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Lucas Costa de Maria

Um Novo Ano
O Caminho Apostólico

1 Edição
ANO 2023
Título original : Um Novo Ano/O caminho Apostólico
Copyright do texto © 2023 by L.C. de Maria

Todos os direitos reservados.

UM NOVO ANO - são propriedades da © M.A.D.E.A.D.M

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Brasil - RJ
________________________________________

L.C. DE MARIA (COSTA LUCAS) , 2023


Um Novo Ano / M.A.D.E.A.D.M

2023 , Ano Um Novo - 1 edição / RJ


ISBN: 978-70-355-0323-2 (capa mole)

1. Religião.
2. Catolicismo
________________________________________

Os textos deste livro obedece às normas do


Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa

Printed in Brasil / Impresso no Brasil


Impressão e Acabamento : UICLAP
Dedicatória / Autografia
Sumário

Apresentação
1- O que é um Carisma
2- Influência do Espírito Santo
3- A Renovação Carismática Católica
4- As Novas Comunidades
5- Quem é o Fundador
6- Sinais e Mudanças

“Feito Tudo Para Todos”


Monsenhor Jonas Abib
Apresentação
Sou empresário, missionário, e fundador da Comunidade e Célula
Apostolado de Maria . Em 2018, eu passei pela experiência do batismo no
Espírito e me decidi por Jesus. Aconteceu em uma Missa de Restauração na
Paróquia de Sant'ana em Campo Grande , Rio de Janeiro. Naquele dia eu
entreguei minha vida a Jesus. Os anos passaram, muitas dificuldades
vieram, mas eu ainda estou aqui, lutando a cada dia para que o evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo seja anunciado a toda criatura. Hoje sou
missionário e escritor , mas também sou empresário e trabalho com
comunicação , Design Gráfico , publicidade digital e Editoração Eletrônica .
Já escrevi dois livros sobre espiritualidade e a minha experiência de
conversão e minha aproximação com a vida mariana.

Apesar de ter escrito tantos livros a vida inteira, não me considero um artista
profissional. Me olho como um ser humano apaixonado pela arte e servo do
maior artista de todos, Deus, que me ensinou tudo o que eu sei sobre isso.
Tudo o que eu faço, faço por vocação e quero que Ele seja o dono. Tudo o
que tenho é dele e para Ele, e com ele eu realizo. Esse é meu maior propósito
e minha maior razão de viver.

Estou escrevendo este pequeno livro para que você me conheça mais e
também pra estreitar os laços entre nós. Quero construir conexões melhores
com quem me segue e poder acompanhar mais de perto todos vocês. Escrevo
ele também para contar um pouco do porque me decidi por Jesus e outras
coisas mais .

Conto também um pouco que sei sobre o desligamento do Fundador , Hugo


Moreira Santos da Comunidade Católica Colo de Deus. E também pra onde
está indo o carisma que estou fundando e o Carisma da Colo de Deus.

Deus me chamou a começar uma grande obra de evangelização ao longo


desses anos e hoje estou dando passos muito difíceis, mas tenho em meu
coração que é o que Jesus quer pra mim hoje.

Deus me chamou a ser fundador de um carisma. E é nisso que eu tenho me


dedicado há mais de 2 anos. Vou falar sobre esse Carisma, a vocação que
Deus me chamou e a fundação que inauguro hoje. Ele se torna uma carta
aberta para todos os católicos no mundo para que aprendam mais sobre o que
o Espírito Santo tem feito em nossas vidas no Brasil.

Obrigado por acreditar em mim.

Lucas Costa de Maria

Rio de Janeiro , ______ de ______________ de ______ .


1-O que um é Carisma ?

A palavra CARISMA vem do grego ϗάρισμα, derivando de ϗάρις (graça). É


geralmente traduzida por dom do Espírito. Está na Bíblia em 1Pd 4,10.

O Deus da consolação do Antigo Testamento (Is 51,12) encarnou-se em


Jesus Cristo (Rm 15,5), que enviou o Paráclito (Jo 14,15), Advogado,
Intercessor e Consolador, para dar testemunho de Jesus (Jo 15,26) e
glorificá-lo (Jo 16,14).

Aí veio Pentecostes. Naquela noite, a ação desse Espírito Santo se revelou


como alma, coração, força e movimento dos filhos de Deus. A igreja que
estava
acuada até então, obedece a ordem de Jesus e com coragem se espalha pelo
mundo, fazendo o que o mestre ordenou: fazer discípulos. E assim
aconteceu! A Igreja neófita nasce e se espalha pelo mundo.

Então, podemos dizer que o Carisma se relaciona diretamente com a Igreja:


“É no Espírito Santo que se articulam o tempo da revelação e o tempo da
Igreja. O mesmo Espírito que atuava em Jesus é o que anima a Igreja, que,
deste modo, sabe-se sempre fiel ao seu Mestre”.

Assim, eu acredito fielmente que o Espírito Santo derrama Seus carismas


para auxiliar sua própria esposa, sua igreja, a salvar as almas em nome dEle.
Segundo o etnólogo e sociólogo alemão Wilhelm E. Mühlmann, o Novo
Testamento diz que os carismas são “os dons excepcionais feitos a certos
crentes para o bem da comunidade”. Existe uma ênfase que é dada aos
carismas por serem únicos, porém múltiplos, na Igreja, receptora dos dons do
Espírito. No documento do Concílio Vaticano II são nos dadas as bases para
construir uma teologia aprimorada sobre esses carismas.

Esses Carismas são forças permanentes ou transitórias que Deus, pelo Seu
Espírito, dá ao homem. É uma uma força especial dada ao cristão de forma
individual, por via não sacramental, visando principalmente ao bem do
próximo, para a construção da Igreja (Ef 4,12).

Em Atos dos Apóstolos podemos notar que o Espírito Santo se manifesta


poderosamente, de forma livre e inesperada, dando ânimo à igreja ali
reunida. Foi Jesus mesmo quem afirmou ia enviar o Espírito, e
que Ele viria se manifestar por meio de graças e dons surpreendentes: através
de muitos carismas.

Em 1Cor 12, 4-11, São Paulo pontua a convergência, complementaridade e a


diversidade dos carismas. Todos os carismas se completam, se cruzam e são
diversos, incontáveis.

Segundo o Padre, Teólogo e escritor suíço, Hans Urs von Balthasar, cada
carisma é um lampejo do céu, destinado a iluminar um ponto único e original
da vontade de Deus para a Igreja num certo momento. É a apresentação de
um novo caminho para nos aproximarmos de Cristo, inspirado pelo Espírito
Santo e, portanto, uma nova figura de como deve ser vivido o Evangelho,
uma renovada interpretação da revelação salvífica. São exemplos disso:
Basílio, Bento, Francisco, Inácio de Loyola, Teresa d’Ávila e João da Cruz,
Teresa de Lisieux e Charles Foucauld.

Padre Piero Coda fala em um novo kairós na história de Deus com os


homens através de cada novo carisma. Paulo VI declara que “O Espírito
Santo que difunde os carismas e, ao mesmo tempo, anima a Igreja, faz com
que a inspiração carismática e a estrutura jurídica da Igreja convirjam
harmoniosamente”.

1.1- Conclusão
Enfim, poderíamos dizer que existem muitos carismas distribuídos pelo
corpo da igreja e são diversos e únicos. Isso constrói um corpo com muitos
membros que exercem ministérios diferentes. Todos têm uma importante
função dentro do corpo e precisam estar conectados para contribuirem cada
vez mais para o crescimento espiritual da igreja.

Neste documento eu falo ainda de alguns tipos de carismas de fundação e de


serviço. Leia tudo até o final e também estude mais sobre isso. É importante
que os fiéis conhecam mais sobre sua importância como leigos na história.
2- A influência do Espírito Santo

Quando falamos IGREJA, já pensamos na instituição, a Igreja visível, com


todas as suas hierarquias e estruturas. Mas existe uma distinção importante a
ser dada aqui. A Igreja é mistério visível e invisível (LG, n. 8), mediadora
entre Jesus Cristo e os homens, encarregada de guardar a Palavra, o depósito
da Fé. Ela deve atualizá-la e traduzi-la a cada geração; composta de homens,
com as suas fraquezas, através de um ordenamento institucional que Jesus
quer; una, santa, católica e apostólica, como vemos já entre os primeiros
cristãos e suas 49 comunidades. Ela é animada pelo Espírito Santo, e
revestida do poder do seu esposo, com a garantia da Sua fidelidade.

O Papa Bento XV fez uma declaração na histórica conferência de abertura


do I Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais de 27-29 de maio de
1998, intitulada “Os Movimentos Eclesiais e a Sua Colocação Teológica”:

Não se pode recorrer à dialética de princípios para aprofundar as realidades


eclesiais, incluindo as “vagas de movimentos que revalorizam continuamente
o aspecto universalista da missão apostólica e a radicalidade do Evangelho, e
justamente por isso servem para assegurar a vitalidade e a verdade espirituais
às igrejas locais”, tendo uma essência espiritual que se pode chamar de
movimento.

Para Bento XVI, erra quem pretende opor a igreja- instituição e


igreja-carisma. O ministério sacerdotal, estrutura obrigatória e permanente,
que constitui a Igreja como instituição, é um sacramento, nos seus três graus
(episcopado, presbiterado e diaconato).

Por isso não é como todos acham, uma instituição comum mas um
sacramento. E esse sacramento é continuamente recriado por Deus, a quem
pertence o chamamento primário, carismático- pneumatológico, para o
sacerdócio, que deve ser objeto de contínua petição (Mt 9, 37 ss.). A Igreja é
de direito divino!

Ao lado e andando junto com a Noiva, existem instituições de direito


humano de que a Igreja precisa, mas é necessário cuidar para que essa parte
institucional não ganhe uma importância indevida e congele a própria Igreja.
Tomemos cuidado para não achar que somente a estrutura é a igreja. O Todo
é a Igreja. E ela é a Noiva de Cristo. É a noiva de apocalipse.

E podemos também dizer que o estudo de cristo, a Cristologia não se opõe ao


estudo do Espírito, a Pneumatologia. Os dois são um só. Aliás os três são um
só. Deus em sua infinita presença trinitária.

