sopramos mais as 53
bolas se unificam? Mais ficam bonitas e voam pelo ar? É o sopro do “espírito” que nos faz
voar, subir ao céu...

Depois da brincadeira, vamos dizer todos juntos contemplando e repetindo a frase


do salmo 86,11 : “Senhor, unifica o meu coração!”

2- Uma vida de espiritualidade, cheia de fé, ajuda a realizar melhor a missão da


catequese. Temos que perseverar na oração e viver a nossa espiritualidade que é
baseada nos seguintes ponto:

Na Trindade - O catequista vive em comunidade assim como o nosso Deus é comunidade.


Temos que experimentar o Deus que nos cria e ama: PAI;
que nos salva e caminha conosco: o FILHO JESUS;
e que nos santifica: o ESPÍRITO SANTO.
Façamos nossa dedicação à Trindade com o sinal da cruz (todos: em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, Amém!)

A Espiritualidade do catequista é BÍBLICA: Somos porta-voz da Boa Notícia, vamos


recebê-la cantando: (Entrada da Bíblia com um canto).
A Espiritualidade do catequista é eclesial, litúrgica: A Igreja se reúne para celebrar e
testemunhar o mistério de Cristo, vivo e ressuscitado. Por isso estamos aqui reunidos.
A Espiritualidade do catequista é Eucarística: A Eucaristia como ato central da sua
vida, o sacramento da caridade que nos trás a salvação! (Cantar uma frase eucarística, um
mantra).
(Fazer uma entrada com uma bandeja de pão e vinho (suco)).
A Espiritualidade do catequista é mariana: Realiza-se na humildade o serviço,
acolhendo a Palavra como nossa mãe Maria no seu Sim a Deus. Digamos todos agora o
nosso sim levantando as mãos ao céu:
“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Ave Maria, cheia de graça...
(O ambiente deve ter uma imagem de Maria).
A espiritualidade do catequista é vivencial e não abstrata: A mensagem que transmite
vem acompanhada sempre do próprio testemunho, comunicando amor, coerência de vida,
oração e ação. Vamos nos dar o cumprimento da paz, nosso calor humano aos que estão
ao nosso lado com um caloroso abraço.
A Espiritualidade do catequista é LIBERTADORA: revela a Boa Nova, a dignidade de
cada filho de Deus. Traz alegria e Esperança, ânimo para perseverar na caminhada!
Tendo uma Espiritualidade baseada em todos esses traços, (dirigente aponta para todos
os símbolos) o catequista torna-se a LUZ e SAL na construção de uma nova sociedade.
(Entra a vela e o sal)
54
CANTO: ♫“Ó luz do Senhor que vem sobre a Terra, inunda meu ser, permanece em nós...”
DEUS nos convida a sermos a LUZ de nossa comunidade, de nossos catequizandos, a
refletirmos a LUZ de Cristo.
CANTO:♫ “Ó luz do Senhor...”

(Após o mantra, alguém vem e sopra apagando a vela).

Assim como um sopro de ar enche um corpo de vida, uma vela também se apaga com um
pequeno sopro. A vida cristã, a nossa fé pode apagar-se diante das dificuldades de nossa
missão. O que queremos pedir agora a Jesus é que a sua luz não se apague em nós. Que
nosso “sopro” seja sempre de vida, para “dentro” e nunca um suspiro de desânimo, de
cansaço e desalento.
PRECES:
Vamos colocar em voz alta, com uma palavra apenas o que precisamos: (ex: coragem,
perseverança, etc... deixar falar...)
Novamente, levantemos as mãos ao alto pedindo, todos juntos agora: “Ouvi-nos Senhor!”.

LEITURA BÍBLICA: JESUS nos ensina a ouvir primeiro o que Deus quer de nós, vamos
então em posição de alerta, de atenção (em pé) ouvir a Sua Palavra. MATEUS 5,13-16.
Após a leitura, um pouquinho de silêncio...
Começa um canto e entrega pequenas lembranças: um saquinho de sal e uma vela
decorada. Convidar a todos para confraternizarem-se e partilhar do pão e do suco.
Um abraço e boa celebração!
DICA: nunca façam um encontro assim, que pretende ser "espiritual" junto com uma
reunião para "passar recado" ou uma formação com conteúdos mais complexos. A gente
pode se reunir só para ser "espiritual", por que não?
Ângela Rocha
Paróquia Sagrados Corações – Londrina Pr.
ANEXO 02: ROTEIRO DE ENCONTRO: “HÁ ESPERANÇA NO CAMINHO! ”

“ARDIA O NOSSO CORAÇÃO QUANDO ELE NOS FALAVA PELO CAMINHO”. (Lc 24,32)

Para iniciar as pessoas estariam em um circulo ou num ambiente propício a uma


“caminhada”.
55
Dirigente: Iniciemos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A Graça e a ternura do Pai,
o amor e a misericórdia de Jesus Cristo, a alegria e o ardor do Espírito Santo, a proteção
maternal de Maria, esteja hoje e sempre com todos nós. Jesus antes de chamar cada um a
segui-Lo, Ele primeiro ama. Ama para chamar e chama porque ama. Sem a vivência do
verdadeiro amor, fica impossível seguirmos Jesus.

