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Material revisado e corrigido e atualizado pelo prof. e Pr.

José Leonel dos Santos Silva Membro da CBB – Convenção


Batista Brasileira e Pastoreia as Igrejas na região da Ilhas do Tauá no campo Nordeste/Leste do Pará – Bach. Lic. Em
Ciências Sociais – Ênfase em Antropologia – UFPA; Bach. Teologia - FATEBE; Pós em Doc. Ens. Superior – Faculdade
Cândido Mendes; Pós em Antropologia Social; Mestre e Doutor em Missiologia Transcultural – Instituo Bíblico Macedônia
IBM, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia pelo Landimark Baptist Theological Seminary.

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HISTÓRIA DE MISSÕES

Apresentação da História de Missões

I – EMENTA

Estudo teórico-prático da Missiologia e de sua importância para a difusão do cristianismo. História das
missões cristãs ao longo dos séculos de sua existência.

II- OBJETIVOS:

Compreender as bases bíblicas, teológicas e históricas do trabalho missionário.

1) Conhecer a fundamentação bíblica e teológica para o trabalho missionário;

2) Conhecer o trabalho missionário da igreja ao longo desde sua origem até a atualidade;

3) Desenvolver uma postura crítica diante das práticas missionárias no decorrer da história e na
contemporaneidade.

III – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A presença dessa disciplina na Matriz Curricular do Curso de Missões do Projeto Campos Brancos é
justificada pela necessidade de se saber conceituar missões e ancorar a prática missionária.

UNIDADE I: Missiologia: Uma perspectiva Bíblico-Teológica

1. Missões na Bíblia
2. Teologia da Missão

UNIDADE II: Missiologia: Uma perspectiva histórica

1. Missões na Igreja Antiga


2. Missões na Igreja Medieval
3. Missões Modernas
4. Missões no Brasil

UNIDADE III: Missiologia: Uma perspectiva prática

1. Missões contextualizadas
2. Missão Integral
3. Missão Missional

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INTRODUÇÃO

“... E ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém


como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.
At 1.8b.

Segundos antes da ascensão do Senhor Jesus Cristo, os discípulos ali reunidos


ouviram de seus lábios a ordem de anunciá-lo até os limites da terra. Contudo, mais de
2000 anos passaram-se e essa tarefa é ainda inacabada. Observamos nos últimos anos,
o despertar de nossas igrejas por missões e grande procura de livros, que possam criar
uma visão mais bíblica e global do trabalho missionário transcultural. Excelentes livros
têm sido escritos sobre este tema, mas é muito difícil documentar tudo, pois houve
pessoas anônimas que foram usadas por Deus para serem canal de benção que não
temos nenhum dado.
A igreja primitiva era do tipo genuinamente missionária. Havia os que trabalhavam
de tempo completo, como Paulo e Barnabé, destinados a liderar a obra missionária.
Paulo tinha seus auxiliares, aos que ensinava e que por sua vez fundavam Igrejas. Ex.
Epáfras em Colossos, Cl 1.7.
Em virtude da perseguição após a morte de Estevão, espalharam a pregação pelo
mundo, Atos 8.4. Mas, não eram estes os únicos missionários voluntários. Quando
Paulo chegou á Roma, foi recebido por crentes e não sabemos como eles surgiram na
cidade. Alguns dos cristãos eram escravos, como sabemos pelas epístolas de Paulo,
estes eram deslocados por toda à parte, acompanhando as comitivas dos seus
senhores. Outros eram mercadores e viajavam em razão do interesse de seus negócios.
Sabe-se com certeza, que cada cristão era uma testemunha de Cristo. Onde existisse
um cristão, havia uma fé ardente, viva e em breve uma comunidade cristã em expansão.
Indiscutivelmente, “missões” foi a maior glória da igreja dos primeiros tempos. A
igreja era o corpo de Cristo, habitado pelo Espírito Santo. E aquilo que Cristo começou a
fazer continuou, com o objetivo de ao longo dos dias chegar aos recantos mais
longínquos da terra.

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PERÍODO DA HISTÓRIA MISSIONÁRIA

“A Bíblia toda é um livro missionário... O ponto central do enredo e que une


todas as partes é a execução de um propósito missionário que é gradual e vai se
revelando aos poucos”.

Todos precisaram entender que a História das Missões, começa bem antes da
grande comissão, mais uma vez lembramos, que Deus falou a Abrão em Gn 12.1-3, que
iria abençoá-lo e que seria uma bênção para todas as famílias da terra. O apóstolo
Pedro citou essa passagem no dia em que falou no templo, At 3.25. Paulo repetiu-a em
sua carta aos Gálatas (Gl 3.8).
No entanto alguns comentaristas da Bíblia interpretam que somente a primeira
parte do versículo poderia Ter começado imediatamente. Concordamos que Abrão ia
rapidamente ser abençoado por Deus e somente depois de 2000 anos poderia se tornar
uma bênção para todas as famílias da terra. Pensam eles, que Cristo precisava
primeiramente vir e entregar a Grande Comissão. Precisamos sempre lembrar, que o
mandamento missionário foi dado para Israel e a nós, Gn 12.1-3; Mt 28.19-20. Muitos
que já receberam em sua vida a bênção da salvação em Cristo Jesus de um modo
especial podem escolher resistir e tentar abafar qualquer ideia de obrigação ser uma
bênção a outros. Mas, essa não é à vontade de Deus: “Aquele há quem muito for dado,
muito se lhe pedirá”, Lc 12.48. Esse mandato tem sido ignorado a maior parte do tempo
desde os apóstolos.
Mesmo nossa tradição protestante reprimiu essa ordem durante mais de 250
anos, preocupando-se só com si mesma e com as bênçãos que ia receber, até um
jovem de grande fé e capacidade de suportar as provações surgiu no cenário, William
Carey.

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2.1. Primeiro Período

Um homem sapateiro inglês, chamado “O Pai das Missões


Modernas” nasceu em 1761, na cidade de Paulerspury, perto de
Northampton, Inglaterra. Teve uma infância rotineira, não
podendo tornar-se jardineiro devido problemas persistentes de
alergias. Aprendeu a profissão de sapateiro aos 16 anos e
trabalhou nela até aos 28. Converteu-se na adolescência,
associando-se a um grupo de Dissidentes Batista, dedicando
seus momentos de folga ao estudo bíblico. Em 1781, quando
estava para completar 20 anos, casou-se com a cunhada de seu patrão, Dorothy, a qual
era cinco anos mais velha que ele. Apesar das dificuldades econômicas William Carey,
não desistiu de seus estudos e da pregação leiga, em 1785 foi convidado a pastorear
uma Igreja Batista. Durante o seu pastorado foi despertado para missões e desenvolveu
uma perspectiva bíblica sobre o assunto, convencendo-se de que missões estrangeiras
eram a responsabilidade principal da Igreja. Quando muitos na época criam, que a
Grande Comissão fora dada somente aos apóstolos e a conversão dos pagãos não era
problema deles. Porém as ideias de Carey eram revolucionárias e quando as apresentou
a um grupo de ministros, alguém replicou:

“Jovem sente-se. Quando Deus quiser


converter os pagãos Ele fará sem a sua ou ajuda minha.”

Porém, Carey recusou-se calar, publicando um livro de 87 páginas que teve


consequências de longo alcance, intitulado: “Uma inquisição sobre a responsabilidade
dos cristãos em usarem meios de conversão dos pagãos”. Com muita insistência, os
ministros decidiram fundar uma junta de missões, a qual recebeu o nome de: “Sociedade
Batista Missionária” e por esta junta William Carey, foi comissionado à Índia, sendo por
causa disto chamado de louco por seu próprio pai e observando a recusa de sua esposa
em partir com ele.
Todavia, ele estava disposto a partir mesmo sozinho, como o fez. Entristecido
viajou deixando esposa e filhos, tendo depois a alegria de vê-los novamente porque a
sua família foi ao seu encontro e juntos chegaram à Índia em 19 de Novembro. Na

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cidade de Serampore, Índia, Carey passou os anos restantes da sua vida. Morreu em
1834, mas deixou ali a sua marca e nas missões de todos os tempos. Carey deixou após
si, um luminoso roteiro cheio de exemplos dignos de serem imitados por todos os que
aspiram andar no caminho do Senhor.
Com o embarque de Carey para a Índia, o 1o período das missões protestantes
teve um bom início, pois durante os seus 25 anos de trabalhos iniciais fundou-se 12
agências missionárias. A ideia de que deveríamos nos organizar a fim de enviarmos
missionários não foi facilmente recebida, mas finalmente se tornou o padrão aceito. Por
sua influência, Carey levou muitas mulheres para orarem por missões, uma tendência
que fez com que elas setor nas sem as principais guardiãs do conhecimento e da
motivação missionária. Depois de alguns anos elas começaram a ir para o campo como
missionárias solteiras. Há dois destaques a serem observados nesse 1o período da
história missionária. Um é a surpreendente demonstração de amor e sacrifício por parte
daqueles que partiram como missionários. Outro é o desenvolvimento de uma reflexão
perspicaz, de grande valor, acercada estratégia missionária.

2.2. Segundo Período

A exemplo de Carey outro homem destaca-se neste segundo


período da história missionária, Hudson Taylor. Tornou-se
famoso de repente. Recebeu quase que só críticas negativas,
porém, refletiu longamente debruçado sobre estatística, quadros
e mapas. Quando sugeriu que os povos do interior da China
precisavam ser alcançados, disseram que ele não conseguiria
chegar lá e indagaram-lhe se gostaria de carregar nas suas
costas o sangue dos jovens que ele desejava
enviar para morrer. Com apenas um conhecimento de medicina de nível técnico, sem
qualquer experiência ou conhecimento universitário, sem treinamento missiológico, foi
apenas uma das coisas frágeis que Deus usa para confundir os sábios. Hudson tinha
por detrás de si um sopro divino. O Espírito Santo o poupou de perigos inesperados e foi
sua organização, a Missão ao Interior da China, a organização mais cooperativa e
serviçal que já apareceu, atendendo mais de 6.000 missionários, no interior da China.
Este 2o período ficou marcado pela evangelização de áreas no interior. A missão para o

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interior da China surgiu na mente e no coração de um homem que sentia uma profunda
responsabilidade pelos milhões de chineses, que jamais tinham ouvido falar do
evangelho. Uma das frases de Hudson Taylor: “Deus fez de mim um novo homem”. A
grande lição neste segundo período dada por Taylor estava sendo obedecida. Comisso
os missionários alcançaram um recorde incrível. Eles implantaram Igrejas em milhares
de novos lugares, principalmente em regiões do interior.

2.3. Terceiro Período

Este período teve início com dois jovens: Cameron Townsend e Donald
McGavran. Cameron estava com tanta pressa para ir ao campo missionário, que não se
preocupou em terminar a faculdade. Trabalhando na Guatemala, observou que a maioria
dos guatemaltecos não falava o espanhol e ficou tremendamente desafiado, quando um
índio daquele país perguntou-lhe: “Se o seu Deus é tão inteligente e capaz, porque Ele
não pode falar em nossa língua?”. Neste terceiro período Cameron dedicou-se às tribos
indígenas e surgiu então mais uma agência missionária conhecida como: “MISSÕES
NOVAS TRIBOS”.
O tio Cam, como era conhecido e chamado por seus amigos, empenhou-se no
trabalho de tradução da Bíblia para muitas tribos. Em dez anos de trabalho árduo
completou o N.T.CAKCHIQUEL.
Um grupo de mulheres recebidas por Cam trabalhou entre os shapras, uma das
tribos de caçadores de cabeças mais temidas da selva peruana, comandada pelo
infame chefe Tariri, que obtivera essa posição assassinando seu predecessor. Porém,
com a disposição e coragem das missionárias, Tariri começou a ajudá-las como
informante a respeito da língua e após poucos anos afastou-se da feitiçaria e do
homicídio para tornar-se cristão, estabelecendo um exemplo que muitos de sua tribo o
seguiram. Mais tarde Tariri confidenciou a Cam:

“Se você tivesse mandado homens, nós os


mataríamos imediatamente. Se fosse um casal, eu mataria
o homem e ficaria com a mulher. Mas, o que poderia um
grande chefe fazer com duas moças inocentes que insistia
em chamá-lo de irmão?”.

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Houve uma filosofia que motivou Cam, mais do que qualquer outra durante toda a
sua vida:

“O maior missionário é a Bíblia na língua pátria.


Ela jamais precisa de férias e nunca será considerada estrangeira.

Este período caracterizou-se pela categoria mais difícil de definir, de natureza não
geográfica, que temos chamado de “povos ocultos”, a saber, grupos de pessoas que
estão socialmente isoladas. Por mais de 40 anos Cameron e Donald McGavran
chamaram a atenção para os povos esquecidos.

HISTÓRIA DAS MISSÕES ROMANAS

A Conquista do Mundo Romano (100-500)

Se não existisse o Livro de Atos dos Apóstolos, nada saberíamos do início da


Igreja, exceto o que nos revela as Epístolas. Mas, o Espírito Santo fez com que Lucas
escrevesse essa obra, o qual destaca Paulo como seu missionário predileto e com muita
razão. Este foi o maior e provavelmente o mais sistemático de todos os missionários.
Trabalhou rapidamente entre os gentios, mesmo nos pontos mais remotos do mundo.
Roma não era seu objetivo. O missionário desejava apenas conhecer os cristãos
romanos e ir para Espanha, Rm 15.23-28. O Império Romano era um mundo de cidades,
estas dominavam o pensamento e a vida econômica da região que a rodeava. Os judeus
encontravam-se fortemente fortalecidos nas províncias orientais do Império. Roma se
tornou no 3o. Grande centro do mundo cristão, depois de Jerusalém e Antioquia. Seu
crescimento se deu principalmente devido ao heroísmo dos crentes dos dias da
perseguição de Nero, em 64-65 AD. Nesta época, 64 AD., como muitos dos destemidos
evangelistas cristãos que o seguiram, Paulo teve um fim violento. Segundo a tradição
ele foi martirizado juntamente com Pedro. Porém, até no exemplo que demonstrou na
morte, Paulo inspirou a futura geração à não considerar suas vidas preciosas para si
mesmos, pois, se sofressem também reinariam com Cristo, 2Tm 2.11-13; 4.6,7.Nero,
imperador romano e um dos maiores perseguidores da Igreja alcançaram uma evidência
nunca excedida em tudo que é abominável à natureza humana. À noite frequentava
disfarçados todos os lugares de libertinagem que havia em Roma, representava
publicamente nos teatros em estado de nudez, praticava as maiores obscenidades que

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são possíveis conhecer e impossíveis descrever. Mandou incendiar diversos bairros de
Roma. Tocando em uma lira e cantando em seu palácio, regozijou-se com o terrível
espetáculo, a destruição de Tróia. Para concluir sua selvageria, tendo falhado no plano
para afogar sua própria mãe mandou assassiná-la. Este foi apenas um dos principais
imperadores de Roma. Porém, verdadeiros homens de Deus surgiram nessa época sem
preocupação com tais perseguidores:

3.1. POLICARPO

Um dos primeiros mártires e amado bispo de Esmirna. Em 156


AD., as autoridades civis o encontraram escondido em um
palheiro, com 86 anos de idade o prenderam e convidaram-no a
negar sua fé, que seria uma grande vitória para o paganismo e
um golpe para a “seita de Jesus”. O bispo teria de dizer: “César é
senhor, oferecer incenso e jurar pela divindade do imperador”.
“Mas decidido, Policarpo olha e acena para a multidão no
estádio, suspira, levanta os olhos pra o céu e gritou: „fora os
ímpios‟ durante 86 anos, sirvo a Jesus e ele jamais me fez algum mal”. Sendo
ameaçado com fogo, o bispo diz “O fogo com o qual me ameaçam queimar, logo se
extingue; existe um fogo que vocês não conhecem o fogo do juízo vindouro e do castigo
eterno, este está reservado para os „‟ímpios”. Enfurecido o procônsul, mandou ascender
à fogueira e uma grande chama envolveu o corpo desse fiel cristão.