Entender que Cristo É no Espírito, e vice-versa, é o pressuposto essencial


para que haja sacramento e presença sacramental do Senhor. Difícil de
entender mas podemos dizer que a ação do Espírito Santo como sacramento
é por que acreditamos que está ligado ao agir histórico de Deus na
encarnação do Verbo, como evento único e irrepetível. E esse mesmo evento
irrepetível torna-se participável por causa do dom do Espírito Santo, o
Espírito do Cristo ressuscitado.

Que poderoso! Podemos dizer então que não existe divisão entre hierarquia e
profecia. Os dois são um só! A missão profética é conferida individualmente
a pessoas e não a classes de pessoas. A sucessão apostólica não se reduz a
uma prestação de serviços ao nível da Igreja Particular, havendo nela um
elemento universal imprescindível. A Igreja não é uma empresa. Ela é uma
pessoa! E quem dera se todos se deixassem atingir por esse amor à unidade
orgânica da Igreja. Ela permanece única nas Igrejas locais e se manifesta
continuamente nos movimentos, enraizados na fé de Pedro; todos necessitam
uns dos outros, da comunhão viva do povo de Deus. Somos um corpo com
muitos membros.
Bento XVI então diz que convivem, na história da Igreja, a igreja local, onde
flui o ministério episcopal, como estrutura básica e permanente, e os
movimentos, que têm unidade com o Papa e que nisso manifesta o sentido
profundo do ministério PETRINO.

A nossa meta se torna viver essa vida COMUNHÃO EVANGÉLICO


APOSTÓLICA. É como foi escrito em Atos 4, 32 e como em Mt 10: um só
coração e uma só alma que percorre o mundo anunciando o Evangelho.

2.1- Seria isso uma UTOPIA?

Hans Urs Von Balthasar ainda nos ensina que as distinções teológicas não
traduzem nunca o todo da vida, são sempre tentativas de compreender o dom
do Espírito, a ação do Ressuscitado, tanto os diferenciam como os unificam:
nos dons hierárquicos, prevalece o carisma objetivo, isto é, a presença
objetiva do mistério da salvação, transmitido pelos sacramentos, a
permanência deste dom que, em Cristo, continua na vida da Igreja; os dons
carismáticos em sentido estrito são carismas dados livremente pelo Espírito,
sublinhando mais o carisma subjetivo, isto é, ajudam a subjetividade, a
pessoa do fiel a abrir-se ao dom objetivo, ao sacramento, à eucaristia, à fé,
etc., a acolhê-lo e a levá-lo à maturidade plena.

Então eu acredito que carisma e instituição são co-essenciais na Igreja, como


afirma São João Paulo II: “Os aspectos institucional e carismático são como
que co-essenciais à constituição da Igreja e concorrem, ainda que de modo
diverso, para a sua vida, a sua renovação e a santificação do Povo de Deus”.
E ainda João XXIII pede uma nova primavera para a Igreja; sendo o Concílio
Vaticano II aquele que traz e evidencia a ação e os dons do Espírito Santo.

Então podemos notar que hão aqui duas dimensões importantes aqui: a
Carismática e a Petrina. E elas andam juntas. Numa visão mais fácil de
entender, a dimensão carismática seria Nossa Senhora. E a dimensão petrina
seria Pedro e os Apóstolos. Maria se submete aos apóstolos, pessoas a quem
seu filho deixou a ordem da Igreja.
Mas Maria é Ela: a mãe de Jesus, ativa e linda, concretamente no meio do
povo, entre todos, amando a todos e trazendo todos aos pés dos apóstolos. A
dimensão petrina até viveria sem a carismática. Mas seria uma pessoa manca
e sem braço. Teria muitas dificuldades para se mover. Mas a carismática não
existiria sem a Petrina. Pois ela é a cabeça. Um corpo sem braço ou perna
ainda sobrevive. Mas sem cabeça, não.

Escrevo isso pra evidenciar que instituições carismáticas sem andarem em


comunhão com a dimensão Petrina são como barcos lançados ao mar sem
vela e sem timão. Andam conforme a onda que se embalam ou o vento que
sopra. É necessário o auxílio de Pedro na barca para que ela não se perca.

Sem esta ligação, nós carismáticos, somos barcos perdidos no mar. A partir
dessa influência, unidos a dimensão petrina da igreja, surgiu a Renovação
Carismática Católica.
3- A Renovação Carismática Católica

Eu vivi e procuro viver a fé cristã até hoje . Foi através do movimento da


Renovação Carismática Católica , dos Retiros e muito Worship Night na
Paróquia de Sant’ana que eu voltei pra igreja . Quando Participei de um
retiro e Encontro na Comunidade Canção Nova , onde pela primeira vez
conheci o Monsenhor Jonas Abib celebrando a missa no Santuário do Pai das
Misericórdias , tive minha segunda experiência com Jesus e ali me decidi por
escolher em viver a fé católica. Mas o que é esse movimento?

Acredita-se que ele começou em 1967, quando alguns estudantes da


Universidade de Duquesne, em Pittsburgh, Estados Unidos se reuniram em
um retiro, para orar e jejuar, pedindo a experiência que eles tinham visto em
uma igreja protestante. Eles ficaram impressionados com o mover que Deus
estava fazendo naquela igreja pequena e queriam aparticipar daquele mover.
Esse era o sonho do Papa, para implorar ao Espírito Santo a renovação da
Igreja e da Terra. Ali eles viram o acontecimento extraordinário de um
pentecostes pessoal e de novo, refloresceram os carismas.São João Paulo II,
na encíclica Dominum et Vivificantem, escreve “que se ponham em
evidência s “desejos do espírito” como apelos que configuram uma
possibilidade e uma esperança que a Igreja confia aos homens de hoje.”

Os papas, sempre quiseram essa urgência de uma Igreja renovada e


autêntica, movida pelo Espírito Santo, em pequenas comunidades cristãs,
como as primitivas, animadas em todas as suas partes pelo sopro de vida do
Espírito, reunidas em volta do Bispo, coluna da Igreja Particular. Isso é fato
notório no que lemos na nossa história.

Acho que isso é uma Igreja em comunhão, fundada no batismo. Comunhão


como graça que vem de Deus, existe com Deus (comunhão vertical) e com
todos os batizados (comunhão horizontal), a exemplo da Santíssima
Trindade.Cosimo Scordato afirma: “[...] se a comunhão eucarística dá o
máximo de identidade histórico-concreta à comunidade eclesial, a comunhão
trinitária é protológica e escatologicamente a fonte e a meta que, incluindo e
superando a mesma realização eclesial, a leva à plenitude”.

Aqui abro um adendo pra pedir as novas comunidades e movimentos que


tenham comunhão com as igrejas locais onde se instalam. Isso é essencial
para trazer a nós o sentido de pertença que tanto temos sede. Isso nos leva a
nossa solidificação dentro da eclesialidade de uma Igreja particular e na qual
podemos experimentar outras modalidades de pertencimento: a uma
paróquia – célula da diocese -, a uma prelazia pessoal, a um instituto
religioso ou secular, a uma sociedade de vida apostólica, a associações de
fiéis, com diferentes vínculos e etc...Estar em comunhão é a presença viva do
Espírito testificada em nosso meio.

Os carismas que o Espírito Santo nos deu não são iguais, são únicos e
surgem também como movimentos eclesiais, com várias experiências de fé,
conforme o Espírito Santo os distribui, com a maior missão que é
proporcionar comunhão, porque a pertença deve levar a viver de modo
dinâmico, existencial e essencial o mistério da salvação, o pertencer a Cristo
e à Sua Igreja. Andar no Espírito é andar em comunhão. Nunca esqueça
disso. Segundo a Lumen Gentium, a “una e única Igreja Católica é
constituída pelas Igrejas Particulares” (LG, n. 23). E a Igreja particular é a
diocese, aquela “porção do povo de Deus confiada a um bispo para que a
pastoreie em cooperação com o presbitério” (CD, n. 11).

São João Paulo II refere que os novos movimentos e comunidades “são um


sinal da liberdade de forma, em que se realiza a única Igreja, e representam
uma segura novidade, que ainda espera ser adequadamente compreendida em
toda a sua eficácia positiva para o Reino de Deus em ação no hoje da
história. E assegura que a “Igreja mesma é um movimento” e um mistério do
eterno amor do Pai, de que emanam a missão do Filho e a missão do Espírito
Santo, encontrando-se sempre in statu missionis.”

O Carisma que eu fundei não nasceu dentro de um grupo de oração. Mas ele
nasce enraizado no pentecostalismo comunicado pelo movimento da
Renovação Carismática. Somos pentecostais e avivados. Somos parte desse
mover que é o Kharis. Somos Católicos, apostólicos, romanos. Obedecemos
e seguimos a Igreja em toda a sua Hierarquia. Cremos na Igreja, Una, Santa,
Católica e Apostólica e professamos um só batismo para remissão dos
Pecados. Cremos na Santíssima Eucaristia e na Poderosa Intercessão de
Nossa Senhora. Que Deus abençoe a RCC. Vamos falar agora do movimento
das Novas comunidades.
4- As Novas Comunidades

Por algum tempo, acreditávamos que as novas comunidades eram um tipo de


crescimento de algum grupo de oração da Renovação Carismática Católica
que de alguma forma evoluia para uma comunidade onde as pessoas que
tinham afinidade espiritual queriam uma vida mais perto um do outro para
viver os ideais cristãos. Depois de um tempo percebemos que Novos
carismas nasciam sem nunca ter vido de um grupo de oração. Mas a Igreja
Católica observou que tanto as novas comunidades quanto o movimentos dos
grupos de oração da RCC eram parte de um mesmo mover. Assim, o Papa
Francisco chamou todo o movimento de Charis. Mas vamos falar das novas
Comunidades agora.

4.1- O que elas são?


