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Minhas queridas, por mais ilógico que isso pareça, não é absurdo, exagero,

crueldade, demoníaco ou qualquer palavra que vocês tenham usado. Não conheço
a paróquia em questão e nem os itinerários utilizados mas, a prática parece de
acordo com o processo catecumenal de evangelização. E pode não ser coisa do
Espírito Santo, mas, foi de São Justino, Santo Hipólito, Santo Ambrósio, santo
Agostinho e vários outros santos padres da nossa Igreja...

 Esta era uma prática da Missa nos primeiros séculos da nossa Igreja, que deixou
de ser feita lá pelo século IV mais ou menos quando o batismo de crianças tornou-
se uma prática constante.

 Agora vamos lembrar um pouco da nossa história para entender...

 A missa é uma prática relatada desde o primeiro século da Igreja, claro que não
da forma como a conhecemos... Quem conhece o Didaquê? Então... Didaquê é o
nome das primeiras catequeses dos discípulos de Jesus... (temos ele na íntegra
em nosso blog se alguém quer conhecer)... Pois bem, o Didaquê recita a missa em
seu catecismo nº XIV... e tmbém podemos ver uma "missa" em Atos 2, na doutrina
do apóstolos, em Atos 20 e também na 1ª Carta aos Corintios 10 e 11... Mas, onde
quero chegar? Que a "missa" existe praticamente desde a morte de Jesus, não da
forma como a conhecemos lógico. Ela foi mudando ao longo do tempo...
Encontramos nos escritos de São Justino no século II e Santo Hipólito... aliás é
dele a primeira Oração Eucarística, e as descrições da missa, sua ordem, a ordem
dos ritos, etc.

 Agora vamos a ORIGEM da própria palavra MISSA... vem de "missio" que


significa missão, envio... ou seja uma despedida... e onde ocorria a primeira
"despedida" na celebrações antigas? Justamente na "despedida dos
catecúmenos", na saída daqueles que ainda não tinham recebido os sacramentos.

Isso era feito logo após a homilia ou sermão... Naquela época não era permitido
aos catecúmenos participar da oração eucarística porque eles ainda não estavam
"prontos", preparados para receber a Eucaristia... aliás, não eram só eles que eram
"despedidos" no meio da missa... os "penitentes" também eram... saiam e as
portas eram inclusive fechadas para que eles não soubessem o que acontecia no
rito dali pra frente... E vocês pensam que comungar era tão fácil como é hoje? Não
era não! Se você fosse um pecador (penitente) em arrependimento passava por
longo processo até receber a reconciliação... e se recebia, pecava novamente
nunca mais era admitido na Eucaristia! Algumas pessoas chegavam a viver um
catecumenato permanente, não podendo comungar, de medo de voltar ao pecado
e então não poder passar pelo processo novamente...
 Então o nome "missa" vem da despedida dos catecúmenos, que designava tal
momento da missa, lá pelo século IV que o termo passou e a ser aplicado a todo
rito eucarístico, de modo que este passou a ser chamado de MISSA integralmente.

 Vejam só que ironia... foi a "despedida" no meio da missa, daqueles que não
podiam comungar, que deu o nome a ela!

 Mas, como eu disse a missa foi mudando ao longo do tempo... Só pra vces terem
uma ideia, a missa já chegou a ter SEIS leituras... e antes da reforma atual,
terminava a Eucaristia, seguia-se a bênção, se rezava o último Evangelho (prólogo
de S. João), rezava-se 3 Ave Marias, duas orações e a invocação ao Coração de
Jesus, para, só então o padre dar a bênção final e a despedida. Vocês conseguem
imaginar uma criança com 6, 7 anos numa missa assim, de 3 ou 4 horas?

 Portanto, a "despedida dos catecúmenos" subsistiu durante quase quatro séculos


na Igreja. Pelos escritos de São Justino e São Clemente vemos a descrição desta
despedida após o credo ou após a oração dos fiéis, que só aparece mesmo no
século V, antes era apenas uma oração pela Igreja e pelos fiéis que só o bispo
fazia.

 Por falar em Credo... naquela época só podia recitar o Credo quem já estivesse
admitido para receber os sacramentos e tivesse recebido a oração no ritual... quem
ainda não tinha passado pelo rito, só podia escutar de boquinha fechada...