3.2. JUSTINO E PERPÉTUA

Ainda jovem Justino tornou-se um dos mais hábeis defensores


da fé. Perpétua com 22 anos mãe de uma criança pequena,
também estava seguindo a fé, quando o imperador VII Severo
em 202 AD., decretou a morte desses cristãos, que levados à
arena foram executados sem misericórdia. Antes de Perpétua
morrer, gritou a alguns amigos cristãos que sofriam torturas ao
seu lado: “Transmitam a Palavra à todos, fiquem
firmes na fé, amem -se uns aos outros e não permitam que nossas mortes sejam um
impedimento para vocês”.

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3.3. ULFILA

Um dos maiores missionários estrangeiros. Após 40


anos de trabalho junto aos godos e até traduzindo a
Bíblia na língua nativa desse povo, Ulfilas morreu
numa missão à Constantinopla. Mesmo diante
dessas perseguições o cristianismo crescia
assustadoramente. Cada missionário morto era um
desafio para os novos seguidores da fé em Cristo.
Nos primeiros três séculos da nossa era, houve
um rápido progresso missionário. Na Palestina, a destruição de Jerusalém não provocou
o fim da Igreja Cristã. Terminou sim, com a existência nacional dos judeus, durante um
período de mais de 1.800anos.Antioquia na Síria era o segundo lar da Igreja. Foi lá que
os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos, Atos 11.26. A Igreja de Roma
crescia graças às conversões e também em virtude da convergência, nesta cidade, de
cristãos de muitas outras terras. Roma era um polo de atração para todos os povos.

A IDADE MÉDIA

4.1. ANSKAR

Conhecido como “Apóstolo do Norte”, ele era um ascético de


coração, considerando a oração de máxima importância. Como
acontecia com a maioria dos líderes religiosos da idade média,
foram-lhe atribuídos grandes milagres, mas ele procurava evitar
louvores desse tipo, dizendo que:
“O maior milagre de sua vida seria que Deus fizesse dele
um homem completamente piedoso”.
Anskar morreu pacificamente em 865, sem a coroa de mártir pela qual ansiava
tanto. Depois de sua morte o povo voltou ao paganismo somente após o século X a
Igreja firmou-se novamente na Suécia.

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4.2. RAIMOND LULL

Nasceu, em 1232 na cidade de Maiorca, junto às costas da


Espanha, no Mediterrân eo. Aos 30 anos passou por uma
profunda experiência religiosa, “nasceu de novo”. Em uma
noite, quando estava compondo uma canção, “viu o Salvador
pendurado na cruz e o sangue correndo em suas mãos, pés e
fronte”. Uma semana depois, teve a mesma visão e desta vez
se entregou a Cristo. Porém, com dúvidas no coração ele
pergunta: “Como posso, corrompido pela
impureza, levantar-me e entrar numa vida mais santa?”
Este sentimento de culpa impeliu Lull a abandonar sua riqueza e prestígio e
dedicar sua vida à serviço de Deus, aplicando-a ao jejum, oração e meditação. Seu
trabalho era lutar contra o Islamismo, evangelizando muçulmanos e em 1314, com mais
de 80 anos na Tunísia passou mais 10 anos escondido e orando com seu grupo de
novos convertidos. Finalmente, cansado do esconderijo e desejando morrer a serviço do
mestre, pois, o martírio seria para ele o mais alto privilégio, ele foi até à praça e
apresentou-se ao povo, falando claramente toda a verdade. Enfurecida com ousadia a
população o arrastou para fora da cidade apedrejando-o e morreu logo depois. Apesar
de ser ignorando pela Igreja católica e condenado como herege, Lull manteve-se fiel a
seu chamado, sempre consciente de seu dever pessoal em difundir a mensagem de
Cristo.

4.3. LAS CASAS

Las Casas nasceu na Espanha em 1474, e era filho de um


mercador que viajara com Colombo em sua segunda
viagem. Depois de licenciar-se em Leis na Universidade de
Salamanca, viajou para a ilha de Espanhola para servir
como Conselheiro legal do Governador. Adaptou-se
rapidamente ao estilo de vida influente dos colonizadores,
aceitando o ponto de vista convencional quanto à população
indígena, tendo participado inclusive de ataques contra as

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tribos e escravizando-os em suas plantações. Provavelmente em torno de 1510, Las
Casas sofreu uma transformação espiritual tal, que pediu para ser ordenado, tornando-
se então no primeiro sacerdote a ser ordenado na América. Se interiormente ele havia
mudado muito, exteriormente mudou muito pouco até então, porque aceitava com
facilidade o estilo de vida que caracterizava a maioria do clero. Aos poucos foi
entendendo que o tratamento dado aos índios não correspondia aos preceitos cristãos e
em 1514 por ocasião do Pentecostes, teve finalmente uma verdadeira conversão com
relação ao tratamento que afligia os indígenas, porque deduziu que a fé cristã era
radicalmente incompatível com o modo desumano pelo qual os espanhóis tratavam os
índios.
A partir desta concepção juntou-se aos dominicanos, onde encontrou apoio para o
seu ponto de vista.
Embora Las Casas seja considerado o pai da Teologia da Libertação, o primeiro
clamor pela justiça no Novo Mundo foi levantado em 1511, pelo frade dominicano
Antônio de Montesinos na Ilha Espanhola. Este clamor causou muita polêmica, motivo
pelo qual mais tarde Las Casas tomou partido em sua defesa.
Em 1515, Las Casas retornou à Espanha em companhia de Montesinos, onde
conseguiu apoio do Cardeal Cisneros que o enviou de regresso às Índias com uma
comissão para investigar o tratamento dispensado aos índios, contudo a má opinião de
parte dos membros contrária aos indígenas e suas atitudes protetoras para com os
encomendadores, levaram Las Casas a romper com a comissão e regressar novamente
à Espanha. Para defender os índios no Novo Mundo, Las Casas viajou várias vezes a
Espanha, apelando em favor dos índios aos oficiais do governo e a todos que quisessem
ouvir. Ele tinha o evangelismo como prioridade e com este propósito viajou pela América
Central fazendo um trabalho pioneiro.
Las Casas foi enviado pelas autoridades espanholas a evangelizar em Cumaná,
como forma de comprovar se realmente ele era capaz de colocar em prática suas
afirmações de que os índios eram de boa índole e que se convertessem ao verdadeiro
Deus seriam os povos mais abençoados da terra. Contudo Las Casas fracassou porque
os colonizadores fizeram todo o possível para criar obstáculos e todo o tipo de violência.
Posteriormente os próprios índios se rebelaram o que obrigou Las Casas a se refugiar
entre os dominicanos em Espanhola. Unindo-se à ordem de Santo Domingo, passou
vários anos escrevendo obras literárias.

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Após doze anos em São Domingos, Las Casas partiu com destino ao Peru, mas
em decorrência de mau tempo, desembarcou na Nicarágua. Os colonizadores dessa
região reagiram violentamente a suas ideias o que fez com que fugisse para a
Guatemala, onde passou a aplicar suas ideais de que o evangelho era para ser pregado
pacificamente, contudo os índios que já conheciam o tratamento dos espanhóis não
demonstraram interesse de ouvi-lo. Neste ínterim Las Casas partiu para o México onde
foi nomeado bispo de Chiapas, onde demonstrou inflexibilidade para com os
encomendadores, como fez constar de seu “Confessionário”, realizou trabalho
missionário e mais uma vez retornou à Espanha em face das pressões dos
colonizadores renunciando à sua diocese. Na Espanha, Las Casas publicou uma obra
chamada “Brevíssimo Relatório da Destruição das Índias”, que causou grande
controvérsia em decorrência da polêmica em torno dos números por ele apontados que
dava margem à dúvida. Em função deste relatório, Carlos V fez promulgar as Leis
Novas, que limitavam os direitos dos espanhóis sobre os índios. Estefato causou muita
revolta na América, principalmente no Peru aonde chegou a haver uma rebelião armada.
Logo, logo, estas Novas Leis caíram rapidamente no esquecimento, prevalecendo o
abuso e a exploração.
Em 1547, Las Casas com 73 anos de idade, partiu do Novo Mundo para não mais
voltar. Sua luta pelos direitos humanos continuou viva na Espanha até sua morte que se
verificou cerca de duas décadas após seu retorno. Na Espanha corrigiu e publicou seus
escritos, em que se opunha à política colonial Espanhola.
Em 1566 morreu Las Casas aos 92 anos de idade e até hoje seu nome é
lembrado como um dos maiores humanistas e missionários da história do cristianismo.
Contudo suas ideais foram contestadas tanto no Peru em 1552 quanto na Espanha.
Alguns anos mais tarde e no meado do século seguinte a Inquisição proibiu a leitura de
suas obras. Os inimigos de Las Casas se alegravam ao verem fracassar os seus
métodos pacíficos de tratar com os indígenas, porque dizia que “os habitantes originais
das terras eram gente afável e generosa, que facilmente seria ganha mediante um bom
exemplo e amor”.

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MISSÔES MORÁVIAS

Surge entre o século XVIII, um grupo na


Dinamarca-Halle e logo se tornou uma das
maiores Igrejas missionárias de todos os tempos,
“Os irmãos Morávios”, liderado pelo Conde
Zinzendor f. Este abriu o caminho para a grande
era das missões modernas levando a sério a
grande comissão. Neste século os Morávios
fundaram postos missionários nas Ilhas Virgens,
em 1736, América do Norte em 1734, Lapônia e América do sul em 1735, África do sul
em1736 e Labrador em 1771. Nota-se que seu objetivo supremo era espalhar o
Evangelho até aos Confins da Terra. Todos os missionários das Missões Morávias
tinham de levantar seus próprios sustentos, levando a profissão de artesão ao viajarem
para o exterior. Os morávios eram remanescentes da obra de João Hus. Os poucos que
ficaram após as perseguições, encontraram asilo junto ao conde de Zinzendorf, na
Saxônia, onde fundou, em 1722, uma aldeia denominada Herrnhut (“a cabana do
Senhor.”).

AVIVAMENTO MORÁVIO
No ano 1727, irrompeu o conhecido avivamento morávio. Por mais que queiramos,
não dá para copiar despertamentos espirituais, mas felizmente podemos aprender deles.

ZINZENDORF

Neste ano 2000, se completam três séculos que o conde Nicolas


Ludwig Von Zinzendorf nasceu. A família, luterana muito crente,
morava no reinado de Saxônia, em um castelo a poucos
quilômetros da fronteira tcheca. Seu pai, que era secretário de
Estado em Dresden, morreu depois de consagrar seu filho de 6
semanas para a obra do Senhor. Quatro anos mais tarde, sua mãe
casou-se de novo e o menino foi educado por sua avó e uma tia.
Ambas apoiavam o movimento pietista, que procurava reavivar a igreja por pequenas

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reuniões de estudos bíblicos e oração, como “igrejinhas na igreja” (ecclesiola e in
ecclesia). O líder era o Dr. Spener, que às vezes visitava a família. O menino amava o
Senhor, orava muito e sempre lia a Bíblia e o Catecismo de Lutero. Depois de estudar
em famosa escola em Halle, aos 15 anos, seguiu para a Universidade de Wittenberg a
fim de preparar-se para o serviço governamental, estudando direito e teologia.
Concluídos os estudos, fez uma viagem aristocrata através da Alemanha, Holanda,
Bélgica e França. Em Düsseldorf, viram uma pintura de Cristo, coroado de espinhos,
com as palavras: “Tudo isto fiz por ti. Que fazes tu por mim?”, que reforçaram sua
decisão de viver para Cristo. De volta ao lar, casou-se com a condessa Erdmuth von
Reuss, que se tornou a “Mãe Adotiva da Igreja dos Irmãos (morávios)”. Então, aos 22
anos, iniciou seu ofício como conselheiro real em Dresden. Nas tardes de domingo,
dirigia estudos bíblicos para interessados. Comprou da sua avó a gleba de Berthelsdorf
e, como senhor feudal, instalou seu amigo João Rothe como pastor, orando para que a
vila se transformasse em uma real comunidade cristã, sem saber como Deus
responderia a este desejo.

UNITAS FRATRUM

Havia uma igreja protestante florescente antes da Reforma na atual República


Tcheca (cujas regiões principais eram Boêmia, ao redor da capital Praga, e Morávia, no
leste).Estudantes tchecos que frequentavam a universidade de Oxford ouviam o
professor John Wycliffe e levavam seus ensinos bíblicos para casa. Um dos
influenciados foi o padre João Hus, professor da Universidade de Praga, que pregava
com zelo contra os erros na vida e doutrina da Igreja Católica Romana. Condenado pelo
Concílio de Constança foi queimado vivo em 1415, apesar do salvo-conduto imperial.
A Boêmia revoltou-se e foi formada uma igreja evangélica conhecida como a
Unitas Fratrum, a União dos Irmãos. Quando, porém, em 1620, a Áustria venceu os
tchecos, o novo governo decidiu exterminar os evangélicos. Muitos foram mortos, Outros
fugiram entre eles o famoso educador João Amós Comênio, bispo da Unitas Fratrum,
que soluçou que a igreja de Roma tinha se tornado vampira dos próprios cristãos.
Parecia que os evangélicos haviam sido extirpados da Boêmia e da Morávia.
Entretanto havia uma semente oculta e Deus usou um jovem pastor de ovelhas,
Cristiano David, para reacender o fogo. Ele era católico fervoroso, mas pela leitura da
Palavra de Deus conheceu a verdade e começou a pregar as boas-novas de salvação,

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causando um despertamento espiritual, o que levou a mais perseguição. Então,
procurando uma saída, David encontrou-se providencialmente com Zinzendorf por
intermédio de um amigo do pastor Rothe. O conde consentiu em receber crentes
perseguidos em sua propriedade e David voltou para Morávia. Assim, cinco famílias
deixaram seu lar para atravessar as montanhas e, depois de doze dias, chegaram à vila
Berthel em 1722.

