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FACULDADE TEOLOGICA SUL AMERICANA

IGREJA E MISSÃO:

UMA REFLEXÃO SOBRE MISSIOLOGIA E ECLESIOLOGIA

PIRATININGA - SP

2012
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EDSON APARECIDO DE SOUSA

IGREJA E MISSÃO:

UMA REFLEXÃO SOBRE MISSIOLOGIA E ECLESIOLOGIA

Ensaio Monográfico apresentado à disciplina


NOVOS MODELOS ECLESIAIS, ministrada pelo
Prof. Steve Akio Kawamura, do curso de
EDUCAÇÃO TEOLOGICA A DISTANCIA, Turma
2010-2, da FACULDADE TEOLOGICA SUL
AMERICANA, Londrina-PR, referente à avaliação
final do 2º semestre de 2012.
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PIRATININGA-SP
2012

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO......................................................................................................01

II. A MISSÃO DA IGREJA...............................................................................02

III. JESUS, A FONTE DA MISSÃO...................................................................04

IV. POR A MÃO NO ARADO............................................................................06

V. APLICAÇÃO.................................................................................................08

VI. CONCLUSÃO...............................................................................................09

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................10
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I. INTRODUÇÃO

A Igreja não foi inventada pelos homens. Estes a tem usado, e também usado mal.
Contudo, a Igreja foi fundada por Cristo. Cristo é o âmago da Igreja e seu Senhor.
A Igreja existe para dar testemunho de Cristo. Cristo mesmo, não a Igreja, é o
poder transformador da vida do homem. A missão da Igreja é exaltar Cristo, para
que Ele execute Sua obra bendita no coração do homem. (Halley, 1994, p. 727)

A práxis da Igreja cristã atual, não de forma generalizada, mas de considerável


dimensão, parece distanciar-se cada vez mais da essência do Evangelho de Cristo conquanto
se deixe aproximar de um modelo humano influenciado pelo contexto pós-moderno. Haja
vista a diferença entre a abordagem proposta por Cristo, fundamentada no Sermão do Monte e
as propostas propagadas pelos sermões atuais da Igreja. Como comenta Halley acima, a Igreja
trocou o objeto da sua exaltação que é Cristo para exaltar-se a si mesma. Enquanto Jesus
ensinou um padrão de comportamento para os cidadãos do Reino que redunda na presença
desse Reino através de sinais e prodígios (Mt 8 e 9) e atitudes de compaixão de bondade, a
Igreja tem evitado confrontar o padrão pós-moderno, manipulando a presença do Reino
comercializando milagres, roubando a gloria de Cristo e promovendo a gloria humana
exaltando pessoas e instituições, enfatizando a religiosidade como meio (obras) de salvação.
Os resultados práticos da mensagem de Cristo são conversões autenticas, discípulos
verdadeiros, fé transformadora, manifestação do Fruto do Espírito e avanço do Reino de
Deus. Em contrapartida, ou na contramão do sermão de Jesus, o sermão da Igreja, que se
amolda pós-moderna, produz conversões emocionais, fé de curta duração e ausência de
discipulado que inibem a presença do Reino (onde estão os sinais que Jesus disse que
seguiriam a Igreja?), revelando que o padrão do mundo está prevalecendo e o Reino de Deus
está recuando. Essa realidade desafia a Igreja a voltar-se para a fonte verdadeira da sua missão
(Jesus), para que possa dar vida ao alvo dessa missão (humanidade). Jesus jamais negociou
sua missão, antes decidiu pagar todo o preço e manter-se ser fiel ao seu chamado. A Igreja,
por outro lado, muitas vezes tem “dançado conforme a musica”, para sentir-se relevante para
a sociedade. A perspectiva dessa relevância está em Deus, e não na Igreja, que a quer fazendo
diferença no mundo e não se conformando com o mundo. A Igreja precisa ajustar seu foco
para não perder sua missão de vista e voltar os olhos pra Jesus para reacender seu chamado e
recuperar o tempo perdido. Nesse sentido esse trabalho é uma reflexão dessa possibilidade,
numa tentativa de compreensão dessa tensão igreja x missão, onde contextos tão
interdependentes às vezes trilham caminhos de oposição.