 Mas, como eu disse, essa pratica da despedida foi cessando a medida que se
passou a batizar crianças... isso depois que vários doutores da Igreja começaram a
defender a tese do pecado original na concepção... Quase a totalidade das
pessoas no final do século IV e V já eram cristãs... logo não havia mais o
catecumenato e isso foi morrendo... a fé cristã era passada já pelas famílias às
crianças e não se via mais a necessidade de uma catequese com adultos... a ideia
era que TODOS já eram cristãos desde a barriga da mãe, faltava então, batizar
com a "água do Espirito" para livrá-los do pecado dos pais.

Mas, o mundo mudou novamente... e eu nem preciso dizer pra vces onde... dá pra
ver na realidade que vivemos hoje na catequese... QUE FAMILIA É
CATEQUIZADA E CATEQUIZA OS FILHOS? Praticamente nenhuma!
 Então no final do século XIX e começo do XX a Igreja percebeu que precisava
mudar, renovar-se... e aconteceu o Concílio Vaticano II, onde, entre outras coisas,
pediu-se a volta do processo CATECUMENAL, que, em sua essência, catequiza
adultos e não crianças...

Mas, a nossa cabecinha não pensa catequese como INICIAÇÃO e sim como
SACRAMENTAL... ou seja, se eu falar pra vocês que precisamos fazer catequese
com os adultos, qual a primeira dúvida que vem na cabeça?? Mas, mas... e os
sacramentos? E se ele já é batizado? já comunga?

 Nós fizemos, nestes séculos todos que se passaram, que os sacramentos de uma
"parte do processo", passasse a OBJETIVO da catequese... Então se a pessoa já
recebeu sacramento, pra que catequese?? Não é assim que a gente pensa?

 e não importa se o sujeito sabe ou conhece o rito, vive o rito, sente o rito... importa
que ele pode entrar na fila pra receber a comunhão....

a não é assim? Não é assim que queremos "doutrinar" nossos pequenos desde
cedo? pra que eles "aprendam" como entrar na fila e não fazer feio? Que eles
saibam o que está acontecendo e ENTREM VERDADEIRAMENTE na
MISTAGOGIA da fé, é coisa secundária...

 Agora vamos a este caso específico de se estar retirando a criançada no meio da


missa e, de repente, ficar um vácuo de bancos no meio da Igreja, para o rito e tudo
mais...

 Primeiro: existe um RITUAL de despedida, com bênção e tudo mais, inclusive


descrito pelo RICA itens 96, 160 e outros... Não é simplesmente as catequistas
arrancarem crianças dos bancos e levarem pra outra sala...

Segundo: estas crianças nem deviam estar lá!! Por que fazemos catequese com
crianças que deviam estar sendo catequizadas PELOS PAIS? Estas crianças
podem, evidentemente estar na missa sim! Sentadinhos com sua família,
aprendendo COM ELA, o silêncio, a contemplação, a oração...

 Parece aqui que, equivocadamente está se usando um RITO antigo, despedida


dos catecúmenos, com quem nem é catecúmeno, usando razões
psicopedagógicas... ou seja, a criança de hoje em dia não se concentra na missa,
não consegue prestar atenção em nada... Bom... se esta é a explicação, ela é bem
furada... por que se faz pré-catequese com ela... Que pré-catequese é essa? Ela
não precisa se concentrar? prestar atenção??

 Agora a derrocada final... Fazendo iniciação a vida cristã com criança? Sem ter
feito antes com as catequistas delas? Com os pais delas? No final das contas, não
está entendendo quem manda e nem quem obedece.

Gente, estamos andando na contra mão faz tempo... estamos tentando evangelizar
crianças pra ver se elas evangelizam os pais? Pode acontecer é claro, mas, qual é
realmente o percentual de ocorrência disso?

 Não, eu não acho absurdo. É mais ou menos como tentar curar uma doença que
vocês mesmos causaram. O pároco está tentando estabelecer o processo
catecumenal, mas está com a "clientela" errada... Fosse eu, acabava com a pré-
catequese, começava uma catequese com a família e ensinava todos a participar
da missa.