HERRNHUT

Foram recebidos com carinho. O administrador indicou uma colina distante para
os refugiados se estabelecerem. Neste lugar nasceu o lugarejo de “Herrn-hut”, debaixo
da “guarda do Senhor”. Mais famílias chegaram ao decorrer dos anos seguintes,
especialmente herdeiros da Unitas Fratrum. Além destes, foram recebidos anabatistas,
calvinistas e outros, oque causou tensões. De fato, Herrnhut era uma congregação da
Igreja Luterana de Berthel, mas o líder da confusão conclamou a todos a deixarem-na,
xingando-a de „Babilônia‟. Muitas pessoas foram levadas pela pregação inflamada, até
mesmo o próprio pioneiro David. Embora o líder da desavença tenha endoidado e sido
internado em um manicômio, o mal cresceu. Zinzendorf continuava seu trabalho como
conselheiro real em Dresden, no inverno, e cuidava da sua propriedade rural, no verão.
A igreja na vila Berthel florescia com o trabalho do pastor Rothe. Em sua casa senhorial,
o próprio conde explicava a mensagem aos seus arrendatários. Enquanto as coisas iam
bem, Zinzendorf não se incomodava com Herrnhut, onde somente perseguidos por
causa da fé eram recebidos, prometendo fidelidade à confissão luterana de Augsburg.
Em 1727, porém, o radicalismo pediu intervenção. Depois de muita preparação,
convocou a todos para uma reunião na casa-grande em Herrnhut. Ensinou sobre o
pecado do separatismo e, depois, como senhor feudal, explicou suas “ordens e
proibições”. Finalmente, submeteu uns “Estatutos” como base para uma (futura)
sociedade religiosa voluntária. A reunião foi longa, mas o resultado foi positivo. Todos
lhe deram a mão, prometendo seguir as normas. Ele, por sua vez, garantiu que seus
arrendatários nunca seriam seus servos feudais nem sua propriedade pessoal, mas
poderiam viver como homens livres, algo especial para a época. No mesmo dia da
reunião, foram eleitos doze anciãos para a supervisão da congregação. Destes, quatro
foram indicados para servirem como ancião-mor, entre eles o próprio Cristiano David.
Posteriormente, foram eleitos guardas-noturnos, inspetores de serviços públicos,

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ajudantes dos enfermos, cuidadores dos necessitados etc. Também foram organizados
grupos pequenos para edificação mútua.

AVIVAMENTO

Depois de receber licença da corte real, Zinzendorf dedicou seu tempo a


Herrnhut,deixando seus negócios na mão da esposa. Pelas frequentes reuniões com os
refugiados e com os anciãos, ele percebeu a profunda preocupação dos tchecos em
ressuscitar a sua igreja. Mas o conde sabia muito bem que as leis do Estado de Saxônia
não permitiriam uma igreja independente. Chegou à conclusão de que a melhor solução
seria organizar em Herrnhut uma congregação, uma “igrejinha dentro da igreja”
(luterana) de Berthel com características da antiga igreja tcheca. Para isto, quase todos
os habitantes de Herrnhut assinaram a Concórdia Fraterna, documento que muito
ajudou na paz e no crescimento espiritual. As reuniões de oração, cânticos ou estudos
bíblicos era diário. O movimento era de calmo regozijo no Senhor, sem tentativas de
estimular as emoções, pois o conde alertara: “Criar excitação religiosa é tão fácil como
excitar as paixões carnais. E, frequentemente, a primeira leva à segunda”. Depois que
as brigas cessaram, o pastor Rothe convidou a todos para participar da Santa Ceia na
igreja central de Berthel, marcada para o dia 13 de agosto. Ele enfatizou que, depois de
tantas dificuldades, os irmãos estavam sendo convidados pelo Senhor para sentarem
com Ele à mesa. Em meio às lágrimas de muitos, o conde fez a oração de confissão
pública, pedindo perdão mediante o sangue de Cristo, o livramento de toda cisão e a
bênção de uma união de coração, para que pudessem ser bênção para outros, perto e
longe. A liturgia sobre o perdão dos pecados foi dirigida por um pastor vizinho que,
então, administrou os elementos. Todos sentiram paz e alegria no Espírito Santo e
profunda comunhão com Cristo e com os outros. Depois disseram: “Aprendemos a
amar” (Rm 5.5). Não houve manifestações especiais, mas foi um avivamento autêntico.
Este foi o dia do renascimento da Igreja dos Irmãos, a Unitas Fratrum.

Resultado

Duas semanas depois, Herrnhut iniciou a “Intercessão de Hora em Hora”. Durante


24horas por dia havia oração e cada irmão tomava seu lugar no rodízio. Foi a reunião de
oração mais longa da história, pois durou mais de um século. Algum tempo depois,

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jovens solteiros começaram a estudar juntos (a Bíblia, geografia, medicina, línguas etc.),
pois sentiram que Deus queria prepará-los para uma outra obra. A chamada macedônica
veio em 1731 e, no ano seguinte, começou o imenso trabalho missionário morávio. “Os
seguidores do Cordeiro” foram por toda parte e, em 20 anos, Herrnhut mandaria mais
missionários do que as igrejas protestantes em seus 200 anos de existência. Lembremo-
nos do seu lema, William Darkeer escreveu:

“A contribuição mais importante dos morávios foi a sua ênfase sobre a ideia de que todo cristão é
um missionário e deve testemunhar através da sua vida diária. Se o exemplo dos morávios tivesse
sido estudado mais cuidadosamente pelos outros cristãos, é possível que o homem de negócio
pudesse ter retido seu lugar de honra na missão cristã”.

A VIGÍLIA DOS CEM ANOS

Um dos homens destacados dentre os morávios foi o


conde Nicolau. Um grande estadista missionário, o que
mais se destacou em todos os tempos. Nascido na
Alemanha em1700 teve poderosa influência sobre o
cristianismo protestante primitivo e em muito respeito
igualou ou superou seus amigos cristãos, John Wesley e
Jorge Whitefield. Fundou a Igreja Moravia; compôs hinos e inaugurou um movimento
missionário mundial que preparou caminho para William Carey.
Em 1722 um grupo de refugiados protestantes abrigou-se em sua propriedade em
Bertheisdorf. Logo essa propriedade tornou-se própria comunidade. Em 1727, um
período de renovação espiritual chegou ao clímax em um culto de comunhão dia 13 de
agosto com um grande reavivamento que segundo os participantes marcou a chegada
do Espírito Santo em Bretheisdorf. Esta noite de pentecostes trouxe uma nova febre
pelas missões que se tornou a principal característica do movimento morávio. Foi
iniciada uma vigília de orações, que continuou noite e dia, sete dias por semana, sem
qualquer interrupção até 1827, denominada a Vigília dos cem anos. A missão teve muito
êxito, a obra missionária floresceu e por volta de 1950 havia sobre a jurisdição morávia
38 postos e quase 5 mil cristãos professos. Além do conde Zinzendorf, o individuo que
mais se desenvolveu na fundação da Igreja foi Christian David, seguido de George
Schmidt.

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Apesar da pobreza e poucos seguidores, os primeiros foram enviados já em
1732.Após 100 anos de atividade missionária, eles contavam com 41 estações, 40 mil
batizados nos campos missionários e 208 missionários. Em 1882 (50 anos depois) já
tinham aumentado para700 estações, 83 mil batizados, 335 missionários e 1500
ajudantes nacionais. A proporção demissionários por membros do movimento chegou a
1 por 25, dificilmente igualado por outro grupo na história de missões.

A estratégia empregada pelos morávios era:

 Iniciar o trabalho de missões entre povos pouco evangelizados e esquecidos;


 O missionário deveria ser autossuficiente economicamente através de comércio,
indústria caseira, etc;
 Aceitar a cultura do povo, não colocando normas europeias de costumes e
valores;
 O missionário era servo do Espírito Santo enviado para evangelizar e não para
doutrinar; e,
 Se o povo não aceitasse o evangelho, o missionário deveria procurar outro
campo.

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Os Irmãos Wesley

Juan Wesley (à esquerda) e Carlos Wesley (à direita) tiveram experiências religiosas transformadoras em maio de 1738 sob a
influência de missionários morávios. A experiência de Juan em 24 de maio daquele ano em uma reunião com os morávios na
Aldersgate Street, em Londres, teve um lugar de destaque na memória da Igreja.

A família Wesley, na Inglaterra, era já por tradição profundamente dedicada a obra


cristã. Foram, principalmente, dois irmãos Wesley que se destacaram na história da
Igreja; John e Charles.
John Wesley (1703-1791), a principal figura do metodismo, tinha, já de berço,
influências do puritanismo e do anglicanismo. O movimento que surgiu buscou, não
obstante, também aspectos do herrnhutismo e do colonialismo. John, justamente com
seu irmão Charles, elaborou um método ritualista e ascético para a vida religiosa dos
membros. O uso deste método levou ao apelido de metodismo. Foi entre os operários
ingleses que o movimento conseguiu maior êxito e, enquanto John Wesley vivia, tratava-
se de avivamento dentro da Igreja Inglesa. Após sua morte, organizou- se numa igreja
própria. O metodismo alcançou também a América do Norte estabelecendo sociedades
metodistas partindo na divulgação do Evangelho por todo o mundo, com o envio de
missionários mais tarde na história.

MISSÕES NA ÍNDIA – O GRANDE SÉCULO MISSIONÁRIO


A Índia é em si mesma um mundo. Tem milhões de habitantes, imersos em todas
as formas de superstições e paganismo. Ainda que em algumas partes do país prevaleça
o budismo maometismo, a religião que conta com maior número de aderentes é o
bramanismo, que admite três deuses: Brama, o deus criador; Visnu, o deus conservador;
Chiva, o deus destruidor. A essas divindades podem justar-se

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outras subalternas, representadas por figuras ridículas ou espantosas e que recebem a
homenagem de milhões de adoradores. Tais são alguns dos costumes e algumas das
crenças do vasto campo de trabalho, que desde longos tempos estão desafiando os
missionários cristãos. Um nome de destaque na Índia foi William Carey. Carey (1761-
1834), chamado de o “pai das missões modernas”, era inglês. Foi sapateiro dos 16 aos
28 anos de idade. Converteu-se na adolescência e pertencia a um grupo de batistas.
Dedicava-se ao estudo nas horas de folga e assumiu o primeiro pastorado em 1785.
Publicou em 1792 um livro de 87 páginas como título: “Uma Inquirição sobre a
Responsabilidade dos Cristãos em Usarem Meios para a Conversão dos Pagãos”.
Carey demonstrava uma forte preocupação missionária e um profundo desejo de se
envolver diretamente, indo ao campo missionário. Numa pregação em Nottingham
proferiu as palavras:

“Espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”.

Apesar de muito sucesso, Carey também enfrentou enormes dificuldades,


começando pelo seu próprio lar. O relacionamento com a Sociedade Missionária nem
sempre foi harmonioso e os problemas econômicos se faziam sentir. Sua determinação,
no entanto, fez superar as adversidades e Carey marcou uma era, deixando uma
inspiração missionária para as gerações posteriores e influências positivas no seu país
de trabalho. A exemplo de Carey, outro homem resolveu dar sua vida pela Índia, este foi,
Alexandre Duff Chegou a Culcutá com sua esposa em 1830. Nasceu e foi criado na
Escócia, sendo educado na Universidade de St. Andrews. O avivamento evangélico, que
levou a Escócia a ajoelhar-se na década de 1820, entusiasmou este jovem de 33 anos a
se tornar o primeiro missionário da Igreja escocesa para o interior. Em sua viagem para
a Índia sofreu dois naufrágios, tendo um deles perdido toda sua biblioteca pessoal. Foi
um golpe esmagador para alguém tão aplicada à erudição como ele. Quando os hindus
souberam que ele escapara do naufrágio, disseram:

“Certamente este homem é um dos favorecidos dos deuses e, portanto de uma obra importante a
realizar entre nós”

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Duff iniciou logo seus trabalhos os quais consistiam na criação de Institutos destinados a
ensinar inglês, língua, que eram obrigados aprender os hindus que quisessem conservar
o contato com os dominadores do território. Desse modo, Duff queria abrir um caminho
para as classes mais elevadas. Em 1831, abriu sua escola com cinco alunos. No fim da
primeira semana havia mais de 300 pedindo entrada. Com o tempo chegou a mais de mil
o número de alunos. De modo, que ao mesmo tempo, que ensinava inglês, adquiria
influência entre a juventude e ensinava-lhes também o cristianismo. Alguns dos que
vieram a dirigir os destinos do povo foram ganhos também para Cristo. Entre outros é
digno de especial atenção RamMohan Roy. Por causa da capacidade intelectual de Duff,
vários príncipes hindus vieram do interior para conhecerem sua Instituições.
Em 1864, a falta de saúde obrigou-o voltar para seu país natal, o que foi
lamentado porto dos. Apesar de suas escassas forças físicas, fez na Inglaterra uma obra
importante como professor nos colégios indicados a preparar missionários. Neste
trabalho por onze anos e em1878, faleceu aos seus 72 anos.

Adoniram Judson (1788-1850)

Judson era americano, inicialmente da Igreja Congregacional, mas


foi enviado pelos batistas americanos para a Índia. Permaneceu ali
pouco tempo e escolheu como novo campo a Birmânia.

David Livingstone (1813-1873)

Livingstone também era escocês, quem sabe o mais famoso


de todos os missionários do período. Estudou medicina e
teologia, finalizando os estudos em 1840, sendo enviado no
mesmo ano para a África, pela Sociedade Missionária
Londrina. Foi um grande desbravador do interior africano,
contribuindo, tanto para a divulgação do Evangelho, como
para a exploração do continente.

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Mary Slessor (1848-1915)

Slessor era escocesa e representa o grande


contingente de mulheres engajadas na obra
missionária durante este período. De origem
presbiteriana apresentou-se em 1875 à Missão de
Calabar (Nigéria) que era uma das missões que
aceitavam missionárias solteiras. Fez trabalho
pioneiro de evangelismo, mas também se envolveu
no apoio a escolas, clínicas médicas e servindo o
povo local vivendo de forma simples ao estilo da
população de Calabar.

Robert Morrison (1782-1834)

Morrison de origem inglesa era presbiteriano e tinha desde a


juventu de o desejo de servir no campo missionário. Apresentou-
se à Sociedade Missionária Londrina em 1804, sendo enviado
para a China em 1807. Foi o primeiro a traduzir a Bíblia para o
chinês.

