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INSTITUTO BIBLICO DE ITAPEVA

Pedro Mauricio dos Santos

Compreendendo a Missão da Igreja

ITAPEVA – SP

2023
INSTITUTO BIBLICO DE ITAPEVA

Pedro Mauricio dos Santos

Compreendendo a Missão da Igreja

Trabalho de
Monografia, para cumprir
as exigências da
disciplina de Missões II,
associado a disciplina de
Métodos Científicos pelo
Rev. Rafael.

ITAPEVA – SP

2023
SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................................4

INTRODUÇÃO.............................................................................................................5

DESENVOLVIMENTO..................................................................................................6

A identidade do
evangelho.................................................................................6

A natureza do evangelho...................................................................................8

A natureza missionária da
igreja......................................................................10

CONCLUSÃO.............................................................................................................12

REFERÊNCIAS..........................................................................................................13
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Resumo: Portanto, ide e fazei com que todos os povos da terra se tornem
discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

Mateus 28:19
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Introdução: O que deve mover a igreja a viver e pregar o evangelho de Cristo, não
são as estatísticas mundiais, a paixão pelos perdidos, ou o testemunho de um
missionário, mas um profundo entendimento e devoção à vontade de Deus.

Somente em Deus podemos ser persuadidos a abandonar os caminhos


naturais de nossas mentes corruptas. Somente em Deus, somos chamados a refletir
sobre o evangelho para o mundo, não apenas para nosso próprio ganho pessoal.
Somente em Deus podemos ser perdedores ao invés de ganhos, andar quando é
mais fácil ficar, enviar o que precisamos para investir e não apenas acumular, e
servir ao Cordeiro ao invés do mundo. Dependemos de Deus para viver e servir a
Cristo.

O plano de Deus é que a igreja, por meio do evangelho, leve a salvação em


Cristo a todos, em todo o mundo. Deus criou uma igreja para ser sal e luz.

Há uma forte relação entre a identidade e missão. Justo Gonzáles, em seu


livro História do movimento Missionário, destaca épocas em que a igreja, consciente
de quem é em Cristo e de sua missão na terra, torna-se perfeitamente mais
comprometida com os valores do Reino.

Existem tendências humanísticas de focar nas pessoas, seus objetivos e


formas de pensar, que levam ao desprezo a Deus. Eles tendem a atacar a missão
da igreja e sua compreensão. É impossível agradar a Deus sem fé (Hebreus 11:6).
O hedonismo - a busca por prazer e realização pessoal - tem procurado extinguir
todas as chamas da abnegação, inclinação e auto sacrifício dos crentes pela causa
de Deus. O narcisismo - o desejo de ser belo e ser reconhecido como tal - é outro
elemento no qual a igreja busca formas de expressar a glória de Deus por meio dos
seres humanos.

Há uma necessidade urgente hoje de entender os conceitos e ensinamentos


bíblicos sobre Deus, a Igreja e a missão.
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Desenvolvimento:

A Identidade do Evangelho: Vivemos dias difíceis em que a fé mais profunda nas


Escrituras está sendo questionada dentro e fora da igreja. Precisamos estabelecer
crenças bíblicas missionárias.

As influências seculares e reducionistas nos estudos missionários levaram,


nas últimas décadas, à humanização de conceitos que exigem uma revisão das
Escrituras. Talvez o mais importante seja o próprio evangelho, e não é incomum
ouvir que o evangelho está sendo atacado no Egito ou que o evangelho permeou os
confins da Amazônia. A implicação é que a igreja está sendo atacada no Egito e
fazendo incursões na Amazônia, o que mostra que nos tempos modernos
entendemos que a igreja e o evangelho são um e o mesmo. Este equívoco de
igualar o evangelho com a igreja (nós mesmos) está enraizado em distorções
bíblicas e teológicas. É, acima de tudo, o resultado da teologia liberal de influência
humanística dos anos 1960. Na minha opinião, a má compreensão do evangelho é
talvez o obstáculo mais importante para o evangelismo.

