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SETEBISBA
Seminário Teológico Batista
Independente do Sudoeste da Bahia
2023.2
TEOLOGIA DE
MISSÕES
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5
1. ANTIGO TESTAMENTO 8
1.1.Teologia de Missões no Pentateuco 8
1.2.Teologia de Missões nos Livros Históricos 13
1.3.Teologia de Missões nos Livros Poéticos 17
1.4.Teologia de Missões nos Livros Proféticos 21
2. NOVO TESTAMENTO 33
2.1.O Ministério de Jesus como um Modelo 33
2.2.Teologia de Missões nos Evangelhos 37
2.3.Teologia de Missões em Atos dos Apóstolos 45
2.4.Teologia de Missões nas Epístolas Paulinas 48
2.5.Teologia de Missões nas Epístolas Gerais 78
2.6.Teologia de Missões em Apocalipse 81
3. TEMAS TEOLÓGICOS DE MISSÕES 92
4. TEOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS DE MISSÕES 95
4.1.Evangelical – Textos de Lausanne 95
4.2.Pentecostal 99
4.3.Ecumênico – Conselho Mundial de Igrejas 102
4.4.Católica Romana 103
5. TEOLOGIA SOCIAL DE DE LIBERTAÇÃO 107
5.1.Os instrumentos e as motivações da TL 107
5.2.Temas chaves da TL 108
5.3.Uma avaliação evangélica da TL 108
6. ORTODOXA 112
6.1.Teologia de Missão Ortodoxa 113
7. TEOLOGIA CONTEXTIALIZADA DE MISSÕES 114
7.1. Pressupostos de uma teologia contextualizada 114
CONCLUSÃO 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 120
ANEXOS 122
Avaliação de trabalhos 122
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Ementa
Curso Disciplina
MÉDIO EM TEOLOGIA (LIVRE) TEOLOGIA DE MISSÕES
Créditos Carga horária Código da Disciplina
4 64 horas
Instituição:
JET – JUNTA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DAS IGREJAS BATISTAS INDEPENDENTES
Descrição da Disciplina:
Esta apostila visa ser um guia geral do estudo de Teologia de Missões nos seminários e
cursos bíblicos vinculados à Junta de Educação Teológica. A carga horária prevista é de 64
horas/aula, equivalente a 4 créditos em nível superior (pós-secundário).
Objetivos:
Conteúdo prográmático:
Avaliação:
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
INTRODUÇÃO
DEFINIÇÕES
Missão - Do latim missio, tradução do grego apostelo - que significa enviar. Apóstolo e
missionário são, portanto, sinônimos com base no significado original da palavra. Porém,
normalmente usamos o título de apóstolo para os discípulos de Jesus, e alguns dos líderes do
Novo Testamento, como por exemplo o apóstolo Paulo.
Missio Dei - Missão de Deus. A missão começa e pertence a Deus. Somos cooperadores com
Ele em Sua missão.
A missão da Igreja - É a tarefa dada à Igreja por Jesus Cristo quando envia os seus discípulos.
A missão da Igreja abrange diferentes áreas, sendo tanto uma comunidade terapêutica, como
também um agente do reino de Deus para a expansão do Evangelho. Podemos incluir na
missão da Igreja aspectos como evangelização, ensino, louvor e adoração, comunhão,
diaconia e ajuda aos necessitados, intercessão e oração pelos enfermos e, claro, missões. A
igreja é enviada por Jesus para dentro da sociedade, fazendo diferença a partir dos conceitos
e valores do reino de Deus, mas ao mesmo tempo, a igreja, também, é enviada para fora de
seu contexto, ao mundo todo, levando o Evangelho a todas as pessoas em todos os povos e
nações.
Missões – Usamos o termo missões, no plural, para definir o envio de pessoas e recursos para
comunicar o Evangelho e plantar igrejas em outras localidades. O objetivo é que uma igreja
seja formada em cada lugar, bairro, cidade, província e nação; que tenha a capacidade de
representar o reino de Deus em sua localidade e de engrandecer o nome do Senhor. A ênfase
está no envio, podendo ser, para um local próximo ou distante.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Evangelizar/ Evangelização. São os termos que usamos para descrever a ação da igreja local
e do missionário no campo para comunicar as Boas Novas de Salvação.
Cristianizar - Colonizar - Civilizar. Estes são termos amplamente usados durante a expansão
missionária nos séculos de colonização europeia ao redor do mundo. Desde os
descobrimentos pelos países católicos (Espanha, Portugal e Itália) a ideia era cristianizar os
povos das terras conquistadas. O entendimento era que, ao serem colonizadas e
cristianizadas, as pessoas seriam mais civilizadas. Não havia compreensão ou respeito pelo
fato de já terem sua própria civilização. Os três “Cs” acompanharam as missões protestantes
e evangélicas durante os séculos 18 a 20, até que houve a independência das colônias e o
surgimento de uma Igreja nacional.
Contexto Receptor
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
A MISSIOLOGIA E A TEOLOGIA
É natural que a história da missiologia, teologia de missões, se confunda com a própria história
da teologia de forma geral. No entanto, têm-se discutido qual é o primeiro, o original. A
teologia nasce da missiologia ou vice-versa Dentro da premissa que toda a teologia tem a ver
com o plano redentor de Deus, a missão de Deus, Missio Dei, os conceitos missionais tornam-
se os mais básicos e fundamentais de toda a teologia.
Reflexão:
1. Qual é a sua definição de missões
2. Quais são os desafios de se fazer teologia em nossos dias
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
1. ANTIGO TESTAMENTO
Deus, o criador, não é apresentado; sua existência é dada por natural e certa.
• Deus é um Deus dinâmico – sua palavra é “dynamis” – fala e acontece
• Deus não é estático – há uma constante criação
• Deus é sistemático – existe um plano por detrás de sua ação
• Deus é o Criador – o verdadeiro dono de tudo
• A reconciliação com Deus reconecta o homem com seu Criador e a vida espiritual é
restabelecida; mas isso também tem implicações em outras dimensões do ser humano,
como as emoções e o relacionamento com outras pessoas (psicológico e social ); e com o
físico (corpo e natureza).
A Queda - Gênesis 3
O capítulo 3 nos ensina sobre a queda do ser humano na armadilha do inimigo,
Satanás. A consequência do pecado de querer ser igual a Deus e de desobedecê-lo é muito
grave.
Três constatações:
• Não há discussão sobre a origem do mal (explicação só no Novo Testamento)
• O homem torna-se um rebelde
• O homem nega sua responsabilidade
Ensinos Aplicados:
• O homem quer ser autônomo, independente – não obedece a Deus
• Deus procura o bem do homem – “Adão onde está você?”
• A graça de Deus (graça universal) impede a corrupção total
• Não podemos subestimar a força do pecado
• A conversão é uma nova criação, não uma melhoria da fachada
• A promessa de salvação – Gn. 3.15. No capítulo que descreve a queda está a promessa de
redenção do ser humano por meio da descendência de Eva. É a primeira profecia sobre
Jesus Cristo.
O dilúvio – Gênesis 6 a 9
Nos capítulos seguintes, vemos como o pecado afetou o relacionamento entre as
pessoas e o crescimento do mal entre os homens. O resultado é que Deus envia o dilúvio.
Ensinos Aplicados
• Em sua liberdade o homem pensa que pode viver sem Deus – humanismo
• Deus tem um limite estabelecido para o pecado
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Ensinos Aplicados:
• A liberdade tem seus limites
• O perigo das tendências nacionalistas
• As diferentes culturas fazem parte do plano original de Deus
Reflexão: Quando chegamos ao final desta parte da história de Deus com a humanidade, é
importante notar que Deus ainda quer se relacionar com o ser humano. Seu plano é que o
homem preencha a terra e não fique em um só lugar tentando ser grande e forte confrontando
o Criador. Deus criou uma terra com diferentes climas e natureza diversificada com o intuito
de que o ser humano estivesse em todas as geografias. A confusão de línguas por ocasião da
Torre de Babel não foi uma maldição, mas o avanço de um processo que iria ocorrer de
qualquer forma com a extensão de famílias e nações a diferentes lugares do globo terrestre.
Portanto, as diferentes culturas que vemos hoje, assim como a diversidade das línguas, fazem
parte do desígnio divino e mostram a grandeza e a riqueza de um Deus Criador.
Reflexão: Até que ponto Abraão conseguiu ser uma bênção? O que era preciso acontecer em
sua vida para que ele fosse o servo de Deus que o Senhor desejou e para o qual foi chamado?
Atitude de Deus
Deus não rejeitou Ismael, mas ele não é a semente de Abraão que cumpriria a
promessa. Há, no entanto, uma comunicação de Deus com Hagar e um plano também para a
vida de Ismael e seus descendentes. O nome Ismael significa "Deus ouve", e vemos como
Deus, também, se preocupa com Ismael. Ismael é circuncidado junto com Abraão; Ismael
estava destinado a ser uma grande nação, mesmo com conflitos constantes.
Isaque era o filho da promessa e é a partir de sua descendência que o verdadeiro povo de
Israel é formado. E conhecemos a história dos patriarcas e a continuidade no Antigo
Testamento. José, filho de Jacó e neto de Isaque, é um excelente exemplo de alguém que foi
uma bênção para outra nação, neste caso o Egito, e consequentemente, também, para seu
próprio povo.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão: Israel contra Ismael hoje. Os árabes são considerados descendentes de Ismael, que
são em sua maioria muçulmanos. No Alcorão, a figura de Abraão é muito importante e ele é
chamado de pai. O conflito entre judeus e árabes é antigo e continua a ser um dos mais
preocupantes hoje, também. Além do problema étnico e histórico entre os povos judeu e
árabe, há, também, o confronto entre a fé muçulmana e o judaísmo. Uma questão importante
para as missões evangélicas hoje é a evangelização de árabes e outros grupos muçulmanos.
O que podemos aprender com a história de Ismael que nos ajudaria a comunicar o amor de
Deus pelos muçulmanos em geral e pelos árabes em particular?
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
JOSUÉ
Existe uma forte ligação entre o livro de Josué e o Pentateuco, principalmente a narrativa da
saída do povo de Israel do Egito. O livro de Josué completa o retorno de Israel à terra
prometida.
Contexto histórico
O povo está acampando junto ao Rio Jordão e Deus manda o povo avançar para conquistar a
terra de Canaã. Os capítulos 1 a 12 narram a conquista da terra, de 13 a 21 a distribuição das
terras para as tribos, e o livro termina com a necessidade do renovo de compromisso com
Deus.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Aplicação missiológica:
• A necessidade do povo de Deus obedecer ao Senhor em tudo, avançando dentro dos
propósitos e da missão de Deus.
• A importância do culto e da adoração
• O preparo de uma nova liderança
• Uma transição de liderança pacífica
• Uma liderança baseada nas Escrituras, com bom planejamento e organização
• Dependência total do Senhor para ter êxito
Reflexão:
1. Questão “problemática”: Existe guerra santa
2. Como fazemos a transição de liderança em nossas igrejas e em missões
1 e 2 SAMUEL
Contexto histórico
Os livros de 1 e 2 Samuel descrevem a transição entre o período dos juízes e o início da
monarquia em Israel. Começa com o nascimento de Samuel e segue narrando os reinados de
Saul e Davi. Os livros 1 e 2 Reis, assim como 1 e 2 Crônicas dão continuidade a este período
histórico de Israel. Os juízes tinham tido a função de orientar e dirigir o povo, principalmente
como líderes militares. Deus era visto como o verdadeiro Rei de Israel (Juízes 8.23). Agora, o
povo quer ter reis assim como os povos vizinhos.
O profeta Samuel
• Seu nascimento – 1 Samuel 1
• O cântico de sua mãe Ana – 1 Samuel 2.1-10
• O ministério de Samuel
A questão do Reino
• Os Israelitas pedem um rei – 1 Samuel 8
• O primeiro rei – Saul – 1 Samuel 10 a 31 – altos e baixos
O Reinado de Davi – 1Samuel 16 a 2 Samuel 24
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão: Veja a importante sequência de líderes que marcaram a história de Israel e a fé dos
judeus: Abraão, Moisés e Davi. O que caracterizou cada um deles
NEEMIAS
Contexto histórico
O livro de Neemias refere-se ao tempo pós-exílio na Babilônia e foi escrito por volta do ano
430 a.C, provavelmente por Esdras. Neemias chegou a Jerusalém depois de Esdras. O decreto
de
Ciro (Esdras 1) possibilitou a volta dos judeus à Palestina e iniciou-se a reconstrução da cidade
de Jerusalém e do templo. Com a chegada de Neemias, os muros da cidade, também,
começaram a ser edificados. Era importante recuperar a cidade, o templo e os muros, mas
também a espiritualidade e a adoração a Deus após 70 anos de exílio.
O livro de Neemias pode ser dividido a partir de temas importantes que facilmente podem ser
aplicados missiologicamente:
• Visão e emoção ao ouvir da situação de Jerusalém – Neemias 1.1-4
• Oração e busca divina – Neemias 1.5-11
• Apresentação da situação ao rei na busca de recursos – Neemias 2.1-10
• Estudo e planejamento do projeto de reconstrução dos muros – Neemias 2.11-18
• Recrutamento de trabalhadores – Neemias 3
• Luta contra a oposição – Neemias 4 e 6
• Questões socioeconômicas na comunidade – Neemias 5
• Término da construção – Neemias 6.15-19
• Restabelecimento da vida religiosa e da comunidade – Neemias 8 a 12
Reflexão: Quais são as características do líder Neemias que mais lhe impressionam O que
essas características poderiam lhe ajudar em seu serviço ao Mestre
ESTER
Contexto histórico
O livro de Ester tem sido frequentemente negligenciado pelos cristãos enquanto é fortemente
apreciado pelos judeus. Trata acerca do povo de Judá no exílio da Babilônia e a opressão que
o povo sofria. Ester, uma órfã judia que acaba tornando-se rainha, sendo esposa escolhida por
Assuero, rei do Império Medo-Persa. Ester é usada por Deus para salvar o seu povo diante da
ameaça de Hamã de matar todos os judeus. O nome Deus não é citado no livro, mas fica
evidente o cuidado de Deus em favor do povo judaico.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Os chamados livros poéticos incluem uma variedade de textos que vão desde histórias de vida
e de confiança em Deus como a de Jó, cânticos e poesias como nos Salmos, sabedoria e
recomendações em Provérbios, reflexão filosófica e de experiência de vida em Eclesiastes, e
cânticos e declarações de amor em Cântico dos Cânticos. Costuma-se incluir, também, nesse
grupo de livros Lamentações de Jeremias. Os textos foram escritos durante um longo período,
desde os dias do rei Davi até a época do exílio na Babilônia.
Nem todos os textos são facilmente aplicados a missões, mas no seu todo mostram aspectos
importantes da vida com Deus que deveriam caracterizar o ser humano em todas as nações e
em todos os tempos. Neste estudo, vamos citar alguns textos, principalmente no livro dos
Salmos.
SALMOS1
O livro dos Salmos é certamente um livro favorito de muitos leitores da Bíblia. Alguns salmos
sabemos, inclusive, de cor e outros usados como letra de hinos e cânticos que cantamos em
nossos cultos. Trata-se de um tesouro literário e poético inigualável na literatura. Em grande
parte, os salmos refletem a vida diária, a luta contra inimigos, tanto humanos como espirituais,
o desafio de combater o pecado pessoal, individual e coletivo e, principalmente, exaltar a Deus
em sua grandeza, misericórdia, providência e majestade.