Para São Paulo, a criação de uma comunidade é obra de Deus e da Sua graça,
que se manifesta visivelmente nos carismas e dons, aí compreendido como o
ministério apostólico (Rm 12, 3-5; 1 Cor 12, 12-31a; Ef 4, 13-16), por obra
do Espírito Santo e de Sua livre vontade, para a utilidade e conveniência do
único corpo de que são membros os cristãos. É missão primaz do batizado a
evangelização, o anúncio da boa nova, a todos. Criar comunidades pequenas
é o básico que acontece em nossa vida e acontece muitas vezes naturalmente
em todas as esferas onde andamos. Fazemos isso o tempo inteiro no nosso
trabalho, na faculdade, na família, em todos os lugares por onde convivemos
com seres humanos. Isso acontece por que o ser humano é um ser relacional
Ele vive em pequnas comunidades.

O Concílio Vaticano II deixou pra nós um legado: afirmar que a ação do


Espírito Santo em repartir seus dons como lhe apraz continua acontecendo,
através de muitos carismas simples, adaptados às necessidades da Igreja.

Estamos vivendo um novo tempo do florescimento do serviço dos leigos na


Igreja. São João Paulo II dizia que a riqueza e a praticidade que recursos que
o Espírito Santo distribue no tecido eclesial (CfL, n. 29) são mover para
nossos dias e descreve essa realidade como dom do Espírito ao nosso tempo.
Significa que nós somos usados para a missão do Espírito na história da
salvação.

Hoje em dia podemos notar que as pessoas da sociedade perderam sua auto
consciência, por causa das divisões humanas, guerras, falta de comunicação
e dissenções. Estamos fora da realidade, com medo, guardados dentro de
uma bolha de onde precisamos acordar. Nós esquecemos quem nós somos.
Eis que esse mesmo Espírito, que veio em Pentecostes, ainda ajuda no
discernimento dos sinais dos tempos e do modo pelo qual podemos realizar a
Sua maior missão: A comunhão dos filhos de Deus com seu Pai mostrando
Jesus. Existe um grito no coração do Pai chamando seus filhos de volta, mas
eles não estão escutando. É aqui que chegamos. A presença dos carismas do
Espírito, que cria as novas comunidades, é sinal da liberdade de forma em
que se realiza e acontece a única Igreja nos dias que vivemos, dando a mão
para as formas permanentes da vida eclesial, a dimensão Petrina.

Essa dimensão carismática das Novas Comunidades e dos Novos


Movimentos, existem para unir a igreja e atingir a sociedade em suas várias
esferas. A dimensão carismática e Petrina, unidas, levam o ser humano a
experimentar Cristo dentro do seu próprio coração, do seu próprio mover. É
uma experiência autêntica de Igreja, de comunhão. Os carismas do Espírito
são meios pelos quais se manifesta o amor do Cristo Ressuscitado e que dão
eficácia ao testemunho de Sua presença na Igreja e no mundo.

Ainda é tudo muito novo. Mas tem sido considerado como um dos elementos
mais significativos das Novas Comunidades é esse projeto carismático de
viver que se agrega a seus membros e cria comunhão. Entende que tudo
existe pra criar COMUNHÃO? São João Paulo II, no I Congresso Mundial
dos Movimentos Eclesiais, diz que, “Pela sua natureza, os carismas são
comunicativos e fazem nascer aquela ‘afinidade espiritual entre as pessoas’
(cf. CfL, 24) e aquela amizade em Cristo que dá origem aos ‘movimentos’.
Esses movimentos são uma realidade concreta na Igreja. E somos nós, fiéis
leigos que fazemos parte disso. Também podem agregar-se a isso, os clérigos
e membros de institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica.

E como isso nasce? Normalmente de uma ferida.Esse modo de viver um


carisma se funda sobre uma experiência recebida por um fundador em
circunstâncias histórias e modos determinados. Eu os chamo de carisma
vocacional. Ele é aquele que convida um fiel cristão a assumir empenhos de
vida que abraçam a existência inteira e comportam uma doação pessoal a
Deus. Esses movimentos eclesiais ou novas comunidades trazem uma forma
própria da fé, dentro de todo um contexto onde a Igreja em sua doutrina e
vida nos ensina, que conduz os membros a um encontro pessoal com Cristo
e, ao mesmo tempo, traz eles pra perto do apostolado.

O carisma que a maioria das comunidades mostram, certamente, é o carisma


de comunhão. Ele mostra a origem espiritual das Novas Comunidades. O
Cardeal Stanislaw Rylko, no Curso para os Bispos no Rio de Janeiro, em
2013, disse que é o carisma nascente e não a pessoa do fundador que gera a
afinidade espiritual entre as pessoas que se sentem atraídas por tal proposta
de vida, de modo que nasce uma nova comunidade (ou um novo
movimento). A afinidade espiritual, de acordo com o Cardeal, é gerada no
coração das pessoas em volta do carisma, que jorra do fundador.

Libero Gerosa diz que os teólogos e o Magistério da Igreja concordam em


que as funções dos movimentos estão estreitamente ligadas à sua origem
carismática.

Ainda diz que as características principais da noção de carisma são


transmitidas por essas agregações. Este carisma é numa nova forma de seguir
a Jesus Cristo, que vive de forma particularizada a universalidade e a
totalidade do mistério eclesial, no seu sacerdócio comum, não se
confundindo com o sacramento do batismo e ainda cria uma relação entre
fundador e seguidores, de geração para a fé e de acompanhamento até a
maturidade na fé, sendo vivido comunitariamente, e sendo uma verdadeira
escola para a superação do individualismo e a compreensão da vivência da
communio fidelium com outras agregações e com todos os membros da
Igreja, acentuando a catolicidade.

Este carisma novo tem uma força de entrada missionária que muitas vezes
não é entendida pelos fiéis em geral, incluindo padres e bispos. É normal que
no início do novo apostolado existam conflitos por conta da novidade que o
Espírito traz. Mas se é mesmo de Deus, os conflitos unem cada vez mais o
fundador da sua obra e na sequência, da dimensão Petrina. Com o tempo e a
persistência, o diálogo aumenta e as coisas fluem melhor.

O Carisma novo proporciona uma experiência de participação, permitindo e


facilitando aos membros dessa nova comunidade a vivenciarem sua
identidadede batizados, de ser pessoa-em-relação, tanto mais pessoa quanto
mais seu ser e seu agir correspondem à lógica da comunhão, quanto mais são
capazes de fazer o dom incondicionado de si.

Do ponto de vista das Novas Comunidades, pode-se dizer que os carismas se


apresentam com algumas características comuns:

1. São distribuídos aos fiéis de todas as classes,sem discriminá-los, e


quem os distribui é o Espírito Santo, como lhe apraz.

2. Podem ser simples ou ordinários e etraordinários.

3. Têm por função renovar e edificar a Igreja e gerar comunhão.

4. Exercitam-se nessa comunhão com os irmãos e o episcopado;

5. Submetem-se ao discernimento do Bispo de sua diocese ou aquele que


acompanha o novo carisma.

6. São comunicativos e vocacionais (chamam a um empenho da


existência na doação a Deus).

7. São provocativos e “incomodantes”, ou seja, provocam os olhares do


mundo sobre eles para que a partir deles, o mundo enxergue Jesus.

No documento “Igreja Particular, Movimentos Eclesiais e Novas


Comunidades”, a Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fala sobre o despertar
das Novas Comunidades eolha para a questão dos carismas, afirmando que
sua autenticidade pode ser discernida e provada na medida em que estes
constroem a comunhão, gerando uma unidade inclusiva e não excludente,
enviando à missão. Os novos carismas têm uma dinâmica e estrutura
dialogal, abertura à diferença do outro, que edifica a comunidade, superando
experiências puramente emocionais, embora levando em conta a dinâmica
afetiva da subjetividade moderna.

No Estudo n. 104, Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia, a


CNBB volta a referir-se às Novas Comunidades, também ressaltando o
aspecto carismático e a união à Igreja particular, devendo ser acolhidas e
integradas nas paróquias, evitando uma atuação em paralelo. No Documento
n. 100, que se preocupa com a conversão pastoral da paróquia,como
comunidade de comunidades, mencionam- se os carismas específicos que o
Espírito doa às associações de fiéis e movimentos, cuja diversidade sempre
foi acolhida pela Igreja.

João Paulo II, no Congresso de 1998, esclarece que a passagem do carisma


originário ao movimento acontece pela atração misteriosa exercida pelo
fundador sobre quantos se deixam envolver na sua experiência espiritual sob
a ação do Espírito. Esses membros caminham para a realização de uma
missão dentro da evangelização, graças ao vigor missionário proveniente do
carisma original e da vivência da comunhão, convergindo com o fim
apostólico da Igreja toda (AA, n. 19). Tanto para o fundador como para os
seguidores, acontece um kairós, um encontro pessoal com Cristo, que pode
ser uma primeira ou segunda conversão. E a convivência comunitária é
experiência concreta da comunhão que conduzà maturidade na fé e deve ser
acompanhada pelo fundador. Desse modo, os movimentos reconhecidos
oficialmente pelas autoridades eclesiásticas se mostram como formas de auto
realização e reflexos da única Igreja, é o que completa dizendo João Paulo II
naquele Congresso Mundial.

O carisma é elemento essencial nas Novas Comunidades, seja o originário,


sejam os demais dons do Espírito Santo, que se distribuem entre seus
membros (colocando-os em posições próprias, normalmente chamadas de
ministérios) e permitem assumir a eclesialidade com sua especificidade, na
abertura à ação livre do mesmo Espírito, em comunhão com os sucessores
dos apóstolos e o sucessor de Pedro, com aquele entusiasmo que é próprio a
essas agregações e que promana da experiência feita das coisas de Deus e da
abertura aos irmãos na Igreja. Os carismas são o canal para novas formas de
religiosidade diante dos desafios das culturas moderna e pós-moderna,
respondendo à necessidade de experiência pessoal de Deus e de busca de
sentido para a vida, contribuindo para a vivência da fé e a participação na
Igreja, bem como na evangelização do mundo, superando a procura
superficial de Deus, do Mistério Invisível de que fala Maria Clara L.
Bingemer.

Mirjam Kovac chama isso de “CARISMA COLETIVO: dom de Deus a um


grupo”, estendido no tempo, orientado à construção da Igreja e da
comunhão, determinando o objetivo de tal grupo, sua missão e atividade e,
ainda, o estilo de vida, a espiritualidade, ou seja, o modo concreto de
participação num aspecto do mistério de Cristo, de estar em relação com
Deus e agir para o bem dos irmãos, um ambiente vital que dá ao fiel a
possibilidade de exprimir e viver o que ele é. Libero Gerosa chama isso de
carisma comunitário.