Paulo sempre descreve seu ministério em seus escritos, às vezes dizendo


que ele prega o evangelho, e às vezes ele prega Cristo e nos ensina sobre o que é o
evangelho. Romanos 1:1-7 deixa isso claro. Paulo diz que ele é "convidado para o
evangelho de Deus" (versículo 1). Em outras palavras, o evangelho "prometido pelos
profetas da Bíblia" (versículo 2) é sobre "o Filho" (versículo 3)., "Jesus Cristo nosso
Senhor" (v. Quatro). Então Jesus é o evangelho.

A expressão grega "euaggelion" (boas novas) refere-se ao cumprimento da


promessa "epaggelia". Jesus é, portanto, Epageria e Euagelion, tanto a promessa
quanto seu cumprimento.

Jesus é o evangelho! No versículo 16, Paulo corajosamente declara: "Não me


envergonho do evangelho", o que significa que não me envergonho de Cristo.
Quando ele diz que o evangelho é "o poder de Deus", ele quer dizer que Jesus é o
poder de Deus. Quando ele afirma que o evangelho pode salvar todos os crentes,
ele está se referindo a Cristo que pode salvar. Então, quando temos vergonha do
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evangelho, temos vergonha de Jesus. Quando paramos de pregar o evangelho,


paramos de pregar Jesus. Se você não acredita no evangelho, você não acredita em
Jesus. Quando começamos a questionar o evangelho, seu impacto nas culturas
indígenas, africanas e asiáticas e sua relevância para os centros urbanos brasileiros,
que doutrinas, movimentos e igrejas, estamos questionando Jesus

John Piper, em seu livro Deus é o Evangelho, afirma que não há verdadeiro
evangelho sem revelação divina em Deus e Jesus Cristo. Existe um plano de
salvação e seu nome é Jesus. O poder de Deus estava concentrado em Jesus.

Paulo disse claramente: "Não me envergonho". Vergonha, conforme usado


aqui, refere-se à situação desconfortável quando alguém é especialmente escolhido,
criticado e ridicularizado por muitos. Nós entendemos o contexto. O mundo naquela
época era imperialismo, humanitarismo e triunfalismo. O interessante é que a
filosofia social não mudou muito em 2000 anos. Mas o evangelho contradiz todas
essas ideias e coloca Paulo na posição mais desconfortável quando apresenta
Jesus como a verdade de Deus para a salvação de todas as pessoas. No mundo
imperialista, Roma era o centro do mundo e somente César poderia organizar a
sociedade de maneira justa. Qualquer outra solução social que não viesse de Roma
seria considerada um insulto político. Quando Paulo falou do evangelho de Deus
como o único evangelho que poderia resolver os conflitos humanos, ele enfrentou
oposição política e estava claramente em estado de inquietação. Assim, a
proclamação do evangelho violou pilares sociais e políticos. A incompreensão do
evangelho é talvez um dos maiores obstáculos ao próprio evangelismo, e vemos
igrejas, denominações e missões pregando o evangelho pensando que o estão
pregando. Declare logotipos, programas, templos, presidentes, diretores e pastores
como se estivessem pregando o evangelho. Eles falam mais sobre a igreja do que
sobre Cristo. Eles valorizam mais o pregador do que o evangelho. Uma
compreensão bíblica de que o evangelho é Jesus Cristo realinha nosso coração e
nos prepara para o trabalho missionário. Começamos a proclamar Cristo em vez de
nós mesmos.
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Natureza do Evangelho: Porque o evangelho é Cristo, ele nunca pode ser


quebrado. É resistido e seus ministros são perseguidos. Ele é caluniado e atacado
por hereges, mas nunca é derrotado. A evolução do trabalho missionário nas últimas
décadas fez perceber que as verdades do evangelho estão se manifestando nos
lugares mais inesperados. Lugares onde o evangelho foi perseguido e retido por
séculos, como China, Índia, Nigéria e Filipinas, agora são terrenos férteis para a
adoração de Cristo e o crescimento da Igreja. Em algumas partes do mundo,
enquanto extremistas endurecidos estão bloqueando a adoração e o evangelismo, o
evangelho parece surgir de maneiras surpreendentes, levando milhares e milhões
de pessoas aos pés do Cordeiro Jesus.