Salmo 2
• Um salmo messiânico atribuído a Davi (Atos 4.25)
• A reação das nações (gentios) e dos povos contra o ungido de Deus (Messias)
• A fraqueza e finitude dos reinados terrenos e de seus governantes
• O sorriso (!) de Deus diante da ignorância humana
• O verdadeiro Rei é o ungido de Deus, que Ele chama de “meu Filho”
• Messias recebe as nações por herança e toda a terra por possessão
• Sábio é aquele que serve o Senhor com temor e se alegra nele com tremor
1
Recomendamos o estudo numa perspectiva missiológica dos Salmos elaborados pelo Pr. Paulo Mendes na Bíblia
Missionária de Estudo, publicado pela Sociedade Bíblica do Brasil (2014)
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Salmo 10
O salmo começa com um grito de desabafo: “Deus onde estás? Agora que mais te
necessitamos, tu te escondes? Não vês a situação de crise, de caos? Até quando os injustos,
os corruptos, os perversos, os aproveitadores e opressores vão poder continuar a agir?”
• Nos versos 2 a 11 temos uma descrição destes homens perversos
• A arrogância do ser humano perseguindo o pobre, vítima das tramas dos perversos.
• O perverso se orgulha de sua cobiça, de saber como enganar a outros e crendo que engana
o próprio Deus
• Ele pensa que Deus não está vendo – quem sabe nem acredita em Deus
• O pior é que parece prosperar – tudo vai bem para ele; leva vantagem e faz gozação,
ridiculariza os que não são espertos
• Pensa que, por não ser descoberto, tem seu futuro garantido, não será julgado pelo mal
que faz, a impunidade é certa
A descrição não é apenas do povo de Israel na época do salmista e rei Davi, mas do ser humano
como um todo. É um cenário triste e desesperador. Será que não tem solução? Qual a nossa
perspectiva quanto ao nosso próprio país? Ou em relação às nossas próprias vidas?
• Nos versos de 12 a 18 Deus é reconhecido como aquele que é o Rei eterno, aquele que irá
julgar o injusto, o perverso, o arrogante e egoísta.
• Inclusive, não só de indivíduos, mas de nações. Governos serão julgados.
• A maldade não irá durar para sempre. Deus tem visto a crueldade, a injustiça, a opressão,
o sofrimento daqueles que foram vítimas de pessoas maldosas e de sistemas injustos.
Figura 2 – Crise
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Fonte: https://gaussconsulting.com.br/blog/crise-ou-seria-um-teste-recorrente-para-separar-o-joio-do-trigo/
Salmo 67
O salmo 67 era cantado por ocasião das festas das Primícias ou das Colheitas, também
chamadas de Pentecoste, 50 dias após a Páscoa. Celebrava-se o fruto da terra como bênção
de Deus que refletia tanto a esperança abraâmica (Gn 12.1-3) como a bênção araônica (Nm
6.24;26).
O salmo já contém em sua estrutura os pontos importantes que mostram a relevância e a
atualidade de sua mensagem:
1. Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre
nós,
2. para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua salvação entre todas as
nações.
3. Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
4. Exultem e cantem de alegria as nações, pois governas os povos com justiça e guias as
nações na terra.
5. Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
6. Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe!
7. Que Deus nos abençoe, e o temam todos os confins da terra.
Salmo 96
Certamente poderíamos cantar parte desse salmo que tem servido de inspiração para vários
cânticos e louvores em nossos cultos a Deus. Destacamos os seguintes ensinamentos:
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Deus é um Deus para todos os povos, não apenas para um povo ou uma elite cristã
• Os feitos de Deus devem ser proclamados a todas as nações
• O Senhor é o único digno de louvor e honra e glória
• Sua majestade é caracterizada por sua criação, força e formosura, e o seu Reino é eterno
• Sua justiça prevalecerá assim como sua fidelidade ao seu plano e a suas promessas
PROVÉRBIOS
O livro de Provérbios, escrito por Salomão, filho de Davi, geralmente não consta dos estudos
de Teologia de Missões. No entanto, assim como todo o texto bíblico, traz ensinamentos e
reflexões que nos ajudam a entender a relação entre o ser humano e Deus. A sabedoria de
Salomão foi uma dádiva de Deus em resposta ao pedido do jovem rei. (1Re 3.7-12). Salomão
não só recebeu o dom do discernimento e a sabedoria, mas também, riqueza e fama, que ele
não havia pedido; e promessa de vida longa se andasse nos caminhos do Senhor. (1Re 3.13,14)
Provérbios 1
1. Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.
2. Eles ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que
dão entendimento;
3. a viver com disciplina e sensatez, fazendo o que é justo, direito e correto;
4. ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens.
5. Se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá
orientação
6. para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios.
7. temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a
sabedoria e a disciplina.
3. Disciplina como resultado do discipulado cria condições de uma vida de acordo com o
padrão de Cristo
Reflexão
A arte tem sido uma forma de expressar as verdades e os fatos bíblicos. Como podemos usar
a arte hoje para comunicar o evangelho
ISAÍAS
O livro de Isaías tem sido chamado do Evangelho do Antigo Testamento. Cerca de 700 anos
de Cristo, o profeta aponta para o Messias como o salvador de Israel e do Mundo. A partir do
capítulo 49, o profeta apresenta a figura do Servo do Senhor e prevê a restauração de Israel.
Os 4 cânticos do servo sofredor (42.2-4; 49.1-6; 50.4;7 e 52.13-53.12) apontam para a vinda
do Messias, o sofrimento e a morte na cruz em prol do seu povo e das nações.
O chamado de Isaías
A experiência do profeta Isaías é de viver no meio de uma nação que precisa de
transformação. O pecado invadiu e afetou todos os níveis e todas as dimensões da vida e uma
purificação é necessária; uma limpeza geral dos efeitos negativos da rebelião humana contra
Deus. No entanto, existe uma solução. O próprio profeta pode experimentar essa
transformação com o toque da brasa tirada do altar; o resultado é que a culpa foi removida e
o pecado foi perdoado. (6.1-8). É importante, no entanto, entender que a transformação da
relação entre Isaías e Deus não foi apenas para que ele se sentisse melhor e que sua vida
espiritual fosse restaurada, isto era importante, naturalmente, mas havia algo mais; sua
restauração foi com o propósito de servir ao Senhor Deus como um mensageiro das boas
novas de salvação para a sua nação e para as nações vizinhas.
Isaías foi chamado para:
• Denunciar o pecado de seu próprio povo e das nações vizinhas
• Apresentar o plano de salvação de Deus; as boas novas do Messias, a esperança de todas
as nações em todos os tempos
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Este é o tema de todo o seu livro descrevendo o pecado e mostrando o caminho da salvação.
Por esta razão, ele frequentemente retorna à expressão luz para as nações (gentios) em sua
mensagem profética. (Is 42.6; 49.6; 9.2; 60.3)
Reflexão:
Qual é o caminho sugerido por Deus no profeta Isaías para a restauração de Israel e para a
salvação da humanidade
DANIEL
Estamos por volta do ano 600 a.C. e a Babilônia tem se estabelecido como o império
dominante. Nabucodonosor ordena que suas tropas invadam Jerusalém e que, entre outros
coisas, tragam jovens israelitas da corte real e da nobreza. Entre eles estão Daniel, Hananias,
Misael e Azarias, jovens judeus de herança e tradição, além de fiéis seguidores do Senhor, o
Deus único e verdadeiro. Eles tinham recebido desde a infância o ensino nas Sagradas
Escrituras e, mesmo levados à força a outra nação, decidiram permanecer fiéis.
Parece que três exigências de adaptação foram aceitas por Daniel e seus colegas:
• Aprender a língua e a cultura local.
• Assistir e servir ao rei. Não tinham muita opção neste item.
• Receber novos nomes. E aqui trata-se de algo um pouco mais polêmico e difícil. Tiveram
que trocar seus nomes, que todos se referiam de alguma forma ao nome de Deus em
hebraico El e Yah-weh, para receber nomes que continham referências aos deuses pagãos
da Babilônia. Daniel para Beltessazar (Bel era um dos deuses), Hananias para Sadraque
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
(que significa ter muito temor dos deuses), Misael para Mesaque (significa “que é como
deus, provavelmente o nome de um deus babilônio) e Azarias para Abede-Nego (que
contém o nome de outro deus Nebu – o mesmo em Nebucodonosor).
Mas há também três aspectos que eles rejeitam e aos quais não querem se adaptar:
• As iguarias do rei – principalmente a comida que era sacrificada aos ídolos e que continha
carne de animais imundos para os judeus.
• Deixar de adorar e servir ao Deus de seus pais Abraão, Isaque e Jacó.
• Adoração ao rei.
Na primeira questão conseguiram fazer um acordo que deu certo. Inclusive, “estragaram”, por
assim dizer, o cardápio dos outros. Na segunda questão, parece que não havia muito problema
em si, e tudo ia bem – Daniel chegou a ter o reconhecimento do rei quando conseguiu
interpretar a visão que os outros falharam em fazer, e Daniel dá seu testemunho – que tem
também uma surpreendente reação – veja 2.45b- 48.
Mais tarde, é a vez de Daniel. Nabucodonosor já havia morrido, Belsazar que o havia
substituído também; e agora, o rei é Dario que faz um decreto, aconselhado por aqueles que
tinham inveja de Daniel, dizendo que nenhum deus poderia ser adorado e somente o rei seria
alvo de adoração por 30 dias. Daniel foi pego orando ao Deus vivo e verdadeiro e levado diante
do rei que o sentencia a cova dos leões; mas a história termina com as palavras do rei Dario.
(6.25-28).
Reflexão e aplicação:
1. Não são as circunstâncias que devem nos impedir a servir a Deus e sermos fiéis a Ele.
Outros exemplos são José e Ester.
2. A confiança que Hananias, Misael e Azarias tinham em Deus: “Se Deus quiser nos livrar,
Ele nos livra, mas mesmo que não o faça não vamos adorar outro deus ou outra pessoa,
mesmo que isto nos custe a vida”. É assim que nós pensamos? Buscamos a Deus para servi-
lo ou para que Ele nos sirva?
3. O fruto da obediência ao chamado de Deus não vem sem sacrifício.
4. Deus honra quem lhe serve com fidelidade. Inclusive, é possível galgar postos em governos
até corruptos e iníquos, dando bons frutos para o Reino de Deus, quando há integridade,
coerência entre palavra e ação e interesse pelo bem-estar de todos e não apenas de si
próprio.
5. O mundo precisa hoje de pessoas que estão dispostas a sair de sua zona de conforto e
apostar no Reino. Os campos que ainda não foram alcançados são os mais difíceis.
6. Parece que Nabucodonosor entendia mais de adaptação cultural que muitos de nós hoje.
Conhecer bem uma cultura e poder comunicar-se na língua local leva tempo. Temos bons
exemplos no apóstolo Paulo, que mostrou bom conhecimento da cultura e da religião
local, quando chegou em Listra (At 14) e em Atenas (At 17).
JONAS
Jonas poderia muito bem ser chamado de um missionário fracassado. Ou, de um missionário
que teve êxito, mas nunca compreendeu o seu sucesso.
Características de Nínive
A cidade de Nínive era um terror. Tinha sido fundada pelo poderoso Ninrode ou Assur quando
este deixou a Babilônia e foi para o norte; conforme Gênesis 10, onde Nínive é citada pela
primeira vez. Na cidade foi construído um templo a deusa Istar, ou Nina (que possivelmente
deu origem ao nome da cidade).
Nínive era a capital da Assíria, um dos constantes inimigos de Israel. Na época de Jonas, o povo
de Israel estava debaixo do jugo assírio. As atrocidades cometidas por seus dirigentes
deixariam qualquer Hitler ou Idi Amim verdes de inveja. Mesmo com o avivamento que
ocorreu como resultado da pregação de Jonas, a cidade voltou à sua “normalidade” e o juízo
de Deus levou à sua destruição final no ano de 612 a.C. com uma inundação 2.
2
O profeta Naum prediz a queda de Nínive, inclusive a forma como aconteceria. (Naum 1.8)
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Resumindo, poderíamos afirmar que a cidade de Nínive tinha muitas das características que
encontramos em outros grandes centros urbanos na história e em nossos dias.
Jonas, o profeta
O vocacionado para a tarefa específica de apregoar o juízo contra ela, foi Jonas. Sabemos
pouco sobre Jonas, mas não há dúvida de que ele realmente existiu. (2Re 14.25) Em um
contexto de opressão política Jonas tem a árdua tarefa de profetizar contra os seus
dominadores.
A racionalização de Jonas é que Deus nunca cumpre aquilo que promete, principalmente não
em se tratando de castigar os infiéis, idólatras e opressores. De repente o pessoal se
arrepende e Deus, que é por demais misericordioso, “muda de ideia” e dá mais uma chance.
Jonas decide ir na direção oposta ao chamado.
Jonas dorme no porão do barco e sua fuga coloca os demais viajantes em risco; mesmo
havendo uma solene confissão de sua fé no Senhor Deus dos céus, que fez o mar e a terra
(1.9.), a teoria não encontra na prática sua consequência. Foram os marinheiros pagãos e
idólatras que tentaram resolver a questão e salvar a vida do profeta de Deus. Fizeram tudo
para mantê-lo vivo e chegar ao porto seguro, até que não foi possível e o lançaram ao mar.
Vendo que o mar se acalmou, os marinheiros entenderam o poder de Deus e o adoraram. No
fundo do mar, dentro do ventre do peixe, Jonas se arrepende e quer uma nova chance. Desta
vez iria cumprir a sua tarefa, independente do custo.
Reflexão e aplicação:
1. Naturalmente, não podemos condenar Jonas. Provavelmente, faríamos o mesmo em seu
lugar. Ou será que não?
2. Quem sabe são situações drásticas com a de Jonas que nos fazem refletir sobre a vocação,
principalmente quando perdemos o controle da situação e realmente dependemos de
Deus para sobreviver como instituições e organizações.
3. Existem dois aspectos importantes na tarefa missional da Igreja em nossos dias: a de
denunciar o pecado e a de mostrar o caminho correto. Por um lado, temos a incumbência
de profetizar contra o nosso tempo, descortinando a falsidade, a injustiça, a opressão, o
mal em todos os setores da sociedade, inclusive dentro da própria Igreja. Por outro lado,
existe o papel de guia e de orientação a uma sociedade confusa e sem rumo. A repreensão
e a correção precisam andar de mãos dadas.
4. Se a denúncia do pecado requer esta encarnação e identificação com o humano (os
habitantes da cidade), a correção e a orientação no caminho certo exigem uma
identificação com o divino; e isto em dois níveis: o da iniciativa de Deus em prover a
salvação do ser humano e o da representatividade do Reino de Deus por parte da Igreja.
O primeiro nível fica evidente na história de Jonas. Se Jonas tivesse se colocado no lugar
de Deus e se identificado com o Senhor de misericórdia, que ele supostamente conhecia,
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
teria entendido a ação preservadora de Deus para com o povo de Nínive. O segundo nível
é mais complicado porque requer do vocacionado e da Igreja uma identificação com o
Reino de Deus e seus princípios.