Canto: Me chamaste para caminhar na vida contigo, decidi para sempre segui-Te, não voltar
atrás. Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma, é difícil agora viver sem lembrar-
me de Ti.
Te amarei, Senhor (bis), eu só encontro a paz e a alegria bem perto de Ti (2x).

LEITOR 1: Estamos juntos numa caminhada. É o caminho da Igreja que quer Evangelizar
melhor as pessoas do terceiro milênio. O caminho dos leigos engajados que vão se organizando
e se articulando para encontrar o verdadeiro sentido para suas vidas e a melhor maneira de
viver a fé e exercer o seu ministério.

LEITOR 2: Como em todos os empreendimentos e em todos os caminhos que assumimos, é


sempre a Palavra de Deus que nos guia, nos orienta, nos fortalece. E é com ela que vamos
caminhar agora…

LEITOR 1: Era Domingo na Palestina. Fazia três dias que Jesus tinha morrido. Muitos estavam
eufóricos e aliviados: “haviam calado aquele que os incomodava.” Outros estavam tristes e
abatidos. Morreram suas esperanças. Tudo era silencio e abandono. Estava na hora de voltar
para casa… Voltar para o seu mundo… Retomar ao que era antes… Entram duas pessoas
no círculo um com a bíblia e outra com a vela, e começam a caminhar dentro do círculo.

LEITOR 2: Entre tantos que voltavam para casa, haviam dois discípulos de Emaús. Deixaram
Jerusalém. Cabeça baixa, olhos perdidos, eles caminhavam… Voltam para seu mundo…
Voltam à antiga vida… Tudo não passou de uma ilusão a mais… Duas pessoas começam a
caminhar atrás dos que estão com a Bíblia (pessoa1 e pessoa2).

LEITOR 1 – De repente, como que do nada, surge alguém caminhando com eles
Outra pessoa(pessoa 3) entra no círculo e se junta as duas pessoas que estão sem a
Bíblia, se for possível poderia estar de túnica branca.

PESSOA 3: Bom dia! Que bom ver vocês por aqui! Estava mesmo precisando de companhia.
Mas vocês parecem tão tristes… Sobre o que estavam conversando para estarem assim?

PESSOA 1: Você não sabe o que aconteceu? Mas, não é possível! Acho que só você não está
por dentro dos últimos acontecimentos nas nossas paróquias…

LEITOR 1: Jesus sabia. Mas queria ouvir deles. Jesus sabe de nossa vida. Conhece nossos
pensamentos, nossas angustias e esperanças, mas gosta de nos ouvir. Vamos falar um pouco
com Ele, bem intimamente, com o nosso coração? Vamos dizer a Ele sobre o que estamos
conversando ultimamente. Quais são os nossos assuntos… As coisas que preenchem nossa
vida, nossos encontros, o nosso campo de ação em nossa comunidade e em nossa diocese.
Uma pequena pausa

LEITOR 2: Depois de relatar tudo o que estava acontecendo, os discípulos deixam escapar um
desabafo: “
56
PESSOA 2: “Nós esperávamos que ele fosse mesmo o Salvador”… Que iria mudar nossas
vidas, nos tirar desse regime de opressão e sofrimento, acabar com o Império Romano, e fosse
para nós um Rei diferente, mas tudo morreu com Ele.

LEITOR 1: Nos também temos nossas decepções, nossas frustrações, nosso desânimo,
nossos cansaços. Esperávamos que a unidade fosse maior na catequese. Que crescesse o
numero de catequistas comprometidos com os trabalhos paroquiais e da catequese. Que um
maior numero de pais tomariam consciência da sua própria e ativa responsabilidade na
educação espiritual de seus filhos, que os padres tiverem um olhar mais atento para a
catequese

LEITOR 2: Vamos pensar um pouco e desabafar intimamente com Deus. O que nos angustia
nos incomoda e nos impede de caminhar, e assumir o Chamado de Deus em nossa vida?

LEITOR 1: Somos chamados a queimar o que nos impede de assumir os projetos, enquanto
algumas pessoas queimam o nos impede de seguir o Plano de Deus, cantemos:
Pessoas com plaquinhas com as palavras: Desânimo, decepção, angústia, medo,
comodismo.

Canto: O povo de Deus no deserto andava / mas a sua frente alguém caminhava / O povo de
Deus era rico de nada / só tinha esperança e o pó da estrada

Também sou teu povo Senhor / estou nessa estrada / Somente a Tua graça / me basta e
mais nada

LEITOR 1: Apesar de todas as decepções, os discípulos não perdem a esperança. Debaixo


das cinzas, há sempre uma brasa que arde, uma chama que fumega, e Deus sustenta esta
chama.

PESSOA 1: É verdade que algumas pessoas do nosso grupo nos deram um pouco de
esperança: algumas mulheres foram ao túmulo, não encontraram o corpo de Jesus e voltaram
dizendo que tinham visto anjos, e estes afirmaram que Jesus está vivo. Outras pessoas foram
lá e confirmaram o que elas disseram. Só não viram Jesus.