John Paton (1824-1907)

Paton era escocês, também presbiteriano, e trabalhou


inicialmente entre os cortiços de Glasgow, como missionário.
Em 1858 navegou para as Ilhas do Pacífico onde trabalhou
em diversas ilhas, contribuindo para que, no final do século
XIX, poucas ilhas não tivessem sido alcançadas.
Quando o rei Frederico IV da Dinamarca precisou de
missionários para enviar aos seus súditos, na colônia
dinamarquesa de Tranquebar, não encontrando em seu
reinado quem se dispusesse a fazê-lo, recorreu ao pietista
alemão August H. Francke (1663-1727), que lecionava na Universidade de Halle, o

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qual enviou Bartholomew Ziegenbalg (1683-1719) e Henry Plütschau (1677-1747), os
quais partiram da Europa no fim de 1705, chegando em Tranquebar no dia 9 de julho
de 1706, sendo os primeiros missionários, não católicos, achegarem na Índia,
provenientes da Europa. Apesar de não serem bem recebidos pelos colonos
dinamarqueses, Ziegenbalg e Plütschau não se intimidaram, iniciando os seus
estudos do idioma nativo, tendo Ziegenbalgse destacado pela facilidade em aprender
outras línguas. Eles traduziram para o tâmil o Catecismo de Lutero, orações e hinos
luteranos. Em 1711, por questões de saúde, Plütschau regressou definitivamente
para a Europa. Ziegenbalg continuou o seu trabalho; compilou uma gramática tamil,
escreveu uma obra sobre o Hinduísmo, traduziu para o tamil o Novo Testamento
(1714) e o Antigo Testamento até o livro de Rute. Ele fundou uma escola industrial e
outra para a preparação de catequistas e, também, a primeira imprensa evangélica
da Ásia (esta com a ajuda financeira da Sociedade Anglicana para a Promoção do
Conhecimento Cristão).Quando Ziegenbalg morreu em 1719, existia em Tranquebar
uma comunidade luterana de cerca de 350 pessoas.
Poderíamos citar muitos outros missionários e missionárias verdadeiros “heróis”,
deste período. Inclusive, é importante frisar que mesmo que a história escrita tenha
se concentrado nos homens, muitos deles só puderam realizar a obra devido ao
apoio de suas esposas.

John Eliot (1604-1690)

Foi um dos primeiros e talvez o maior de todos os


missionários para os índios americanos, conhecido
como “Apóstolo dos Índios”. Nasceu na Inglaterra
em 1604, mas somente aos 40 anos começou seu
trabalho missionário. Chegou à América em 1631.
Pertencia a Missão Indígena dos Puritanos da Nova
Inglaterra e trabalhou duramente toda sua vida
tentando alcançar os indígenas. Em 1645, fez seu
primeiro sermão a um grupo de índios. À medida
que as semanas e meses se passavam, alguns índios foram convertidos em menos
de um ano Eliot documentou o seguinte:

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“Os índios abandonaram completamente suas cerimônias de conjuração.
Estabeleceram períodos de oração em suas tendas, de manhã e à noite”.

A estratégia utilizada pela missão de Eliot foi:

 Evangelizar, principalmente através da pregação;


 Reunir as pessoas convertidas em igrejas locais; e,
 Fundar cidades cristãs, numa forma de segregação da sociedade corrupta.

O missionário sempre se preocupou com o bem estar social dos índios. Ele queria
mais que simples profissão de fé. Buscava maturidade espiritual de seus seguidores.
Por isso, em1649, começou traduzir a Bíblia no idioma Moicana. Pouco antes de morrer
em 1690 com 85 anos, John Eliot disse:

“Pouco posso fazer; todavia, tomei uma decisão pela graça de Cristo,
jamais, deixarei o trabalho, enquanto tiver pernas para andar”.

David Brainerd (1718-1747)

Depois de John Eliot, Brainerd foi o mais famoso daqueles


que trabalharam entre os índios. Nasceu no ano de 1718 em
Haddam, Connecticut. Brainerd havia sido expulso do curso
teológico de Yale por afirmar que um certo professor não
tinha mais a graça de Deus do que uma cadeira. Seus
primeiros passos como missionário foram solitários e
deprimentes:

“Meu coração estava abatido, parecia-me que jamais teria êxito junto aos índios. Minha alma
estava cansada da vida. Eu desejava a morte, acima de tudo”.

Em 1745, houve um reavivamento entre os índios quando as fontes dos esforços


de David se evidenciaram. Em 1746, convenceu os índios dispersos em Nova Gersey a
se reunirem em Cranbury, onde logo foi estabelecida uma igreja. Após um ano e meio os

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convertidos chegavam a quase 150. Brainerd morreu dia 9 de outubro de 1747,
acometido por tuberculose. David Brainerd foi um desses homens. Tem sido dito que
Brainerd orava nas florestas até que a neve se derretesse debaixo de seus pés. Mesmo
assim, Brainerd viveu menos de trinta anos. De 1743 a 1747, ele se esforçou para
alcançar os índios da América para Cristo. Ele lutava constantemente em oração pelas
multidões. Sua curta vida foi um impacto para todo o mundo cristão.
Brainerd morreu na casa de Jonathan Edwards, que foi poderosamente usado por
Deus no primeiro Grande Despertamento na América. Sobre Brainerd, Edwards falou:

“Eu louvo a Deus porque foi por sua providencia que ele morreu em minha casa,
para que eu pudesse ouvir suas orações, testemunhar sua consagração
e ser inspirado pelo seu exemplo.

À medida que corria o século a missão entre os índios decresceu. Os


missionários dirigiam-se para as terras exóticas, onde a população nativa não podia
interferir com o avanço da sociedade americana. Muitos eruditos concordam que a
evangelização dos índios como deum todo, não foi uma história de sucesso, sendo o
fator principal o intenso conflito entre as duas culturas com vistas ao domínio da terra e a
crença arraigada dos Estados Unidos de raça branca de que, os índios eram racialmente
inferiores e que, não valia a pena preservar aquelas culturas.

Após a morte de David Brainerd, outros nomes se destacam nas missões


indígenas americanas: Eleazar Wheelock, David Zeisberger, Isaac McCoy, Narcissa
Whitman, HenrySpaulding.

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MISSÕES NA ÁFRICA

Robert e Mary Moffat (1795-1883)

Este homem foi o patriarca das missões na África


do Sul. Teve significativa influência nesta parte do
mundo durante mais de um século. Embora
durante sua vida sempre fosse ofuscado pelo seu
genro sendo sempre chamado de “o sogro de
David Livingstone”, entre os dois ele foi o maior missionário. Ele era um evangelista,
tradutor, educador, diplomata e explorador, combinando eficazmente esses papéis e se
tornando um dos maiores missionários na África de todos os tempos.
Nascido na Escócia em 1795 foi criado em circunstância humilde sem nenhum
treinamento bíblico formal. Ele não tinha grande inclinação pelos assuntos espirituais,
embora seus pais fossem presbiterianos com forte zelo missionário. “Fugiu para o mar”
por algum tempo e aos 14 anos tornou-se um aprendiz de jardineiro, aprendendo uma
arte que praticou pelo resto de seus dias.
Em 1814, na cidade de Cheshire, Inglaterra, entrou em uma pequena Sociedade
Metodista cujas reuniões eram realizadas numa casa de fazenda nas vizinhanças. Essa
associação aquecera seu coração. Em 1815, quando ouvia uma mensagem pelo Rev.
William Roby, um dos diretores da Sociedade Missionária Londrina, se ofereceu à
mesma para servir como missionário. Sendo rejeitado, porque o achou incapaz de
efetuar esse sofrido trabalho, Moffat não desanimou, começou estudar teologia com
Roby. Depois de um ano se candidatou novamente SML, sendo então aceito. Logo, foi
enviado à África do Sul e depois de 85 dias no mar chegou a cidade do Cabo. Os
hardships e as circunstâncias primitivas não o deteram, enquanto introduziu para o norte
no interior, onde ganhou para Cristo o mais perigosos outlaw o chefe nessa região.
Retornando a Capetown em 1819, encontrou-se a jovem missionária Mary Smith,
a qual Moffat havia conhecido na Inglaterra. Casaram-se permanecendo assim durante
53 anos. Em1827, Moffat, deixou sua mulher com os seus filhos pequenos e foi estudar
por onze semanas a língua de uma tribo africana chamada Kuruman, onde assegurou o
papel de líder.

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Ao voltar estava pronto para iniciar a tradução da Bíblia neste idioma, passando
29anos para completar. Em 1829, quase dez anos da chegada de Moffat em Kuruman,
foi realizado o primeiro batismo e em 1838, uma grande Igreja de pedra foi construída
existente ainda nos dias de hoje. Embora a carreira de Robert Moffat seja geralmente
associada a Kuruman, sua obra se estendeu muito além dessa área. Na verdade o
núcleo de crentes em Kuruman não passou de duzentos, mas, sua influência fez-se
sentir a centenas de quilômetros. Chefes ou representantes de tribos longínquas iam a
Kuruman para ouvir suas mensagens. A mais notável dessas ocasiões foi quando um
grande e temido Moselekatse, um dos chefes tribais mais infames da África, enviou
cinco representantes para visitar Moffat e leva-lo de volta com eles. O encontro entre
Moffat e Meselekatse foi inesquecível. Embora Meselekatse nunca houvesse se
convertido, ele permitiu que missionário inclusive o filho e a nora de Moffat, John e
Emily, estabelecessem um posto missionário entre sua tribo. Contudo, por mais longe
que Moffat viajasse seus pensamentos nunca se afastavam de Kuruman, a qual se
tornara um cartão de visita da civilização africana. Três de suas crianças morreram.
Mary, a filha a mais velha tornou-se a esposa de David Livingstone.
O trabalho de Moffat era a pedra basilar que outro usou em espalhar o evangelho
durante todo "o continente escuro”. Abriu muitas estações de missões e serviu como o
missionário pioneiro em uma área de centenas de milhas quadradas. Traduziu a Bíblia
na língua do Bechwanas.
Em 1870 após 53 anos na África, ele sua esposa retornaram a Inglaterra onde um
a no mais tarde Mary morreu. Moffat por mais 13 anos continuou a promover missões
estrangeiras, viajando pelas ilhas Britânicas, tornando-se estadista missionário,
desafiando adultos e até jovens com as tremendas necessidades do continente Africano.
Levantou fundo para um seminário para que fosse construído na estação de
Kuruman onde os estudantes nativos foram preparados para o trabalho missionário
entre seus próprios povos. Em sua morte em 1883, os jornais de Londres escreveram:
Talvez não mais alma genuína respirada sempre... Não se dirigiu às audiências
cultivadas dentro dos salões majestosos da abadia de Westminster com a mesma
maneira simples em que conduziu à adoração nos huts dos selvagens.

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MISSÕES NA ÁSIA

O primeiro grande avanço das missões


estrangeiras deu-se ao Sul da Ásia Central. Foi
muito difícil a obra do Senhor neste lugar, pois, ali
eram praticadas as religiões mais velhas e
complexas do mundo, como o hinduísmo, budismo,
islamismo, sikismo ou jainismo. Que atração
poderia haver numa tradição dogmática como o cristianismo? Os hindus com seus
milhares de deuses pensavam ser superiores ao cristianismo que lhes apresentava um
único Deus.
Mas, o cristianismo como William Carey e os que o sucederam demonstraram que
tinham tudo a oferecer ao povo da Ásia Central. Mesmo sem levar em conta o dom
gratuito da salvação e da vida eterna, só o cristianismo oferecia as pessoas à libertação
das cadeias do antiquíssimo sistema de castas e do processo interminável de
reencarnações que os escravizava.
Só o cristianismo se aproximava dos “intocáveis” e lhes oferecia esperança para o
momento presente. Só o cristianismo estava disposto a sacrificar seus jovens, homens e
mulheres nos perigos do Sul da Ásia com seu clima excessivamente quente, num amor
desprendido, a fim de erguer espiritualmente seu povo. Os sacrifícios de Carey, Judson
e outros que trabalhavam na Índia e na Ásia foram imensos. Carey e Judson sepultaram
duas esposas cada um, assim como filhos pequenos, mas, nenhum preço era
considerado alto demais para o privilegio de levar o Cristo a essa área do mundo.

MISSÕES NA AMÉRICA CENTRAL

Em fins de 1880 essa área do mundo chamou a atenção de C. I. Scofield,


americano que se tornou famoso pela sua Bíblia editada em linguagem popular. Nesta
época os missionários já estavam em quase metade do mundo, porém, haviam se
esquecido de seus vizinhos do lado. Baseando sua estratégia como considerava um
princípio missionário em Atos 1.8, Scofield decidiu corrigir seu erro:

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“Tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria – América Central é o campo não
ocupado mais perto de qualquer cristão nos Estados Unidos ou no Canadá!
Nós nos esquecemos da nossa Samaria”.

Scofield nasceu em Michigan em 1843 e cresceu no Tennessee. Tendo estudado


Direito foi admitido na Ordem dos Advogados em Kansas em 1869. Serviu na
Assembleia Legislativa e veio ser mais tarde Procurador dos Estados Unidos sob o
Presidente Grant.
Em 1879 quando exercia sua profissão, um cliente testificou a ele e o resultado foi
sua conversão ao cristianismo. Para ele que era escravo da bebida sua conversão foi
dramática. Em 1883, iniciou um estudo intensivo da Bíblia. Durante 13 nos serviu como
Pastor em Dallas e depois fundou a Faculdade Bíblica Filadélfia. Em 1890, fundou o
MAC, depois de quatro meses a missão já tinha o primeiro candidato para Costa Rica.
Em 1894 já havia sete missionários na Costa Rica.
Em 1899, a Guatemala foi atingida e em 1900, a MAC chegou a Nicarágua. Após
10anos a missão possuía 25 missionários trabalhando em cinco áreas da América
Central e a pesar das dificuldades continuou crescendo e está em atividade até hoje,
com cerca de 300missionários em seis repúblicas centro-americanas, além do México.
Porém, se certas sociedades missionárias se interessavam pela América Central
a outra América, a Latina foi negligenciada durante séculos pelos protestantes. No fim
deste século, a percepção desse esquecimento começou a aumentar. Lucy Guineess,
escreveu um livro chamado, “O Continente Negligenciado”, sublinhava a negligencia
espiritual da América do Sul e ajudou a despertar muitos cristãos para sua
responsabilidade. Homens que deram suas vidas pelas missões Latinas: Dave Bacon,
Cecil Dye, Geroge Hosback, Bob Dye e ldon Hunter.

MISSÕES NA AMÉRICA LATINA

É impossível descrever o movimento missionário no mundo do século XX e início


do século XXI, em todos os seus lances, num período de grandes mudanças e de muitas
iniciativas missionárias. O enfoque, portanto, será dado ao contexto latino-americano
deforma geral. Recomendamos o estudo do avanço missionário em outras regiões do
mundo na literatura produzida em cada região. A história do ponto de vista do norte está
nas obras tradicionais e clássicas.

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A Chegada das Missões à América Latina

Através dos descobrimentos e das iniciativas de colonização dos países católicos


romanos do sul da Europa, as missões cristãs chegaram ao nosso continente. Como já
vimos, em 1492, Cristóvão Colombo chega às Bahamas; em 1500, Pedro Álvares Cabral
ao Brasil; em 1519, Hernán Cortés ao México; e, em 1531, Francisco Pizarro ao Peru.
Além do governo de seu país, representavam a fé cristã, que pouco a pouco, invadia as
antigas terras indígenas do Novo Mundo.
Três aspectos que caracterizaram as missões católicas que chegaram à América
Central e do Sul:

 Imposição – a cristianização à força


 Superficialidade – não atingiu a alma do povo
 Sincretismo – aproveitou-se elementos religiosos já existentes e não fez clara
distinção entre o cristianismo e o animismo. Inclusive facilidade pelo misticismo
espanhol e português.