Na Igreja dos primórdios, nem mesmo os catecúmenos, que já eram considerados


cristãos, podiam participar da Missa. O Povo de Deus só começou a comer o maná
depois que passou pelo Mar Vermelho. Da mesma forma, só quem já passou pelas
águas e foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo pode participar
do banquete eucarístico.

ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS

Texto escrito pelo Pe. José Carlos Fonsatti; acréscimos do Pe. Lourenço Mika.
Toda e qualquer colaboração, enviar para: lmaikol@uol.com.br

NORMAS GERAIS

A celebração da Missa é o memorial da morte e ressurreição de Jesus. Não é


apenas uma recordação do que aconteceu há tantos anos atrás. Não é um teatro e
nem uma representação. Mas em cada celebração da eucaristia, atualiza-se nos
nossos altares aquele único e supremo sacrifício de Cristo na cruz. Por isso. a
Eucaristia deve ser celebrada com muito respeito e devoção.
Devemos evitar dois exageros na celebração:
- o legalismo, que é o apego às normas, um rigorismo fechado não dando lugar a
uma criatividade sadia prevista pelas normas litúrgicas;
- o liberacionismo, que desconhece ou passa por cima das normas litúrgicas,
desrespeita o essencial da celebração, confunde criatividade com novidade,
invencionices e caprichos pessoais.

* Quem atua na celebração deve ter uma postura de fé e dignidade. Evite-se


qualquer exibição, autopromoção. Tudo deve ser feito para a Glória de Deus e
ajudar os fiéis na oração. Deus merece ser louvado com arte e bom gosto. E o
povo tem direito a uma celebração bonita e digna.

* Os participantes da equipe de celebração devem ter um especial cuidado com a


roupa: vestidos muito curtos ou decotados, bermudas, camisas de clubes de
futebol, camisetas com estampas de bandas de rock, chinelos etc... Os MECEs
tenham sempre seus jalecos ou túnicas bem limpos.

* Na celebração da Eucaristia há várias atribuições e funções. Cada um deve fazer


o que lhe compete, cumprir a sua obrigação sem invadir o que é de competência
de outro.

* A equipe de celebração deve informar o padre que presidirá a missa, sobre o que
será feito: cantos, procissões, ação de graças... Tudo deve ser feito em sintonia,
união e comunhão. Isto pode ser feito mediante a Ficha Litúrgica, a ser preenchida
com antecedência e entregue para o padre antes do início da celebração (modelo
no final deste arquivo).

1 - O AMBIENTE

1.1 - A Sacristia
A palavra "sacristia" quer dizer "lugar sagrado". Assim, não deve ser um depósito
de papéis, vasos, objetos, material de limpeza. Deve ter uma mesa onde o padre
possa colocar seus pertences e preparar-se para celebrar dignamente. Na sacristia
cria-se o clima de concentração para a celebração. Não deve ser lugar de "corre-
corre", barulho, falatório, risadas...
Durante a celebração da missa ou do culto, as pessoas não devem ficar na
sacristia, conversando, rindo... O sacristão/ã ou pessoa responsável pela
igreja/capela deve ser informado sobre o que vai acontecer na celebração para
preparar com antecedência o que for necessário: flores, velas, vestes, imagens,
sobretudo o material para o batismo, quando houver.
Os coroinhas devem se vestir com antecedência e se postar na Procissão de
Entrada. Em certas localidades, os coroinhas ficam esperando o padre na porta da
igreja e correm para a sacristia para se vestir quando vêem o padre chegar, já em
cima da hora.

1.2 - A igreja (igreja paroquial/capela)


A igreja, sede da paróquia ou capela, é um lugar sagrado, onde se reúne a
verdadeira Igreja, Corpo Místico de Cristo. Deve estar sempre bem limpa e
preparada para a celebração. Os responsáveis pela celebração devem evitar
conversar em voz alta ou ficar andando de um lado para o outro, antes e depois da
missa. Tudo deve ser preparado com antecedência.