Ambos os autores diferenciam o carisma comunitário do associativo, que


existe em outros tipos de associações de fiéis. São as comunidades de
serviço. Estas também têm em comum um mesmo carisma, o qual, contudo,
não abrange toda a vida da pessoa e do grupo, tampouco um estilo próprio de
espiritualidade, de apostolado e de estrutura de governo, que, segundo
Gianfranco Ghirlanda, são os elementos estruturais do carisma coletivo ou
comunitário. Estão em volta do que fazem e não do que são. Gianfranco
ainda faz distinção entre carisma coletivo particular e carisma coletivo de
fundação (ou de fundador/fundadora). O primeiro engloba os carismas do
fundador, a ele dados, muitas vezes extraordinários e que podem influenciar
no carisma coletivo, mas que não obrigam os membros do grupo. Somente o
fundador os vive. Já do carisma coletivo de fundação, por natureza,
participam todos outros; é o carisma do primeiro núcleo, que o compartilha,
enriquece e leva a um crescimento maior o carisma do fundador. O fundador
começa e aquele núcleo pequeno que começou com ele o acompanha.

Há, ainda, o carisma pessoal, de cada membro, como participação do carisma


coletivo ou como carisma individual, para ativar a vocação da pessoa
naquela realidade eclesial. Podem ajudar no enriquecimento, esclarecimento
e explicitação do carisma coletivo na história, devendo ser com ele
coerentes.

Por força do carisma que as impregna, as Novas Comunidades são


consideradas uma das respostas à crise de identidade e vocações vivida nos
anos 1970 na Igreja, bem como o meio ambiente necessário para a recepção
do Concílio Vaticano II por Dominique Rey.

Temos então o entendimento de que as novas comunidades fazem parte


daquilo que o Espírito diz à Igreja (Ap 3,6), encorajando os fiéis a viverem
como protagonistas da sua fé em Jesus Cristo, por meio de diversificados
carismas que conduzem a uma vida mais plena de caridade, na edificação do
Reino de Deus e em sua Igreja, infundindo na Barca de Pedro, no momento
certo, os novos necessários movimentos, e que passam a examinar as
características destas novas realidades eclesiais.

4.2-Estrutura
Novas comunidades parecem ter uma estrutura hierárquica parecida com as
congregações de religiosos. Mas tem suas particularidades. A Colo de Deus
tinha como hieriarquia: A Fundação, o Núcleo de Governo e Núcleos
administrativos, formativos e ministeriais, além do Núcleo de Missões.
5- Quem é o Fundador ?

O fundador ou a fundadora é um ser humano. Ele é cheio de falhas e


defeitos, manias e virtudes que Deus elegeu para começar um caminho. Mas
esse chamado foi tão forte que ele transborda do fundador e atinge quem está
ao lado do caminho, por onde ele passa. Quando esse carisma transbordante
atinge a vida desses outros companheiros de caminho, é como o rio que
Ezequiel fala no capítulo 37 que flui, atinge as margens e gera vida em
abundância. Quando um chamado, uma vocação, é forte e grande pra caber
dentro de um coração humano, Deus permite que esse coração seja ferido
para que, sagrando, atinja e transforme vidas. E esse sangue místico ninguém
vê, mas toda alma sente. Não estou dizendo que o fundador é Cristo. Longe
de mim afirmar isso.

Mas estou dizendo que Cristo faz jorrar seu sangue através da experiência
que esse ou aquele cristão passou. Vivemos isso através dos testemunhos e
das vidas que são alcançadas. O testemunho arrasta. Conhece-se a árvore
pelos seus frutos. E afirmar que os frutos são por causa do fundador tira a
coroa da cabeça de Cristo. Não! Não é o fundador. É Cristo. É o amor de
Cristo pela humanidade.

Isso acontece porque todo o Carisma daquela obra nasce da ferida do seu
fundador. E Essa ferida foi Cristo que permitiu que fosse aberta.

Dentro de um dom, dentro de um carisma, em relação a pessoa do fundador,


Deus faz através dele o movimento que só aquele fundador pode fazer:
fundar a obra. Mas não é como abrir uma empresa.
É um grande empreendimento. Não basta fundar, é preciso fundar à maneira
de Deus, não basta apenas criar uma casa e chamar as pessoas para rezarem e
evangelizar. Não basta ter uma empresa de música e lançar músicas pra fazer
sucesso. Não basta usar a vida de pessoas e transformar isso em serviço
social.

Isso é uma ONG. Podem até ser comunidades de serviço, como explicado
antes. O Carisma fundante é uma ação de Jesus. Nesse Carisma vamos
evangelizar, fazer aquilo que o cristão é chamado a fazer como batizado, mas
além disso, somos convidados a dar nossas vidas e o fundador é o primeiro a
fazer isso. Não se resume a quantidade de horas que se passa falando de
Jesus, mas dar totalmente sua vida para aquele corpo comunitário. E essa
vida se transforma num mover tão grande que influencia muitas pessoas ao
redor da existência desse carisma.

O fundador entrega a sua vida para o corpo comunitário, para aquelas


pessoas que ele foi atraindo. Elas vão recebendo, compreendendo e vivendo
a mesma graça que Deus o chamou a viver. O fundador é o modelo onde
aquele que está dentro da obra, vida ou aliança, observa e dedica suas
experiências.

O fundador é o que doa suas muitas lágrimas, suas preocupações, os seus


medos, as suas crises, os seus momentos mais desertos, vazios, tudo o que
vive no próprio corpo em favor do corpo comunitário, para que o Carisma de
Jesus se realize através de cada membro chamado a essa comunidade e a
comunidade inteira possa mostrar o rosto de Jesus, a página do Evangelho a
qual foi chamada a viver.

Não existe carisma sem fundador. E não existe fundador sem carisma. Os
dois são ligados para sempre pela fundação. Eles estão ligados para sempre.
Foi Deus mesmo quem os fez assim.

O Carisma de fundação compete somente ao fundador, ele não pode


transmitir para ninguém, só ele quem vai fundar a obra. Esse dom, esse
Carisma que está nele, que é a espiritualidade da obra e da missão, precisa
ser transmitido para que os membros possam conhecer suas experiências,
seus pensamentos, aprender dele os gestos, as palavras, o olhar, a forma de
pensar, de raciocinar sobre a Igreja, sobre a economia, política, etc.

É o fundador que vai manifestar como é tudo isso por meio do carisma. Por
causa do Carisma que está nele há uma maneira de ver as coisas, e é assim
que os membros devem ver, há uma maneira de escuta e assim que os
membros devem escutar, há uma maneira de falar e é assim que seus
membros devem falar.

Não é imitar o fundador, mas ser você mesmo, com sua personalidade, com
seu temperamento, mas dentro do próprio jeito de ser, reconhecer e viver
toda a dimensão que o fundador está dizendo, está colocando para os
membros.

Por exemplo, a forma que Dom Bosco se relacionava com os meninos do


oratório: ele jogava, cantava, tocava, e nesses momentos de estar com os
meninos ele ia transmitindo o Carisma que estava nele. Não é somente no
momento em que se estar rezando ou pregando, que o fundador está dando
do seu carisma, mas quando ele está junto naturalmente manifesta-o para os
seus.

Como o fundador transmite o carisma, como é a presença dele na sua


comunidade, quando ele evangeliza, quando ele aconselha? Esse estar junto,
estar próximo, até o enxergar as misérias do fundador e como ele vence ou
confessa seu pecado, pode nos formar no carisma?

Temos de ficar bem atentos com o mover do carisma a através do fundador,


pois muitas palavras dele nos remetem para dentro de nós, para trazermos
para fora justamente aquilo que ele está nos formando. O fundador nos leva
para dentro de nós mesmos. Quando ele confessa um pecado e confessa sua
humanidade, nos forma no carisma. Então nós podemos dizer: “eu também
fiz isso, eu também fiz aquilo”. É bom saber que o fundador é humano.

Que não é “Jesus 2”. É aquele que sofre as mesmas coisas que você. Essa
humanidade dele nos leva a conhecer mais quem nós somos. Quando o
fundador conta uma história de sua vida, nós também vamos lembrando fatos
de nossa história, reconhecendo na própria história o carisma. Tudo aquilo
que o fundador vai falando, vai nos formando.

Uma observação que a Igreja fez ao longo desses muitos anos é que carismas
mudam, se adaptam, se moldam, enquanto os seus fundadores estão vivos.

Isso deve acontecer por que enquanto esse fundador não morre, o carisma
não está fundado, está sendo moldado pela própria vida do seu fundador.

A responsabilidade que esse fundador adquire é spiritual e existencial. Ele


não pode abandonar esse carisma. Isso acontece por que Ele é no carisma e o
carisma é nele. Estão ligados existencialmente. Se ele o abandona, ele para.

Mas não morre. O carisma continua vivo, mas congelado no tempo. E no dia
final, diante de Jesus, Deus cobrará ao fundador sobre o que ele fez com o
dom que recebeu. Como na parábola dos dons dados aos servos, Deus
perguntará aos fundadores: “O que fizeste aos dons que eu te dei?”. Nossa
resposta determinará a resposta de Jesus a nós. Ou seremos servos fiéis ou
infiéis e maus.

O que compartilharei no próximo Capítulo é o segredo sobre a saída do


Fundador da Colo de Deus e a parte final sobre o Sinal e Mudanças dentro da
minha comunidade . Deixo uma parte do segredo entre as duas linhas
divisórias com o ( Reconhecimento do Estatuto pela Mitra Arquidiocesana
de Maringá) neste livro para que não se cause mais confusão sobre a saída
do Hugo Santos da instituição ou Comunidade Colo de Deus , pra Fundar a
nova Comunidade chamada Samaria.
6- Sinais e Mudanças (Revelação do Segredo)

Como foi apontado, o carisma fundante nasce no coração do fundador ou


fundadora e depois de um tempo, provado pela perseverança e pelas
dificuldades pode ser apontado pela igreja como algo verdadeiro, genuíno.
Existem alguns sinais que apontam para afirmar que um carisma é
verdadeiro e está fundado.