Nem todos os franciscanos, jesuítas e dominicanos que chegaram ao Novo


Mundo eram solidários com os governos conquistadores e colonizadores da Espanha,
Portugal e Itália. Um excelente exemplo é o dominicano Bartolomeu de Las Casas
(1474-1566), que lutou a favor dos indígenas nas Ilhas do Caribe – Espanhola
(República Dominicana e Haiti).As reduções na região das missões principalmente no
atual Paraguai, iniciadas pelos jesuítas, foram modelos de cidades que visavam o
desenvolvimento político, social, cultural, tecnológico e religioso dos Guaranis.
Costuma dividir-se este tempo de missões católicas em três fases:
 Heróica – a conversão e o batismo dos indígenas sem critérios
 Missionária – o ensino mais sistemático sobre a doutrina e a prática cristã
 Paroquial – o estabelecimento do sistema católico mais sólido.

As Missões Protestantes

A primeira tentativa como sabemos foi feita pelos huguenotes franceses, com
achegada de Villegagnon ao Brasil em 1555. Os franceses foram, no entanto expulsos
em 1567e nada sobrou do seu empreendimento “missionário”. A segunda foi a dos

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reformados holandeses entre os anos 1624 e 1654, que também poucos vestígios
deixou. Tentativas parecidas ocorreram, por exemplo, no Panamá pelos escoceses entre
1698 e 1700. Os missionários morávios também trabalharam no continente latino-
americano, principalmente em ilhas do Caribe e na Guiana Holandês.
As primeiras igrejas protestantes que chegaram ao continente e que
permaneceram, vieram no começo do século XIX, através dos imigrantes,
principalmente alemães, ingleses, italianos (valdenses) e americanos, além de outros
grupos europeus. Uma das primeiras igrejas fundadas e que existe até hoje foi a Igreja
Anglicana do Rio de Janeiro, em 1819.
Os primeiros missionários, enviados pelas principais denominações da época,
chegaram nos seguintes anos:

 Presbiterianos: Argentina 1823, Colômbia 1859, Brasil 1859, México 1871 e


Guatemala 1882;
 Metodistas: Brasil 1835, Argentina 1835, Uruguai 1835, México 1872, Chile1877
e Bolívia 1901.
 Batistas: México 1870, Brasil 1881, Argentina 1881 e Bolívia 1895.

O crescimento do movimento evangélico na América Latina tem sido forte durante


o século XX, principalmente na sua segunda metade. Alguns dados estatísticos:

 ' Em 1900, havia nas Guianas, onde a concentração de evangélicos era


maior, em torno de 14.000 membros. No Brasil eram um pouco mais de
11.00 e nos países de fala espana 5.200.
 ' Em 1916, o número total de evangélicos no continente latino-americano tinha
subido para 378.000.
 ' Em 1925 tinha alcançado 756.000; em 1936, sete milhões; em 1967, 15milhões;
em 1987, 37 milhões e no ano 2000, em torno de 80 milhões.

A conferência de Edimburgo em 1910 não considerou a América Latina como campo


missionário por já ser católica, mas, o encontro alguns anos mais tarde no Panamá,
1916,mudou esta visão e há um aumentou de investimento em missões no continente. A
igualdade de direitos dos evangélicos em relação aos católicos (no Brasil, já em 1890)

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foi também um fator que colaborou com a entrada de missionários e o desenvolvimento
da igreja evangélica.
Em termos do movimento missionário latino-americano, as primeiras iniciativas têm
sido por parte das denominações, que desde o fim do século XIX, começaram a enviar
missionários para campos pioneiros dentro do seu próprio país e no começo do século
XX também para outros países. Hoje é, principalmente, o COMIBAM (Cooperação
Missionária Ibero-americana) que representa o movimento missionário da América
Latina.

MISSÕES A PARTIR DO BRASIL

O Brasil tem hoje uma das maiores igrejas evangélicas do mundo. Superado
pelos Estados Unidos da América e pela China, vem em terceiro lugar com cerca de 35
milhões de evangélicos, segundo estimativas. Durante mais de cem anos, os pais têm
recebido missionários de fora e ainda trabalham no Brasil em torno de 2.600
missionários estrangeiros.

Missionários Pioneiros

Como já vimos, também no Brasil foi a Igreja Católica Romana que primeiro
chegou como o Cristianismo. Somente no fim do século XVIII começaram a chegar
imigrantes que trouxeram consigo a Igreja Protestante e ao longo do século XIX varias
igrejas se estabeleceram no Brasil, a partir das colônias étnicas que surgiram.
Iniciativas missionárias, com o intuito de alcançar a população brasileira,
ocorreram mais tarde. Os primeiros missionários estrangeiros que chegaram aos nossos
pais foram:

Justino Spaulding Daniel e Cynthia Kidder

Missionários americanos da Igreja Metodista Episcopal. Spaulding chegou ao


Brasil em 1836 e o casal Kidder em 1837. Estabeleceram a primeira escola dominical,
venderam Bíblias e deram inicio ao trabalho metodista no país. Cynthia faleceu de febre
amarela em1940, levando o seu esposo a voltar aos Estados Unidos. Spaulding

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regressou a sua pátria no ano seguinte. A Igreja Metodista não chegou a ser organizada
neste período inicial, somente1876 em quando um novo missionário J.J. Ranson foi
enviado ao Brasil.

Robert e Sarah Kalley

Chegaram ao Brasil em 1855 vindo da Escócia. Robert era


medico e pastor de origem presbiteriana. Juntos fundaram
a primeira igreja protestante de língua portuguesa, a Igreja
Congregacional no Rio de Janeiro.

Ashbel Green Simonton

Enviado pela Junta de Missões da Igreja Presbiteriana, como seu


primeiro missionário ao Brasil, chegou em 1859. Fundou no Rio de
Janeiro a Igreja Presbiteriana e iniciou um jornal evangélico e um
seminário para formação de pastores brasileiros.

Ana e William Bagby

Casal norte-americano que iniciou o trabalho batista no Brasil.


Eles chegaram em1881, estabelecendo a primeira Igreja
Batista em Salvador no ano seguinte, juntamente com o recém-
chegado casal Kate e Zacarias Taylor. William faleceu em
1939 e Ana 1942.

Gunnar Vingren e Daniel Berg

Missionários suecos que, via Estados Unidos, chegaram ao


Brasil em 1910estabelecendo o trabalho das Assembleias de
Deus na cidade de Belém, PA. Gunnar faleceu em 1933 e
Daniel em 1963.

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Erik e Anna Jansson

Missionários batistas suecos da Missão de Orebro, que chegaram ao Brasil em


1912-1914, respectivamente, para dar atendimento espiritual a colônia de imigrantes
suecos no Rio Grande do Sul. Logo estabeleceram trabalho também entre os brasileiros
sendo a primeira igreja brasileira organizada em 1915 na cidade de Ijuí. O trabalho dos
batistas suecos deu origem a Convenção das Igrejas Batistas Independentes,
organizada com liderança nacional em 1952. Erik faleceu em 1971 com 86 anos de
idade.
Muitos outros missionários chegaram ao Brasil ao longo dos anos. Vindos
principalmente dos Estados Unidos, do Canadá e países europeus como Alemanha,
Inglaterra, Escócia, Holanda, Suíça, Suécia e Noruega, ajudaram a estabelecer a igreja
evangélica em nosso país.

MOVIMENTOS DE DESTAQUE

As últimas décadas têm sido influenciadas, em termos de missões, por vários


movimentos. Destacam-se:

1. - O MOVIMENTO DE LAUSANNE

A partir da conferencia missionária em Lausanne, na Suíça, em 1974, o mundo


evangélico é levado a refletir sobre sua tarefa missionária e sobre a cooperação no
cumprimento da missão. Com o lema ”Toda igreja levando o evangelho a todo homem
em todo mundo”, a conferência alcançou bem mais do que os participantes, criando um
movimento mundial com benefícios incalculáveis para as missões. Conferências
regionais foram realizadas e, em 1989, Lausanne II em Manila. O movimento de
Lausanne quer:

• Dar uma orientação teológica, baseada na Bíblia, acerca da motivação missionária e


seu conteúdo.
• Estimular os cristãos a uma responsabilidade maior pela evangelização que já vem
ocorrendo nas diferentes denominações e movimentos.

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• Inspirar o cristão, individualmente, a um serviço intensivo de intercessão e de ofertar
bem mais para missões.
• Conscientizar os cristãos de que a evangelização e ação social devem acompanhar
uma a outra.
• Possibilitar contatos entre a cristandade evangélica para melhor planejamento e
cooperação.
Ao falarmos sobre missões da igreja, não estamos falando de uma iniciativa
humana para a divulgação de uma religião, mas de uma determinação divina para que o
homem tome conhecimento da razão da vida e dos planos de Deus envolvendo o
passado, o presente e o futuro. O propósito de missões é algo que nasce do coração de
Deus para o coração humano. Deus usa homens em seus planos. É Ele quem chama,
prepara e envia os seus servos às nações para apregoarem as boas novas de
salvação: “Eu, o Senhor, te chamei em retidão, eu te tomarei pela mão. Eu te guardarei,
e ter darei por aliança do povo, e para luz dos gentios, para abrir os olhos dos cegos,
para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas” (Is 42:6,7).

A IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA
Sem a Bíblia a evangelização do mundo seria impossível. Na Bíblia está a fonte
de toda a mensagem a ser divulgada às nações. Nela encontramos o padrão de vida
que Deus deseja para os seus servos. Os seus ensinos nos mostram as coisas que
devem ter prioridade na vida humana, e também nos mostram os perigos das coisas
que Deus recomenda que nos afastemos: “ Mas, quanto aos medrosos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos
idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre,
que é a segunda morte ” (Ap 21:8)... “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais
são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as
contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as Dissenções, os partidos, as invejas, as
bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como
já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus.
Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a
bondade, a fidelidade. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E
os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito ” (Gl 5:19-
25). Podemos afirmar então, que a Bíblia é para o homem o que a bússola é para o
navegador : “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para os meus
caminhos”(Sl 119:105).

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FUNDAMENTOS NO VELHO TESTAMENTO
O Chamado de Abraão, por volta de quatro mil anos atrás, é modelo de missões
no livro de Gênesis que tem seu ponto culminante na vinda de Jesus: “ Ora, o Senhor
disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra
que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o
teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei
àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:1-3).
Em Jesus, as famílias são transformadas e abençoadas. Todos que de apossam do
reino de Deus pela fé são considerados “Filhos de Abraão”. Os próprios judeus se
consideravam filhos de Abraão, porém suas obras testificavam o contrário:
“Responderam os judeus: Nosso Pai é Abraão. Disse-lhes Jesus; Se fôsseis filhos de
Abraão praticaríeis as obras de Abraão” (Jo 8:39). As características das missões cristãs
são as mesmas que vemos também no chamado do profeta Isaias: “Depois disso ouvi a
voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então eu disse:
Eis-me aqui. Envia-me a mim” (Is 6:8). “Eu, o Senhor, te chamei em retidão, eu te
tomarei pela mão, eu te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios,
para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem
em trevas (Is 42:6,7).No Velho Testamento muitos servos foram missionários.Outro
grande exemplo de missões no Velho Testamento encontramos na vida do profeta
Jonas. Deus envolveu o profeta Jonas dentro das características dos missionários de
todos os tempos (Jn 1:1,2). Sua função foi pregar as boas novas ao povo assírio, na
cidade de Nínive. Apesar da relutância de Jonas em atender ao chamado divino, por fim
acabou obedecendo ao Senhor e foi para aquela cidade cumprir a missão que Deus lhe
incumbira. O objetivo de Deus foi realizado, e o instrumento usado foi a pregação do
profeta, que alertou o povo para os perigos de uma vida de pecados. O povo se
converteu e Deus usou a sua misericórdia (Jn capítulos 1-3).

FUNDAMENTOS NO NOVO TESTAMENTO


JOÃO BATISTA - O povo precisava estar preparado para a chegada do Messias
esperado, e a hora era chegada, sendo então, João Batista, aquele que prepararia o
caminho para o Salvador. A pregação de João Batista ativou na mente do povo, que
aqueles dias eram especiais: O Messias já estava na terra e em breve começaria o seu
ministério: “Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia,
dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Porque este é o
anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Ora, João usava uma veste de pelos de
camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e
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mel silvestre. Então iam ter com ele os de Jerusalém, de toda a Judéia, e de toda a
circunvizinhança do Jordão, e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os
seus pecados. Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu
batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura. Produzi,
pois, frutos dignos de arrependimento, e não queirais dizer dentro de vós mesmos:
Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode
suscitar filhos a Abraão. E já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois
que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. Eu, na verdade, vos batizo em
água, na base do arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do
que eu, que nem sou digno de levar-lhe as alparcas; ele vos batizará no Espírito Santo,
e em fogo. A sua pá ele tem na mão, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo ao
celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível” (Mt 3:1-12). Jesus então, começou
seu ministério citando que naquele momento, nele as Escrituras se cumpriram: “
Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o
seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-
o, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto
me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação
aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e
para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente
e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a
dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos ” (Lc 4:16-21).
Missões estava no coração de Deus, e o aspecto mais importante do clímax de
missões divinas encontramos em Jo 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira
que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna”. Jesus deixa as regiões celestes e vem à terra para pregar a mensagem de
Deus aos homens, enfatizando o caminho para a salvação eterna.

A MISSÃO DOS SETENTA


Jesus em seu ministério, além de realizar as obras miraculosas, também
preparava seus obreiros para missões. No Evangelho de Lucas, vemos Jesus enviar
setenta discípulos para anunciar a sua presença por aqueles lugares: “Depois disto
designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante de si, de dois em dois, a
todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir” (Lc 10:1). Jesus os enviou com a
finalidade de anunciar os reino de Deus e a curar os enfermos que houvessem ali (Lc
10:9). Os discípulos vibraram de alegria com o sucesso do resultado daquela missão:
“Voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se
nos submetem” (Lc 10:17). Jesus sabia da importância que era mandar os setenta às
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cidades, porém, sabia também que Satanás iria ficar furioso com a libertação dos
cativos em trevas. Quando os setenta alegremente lhe falaram da benção que foi aquela
missão, Jesus lhes disse: “Eu vi Satanás, como um raio, cair do céu” (Lc 10:18).

A GRANDE COMISSÃO
A responsabilidade do cristão para com a evangelização do mundo está nas
palavras de Jesus que é o imperativo de missões: “Portanto, ide e fazei discípulos de
todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho dito (Mt 28:19,20). Este “Ide”
de Jesus é a chama que acende os corações do servos de Deus, muita das vezes para
deixar as suas pátrias e ir para lugares distantes, não raro, terminar suas vidas como
mártires da fé.