Profetas da Reconstrução
Trata-se do período após o exílio na Babilônia e os profetas que atuaram antes do período de
silencio entre o Antigo e o Novo Testamento. Alguns aspectos importantes são:
• Estudo do período pós-exílio
• A formação do Judaísmo
• As mãos de Deus – a diretiva e a permissiva
• A importância da diáspora
• A reconstrução de Jerusalém e do templo
• Os profetas da reconstrução: Ageu, Zacarias e Malaquias
• Tempo de Zorobabel, Esdras e Neemias
AGEU
• Apresentado como “o profeta”. (Ed 5.1; 6.14)
• Possivelmente voltou com seus pais do exílio em 538 A.C
• Zorobabel é o governador de Judá
• Escreve as mensagens durante quinze semanas em 520 A.C
• Possivelmente era um sacerdote, mas não se sabe ao certo
• Não sabemos o que aconteceu com ele depois do ano 520 A.C
• Sua tarefa principal é incentivar a reconstrução física do templo
• Foi seguido por Zacarias
Reflexão:
Quais desses temas em Ageu são atuais hoje O que é necessário para ter as prioridades
corretas em nossa vida pessoal, no ministério, na igreja e no trabalho missionário
ZACARIAS
• Apresentado como profeta. (Ed 5.1; 6.14; Zc 1.1)
• É possível que tenha sido de família sacerdotal. Fala das responsabilidades de um
sacerdote. (Zc 4)
• Suas mensagens são proferidas nos anos 520 A.C a 518 A.C
• Ageu incentivou a construção, Zacarias está mais preocupado com a parte artística do
templo, cheio de simbolismo
• O livro de Zacarias é mais profético e apocalíptico que o de seu contemporâneo Ageu. Seu
nome aparece nos capítulos 1 a 7, mas não de 8 a 14. Provavelmente os capítulos 9 a 14
são de outra autoria que seguem a tradição profética de Zacarias
• Além da questão da reconstrução do templo, Zacarias se envolve em temas da atuação
dos sacerdotes, justiça, misericórdia, julgamento dos inimigos de Israel e a vinda do Reino
de Deus.
Reflexão:
Como vocês definiria “espiritualidade” Que aspectos são importantes numa teologia de
missões quanto à espiritualidade tanto da ação missionária como do povo receptor do
evangelho
MALAQUIAS
• O nome Malaquias significa “mensageiro” e pode ser um pseudônimo.
• Não temos referências históricas de Malaquias nem referências no AT
• Há teorias de que Malaquias seria um pseudônimo de Esdras, mas não há por que não crer
que era um profeta de nome Malaquias
• Há indícios no texto de que se trata do período pós-exílio. (1.8; 2.10; 3.5,8), sendo temas
comuns com Neemias e Esdras, portanto um pouco mais tarde que Ageu e Zacarias
• Interessante que, dos 55 versículos no livro, 47 são na primeira pessoa, Deus falando
Reflexão:
De que forma este último livro do Antigo Testamento aponta para o Novo Testamento e a
vinda do Messias
JEREMIAS
• O chamado de Jeremias que mostra o plano de Deus para o seu ministério. (1.1-10). A
perspectiva global está presente na missão profética. (1.5,10). A vocação de Israel dada a
Abraão (Gn 12.1-3) que significa bênçãos às nações, ecoa no livro de Jeremias. (4.1-2).
• As instruções de viver como povo de Deus em outra cultura nos fornece princípios para
qualquer trabalho transcultural. (29.1-9)
EZEQUIEL
• O profeta Ezequiel afirma que todo pecado e toda rebeldia contra Deus serão alvos do
castigo divino. Ao mesmo tempo, anuncia a misericórdia e a compaixão de Deus. Como
“atalaia” (3.17; 33.2,6,7), o papel do profeta é vigiar e prevenir contra o pecado e
apresentar a salvação em Deus.
• O caráter missionário do livro está na afirmação de propósito salvífico de Deus de resgatar
toda a criação e de restaurar sua presença entre a humanidade. Jerusalém terá o nome de
“O Senhor Está Ali” (48.35)
OSEIAS
• O amor de Deus é um dos principais temas do profeta Oseias. A infidelidade de Israel e a
fidelidade e amor do Senhor é demonstrado no forte simbolismo que há na ordem divina
para o profeta resgatar Gômer da prostituição e se casar com ela. (1.2,3)
• O pecado humano fica evidenciado (4.1,2), assim com a necessidade de o homem
conhecer a Deus (4.6).
JOEL
• Há um forte apelo ao arrependimento no livro do profeta Joel (2.32), com eco na afirmação
do apóstolo Paulo em Rm. 10.13.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
AMÓS
• Amós anuncia o Dia do Senhor (5.18) como um dia de “trevas e não de luz” devido ao
pecado de Israel. A expressão “prepara-te para te encontrares com o teu Deus” mostra a
importância de levar a sério a aliança com o Senhor.
• Há uma forte condenação, em Amós, de toda a forma de imoralidade, exploração dos mais
fracos, da corrupção e da injustiça. A condenação, assim como a possibilidade de salvação,
tem validade tanto para Israel como para as nações.
• Amós é, também, um exemplo de um profissional a serviço do Senhor que deixa o seu
trabalho “secular” para ser um profeta de Deus. (7.14)
• O profeta termina com a promessa de restauração do Reino de Israel. (9.11-15)
OBADIAS
• O profeta anuncia o Dia do Senhor quando as nações serão julgadas e haverá livramento
para o povo de Deus. (vs. 15-17)
• O reino de Senhor é previsto com um domínio absoluto de Deus. (v. 21)
MIQUÉIAS
• A ênfase do profeta está na responsabilidade social que serve de base para uma visão
integral do ministério e da missão.
• Um texto chave é 6.8: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige:
Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.”
• Jerusalém e o templo como centro da revelação de Deus para chamar as nações para
aprenderem acerca do Senhor e do seu Reino. (4.1-5)
NAUM
• O senhorio e a soberania de Deus são enfatizados no livro do profeta Naum. A cidade de
Nínive, inimiga do povo de Deus será destruída após um século de “segunda chance” que
recebeu por ocasião do profeta Jonas. (2.1-3.19)
• As boas novas (1.15 – compare com Is 52.7) são anunciadas sobre os montes. Texto citado
por Paulo em Rm 10.15.
HABACUQUE
O foco principal do profeta Habacuque é a fé e a fidelidade dos que creem em Deus. A justiça
se vive pela fé. O tema missiológico mais importante é essa ênfase do viver pela fé.
SOFONIAS
• Deus repreende toda a maldade e injustiça e todos aqueles que não buscam a Deus.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• O juízo virá contra as nações e contra Israel. Semelhante a Amós, Sofonias anuncia a vinda
do “dia do Senhor”.
• A promessa messiânica está na presença do “rei de Israel” em Jerusalém, algo que se
cumpre com Jesus Cristo.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
2. NOVO TESTAMENTO
Estudar o Novo Testamento com uma perspectiva missionária é uma tarefa muito gratificante
e rica. Na verdade, todo o NT fala de missões; começando pela missão de Jesus, passando pela
formação de seus discípulos para a tarefa, e observando a continuidade da missão através da
Igreja que surge no dia de Pentecostes.
Destacamos que:
• O Novo Testamento mostra a continuação do desafio missionário do Antigo Testamento.
• Buscamos uma visão geral do Novo Testamento em termos da obra missionária da Igreja.
• Vemos o alcance da missão da Igreja segundo o modelo dado por Jesus Cristo - Lc 4.18,19
Naturalmente, Jesus é nosso maior modelo em termos de missões. Ele foi enviado pelo Pai e,
da mesma forma, envia os discípulos e sua Igreja (João 20.21). Tanto a sua mensagem como a
sua ação são importantes para compreendermos o papel da Igreja nos nossos dias.
A Mensagem do Reino
A principal mensagem de Jesus foi a proclamação da chegada do Reino de Deus e os efeitos
da presença do Reino. Veremos mais detalhes em seguida sobre o Reino, pontuando no
momento apenas o seguinte:
• O Reino chegou – Mt 4.23
• As características do Evangelho do Reino – Lc 4.18,19
• A ética do Reino – Mt 5 a 7
• Os paradoxos do Reino – Lc 14
• A expansão do Reino – Mt 24.14
Com base na Grande Comissão de Jesus aos seus discípulos, é possível elaborar uma Teologia
de Missões. São principalmente cinco textos nos Evangelhos e em Atos que falam diretamente
sobre o trabalho missionário, embora todo o Novo Testamento tenha implicações para o
trabalho missionário. Nas próximas páginas vamos ler e destacar alguns pontos de cada texto.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
O REINO DE DEUS
• A globalização está preparando a história para a chegada de um reino?
• As características da Aldeia Global – a “McDonaldização” do mundo
• Qual é a perspectiva cristã para o futuro?
• A mensagem de Jesus foi o Reino de Deus – uma mensagem global!
• O que isto tem a ver com missões? Era o tema da pregação de Jesus e, como também
veremos, de Paulo.
O termo Reino de Deus é frequente nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas onde citações
de Jesus são comuns. Reaparece em Apocalipse, mas não é um termo comum nos demais
livros do Novo Testamento.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
3
Ver Ladd, George. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: JUERP, 1985. Uma nova edição do livro foi
lançada pela Editora Hagnos em 2020.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão:
Temos uma mensagem importante para compartilhar no mundo de hoje. Trata-se do Reino
de Deus – uma mensagem global, uma esperança global, um reino que engloba todos os
aspectos da vida e que Deus deseja que tenha dimensões globais alcançando a todos os povos,
raças, línguas e nações.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
MATEUS
O Evangelho de Mateus se relaciona com o Antigo Testamento em muitas de suas afirmações
sobre Jesus Cristo. É um evangelho muito sistemático, dividindo as questões abordadas por
Jesus em cinco blocos, seguindo o modelo do Pentateuco:
• Capítulos 5 a 7 - O Sermão do Monte
• Capítulo 10 - O Envio dos Discípulos
• Capítulo 13 - Parábolas do Reino
• Capítulo 18 - Atitudes Cristãs
• Capítulos 24 e 25 - O Sermão Escatológico
A Grande Comissão de 28.18-20 é, sem dúvida, o texto mais conhecido e citado quando
pensamos no trabalho missionário. De certa forma, é também o mais completo e engloba as
três etapas da obra missionária: evangelização, implantação de igrejas e discipulado, como
veremos a seguir.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
É interessante fazer uma comparação com a "grande comissão" do inimigo – 28.11-15, onde
também temos:
• A mensagem - Jesus está morto, não ressuscitou.
• O testemunho - os soldados deveriam dizer que "enquanto dormíamos, vimos os
discípulos de Jesus roubarem o corpo"
• A motivação - o dinheiro que iriam receber
• A autoridade - tanto dos sacerdotes, chefes e anciãos como do próprio governador
• O resultado - eles obedeceram e afirmaram esta versão
É com base na autoridade de Jesus que os discípulos são enviados - portanto ... vão. Não é
pela capacidade dos discípulos ou porque eles sabem das coisas, mas porque Jesus, que possui
toda a autoridade, os envia.
O verbo principal da ordem de Jesus é "fazei discípulos". É o único verbo no imperativo. Isso
significa que a função mais importante é justamente a de levar as pessoas a serem discípulos
de Cristo. Isso é feito onde estamos, independentemente da geografia ou das circunstâncias.
Os outros verbos no verso estão na forma verbal do particípio que adjetiva o verbo principal.
Podemos, portanto, traduzir com o gerúndio, sendo que fazemos discípulos indo, batizando e
ensinando.
Indo - fala sobre ir de encontro às pessoas, tanto próximas como distantes. Pode ser para o
vizinho ou parente, ou para um povo e cultura em outra parte do mundo. Não podemos
esperar que as pessoas venham até nós, mas é nossa obrigação procurar as pessoas onde elas
estão. Em outras palavras, é nosso trabalho evangelístico, levando as boas novas para aqueles
que ainda não conhecem a Cristo. Indo a todas as nações (grupos étnicos), a todos os povos
da terra.
Batizando - é o passo em que a pessoa aceita Jesus como Salvador e Senhor e deseja ser um
discípulo. Normalmente é o passo para entrar como membro do Corpo de Cristo e se tornar
parte da igreja local. Vemos aqui o aspecto de plantação de igrejas em que as pessoas se
converteram e agora fazem parte da comunidade dos salvos. O batismo é em nome do Deus
Triuno, o que mostra a cooperação e a participação do Pai e do Filho e do Espírito Santo na
missão.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Ensinando a obedecer a tudo que Jesus ordenou. Este é o processo de discipulado que exige
exemplos vivos e concretos a serem seguidos. Não é uma transmissão teórica, mas sim,
modelos práticos na vida diária que servem de exemplo aos novos seguidores de Jesus.
Discipulado não é apenas um curso de batismo, mas um estilo de vida que dura a vida toda. O
que eles deveriam ensinar a guardar? Ensinamentos importantes em Mateus encontramos
nos discursos e nos exemplos de Jesus.
A Grande Comissão termina com a promessa de Jesus de estar com seus discípulos todos os
dias. Não há dúvida de que eles precisam da presença do Senhor para fazer o trabalho. Essa
presença será por meio do Espírito Santo, dando orientação, poder e coragem para obedecer
e cumprir as ordens do Mestre.
Reflexão:
1. Que aspectos são especialmente radicais nos princípios e valores que caracterizam o Reino
de Deus, e mencionados no Sermão do Monte, são desafios no cumprimento da missão
em nossa sociedade e no mundo de hoje
2. Se “fazer discípulos de todas as nações” é a principal tarefa da Igreja, de que forma isso é
feito no seu contexto local e denominacional
3. Um dos principais sinais escatológicos é a pregação do evangelho a todas as nações. Até
que ponto colaboramos com a chegada do Reino Eterno
MARCOS
Supõe-se que Marcos tenha o apóstolo Pedro como mentor e que seu Evangelho reflita o
caráter dinâmico do apóstolo. O Evangelho de Marcos é o mais curto dos quatro, com forte
ênfase na ação.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão:
1. Como podemos alcançar equilíbrio entre a confissão de fé e a ação pela fé
2. O que significa para nós o exemplo de humildade e de serviço dado por Jesus
3. Até que ponto estamos dispostos a pagar o custo do discipulado
O EVANGELHO DE LUCAS
O Evangelho de Lucas foi escrito a partir da pesquisa feita pelo médico Lucas, um dos membros
da equipe de Paulo na segunda e terceira viagens do apóstolo. Sua intenção é ser o mais
correto possível em sua narrativa do Mestre Jesus.
A declaração de Jesus acerca de sua missão feita na sinagoga da Nazaré, citando o profeta
Isaías, demonstra a visão holística de sua tarefa e as características do Reino de Deus. É um
evangelho que leva em consideração o ser humano como um todo tanto na vida terrena como
na eternidade. (4.18,19). O texto torna-se o roteiro e as ênfases no ministério de Jesus, em
seu ensino e em suas ações e exemplos que deverão ser seguidos por seus discípulos.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Coloca Cristo numa perspectiva mundial. (2.1,2). Mas o foco do ministério de Jesus está
em Jerusalém
Reflexão:
1. Qual a importância de situar a pessoa de Cristo e o Evangelho num contexto global
2. Até que ponto a declaração de missão de Jesus em Lc 4.18,19 é o nosso modelo de missão
3. O que Lucas tem a dizer sobre o materialismo em nossos dias
O EVANGELHO DE JOÃO
O Evangelho de João foi o último dos evangelhos a ser escrito. O apóstolo não só narra a
história de Jesus como, também, faz uma aplicação teológica dos ensinamentos e das ações
do Mestre. Vivendo e ministrando num contexto de forte repressão contra os cristãos dentro
do Império Romano e de surgimento de heresias; João defende as bases do Evangelho e do
ensino apostólico.