6.1- Originalidade do carisma.


Ele não é igual a nenhum outro. Sinais de semelhança são normais, mas
idênticos nunca. O Espírito Santo é criativo e todo carisma nasce para uma
necessidade específica da noiva de Cristo, sua Igreja. Deus não cria cópias
de carismas. Deus produz carismas únicos. E é fácil identifica-los pelos
sinais que eles produzem.

6.2- Eclesialidade do carisma.


Não existe carisma egoísta. Todo carisma é para o outro. E esse outro se
manifesta através da visão da Igreja. Como escrevi antes, somos a dimensão
carismática da igreja. E precisamos estar ligados a Pedro, a dimensão
Petrina, para que nosso carisma seja autêntico. Se não for assim, seremos
mais um movimento desligado da barca. Essa eclesialidade se manifesta
através da comunhão com o clero, mas é preciso pontuar que esses prelados
ou pessoas que guiam como diretores espirituais, não podem interferir na
vida comum do carisma, dando liberdade de respiro para que esse novo
movimento ou carisma possa crescer. É muito perigoso quando uma obra que
nasce acaba sendo sufocada por excesso de zelo de alguns sacerdotes ou falta
de zelo dos mesmos.

É preciso equilíbrio nesse contexto para que não se sufoque essa nova
plantinha no Jardim maravilhoso da Igreja. Carisma autêntico não contradiz
o magistério da Igreja mas o confirma.

6.3- Comunhão do carisma


O principal sinal do Espírito santo é a Unidade. Se uma comunidade ou
carisma vive em pé de guerra por poder ou por outro assunto, o Espírito
Santo não age ali e o carisma pode morrer. Um carisma autêntico se mostra
quando dentro do movimento os irmãos se cuidam e se acompanham. Onde
ninguém é deixado para trás. Obras onde os membros brigam o tempo inteiro
ou existe dissenção com a fundação, ou está em declínio por causa dos erros
dos seus membros ou não é um carisma autêntico. Um reino divido contra si
mesmo não consegue existir.

6.4- Vida do carisma


Esse sinal pra mim, é fundamental pra um discernimento se um carisma é
autêntico ou não. Se aquilo que se vive, é colocado em prática. Entenda
muito bem que não quer dizer que a comunidade não terá membros pecando.
Quer dizer se as práticas espirituais e evangélicas estão sendo vividas. O
perdão, a graça, a comunhão e adoração eucarística, Santa Missa, e se isso
tudo gera mudança de vida. Se sim, o carisma é autêntico. Toda boa árvore
dá bons frutos. Toda árvore má dá maus frutos.

6.5- O tempo do carisma


Carisma autêntico permanece. Simples assim. Teófilo diz para seus irmãos
judeus quando os cristãos estão sendo perseguidos que o que é de Deus
permanece e o que não é, acaba. O tempo é a maior prova de que o carisma é
autêntico ou não. As perseguições, sofrimentos e dores dos membros e
fundadores devem gerar sentimento de permanência e perseverança Isso vai
lapidando o carisma para que ele se torne melhor e os frutos apareçam.

6.6- Os seguidores do carisma


Todo fundador tem seguidores. Se não tem, não é fundador. Esse seguimento
precisa levar a Jesus e não para dentro de si mesmo. Se o fundador leva os
seus seguidores a adorar a ele mesmo e não a Jesus, ele é só um narcisista
que precisa de tratamento. Se eu sigo alguém e esse alguém me leva pra
Jesus, esse seguimento é um carisma.

6.7- Crescimento do carisma


Todo carisma cresce. Ele não para. Se para, é por que aconteceu alguma
coisa com a fundação ou não é uma fundação. Mas esse crescimento não é
número de membros e muito menos estrutura humana. Esse crescimento é
desenvolvimento espiritual dos membros. Quando eles estão em caminho, é
certo o crescimento. Não existe movimento parado. Se é movimento, mover,
está em movimento.

Viu como demora o processo do discernimento para um carisma? Ele leva


muito tempo. Anos, e as vezes décadas. Cada carisma TEM SEU PRÓPRIO
PROCESSO. Não existe uma regra definida. Mas uma regra é clara: Quem
define se um carisma é autêntico ou não é a Igreja em sua dimensão Petrina.

Para isso ela desenvolveu um processo próprio de discernimento de carismas


onde são observados muito pontos, dentre eles esses que eu pontuei.

O reconhecimento pode vir de forma canônica ou pontifícia. E não tem uma


ordem definida. A pontifícia pode vir antes da canônica. Se assim a Igreja
achar que é o caminho.
6.8- E como isso pode acontecer?
Não existe um caminho único mas o mais comum pode ser assim: Quando a
comunidade começa andar com a Igreja local, os frutos vão aparecendo. O
bispo, junto com padres que se aproximam daquela obra, vai observando a
vida comunitária e ajudando a discernir os sinais e os caminhos, consertando
erros teológicos e alinhando tudo, como uma boa mãe. Assim, quando chega
o tempo propício, através de um pedido oficial que parte da obra pra igreja ,
ela pede o reconhecimento diocesano, que é pedir que a igreja local os
reconheça como uma entidade ligada a Igreja, como uma obra Diocesana. A
partir desse momento, a obra começa a responder ao bispo local por suas
ações e decisões, tem um acompanhamento melhor por parte do bispo e dos
padres assessores, até que depois de muitos anos de convivência e frutos,
vem outro reconhecimento que passa a ser a nível pontifício.

6.9- Qual a diferença do reconhecimento diocesano para o


pontifício?
Com um reconhecimento pontifício, a obra agora pertence a Arquidiocese
de Roma, e responde agora ao Papa. Seu terreno de missão se t orna o
mundo, onde agora assume uma missão maior: evangelizar o mundo inteiro.

Quando acontece o reconhecimento a nível pontifício, a obra agora está


confirmada pela igreja como um carisma autêntico. Tudo o que o fundador e
a obra escreveram ao longo dos anos se torna patrimônio espiritual da Igreja.
Lembra dos escritos de São Francisco de Assis, de São Domingos de
Gusmão?

São patrimônios da Igreja. É ela quem responde por esse carisma, agora, não
é mais seu fundador, mas a própria Igreja na pessoa do Papa e do conselho
pontifício para os Leigos, e outros órgãos da Santa Sé, no caso de
comunidades como a Colo de Deus. Enquanto isso não acontece, o carisma
pulsa pelos pulsos do coração de Jesus através da vida do seu fundador e dos
membros. Mas é o fundador o responsável temporal pelo carisma. E mesmo
que a Igreja reconheça o carisma fundante como genuíno, esse fundador
responderá com a sua própria salvação sobre o que ele fez com o dom que
recebeu.

Graças a Deus, temos a igreja como mãe para nos ajudar nesse caminho.
Porém, até que esse reconhecimento chegue, o carisma ainda vai mudar,
crescer, se adaptar, se moldar como a vida do fundador também está nesse
processo.

Reze sempre pelo seu fundador.

“Por fim , meu Imaculado Coração triunfará”

Nossa Senhora de Fátima


Revelação do Segredo
Oficialmente Confirmado

(Existem fundações que mudaram completamente depois de


alguns anos de sua fundação por que os seus fundadores
perceberam que precisavam dar outros passos. A Colo de Deus
é uma dessas obras.)
INÍCIO DA REVELAÇÃO
_____________________________________

1) A Revelação

A saida do Fundador da Colo de Deus


Quando a comunidade tinha 2 anos passamos por uma grande crise.
Precisamos mudar de nome pois o nome antigo “pertencia” a uma
pessoa, de forma comercial e ela ficou com todos os bens materiais da
comunidade. Ele me disse ainda que eu precisaria escolher outro nome
pois ele era dono do carisma que eu fundei e ele não ia aceitar que eu
continuasse a usar o nome da obra. Partimos tristes por que estávamos
sem chão. Então orando em discernimento, pedi a Deus que me dissesse
o que Ele queria com isso. Ele me disse que era pra chamar a obra de
Colo de Deus. Mas que iria continuar a mesma obra. Apenas o nome iria
mudar. Antes ela se chamava Comunidade Rahamim.

A vida passou e fomos pra Curitiba. O carisma cresceu muito e foi


ficando grande demais. Nos mudamos para Jandaia do Sul, muita coisa
aconteceu até chegar em um ponto que eu, como fundador não
reconhecia mais o próprio carisma que fundei. Os propósitos e ideias
mudaram e outras linhas como forma de orar e pensamentos sobre a
evangelização. Até que depois de uma grande crise de saúde psicológica,
precisei de tempo pra me tratar. Tinha passado por grandes problemas
em todas as áreas da minha vida e precisei parar e me cuidar.

Pedi o afastamento do núcleo da comunidade para viver um ano


sabático de descanso. Nesse tempo, comecei a observar melhor que
aquilo que eu comecei não se configurava mais como o que eu tinha
como ideal em muitas áreas. Muitas idéias de comunicação e
alinhamentos já não se configuravam como a obra que eu havia
fundado. Então pedi pra me desligar da comunidade.

No dia 20 de fevereiro de 2021 eu pedi desligamento da associação


católica Colo de Deus e Santíssima Virgem. Esse foi o texto de
desligamento:

2) Item retirado do Site Oficial da Colo de Deus !

A comunidade Colo de Deus emitiu um comunicado dizendo que


aceitou o pedido de desligamento do fundador Hugo Santos da
instituição, deixando a partir de então de ser membro da
consagrado da obra.

Nesta segunda-feira (01) o presidente da Associação Privada de


Fiéis “Colo de Deus e Santíssima Virgem”, Guilherme Martins
emitiu um comunicado que receberam o pedido público de
desligamento de seu fundador, Hugo Moreira Santo, conhecido
como “Hugo Santos de Maria”
“Após apurado discernimento, escuta e ajuda por algumas
pessoas de comprovada confiança e sabedoria, com muito
pesar, aceitamos o seu pedido de desligamento.”

O próprio Hugo já havia feito uma publicação através de suas


redes sociais apresentando aos seus seguidores sua carta de
desligamento, como podemos ler abaixo:

“Carta de desligamento

A partir desta data me desligo da comunidade ao qual fundei.