MISSÕES NO LIVRO DE ATOS


A perseguição por parte dos governantes foi no começo a principal causa da
expansão da mensagem da Palavra de Deus. Os cristãos uma vez perseguidos, foram
morar em outros lugares, e com isso levaram a mensagem a outros povos. “...Fez-se
naquele dia uma grande perseguição contra a Igreja que estava em Jerusalém, e todos
foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria” (At 8:1). Filipe evangelizou um
eunuco etíope, obedecendo uma ordem do Espírito do Senhor (At 8:26-39). Este eunuco
etíope se converteu, e possivelmente levou o evangelho para o norte da África. Outro
fator importante para missões foi a conversão do apóstolo Paulo. Paulo fora um grande
perseguidor da Igreja, encarcerando cristãos nas prisões, ameaçando-os de morte,
porém, Deus tinha um grande plano de missões em sua vida: “...Este para mim é um
vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, os reis e os filhos de Israel
(At 9:15). A Igreja de Antioquia enviou a Paulo e a Barnabé numa primeira viagem
missionária (At 13:1-3) com destino a Chipre. Na segunda viagem missionária o apóstolo
Paulo foi acompanhado de Silas, com destino primeiramente a Síria e Cilicia para
fortalecer as Igrejas ali. Em Derbe e Listra Paulo encontrou a Timóteo e o levou
consigo. Na Frígia e na Galácia foram impedidos de levar o evangelho para a Ásia. Na
Macedônia acontece então a o famoso caso da prisão do apóstolo Paulo e de seu
companheiro Silas, que tem como resultado a conversão do carcereiro e de sua família
(At 16:19-34). Em Atenas, Paulo faz o seu inesquecível discurso sobre o “Deus
Desconhecido”, levando à conversão vários gregos (At 17:15-34) Em sua terceira
viagem missionária, Paulo prega em Éfeso, visita outras cidades da Ásia Menor e vai
para a Grécia mais uma vez. Nestas viagens foi que Paulo escreveu suas inspiradas
epístolas que encontramos no Novo Testamento. Suas experiências pregando para
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plebeus e reis, o apóstolo Paulo sofreu acoites, prisões, escárnios, ameaças de morte,
etc. Na história da Igreja primitiva, apesar de haver muitos outros missionários, não
encontramos maior missionário que Paulo.

MISSÕES ENTRE 100-400 d.C.


O maior triunfo das missões cristãs neste período foi a conquista do Império
Romano - a sua cristianização. Naturalmente, não havia nenhuma entidade “missionária
organizada”, sendo o aspecto missionário fruto, na maioria dos casos, de um “Ide
voluntário”, motivado muita das vezes por cristãos espalhados, vítimas de perseguições
por parte de Roma.

MISSÕES ENTRE 400-800 d.C. (O Começo da Era das Trevas)


Na medida que as tribos bárbaras eram cristianizadas, o governo de Roma perdia
suas forças, se enfraquecendo interna e externamente. Com a cristianização de Roma, o
Império perdia o seu aspecto violento e sanguinário para dar lugar a um governo mais
humano e justo. Em suas invasões, os bárbaros respeitavam as propriedades da Igreja,
talvez, porque já viessem de suas terras evangelizados por “missionários voluntários”.
Havia a preocupação da igreja de impedir a expansão das heresias que deturpavam a fé
cristã. Se a igreja por um lado foi vitoriosa, por outro lado deixou a heresia tomar vulto
como fruto da ganância e interesses que eram estranhos aos planos de Deus. A idolatria
a lugares sagrados e veneração dos mártires foram amplamente divulgados pelas
missões católicas neste período. Este período é conhecido como “Era das trevas” que
vai até 1220 d.C., período que a igreja se torna violenta e paganizada pelos interesses
escusos daqueles que almejavam os cargos eclesiásticos para exercer o poder. A Igreja
trocou o poder do Espírito de Deus pelo poder terreno.

MISSÕES ENTRE 800-1200 d.C.


O que não faltou neste período, foi a idéia da unificação da Europa, visando ter
como governo soberano, a Igreja. A missões neste sentido falharam amplamente.
Carlos Magno ainda conseguiu alguma consolidação, mas, surgiam em cena os vikings,
“Os homens do norte”, que matavam cristãos e destruíam igrejas. Em geral, foram os
monges vendidos como escravos ou as jovens cristãs vendidas como escravas que
conquistaram estes selvagens do norte da Europa. Este não foi um período de grandes
movimentos missionários, mas pelo menos injetou ânimo no ambiente cristão para o
testemunho aos pagãos.

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MISSÕES ENTRE 1200-1600 d.C.
Neste período nenhuma campanha se atirara de modo tão enérgico em território
estrangeiro como as Cruzadas lideradas pela Igreja movida pelo espírito viking. Todas
as principais Cruzadas foram lideradas por descendentes de vikings, cujo espírito de
aventura e de guerra ainda prevalecia, influenciando os cristãos pelas principais nações
da Europa. A missão da igreja era tomar posse da Terra Santa, conquistando de volta os
lugares cristãos sagrados, principalmente o Santo Sepulcro. Este espírito de violência
diminuiu em muito o romantismo para levar a mensagem cristã à outros povos com
intuito de salvá-los do pecado. Outro grande inimigo de missões neste período medieval
foi a peste bubônica, que em 1346 ceifou muitas vidas; somente na Alemanha 120.000
frades franciscanos morreram. Esta invasão da peste bubônica se repetiu durante os
dez anos seguintes, se espalhando para o norte e oeste da Europa, sendo que, quarenta
anos depois um terço da Europa tinha morrido. Os grandes líderes católicos estavam
praticamente quase todos mortos, enfraquecendo bastante assim o espírito das missões
católicas, porém não de todo. Entretanto, outro grande gigante poderoso nascia para
fazer frente ao que tinha sobrado do espírito das missões católicas: O espírito
protestante, que exigia uma reforma dentro da igreja romana. A ênfase na justificação
pela fé, o sacerdócio individual do cristão, a Bíblia nas mãos do povo e o espírito
antipapa eram prioridades na mensagem protestante contra o sistema da religião cristã
centralizada em Roma. As missões protestantes tinham uma mensagem a ser divulgada,
e, neste período o que mais contribuiu para que isso acontecesse e a mensagem fosse
espalhada por quase toda Europa, foram mais uma vez, as perseguições. Fugindo das
perseguições católicas, os protestantes acabaram levando a mensagem evangélica por
quase toda a parte, influenciando as gentes e governos que iam aderindo o pensamento
reformista. Durante o período de paz que se seguiria nos séculos XVIII e XIX, é que
realmente foram oficializados os grandes movimentos missionários evangélicos
mundiais.

MISSÕES ENTRE 1600 - ATÉ HOJE


Uma série de fatores contribuíram para fazer do século XVIII uma período positivo
para as missões protestantes mundiais: A era do Iluminismo e do Racionalismo levou as
pessoas de volta a cultura, principalmente a arte e a filosofia, sendo consequentemente
um apoio as idéias reformistas. O espírito crítico e a confiança na razão, tornaram os
cristãos ousados, verdadeiros desafiadores da fé romana, numa luta cujo objetivo era
traduzir a Bíblia nas línguas nacionais e colocá-la nas mãos do povo para que a verdade
não ficasse escondida.

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A Reunião de Oração no Monte de Feno
No continente norte-americano o começo do interesse por missões pode ser
relacionado diretamente com a influência estudantil. Samuel J. Mills Jr. (1783-1818),
nascido em Connecticut, filho de um ministro congregacional, fora consagrado
missionário por sua mãe que declarava: “Eu consagrei este filho ao serviço de Deus.”
Mills converteu-se aos dezessete anos, sendo fruto do grande avivamento iniciado em
1798, que moveu a igreja de seu pai. Em 1806, Mills matriculou-se no Williams College
(Faculdade Williams), em Massachusetts, cujo ambiente fora também influenciado pelo
avivamento religiosos daquela época. Era costume de Mills passar as tardes das
quartas-feiras e dos sábados em oração junto com outros estudantes às margens do rio
Hoosack, em um vale perto da escola. Em agosto de 1806, Mills e os outros estudante
foram surpreendidos por uma tempestade quando voltavam de uma reunião de
oração costumeira, e acabaram encontrando refúgio num monte de feno. Enquanto
aguardavam a tempestade passar, resolveram orar ali, e o pedido especial fora: “Que
Deus despertasse um interesses nos estudantes por missões mundiais.” Esses
primeiros estudantes se colocaram nas mãos de Deus para que usasse suas vidas no
estrangeiro afirmando: “Podemos fazer isso se quisermos.” Dessa entrega pessoal,
acontecida num monte de feno, nasceu a primeira Sociedade Missionária Estudantil da
América. Kenneth S. Lattourett declarou: “Foi a partir dessa reunião de oração no monte
de feno que o movimento de missões estrangeiras das igrejas dos Estados Unidos teve
seu impulso inicial.” Quatro anos depois dessa reunião de oração daqueles estudantes,
os primeiros voluntários já estavam a caminho da Ásia. Um monumento foi erigido
naquele local, em 1867. Na inauguração, Marck Hopkins, presidente da Junta
Americana de Missões Estrangeiras, em sua mensagem afirmou: “Pela primeira vez na
história do mundo uma reunião de oração é comemorada com um monumento.”

MISSÕES NO SUL DA ÁSIA


Na Índia e nas outras partes da Ásia Central, os perigos e sacrifícios eram
grandes. A crueldade implacável do clima, as febres tropicais, a atitude hostil da
população faziam inúmeras vítimas entre os missionários. William Carey e Adoniran
Hudson sepultaram duas esposas cada um, vítimas deste ambiente tão diferente e cheio
de surpresas. Porém, nenhum sacrifício era grande demais quanto o privilégio de
anunciar o dom gratuito da salvação e da vida eterna para um a libertação dos povos
cheios de deuses estranhos que não tinham o poder para livrá-los dos antiquíssimos
sistemas de castas e da crença no interminável processo de reencarnações que
escravizava as pessoas. Com certeza, os primeiros missionários no estrangeiro jamais
esperaram um clima de acordo ou uma população receptiva.
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William Carey
William Carey nasceu em 1761, Inglaterra, viveu uma infância rotineira como filho
de um tecelão, se convertendo na adolescência e se unindo a um grupo de Dissidentes
Batistas. Estudando com muitas dificuldades, aceitou o convite para ser Pastor de uma
pequena Igreja Batista, onde serviu ao Senhor até que fosse chamado para pastorear
uma igreja maior, porém, sem diminuir a chama acesa para missões estrangeiras,
escrevendo e pregando muito sobre o assunto. Carey depois de publicar um livro sobre
o assunto, foi convidado a falar sobre o tema de missões na Associação Batista de
Nottingham, cujos ministros decidiram fundar uma junta de missões que tornou-se
conhecida como Sociedade Batista Missionária. Carey ofereceu-se imediatamente para
o trabalho na Índia, a fim de ser um companheiro adequado para John Thomas, crente
leigo, que havia ido para aquele lugar como médico. Ele foi enviado, e a sua contribuição
para o cristianismo naquelas terras distantes foi algo inestimável. Durante seus anos em
Serampore, província perto de Calcutá, fez três traduções da Bíblia inteira ( bengalês,
sânscrito, e marathi), traduziu o novo testamento e porções bíblicas em muitas outras
línguas e dialetos. O seu comportamento santo, sua disposição para sacrificar os bens
materiais foram as bases do seu sucesso. Os frutos do ministério de Carey, de um modo
geral, foram um grande marco de sua atuação missionária na Índia: A fundação do
colégio Serampore em 1819, para treinamento de fundadores de igrejas e evangelistas
nativos (Carey não queria uma igreja ocidental na Índia, mas, uma igreja com as
qualidades próprias do povo nativo); A Bíblia traduzida para várias línguas orientais. Sua
influência também causou notável impacto sobre aspectos nocivos da cultura indiana,
como a queima de viúvas e o infanticídio.

Adoniran Hudson
Hudson e sua esposa vindo dos Estados Unidos, chegaram à Índia em 1812, e se
associaram durante algum tempo ao ministério de Carey, tendo a distinção de serem os
primeiros missionários norte-americanos no estrangeiro. Filho de um ministro
congregacional, Hudson foi cedo para a Universidade, tendo conflitos com as idéias
deístas de um grande companheiro seu. Após o período universitário, Hudson foi para
Nova Iorque, aonde esperava tornar-se autor de peças teatrais, porém continuava
confuso quanto a fé. Insatisfeito consigo mesmo voltou para Plymouth, e com o
encorajamento do pai e de outros ministros, resolveu aceitar o convite para estudar no
Seminário de Andover. Fora admitido mesmo sem a “profissão de fé”, porém, em
pouco tempo fez uma solene dedicação de si mesmo a Deus. Estimulado pelos
jovens da “reunião de oração no monte de feno”, Hudson juntamente com sua esposa
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viriam a ser os primeiros missionários americanos ao oriente. Em fevereiro de 1812,
treze dias após seu casamento partiram para a Índia. Na Índia ficaram pouco tempo,
viajando em seguida para Burma. Em Burma, as dificuldades não foram poucas, um filho
natimorto, febres tropicais ameaçando suas vidas, um idioma sem letras maiúsculas,
pontuação ou divisão de palavras, foram obstáculos tremendo a serem vencidos. Além
de todos esses obstáculos, para tornar a situação pior, Burma e a Inglaterra romperam
relações, e todos os estrangeiros ali foram considerados espiões. Hudson e um médico
missionário, Dr. Price foram presos, confinados numa cela de morte, onde ficariam
aguardando execução numa cela suja e úmida, infestada de vermes e com os tornozelos
acorrentados, convivendo com criminosos comuns. A hora de dormir era terrível, os
Caras Marcadas (Guardas da prisão com marcas no peito e no rosto por terem sido
criminosos anteriormente) levantavam as correntes pendurando-as numa coluna
suspensa no teto, ficando assim os prisioneiros dormindo praticamente de cabeça para
baixo, encostando no chão somente a cabeça e os ombros. A cada dia eram feitas
execuções, não sabendo assim os prisioneiros quem seria o próximo.. Sua esposa,
Nancy procurava constantemente as autoridades afirmando que Hudson era cidadão
americano, não tendo nada a ver com a o governo britânico. A situação de Nancy era
desesperadora, pois além do sofrimento do marido, encontrava-se grávida. Após o
nascimento da criança, Nancy e o bebe ficaram doentes, enquanto Hudson e muitos
outros prisioneiros foram transferidos da prisão de Burma para um local ao norte, em
face da perspectiva de uma invasão das tropas britânicas. Hudson, marchando com
demais prisioneiros, com os pés em carne viva, ao passar por uma ponte sobre um rio
com o leito seco e pedregoso, sentiu-se tentado a pular e acabar com o seu sofrimento,
mas, resistiu a tentação. Nancy para conseguir visitar seu marido, muitas das vezes
tivera até que subornar os guardas da prisão ou fazer desesperadas súplicas. Na nova
prisão, com o passar do tempo, Hudson teve a liberdade de sair duas vezes por dia para
levar seu filho para ser amamentado por outras mulheres, já que sua esposa estava
doente e não podia amamentar a criança. Em novembro de 1825, depois de quase um
ano e meio de prisão, Adoniram Hudson foi finalmente libertado para servir como
intérprete nas conferências de paz com os ingleses. O período de alegria durou pouco
tempo, Nancy falecera e logo em seguida também a criança; morreram de febre. Hudson
afogava sua tristeza nas traduções que fazia da Bíblia e na evangelização. Seu maior
desafio precisava ainda ser realizado - completar a Bíblia birmanesa. Sua tarefa se
realizou quatorze anos após a morte de Nancy. Hudson casou-se então pela segunda
vez, com Sarah Boardman, tendo oito filhos neste segundo matrimônio. Eles se
ajustaram bem durante os anos em que viveram juntos. Em 1845, no ano em que
nasceu seu último filho, Sarah morreu. Hudson retornou aos Estados Unidos após 33
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anos longe de sua pátria. Durante seu período de descanso na América, foi
praticamente venerado como um verdadeiro herói; todos queriam ouvir suas fantásticas
aventuras sobre o povo de costumes estranhos. Hudson aproveitou sua estadia nos
Estados Unidos e contraiu ali a sua terceira núpcias, com Emily, uma escritora. Viajaram
para Burma em 1846, onde juntos serviram por três anos. Na primavera de 1850,
Hudson gravemente enfermo, partiu numa viagem de navio esperando curar-se, mas,
falecera durante a viagem e foi sepultado no mar. Na hora em que desceram o corpo de
Hudson para sepultá-lo no oceano, um argentino disse: “Para apagar o fogo deste
homem, somente mesmo as águas do Pacífico.”