Reflexão:
1. O que significa para nós hoje as palavras de Jesus aos seus discípulos: “Assim como o Pai
me enviou, eu os envio”
2. Que características do ministério de Jesus são importantes como modelo para a missão da
Igreja hoje e para o trabalho missionário
Figura 3 - O batistério da Igreja do Apóstolo João na cidade de Éfeso
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
O livro de Atos dos Apóstolos, muitas vezes denominados atos do Espírito Santo, é um
importante livro para entender o início e o avanço da igreja e da obra missionária no primeiro
século da era cristã.
Textos chaves:
• As últimas palavras de Jesus para os discípulos. (1.6-11)
• O pentecoste e nascimento da igreja. (Cap. 2)
• A comunhão na igreja. (2.42-46; 4.32-37)
• O martírio de Estevão. (Cap. 7)
• A perseguição e dispersão dos crentes. (Cap. 8)
• A conversão de Paulo. (Cap. 9)
• A visão de Pedro. (Cap. 10)
• A Igreja em Antioquia. (11.19-30; 13.1-3)
• As viagens missionárias de Paulo. (Caps. 13 a 19)
• Paulo em Roma. (Caps. 27,28)
Personagens:
Pedro, Paulo, Estevão, Felipe, Barnabé, Priscila e Áquila.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Crescimento numérico
o 120 pessoas – (1.15)
o 3.000 batizados – (2.41,42)
o 5.000 homens – (4.4)
o Número cada vez maior de homens e mulheres – (5.14)
o Número de discípulos crescendo rapidamente, e grande número de sacerdotes
obedeciam a fé – (6.1,7)
o As igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número dia a dia – (16.5)
o Milhares de judeus creram – (dezenas de milhares) – (21.20)
• Há informação de historiadores que havia, nos anos de 80-85, cerca de 300.000 crentes e
no ano 300 – 8 milhões.
Fatores que influenciaram o crescimento nos primeiros 800 anos da Era Cristã
Fatores favoráveis ao crescimento
• A atuação do Espírito Santo
• A disposição dos discípulos de ir e pregar
• A perseguição, espalhando os crentes
• A forte ênfase na pregação do Evangelho
• As facilidades de locomoção dentro do Império Romano
• A língua em comum – grego koiné
• Os leigos – líderes locais e “missionários profissionais”
• O estabelecimento do “ensino apostólico” e do Cânon Bíblico
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• As heresias
• O casamento com o poder político
• O avanço do Islamismo
John Stott finaliza o seu comentário sobre Atos dos Apóstolos dizendo:
Assim como Evangelho de Lucas termina com uma promessa de missão para todas as
nações, Atos termina com a promessa de uma missão irradiando para todo o mundo,
a partir de Roma. Quando Lucas descreve Paulo pregando ´com intrepidez´ e ´sem
impedimento´, isso simboliza uma porta aberta, pela qual nós, hoje, precisamos
passar. Os Atos dos Apóstolos terminaram há muito tempo. Mas os atos dos
seguidores de Jesus continuarão até o fim do mundo, e a palavra deles vai se espalhar
até aos confins do mundo.4
4
Stott, John. A Mensagem de Atos – Até os Confins da Terra, p. 457
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão:
1. O desafio de um crescimento equilibrado da igreja: um crescimento em tamanho
(quantitativo), em conhecimento e sabedoria (qualitativo) e em harmonia dos diferentes
membros do corpo (orgânico).
2. A importância de não fazer teologia a partir de experiências apenas, mas de uma análise
mais profunda do contexto e da coerência com a Palavra de Deus como um todo.
3. A obra do Espírito Santo como fundamental para a missão e para o desenvolvimento da
igreja e da teologia.
4. De que forma damos hoje continuidade à divulgação do Evangelho iniciada pelos
apóstolos
As epístolas do apóstolo Paulo são muito ricas em seu conteúdo teológico e prático. Sendo
escritas por um missionário com o intuito de divulgar o Evangelho e de fortalecer igrejas
plantadas nos diversos contextos étnicos e culturais dentro do Império Romano, a aplicação
missiológica é evidente. A teologia de missões recebe forte influência dos escritos paulinos.
Destacaremos os principais temas, aprofundando o estudo em algumas das cartas.
ROMANOS
A riqueza da Epístola de Paulo aos Romanos, em termos de temas doutrinários, éticos,
pastorais como missionários, é enorme. A missiologia paulina fornece princípios supra
culturais derivados tanto da teologia como da experiência do apóstolo que, assim como todo
texto bíblico, precisa ser entendido dentro do contexto histórico e cultural da época em que
as cartas foram escritas.
Temas Missiológicos
Cada tema proposto abaixo mereceria um estudo mais profundo e demorado e outros temas,
também, poderiam ser acrescentados.5 Incluímos uma pergunta de reflexão referente a cada
tema.
5
Além dos temas aqui citados e brevemente comentados, poderíamos acrescentar temas como: A situação
pecaminosa do mundo - 1.18-32; A integridade da fé - 2.29; Efeitos da justificação pela fé - cap. 5; A identificação
com Cristo no batismo - o discipulado verdadeiro - cap. 6; A lei e a graça - cap. 7; Aspectos cósmicos da redenção
- 8.18-25; O cristão e as autoridades - cap. 13; Os limites da liberdade cristã - sensibilidade cultural - cap. 14;
Mulheres no ministério apostólico - 16.1-7. Veja também a lista de temas propostos por George Peters em Teologia
Bíblica de Missões.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Cristo Jesus, renunciando a qualquer direito pessoal sobre sua própria vida (Compare 1Co 9).
A vocação, dramaticamente confirmada no caminho de Damasco, norteia todo o ministério
de Paulo.
Outros pensam que se trata de uma dívida mais pessoal como perseguidor que tinha sido da
igreja, e que agora precisa pagar este erro percorrendo o mundo não atrás de crentes para
prender, mas de não-crentes para converter. Também poderia ser possível que Paulo sentisse
este peso em sua vida mesmo sabendo que o pecado em si já tinha sido perdoado.
Uma terceira alternativa, também interessante, é o pensamento de que Paulo está tentando,
através de sua vida, pagar de volta algo daquilo que Cristo fez por ele na cruz. Não
acrescentando algo a salvação pagando pelo pecado, porque isto é impossível segundo o
próprio Paulo, mas num gesto de amor e de solidariedade com seu Mestre estaria dando algo
de si. É impressionante o que ele diz em Cl 1.24: "Agora me alegro em meus sofrimentos por
vocês, e completo em minha carne o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo,
que é a igreja. "
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
possível até o presente momento. A desconfiança era de que teria vergonha da simplicidade
da mensagem que pregava. Parece, ao contrário, que tem muita convicção daquilo que crê e
prega.
A afirmação de Paulo é que ele não se envergonha porque trata-se de uma mensagem
transformadora - o evangelho de poder de Deus para salvação. O sentido da palavra dúnamis
(poder transformador, libertador, salvador etc.) mostra claramente que, para uma cultura de
poderio militar e de elevação da força bruta, o evangelho era algo revolucionário que não
ficaria para trás numa comparação.
A ênfase está, no entanto, na finalidade proposta pelo próprio evangelho: a salvação tanto do
judeu como do gentio. Não era uma demonstração de força, em primeiro lugar, mas um
resultado do amor divino concretizado numa profunda transformação do ser humano e do
seu contexto de vida.
Reflexão:
Aqui, Paulo introduz o tema teológico central de sua carta. É, segundo Timóteo Carriker, a
chave hermenêutica para a compreensão de Romanos.6 Toda a questão da “justificação pela
fé”, que virá num tema à parte, abaixo, tem uma tremenda implicação na teologia
missiológica, e não é menos importante numa aplicação ao contexto religioso latino-
americano.
6
Carriker trabalha neste capítulo sobre Romanos com cinco chaves de interpretação de Romanos, sendo 4
geográficas (Roma, Jerusalém, de Jerusalém e arredores, e Espanha) e uma hermenêutica, com base em Rm 1.16.
Carriker, Timóteo. O Caminho Missionário de Deus.
7
Odland, S. Kommentar till Romarbrevet (Comentário da Cartas aos Romanos), p. 27
8
Stott, John. Guds Goda Nyhet (As Boas Novas de Deus), 1975, p. 35
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Esta lei, no entanto, que os gentios possuem não dá ao homem um conhecimento total da
vontade divina e neste aspecto o gentio está em desvantagem em relação ao judeu. Mas a lei
natural9 oferece elementos suficientes para se conhecer a Deus como criador e por isso não
há desculpas para a idolatria. Conhecendo a Deus como Juiz não há desculpa para as más
obras.10
Existe, sem dúvida, níveis de conhecimento ou, conforme Henry, níveis de luz: “a luz da
natureza, dada aos gentios; a luz da lei, revelada aos judeus; e, a luz do evangelho, revelada
em Cristo Jesus”.11 Porém, qualquer que seja a luz ou o conhecimento, parece-nos que Paulo
afirma que é suficiente para declarar o homem sem desculpa por seus atos pecaminosos.
Toda a questão de “povos não alcançados”, tão em voga em nossos dias, carece de uma
definição clara destas declarações de Paulo!
Reflexão:
Outro tema ligado a isto, é o do chamado “fator Melquisedeque versus fator Abraão”. 12 Até
que ponto a revelação divina na natureza e na consciência do homem, ligado aos aspectos
culturais (At 14.16,17), cria pontos possíveis de contato para o evangelho ou até, podem levar
um povo a buscar a Deus?
9
Existe uma discussão se existe uma “lei natural” definida ou não. Por exemplo, Anders Nygren (Romarbrevet,
p. 131) discorda disso e crê que se trata apenas de uma forma natural de agir que, em alguns aspectos, concorda
com a lei revelada. Porém, é mais uma discussão sobre o que entendemos por “lei natural” do que se existe ou não
algo que é suficientemente claro para que o homem seja responsável por seus atos.
10
Compare Stott, 1975, p. 35
11
Henry, Matthew. Commentary on the Whole Bible. pp. 1757-1758.
12
Richardson, Don. O Fator Melquisedeque. p. 127
13
Luther, Martin. Commentary on Romans, pp. 40,41
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Não sobra espaço para uma justificação humana por obras ou merecimento pessoal, o que,
no contexto de Lutero e dos demais reformadores, era uma grande ofensa aos dogmas da
Igreja dominante. A situação na qual vivemos na América Latina, mas, também, em outros
lugares do mundo, não é muito diferente, apesar dos séculos que passaram. Inclusive, dentro
da própria igreja evangélica, existem conceitos de merecimento e de obras que precisam ser
realizadas para ter garantias de justificação.
Reflexão:
A questão é se nosso trabalho missionário tem, de forma genérica, ensinado, através da
pregação e da prática diária que a justificação em Cristo é pela fé, ou se temos transmitido
uma ideia de que o verdadeiro cristão é somente aquele que, também, incorpora os costumes
e as tradições ocidentais. Dizia Mahatma Ghandi, que podia aceitar o Cristo, mas não o
Cristianismo.
Se analisarmos todos os momentos de perigo pelos quais o apóstolo passou, vamos encontrar
que, apesar de “temor e tremor”, ele depositava sua confiança em Deus. Nada poderia
acontecer que não estivesse sob o controle do Senhor e, por isso, não o deixava angustiado
(Compare 2Co 4.8-10).
Reflexão
Uma interessante discussão aqui seria:
Em que depositamos a nossa confiança como obreiros do Senhor? Nas estruturas humanas e
financeiras ou primeiramente no próprio Dono de nossas vidas?
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Os capítulos 9 a 11 são considerados por alguns o clímax da carta aos Romanos. Tratam,
primordialmente, da situação dos judeus em relação ao evangelho e à recusa em aceitar a
Jesus como o Messias.
Várias lições nos são dadas ao longo da argumentação paulina. Em primeiro lugar, os gentios
não devem se vangloriar em sua aceitação de Cristo, porque foi a recusa dos judeus que
possibilitou que eles ouvissem o evangelho (11.11-25). Em segundo, que Deus tem um plano
para com Israel, mesmo que nós tenhamos dificuldade em precisar o que significa em termos
concretos, além da intenção de que o povo seja salvo (11.26-36). Em terceiro, a atitude
sacrificial do apóstolo, que está disposto a entregar sua vida e arriscar sua salvação a favor do
seu povo (9.1-5). Em quarto, que não é a descendência biológica que garante a salvação, como
se fosse algo hereditário que passa de pai para filho. “Deus não tem netos”, alguém tem dito,
e certamente a ideia de que cada pessoa precisa reconhecer a Jesus Cristo como seu Senhor
e Salvador, norteia todo o pensamento do apóstolo. Por último, temos que reconhecer a
soberania divina, que trata os povos conforme sua vontade, que sempre é justa, amorosa,
santa e coerente, independente do juízo que nós possamos fazer.
Reflexão:
Estas lições, além de outras que o texto nos traz, precisam ser analisadas na situação concreta
na qual vivemos. Deve-se pregar o evangelho aos judeus de hoje? A esperança de uma
salvação coletiva, como resultado de um reconhecimento geral de quem Jesus é, limita nosso
investimento missionário às comunidades judaicas em Israel e em outras partes do mundo?
Parece que Paulo não achava ruim quando um judeu aceitava a Cristo como fruto do seu
testemunho, mesmo que o apóstolo tivesse argumentos teológicos para entender a rejeição
de seus compatriotas.
Reflexão:
Algumas estratégias missionárias, inclusive, se baseiam na pressuposição que segregação é
mais eficiente em termos quantitativos. É o caso da “Crescimento da Igreja” (Church Growth
Movement) em sua versão original.14 Ao longo dos anos, as críticas ao movimento e seu
14
McGavran, Donald. Understanding Church Growth. Pp. 198 - 215. O autor mostra, com exemplos reais, que o
crescimento quantitativo tem sido maior onde não se cruzou qualquer tipo de barreira exceto o de crente/não crente.
Torna-se, portanto, um dos princípios básicos do movimento, mesmo que seus defensores têm tentado equilibrar
a questão com o tempo. Um exemplo disto é Juan Carlos Miranda em Manual de Crescimento da Igreja pp. 167-
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão:
Qualquer falha na corrente lógica, coloca em risco o resultado final. A salvação é obra de Deus
e não falha. A fé, que vem pelo ouvir da Palavra (v.17), também é dádiva de Deus. O problema
está na parte humana do processo. Isto nos leva a uma responsabilidade como Igreja de Cristo,
diretamente comissionados a enviar e a pregar, para que todos possam ouvir e terem a chance
de invocar.
Orlando Costas, em sua exposição da missão a partir do contexto latino-americano e com forte
ênfase na integralidade do evangelho, não deixa de lado a importância da proclamação:
Se a Palavra da Escritura é o registro fidedigno do processo revelatório de Deus, a
Palavra do evangelho é a medula desta revelação. Por isto, Paulo afirma
enfaticamente que “a fé segue a mensagem, e a mensagem é o anúncio do Messias”
Rm 10.17, isto é, a boa notícia de Jesus, o salvador do mundo. A proclamação, o
anúncio, do evangelho é, portanto, uma tarefa fundamental da igreja.15
179. Na p. 169, ele diz: “Trata-se de uma pressuposição descritiva e não normativa. É fenomenológica e não
teológica”.