LEITOR 2: Apesar do clima de sofrimento e de morte, havia sinais de vida, sinais de


ressurreição. Nossa vida também é assim: no meio de tanta coisa que incomoda e faz sofrer,
há muitos sinais de vida, muitos motivos para manter a esperança. Há sempre uma brasa que
arde, uma chama que nos aquece, uma força que convida a continuar.

LEITOR 1: Quais são nossas esperanças, sinais de vida e ressurreição que experimentamos
em nossa vida, na família comunidade e na própria sociedade? Uma pequena pausa
LEITOR 2: Jesus chamou a atenção dos discípulos.

PESSOA 3: “Como vocês demoram para entender e acreditar.”

LEITOR 2: Será que somos assim também? Ficamos atentos aos sinais, aos chamados e aos
recados que a vida nos dá? A Palavra de Deus faz o nosso coração arder? A graça mexe com
57
a gente?

LEITOR 1: Depois eles comentaram:

PESSOA 2: “o nosso coração ardia, quando nos falava pelo caminho.”

LEITOR 1: Quando chegaram perto de Emaús, Jesus fez de conta que ia continuar o caminho
sozinho. Eles disseram:

PESSOA 1: “Fica com a gente, Senhor”! A noite já está chegando… E seria um prazer partilhar
com você a nossa mesa.

LEITOR 2 – Jesus aceita o convite e fica com eles. Durante a refeição, abençoa o pão e partilha
com eles. Seus olhos se abrem, e eles reconhecem que é o próprio Jesus que está com eles.
Vivo e presente. Fazendo parte de seu caminho. Neste momento a Pessoa 3 vai até o centro
e pega o pão e reparte com todos.

LEITOR 1: Logo que tomaram consciência de que Jesus estava vivo e caminhava com eles, os
discípulos voltam correndo para Jerusalém. Esquecem o cansaço, o sono, o desânimo, a
distância: é preciso anunciar, e anunciar logo, que Jesus está vivo, que a esperança não
morreu, que o caminho continua, que o ideal permanece, que a semente deve ser lançada. Que
a Fé nos empurra para missão, e que acreditamos em Jesus Cristo, acreditamos no Reino,
acreditamos na vida.

LEITOR 2: É por isso que estamos aqui. Fomos escolhidos, amados e chamados por Ele para
sermos discípulos fieis, fazendo o Reino acontecer aqui e agora. Sabemos como é fundamental
a força do Espírito que nos une, a mística que nos impulsiona, a esperança que nos anima, a
formação que nos prepara, o compromisso que nos chama. Pelo Batismo fomos chamados e
convocados para sermos profetas e pastores em nossa comunidade, servidores do povo, sinais
de esperança, construtores do reino. Aqui estamos Senhor!

Canto: Eis-me aqui, Senhor! Eis-me aqui, Senhor!

Regina Honda
Paróquia N. Sra. Rainha dos Apóstolos – Londrina Pr.
ANEXO 03 – RETIRO PARA CATEQUISTAS: PIQUENIQUE ESPIRITUAL

(Contemplando a Deus com os cinco sentidos: olfato, visão, tato, audição e paladar)

Ambientação: Chácara ou casa de retiros – a noite.


- Som;
- Vendas para os olhos de todos os participantes; 58
- Velas acesas;
- Uma bacia/recipiente com água perfumada e pétalas de flores.

1º MOMENTO:
- No portão ou entrada, pedir que coloquem numa caixa, as coisas materiais que podem
tirar sua atenção: celular, relógios, etc.;
- Antes de entrar no local, fazer uma oração inicial;
- Pedir que lavem as mãos na água com pétalas de flores e óleo perfumado.

Figura 1 - Olfato

Figura 1 - Quando elas chegavam eu pedia para deixar as coisas materiais que pudessem
distraí-los nesta caixinha. E ao lavar as mãos, pedia que neste momento elas pudessem
sentir Deus na presença da água que significa vida, na beleza das flores simbolizada pelas
pétalas e no perfume que ficaria em suas mãos, pois tudo que é tocado por Deus tem o seu
perfume. (Olfato).
59

Figura 2 - 1º Ambiente

Figura 2 - Este é o primeiro ambiente, onde todos são recebidos depois de lavarem as
mãos. No centro estão as vendas para os olhos e as folhas são as letras de todas as
músicas cantadas tocadas no retiro para que possam acompanhar se quiserem.

- Pedir que todos sentem em círculo;


- Ler a história “Travessia do Rio”;
- Vendar os olhos dos participantes ao som da música: ♫ Incendeia minha alma.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=IwQhC55lZCg

Figura 3- Tato

Figura 3 - No círculo, todos escutam a história da “Travessia do rio”. Depois pedi para
colocarem as vendas. Vendados eles foram trocados de lugar e colocados em duplas um
de frente para o outro. Tocando a música “Amigos pela fé” (Anjos de Resgate), elas iam
tocando uma na outra: nas mãos, no rosto, no cabelo... para tentar descobrir quem estava
a sua frente. Quando descobriam quem era, davam um abraço um no outro. (Tato).