MISSÕES NA AMÉRICA DO SUL


Na América do Sul, em terras brasileiras, o Brasil teve a felicidade de assinalar no
dia 10 de março de 1557, a oficialização do primeiro culto protestante ,em língua
francesa, segundo o ritual calvinista. Cristãos evangélicos holandeses, nos anos de
1624 e 1630, praticaram cultos sob forma litúrgicas das igrejas reformadas. Apesar
disto, o Brasil não recebeu influência religiosa por parte de missionários evangélicos.
Nesta época ainda prevalecia os poderes religiosos do Santo Ofício da Inquisição, que
perseguia e reprimia a fé evangélica. Se destacam os anos de 1810 e 1834 o
estabelecimento de igrejas evangélicas em condições permanente no Brasil, porém,
destinadas somente aos crentes ingleses e alemães. A primeira tentativa para a
organização de um trabalho evangélico em língua portuguesa se deu com a vinda de
missionários metodistas, que apesar da boa intenção, não tiveram êxito em seu trabalho,
tendo que retornar para sua pátria. Em 1822, a igreja anglicana fixou seu trabalho no
Brasil, em Botafogo, no Rio de Janeiro, cujo culto até hoje é realizado em inglês, para
atender aos evangélicos anglicanos estrangeiros, não tendo assim, nenhuma expressão
na divulgação do evangelho em território brasileiro. A implantação definitiva do
evangelismo brasileiro, em língua portuguesa teve seu pioneirismo com a chegada do
Rev. Robert Reid Kalley, exatamente no dia 19 de agosto de 1855, em Petrópolis,
cidade sede do governo imperial. O Rev. Kalley, cidadão escocês, ministro de origem
presbiteriana, formado em medicina, filosofia e teologia, juntamente com sua esposa,
tinha sofrido uma feroz perseguição em funchal, capital da Madeira em 1938, por parte
de um clero católico ciumento. Fugiu de lá disfarçado como se fosse uma anciã. Com a
ajuda da igreja Livre da Escócia chegou no continente sul-americano, fundando no Brasil
então uma igreja evangélica de sistema de governo congregacional (Sistema
eclesiástico democrático), a partir de então, muitas coisas importantes foram realizadas
com relação a contribuição do Rev. Kalley no Brasil: a) O casamento de evangélico e
demais não-católicos com efeitos civis; b) O direito de sepultamento dos evangélicos e
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não-católicos em cemitérios públicos c) A certidão de nascimento, que era antes
fornecida pela igreja romana, passou a ser algo concedido pelo governo; d) Liberdade
para a venda de Bíblias (o que era ilícito até 1868); e) Separação entre igreja e Estado.
Assim, a obra missionária do Rev. Kalley deixou um campo livre, aberto para as
demais denominações. Muitas foram as igrejas que surgiram como resultado do sua
obra no Brasil. A igreja Congregacional no Brasil tem então como seus fundadores o
Kalley e sua esposa.

MISSÕES NA ÁFRICA
A África Negra, conhecida durante muito tempo como “cemitério do homem
branco”, teve a sua evangelização um pouco tarde; somente em meados do século XX a
mensagem evangélica tomou vulto. O crescimento da igreja no continente africano
durante o século XIX, foi lento e penoso. O avanço das atividades missionárias neste
período foi que abriu caminho pelo Sul da África para que demais missões mais tarde,
pudessem ser implantadas.

Robert Moffat
Robert Moffat foi o patriarca das missões na África do Sul. Ele foi evangelista,
tradutor, educador, diplomata e explorador, requisitos que o tornaram um dos maiores
missionários da África em todos os tempos. A Sociedade Missionária Londrina foi a
responsável pelo envio deste gigante do evangelho ao solo africano. Na Cidade do
Cabo, Moffat encontrou-se pela primeira vez com Afrikaner, terrível líder dos hotentotes,
que fora domado por um missionário holandês, a partir dali o ideal missionário seria
civilizar Afrikaner e seu povo. Enfrentar superstições tribais era outro grande obstáculo:
Em Kuruman, Moffat fora acusado de ser a causa dos longos períodos de seca, quando
os “fazedores de chuva” não conseguiam fazer chover. Em 1823, a situação conseguiu
mudar, Moffat ganhou grande prestígio como líder entre os bechuanas, evitando com
sua perícia diplomática e arranjos militares os confrontos entre as tribos nômades que
começavam a invadir as planícies áridas. A parti de então, estava assegurado o
prestígio de Moffat na África.

David Livingstone
Livingstone nasceu na Escócia, terra natal de tantos grandes missionários, e teve
como objetivo, seguir os passos de Moffat na África, coisa que realizou com grande
empenho. Jamais houve nas lendas missionárias, homem tão celebrizado quanto David
Livingstone. Ele foi o herói que a Inglaterra, nos tempos vitorianos, precisava.
Proveniente de um lar humilde, Livingstone teve uma infância difícil, converteu-se ainda
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na adolescência, estudou teologia em Glasgow, e aos 27 anos estava pronto para sua
carreira missionária. Em 1840, cheio de expectativas, viaja para a África, estudando a
bordo, durante treze semanas, a língua nativa de Kuruman. Ao chegar, ficou
momentaneamente decepcionado com a região escassamente povoada, e com o próprio
desentendimento entre os missionários. Sua esposa teve que superar grandes lutas,
percorrendo com os filhos e o marido as terríveis trilhas da África, enfrentando inúmeros
perigos (selvagens e feras entre outros tantos), com expedições de desbravamento.
Livingstone voltou algumas vezes á Inglaterra, sendo reconhecido como herói nacional.
Em 1º de maio de 1873, Livinstone fora encontrado morto, ajoelhado junto ao seu leito.
Sua vida e dedicação, inspirou e é possível inspirar até hoje missionários de todo o
mundo.

MISSÕES DIRETAS
Por missões diretas subtende-se o evangelismo dentro da própria pátria, falando à
sua própria gente. Alguém evangelizando dentro de seu país, não terá nenhuma
dificuldade de cultura com respeito a alimentação, idioma, costumes, etc. Em qualquer
lugar será entendido, e não precisará de nenhum tipo de adaptação, pois qualquer
pessoa conhece seus direitos e deveres dentro de sua própria pátria. Nada praticamente
lhe será estranho, as dificuldades poderão com facilidade ser superadas. Talvez, entre
o Norte e Sul, sentirá um pouco a diferença do clima, o sotaque das pessoas, mas, nada
disso o fará sentir-se um estranho; as casas, as pessoas, o sistema de comunicação, os
lugares de compras, as autoridades civis e militares, tudo lhe é praticamente familiar.
Este é o tipo mais comum de missões. Naturalmente, a maioria das juntas missionárias
estão envolvidas com missões dentro de sua própria nação - o evangelismo direto.

MISSÕES INDIRETAS
Se por missões diretas entendemos o evangelismo sem nenhum tipo de
dificuldade de adaptação de cultura por parte do missionário, por missões indiretas
queremos expor o sistema de evangelização que trás um pouco de dificuldade cultural,
porém sem trazer mudanças drásticas na vida do missionário. Em muitos países os
cristãos não podem entrar diretamente como missionários, mas, podem entrar como
funcionários de determinadas empresas, professores e como assistentes sociais em
muitas organizações não governamentais. Desta forma, sua primeira função é como
profissional, porém, dentro do seu trabalho, ele aproveita para divulgar o evangelho nas
oportunidades que surgem. Em grande exemplo deste fato são os cristãos que são
empresários que negociam tapetes persas em países muçulmanos. Eles e seus
funcionários pregam o evangelho nestes locais, aproveitando a permissão concedida
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devido os empreendimentos dos negócios financeiros. As ONGs que atuam como fonte
de ajuda social às populações também são uma grande fonte de evangelização indireta,
pois, são bem aceitas em países pobres.

MISSÕES COMPLEXAS OU TRANSCULTURAIS


Este é o tipo de evangelismo difícil e complexo o qual chamamos de Missões
Transculturais. As dificuldades são todas possíveis, mudando por completo todo aspecto
cultural de origem do missionário. Qualquer cidadão do ocidente que viajar para o
continente africano ou para a Ásia, estranhará praticamente tudo. Todas as coisas lhe
serão completamente diferente das suas experiências vividas até então. A comida, o
uso e costumes das tradições, as pessoas, o idioma, a roupa, o sistema das autoridades
civis e militares serão totalmente algo novo, que exigirá muita força de vontade do
missionário para acostumar-se, pois os choques e as surpresas serão um atrás da outro.
Ex: Na África, se uma pessoa ganha um capa nova de frio, irá usá-la orgulhosamente no
verão para exibir, sem nenhum constrangimento, seu presente em público. Na África do
Sul, uma mulher brasileira levaria um susto quando ao cumprimentar outra mulher, fosse
beijada nos lábios. Causaríamos estranheza ao povo do Sudão, se ao oferecermos algo
a alguém e não usássemos as duas mãos, pois ninguém ali usa somente uma das
mãos. O Hindu acha que as pessoas do ocidente não tem noção de conforto , pois nós,
os ocidentais, somos capazes de ficar duas horas em pé numa reunião, caso não haja
assentos, ou ficamos dormindo em cadeiras desconfortáveis em rodoviárias ou
aeroportos, enquanto eles imediatamente se sentariam ou deitariam num chão que
estivesse limpo. Outro choque cultural Hindu quanto a nossa cultura, é o nosso hábito de
higiene, pois estranhamos vê-los sempre comendo com a mão, porém eles afirmam que
não tem nenhum problema, pois não colocam suas mãos na boca de ninguém, enquanto
que as colheres e garfos com os quais nós comemos, eles jamais usariam, pois já
entraram em muitas bocas. No Haiti, o sapato não é uma questão de se poder usar ou
não. Por que? Não é falta de dinheiro, o problema é que o sapato é símbolo de classe
social. Quando alguém procura um médico em favor de outra pessoa, é normal que o
médico pergunte: “Ele tem sapatos ou não?” No caso de uma resposta afirmativa,
significa que o paciente é alguém que tem dinheiro. Em muitos lugares da África, muitas
mulheres sempre estarão usando um tipo de roupa que deixa à mostra um dos seios.
Nestes lugares só as meretrizes usam blusas, pois, obtêm o dinheiro para comprá-las
usando seus corpos - as demais jamais tem dinheiro. Em certas aldeias da África, os
nativos entrarão na casa de um missionário a qualquer hora do dia ou da noite (não é
permitido ter trancas nas portas) e pegarão o que precisarem, como se fossem suas
coisas, esperando que a família do missionário faça a mesma coisa caso precise de
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algo. Até mesmo se quiserem presentear alguém, tais nativos pegarão qualquer objeto
que acharem por bem na casa alheia e o darão como como se fosse algo seu.
Tais lugares de culturas primitivas terão que ser carinhosamente aceitos pelos
missionários que desejem pregar a Palavra de Deus ao povo. Isto não significa que tais
culturas estão erradas, pois aprenderam aqueles estilos de vida, tal como nós
aprendemos o nosso. O missionário deverá ter todo o cuidado para não ferir os
princípios culturais dos outros povos, devendo respeitá-los, tal como gostaria que eles o
fizessem caso estivessem visitando a nossa cultura. O missionário deverá ter muito
cuidado na fundação de igrejas nestas terras estranhas, pois ideal será gerar uma igreja
dentro da cultura nacional nativa, e não uma igreja estrangeira de difícil adaptação para
tais povos. A formação de uma liderança nacional nativa se faz necessário para que a
mensagem da igreja seja aceita sem complicações para os demais.