15
Costas, Orlando. Compromiso y Mision. p. 29. Outro que destaca a proclamação como parte vital do trabalho
da Igreja de Cristo é Alberto Barrientos em seu livro Trabalho Pastoral. Pp. 103-117. A proclamação tem sido,
sem dúvida, um dos pontos fortes da Igreja Latino-americana ao longo das últimas décadas. Certamente isto tem
contribuído para o forte crescimento da igreja, ao lado de outros fatores.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Em segundo lugar, os sinais e prodígios fizeram parte de seu ministério (vs. 18,19). Não como
atração em si, nem como manifestação de seus poderes milagrosos, mas como um resultado
natural da pregação da Palavra e da ação do Espírito Santo.
Em terceiro, ele descreve a abrangência da obra missionária (vs. 19-24), num seguimento ao
esboço dado pelo próprio Cristo em At 1.8. Nesta caminhada ele ainda estava tentando
chegar até aos confins da terra, pelo menos para o lado ocidente, simbolizados por Espanha.
Em quarto, Paulo tinha uma visão holística de seu ministério (vs. 25-27). Sua tarefa de levar a
oferta dos irmãos da Acaia e da Macedônia para os pobres em Jerusalém, é visto como parte
de seu ministério. Ele tinha aprendido isto com Barnabé, por ocasião da fome em Jerusalém
(At 11.27-30). O homem todo, em todas as suas necessidades, precisa ser beneficiado pelo
evangelho e pela comunidade cristã.
Em quinto, Paulo espera a participação da igreja local em seu empreendimento (vs. 24,29). Já
mencionamos suficientemente, ao longo do texto, sobre este tema.
E, em sexto, a norma básica de Paulo para seu avanço missionário (v.20): “Sempre fiz questão
de pregar o evangelho onde Cristo ainda não fosse conhecido”. “Fazer questão” -
filotimoumenon - dá ideia de colocar sua honra em algo.
Champlin explica:
Essa palavra é tradução de um verbo grego que, originalmente significa “ser
encontrado como honrado”. Daí é que se derivou o sentido de esforçar-se ou ter
uma ação ambiciosa, como quem busca uma elevada honraria. O sentido, pois, é
“esforçar-se até ao ponto de receber honra”, um esforço suficiente para ser atingido
este alvo, receber honra.16
16
Champlin, R.N. O Novo Testamento Interpretado. vol. 3, p. 864.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Deus. Ele se esforça, coloca seu prestígio e sua honra nisto, buscando desta forma agradar a
Deus através de seu ministério.
Reflexão:
O que este princípio tem a ver conosco? Será que podemos aprender algo como igrejas
brasileiras, deste conceito de Paulo? Significaria algo para a forma como invadimos os países
que, de repente, se abrem para o ocidente, numa louca competição pelas “almas”? E os
povos não alcançados, onde Cristo nunca foi anunciado terão sua vez?
A tarefa missionária é de fazer Cristo conhecido a fim de que as nações glorifiquem a Deus,
que rendam a Ele todo o louvor e toda a adoração. Trata-se de uma das mais fortes motivações
para a obra missionária, que num círculo vicioso (com aspectos positivos) começa e termina
no louvor. A adoração é, usando os termos de Piper, “o combustível e o alvo das missões”. À
medida que povos adoram a Deus, a sua glória é manifesta entre as nações. Um dia, esta glória
será completa, quando representantes de todos os povos, tribos, línguas e nações estarão
diante do Cordeiro e junto com os seres celestiais estarão cantando:
Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e
louvor! ... Aquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória
e o poder, para todo o sempre! Ap 5.12,13
Reflexão:
É tremendamente importante guardar esta perspectiva no trabalho missionário e na reflexão
missiológica. Facilmente outros alvos e objetivos dominam nossa forma de pensar e de agir.
Interesses secundários e valorizações de métodos e estratégias tornam-se alvos finais ao invés
de serem instrumentos e canais para a realização da obra.
Aplicação
O caráter missiológico da Epístola de Paulo aos Romanos leva-nos a ler e estudar a carta com
novas “lentes”. Mesmo não forçando o significado de seu conteúdo e não lendo nas
entrelinhas o que possivelmente Paulo quis escrever, mas não o fez, o livro é suficientemente
17
Piper, John. Let the Nations be Glad. (Alegrem-se os Povos). p. 11
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
rico e claro para nos conduzir a uma longa lista de princípios missiológicos e de aplicações
práticas no ministério missionário.
A utilização da carta aos Romanos como guia no estudo teológico/missiológico é uma das
melhores formas de trabalhar os conceitos missionários e de ser trabalhado pela Palavra. O
objetivo precisa ser este: fidelidade às Escrituras num estudo sistemático e coerente, e
abertura e sensibilidade para a atuação do Espírito, que vivifica a Palavra, na vida daquele que
se lança nesta aventura cheia de surpresas, que é o estudo de Romanos.
O alvo final é, em tudo, a Glória de Deus. Foi para este fim que Paulo escreveu a carta. Foi
visando o engrandecimento de Deus que ele queria visitar Roma e envolver a igreja no
empreendimento espanhol. Foi para glorificar a Deus que Paulo vivia e se esforçava em seu
ministério missionário. Esta é a maior das lições que precisamos aprender!
Fonte: italiana.blog.br
1 e 2 CORÍNTIOS
O apóstolo Paulo chega à cidade de Corinto em sua segunda viagem missionária. (At 18). As
Cartas aos Coríntios são importantes, missiologicamente, porque se dirigem a uma recém-
plantada igreja no continente Europeu, que enfrenta as pressões externas da sociedade e o
desafio interno de ser uma comunidade que cresce de forma equilibrada em termos de
quantidade, qualidade e comunhão orgânica.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/639370478324392809/
Corinto era uma importante cidade portuária cosmopolita que ficava no sul da Acaia (ainda
existe) com forte influência de todo o Império Romano, principalmente da filosofia grega e da
imoralidade resultante de uma religiosidade baseada num dualismo, separando o espiritual
do físico e desprezando o corpo.
Fonte: https://www.turomaquia.com/o-que-fazer-em-corinto-grecia/
Ao chegar em Corinto, Paulo encontra o casal Priscila e Áquila que haviam sido expulsos pelo
Imperador Cláudio de Roma. Juntos eles fabricavam tendas para o seu sustento. Paulo iniciou
fazendo discursos na sinagoga da cidade, mas a igreja foi plantada quando decidiram reunir-
se na casa de Tício Justo, um homem temente a Deus (At 18.7); e com a chegada de Silas e
Timóteo que haviam permanecido na Macedônia.
Reflexão:
Até que ponto estamos dispostos a renunciar aos nossos direitos para ser verdadeiros
cooperadores de Deus em Sua missão
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
GÁLATAS
Discute-se que eram esses gálatas e exatamente em que região viviam. Existem duas teorias,
a teoria do norte da Galácia e a teoria do sul da Galácia. No mapa acima a região é colocada
como mais ao norte da Ásia Menor.
Reflexão:
Qual a importância de pregarmos um evangelho baseado na graça e no amor de Deus e não
no cumprimento de leis ou regras que facilmente carregamos em nossa tradição eclesiástica
EFÉSIOS
A carta aos Efésios é a primeira das quatro “cartas da prisão”; escrita por ocasião da primeira
prisão do apóstolo Paulo em Roma. As outras são as cartas aos Filipenses, aos Colossenses e
a Filemon.
Figura 5- O grande teatro de Éfeso. (At 19.29)
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
A cidade de Éfeso era a terceira mais importante do Império Romano, depois de Roma e
Alexandria, sendo a capital da Ásia (Menor). Era um centro de comércio com um grande porto
e tinha cerca de 500.000 habitantes. Era também um centro de magia e do culto a deusa
Artêmis (Diana). Paulo visitou Éfeso em pelo menos duas ocasiões (At 18.19-21; 19.1-20.31),
ficando três anos na segunda vez.
MAS DEUS:
o Estávamos mortos ..., mas Deus nos deu vida
o Éramos alvo de sua ira ..., mas Deus nos amou
o Éramos escravos ..., mas Deus nos deu um lugar no céu
18
Burns, Barbara. Introdução a Efésios na Bíblia Missionária da Estudo, p. 1218
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• O Cristo Cósmico – nele tudo irá convergir na plenitude dos tempos (1.10)
A esfera da discussão que Paulo faz relacionada com a necessidade do ser humano de ser salvo
é a das regiões celestiais (1.4), desfazendo as ciladas do príncipe da potestade do ar, do
espírito que atua nos filhos da desobediência (2.2), numa luta contra os principados e
potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes (6.12). Trata-se, portanto, de uma guerra cósmica e universal que abrange muito mais
do que as questões terrenas e carnais.
Para fazer frente a esta luta cósmica é necessário um Cristo Cósmico que domina o universo
em todas as suas dimensões: o físico e o metafísico (no céu e na terra, e até no inferno – 4.9);
o tempo (desde uma eternidade até a outra – plenitude dos tempos); as áreas do ser humano
(físico, psicológico e espiritual); o espaço geográfico que conhecemos (longe e perto); na
história e fora da história da humanidade. Não há espaço, tempo ou outra dimensão onde
Cristo não tenha poder e autoridade. Todas as culturas e povos em todas as épocas – Cristo é
acultural, atemporal, eterno e universal, Jesus Cristo que é Deus em plenitude e perfeição. Se
o ser humano tem se alienado de Deus, Jesus Cristo é o oposto, alguém realmente integrado
à mais completa relação com o Pai.
Ao mesmo tempo Jesus Cristo é apresentado como aquele que está próximo ao ser humano.
Mais do que isso, aquele que se tornou homem – aquele que veio. Diz nosso texto base (2.17),
que vindo, evangelizou a paz. Jesus, homem, é a contrapartida de sua divindade e sua
universalidade.
A natureza humana de Jesus Cristo é mais importante do que muitas vezes entendemos. É
pelo fato que Jesus faz parte da humanidade e de sua história, que Ele se torna um possível
mediador entre Deus e o homem. Seu sacrifício, igualmente, é válido como expiação pelos
pecados do ser humano, substituindo a cada um de nós na cruz que merecíamos, como
“mortos em nossos pecados”.
Existe também todo um aspecto pedagógico na vinda de Jesus à terra. Seu exemplo de vida
tornou-se o padrão para todo aquele que deseja seguir a vontade de Deus e viver de forma
correta e santificada (Ef 4.20-24). Novamente, se o homem está separado e alienado em suas
relações com outros seres humanos, Jesus Cristo é o oposto – está profundamente ligado ao
ser humano, buscando um relacionamento contínuo e qualitativo, assumindo 100% sua
inclusão na humanidade.
O que fica claro é que sem Cristo não há bênção nem esperança. Nele e com ele, a vida
abundante está garantida. É interessante notar quantas vezes Paulo usa a expressão em
Cristo, ou equivalentes. Seu Cristocentrismo chega ao extremo quando declara que “não vivo
eu, mas Cristo em mim” (Gl 2.20). A mediação entre Deus e o homem depende de uma entrega
total, de uma renúncia do ego, do egoísmo, do egocentrismo e da egolatria. Trata-se de
morrer para si próprio adquirindo, assim, a vida de Cristo.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
➢ Exclusivismo: A Salvação é apenas para aqueles que ouviram falar de Jesus e o aceitaram
pela fé, durante sua vida na terra.
➢ Inclusivismo: Aqueles que não ouviram o evangelho podem ser salvos se buscarem a Deus
por fé, de acordo com a revelação que possuem.
➢ Universalismo: Todos serão salvos, por Cristo, independente se o conheciam ou não, e se
o aceitaram ou não. Ninguém será condenado eternamente.
19
Sanders, John, E Aqueles Que Nunca Ouviram?, p. 24
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Segundo Paulo nesta carta aos Efésios, no entanto, parece difícil conceber qualquer ação
divina sem a participação direta e intermediadora de Jesus Cristo e, portanto, se aceitarmos
uma posição que não seja puramente exclusivista, as exceções são certamente muito
limitadas. Se não for assim, as implicações missiológicas são incalculáveis e, principalmente,
as afirmações do apóstolo Paulo, o maior dos missionários, tornar-se-ão profundamente
problemáticas, assim como as ordens missionárias de Jesus.
A obra redentora de Cristo é, portanto, para todos os seres humanos. O pressuposto, como já
afirmamos, é que esta garantia de salvação exige uma tomada de posição de cada indivíduo,
pela fé em Jesus Cristo.
Há esperança em Cristo Jesus e na vinda do seu reino. Paulo diz que ele insiste em orar pelos
crentes para que conheçam a
• Riqueza da glória da herança dos santos (1.18)
• Suprema grandeza do poder de Deus (1.19)
• Suprema riqueza de sua graça (2.7)
É baseado nestas premissas que o crente tem esperança e uma perspectiva de futuro que vai
além desta vida terrena. A escatologia de Paulo inclui aspectos relacionados com a chegada
do Reino aqui na terra já com a primeira vinda de Cristo, seu ministério e obra redentora,
assim como com a vinda plena do Reino por ocasião da volta de Cristo.
• Aboliu a lei dos mandamentos na forma de ordenanças – a lei da morte. (2.15)
• Acesso a Deus. (2.18)
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão:
1. A descrição que o apóstolo Paulo faz da situação sombria da humanidade é por demais
negativa? Como o humanismo responde a esta apresentação paulina? Se a descrição é
verdadeira o que isto significa para nós?
2. De que forma a “Troica malvada” (mundo, carne e diabo) atua em nossos dias? O que
podemos fazer para minimizar seus efeitos?
3. Se Cristo é tão central na teologia de Paulo, como isto se reflete na pregação e no ensino
bíblico em sua igreja local?
4. Quais são as consequências para o nosso trabalho missionário que Jesus Cristo é singular
e o único caminho de salvação?
5. Qual é o papel que a igreja local exerce numa sociedade marcada pelas previsões negativas
de futuro? Como apresentar o evangelho de esperança sem ignorar os problemas reais
que a humanidade enfrenta?
20
Stott, John. A Mensagem de Efésios – A Nova Sociedade de Deus, p.ix
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
6. Como viver inspirados e encorajados pelo futuro promissor do Reino e ao mesmo tempo
atuando a favor dos princípios deste Reino aqui e agora? Quais são as boas obras para as
quais fomos criados?
7. O que significa para você que a fé em Cristo é a construção de uma nova sociedade De
que forma você evidencia isto no seu dia a dia?
FILIPENSES
A epístola de Paulo aos Filipenses pode ser resumida na expressão “juntos em missão”. Mais
do que em qualquer outra carta, o apóstolo enfatiza a importância e a satisfação da
cooperação de uma igreja com o seu ministério missionário.
A cidade de Filipos era, sem dúvida, estratégica dentro do Império Romano, na rota entre a
Ásia e a Europa. O nome antigo da cidade era Krenides (as fontes). Em 358 A.C. foi invadida e
refundada pelo pai de Alexandre o Grande, Felipe II da Macedônia. A Via Egnatia levava ao
seu porto Neópolis. Era uma região famosa por seu ouro e de terras muito produtivas. Filipos,
assim como toda a Macedônia, foi subjugada por Roma em 168 A.C. No ano 42 A.C. foi palco
da batalha entre Antonius e Octavianus de um lado e Brutus e Cassius do outro. Após esta
batalha tornou-se colônia romana pertencente a província de Anfípolis e recebeu o nome de
Colônia Julia – que dava dignidade e privilégios à cidade, como aplicação da lei romana com
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
isenção de impostos, em alguns casos, e o famoso ius italicum – a posição legal de estar em
território italiano.