Link da música:
https://www.youtube.com/watch?v=ENhm_tA4pPc&app=desktop
LEITURA: A travessia do rio

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um


lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem
gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Meu caro barqueiro, você entende de leis? 60
- Não entendo, não, senhor - responde o barqueiro. E o advogado, compadecido:
- É uma pena... Você perdeu metade da vida! O barqueiro nada responde.
A professora, muito social, entra na conversa:
- Seu barqueiro, o senhor sabe ler e escrever?
- Também não sei, senhora - responde o remador.
- Que pena... - condói-se a mestra. - Você perdeu metade da vida!
Nisso, chega uma onda bastante forte e vira o barco. O canoeiro, preocupado, pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não! - responderam eles rapidamente.
- Então, é pena... - conclui o barqueiro. - Vocês perderam toda uma vida!
MORAL DA HISTÓRIA: "Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes".

2º MOMENTO:

- Pedir que vão se levantando um a um e começar a caminhar por um “corredor” feito no


chão com: pedras, gelo, lixa, tapete bem macio... Quando o primeiro passar, o “guia” vai
buscar o próximo e assim sucessivamente.

Figura 4- Caminho

Reflexão:
Ao caminhar na vida passamos por diversos caminhos, uns bons outros ruins, mas nunca
estamos sozinhos, sempre somos guiados por Deus, e na catequese, nunca estamos
sozinhos pois temos o apoio da nossa equipe. Provocar reflexão sobre a insegurança, a
confiança no outro e o medo do diferente. (Visão/ confiança).

Música: ♫ Sou teu anjo.


Link: https://www.youtube.com/watch?v=siV8KJQn97o
3º MOMENTO

61

Figura 5- 2º Ambiente

Figura 4 – Logo depois de passarem pelo “caminho” feito de pedras e flores, foram levados
a este ambiente, onde foi feito um momento com Maria e a Leitura Orante.

Oração à Maria:

Comentário: É o amor que inventa os nomes, e no nome se diz o que se mais gosta na
pessoa amada. Quanto mais amada, tanto mais nomes! O amor do povo inventou muitos
nomes para a Mãe de Jesus. (Pedir que cada um lembre um dos nomes dados a mãe de
Jesus: N. Sra. das dores, Aparecida, Mãe Rainha etc.).
São tantos nomes que não acabaríamos de falar hoje. Nossa Senhora nos acompanha na
tristeza e na solidão, nas dores e nas alegrias. Vai conosco em todo canto e alimenta a
nossa esperança com a sua ajuda, com os seus conselhos, com a sua consolação. É ela a
nossa catequista maior, que nos ensina com seu exemplo de Mãe e mulher, quem dera
pudéssemos, como ela, levar em nosso regaço toda a humanidade.
Carregando a imagem Maria, carregamos a esperança de um dia poder chegar lá aonde
ela já chegou, e murmuramos sem parar: Ave Maria...

- Canto “Colo da Mãe”.


Link: https://www.youtube.com/watch?v=jOcMtwS1HEg&list=RDw1tZW7hQXq0&index=2

- Convidar a todos para a Leitura.

Leitura Orante
1Cor 13,13: A fé, a esperança, o amor. Mas a maior delas é o amor.

1º Passo: Pedir a presença do Espirito Santo em nosso meio para que possamos ouvir
com o coração a palavra de Deus
Cantar como mantra:
♫ Nada te perturbes, nada te espante, tudo passa só Deus não muda, a paciência tudo
alcança, nada te falta com Deus no coração, só Deus, só Deus te basta

2º passo (Leitura):
Ler, reler, cada um lê um versículo e sublinha o versículo que mais o chamou a atenção,
ler no rodapé da bíblia as informações, etc.

3º passo (Meditação):
Ao som de música instrumental:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=_8u4VLk0iTI&app=desktop
- As pessoas são convidadas a responder as perguntas. Podem se levantar, escolher um 62
outro lugar, permanecer ali se quiserem.
1- Para mim, o que mais me falta? Fé, esperança ou amor?
2- Estou deixando estes sentimentos se abrirem em mim?
3- Como estes sentimentos podem me ajudar na catequese?

Figura 6- Leitura e meditação.

- Findo o tempo (mais ou menos 10 minutos), pedir que todos voltem aos seus lugares.
- Tocar a música “Minha essência” (Thiago Brado), até que todos se acomodem novamente.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=bklas0_vUg4

4º Passo (Oração):
O que o texto me faz dizer a Deus?

- Colocar o áudio com a reflexão)


“Parar é importante” (Pe. Rui Santiago).
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Def0jahpEKU

Todos são convidados a pegarem suas almofadas, deitarem confortavelmente e ouvir a


reflexão que estará sendo tocada. (Audição).
63

Figura 7 - Ouvindo o áudio de reflexão.

5º Passo (Contemplação):
- Qual é o meu olhar sobre as coisas da minha vida, depois desta leitura?
- A partir desta Palavra, como devo agir diante de tudo o que li, orei e meditei?
- A palavra de Deus é transformadora, temos que colocá-la em prática. Como eu me vejo
fazendo isso? E como eu me vejo no grupo.
- Abrir para comentários.