Tenho amor incondicional pela obra Colo de Deus. Ela e meu
legado para esta geração. Com isso, deixo de ser membro
consagrado pra ser apenas o fundador da obra.
Continuo com minha vida missionaria, continuo sendo a mesma
pessoa que sempre fui, com o acréscimo dos anos incontáveis
de experiencia adquirida nesta comunidade e sempre estarei
pronto pra atender vcs e ouvir vcs.

Hoje tenho alguns projetos pessoais que são incompatíveis com


a vida consagrada. As vezes Deus nos exige nosso Isaac e hoje
entrego o meu. Serei sempre o Hugo Santos, de Maria, ao qual
sou consagrado por toda a minha vida. Continuo com meus
princípios inalterados e continuo meu caminho.

Que Deus nos abençoe e nos guarde. Que Deus abençoe a Colo
de Deus. Amém. “

(Leia abaixo o comunicado na íntegra publicado pelos


meios oficiais da Comunidade Colo de Deus)

“ COMUNICADO OFICIAL

Jandaia do Sul, 01 de Março de 2021.

“Continuemos a afirmar a nossa esperança, sem esmorecer,


pois aquele que fez a promessa é fiel. Estejamos atentos uns
aos outros, para nos incentivar ao amor fraterno e às boas
obras.” Hb 10, 23-24
Considerando o dom e a importância eclesial da Associação
Privada de Fiéis “Colo de Deus e Santíssima Virgem”, no desejo
de que ela continue a desempenhar o papel que lhe é
reconhecido, superando quaisquer dificuldades e
mal-entendidos que poderiam enfraquecê-la ou mesmo
cancelá-la, venho por meio desta na função de presidente e em
nome do Núcleo geral comunicar, que recebemos o pedido
público de desligamento do nosso fundador, Hugo Moreira
Santo, conhecido como “Hugo Santos de Maria” em 20 de
fevereiro de 2021.
Após apurado discernimento, escuta e ajuda por algumas
pessoas de comprovada confiança e sabedoria, com muito
pesar, aceitamos o seu pedido de desligamento.
Reconhecemos e continuaremos a reconhecer no “Hugo Santos
de Maria”, o fundador da nossa comunidade, e por isso, em
nome de toda a comunidade expressamos a nossa profunda
gratidão pelos quase 17 anos de entrega ao carisma “Colo de
Deus” que do seu início tão simples veio à tomar-se uma
missão significativa que favorece renovação e a vida de tantos
jovens e famílias no Brasil e outros lugares do mundo. Um
carisma interpretado como Evangelho vivido em tempos de
“Nova Evangelização”. No seio desta corrente de graça, a nossa
Comunidade distinguiu-se no compromisso pela busca da
santidade, preparação do caminho da unidade dos cristãos,
tomando-se lugar de oração, de encontro e celebração da vida
nova em Cristo, numa comunhão de fé e de amor, pela qual
Jesus rezou: “que todos sejam um” Jo 17,21.
Sem dúvidas. “continuaremos a afirmar a nossa esperança, sem
esmorecer, pois aquele que fez a promessa é Fiel. Temos a
certeza de que o sopro da da vida, o Espirito Santo, que sempre
guiou esta pequena barca que é a família “Colo de Deus”,
permanecerá nos conduzindo para águas ainda mais profundas.
Portanto, reiteramos a nossa obediência a Santa Igreja, como
também a nossa gratidão aos Padres Salvador Aparecido dos
Santos e Rinaldo de Peder Rosa da Arquidiocese de Maringá,
que têm nos aconselhado e assistido neste caminho de orante
confiança e humilde obediência.
Rezemos pela vida do Hugo Santos de Maria, que nunca deixará
de ser reconhecido como o primeiro que recebeu a inspiração
do carisma em seu coração. Neste tempo litúrgico da Quaresma
que nos prepara para a celebração da Páscoa do Senhor,
invocamos uma renovada efusão do Espirito sobre cada
coração, para que ele possa dobrar o que é rígido, aquecer o
que é frio, endireitar o que é mal orientado, e ajudar a todos a
deixar prevalecer a caridade que nunca falha.
Em Cristo Jesus,
Guilherme Martins de Sousa Ferreira
Presidente “

1.2) Comunidade Colo de Deus perde


reconhecimento da Arquidiocese de Curitiba

Uma carta datada do dia 22 de julho de 2019, assinada por Dom


José Antonio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, comunica que foi
revogado o decreto que aprovava Comunidade Colo de Deus na
Arquidiocese de Curitiba. Portanto, dessa forma eles não têm
mais reconhecimento nesta Igreja Particular.
Leia a Carta:
Curitiba, 22 de julho de 2019
Ex.mo Sr.
Dom José Francisco Rezende Dias
M.D. Bispo de Niterói

Saudações,
Sirvo-me desta carta para inteirá-lo da situação da Comunidade
Colo de Deus, presente nesta Arquidiocese, autorizada que foi
por Dom Moacir Vitti em setembro de 2010. Trata-se de uma
comunidade de fiéis leigos, fundada pelo Sr. Hugo Santos na
cidade do Rio de Janeiro em torno de 2005. Após alguns
desencontros com autoridades daquela Arquidiocese,
transferiram-se para Curitiba.
Desde que cheguei a esta Arquidiocese, em março de 2015, já
nos primeiros dias ouvi muitas reclamações dos padres acerca
de sua presença e atuação: fanatizações em torno ao fundador;
pouco apreço pela dinâmica pastoral das paróquias;
esvaziamento dos grupos de jovens; desinteresse em participar
dos programas Arquidiocesanos de evangelização dos jovens…
Enfim, as reclamações gravitavam em torno à dependência
psicológica pela figura do fundador e pelo desapreço em
caminhar com a Igreja local. Seguiam caminhos paralelos e
autônomos.
Alguns meses após a posse foram chamados. Queria
conhecê-los. Queria ouvi-los. Vieram, apresentaram-se,
explicaram-se, justificaram-se… Foram vivamente exortados a
caminhar com a Igreja. Foi-lhes proposto, e reproposto em
encontros posteriores, que aceitassem a orientação de dois
padres aprovados por eles. Um seria orientador da comunidade
(programas de formação, acompanhamento da própria vida
comunitária, relação com a pastoral das paróquias e da
Arquidiocese). Outro seria o Diretor Espiritual. Com o passar do
tempo ambos se enfastiaram de tentar ajudá-los. Atestaram o
pouco apreço da Colo de Deus por sua colaboração. Tudo
gravitava em torno de “papai Hugo”, o fundador.
……
Pelo Brasil afora há belas experiências com as novas
comunidades. Mas é também verdade que situações muito
amargas ainda perduram. Pelo exposto acima quero explicitar
que foi revogado o decreto que os aprovava nesta Arquidiocese
de Curitiba. Não mais têm eles reconhecimento nesta Igreja
Particular. Escrevo-lhe, caro irmão Bispo, em caráter
prudencial, recomendando cautela enquanto não houver clareza
acerca dos balizamentos eclesiais que inspiram os eventos e,
especialmente, a relação da Colo de Deus com a (Arqui)Diocese
em que se situam ou se apresentam. Cheguei a este
posicionamento depois de anos de tentativas de integrá-los.
Sem mais, despeço-me com profundo respeito e fraternidade.
Mas também com tristeza. Eu preferiria não ter que redigir estes
parágrafos. Ponho-me à disposição para esclarecimentos.

Dom José Antonio Peruzzo


Arcebispo de Curitiba

Obs. A carta foi confirmada após contato telefônico com a Chancelaria da


Arquidiocese de Curitiba.

Os membros da Comunidade Colo de Deus já lançaram uma nota a


respeito da carta a respeito do reconhecimento diocesano na
Arquidiocese de Curitiba.

1.3) Comunidade Colo de Deus responde


sobre a perda do reconhecimento diocesano
em Curitiba
Vinde Espírito Santo!
Jandaia do Sul, Paraná, 26 de julho de 2019
Memória de Santa Ana e São Joaquim
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é
orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus
próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com
a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará” I Coríntios 13, 4 –
8a.
Nós, membros da Comunidade Católica Colo de Deus, temos recebido
algumas mensagens e contatos de amigos e conhecidos que nos fizeram
chegar o texto de uma suposta carta que teria sido enviada pelo
Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, ao
Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias, na qual o
Arcebispo desqualificaria a pessoa de nosso fundador, Hugo Santos, e,
em virtude da presença dele, revogaria o decreto que aprova a
Comunidade na Arquidiocese de Curitiba. Sobre isto, gostaríamos de
esclarecer o seguinte:
1. Até a presente data, nossa Comunidade não recebeu nenhum
comunicado por parte do Arcebispo Metropolitano de Curitiba com
semelhante revogação do Decreto de Ereção Canônica. Não fomos
notificados sobre a existência de um “Decreto Singular”, condição
indispensável para uma revogação.
2. Sobre a dita carta, causa-nos estranheza que uma correspondência
entre dois Arcebispos “vazasse” desta maneira. Temos recebido o texto
– que constaria na dita carta – através das Redes Sociais; as mensagens
nos chegam por pessoas de todas as regiões do País. Preferimos
acreditar que houve algum “ruído de comunicação”, envolvendo os
nomes dos Arcebispos, a constatar um vazamento proposital causado
por um destes dois Pastores de Almas, dando por revogada a nossa
comunidade sem sequer existir um “decreto singular” e uma notificação
a nós. Tão pouco vimos, materialmente, esta carta, ou cópia fiel da
mesma, de modo que a desconsideramos.
No ano de 2017, a providência de Deus nos visitou por meio da doação
de um terreno na cidade de Jandaia do Sul, Arquidiocese de Maringá.
Em virtude disto, nossa casa mãe e os principais apostolados da
Comunidade passaram a ser realizados desde a Arquidiocese de
Maringá (e agradecemos a Dom Anuar
Battisti por sua amistosa acolhida). Nossa Comunidade é, diante da
tradição bimilenar da Igreja, tão somente um bebê, em seus quinze anos
de existência. Erros diversos já foram cometidos e repetidos por nós, em
nosso processo de aprendizado; por causa desses nossos erros,
queremos, por meio destas linhas, pedir, sinceramente, o perdão.
Desejamos que o processo de reconhecimento eclesial, iniciado com
Dom Moacyr José Vitti (descanse em paz), possa, agora, ter a devida
continuidade sob os cuidados de Dom Anuar, a quem nos subtemos e
rogamos, por favor, que nos discipline e oriente. Que as possíveis
inquietudes pastorais de Dom José Antônio Peruzzo possam ser levadas
em conta neste processo, para o crescimento de nossa Comunidade.
Abrimos, ao Ordinário do Lugar onde nos encontramos, as portas de
nossas casas de missão, as portas das casas de nossas famílias e
rogamos, como filhos, a solicitude paternal desta Igreja Local.
Ainda somos aquela mesma comunidade “audaciosa e arrojada” – como
nos definira o próprio Dom José Antônio Peruzzo em 2017 – capaz, pela
misericórdia de Deus, de chegar a pessoas e lugares onde,
ordinariamente, o trabalho pastoral comum da Igreja não costuma
chegar; acreditamos – e nisto temos gastado nossa vida… nossa
juventude! – que tudo aquilo que somos e fazemos não é fruto da mente
inventiva de um homem: Hugo Santos, nosso fundador. Cremos que o
Espírito Santo deu-nos uma obra que pudesse vir ao socorro de uma
juventude que tem sucumbido às drogas, ao suicídio e ao mais profundo
vazio existencial.
Na certeza de que o amor é paciente, é bondoso, tudo desculpa, tudo
suporta e jamais acabará, agradecemos a amizade de inúmeros
sacerdotes que tomaram a decisão de nos amar e que enxergam, até em
nossos erros, tentativas frustradas de fazer o bem.
A todos os membros da Comunidade Católica Colo de Deus, bem como
aos membros de nossas células espalhadas pelo Brasil e a todos os
nossos amigos e amigas que, de algum modo, encontram na
Comunidade um esteio espiritual e formativo, pedimos muita
serenidade, paz e confiança: Somos Filhos da Igreja e temos a certeza
de que Ela, como Mãe e Mestra, conduzirá este momento e o levará a
bom termo.
Rogamos à Imaculada, a quem pertencemos, que nos ajude neste tempo.
Aproveitamos esta oportunidade para renovarmos nosso amor
incondicional à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