Paulo chega a primeira vez a Filipos vindo de Troas via o porto de Neápolis, durante sua
segunda viagem missionária, respondendo ao “chamado macedônico” (At 16.6-12). Havia na
cidade, na época, uma pequena colônia judaica, mas sem sinagoga. Os judeus e os tementes
a Deus se reuniam fora da cidade num lugar de oração a beira do rio Angites. Foi ali que Paulo
pregou o evangelho na Europa pela primeira vez, possivelmente no ano de 52 D.C.; a igreja
que surgiu permaneceu por muitos anos. O bispo Ignácio de Antioquia visitou a igreja por volta
do ano 100 D.C; por volta do ano 1000 D.C. a cidade tinha seu próprio bispado; e no ano
1411D.C havia ali um arcebispo. Hoje a cidade está em ruínas.
O clima religioso de Filipos era de sincretismo, numa mistura de devoção a deuses do panteão
grego e do panteão romano com o culto ao próprio imperador romano.
A segunda pessoa que foi alvo do evangelho libertador foi a jovem adivinhadora. Não temos
detalhes sobre o seu paradeiro depois da libertação, mas podemos presumir que ela também
se juntou a novel igreja; e o carcereiro e sua família. Um começo difícil, com perseguição, mas
também com sinais e milagres acompanhando a pregação das boas novas de salvação. Trata-
se do primeiro confronto entre cristãos e autoridades não-judaicas, sendo que os apóstolos
são acusados de perturbar a ordem e tentar introduzir costumes que não poderiam ser
praticados pelos filipenses porque são romanos! (At 16.20,21). Parece que aqui já há um
interessante paralelo com missões de hoje, no confronto do Evangelho com situações em que,
quer por mal-entendidos ou artimanhas planejadas, a radicalidade do Evangelho é refutada.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Fonte: http://manadiariodopregador.blogspot.com/2011/04/paulo-e-silas-na-prisao.html
É interessante o fim do relato deste início em Filipos em At 16.35-40. Paulo e Silas sabiam dos
seus direitos, como cidadãos romanos, e exigiram que os próprios pretores – os juízes – os
soltassem. O texto termina dizendo que eles foram para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os
confortaram e depois partiram para Tessalônica.
Paulo visitou Filipos também em sua terceira viagem missionária, a segunda pela Europa (At
20.6) tanto na ida como na volta da Grécia, mas sem detalhes fornecidos por Lucas em seu
relato. O que vemos na carta aos Filipenses, no entanto, é que uma relação muito especial se
desenvolveu entre o apóstolo e a igreja em Filipos.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
A preocupação de Paulo ao escrever para a igreja não é apenas a sua própria sobrevivência no
campo missionário, aliás, isto, é o de menos. Na verdade, a maior parte da carta versa sobre
o bem-estar da igreja em Filipos. Ao escrever para Roma, vemos a mesma preocupação:
“Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que
sejais confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos
por intermédio da fé mútua, vossa e minha” (Rm 1.11-12)
21
Shedd, Russell. Alegrai-vos no Senhor - uma Exposição de Filipenses, p.78
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Quem sabe a nova estratégia e a mudança de continente tenha afetado este apoio. Não
sabemos, mas podemos imaginar que, principalmente, os de linha mais judaica ainda tinham
dificuldades em acompanhar missões para os gentios e ainda mais entrando em cheio no
centro da influência romana. A boa notícia, no entanto, é que a igreja em Filipos apoiou seu
missionário e o fez de forma convincente.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Poderíamos também refletir sobre Epafrodito como o missionário que teve que abandonar o
campo antes do tempo previsto. Certamente preocupado com a repercussão disto na igreja
em Filipos e pelo futuro de Epafrodito como obreiro, Paulo faz questão de afirmar estas
características positivas de seu caráter.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
veremos que há claros paralelos. A teoria e os princípios encontram exemplos práticos nas
vidas de Timóteo e de Epafrodito.
Os princípios são:
o Pensar a mesma coisa – phronete. (Rm 12.16)
o Ter o mesmo amor – agape – várias palavras fazem também parte do contexto de
1Co 13
o Ser unidos de alma – syn-psychos – harmonia de mente, estarem preocupados com
a unidade.
o Ter o mesmo sentimento – phronuntes – mesmo que em 2.5 – ter uma mentalidade
transformada de acordo com Cristo
o Nada fazer por partidarismo ou vanglória, mas por humildade. (2.8 – sobre Cristo
humilhar-se voluntariamente e 4.12 sobre Paulo – estar humilhado).
o Considerar os outros superiores a si mesmo.
o Não ter em vista o que é seu, mas o que é dos outros
Reflexão
1. O papel da igreja na missão de Deus.
2. A cooperação entre a igreja e o missionário
3. Jesus Cristo como o modelo a ser imitado.
COLOSSENSES E FILEMON
Colossos era uma pequena cidade na região da Frígia, vizinha de Laodiceia e Hierápolis, no
vale do rio Lico. Entre os membros da igreja que surgiu ali estava Filemon e sua família.
Onésimo, escravo de Filemon, tinha fugido, mas Paulo o ganhou para Cristo e o encaminhou
de volta ao seu mestre.
A igreja foi fundada por um dos discípulos de Paulo, Epafras. A estratégia de Paulo era
estabelecer-se, por um tempo, numa cidade central e enviar obreiros, por ele preparados,
para plantar igrejas nas cidades vizinhas.
Figura 8 - Colossos
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Fonte: https://www.salusincaritate.com/2020/06/comentarios-sobre-carta-aos-colossenses.html
Reflexão
1. A importância de uma Cristologia de acordo com as Escrituras.
2. A coerência entre a profissão de fé e a vida diária com Cristo.
3. O relacionamento entre patrão e empregado; na família e entre os membros do Corpo de
Cristo.
TESSALONICENSES
A cidade de Tessalônica era a capital da Macedônia e ficava na chamada via Egnátia que ligava
Roma ao Oriente. Recebia, portanto, influência tanto do restante do Império Romano como
de outras nações. Tessalônica possuía, também, seu próprio sistema de governo e abrigava
uma importante colônia de Judeus.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Hoje a cidade de Tessalônica (ou Salônica) continua sendo uma bonita e importante cidade
portuária na atual Grécia, sendo a segunda maior do país.
Figura 9 - Tessalônica
Fonte: https://terrasantaviagens.com.br/tessalonica/
A Igreja em Tessalônica
• Paulo iniciou o trabalho quando passou por lá com Timóteo e Silas em sua segunda viagem
missionária (At.17.1-9).
• Como sempre, ele iniciou seu trabalho pregando na sinagoga da cidade.
• A Igreja era, certamente, composta por judeus e gentios.
• Mas a maioria era, provavelmente, de gentios que tinham sido idólatras (1.9).
• A igreja tinha demonstrado (1.3):
o O trabalho que resulta da fé
o O esforço motivado pelo amor
o A perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Reflexão
1. O que caracteriza uma igreja missional, de acordo com as Escrituras?
2. E os convertidos seguiram o exemplo de Paulo. A importância de modelos a serem
seguidos!
3. Esperar a volta de Cristo, mas seguir trabalhando.
CARTAS PASTORAIS
As cartas pastorais são as últimas escritas por Paulo. A primeira carta a Timóteo e a carta a
Tito, provavelmente, no período entre as duas prisões em Roma e a segunda carta a Timóteo
já na segunda prisão, logo antes de ser martirizado, por volta do ano 67-68; fazem parte de
um processo de transição de liderança da primeira geração de líderes da Igreja Primitiva para
uma segunda geração. A preocupação de Paulo é a formação de igrejas saudáveis, tanto
espiritualmente como no relacionamento de seus membros, e a fidelidade dos pastores à sã
doutrina dos apóstolos. Assim como nas cartas dirigidas diretamente às igrejas, Paulo vê a
importância da igreja local e do seu bom funcionamento na sociedade.
As cartas pastorais não são diretamente “missionárias” num sentido de apelo à evangelização
ou a missões, mas falam, sem dúvida, sobre a participação da igreja na missão de Deus,
PÁGINA 76
TEOLOGIA DE
MISSÕES
contribuindo para uma sociedade mais justa e uma igreja atuante e resistente no meio das
pressões de seu tempo.
TIMÓTEO
Em 2Tm 3.10 Paulo diz: “Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento,
propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança, as minhas perseguições e os meus
sofrimentos, os quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra”. Nota-se que Timóteo
logo se tornou um homem de confiança de Paulo e foi enviado a Corinto (1Co 4.17, 16.10)
para reforçar o ensino junto a igreja e resolver os problemas que haviam surgido. Mais tarde
Timóteo encontra-se em Éfeso para onde são dirigidas as cartas pastorais, mas Paulo o quer
consigo no final de sua vida em Roma (2Tm 4.21).
A pessoa de Timóteo:
• Nascido em Listra, filho de pai grego e mãe judia – bi-cultural
• Crente de bom testemunho e discípulo de Jesus. (At 16.1-2)
• Timóteo significa “aquele que honra a Deus”!
• Participou na equipe de Paulo na segunda viagem missionária. (At 16.3)
• Esteve com Paulo na prisão em Roma. (Fp 1.1)
• Enviado por Paulo à Éfeso para pastorear a igreja
• Mencionado e recomendado por Paulo em várias de suas cartas às igrejas. (Fp 2.19; Rm
16.21; 1Co 4.17) e cooperou com Paulo em várias das cartas. (1 e 2Ts, 2Co, Fp, Cl e Fm)
• Encarregado por Paulo em missões para Tessalônica. (1Ts 3.2) e para Corinto (1Co 4.17)
• Pessoa de alta confiança de Paulo e visto como seu sucessor
TITO
• Sabemos menos acerca de Tito, gentio de nascimento
• Possivelmente se converteu através da pregação de Paulo
• Acompanhou Paulo e Barnabé a Jerusalém, não sendo circuncidado. (Gl 2.1-5)
• Levou cartas de Paulo a Corinto e tratou da situação problemática lá. (2Co 7.6-16)
• Foi deixado em Creta por Paulo para pastorear a igreja. (Tt 1.5)
22
Stott, John. A Mensagem de 2.a Timóteo: Tu, Porém.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Aplicação Missiológica
• A necessidade de manter a fé e de ensino de acordo com a ortodoxia apostólica
• Jesus, o único mediador entre Deus e o homem. (1Tm 2.5)
• A importância de uma liderança qualificada e com credibilidade
• O cuidado com os diferentes grupos na igreja. (1Tm 5)
• O discipulado dos crentes. (2Tm 2.2)
• Fidelidade ao chamado. (2Tm 4.1-5)
• A universalidade da salvação oferecida por Deus. (Tt 2.11-14)
• A coerência entre a fé a as obras. (Tt 3.1,14)
• A importância de igrejas locais que influenciam a sociedade onde estão
Reflexão:
1. O legado de Paulo ao seu discípulo. (2Tm 1.6-14; 2.1-13; 3.10-17; 4.6-8)
2. Tu, porém! A exortação para ser diferente. (2Tm 3.10,14)
3. A humanidade dos servos de Deus. A fragilidade de Timóteo sendo jovem (1Tm 4.12; 2Tm
2.22; propenso a doenças (1Tm 5.23); caráter tímido. (1Co 16.10,11; 2Tm 1.7-8; 2.1,3;
3.12; 4.5).
4. As necessidades de Paulo. (2Tm 4.9-18)
HEBREUS
A Epístola aos Hebreus foi escrita, primordialmente, para a comunidade judaica,
possivelmente em Roma. (13.24). Dirige-se aos cristãos perseguidos pelos imperadores
romanos. A carta apresenta a pessoa de Jesus como o Messias, o autor e consumador da fé.
Existe uma constante comparação com o Antigo Testamento e a história de salvação através
do povo de Israel. (1.1-1; 3.1-19; 4.1-13; 4.14-10.31)
Propósito da carta
• Encorajamento no meio da perseguição (10.32-39).
• Advertir contra a apostasia, principalmente a volta ao judaísmo (2.1; 5.11-14)
• Motivar o avanço na fé e na proclamação do evangelho. (6.1-3)
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Dualismo - o que está acima e o que está abaixo - o verdadeiro mundo celestial e o mundo
terreno transitório. Também o dualismo escatológico - o século presente versus o século
que virá. (caps. 8 e 9; 2.5; 10.37)
• Cristologia. A preexistência de Cristo (1.2,3); sua humanidade (4.14,15).
• O Sumo Sacerdote. Jesus Cristo é maior e melhor
• A Nova Aliança em Cristo é superior à Antiga Aliança
• A vida cristã, pela fé, perseverança, esperança, e paciência. (6.12)
• Os heróis da fé. Exemplos do Antigo Testamento. (cap. 11)
• A chave doutrinária é Cristológica. 13 vezes aparece a expressão "melhor" no contraste
entre a velha e a nova aliança.
o 7:19 - esperança melhor
o 7:22 - pacto melhor (aliança)
o 8:6 - ministério melhor
o 8:6 - promessa melhor
o 9:11 - tabernáculo melhor
o 9:23 - sacrifício melhor
o 10:34 - possessão melhor (bens)
o 11:16 - pátria melhor
o 11:35 - ressureição melhor
o 12:24 - sangue melhor
• O Evangelho apresentado de forma contextualizada usando retórica da época,
imagens do dia a dia e fazendo referência e comparação com aquilo que os leitores
conhecem.
Reflexão:
1. Qual a importância do exemplo dos “heróis da fé” para uma igreja perseguida ou
pressionada por uma sociedade hostil ao evangelho
2. De que forma a superioridade de Cristo pode ser apresentada em outros contextos
religiosos
TIAGO
Escrito por um “meio-irmão” de Jesus, a carta de Tiago reflete em grande parte os temas éticos
e morais do Reino de Deus expressos por Jesus no Sermão da Montanha. Tiago dirige sua carta
às comunidades cristãs em dispersão que, via de regra, estavam sofrendo perseguição por
causa da fé em Cristo. (1.1,2; 2.1,2). Trata-se de um dos primeiros livros do Novo Testamento.
Tiago foi martirizado no ano 62. (At 12.19)
Propósito da carta
• Encorajar os cristãos nas provações e nas perseguições.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Corrigir erros entre os cristãos judeus. Parcialidade (2.1-13); Fé sem obras (2.14-26);
Maledicências (cap. 3); Mundanismo (cap. 4).
• Incentivar os cristãos a viverem de acordo com sua confissão de fé como testemunho ao
mundo.
Reflexão
1. Qual é o maior desafio pessoal e comunitário em ser coerente na vida diária e nossa
confissão de fé Como podemos viver de forma integral em nossos dias
2. Que aspectos do Sermão do Monte ecoam na Epístola de Tiago Dê alguns exemplos
3. O alto padrão ético e moral defendido por Tiago caracteriza os valores e princípios do
Reino de Deus. De que forma a Igreja pode viver e defender este padrão
1 e 2 PEDRO
As cartas do apóstolo Pedro foram escritas para as igrejas dispersas na Ásia Menor (1Pe 1.1)
que estavam sofrendo forte perseguição. O tema do sofrimento pelo evangelho é presente
em ambas as cartas e Pedro incentiva os cristãos a darem seu testemunho, vivido e falado,
mesmo sob o risco de serem perseguidos e mortos. As cartas são dirigidas tanto a judeus como
a gentios e tem um caráter exortativo com muitos imperativos.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
O Apóstolo Pedro é conhecido tanto dos Evangelhos como do livro de Atos dos Apóstolos e
sua caminhada, desde o chamado de Jesus, para ser um discípulo seu até sua liderança na
Igreja Primitiva é bem documentada. As cartas mostram vários aspectos de aprofundamento
teológico e compreensão da abrangência da missão da Igreja alcançando a todos.