1.3 - O Presbitério
O presbitério é o lugar onde está o altar da celebração. Durante a celebração,
apenas o celebrante, os coroinhas e os ministros devem ocupar o presbitério. É
importante que cada um ocupe seu lugar, que haja cadeiras suficientes para todos.
Ninguém deve ficar de costas para o altar. Quando houver batismo, pais e
padrinhos podem ocupar os primeiros bancos para acompanhar a celebração.

a) O ALTAR
É o centro de toda celebração. É a Mesa da Eucaristia. Deve ficar vários degraus
acima do povo, de acordo com o tamanho do ambiente, para que todos os fiéis
possam enxergar o padre. Velas e flores devem ficar fora do altar; no altar,
unicamente, Missal Romano (no início), e depois, corporal-cálice-patena-cibório-
sangüínio. O altar representa Jesus Cristo. Por isso, é importante que esteja
sempre bem arrumado, com toalhas limpas e bem passadas. As toalhas podem
ser da cor litúrgica ou branca. Também não devemos guardas coisas debaixo do
altar. O altar não é prateleira de flores e outros objetos, nem estante para se fixar
cartazes. As flores e enfeites devem ser colocados de modo que não escondam o
altar. Nunca sobre ele. É preferível não usar flores do que usar flores artificiais ou
flores murchas. No Advento e na Quaresma convém evitar o uso de flores. Nem
mesmo as imagens devem ser colocadas sobre o altar. Para isso, se prepara uma
mesa ou estante no lugar mais apropriado.

O AMBÃO
O ambão ou Mesa da Palavra Deve ser do mesmo material e da cor do altar. Ali
devem ser proclamados as leituras e o evangelho. A Mesa da Palavra não deve
ser usada pelos comentaristas, cantores ou para dar os avisos. Pode ser coberta
por uma toalha ou faixa de tecido, desde que da mesma cor da toalha do altar. O
ambão pode ter a Bíblia Sagrada, aberta e voltada para o povo; e,
obrigatoriamente, o Lecionário Dominical (ou Semanal), voltado para quem
proclama a Liturgia da Palavra. No ambão, não se use o folheto litúrgico. A homilia
e as Preces da Comunidade podem ser feitas da Mesa da Palavra.
Em todas as comunidades, é necessário possuir o Missal Romano e o Lecionário
(Dominical, Semanal e Santoral).

e) A SEDE
A Sede, também chamada de "cadeira do padre" deve ser colocada num lugar
onde o celebrante possa ver a Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia (altar). O
padre preside a celebração, tanto a Liturgia da Palavra como a Liturgia Eucarística.
A sede não deve ser ocupada pelos MECEs.ou outros que farão a celebração da
Palavra

2 - AS FUNÇÕES

2.1- A Equipe de Acolhida


A equipe de acolhida, onde houver, deve chegar antes ao local da celebração para
acolher as pessoas que chegam. A acolhida deve ser feita com alegria, simpatia e
simplicidade. Tudo com muita naturalidade. As desavenças pessoais não devem
dificultar um sorriso e um aperto de mão à porta da igreja. O membro da equipe de
acolhida podem entregar os folhetos para a celebração ou deixar essa função com
as crianças ou para os coroinhas. Cabe à equipe de celebração acompanhar os
idosos até o banco; providenciar um lugar para as mães com crianças de colo ou
para as grávidas. É também dever da equipe de acolhida fazer com que as
pessoas entrem na igreja e não fiquem paradas na porta. Sempre que necessário,
a equipe de celebração poderá organizar as procissões, principalmente a das
ofertas. No final da celebração a equipe estará na porta da igreja agradecendo a
presença das pessoas e convidando para a próxima celebração.

2.2 - Os coroinhas
É muito louvável que haja coroinhas. Mas eles devem ser instruídos. Por exemplo,
explicar-lhes que devem levar ao altar primeiramente o cálice, os cibórios com
hóstias a serem consagradas e depois o vinho e a água. O trabalho principal deles
é servir o altar. Cabe a eles trazer ao altar as ofertas do pão e do vinho, quando
não houver procissão das ofertas. Também cabe a eles segurar as velas ao lado
do padre na hora da leitura do Evangelho. E também trazer ao altar as ofertas dos
fiéis.