Depois dos comentários todos são convidados a cantar a música “O dom”, de maneira bem
alegre, dançando no ambiente.

Figura 8- Indo ao piquenique

Depois de uma breve conclusão do momento, em fila, feito “trenzinho”, cantando a música
“Obra nova” (Vida reluz), todos foram encaminhados ao outro ambiente: a “mesa do
piquenique”. Link da música: https://www.youtube.com/watch?v=-xPqIF_0NWs
4º MOMENTO:
Hora do Piquenique no salão

Ao chegar no ambiente da “mesa do piquenique”, foi lida a história do “Piquenique das


tartarugas”, e depois foram distribuídas as lembrancinhas (Tartaruguinhas de tecido com a
história e conclusão enroladinhos). Ao som da música cada uma das pessoas pegava uma 64
lembrancinha e dedicava a uma outra Catequista desejando a paz e força de Cristo para a
caminhada.

Figura 9- Sugestão

Figura 10-Entrega das lembrancinhas

Texto: O piquenique das tartarugas


Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique, e por serem naturalmente lentas,
levaram alguns dias para prepararem-se para seu passeio. Finalmente a família de tartarugas saiu
de casa para procurar um lugar apropriado, e depois de dois dias de viagem encontraram o lugar
ideal!
Elas levaram algumas horas para limpar a área, desembalaram a cesta de piquenique e terminaram
os arranjos. Quando elas estavam prontas para comer, descobriram que tinham esquecido o sal.
Poxa! Todas concordaram que um piquenique sem sal seria um desastre, e após uma longa
discussão, a tartaruga mais nova foi escolhida para voltar em casa e pegar o sal, pois era a mais
rápida das tartarugas.

A pequena tartaruga lamentou, chorou, e esperneou, mas concordou em ir com uma condição: que 65
ninguém comeria até que ela retornasse. A família concordou e a pequena tartaruga então saiu para
buscar o sal.

Três dias se passaram e a pequena tartaruga ainda não havia retornado. Cinco dias… Seis dias…
Então, no sétimo dia, a tartaruga mais velha, que já não aguentava de tanta fome, anunciou que ia
comer, e começou a desembalar um sanduíche. Quando ela deu a primeira “dentada” no sanduíche,
a pequena tartaruga saiu detrás de uma árvore e gritou:
- Ahhãããããã! Eu tinha certeza que vocês não iam me esperar. Agora é que eu não vou mesmo!

No trabalho em equipe, e também em nossas vidas, muitas vezes as coisas


acontecem mais ou menos desse jeito. Desperdiçamos muito tempo esperando que
as pessoas vivam à altura de nossas expectativas, e ficamos tão preocupados com
o que os outros estão fazendo, que deixamos de fazer a nossa parte; de fazer o que
se espera de nós. Entre o estímulo e a resposta, há um espaço, onde estão a liberdade
e o poder de mudar as nossas escolhas.

Entre qualquer coisa que tenha acontecido ou esteja acontecendo a você neste
momento, e a sua resposta a elas, há um espaço em que você tem a liberdade e o
poder de escolher a sua resposta. E estas respostas é que vão governar o seu
crescimento, suas realizações e suas contribuições para que você e sua equipe se
tornem cada vez melhor.

Se os outros não estão fazendo a parte que lhes compete, em vez de deixar-se
influenciar por esta situação, escolha fazer o melhor, decida fazer a sua parte com
excelência, porque dessa maneira você é quem influenciará as pessoas, ajudando a
tornar a equipe e o ambiente de trabalho melhores a cada dia.

- Para finalizar: ♫ Hoje livre sou.


Link: https://www.youtube.com/watch?v=J55RDAGfUvc
66

Figura 11 - Confraternização.

No final cada catequista também ganhou de presente a almofada usada nos ambientes do
retiro como lembrança.

Confraternização:
- Convidar a todos para partilhar os alimentos da “festa”. (Paladar).

Música: ♫ O Céu inteiro está rezando por ti.


Link: https://www.youtube.com/watch?v=frKz4xTNgek

OBS.: As músicas são sugestões, podem ser substituídas por outras.

Paula Arcanjo
Paróquia São Paulo Apóstolo
Limeira – SP.
ANEXO 04 – ROTEIRO DE CELEBRAÇÃO CATEQUÉTICA: “MISERICORDIOSOS
COMO O PAI”

CELEBRAÇÃO CATEQUÉTICA PELO JUBILEU DO CATEQUISTA CATEQUISTAS EM


FORMAÇÃO – FORMAÇÃO BÁSICA MÓDULO II OFICINA DE TRABALHO EM
EQUIPE 67

ACOLHIDA:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Queridos catequistas, sejam bem-vindos a nossa celebração!
Ao “chegarmos” passamos pela nossa “Porta Santa”. Ao fazermos este gesto nos
reconhecemos pecadores e necessitados da misericórdia de Deus que nunca se cansa de
perdoar e de nos esperar! A Misericórdia de Deus acolhe o nosso arrependimento e nos
oferece a Graça do seu perdão. Nos braços do Pai somos restituídos da nossa dignidade
de filhos. O ato de passar pela Porta Santa exigiu de nós DECISÃO! Pois o Pai que nos
ama não impõe nem exige o seu amor, mas aguarda que venhamos a ele sedentos de sua
Misericórdia. Que essa decisão nos faça filhos e filhas, irmãos e irmãs numa unidade
trinitária!
Que com esta celebração, possamos abrir o nosso coração, sentir a misericórdia de Deus
e nos deixar mergulhar cada vez mais em seu amor, praticando os atos de misericórdia
com os nossos próximos!!
“Pai nosso, que estais no céu....