CONQUISTANDO CULTURAS DIFERENTES


O fracasso de muitos missionários no estrangeiro que tiveram que voltar para sua
terra, na maioria dos casos, provém de dois fatores: Ou não conseguiram adaptar-se a
nova cultura, ou não conseguiram pregar a mensagem de uma maneira que pudesse ser
entendida. Será difícil falar em pecados para uma tribo onde ninguém se acha pecador.
Será difícil falar de condenação divina aonde todos acham que jamais quebraram
qualquer princípio das divindades. Na China ninguém tem a idéia de um Deus pessoal.
As pessoas crescem sabendo que no universo existem dois princípios eternos: O
Masculino e o Feminino. Tudo aquilo que é bom, seco, claro, o dia, o homem, o bem, a
alegria, isto é masculino ou Ying; Tudo o que frio, úmido, escuro, as doenças, o mal, a
mulher, isto é feminino ou Yang. Estes dois princípios são eternos. Para o cristão será
sempre difícil pregar sobre um Deus único, criador do universo, numa cultura assim,
porém, não é impossível. Nestes tipos de culturas, o missionário não pode chegar
imediatamente evangelizando como se estivesse dentro de sua própria cultura. É
preciso esperar até que se conheça o suficiente do novo ambiente para adaptar-se a
nova cultura, até que o reconheçam não mais como um estrangeiro completamente
diferente, mas, como “um deles” - alguém que assumiu para si aquele novo sistema de
vida. Uma vez conhecendo os costumes, tradições e crenças desses povos, o
missionário deverá identificar o que na guerra os militares chamam de “Cabeça de
Praia”, e a partir dali anunciar a Palavra de Deus. “Cabeça de Praia” é aquele lugar que,
em terras inimigas, os soldados desembarcam para entrar e conquistar o adversário.
Em missões estrangeiras não é diferente, o cristão deverá conhecer com profundidade
as tradições do povo a ser evangelizado, e procurar um ponto de apoio dentro dessas
crenças estranhas que esteja de acordo com algum ensino bíblico, e começar a anunciar
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o evangelho a partir dali. Ex. Os karens criam que um grande deus de nome Y‟wa há
muito tempo havia dado as seus ancestrais um livro sagrado, o qual foi perdido com
passar do tempo. A lenda afirmava que algum dia um mestre da verdade iria aparecer,
carregando debaixo do braço um objeto preto (O tal livro) e iria anunciar coisas grandes
tais como o segredo da imortalidade. O primeiro missionário a estar entre os karens,
George Boardman, descobriu a lenda e passou a andar com um Bíblia preta entre eles,
o que chamou muita a atenção, pois cada vez que falava era ouvido com muita
expectativa por parte dos nativos. Baseando-se na esperança deles na imortalidade,
falou que Y‟wa ( Associando-o a nome Yavé) tinha enviado seu representante a dois mil
anos atrás. Assim, passou a pregar a vida eterna em Cristo. Um grande movimento do
Espírito de Deus logo levou 100.000 Karens a Cristo. Entre muitos outros casos de
missionários que encontraram uma “Cabeça de Praia” para começar evangelizar, está a
experiência de Gordon Larson com o povo Damal, habitantes da ilha de Irian Barat.
Este povo esperava que uma era chamada Hai um dia surgisse. Hai (Palavra com
sentido redentivo) seria uma era dourada, quando então cessariam todas as guerras,
não haveria mais opressões e nunca mais haveria enfermidades. O missionário Gordon
Larson passou a pregar que a era Hai já estava bem próxima, e que Cristo em breve
viria implantá-la a toda humanidade, quando então começaria com o seu reino milenar
de paz. Em pouco anos igrejas surgiram por quase todas as vilas damais. O próprio
apóstolo Paulo é um grande exemplo de fazer uso desse recurso para começar a
anunciar a Palavra de Deus. Encontramos este fato quando Paulo está no areópago de
Atenas falando aos atenienses sobre um altar que era edificado por eles a um deus
desconhecido; a partir deste aspecto da crença ateniense, Paulo anunciou sobre o
verdadeiro Deus, associando-o àquele deus desconhecido: “ E, tomando-o, o levaram ao
Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa De que falas? Pois
tu nos trazes aos ouvidos coisas estranhas; portanto queremos saber o que vem a ser
isto. Ora, todos os atenienses, como também os estrangeiros que ali residiam, de
nenhuma outra coisa se ocupavam senão de contar ou de ouvir a última novidade. Então
Paulo, estando de pé no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vejo que
sois excepcionalmente religiosos; Porque, passando eu e observando os objetos do
vosso culto, encontrei também um altar em que estava escrito: AO DEUS
DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais sem o conhecer, é o que vos anuncio. O
Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não
habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos
humanas, como se necessitasse de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a
vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez todas as raças dos homens, para
habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados
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e os limites da sua habitação; para que buscassem a Deus, se porventura, tateando, o
pudessem achar, o qual, todavia, não está longe de cada um de nós; porque nele
vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas
disseram: Pois dele também somos geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não
devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra
esculpida pela arte e imaginação do homem. Mas Deus, não levando em conta os
tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam;
porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do
varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre
os mortos. Mas quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e
outros diziam: Acerca disso te ouviremos ainda outra vez Assim Paulo saiu do meio
deles. Todavia, alguns homens aderiram a ele, e creram, entre os quais Dionísio, o
areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros (At 17:19-34).

RESUMO DA HISTÓRIA DE MISSÕES


ANTES DE CRISTO:
A Diáspora – espalhando judaismo
O Helenismo – uma única linguagem
A Pax Romana
Viagens mais seguras
Fraqueza religiosa

DEPOIS DE CRISTO:
Segundo Eusébio (cerca 260-340 d.C.) e a tradição, os discípulos levaram o
Evangelho até os seguintes lugares:
João: Ásia
Pedro: Ponto, Galácia, Bitínia e Capadócia
André: Cítia
Bartolomeu: Índia
Tomé: Partos (Irã, Iraque e Paquistão) e Índia
Marcos: Egito
Simão, o zelote: Pérsia
Tiago, o grande: Espanha
Tiago, o justo: Arábia
Filipe: Frígia

100 d.C. e Além:


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O Evangelho chegou até o mundo conhecido.
Havia mais ou menos 300.000 cristãos. Até 300 d.C. havia mais ou menos 8
milhões de cristãos.
Em 306 d.C. Imperador Constantino possível convertimento.
O Imperador Teodósio fez que o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado.
As outras religiões se tornaram ilegal.
Concílios Importantes:
Nicéia (325 d.C.) - Tópico: A natureza de Cristo dentro da Trindade
Constantinopla (381 d.C.) – Tópico: O modo em que a humanidade e a divindade
se relacionam em Jesus Cristo. Conflito entre a escola de Alexandria (alegorista) e a de
Antioquia (literalista).
Éfeso (421) – Tópico: a maneira de Jesus Cristo vir ao mundo, e qual foi a sua
natureza na encarnação.
Calcedônia (451) – Tópico: A humanidade e a divindade de Cristo. A questão de
uma natureza ou duas.

Período Sombrio
100-500 d.C.:
O poder político começou corrompeu a Igreja.
Criação do monasticismo:
“foi utilizado por muitos anos a estrutura missionária mais utilizada para expandir o
Evangelho” (resumo do Ekstrom)

500-1000 d.C.:
Igreja Nestoriana levou o Evangelho até China. A Igreja apoiou:
Vida monástica com celibato
Escola para missionários
Islã começou em 622 como força religiosa, política e militar alcançando várias
partes do Oriente Médio, norte da África, sul da Europa e Índia

Cruzadas:
1ª - conquistou Jerusalém em 1098 d.C.
2ª - foi derrotada em 1187 d.C.
3ª - Tentativa de refazer-se a 2ª
4ª - Conquistou Constantinopla
A reputação ruim desta época permanece até hoje.

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Pré-reforma:
John Wycliffe (1330-1384) – Inglaterra
Jan Hus (1372-1415) – Praga

Reforma:
“A separação da igreja do Estado, a verdadeira compreensão do Evangelho e
uma nova estrutura contextualizada para a igreja foram as grandes obras do movimento
reformador.” (resumo do Ekstrom)
Martino Lutero (1483-1546) tentou trazer reformas a Igreja e foi excomungado.
João Calvino (1509-1564) e Coligny (dos protestantes “Huguenotes” em França)
estabeleceram colônias nas Américas para evangelizar os pagãos.
Os anabatistas da Suiça
Os menonitas da Holanda

O Período dos Descobrimentos (1600-1800 d.C.):


Exploradores da Espanha, Portugal e Ítalia
Pioneiros da Inglaterra, França, Holanda e Dinamarca
Alguns missionários:
Bartolomeu de las Casas (1474-1566) - o primeiro sacerdote ordenado na
América; defensor dos índios
Matteo de Ricci (1552-1610) – jesuíta missionário na China
Os Jesuitas – padres que quiseram expandir o Evangelho por instrução religiosa;
chegaram no Brasil em 1549
Puritanismo (1700): movimento para purificar a igreja inglesa; o livro “O Peregrino”
por John Bunyan
Pietismo (fim do 1600): da igreja luterana alemã; surgiram os seguintes
movimentos missionários:
Missão de Halle: em cooperação com o governo demarques; começou por enviar
Bartolomaus Ziegenbalg para Índia.
Morávios: liderado por conde Zinzendorf, chegaram aos 5 continentes com 208
missionários até 1732dC. Em 1882 tinha 335 missionários e 1500 nacionais. Proporção
de missionários por membros: 1 por 25 – um recorde na história de missões.
Irmãos Wesley, John e Charles: metodistas; começaram alcançando os operários
ingleses e depois por todo o mundo.

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CONCLUSÃO

Poucas vezes foi possível, na historia da Igreja ou do mundo, indicar algo que seja
inconfundivelmente novo. Mas, no século XX surgiu um fenômeno que „‟e sem duvida
novo, pela primeira vez existe no mundo uma religião universal, o cristianismo. Foi esta
a única religião entre o Budismo e o Islamismo, a saber, adaptar-se em cada continente
e quase que em todos os pais. Em muitas zonas a situação pode ser precária e pequeno
o número de fieis, contudo, em todos os pais a religião cristã mostra ser uma minoria
dinâmica que se enraíza a cada dia mais fortemente, não por importações estrangeiras,
mas, como Igreja universal do Senhor Jesus Cristo.
A história missionária, no entanto, tem mostrado altos e baixos quanto à
receptividade do Evangelho e à participação da Igreja. “A missão da igreja é sair das
quatros paredes, de sua cultura, de seu povo, de sua língua e de seus costumes para
anunciar àqueles que estão perdidos o Evangelho redentor de Cristo. Pois Ele salva o
pecador que arrependido, se entrega aos seus cuidados”. Portanto, realizar missões é
uma tarefa de todos nós. “Cabe-nos continuarmos construindo esta história dia após dia,
obedecendo ao ide de Jesus, não olhando para as dificuldades, que com certeza
surgirão, mas tendo a certeza que o Senhor colocou diante de nós uma porta aberta, e
ninguém a pode fechar.”

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Avaliação de História de Missões

1- A igreja primitiva era do tipo genuinamente missionária. Havia os que trabalhavam


em tempo integral como:

a) Paulo e Silas
b) Paulo e Pedro
c) Paulo e Barnabé
d) Paulo e Mateus

2- ...Foi chamado de “o pai das missões modernas”.

a) Willian Batista
b) Willian Dorothy
c) Willian Barros
d) Willian Carey

3- ...Deu início as missões “novas tribos”.

a) Cameron Donald
b) Cameron Townsend
c) Donald McGavran
d) Cameron Taylor

4- Povos ocultos são um...

a) Grupo de pessoas civilizadas


b) Grupo de pessoas que moram na cidade
c) Grupo de pessoas que estão socialmente isoladas
d) Grupos de pessoas que moram no campo

5- Quando começa a história de missões?

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6- Que mandamento missionário foi dado a Israel e a nós?

7- Quem foi Hudson Taylor?

8- Quais são os dois destaques a serem observados no 1º período da história


missionária?

9- Em sua opinião qual é a importância da bíblia na língua pátria?

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10- Faça uma pesquisa sobre algum missionário (a /os) que lhe chama atenção e
faça um breve resumo sobre a história.
QUESTIONÁRIO AVALIATIVO VALENDO A NOTA
01) Comente Sobre o Fundamento de Missões no V.T.
02) Comente Sobre o Fundamento de Missões no N.T.
03) Qual a Importância da Grande Comissão Para Nós Hoje?
04) Comente Sobre o Período Histórico Que Dá Início ao Período das Trevas.
05) Quais Os Resultados da Cristianização do Império Romano?
06) Comente Sobre Missões Entre 1200-1600 d.C.
07) Em que Sentido a Reunião de Oração no Monte de Feno Foi Importante Para
Missões ?
08) Qual a Diferença Entre Missões Diretas, Indiretas e Complexas ?
09) O Que Representa a Expressão “Cabeça de Praia” em Missões ?
10) Quais São os Requisitos Básicos Para o Sucesso de um Missionário ? (Dê Sua
Opinião Pessoal).
11) Em Que Sentido Se Poderia Entender o Fracasso de Um Missionário ? (Dê Sua
Opinião Pessoal).

RASCUNHO
REFERÊNCIAS
1.GONZALEZ, Justo L. História do Movimento Missionário. São Paulo: Hagnos, 2008.
2.TUCKER, Ruth A. Missões até os confins da terra: uma história biográfica. São Paulo: Shedd
Publicações, 2010.
3.WINTER, Ralph D. HOWTHORNE, Steven C., BRADFORD, Kevin D. Perspectivas no Movimento
Cristão Mundial. São Paulo: Vida Nova, 2009.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1.BURNS, Bárbara Helen. Contextualização: a fiel comunicação do Evangelho. Anápolis: Transcultural,
2007.
2.GODIM, Ricardo. Missão Integral: em busca de uma identidade evangélica. São Paulo: Fonte
Editorial, 2010.
3.GUTHRIE, Stan. Missões no Terceiro Milênio: 21 tendências chave para o século XXI. Monte Verde:
Horizontes, 2003.
4.PADILLA, René. O que é Missão Integral? Viçosa: Ultimato, 2009. TAYLOR, Willian D. Valioso
demais para que se perca. Um estudo de causas e curas do retorno prematuro de missionários.
Londrina: Descoberta 1998.

BIBLIOGRAFIAS INDICADAS
1. BENDOR-SAMUEL, Paul. A Missão invertida: a igreja local e as idas e vindas dos missionários.
Viçosa: Editora Ultimato, 2014.
2. BOSCH, David J. Missão transformadora: mudança de paradigmas na teologia da missão. São
Leopoldo: EST; Sinodal, 2002.
3. BUNYAN, John. O Peregrino: A Viagem do Cristão da Cidade da Destruição para a Jerusalém
Celestial. É um livro escrito pelo pastor batista John Bunyan e publicado na Inglaterra em 1678.
4. CARRIKER, C. Timoteo. O Caminho Missionário de Deus. Uma Teologia Bíblica de Missões. São
Paulo: Sepal. 2001.
5. CLOUSE, Robert G.; PIERARD, Richard V.; YAMAUCHI, Edwin M. Dois reinos: a igreja e a cultura
interagindo ao longo dos séculos. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.
6. DEVER, Mark. Entendendo a Grade Comissão. São Paulo: Fiel, 2019.
7. ENGEN, Charles Van. Povo Missionário, Povo de Deus: por uma redefinição do papel da igreja local.
São Paulo: Vida Nova, 1996.
8. FERNANDES, Tomé A. Igreja, missão e missões. Rio de Janeiro: UFMBB, 2014.
9. GASPAR, kelem. Pakau Oro Mon: a chamada, o preço, a recompensa. Ananindeua-Pa: Canal 16
Editora, 2011.
10. _____. O segredo do campo Missionário. Vila Velha: Above Publicações, 2013.
11. GODIM, Ricardo. Missão Integral: em busca de uma identidade evangélica. São Paulo: Fonte Editorial,
2010.
12. GONZALEZ, Justo L. Cultura e evangelho: o lugar da cultura no plano de Deus. São Paulo: Hagnos,
2011.
13. GREENWAY, Roger. Ide e fazei discípulos: uma introdução às missões cristãs. São Paulo: Editora
Cultura Cristã, 2001.
14. GUTHRIE, Stan. Missões no Terceiro Milênio: 21 tendências chave para o século XXI. Monte Verde:
Horizontes, 2003.
15. LIDÓRIO, Ronaldo. Os essenciais da missão. Manaus: Instituto Antropos, 2011.
16. MELLO, Sergio S. Victalino de. Igreja Missionária, igreja Cuidadora: ajudando na tarefa de cuidar
integralmente dos comissionados. Recife: Top Produções Gráficas, 2014.
17. PIPER, John. Alegrem-se os povos: a supremacia de Deus nas missões. São Paulo: Cultura Cristã,
2012.
18. SILVA, José Leonel dos Santos. Antropofagia Missional. Belo Horizonte: Editora Koinonia. 2019.
19. _____. Hiperetologia. São Paulo: Editora Lucel. 2018.
20. _____. Pregação Expositiva no Contexto Animista. São Paulo: Editora Lucel. 2018.
21. _____. Barnabé: o filho do encorajamento. São Paulo: Editora Lucel. 2020.
22. STOTT, John R.W. Contracultura Cristã. São Paulo: ABU Editora, 1981.
23. PALEARI, Giorgio. Espiritualidade e Missão. São Paulo: Paulinas, 2005.

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