II. A MISSÃO DA IGREJA


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A Igreja existe, não para oferecer entreterimento, encorajar vulnerabilidade,


melhorar a auto-estima ou facilitar amizades, mas, para adorar a Deus. (Yancey,
2000, p.25)

O dicionário Aurélio, dentre várias definições, apresenta missão como sendo: função
ou poder que se confere a alguém para fazer algo, ou ainda: obrigação, compromisso, dever
a cumprir. O que constitui a Igreja cristã são as pessoas que confessam Cristo, tornadas por
isso como corpo de Cristo. A Igreja, portanto é o corpo de Cristo na face da terra. Esse corpo
recebeu poder e função (testemunhas, At 1:8) e tem um dever a cumprir (missão, Mt 28:19-
20). Cristo estabeleceu a missão de Deus e a Igreja herdou a continuidade dessa missão. Não
obstante todo o processo de missão, a adoração é a resposta ultima apropriada de missão,
tanto para quem “faz” quanto para quem a “recebe”. A adoração universal, e nada mais, é o
fim ultimo de missão (Carriker, 2005, p.35). O Breve Catecismo ensina que o “O fim
principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre”, ou seja, a missão do homem
é a mesma missão da Igreja. Não poderia ser diferente já que a Igreja é o homem em missão.
Para ajudar a Igreja a cumprir sua missão, Jesus ensina que a dinâmica da adoração
deve acontecer em Espírito e em Verdade (Jo 4:23-24). Isso não significa que há duas
características separáveis da adoração que deve ser oferecida: ela deve ser ‘em espírito e em
verdade’, isto é, ´’centrada em Deus’, possível apenas pelo dom do Espírito Santo, e pelo
conhecimento pessoal da Palavra de Deus (Carson, 2007, p.226). Essa condição vem pelo
cumprimento da missão a partir da proclamação do Evangelho de Cristo pela Igreja. Assim a
Igreja deve repetir a retórica de Cristo acerca da proximidade do Reino de Deus, ao mesmo
tempo em que vivencia a pratica desse Reino. Verdadeiros adoradores são aqueles que são
filhos de Deus, e estes só se tornam filhos na aceitação do Verbo (Jo 1:12), visto que a
Palavra encarnada é a única que batiza seu povo no Espírito Santo (Jo 1:33), pois, a menos
que sejam nascidos do alto, a menos que sejam nascidos do Espírito, não podem ver o Reino
de Deus, eles não podem adorar a Deus de fato (Carson, ibidem), porque não são seus filhos.
Ao expor esses dois elementos Jesus pretende alertar que a adoração verdadeira não coaduna
com a religiosidade, ela vai acontecer não como uma iniciativa humana, mas como revelação
de Deus, onde Deus é espírito e não aquilo que a religião quer mostrar que Ele é, onde Ele
está e como deve ser adorado. Ele é espírito, significa que Deus é invisível, divino em
oposição a humano, doador da vida e desconhecido para os seres humanos a menos que ele
decida se revelar (Carson, ibidem). Não é a religião quem diz quem Ele é, Ele é
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transcendente, além do entendimento humano, mas Ele se faz conhecido, imanente, como
participante da mesma natureza. A religião quer ligar o homem a Deus, mas essa conexão só é
possível pela iniciativa de Deus pelo Espírito. Religião não é a missão da Igreja, é a
intromissão da Igreja na Missio Dei. A missão da Igreja é fazer adoradores que adorem o Pai
em Espírito e em Verdade.

III. JESUS, A FONTE DA MISSÃO


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É necessário, pois, refletir seriamente sobre a missão que incumbe à igreja.