MUSICA: ♫ A ti meu Deus: https://www.youtube.com/watch?v=S_jbmZ7-7lg

LEITURA BÍBLICA: Evangelho de Lucas 15, 11-32.

O Senhor esteja conosco.


Ele está no meio de nós!

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas:


Disse ainda: "Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança
que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, ajuntando todos os seus
haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida
devassa. E gastou tudo. Sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar
privações. Foi, então, empregar-se com um dos homens daquela região, que o mandou para seus
campos cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com as bolotas que os porcos comiam, mas
ninguém lhas dava. E caindo em si, disse: 'Quantos empregados de meu pai têm pão com fartura,
e eu aqui, morrendo de fome! Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o 68
Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados'.
Partiu, então, e foi ao encontro de seu pai. Ele estava ainda ao longe, quando seu pai viu-o, encheu-
se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. O filho, então, disse-
lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho'. Mas o pai disse
aos seus servos: 'Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, pondo-lhe um anel no
dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu
filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!' E começaram a festejar. Seu
filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças.
Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: 'É teu irmão que
voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou com saúde'. Então ele ficou com muita
raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe. Ele, porém, respondeu a seu pai: 'Há tantos
anos que eu te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um
cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho, que devorou teus bens com
prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!' Mas o pai lhe disse: 'Filho, tu estás sempre comigo,
e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu
irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!'
Palavra da Salvação.
Glória a vós Senhor!

REFLEXÃO DO EVANGELHO:
“Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36), foi esta citação de
Lucas que o Papa Francisco convidou a todos nós a vivermos o Ano da Misericórdia. Um
ano que terá como centro a misericórdia, fazendo com que nós relembremos das boas
ações e nos coloque os novamente à disposição do outro, ajudando no que mais precisa,
por meio de obras de misericórdia que pode ser tanto corporais como espirituais.
O símbolo do ano da misericórdia é uma imagem de um homem que carrega um outro em
seus ombros e, que lembra perfeitamente a história do Bom Pastor, que carrega sobre ele
o peso de todos os pecados dos homens, mas que há amor em seus olhos. Lembra também
a história do Pai bondoso, que apesar de todo o sofrimento que teve com o filho mais novo,
não via a hora que ele voltasse para casa e, assim feito, deu a mais grandiosa das festas
porque o seu filho estava de volta.
Jesus fica assim também quando nós retornamos para Ele, quando sentimos em nosso
coração a misericórdia que Ele tem por cada um de nós e faz brotar um sentimento novo
em nosso coração. Como o Papa disse: “Queridos irmãos e irmãs, pensei em como a Igreja
pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho
que inicia com uma conversão espiritual. Por isso, decidi realizar um Jubileu Extraordinário
que tenha no centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia. Queremos
vivê-lo à luz da Palavra do Senhor: ‘Sejais misericordiosos como o Pai”. E na parábola do
Pai Misericordioso, temos a confirmação desta misericórdia paterna.
Neste Evangelho Jesus nos apresenta três personagens:
- Um filho deslumbrado com a riqueza, que pede a parte de sua herança e parte para o
mundo. Ele precisa perder tudo, ser humilhado, para compreender e aceitar o amor de seu
Pai. Arrepende-se, pede perdão e retorna a casa do Pai.
- Um Pai, que ama tanto seu filho que não consegue negar o seu pedido. Vê o filho partir e
sofre muito, esperando e confiando que um dia este filho retorne a sua casa. E quando o
filho retorna, o Pai o recebe de braços abertos, sem cobranças, sem julgamento. Está feliz 69
porque o filho perdido voltou e promove uma grande festa. E por último temos
- O irmão, que fica sempre ao lado do Pai, trabalhando de sol a sol. Este irmão não
compreende o amor do Pai pelo filho (irmão ingrato). O ciúme endurece o seu coração.
Jesus é como o Pai Misericordioso. Fica feliz quando nós retornamos para Ele, quando
sentimos em nosso coração a misericórdia que Ele tem por cada um de nós e faz brotar um
sentimento novo em nosso coração. Como o Papa disse: “Queridos irmãos e irmãs, pensei
em como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da
misericórdia. É um caminho que inicia com uma conversão espiritual. Por isso, decidi
realizar um Jubileu Extraordinário que tenha no centro a misericórdia de Deus. Será um
ano santo da misericórdia. Queremos vivê-lo à luz da Palavra do Senhor: ‘Sejais
misericordiosos como o Pai”.
A partir deste Evangelho e da proposta do Papa Francisco vamos refletir:
1) Como podemos testemunhar a misericórdia de Deus junto, principalmente, dos nossos
catequizandos?
2) Como podemos ser catequistas misericordiosos junto aos nossos “pares”, ao nosso
grupo de catequistas?
3) Como refletimos a misericórdia em nossas comunidades?