Fraternalmente em Cristo,
Membros da Comunidade Católica Colo de Deus
O que Deus soprou dentro de mim ainda esta vivo. Apenas não é mais
compatível com o que alguns membros queriam como comunidade Colo
de Deus. Desde Junho do ano passado tenho tentando diálogo com o
núcleo administrativo da associação. Todas sem sucesso. Antes de tomar
a decisão que vou comunicar, procurei o núcleo da comunidade para que
eu pudesse falar com os membros sobre esses pontos. Mais uma vez a
resposta do núcleo foi não. Não deixaram eu falar com a comunidade.
Queriam que eu conversasse apenas com alguns membros do núcleo.
Com essa decisão deles entendi que o núcleo estava escolhendo seguir
seu caminho desligado do seu fundador.

Essa Colo de Deus que se mostra hoje não é mais a comunidade que eu
fundei. Essa Colo de Deus de hoje não é o carisma original que corre em
minha alma. Suas formas de agir e processos estão distantes do ideal que
eu comecei e acho que realmente que as escolhas do núcleo não deveriam
ser estas.Eu queria que isso fosse diferente. Minha opinião é que
deveríamos ter uma partilha com todos e que eu pudesse ouvir a
resposta de todos. Se eles querem seguir ou não minhas inspirações para
a comunidade e até moldar algumas coisas com as inspirações
dos membros. Eu queria ouvir isso dos meus filhos espirituais
consagrados da comunidade como um todo. Então, em oração e muito
entristecido por essa escolha que deles, preciso seguir em frente e
obedecer a Deus e não aos homens. E percebo sinceramente que o
carisma também tem que seguir em frente. Hoje escolhi continuar o
carisma que fundei com nome. Ele agora se chama Carisma Samaria.
Comunicado da Arquidiocese de Maringá sobre
a Comunidade Colo de Deus

A Arquidiocese de Maringá comunica que a Comunidade Colo de

Deus está sendo acompanhada por dois padres, com o objetivo de

conhecer os membros da comunidade, fundador, núcleo, carisma e

atividades desenvolvidas pelo grupo.

O Arcebispo Metropolitano de Maringá, Dom Anuar Battisti,

designou os padres Salvador Aparecido dos Santos e Rinaldo de

Peder Rosa como “visitadores” à Comunidade Colo de Deus.

A Colo de Deus realiza trabalhos de evangelização no território da

Arquidiocese de Maringá desde dezembro de 2014, quando se

estabeleceu na cidade de Jandaia do Sul. “Estamos fazendo um

trabalho de acompanhamento de perto e percebemos que há

enorme interesse por parte da comunidade em caminhar com a

Igreja local”, comenta padre Salvador.

De acordo com o padre Rinaldo de Peder, em outubro próximo os

visitadores deverão apresentar um relatório, com as conclusões da

visita, ao Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Maringá.


“Vamos avaliar os estatutos canônicos da comunidade de vida e de

aliança além de todos os aspectos envolvendo a ação pastoral e

administrativa da comunidade”, explica.

De acordo com os atuais documentos da comunidade “a missão da

Colo de Deus é tornar o nome de Cristo conhecido; espalhar o

avivamento por todo o mundo; viver a verdade do Evangelho de

Cristo Jesus; divulgar a devoção à Divina Misericórdia e a Devoção

à Santíssima Virgem; unir os jovens em volta da Palavra de Deus e

do Catecismo da Igreja Católica”, entre outros.

Já o carisma da Comunidade Colo de Deus é “trazer de volta para o

seio da Igreja aqueles que estavam afastados da fé, sendo

instrumento de um grande avivamento. Como Maria: gestar uma

geração cheia de Pentecostes”.

O que diz Dom Anuar Battisti sobre a Comunidade Colo de Deus

“O que tenho a dizer sobre a Comunidade Colo de Deus é que

estamos em processo de conhecimento. Sabemos da relevante

expressão que este grupo tem frente ao público jovem e que tem

feito um bem para a Igreja, ao evangelizar os excluídos. Eles se

enquadram no que o Papa Francisco chama de 'corrente de graça',


como uma expressão fortemente carismática desejosa de

evangelizar a juventude e as famílias.

Quanto à possibilidade de aceitação como Comunidade Privada de

Fiéis de Direito Diocesano, isso deverá ser avaliado de acordo com

as regras canônicas e pastoral, para posteriormente, darmos um

parecer colegiado. Como pastor, rogo a Deus para que saibamos

acolher as novas expressões de evangelização e que as mesmas

saibam também compreender a importância de caminhar com a

Igreja e a sua ação pastoral orgânica e articulada. Recordando que

'somos membros uns dos outros' (Ef 4, 25), queremos sempre levar o

amor de Deus a quem mais precisa; neste caso, especialmente aos

jovens.

Trago as palavras do Papa Francisco no final da Exortação

Apostólica pós-sinodal ‘Christus vivit’ – ‘Queridos jovens, ficarei

feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e medrosos.

Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na

sagrada Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre…A

Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé...E

quando chegardes aonde nós ainda não chegamos, tende a

paciência de esperar por nós’”.

Dom Anuar Battisti ( Arcebispo Metropolitano de Maringá)


_______________________
FIM DA REVELAÇÃO
Rezo para que a Colo de Deus como associação se reencontre em seu novo
caminho e redescubra seus valores, escolhendo a forma como querem seguir,
se como comunidade de carisma, aí precisando refundar o que tem hoje e
escolher um novo fundador, ou continuarem como uma comunidade de
serviço, onde as coisas que fazem são o alvo do movimento que querem
seguir. Ou serem o que quiserem ser, mas que se definam e se posicionem e
sejam sinceros com os membros que hoje fazem parte da comunidade como
voluntários ou consagrados.

Vale pontuar que esse novo passo não é uma questão de briga ou ainda se
um é melhor do que o outro. Todos conhecem o quão bom é o que a Colo de
Deus faz nos dias de hoje. Mas não se configura como aquilo que quero para
o carisma.

Como a Colo de Deus não tem estatuto reconhecido, a responsabilidade


espiritual ainda pertencia á Hugo Santos . Então, agora, ele teve que retirar
da comunidade essa grande responsabilidade sobre o carisma fundante. E
agora ele assume de forma integral com outro nome e sigo as direções que
acredito que seja de Deus para mim e para o carisma.

- Conclusões finais
A Colo de Deus não vai acabar. Ela está mais viva do que nunca. Ela agora
deve amadurecer seu chamado, sua vocação. O Carisma Colo de Deus que o
hugo fundou mudou e passou por uma reforma. Ele agora se chama Caminho
Samaritano. Ele não está mais ligado a associação Colo de Deus. Essa
associação agora é uma obra que precisa se posicionar e dizer o que ela é.

Ela precisa encontrar seu novo caminho. E como não é mais o carisma ao
qual eu tenho responsabilidade, ela precisa reescrever seus estatutos e se
posicionar diante da igreja e dos membros que hoje fazem parte como vão
viver. A Colo de Deus vai precisar tirar do seu estatuto que é um carisma ou
assumir- se como um outro carisma. A Rosina é co-fundadora histórica.

Minha sugestão é que a comunidade se retire com ela e refundem o carisma


baseado no que ela vê como carisma. Se assim for, precisa buscar dentro de
si uma nova forma de viver tudo isso que foi descrito nesse documento. O
Hugo não deixou de ser Fundador da Colo de Deus. E também não
abandonei a Colo de Deus. Não se apaga uma história.. Mas comoeles
escolheram esse caminho, meu último pedido para que nada se perca,
é que a Rosina assuma a fundação a partir de agora.

A Rosina fará isso com o carisma que ela tem em seu coração. Peço
encarecidamente aos bispos e padres que acompanham a comunidade que
possam auxiliar o novo caminho e a definir qué esse caminho.

Essa escolha foi exclusiva dos membros do núcleo da comunidade.E agora


precisam assumir tais responsabilidades diante da igreja e dos membros.