Reflexão
1. A importância de uma teologia de sofrimento. O que você entende pela frase de Pedro de
“alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo” (1Pe 4.13)
2. De que forma a Igreja hoje pode ser coerente com sua natureza missionária descrita em 1
Pedro
1, 2 e 3 JOÃO
As cartas de João têm o objetivo principal de encorajar as igrejas no meio das dificuldades e
perseguições que os cristãos estão sofrendo. As crises teológicas e doutrinárias também
afetam as igrejas e o apóstolo João que ajudar a firmar os crentes em sua fé em Cristo e no
ensino apostólico. O aspecto pastoral também está bem presente, incentivando o amor entre
os membros e para com a comunidade de forma geral.
Expressões que conhecemos do Evangelho de João aparecem também nas cartas, como por
exemplo as antíteses em 1Jo:
• Luz e trevas (1.5)
• Verdade e Falsidade (1.6)
• Amor e Ódio (2.9-11)
• Vida e Morte (5.13)
Reflexão
O apóstolo João ficou conhecido como o “apóstolo do Amor” por sua contínua ênfase no amor
de Deus e no amor entre as pessoas. Ao mesmo tempo ele é firme em relação às falsas
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
doutrinas e na rejeição aos falsos profetas e mestres. Como exercer tolerância e amor e ao
mesmo ser claro naquilo que é verdade bíblica
JUDAS
O principal significado missiológico de Judas está na forma como ele utiliza estórias populares
e a cultura local como analogias para comunicar-se com seus leitores. Sua ênfase na verdade
e a necessária defesa da fé em Cristo são ensinamentos que devem fazer parte de nossa
teologia de missões.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/467037423838896715/?mt=login
Propósito do livro
• Exortar as igrejas assoladas por imoralidade e falsos mestres – 2.20
• Encorajar as igrejas diante da perseguição – 1.9 ; 2.2, 3
• Dar uma mensagem de esperança onde o mal é uma vez por todas vencido pelo bem.
Características do livro
• Dos 404 versículos do Apocalipse, somente 126 não contém citação ou alusão ao A.T.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Métodos de Interpretação
Por ser o livro de mais difícil interpretação do N.T. e com uma forte linguagem simbólica,
têm-se surgido diversas formas de interpretação.
a) Método Preterista
Baseia-se na premissa que os livros apocalípticos são "panfletos para tempos difíceis".
Interpretado assim, o Apocalipse expressa a esperança dos cristãos primitivos da Ásia de que
brevemente seriam libertados dos seus sofrimentos sob o domínio romano. O livro cumpre
seu propósito fortalecendo e encorajando a Igreja.
b) Método Histórico
Vê o apocalipse como uma profecia simbólica da história da Igreja, desde Jesus até a sua volta.
c) Método Idealista
Vê um quadro simbólico da luta cósmica e espiritual entre o bem e o mal. Uma encenação
apenas de algo que acontece no mundo espiritual.
d) Método Futurista
Vê o Apocalipse como uma profecia de acontecimentos futuros colocada em símbolos. Há
duas correntes:
e) Dispensacionalista
Esta corrente interpreta as sete cartas como sete épocas da história da Igreja. Os capítulos 6
a 18 retratam o período da grande tribulação. O povo de Deus é Israel. A igreja não estará na
terra durante a tribulação (Há variações nesta teoria). Todos os símbolos são interpretados e
uma cronologia completa é feita dos acontecimentos.
f) Futurista Moderada:
Difere do dispensacionalismo em diversos pontos. Não vê necessidade de separar a Igreja e o
novo Israel. O povo de Deus que sofre a perseguição feroz é a Igreja. As cartas às igrejas se
referem a uma situação histórica. Concorda, no entanto, com o fato de o livro ser uma
descrição da consumação do propósito de Deus no fim dos tempos. Há em toda a literatura
apocalíptica na Bíblia uma tensão entre o presente e o futuro. Ex. Daniel.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
O fato que o livro do Apocalipse é primeiramente endereçado às sete igrejas da Ásia torna
importante o estudo das cartas mais específicas a cada igreja. Nessas cartas temos princípios
aplicáveis para as igrejas de todos os tempos e, naturalmente, para as igrejas atuais. Os
desafios que as sete igrejas enfrentavam se repetem ao longo da história da Igreja.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Palavra-chave: Sofrimento
o Jesus diz: conheço o sofrimento e a pobreza
o Não temas, mas seja fiel até a morte
o Ao vencedor: não sofrerá dano da segunda morte
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Palavra-chave: Santidade
o Encorajamento pelas boas obras, amor, fé, serviço e perseverança
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
• Palavra-chave: Realidade
o Jesus diz: conheço tuas obras, tens nome de que vives, mas estás morto!
o Arrepende-te! Lembra-te do que tens recebido e ouvido e guarda-o.
o Sê vigilante, acorda!!
o Ao vencedor: roupas brancas e o nome no livro da vida
Fonte: rosvaldooliveira.wordpress.com/2015/08/22/como-entender-a-cidade-de-laodiceia/
o Sê zelosa e arrepende-te!
o Ao vencedor: Assentar com Cristo no trono
Reflexão
1. De que forma o livro do Apocalipse pode servir de encorajamento aos cristãos perseguidos
em nossos dias
2. Quais os principais ensinamentos que você tira das cartas às sete igrejas
3. A visão de pessoas de todos os povos diante do trono é uma forte motivação para o
envolvimento missionário.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
B) A natureza de Deus
❖ Trindade Divina – Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo
❖ O eterno – a existência de Deus
❖ O soberano – dono de sua criação e do destino do universo
❖ O amor, a misericórdia e a graça de Deus
❖ O juiz – diante do qual o ser humano prestará contas
❖ A justiça e a santidade de Deus
❖ A vitória sobre o Mal
❖ A missão de Deus – Missio Dei
C) A criação
❖ A intenção de Deus na criação
❖ O relato da criação – mensagem principal
❖ O jardim criado para o ser humano e o retorno ao paraíso
❖ Os temas ecológicos hoje
D) O ser humano
❖ Criatura de Deus – a espécie humana distinta dos animais
❖ Criado à imagem e semelhança de Deus – um ser com escolhas
❖ As dimensões do ser humano determinando sua relação – corpo, alma e espírito
❖ A dependência do criador – o fôlego de vida
❖ O cooperador de Deus na criação e na manutenção da criação
❖ Responsável diante de Deus – prestará contas de sua vida
❖ A rebeldia do ser humano querendo ser independente do Criador
❖ Alvo do amor de Deus e do plano de salvação
E) A realidade do pecado
❖ A origem do mal
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Iniciaremos com a teologia de missões que nos caracteriza como evangélicos; há,
naturalmente, variações nos diferentes temas e nas ênfases dadas em cada contexto
denominacional.
A iniciativa de Billy Graham, para o que mais tarde se tornou o movimento Lausanne, é
importante. Em 1966, ele convocou uma conferência em Berlim, que foi o prelúdio da
Conferência de Lausanne de 1974 e do Movimento de Lausanne. É aqui, também, que o
anglicano John Stott entra e se torna o principal autor da Declaração de Lausanne. Um passo
importante é dado nesse processo, com uma clara perspectiva holística do evangelho e sobre
a missão.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Alguns temas importantes na teologia da missão evangélica hoje, de acordo com Michael
Goheen.23
Goheen resume as tendências da teologia da missão nas últimas décadas referindo-se a uma
mudança de paradigma, com as seguintes características:
• A missão é “de todos e para todos”, em oposição a uma missão unilateral
• Missiologia que analisa, também, a cultura ocidental, em resposta a uma missão
transcultural apenas focada no hemisfério sul e no oriente
• Eclesiologia missional, em resposta à divisão entre missão e igreja
• Contextualização, como uma resposta ao evangelho ocidental exclusivo
• Missio Dei, em resposta a uma missão antropocêntrica
• Libertação, como resposta ao desenvolvimento
• Missão em fraqueza e sofrimento, em resposta à missão de força e poder
• Missão como parceria, em resposta à missão apenas de parte da Igreja no Ocidente
• Perspectiva holística da salvação, em resposta à salvação espiritualizada ou humanística
23
Goheen, Michael. A Missão da Igreja Hoje
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
24
Lausanne.org
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Conclusão:
Façam discípulos
Amem aos outros
Fonte: https://lausanne.org/cape-town-2010-the-third-lausanne-congress-on-world-evangelization
4.2 Pentecostal25
Para nossa realidade brasileira, pode ser difícil separar uma teologia evangelical de uma
teologia pentecostal. Os pentecostais fazem, naturalmente, parte dos evangélicos. O
movimento carismático, que tem influenciado grande parte das igrejas cristãs no mundo, em
muito se aproxima de ênfases pentecostais, principalmente tratando-se da obra do Espírito
Santo.
No entanto, o movimento pentecostal mundial tem-se perfilado de forma mais contundente
nas últimas décadas e, com frequência, se apresenta hoje como uma quarta família cristã,
sendo as outras três o catolicismo, o movimento ecumênico e os evangélicos.
25
Em parte baseado em texto do Dr. Jan-Ake Alvarsson, teólogo e antropólogo do movimento pentecostal sueco,
incluído no livro Berörd – Samtal om mission i en föränderlig värld. Stockholm: Sveriges Kristna Råd och Svenska
Missionsrådet, 2019. Material produzido pelo Conselho Cristão Sueco e pelo Conselho Missionário Sueco.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Crescimento da Igreja
Os primeiros passos dentro deste movimento foram tomados por Donald McGavran,
professor de Missões no Fuller Theological Seminary, Pasadena, EUA. O movimento tem
trazido novos aspectos à análise do evangelismo e de missões e se baseia nos seguintes
critérios:
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
2000. O Movimento tem tido o propósito de: “Em um espírito de serviço, buscar motivar,
fomentar e fazer redes de homens e mulheres líderes eclesiásticos, que sejam inspirados pela
visão de alcançar os não alcançados até o ano 2000”, cumprindo assim a Grande Comissão de
Jesus.
O enfoque principal do Movimento Ano 2000 é a chamada “Janela 10-40”. Esta “janela”, que
fica entre as latitudes 10 e 40, ao norte da linha do Equador, também denominada de
“cinturão de resistência”, representa os países do norte da África, sul da Europa, Oriente
Médio e grande parte da Ásia. Nesta área, vivem 97% das pessoas menos evangelizadas, com
uma forte presença das grandes religiões não-cristãs: Islamismo, Budismo e Hinduísmo. A
janela 10/40 é também a região onde menos esforços evangelísticos têm sido empreendidos.
O Movimento AD 2000 e Além encerrou suas atividades no início de 2001, de acordo com o
planejamento feito por sua liderança. A influência do movimento, no entanto, continua
através de redes de trabalho que foram organizadas, e que se tornaram, em alguns casos,
organizações próprias. Um dos resultados mais positivos do movimento foi a forte ênfase na
evangelização dos povos não alcançados (povos étnicos) e na priorização da região mais
carente do mundo, a Janela 10-40. Certamente muitos povos foram alcançados e um avanço
significante foi dado na evangelização mundial.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Fontehttp://redeevangelismo.comunidades.net/janela-10-40
4.3 Ecumênico – Conselho Mundial de Igrejas
O propósito do trabalho ecumênico que agora foi feito é buscar atitudes, diretrizes e uma
visão para uma compreensão e prática renovada de missão e evangelismo em um cenário em
mudança. O documento é dirigido a um público que vai além das igrejas-membro do Conselho
Mundial de Igrejas e de suas organizações missionárias afiliadas, para que juntos possamos
nos comprometer com a vida em abundância para todos, guiados pelo Deus da vida!
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
O capítulo sobre evangelismo incluído na Parte 5 foi escrito por evangélicos. A escolha de falar
sobre "O Espírito" foi em parte com os movimentos carismáticos dentro das igrejas
relacionadas ao Conselho Mundial de Igrejas e em parte com um "namoro" com as igrejas
pentecostais. Ao mesmo tempo, existe a consciência de que a Trindade deve fazer parte da
Igreja e da missão.
A teologia de missões da Igreja Católica Romana apresenta, assim como em outros contextos
cristãos, uma grande variedade principalmente em sua aplicação. Há várias linhas de
pensamento mesmo que o Vaticano tem oferecido orientações e afirmações em vários
documentos oficiais.
O Concílio Vaticano II (1962-1965) foi de grande importância para uma abertura ao diálogo
com outras correntes cristãs e uma série de documentos têm sido produzidos nas últimas
26
Berörd – Samtal om mission i en föränderlig värld. Stockholm: Sveriges Kristna Råd och Svenska Missionsrådet,
2019. Material produzido pelo Conselho Cristão Sueco e pelo Conselho Missionário Sueco. Texto parcialmente
escrito pela teóloga católica sueca Katrin Amell.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
décadas. Além dos documentos do concílio, existe uma série de cartas posteriores de natureza
teológica missionária, por exemplo, circulares papais (encíclicas) e exortações apostólicas.
O atual papa Francisco parece ter esse documento como o favorito, sendo que o cita com
frequência. O documento começa com o personagem principal do evangelho, Jesus Cristo,
que foi o primeiro a proclamar a notícia sobre o reino de Deus. É a sua forma de pregar, viver
e morrer que deve ser o modelo para nós. Hoje é a tarefa da Igreja difundir o evangelho
enquanto ela mesma está constantemente em necessidade de ser evangelizada, sempre
reformanda. O evangelho é pregado principalmente por meio do testemunho na vida do
homem cristão.
O texto termina com um capítulo completo sobre o Espírito como líder da missão. O Espírito
trabalha, não apenas nos indivíduos, mas também nas sociedades, história, povos, culturas e
religiões. Outro destaque é a ênfase no diálogo religioso num capítulo denominado “Caminhos
da missão”, onde o diálogo é visto como parte de missão evangelística da Igreja. No diálogo,
os cristãos testemunham sobre sua fé. Diálogo e pregação não são opostos, mas também não
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
são intercambiáveis. Em alguns lugares, onde a proclamação explícita não é possível, o diálogo
é uma forma de testificar de Cristo e de servir o outro.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
purgatório resolve isso, mas a doutrina baseada no amor e na compaixão de Deus elimina
qualquer possibilidade de condenação eterna, a não ser para Satanás e seus anjos.
4. A prática missionária. A história das missões católicas tem mostrado tanto momentos
positivos de proclamação do Evangelho e desenvolvimento de comunidades pobres, como
também de imposição política e religiosa, obrigando povos a se tornarem “cristãos”. Hoje
isso dificilmente ocorre, sendo que há maior consciência sobre o respeito aos direitos
humanos e outras formas de influenciar sociedades sem o uso da força.
5. Diferentes teologias. A Igreja Católica Romana, mesmo enfatizando sua unidade,
apresenta diferentes teologias que influenciam a forma como localmente e nacionalmente
a missão é exercida. No Brasil vemos pelo menos quatro linhas teológicas, a saber, a
teologia oficial e tradicional do Vaticano, a Teologia da Libertação, a Teologia Carismática
e a Religiosidade Popular.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
Existem três níveis nos quais a reflexão libertadora ocorre: profissional, pastoral e popular.
Os níveis coincidem com a hierarquia da Igreja Romana e mostram como os diferentes níveis
de participação na Igreja se complementam. Mesmo reconhecendo que é no nível popular
que a verdadeira teologia libertadora acontece, a autoridade final é tripla: a Palavra da
Revelação, o Magistério e a grande Tradição. O verdadeiro teólogo da libertação é aquele que
vive com o povo e divide o sofrimento dos oprimidos, mas ao mesmo tempo é fiel à tradição
da Igreja Romana.