ORAÇÃO FINAL:
Ó Deus, por vós fomos escolhidos, reveste-nos de sentimentos de misericórdia, bondade,
humildade, mansidão e paciência. Despertai em nós a misericórdia neste JUBILEU DO
CATEQUISTA para que possamos abrir nosso coração e deixar a misericórdia de Jesus
entrar em nossa vida, para praticarmos as obras da misericórdia com o próximo. Rezemos:
Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação,
o Senhor nos escolheu para sermos os seus colaboradores
na construção do Reino,
pedimos que tenha compaixão diante das nossas fraquezas,
pois somente o seu amor poderá nos fortalecer nesta caminhada.
Acolhei os catequistas que vem a Ti, cheios de fé e esperança.
Consolai os que estão aflitos, socorrei os necessitados,
enxugai as lágrimas aqui derramadas.
Amparai os fracos e recebei em Vossos braços paternos
estes filhos pródigos que voltam para Vós.
Dai-nos a graça de sermos, neste Jubilei dos Catequistas,
instrumentos da Vossa misericórdia na vida dos nossos irmãos,
para que assim o Vosso nome
seja amado em nossa família e em nossa nação.
Tudo isso Vos pedimos por Vosso Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina na unidade
do Espírito Santo. Amém!
(Adaptado da Canção Nova)

Estamos e estaremos aqui reunidos, por mais 24 horas, nesta celebração...


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Amém. 70

CANTO FINAL: ♫ Tudo é do Pai...https://www.youtube.com/watch?v=s6jGTD-wrRk

Equipe de Espiritualidade
Formação Básica Módulo II – 2ª Turma

ANEXO 05 - MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE – ENCERRAMENTO

ACOLHIDA:
Estamos aqui reunidos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...
Queridos catequistas, SEJAM BEM VINDOS, a este nosso momento de oração.

Aqui estamos nós, catequistas de todos os cantos do país, com os corações repletos do
seu amor e da sua misericórdia, temos hoje a certeza de que foi para isso que nos juntamos.
Depois da nossa festa de confraternização pelo encerramento da nossa oficina de trabalho,
vamos parar um momentinho aqui e fazer nossa ORAÇÃO de encerramento.
Primeiramente, convido a todos para fazer uma pequena leitura de Colossenses 3, 15-17:

“Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para
viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em
vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria
e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo
o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando
por meio dele graças a Deus Pai."
Repletos da Paz de Cristo, rezemos: “Pai Nosso, que estais no céu...”

MENSAGEM:
Catequistas: Protagonistas da fé, do amor e da esperança. O coração do catequista vive
sempre esse movimento de união com Jesus, e com o outro. Vivemos aqui, a alegria do
encontro com a graça que tudo transformou e ainda transforma. Catequistas do amor e da
esperança, peçamos ao Espírito Santo que ilumine as nossas mentes para compreender o
que significa seguir e anunciar Jesus no mundo de hoje. Amém!

VÍDEO: “Catequista seja feliz!”


https://www.facebook.com/100003988056095/videos/724721514337444/

PRECES:
Peçamos juntos:
Senhor, pedimos perdão por todas às vezes que não escutamos a Tua voz...
Pelas vezes que fomos por caminhos que não levam a Ti...
Pelas vezes que não realizamos Tua vontade em nossas vidas...
Pedimos perdão por tantos erros cometidos no decorrer do caminho...
Pelas vezes que fomos incompreensivos, egoístas, mesquinhos...
Pelas vezes em que permitimos que o nosso “eu” falasse mais alto que o Teu chamado...
Por todas as vezes que não acolhemos e ajudamos aqueles que precisaram de nós...
Deus Pai de Misericórdia, perdoa nossas limitações, pecados e misérias e ajuda-nos a 71
buscar-te continuamente e a vivermos conforme os teus projetos para cada um de nós!
Amém!

AGRADECIMENTO:

Queremos agradecer a DEUS por esta oportunidade, sem Ele não chegaríamos em lugar
algum. Somos imensamente agradecidos a todos que fizeram parte desta formação tão
rica. Esta Formação nos mostrou que a vida vai além... Além do que pensamos ir.
Perdemos-nos em alguns momentos, mas, no fim sempre achamos a solução. Nós só
temos a agradecer e louvar a Deus por nos ter disponibilizado momentos incríveis, de
grande valor. Senhor dai-nos a graça de continuarmos a ter Fé na vida, principalmente,
quando passamos por momentos ruins. Obrigada Senhor Deus pelos planos muito maiores
que tens para nós. Temos confiança que no final a felicidade é o que virá.