Muitos aqui podem pensar: “não mudou nada.” Pode ser que no plano
material não. Mas eu não vivo no natural. Nunca será sobre um nome ou
uma marca, mas sobre quem somos e o que seremos. Sobre o que Deus quer
de nós e como devemos seguir. E o que somos eu nunca deixarei se perder.
Posso seguir com 2 ou com 1000 irmãos que se identificam com o carisma
que estarei fundando.

Mas continuarei até o fim. Não vou desistir. E quero finalizar dizendo que
eu não vou voltar para a associação. Meu caminho foi para outro lado. Mas
do carisma, eu nunca saí. Esse meu caminho agora passa por Jerusálem.

Um Novo Caminho

O que é esse Carisma?


O evangelho. O anúncio da notícia de salvação. Mais amar que ser amado.
Mais servir que ser servido. Mais ouvir, que ser ouvido. Apontar Jesus.
Mostrar onde Ele mora. Onde podemos adorá-lo. Nem no poço, nem no
templo. Em todo lugar, em Espírito e em verdade.

Esse é o nosso carisma:

Gestar uma geração cheia de pentecostes que encontre com Jesus. Gente
imperfeita cuidando de gente imperfeita. Ser casa, reconstruída, reerguida,
unidos pelo Sangue de Cristo. Sermos o lugar da adoração. Acredito ser esse
o mover do Espirito Santo em nós para o auxilio da Igreja. Nosso carisma se
moverá em criar pequenas comunidades, em pequenos grupos que se reúnem
em todos os lugares pra falar de Jesus e do Reino de Deus.

Esses pequenos grupos se reunirão uma vez por semana, orientados por uma
direção entregue todo inicio de mês através de um canal de distribuição
online. Através dessa moção mensal, falaremos sobre os principais aspectos
do evangelho e uma vez por mês nos reuniremos presencialmente para
orarmos juntos e desenvolvermos melhor o tema.

Nossa Missão

Agir no ministério do Espirito Santo gestando pequenas comunidades cristãs


baseadas em crescimento espiritual, ação social coordenada e comunhão
através do batismo no Espírito Santo. Trazer de volta ao reino de Cristo os
que de alguma forma ficaram no caminho e restaurá-los em sua dignidade e
espiritualidade. Todos são bem vindos. Jesus não desiste de ninguém.

Nossa Visão

Mostrar a divina providência ao mundo através das obras de Misericórdia e


demonstrar na prática que Jesus não desiste de ninguém. Formar uma nova
geração de líderes cristãos para agir nas esferas de influência da sociedade.
Ser uma fonte verdadeira de uma espiritualidade sadia e restauradora. Saciar
a sede do mundo que tem sede do coração de Jesus. Ser o lugar de descanso,
a casa de Deus, o esconderijo do Espírito.

Nossa Palavra fundante

Nossa palavra fundante habita em Lucas 1,26 – o anúncio do evangelho ao


mundo como a boa noticia da salvação a todos os que creem e Jo 4, 23 –
Adoradores em Espírito e em verdade..

O Mistério Cristológico que nos orienta

O anúncio que o anjo faz a Maria Santíssima dizendo a ela, diretamente, que
ela seria o útero de Deus na terra, e que seria ela quem geraria a salvação
para o mundo. O anúncio que Jesus faz a mulher samaritana de que ela se
tornará salvação em Jesus, uma fonte de água vida e abundante. O anúncio
do homem Samaritano ao entregar aquele que ele encontrou no caminho,
ferido e quase morto, abandonado por todos, até pelos sacerdotes e levitas,
ordenando que aquele dono de hospedagem cuidasse daquele homem e que
ele pagaria tudo para que ele fosse salvo da morte. Provisão para salvação.

Consagração e pertença
1.Apostolados – Quem se cadastra como voluntário, participa ativamente
dos pequenos grupos e encontros e participa das formações mensais
online.

2. Frater – Todo voluntário cadastrado que além do serviço contribui


financeiramente com a obra de alguma forma.

3. Amigo do noivo – Todos os que frequentam os grupos ou eventos de


forma periódica e são cadastrados como participantes frequentes e
auxiliam de alguma forma com o que podem dar, seja materialmente ou
espiritualmente.
Reino justo
Uma vez por mês faremos um encontro de música em alguma comunidade e
trabalharemos
com a pastoral de rua nos lugares onde teremos pequenos grupos.

O sinal

O símbolo da Terra Santa tem uma história antiga e muito rica. A cruz que
compõe o emblema oficial da Ordem do Santo Sepulcro (e que guarda
semelhança com a bandeira nacional da Geórgia) tem uma história antiga e
muito rica.

A maioria dos estudiosos acredita que o símbolo remonta ao século XI e foi


desenvolvido originalmente para o brasão do Reino de Jerusalém. O mesmo
símbolo foi depois adotado pelos cruzados que rumavam na Idade Média
para a Terra Santa, motivo pelo qual é também chamado de “cruz dos
cruzados”.

A Cruz de Jerusalém é comumente interpretada como representação das


cinco chagas de Cristo. As cruzes menores simbolizam as feridas de mãos e
pés de Jesus, enquanto a grande cruz central representa a ferida aberta pela
lança do soldado.

Outra interpretação frequente é que as quatro cruzes menores representam os


quatro evangelistas, enquanto Cristo mesmo é a cruz central.

Pra nós, significa Jesus no centro e as quatro promessas evangélicas:


Pobreza, Castidade, Obediência e Misericórdia.

A CRUZ DEHONIANA representa o Sagrado Coração de Jesus


(SCJ) . Nossos irmãos são reconhecidos por usarem uma cruz um
pouco diferente, chamada Cruz Dehoniana. Trata-se de uma cruz
quase equilátera, ou seja, possui os quatro lados quase iguais com
um coração vasado no meio.

Anos atrás, P. Heiner Wilmer, escreveu um artigo explicando as


origens alemãs da “Cruz Dehoniana”. Em 1978 a província
alemã, por ocasião do centenário da Congregação, fez uma
celebração com a juventude no Colégio Leoninum, em Handrup,
cidade que fica no norte da Alemanha. Também foram
convidados para essa festa os alunos do Colégio de Stegen que fica
no sul da Alemanha. Nesse mesmo ano já se programava uma
festa com a juventude no ano seguinte, no Colégio São Sebastião
em Stegen, para comemorar os 50 anos do Colégio. Por isso, os
jovens do Colégio São Sebastião foram convidados a criar um
logo a partir da frase “só se vê bem com o coração”, citação do
livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. O
ganhador do concurso foi o jovem Martin Hättick, de Sankt
Märgen. Seu logo era uma cruz quase equilátera, com as bordas
quase arredondadas e um coração vasado no meio. A partir daí, a
“cruz com um coração vasado” do jovem Martin não só se tornou
o logo da Festa da Juventude como também foi assumida por
muitas províncias dos Padres do Sagrado Coração de Jesus como
um símbolo de uso cotidiano, até ser assumida por toda a
Congregação.
Aos poucos, vários significados sobre a Cruz Dehoniana foram
descobertos, mostrando assim a fecundidade do símbolo. O
próprio Pe. Zezinho costuma dizer que o coração é vasado porque
já não está na cruz, mas no povo, pois Jesus nos deu seu coração.
Sobre a forma arredondada da cruz, na linguagem de Pe.
Zezinho, significa que é o carisma dos dehonianos é “suavizar
cruzes”. A missão é suavizar da cruz dos sofredores. Isto é, fazer
reparação.

Originalmente, essa cruz expressa duas prioridades da vida cristã.

A primeira tem relação com o contexto da elaboração da cruz,


que tinha como objetivo expressar o tema proposto “só se vê bem
com o coração”. Em um mundo materialista e racionalista, onde o
conhecimento através das ciências exatas determina o pensamento
e ação do ser humano, a imagem da cruz com um grande coração
aberto no centro chama a atenção para a antiga ideia bíblica de
que o coração é a sede do conhecimento e das grandes decisões. O
coração representa a sabedoria, que não é somente a inteligência,
mas uma síntese entre razão e sentimento. Trata-se da sabedoria
de Deus.

A segunda prioridade está relacionada à cruz que tem o coração.


Nesse símbolo vemos o sofrimento de Cristo e reconhecemos o seu
amor pela humanidade. A cruz é realista porque apresenta o
sofrimento da vida do ser humano, mas não paramos no
sofrimento. Descobrimos o amor oferecido por Deus através de
Jesus Cristo “que me amou e se entregou a si mesmo por mim”
(Gl 2,20). De modo que Cruz e amor estão juntos, ou seja, “não há
maior amor que dar a vida por seus amigos” (Jo 15,13).

As interpretações dessa cruz sempre estão diretamente ligadas à


espiritualidade dehoniana. Padre Dehon descobriu que no lado
aberto de Jesus se encontra a expressão mais evocadora do amor
de Deus por nós. E por amor aceita a morte como dom supremo
de sua vida em favor dos homens. Padre Dehon também
compreende que o pecado é abandono do amor de Cristo e a
causa mais profunda da miséria humana. Por isso, Padre Dehon
promove um intenso apostolado, onde une a sua vida à de Cristo,
e nessa oblação se dedica às pessoas, especialmente os mais
indefesos. Essa entrega de si se concentra no Sacrifício
Eucarístico, de modo que sua vida se transforma em uma perene
missa.

Assim, a Cruz Dehoniana está intimamente relacionado amor que


se converte em oblação e reparação. A oblação, elemento central
do carisma dehoniano se converte disponibilidade. Por isso, a cruz
tem um coração aberto, referência ao coração transpassado de
Jesus .

Por outro lado, a Cruz Dehoniana lembra o segundo elemento


vital significa a reparação. Por isso, ela tem as arestas suavizadas.
Isto é foram polidas e reparadas. Assim, se o amor oblativo é a
primeira dimensão da Cruz Dehoniana, a reparação – consertar,
curar, libertar, restaurar – é a segunda dimensão. Aqueles que
usam a cruz são chamado a, unindo-se a Jesus na cruz, reparar
as feridas do coração humano. Ser uma pessoa de coração aberto
e solidário para reparar a cruz do irmão.
“Pedras no caminho? Eu guardo todas.
Um dia vou construir um castelo.”

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