O evangelho é Cristo e, portanto, edifica a igreja. É o evangelho que a igreja


afirma, e não o contrário. Se uma igreja deixa de seguir a Cristo, ela deixa de ser
uma igreja. Pois sem o noivo não há noiva. Uma igreja só é uma igreja se for
evangélica, ou seja, moldada pelo evangelho. Uma igreja local não deve ser definida
por sua estrutura física, a beleza de seu templo, a organização de seu coro ou as
habilidades oratórias de seu pastor, mas por sua devoção ao evangelho de Cristo.

Porque o evangelho é Cristo, ele deve ser entendido, vivido e pregado. Existe
um certo consenso dentro da Igreja de Cristo de que o evangelho deve ser
entendido e praticado, mas cada vez mais o evangelho não é usado na pregação do
evangelho, e alguns crentes e líderes dizem que essa prática não se aplica a nós. O
evangelho deve ser revelado entre nós e pregado pelo povo de Deus. Paulo usa
essa expressão várias vezes. Ele diz que se esforça para pregar o evangelho aos
romanos (Romanos 15:20). Ele afirma aos coríntios que não foi chamado para
batizar, mas para pregar o evangelho (1 Coríntios 1:17). Ele também disse que era
seu dever pregar o evangelho (1 Coríntios 9:16). Sim, precisamos entender o
evangelho da Palavra e não apenas praticá-lo em nosso dia a dia, mas também
pregá-lo a todos. Uma igreja que se concentra em entender o evangelho na Palavra
de Deus e busca colocá-lo em prática na vida diária, mas não o proclama, perde o
cumprimento do plano de Deus para sua existência.
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Devemos pregar e semear o evangelho através do tempo. Eclesiastes 11:6


diz: “Convido você a semear toda a sua semente pela manhã... e não descanse as
mãos à noite.” Nos ensina que precisamos trabalhar de manhã cedo. Animada,
encantada, e quando chega à noite, a jornada, o cansaço, e as limitações, mas isso
não impede a semeadura. Fale-me sobre a paciência no serviço. Mesmo que o sol
se ponha, você deve obedecer. Se queremos entender, viver e pregar o evangelho,
e Jesus é o evangelho vivo de Deus, devemos entender Jesus na Bíblia, viver Jesus
diariamente e dar Jesus a todos.
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A Natureza Missionária da Igreja: O Espírito Santo é a pessoa central no capítulo


2 de Atos e Lucas é justamente o autor sinóptico que mais fala sobre ele, utilizando
expressões como "ungido" pelo Espírito, ou "poder" do Espírito ou ainda "dirigido"
pelo Espírito (Le 3.21; 4.1,14,18), demonstrando que na teologia lucana o Espírito
Santo era realmente o Consolador que viria. De todas as festas judaicas, o
Pentecostes atrai o maior número de participantes e uma atmosfera de reencontro,
pois nessa época judeus de terras distantes viajavam muito para estar lá no
quinquagésimo dia após a Páscoa.

Pentecostes, dentre todas as festas judaicas, era, o evento mais frequentado


e acontecia sob clima de reencontros já que judeus que moravam em terras
distantes empreendiam nessa época do ano longas jornadas para estar ali no
quinquagésimo dia após a Páscoa.

Chegamos ao momento do Pentecostes. Fenômenos estranhos aos de fora e


incomuns à igreja aconteceram nessa ocasião e a Palavra os resume falando sobre
um som como "vento impetuoso", "línguas como de fogo" que pousavam sobre cada
um; "ficaram cheios do Espírito Santo" e começaram a falar "em outras línguas".
Lucas fecha a descrição do cenário com a expressão no verso 4: segundo o Espírito
lhes concedia".

Em meio a esse momento atordoante (vento, fogo, som, linguas), o


improvável aconteceu. O que seria apenas uma festa espiritual interna para 120
pessoas chegou até às ruas. O caráter missiológico do evangelho é exposto. O
Senhor com certeza já queria demonstrar, desde os primeiros minutos da chegada
definitiva do Espírito sobre a igreja, que este poder de Deus - não havia sido
derramado apenas para um culto cristão restrito, a alegria íntima dos salvos ou
confirmação da fé dos mártires.