2.3 - O comentarista
O comentarista deve ser o animador da celebração. Não é um pregador, nem um
professor, muito menos locutor de rádio. Não é papel dele fazer sermões, dar
"broncas", chamar atenção das pessoas. Muito menos, é um militar que dá ordens.
Portanto nunca deve dizer: "de pé", "sentados"... como dando ordens. Mas faça um
convite educado: "podemos ficar sentados", "fiquemos em pé". Não é tarefa do
comentarista ler as intenções de missas, anunciar cantos ou rezar o Salmo
Responsorial. A tarefa principal dele é ajudar a comunidade a celebrar dignamente.
Por isso, deve estar bem preparado, e não ser um simples leitor do folheto. Deve
estar vestido com sobriedade. Cabe ao comentarista dar as boas-vindas aos
presentes, mas com naturalidade e não insistindo para que o povo responda,
assim: "Não ouvi! Bom Dia a todos!" Fazer o comentário inicial e convidar o povo
para o inicio da celebração; fazer o comentário antes das leituras e no ofertório se
houver a procissão das ofertas. Os avisos podem ser feitos pelo comentarista,
mas, preferencialmente, é uma atribuição do coordenador da comunidade.
2.4 - Os MECEs
Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, como o nome diz, devem
auxiliar o padre na distribuição da comunhão aos fiéis durante a celebração. Não
devem ocupar o lugar dos coroinhas. Depois do Pai-nosso, já devem buscar os
cibórios do sacrário e deixá-los no altar.

2.5 - Os Cantores
O canto na liturgia é sempre uma oração. É preciso cantar com o coração e não
dar um show ou fazer espetáculo. Deve-se cantar o canto certo na hora certa. O
canto acompanha a ação litúrgica. Por isso deve estar integrado ao momento da
celebração. Assim: o canto de entrada termina quando o presidente chega no altar;
o canto de ofertório só tem sentido enquanto o padre apresenta as ofertas e o
canto de comunhão durante a comunhão dos fiéis. Não se deve cantar todas as
estrofes dos cantos, mas apenas as necessárias para acompanhar os ritos.
Os cantos devem ser escolhidos com critérios, apropriados para cada momento da
celebração. Sobretudo nas partes fixas da missa: Ato Penitencial, Glória, Santo,
Cordeiro de Deus. Esses cantos devem ser cantados inteiros.
Não é porque na letra do canto tem a palavra Santo ou Glória que seja adequado
para aquele momento. Por exemplo: na hora do Santo, cantar o canto "O Senhor é
Santo, Ele esta aqui..."; ou na hora do Glória, o canto "Na beleza do que vemos
Deus nos fala ao coração..."; ou "João viu o número dos redimidos...". Há muitos
cânticos, que, embora contendo uma mensagem linda, não são litúrgicos.
É louvável cantar os refrões da Oração Eucarística e, sobretudo, o Amém da
doxologia final. Mas, é preciso que os cantores estejam atentos para não deixar
silêncios na oração.
O presidente da celebração deve ser avisado antes da missa sobre as partes fixas
que serão cantadas: Ato Penitencial, Glória, Santo, Refrões da Oração Eucarística,
Amém da doxologia, Cordeiro; tudo isso deve constar na Ficha Litúrgica.
Quanto ao "Cordeiro de Deus...", quando não for cantado, deve ser iniciado por um
cantor; ou, o comentarista, ou um ministro... Não cabe ao padre iniciá-lo.
O canto não é patrimônio de alguns. Toda a assembléia deve cantar e não "assistir
um grupo cantar". A função do grupo de cantos é ajudar o povo a cantar. Ninguém
deve cantar no lugar do povo. É preciso também evitar cantos exclusivos de um ou
outro movimento de espiritualidade. Por exemplo: cantar somente cantos da
Renovação Carismática só porque eles são os responsáveis pela celebração. A
Missa não é exclusividade dos movimentos eclesiais.
É preciso estar atento para uma certa "inflação de cantos", sobretudo no início da
missa. Canta-se o canto de entrada, o Sinal da Cruz, o ato penitencial e o Glória.
Os ensaios de canto não devem ocupar todo o tempo até em cima da hora da
missa. E nos ensaios é preciso evitar repreensões, broncas, exibicionismos...
Os instrumentos musicais devem ser afinados antes e não quando a igreja já está
repleta de gente. O mesmo se faça com o ajuste dos microfones.
O som dos instrumentos musicais não deve abafar a voz da assembléia, mas
apenas sustentar o canto.
Alguém do grupo deve anunciar os cantos com clareza: "Cantemos o canto
número...". Ao anunciar o canto é bom esperar o povo levantar-se ou sentar-se,
porque o barulho impede que se ouça o que é dito. Ao anunciar o canto de entrada
nunca dizer: "Fiquemos em pé para receber o celebrante com o canto...". O canto
de entrada não é para receber o padre, e sim para iniciar a celebração.