Necessitamos de homens que obedeçam uma ordem que se lhes foi imposta de fora,
uma necessidade anterior a tudo o que constitui nossa existência, como o é o
nascimento ou a morte. A igreja não pode fazer mais que reconhecer simplesmente
tudo isso: foi-lhe dada uma ordem que deve ser cumprida. A existência da igreja
justifica-se somente se ela compreende que está fundamentada numa chamada. Por
conseguinte, não tem um plano – este plano pertence a Deus – senão uma tarefa a
cumprir. A pregação, no desenvolvimento do culto, deveria ser o anuncio de sua
obediência a esta tarefa que lhe foi confiada por Cristo. (Barth, 2000, pp. 34-35)

Se a Igreja cristã herdou a missão de Cristo, logo o modelo a ser seguido é aquele
ensinado e vivenciado por Jesus. Porem olhando a práxis da igreja o que se constata é que há
muitos paradoxos entre aquilo que Jesus fez e aquilo que a igreja faz. Mais ainda, aquilo que
às vezes a igreja é destoa daquilo que Jesus é. A Igreja de Cristo é Seu corpo, então ela tem
que ser sua imagem e semelhança. A Igreja replica os fundamentos da fonte que alimenta sua
missão. A fonte da missão da Igreja Cristã é Jesus e Ele se revela nos evangelhos, onde a
Igreja deve moldar sua práxis.
O Evangelho de Mateus revela Cristo como Rei, isso comunica à igreja que há um
Reino e esse Reino é de Cristo e não dos homens, assim o governo da igreja pertence a Jesus,
pois a Igreja pertence ao Reino e tudo que pertence ao Reino deve submissão ao Rei Jesus. A
Igreja não é o Reino para querer defender seus interesses desvinculados da vontade do Rei.
Ela não é o Rei, deve acatar as ordens do Rei. Precisa lembrar a todo instante que não é dona
de si mesma nem de suas conquistas, mas chamada à mordomia das insondáveis riquezas de
Cristo (Ef 3:8).
O Evangelho de Marcos revela Cristo como Servo, que veio não para ser servido,
mas para servir, logo Sua igreja deve servir ao Reino e aos propósitos do Rei, servindo à
missão de alcançar os perdidos proclamando, curando e socorrendo. Não existe para servir a
si mesma, mas para o beneficio de outros, como disse o arcebispo William Temple:” A Igreja
é a única sociedade cooperativa no mundo que existe em beneficio dos que não são
membros”. Quanta coisa Jesus com o seu poder poderia ter feito em seu próprio beneficio,
mas abriu mão de tudo para servir a humanidade. A Igreja cristã verdadeira serve a Jesus,
abrindo mão de tudo que atrapalhe esse seu chamado.
O Evangelho de Lucas revela o Cristo humano, modelando para a Igreja um papel de
misericórdia e compaixão com o próximo, assim como Jesus, que se identificava com a
necessidade do outro, a igreja deve ser uma resposta igual à de Jesus aos pecadores, como
observa John Stott: “Isto é, como Cristo teve que entrar em nosso mundo, nós também
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precisamos entrar no mundo de outras pessoas” (Stott, 2010, p. 28). O lado humano de Jesus
pautava pela humildade e empatia com as pessoas, e esse comportamento as atraía à Sua
mensagem. A Igreja muitas vezes aplica um lado humano não praticado por Jesus e que afasta
as pessoas da mensagem, que é a arrogância e a indiferença. A porção humana da Igreja não
pode ser um padrão de pecado, ainda que seja formada por pecadores, tem que replicar o
padrão de Jesus que a justificou para ser santa e um canal de salvação para todas as pessoas.
Finalmente, no Evangelho de João, Cristo é filho de Deus e é Deus. Tem autoridade
e domínio sobre todas as coisas, pois criou todas elas. Jesus delegou autoridade e poder a
igreja para que ela possa cumprir sua missão. Não são qualidades humanas, mas provisão
divina que a capacita ao desafio missionário nas esferas naturais e sobrenaturais. Dessa forma
Jesus empresta porção divina à Igreja para que Ela manifeste Deus em todas as suas ações.
Logo a Igreja deve ficar atenta ao que Deus está fazendo para poder cooperar com Ele e não
se fazer de deus e interferir nos Seus propósitos.
Se a Igreja se desviou do propósito de Cristo, então ela precisa voltar à fonte para
restaurar sua missão, lembrando a todo instante quem Jesus é, o que Jesus fez e o que Jesus
vai fazer. Assim a Igreja restabelece seu norte, consciente de quem é e do que deve fazer
como cooperadora na Missio Dei, a partir da obediência a Cristo.