Os instrumentos usados pela TL para fazer sua teologia também são três: a mediação sócio
analítica, a mediação hermenêutica e a mediação prática. A primeira se utiliza da dialética
marxista, dizendo que só a usa de forma instrumental, porém chega às mesmas conclusões
quanto a necessidade de uma revolução, em certos casos até violenta. Faz-se uma clara
distinção entre classes trabalhadoras e coloca-se uma barreira entre "ricos" e "pobres" que
somente pode ser transposta através de uma inversão do status quo.
A segunda, trata da forma como se interpreta as Sagradas Escrituras. Toda a leitura bíblica
precisa ser feita a partir da situação do pobre, sendo mais importante o sentido atual do que
o textual. Os autores não fazem segredo de que existem certos textos e livros bíblicos que
são preferidos e melhor fundamentam a TL. São eles, entre outros, o Êxodo, os Profetas, os
Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse.
28
Boff, Leonardo & Clodovis Boff. Como fazer Teologia da Libertação. Petrópolis: Vozes, 1991. A
apresentação da Teologia da Libertação nesta primeira parte baseia-se no livro dos irmãos Boff.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
As motivações para a TL em sua opção pelos pobres, podem ser resumidas em:
• motivação teológica - Deus sempre opta pelos pobres;
• motivação cristológica - seguindo o exemplo de Cristo que também optou pelos pobres;
• motivação escatológica - o juízo final dependerá da atitude para com os pobres (Mt 25);
• motivação apostólica - seguindo o exemplo dos apóstolos e da Igreja Primitiva; e
• motivação eclesiológica - a forma como a Igreja historicamente tem agido em relação aos
pobres.
Quem é o pobre?
Mas afinal, quem é o pobre? Os irmãos Boff dizem que podemos discernir entre dois sentidos
de pobreza. O primeiro é o que caracteriza o pobre socioeconômico, o oprimido pelos
sistemas injustos, principalmente o capitalista. O segundo, é o da pobreza evangélica, definida
como uma identificação do cristão para com os pobres, assumindo suas condições de vida.
Alguns temas-chaves abordados preferencialmente pela TL, que definem algo da essência de
sua teologia:
• A fé viva e verdadeira envolve uma prática libertadora;
• Deus vivo que toma partido pelos oprimidos contra o Faraó;
• Reino: o projeto de Deus na história e na eternidade;
• Jesus, o Filho de Deus que assumiu a opressão para nos libertar;
• Espírito Santo, "Pai dos pobres", presente nas lutas dos oprimidos;
• Maria, mulher do povo, profética e libertadora;
• A Igreja, sinal e instrumento de libertação;
• Direito dos pobres como direitos de Deus; e
• O comportamento do homem livre e libertador.
29
Conn, Harvie & Richard Sturz, Richard. Teologia da Libertação. Esta segunda parte tem como base a avaliação
que os evangélicos Harvie Conn e Richard Sturz fazem da Teologia da Libertação.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
A história da TL pode, inicialmente, ser dividida conforme sugerido por Enrique Dussel e citado
por Conn: 1962 a 1968 - o tempo do preparo; e 1968 a 1972 - a formulação da TL. Conn busca
as origens da TL nos anos 60 com o despertar crítico de vários autores latino-americanos
reagindo contra a crescente pobreza na América Latina e as injustiças existentes. É a partir de
Medelin, 1968, que o termo libertação adquire um sentido mais preciso e o contexto da
libertação é formado.
Gutierrez havia descoberto, em sua análise da sociedade peruana, a luta das classes e
encontrou no marxismo uma ferramenta que poderia ajudá-lo a explicar a situação. Cuba e
China eram, também, exemplos interessantes de revoluções "bem-sucedidas" e
frequentemente citados entre os latino-americanos. Havia, também, uma forte influência
europeia por parte da teologia política e da teologia da esperança. Mas, também, nos
EUA estava surgindo um movimento teológico de libertação, especificamente entre os negros.
A Teologia Negra, mais bem definida por James Cone, torna-se um claro paralelo à TL na
América Latina.
Os teólogos latino-americanos de destaque são: Gustavo Gutierrez, Camillo Torres, Hugo
Assmann, Juan Luis Segundo, Leonardo Boff e Miguez-Bonino.
Os Teólogos Brasileiros
Segundo Sturz, a teologia hoje denominada de TL, iniciou entre protestantes na década de
1960, e só mais tarde é levantada por católicos. O problema foi que "os teólogos protestantes
não receberam o respaldo de suas respectivas igrejas". Por isso, não puderam dar
continuidade à sua teologia da mesma forma que os católicos, publicando livros e criando uma
base para suas ideias. Rubem Alves é um bom exemplo disto. Excomungado da Igreja
Presbiteriana do Brasil, havia apresentado em seu doutorado a tese sobre a TL, com o nome
de "teologia da esperança humana". Na linha católica, se destacam Leonardo Boff, Hugo
Assmann e Clodovis Boff. Paulo Freire, com sua pedagogia do oprimido e Dom Helder Câmara,
pela popularização do movimento, recebem também menção.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
3. A influência do marxismo e;
4. A abertura dada pela Igreja Católica ao movimento.
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
6. ORTODOXA
As Igrejas Ortodoxas têm sua origem na divisão da Igreja que se acentuou no século IX,
gerando a Igreja Ocidental (com base em Roma) e a Oriental (com base em Alexandria e
Constantinopla). Hoje, cada país tem a sua igreja ortodoxa, sendo que em alguns países
existem duas ou três, dependendo dos diferentes grupos étnicos existentes e da história
política.
Segundo a interpretação geral da Igreja oriental, Deus vê de antemão o fim ao qual as pessoas
foram destinadas desde tempos imemoriais, mas não as amarra uma a uma a um destino que
Ele predeterminou e que não podem rejeitar ou alterar. O que Deus predestina não é o fim
que os indivíduos alcançarão, mas a condição da natureza humana. Ou seja, a predestinação
é o desígnio (ou ajuste) que Ele incorporou a essa natureza para que o homem possa escolher
ser participante da natureza divina. Ao mesmo tempo, a graça é o poder divino que atua em
cada homem desde o nascimento (ou seja, incorporado à sua natureza) e lhe dá a possibilidade
de escolha. Assim, o homem escolhe por sua livre vontade atender ou não ao desígnio de
Deus, para beneficiar-se da salvação, com base na capacidade (predeterminada) e na ajuda
(graça) que Deus lhe concedeu em sua condição humana.
A Igreja Ortodoxa Oriental carrega claramente a marca da tradição Joanina mais do que a
Paulina. Cristo não veio como objetivo final simplesmente para levar o pecado humano, mas
para restaurar a imagem de Deus no homem. As pessoas não são, simplesmente, chamadas a
conhecer Cristo, a reunir-se em torno dele ou a submeter-se à sua vontade: “são chamadas a
participar de sua glória”30. "De glória em glória" (2 Cor. 3:18) "define o processo pelo qual os
fiéis são santificados durante a vida presente, até a Parusia"31. Theosis é união com Deus, não
é deificação; é “um estado contínuo de adoração, oração, ação de graças e intercessão, além
da meditação e contemplação do Deus triúno e do amor infinito de Deus” 32. Com isso, a
distância entre o asceta, o clero e os leigos é acentuada.
30
Anastasios de Androussa, O Propósito e o motivo da missão, International Review of Missions, 1965, vol. 54,
p. 285
31
Anastasios. Ibid., p. 286
32
Ion Bria. Sair em paz: Perspectivas ortodoxas sobre a missão, Conselho Mundial das Igrejas, Genebra, 1986, p.
9)
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que os fiéis devem oferecer fora nas instalações da adoração, na praça pública e no altar do
coração dos outros. Assim, a igreja acaba englobando tudo.33
• Há uma forte reação dos ortodoxos em relação às missões colonialistas que têm imposto
sua religião sobre outros povos, com frequência por conquistas sangrentas.
• Diante das diversas ameaças contra a vida, como conflitos, movimento migratório de
refugiados, questões ambientais, etc., temos como missão de afirmar e proteger a vida.
• Em geral, os ortodoxos se sentem mais confortáveis em falar sober a vocação e missão da
Igreja no mundo com conceitos como martírio, testemunho, ao invés de missão. O termo
tem um significado mais amplo do que isto, comumente significa "morrer pela fé". Na
teologia ortodoxa o uso é, em vez enfatizar o esforço humano, dar ênfase em imitar a
Cristo; a mediação de Deus.
• Este martírio tem uma grande relevância em nosso tempo, principalmente para os cristãos
do Oriente Médio e Norte da África, que sofrem perseguições recorrentes ao longo da
história e que, até hoje, perseveram em sua fé.
• A tradição ortodoxa enfatiza acima de tudo a liturgia como o componente mais importante
da missão da Igreja no mundo. Na liturgia ortodoxa é expressado, constantemente, e "de
novo e de novo", como o reino e a presença de Deus permeia toda a criação, em um
encontro entre o céu e a terra. Provavelment,e não é exagero dizer, para a Igreja Ortodoxa
durante longos períodos de perseguição sobreviveu, visivelmente, precisamente, por meio
de sua liturgia.
Reflexão
1. Quais os aspectos importantes que podemos aprender a partir do estudo das diferentes
teologias que têm influenciado a vida e a atuação da Igreja Cristã nessas últimas décadas
2. Quais são as fortalezas de uma missiologia evangélica para a missão de Igreja hoje”
33
Cf. Ion Bria, Martírio/Missão: O testemunho das Igrejas Ortodoxas hoje. Conselho Mundial de Igrejas, Genebra,
1980, p. 71
34
A formulação da teologia de missões ortodoxa baseada em texto de Misha Jaksic, bispo ortodoxo sérvio,
apresentado no livro Berörd – Samtal om mission i en föränderlig värld. Stockholm: Sveriges Kristna Råd och
Svenska Missionsrådet, 2019. Material produzido pelo Conselho Cristão Sueco e pelo Conselho Missionário
Sueco.
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MISSÕES
Ao mesmo tempo é de suma importância que haja uma teologia contextualizada que
responde à realidade atual que, em muito, é diferente das gerações passadas. Novos temas e
novos desafios surgem constantemente que requerem uma resposta bíblica. A Igreja avança
para novos lugares e novas culturas que apresentam, pelo menos em parte, novas questões
tanto sociais quanto espirituais que precisam de uma avaliação e uma solução teológica. O
teólogo peruano Samuel Escobar, entre outros, tem proposto que, na obra missionária, é
necessário incluir um quarto “auto”, além dos três “autos” tradicionais de autogoverno, auto
expansão e autossustento. Este quarto “auto” seria justamente o de auto teologização.
O processo de fazer teologia deve, portanto, caracterizar a igreja em cada cultura e nação.
Aprende-se da teologia feita na história e em outros países, porém é importante que haja uma
reflexão bíblica e teológica em cada geração e nos diferentes contextos locais e nacionais. A
razão é que a Palavra de Deus é viva e dinâmica e torna-se relevante quando entendida e
aplicada nas situações concretas e atuais de seus leitores.
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perguntas que ninguém fez ou que não são mais atuais, baseados naquilo que teólogos
têm discutido em tempos passados.
• O processo de teologizar é extremamente importante para o amadurecimento de uma
comunidade de crentes, proporcionando oportunidades de reflexão e apropriação do
texto bíblico. O processo em si pode ser mais produtivo e esclarecedor das profundezas
nas Escrituras do que o resultado final expressado de forma doutrinária.
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• Sincretismo cultural - é um dos perigos mais citados pelos autores que tratam do assunto.
Diz Nicholls, “no debate contemporâneo sobre o evangelho e a cultura há dois tipos de
perigos sincretistas - sendo que um é cultural e o outro é teológico. Os antropólogos são
mais sensíveis ao primeiro, e os teólogos ao segundo.”35
Sincretismo cultural adota duas formas, segundo o mesmo autor. A primeira é a entusiástica
tentativa de utilizar acriticamente os símbolos e as práticas religiosas da cultura receptora
para expressar a fé cristã, criando uma fusão de crenças. A segunda, é a de forçar formas
culturais sobre os receptores querendo mudar sua cultura. Leva, também, a uma confusão e
uma mistura, onde no templo no domingo, as práticas "de fora" são seguidas; enquanto no
dia a dia continua a prática nativa.
Reflexão
1. Dê exemplos de linguagem que usamos que não comunica o conteúdo do evangelho para
pessoas que não conhecem o jargão do crente.
2. Como poderíamos contextualizar o Evangelho aos diferentes grupos que compõem a
sociedade brasileira? Dê exemplos concretos. Até que ponto é recomendável que se
contextualize a mensagem bíblica?
CONCLUSÃO
Tendências teológicas e estratégicas
Finalizamos este estudo da teologia de missões com um resumo das principais tendências
teológicas e estratégicas em missões durante as últimas décadas do século XX e as primeiras
do século XXI.37
37
A descrição destas tendências segue em grande parte uma palestra sobre o tema dada pelo missiológo sueco
Göran Janzon, em preleção feita em Örebro, Suécia, em 1998.
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Os resultados e o material referente à consulta em Foz do Iguaçu estão reunidos no livro de Taylor, William
(ed.) Missiologia Global para o século XXI.
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Usando a figura do “Cristo Redentor” do Rio de Janeiro, concluímos que a teologia de missões
é, mais que qualquer outra ênfase, a mensagem do Evangelho transformador acerca de Jesus
Cristo. A missão de Deus, para a qual somos convocados para participar, trata da reconciliação
do ser humano com o seu Criador e da restauração de toda a criação afetada pelo pecado do
homem. Diz Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por
mim” (Jo 14.6).
Fonte: https://visit.rio/que_fazer/cristoredentor/
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MISSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TEOLOGIA DE
MISSÕES
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POLLOCK, John. O Apóstolo. Deerfield, FL: Editora Vida, 1991
RICHARDSON, Don. O Fator Melquisedeque. São Paulo: Edições Vida Nova, 1986
SANDERS, John. E Aqueles Que Nunca Ouviram? Arapongas. PR: Editora Aleluia, 1999
SHEDD, Russell. Alegrai-vos no Senhor - Filipenses. São Paulo: Vida Nova, 1984
SHEDD, Russell. Lições da História Bíblica de Missões. Em Ekström, Bertil (ed.). Aos que Ainda
Não Ouviram. (São Paulo: Editora SEPAL, 1998)
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STOTT, John. Comenta o Pacto de Lausanne. São Paulo: ABU, 1987
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TAYLOR, William. Missiologia Global para o século XXI. Londrina: Descoberta, 2001
TUCKER, Ruth. “...Até aos Confins da Terra”. São Paulo: Edições Vida Nova, 1986
WINTER, Ralph, Steven Hawthorne, Kevin Bradford (eds.). Perspectivas no Movimento Cristão
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Paulo: Vida Nova, 2014
WRIGHT, Christopher. A Missão do Povo de Deus – Uma teologia bíblica da missão da Igreja.
São Paulo: Vida Nova, 2012
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MISSÕES
ANEXO
Avaliação e trabalhos
Trabalho
Artigo sobre um tema teológico de missões, usando textos bíblicos e fazendo aplicação ao
contexto atual no Brasil ou no mundo em geral. Formato de acordo com o padrão e normas
da ABNT. (5 a 8 páginas).
Bibliografia sugerida
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