2.6 - Os leitores
Quando na Igreja se lêem as Escrituras, é Deus que fala. O leitor empresta a sua
voz a Deus. Conclui-se daí que os leitores devem preparar bem a leitura, isto é, a
Proclamação. O leitor deve proclamar a Palavra de Deus e não apenas ler. As
palavras devem nascer do coração e não apenas dos lábios. Por isso, é preciso
escolher pessoas que lêem bem. Os leitores usem trajes adequados para a
celebração.
As leituras sejam feitas do Lecionário ou da Bíblia e não do folheto. O lugar
adequado para as leituras é a Mesa da Palavra ou Ambão.
O leitor não se faça esperar. Coloque-se à Mesa da Palavra para iniciar a leitura
sem demora, não deixando um 'vazio' na celebração. Não deve dizer: Primeira
Leitura; Segunda Leitura; muito menos ler a citação bíblica. Mas iniciar diretamente
a Leitura citando o Livro bíblico de onde foi tirado o texto: Leitura da Profecia de...;
Leitura da Carta de São Paulo aos...
A procissão solene da Palavra não precisa ser feita em todas as missas. O
Lecionário deve ser levado na procissão de entrada por um dos leitores.
Quando houver uma entrada solene da Palavra, que seja bonita e não demorada;
as pessoas devem caminhar com naturalidade e não com passos de câmara-lenta.
A Bíblia ou Lecionário usado na procissão deve ser usado para as leituras. Não
tem sentido trazer um livro e ler a Palavra de Deus de outro. Não se leva a Bíblia
no ofertório, porque a liturgia da Palavra termina com a Oração dos fiéis.

2.7 - O Salmista
O Salmo responsorial faz parte da Liturgia da Palavra e não pode ser substituído
por outro canto. Cantado ou rezado, o Salmo Responsorial é a resposta à Leitura
proclamada. De preferência deve ser cantado ou rezado na Mesa da Palavra.
O salmista canta ou lê o refrão e a assembléia repete. Depois de cada estrofe se
repete o refrão apenas uma vez. O mesmo vale para o final do salmo. Onde não
há folheto litúrgico, o refrão pode ser projetado com datashow, com retropetor, ou,
simplesmente, escrito num cartaz. No final de cada estrofe, o salmista pode
levantar a cabeça para que a assembléia saiba que é sua vez de repetir o refrão.
Evite-se repetir após as estrofes a ordem: "todos". O salmista não se faça esperar,
criando um 'vazio na celebração'. Esteja posicionado perto da Mesa da Palavra
para iniciar o Salmo logo após a primeira leitura.

3 - A CELEBRAÇÃO
3.1 - As intenções da missa
Devem ser lidas antes do inicio da celebração e não durante. Se forem muitas as
intenções, que sejam lidas alguns minutos antes do início da celebração. Não se
deve retardar o inicio da missa porque alguém que chegou em cima da hora quer
fazer sua intenção. É aconselhável orientar que os que desejarem fazer suas
intenções cheguem antes, pois, normalmente, são sempre as mesmas pessoas. É
bom separar as intenções: pelos falecidos, pedidos, agradecimentos... Evite-se as
repetições dos sobrenomes e, sobretudo, a fórmula: "pela alma de...". É mais
bonito dizer: "Nesta missa rezaremos pelo descanso eterno de nossos irmãos....";
ou, "Hoje rezamos por nossos irmãos/as falecidos...." "Pedimos ao Senhor por....";
"Agradecemos as graças recebidas...."