Agradecemos a Deus pelo seu imenso amor por nós, por essa formação que nos despertou
muitos bons sentimentos.
Obrigado Senhor, pelos momentos confusos e que só vós nos destes a paciência para
resolver.
Obrigado por nos unir... Tantos catequistas! Mas tudo deu certo! Obrigada Senhor, por
nos trazer ao longo dessa oficina tudo aquilo que planejastes a cada um de nós, pois tens
planos para cada um de nós!
Obrigado Senhor, por nos fortalecer nas dúvidas e sempre nos dar a sua misericórdia.
Com essas palavras, encerramos a nossa oficina agradecendo ao Pai tudo aquilo que nos
foi oferecido. Obrigado Senhor, por vossa infinita bondade. Amém!

LOUVOR:
Senhor meu Deus, Pai misericordioso te louvamos, te bendizemos por tão grande amor por
nós.
Tua misericórdia se estende de gerações em gerações sobre aqueles que o temem, nós
vos louvamos por Vosso imenso amor.
Pai, por esta formação que fizemos por todos que nos ajudaram e continuarão com a vossa
graça a ajudar, quantas pessoas se aproximaram mais de Ti.
Que Teu Espirito Santo, seja derramado sobre nós para que nosso louvor chegue até Vós
com alegria e assim possamos servi aos irmãos também com alegria e amor. Louvado seja
Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado... Encerramos este momento, em nome do Pai, do filho e
do Espírito Santo. Amém!

Equipe de Espiritualidade
Oficina de Trabalho em Equipe
Formação Básica Módulo II – 2ª Turma
ANEXO 06 – ROTEIRO PARA CELEBRAÇÃO CATEQUÉTICA - 2º DOMINGO DO
ADVENTO

Em preparação do 2º Domingo do Advento, estamos aqui reunidos em nome do Pai, do


Filho e do Espírito Santo. Amém. 72

(Se possível e tiver em sua casa a Coroa do Advento, acenda a 2ª vela).

CANTO INICIAL
Refrão: Ó Pai, somos nós o povo eleito, que Cristo veio reunir! (bis)
Pra viver da sua vida, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra ser Igreja peregrina, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra ser sinal da Salvação, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra anunciar o Evangelho, Aleluia, o Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra servir na unidade, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra celebrar a sua glória, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra construir um mundo novo, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra caminhar na esperança, Aleluia, O Senhor nos enviou, Aleluia!

COMENTÁRIO: Tempo de Advento, de preparação para a celebração do Natal do


Senhor, em que somos convidados a preparar a vinda de Jesus, exige de nós uma
transformação radical da nossa vida, dos nossos valores e da nossa mentalidade.

LITURGIA DA PALAVRA

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,1-6.


No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador
da Judéia, Herodes administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e
Traconítide, e Lisânias a Abilene; quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então
que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu
toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados,
como está escrito no Livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita
no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado,
toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os
caminhos acidentados serão aplainados. E todas as pessoas verão a salvação de Deus''.
Palavra da Salvação.

**Após a leitura do evangelho, fazer um momento de silencio para uma meditação


pessoal ou refletir na mensagem do evangelho

ORAÇÃO: Pai Nosso que estais no céu...

CANTO FINAL: Noite feliz, noite feliz ....

https://www.youtube.com/watch?v=WOao-H3Nbok
AGRADECIMENTO: Que cada uma das pessoas que participarem desta celebração, deixe
um comentário de ação de graças.

Equipe de Espiritualidade
Oficina de Trabalho em Equipe
Formação Básica Módulo II – 1ª Turma
73

ANEXO 07 – ROTEIRO: ORAÇÃO DE ENCERRAMENTO

Queridos catequistas, com o final dos nossos trabalhos em equipe, agradecemos a Deus,
pela oportunidade que tivemos de estar mais juntos e partilharmos nossas vivências, nos
conhecendo melhor aprofundamos a Tua Palavra. Peçamos que o Espírito Santo nos
ilumine e nos guie:
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis...

CANTO:
♫ A ti, meu Deus, elevo meu coração, elevo as minhas mãos, meu olhar, minha voz! A ti
meu Deus eu quero oferecer, meus passos e meu viver, meus caminhos, meu sofrer. A tua
ternura, Senhor, vem me abraçar...

LEITURA: Mateus Mt 28, 18-20

Então Jesus se aproximou, e falou: Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a
terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-
os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que
ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.

REFLEXÃO:
- Senhor Jesus, dá-nos sabedoria e nos preenche com Teu amor. Dai-nos perseverança
para nunca desistirmos ou acomodarmos na missão que nos confiou – pregar o Teu
Evangelho a toda criatura.
TODOS: A Tua Palavra Senhor, é luz para o meu caminho.
- Senhor Jesus, faça de mim um fiel seguidor da Tua Palavra. Que eu consiga contagiar
com Teu amor todos os catequizandos a quem o Senhor me confiou.
TODOS: A Tua Palavra Senhor, é luz para o meu caminho.

A todos os catequistas que estiveram reunidos em formação, que Jesus seja seu guia, as
bênçãos de Deus que está sempre conosco, se derrame sobre todos. Catequistas são
discípulos nunca prontos, sempre em formação. Que Deus esteja sempre presente em
nossa vida e em nossa missão de Catequistas sempre em formação. Amém!

Equipe de Mistagogia
Formação Básica para catequistas
Módulo II – 1ª Turma

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