IV. POR A MÃO NO ARADO


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O poder de Deus só vem atendendo ao apelo do arado. Ele só é liberado na Igreja


quando ela estiver fazendo algo que necessite do mesmo. (Tozer, 1997, p.199)

Jesus usa a figura do arado para confrontar a disposição dos discípulos em segui-lo.
Dada a natureza dessa ferramenta usada para lavrar o solo e o consequente esforço que ele
exigia daqueles que o manejavam, Jesus oferece aos discípulos uma imagem da
dificuldade do serviço que lhes era oferecido. A Igreja que toma o arado deve fazê-lo
diligentemente, com determinação e olhando para frente, para os desafios que estão
adiante. Sua motivação não deve ser as obras do passado, mas sim o que está por fazer. A
Igreja para restaurar sua missão, precisa por a mão no arado, porem ela vai precisar se
livrar de outras ferramentas com que decidiu ocupar as mãos. Existem duas ferramentas
que a igreja usa e que lhe tomou o lugar do arado, ocuparam suas duas mãos com recursos
ineficazes para o cumprimento da sua missão.
A primeira é a religiosidade. Essa ferramenta capacita a Igreja a produzir religiosos
em vez de fazer discípulos, manipula a Palavra de Deus para exigir obras como prova de
fé e condição para a salvação de almas, impõe dogmas, regras e tradição que redunda em
julgamentos, preconceitos e condenação, mudando o propósito da Igreja de missão para
aculturação.
A segunda ferramenta é o evangelho humano. Essa ferramenta tem a finalidade de
entronizar o homem e roubar o lugar de Cristo na Igreja. Não bastasse isso promove a
exaltação de denominações e a proclamação de teologias e doutrinas proselitistas, onde os
interesses humanos tem prioridade em relação à missão. É uma ferramenta que amolda a
igreja ao mundo, prega filosofias humanas e ensina seus membros a acumular tesouros na
terra, promovendo o egoísmo e o individualismo.
Ambas as ferramentas sempre foram condenadas por Cristo, pois não são apropriadas
para a missão. Para restaurar sua missão a Igreja precisa largar essas ferramentas e ter as
mãos livres para pegar no arado, consciente de que o arado não trabalha sozinho, logo ela
vai precisar se esforçar para cumprir sua missão. Nesse esforço a igreja vai percorrer a
seara, saindo da sua zona de conforto e enfrentando o “calor e a dureza do campo”
pregando o Evangelho do Reino. Esse Evangelho deve ser pregado com cuidado e
atenção, conforme o solo que se apresenta o que significa que ele será exposto a diferentes
culturas e para ser aceito deve ser contextualizado, isso exige esforço. Mas essa
ferramenta vai ajudar a Igreja cumprir sua missão resultando na presença do reino de Deus
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por onde ela passar. Ao usar essas figuras Jesus atenta a Igreja sobre as inevitáveis
aflições que surgirão no processo de lavrar os campos. O trabalho é árduo, às vezes
demora a colheita, mas a recompensa é a fidelidade de Deus. Por isso adverte das
consequências de se deixar o arado. A Igreja que é digna de Cristo não tem a opção de
decidir a sua missão, pois ela apenas dá continuidade à obra de Cristo a ser consumada na
Sua volta. Enquanto a plenitude desse tempo não chega, a Igreja inspira-se no Seu
testemunho, em perseverança e obediência ao privilégio de trabalhar em favor do Reino
de Deus.

V. APLICAÇÃO
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Somos desafiados a viver uma espécie de sociedade alternativa perante os olhos do


mundo que nos observa, um mundo cada vez mais tendente ao tribalismo e às
divisões. (Yancey, 2000, p.40)