3.2 - Comentário inicial


O comentarista, antes de tudo, saúda as pessoas com naturalidade e simpatia. O
comentário não deve ser uma simples leitura do folheto. Alguns lêem tudo: "Deus
Conosco". "Vigésimo Domingo do Tempo Comum"... "Deus Conosco" é o nome do
folheto e não faz parte do comentário inicial. É mais bonito dizer: "Hoje celebramos
o Vigésimo Domingo do Tempo Comum".
Quando é o folheto litúrgico (O Domingo, Deus Conosco...) é distribuído para a
comunidade, a equipe de celebração deve ler os comentários e preces constantes
no folheto; não adianta criar outros comentários e preces porque aí o povo não
acompanha nem o folheto e nem a redação inovadora.

3.3 - Procissão de entrada


A ordem da procissão de entrada é a seguinte: A Cruz Procissional, o Círio Pascal
(sobretudo no tempo pascal), os leitores, MECEs, coroinhas e o celebrante. Nas
missas ou cultos com batizados, os pais podem entrar com as crianças logo depois
da cruz. O sentido da procissão de entrada é lembrar que somos um povo
peregrino em direção da casa do Pai. Significa também o desejo sincero de buscar
e encontrar Deus.
É importante avisar o presidente se haverá ou não a Procissão de Entrada. Não
tem sentido o padre se paramentar na sacristia e depois atravessar toda a igreja
para iniciar a procissão de entrada. Isso tira o sentido da ação litúrgica.
Na Procissão de Entrada, devemos andar com passos normais e com boa postura.
Não se deve correr nem caminhar devagar demais. A equipe de celebração deve
entrar duas a duas e não uma na frente da outra.
Durante a procissão de entrada, a Cruz ou o Lecionário/Bíblia deve ser levantado
acima da cabeça, e não estar à altura do umbigo.
A entrada da imagem de Nossa Senhora ou do Santo Padroeiro, pode ser feita
antes da procissão de entrada ou na mesma. Nesse caso, a imagem vai depois da
cruz.
Chegando ao altar, não é preciso virar-se para o povo com a cruz, Bíblia e velas e
esperar terminar o canto de entrada. Isso acontece, sobretudo com os coroinhas.
Ao chegar ao altar cada objeto deve ser colocado imediatamente no seu lugar.
É importante que cada um saiba o lugar a ocupar no presbitério. Ao chegar em
frente o altar, fazer genuflexão onde houver o Santíssimo e uma inclinação onde
não houver.
A procissão começa com o canto de entrada.

3.4 - A Liturgia da Palavra


(confira o que foi dito sobre os leitores)

3.5 - Apresentação das ofertas


Esse momento da liturgia chama-se APRESENTAÇÃO DAS OFERTAS e não
"ofertório". A igreja oferece a Deus o Corpo e Sangue de Jesus. Por isso, o
verdadeiro ofertório acontece logo depois da consagração. Esse é o momento de
apresentar os dons, sobretudo do pão e do vinho que serão transformados no
Corpo e Sangue de Jesus. Por isso, é importante apresentar o pão e o vinho que
serão consagrados. Os outros objetos trazidos ao altar deveriam ser doados aos
pobres, ou repartidos após a celebração. Não tem sentido apresentar a Deus
alguma coisa e depois da missa ir buscar e levar para casa.
Quando houver procissão das ofertas, o comentarista deve explicar o sentido
daquilo que é trazido ao altar. Os objetos apresentados devem ser colocados no
lugar apropriado, à parte. Nunca sobre o altar. Apenas o pão e o vinho usados na
celebração devem ser colocados sobre o altar. Se os objetos forem colocados
diante do altar, é preciso tomar cuidado para não esconder o altar.
As ofertas devem ser trazidas numa atitude de apresentação: à altura do peito, ou
do rosto. Não é preciso ficar parado diante do altar mostrando-as à assembléia.

3.6 - Ação de Graças


Se a houver Ação de Graças (canto ou oração), deve ser feita logo depois da
comunhão. A Ação de Graças deve concordar com o sentido da celebração. Ao
contrário, as homenagens são feitas após a oração de conclusão da comunhão.

3.7 - Avisos
Cabe ao coordenador da comunidade dar os avisos, ou designar alguém para isso.
Os avisos devem ser feitos depois da oração que conclui a comunhão.

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