O plano de Deus incluía o mundo de perto e de longe em todas as gerações


vindouras. Por isso, nada melhor do que quando estavam as 14 nações ali
presentes e, no meio dessa balbúrdia da manifestação de Deus, cada uma
miraculosamente passou a ouvir o evangelho em sua própria língua.
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Era o Espírito Santo mostrando, já na sua chegada, para o que viria: conduzir
a igreja a fazer Cristo conhecido na terra. Em um só momento, Deus fez cumprir não
apenas o "recebereis poder", mas também o "sereis minhas testemunhas". A igreja
revestida nasceu com uma missão: testemunha de Jesus.

A partir daí muitos se converteram e a igreja passou de 120 crentes para três
mil e depois cinco mil. Não sabemos o resultado daqueles representantes de 14
povos voltando evangelho se para suas terras com o evangelho vivo e claro, em sua
própria língua, mas podemos imaginar o quanto o espalhou pelo mundo a partir
desse episódio. Certamente, foi o primeiro grande movimento de impacto
transcultural da igreja revestida. No verso 37, lemos que após o sermão em que
Pedro anuncia a Cristo, "ouvindo eles estas coisas, compungiu-se- -lhes o coração".
A Palavra afirma "naquele dia foram acrescentadas quase três mil almas". O Espírito
Santo usou o cenário do Pentecostes para alcançar homens de perto e de longe.

Podemos retirar daqui algumas conclusões bem claras. Uma delas é que a
presença do Espírito Santo leva a mensagem para as ruas, para fora do salão e
alcança os que foram alvo do sacrifício de Cristo na cruz. Dessa forma, é
questionável a maturidade espiritual de qualquer comunidade cristã que se contente
tão somente em contemplar a presença do Senhor. A presença do Espírito, de forma
genuína incomoda a igreja a sair de seus templos e bancos; a não se contentar tão
somente com uma experiência cúltica aos domingos; e a procurar, com testemunho
santo e uso da Palavra de Deus, fazer Cristo conhecido aos que estão ao seu redor.
Uma igreja revestida do Espírito deve abrir os olhos também para os que estão
longe, além-barreiras, além-fronteiras, nos lugares improváveis, onde Cristo gostaria
que fossemos ou estivéssemos
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Conclusão: Creio, assim, que Deus tencionava deixar claro que ele chamava uma
igreja para entregar-se totalmente a Cristo e pronta para ir a todos os lugares por
Cristo.

O desenvolvimento espiritual de sua igreja ultrapassou fronteiras. Queremos


que a igreja seja cheia do Espírito do Senhor, cheia do Espírito Santo e de vida
santa, para dar testemunho em todos os lugares, para pregar a palavra perseguidos
ou não, e para enviar missionários para buscar.

Com base no que dissemos sobre a missão da igreja, podemos entender que
a missão da igreja começa onde estamos. Para estarmos longe, precisamos de uma
bênção por perto. Pessoas, famílias e igrejas que não semeiam perto provavelmente
não semearão longe. Deve sempre ser movido pelo Espírito glorificador de Cristo.
Um sinal claro de que nossos esforços e serviço são dirigidos pelo Espírito é a
exaltação do nome de Jesus. Não uma igreja, não um missionário, não um pregador,
mas Jesus Cristo e estar indo para um coração sem Cristo. Seja falando as várias
línguas do Pentecostes ou indo ao deserto para explicar a Bíblia ao homem, a igreja
movida pelo Espírito busca corações sem Cristo para que Jesus seja exaltado cada
vez mais.
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Referências: GONZÁLES, Justo & Orlandi, Carlos. A História do movimento


missionário. Editora Hagnos. São Paulo, 2009.

PIPER, John. Deus é o evangelho. Editora Fiel. São Paulo, 2006.

LOPES, Hernandes. Atos. Editora Hagnos. São Paulo, 2012.

LIDÓRIO, Ronaldo. Sal e luz: compreendendo, vivendo e praticando a


missão. Editora Betânia. Belo Horizonte, 2014.

GENEBRA, Bíblia de estudo. Editora Cultura Cristã. São Paulo. 2010.

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