Quando penso na minha realidade, igreja e ministério, avaliando honestamente a


missão frente à Missio Dei, sentimentos de frustração, culpa, negligencia e vergonha, às vezes
brotam à flor da pele. Queremos ser fieis ao nosso compromisso com Cristo, mas como passar
incólume às intempéries que acompanham a jornada cristã? Temos muita alegria em ver
iniciativas que tiram as pessoas de dentro da igreja para vivenciar Cristo com os de fora. Mas
temos também tristeza quando alguns projetos confundem a prioridade da missão, enfatizando
mais a restauração física e a prosperidade das pessoas do que sua transformação e salvação.
Nosso desafio tem sido equilibrar essas ações, para que cooperem com o foco da missão com
vistas a uma restauração integral das pessoas capitaneada pela fé e presença do Espírito e não
por outros meios alheios à missão. Refletir sobre a missão da igreja, sua fonte e práxis, num
primeiro momento me inspirou revolta e indignação com o panorama atual da igreja cristã em
geral. Num segundo momento me assustei e me aquietei por ver que de alguma forma
contribuímos para essa realidade. Como momento final fica a importunação de uma atitude
que não critique e julgue a realidade, mas que se mova na direção do resgate da essência da
igreja, para ajudar a mudar o mundo e não simplesmente julgá-lo. Enquanto gastamos tempo
apontando os erros e falhas dos outros, não corrigimos nem melhoramos a nossa parte no
processo. Creio que o caminho é esse, atentando para o alerta de Jesus no manual do cidadão
do Reino: “Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que
está no teu próprio?” (Mt 7:3).

VI. CONCLUSÃO
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Reino de Deus, a metáfora usada por Jesus, define o mundo em que vivemos.
Vivemos num mundo onde Cristo é Rei. Se Cristo é Rei, tudo, literalmente tudo e
todos, precisa ser reconcebido, reconfigurado, reorientado em direção a uma forma
de vida que consista em seguir a Jesus de modo obediente. (Peterson, 2009, p.19)

Todo aquele que crê, é um discípulo de Jesus. Todo discípulo é um trabalhador a


favor do reino de Deus. Jesus pediu aos seus trabalhadores que percorressem a terra, fizessem
discípulos em todas as nações, tornando-os parte do Seu corpo em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os ainda a viverem como discípulos de Cristo, conforme seu
manual de cidadão do Reino, citado no sermão do monte.
A Igreja é a concentração desses trabalhadores fieis que infelizmente também
concentra em seu meio, preguiçosos e indolentes joios, que tentam interferir na missão da
igreja para atrapalhar o avanço do Reino. Por isso muitas religiões pregam um evangelho
pessoal querendo que as pessoas abracem não a fé em Cristo, mas uma fé denominacional.
Quando Jesus ordena o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Ele antecipa a
importância da unidade para o avanço do Reino.
A Cristandade fragmentada como está, está perdendo terreno para o inimigo, pois
apesar dos números que são alardeados por todo canto celebrando grandes conversões, muitas
de fato não são comprometidas com Cristo. Não importa como vivenciamos a fé, nossas
doutrinas, costumes e tradições, elas podem ser boas e interessantes pra nós, mas não devem
ser o modelo para fé das outras pessoas. Hoje as igrejas gastam mais tempo criticando outras
religiões e perseguindo seus irmãos, que pensam diferente, do que pregando o verdadeiro
evangelho.
Nesse processo de restauração da missão a Igreja precisa ainda pensar que o
Evangelho do Reino não tem apenas perspectivas escatológicas e espirituais, mas que pode se
manifestar com sinais, prodígios e ação social. O Reino virá, mas já chegou quando a Igreja
cumpre seu papel de adoradora. E ela adora pregando, louvando e servindo, demonstrando
aspectos naturais de missão, coisas que ela pode fazer pela fé, amor e obediência a Deus.
Quando adorado, Deus responde a partir de aspectos sobrenaturais de missão, quais sejam a
salvação de almas, a restauração da criação e a intimidade com o Pai, que procura adoradores
que o adorem em Espírito e em Verdade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BARTH, K. A Proclamação do Evangelho, São Paulo-SP: Fonte Editorial, 2000.

CARSON, D. A. O Comentário de João, São Paulo - SP: Shedd Publicações, 2007.

HALLEY, H. H. Manual Bíblico: Um comentário abreviado da Bíblia, 4ª. Ed., São Paulo-SP:
Vida Nova, 1994.

PETERSON, E. O caminho de Jesus e os atalhos da Igreja, São Paulo-SP: Mundo Cristão,


2009.

STOTT, J. R. W. O Discípulo Radical, Viçosa-MG: Ultimato, 2011.

TOZER, A. W. O Melhor de A. W. Tozer, 3ª. Ed., São Paulo-SP: Mundo Cristão, 1997.

YANCEY, P. Igreja: Por que me importar?, São Paulo-SP: Editora Sepal, 2000.

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