Curso de Batismo Nunca Mais!

Encontro de preparação para a vida sacramental

“Encontro com Jesus Cristo Vivo”

Pe. Renato Paganini

Conhecemos muito bem os católicos “ocasionais”. Aqueles que aparecem por

ocasião: ocasião do batismo, casamento, exéquias...Eles irão aparecer em algum
momento. Especialmente para pedir o batismo para seus filhos ou para serem
padrinhos. Que grande oportunidade! Ele AINDA nos procuram! Hoje a igreja
tem se despertado para a missão, porque as pessoas já não procuram mais tanto
à Igreja ou vão naquelas oferecem uma religiosidade mais fácil, portanto, o
envio de Jesus “Ide e anunciai” deve insistir mais ainda em nosso caração nos
tempos atuais. Que bom que os pais e padrinhos ainda nos procuram: eis a
grande oportunidade de EVANGELIZAR.

Esqueçam curso e certificados! Obedecendo aos critérios da igrja para se batizar

uma criança e se admitir ao padrinhos, conforme o Diretório Sacramental em
vigor, vamos aproveitar essa ocasião e transformá-la na maior oportunidade de
falar de Jesus e da proposta de vida nova que Ele tem para nós! Eu disse “falar”,
mas o encontro não precisa ser apenas em forma de palestra. Mas vamos com
calma. Passemos ponto a ponto. Abramos nossa visão e nosso coração para os
novos trilhos que nosso trabalho enquanto Pastoral do Batismo pode seguir.

Início com uma provocação: quantos são aqueles que após participação dos
nossos “cursos” se envolvem na Igreja, isso é, respondem aos apelos feitos?
Quase ninguém, não é mesmo? E por quê? Porque nossos encontros não
CONVERTEM niguém! Principais defeitos: primeiro, parecem palestras e são
cansativas como elas; segundo, são extremamente moralistas; “você deve”, “a
nossa obrigação”, “Você tem que...”Perda de tempo!

O conteúdo do encontro

O conteúdo do encontro é um só: Jesus Cristo. O amor de Deus revelado por

Ele, a salvação operada por Ele nos libertando do pecado e nos dando vida
nova, o projeto de vida que Ele nos propõe e o convite para respondermos ao se
chamado.
Mas e os símbolos de batismo, quando vou explicar? Jesus é o que dá sentido a
todos os símbolos e sinais! E quando tivermos que explicar os símbolos, vamos
impedir que os símbolos nos revelem os mistérios de Deus. Temos inteligência
e imaginação! Os símbolos irão nos tocar. O segredo está no modo como serão
usados! Não se preocupem com isso. Preocupem-se em uma coisa: fazer Jesus
conhecido e amado. Sobre a quantidade de encontros, isso já está definido no
Diretório e algumas paróquias fazem adaptações, intercalando encontros e
visitas às famílias e padrinhos.

A questão maior não está na quantidade, mas, sim, na qualidade, na

INTENSIDADE do encontro!

Não cabem mais encontros que duram o dia inteiro, tarde toda. Sabemos que a
capacidade de concentração da pessoa gira em torno de 50 minutos, depois
disso, ela se distrai, voa...

Não podemos nos fixar num roteiro e repeti-lo todos os anos. Os encontros
devem ser preparados, adaptados, atualizados, a cada nova turma. O principal
subsídio é o EVANGELHO, afinal, o que esperamos ao término dos encontros é
que cada pessoa conheça mais e ame mais a Jesus e, ainda deseje trilhar seu
caminho.

Os encontros podem e devem ser muito dinâmicos, mas também devem ser
ORANTES! Afinal, no recolhimento da oração está o lugar privilegiado para
encontramos o Senhor. Por isso, em algum dos encontros, pode-se fazer mais
orante, com meditação de textos Bíblico, deserto, partilha e quem sabe, finalizar
com uma bela adoração ao Santíssimo Sacramento?

Outros encontros podem ter palestra, mas respeitando o tempo de capacidade de

fixar a atenção! Não precisa apenas apresentar um conteúdo, pode-se ter
também partilha de experiências, como fortemente a conversão em sua vida.

Os recursos audiovisuais também são bem-vindos: vídeos rápidos, sempre

provocando alguma reflexão e síntese final. Estimular que os pais e padrinhos
façam pesquisas sobre determinados temas, durante a semana na internet, e
partilhar o que descobriram. É importante fazer conhecido o Catecismo
Católico e quem sabe até oferecer um de presente para cada participante. Existe
a versão simplificada da CNBB chamado “Sou Católico, Vivo a Minha Fé”.
Que custa 5,00.
O que não pode faltar?

*Acolhida! Grande preocupação com os nomes, identificando-os e chamando-

os pelo nome (quem sabe crachás);

*Alegria! Primeiro de cada catequista, agente e ministro. O rosto de vocês deve

evangelizar. Seu sorriso deve ser testemunho de alguém que encontrou Jesus
como um grande tesouro, mudou sua vida e lhe faz feliz. Um grupo de música
bem animado também ajuda bastante!

* Afeto! Superar o esquema de palestra/curso. Fazer a mensagem de Jesus

venha do coração de quem anuncia para chegar ao coração de quem ouve.
Carinho, cuidado, atenção para com cada um. Momentos de partilha para que
cada um mostre o que está experimentando do encontro (assim você poderá
inclusive “medir”ou sentir se está tendo eco a atividade realizada). Proporcionar
lanches partilhados, com pausa, para que os participantes se conheçam também.
Quem sabe pensar em ajudar para cuidar das crianças enquanto os pais e
padrinhos participam de encontro?

O que eu não posso esquecer?

* Só deve ser conduzido a esse encontro os pais e padrinhos que já passaram

pela triagem. A triagem deve ser feita no dia ou antes da inscrição para o
batismo, em particular, onde se irá sondar a situação sacramental da vida dos
pais e ESPECIALMENTE DOS PADRINHOS!

* Jamais deixar para o primeiro encontro averiguar a situação dos padrinhos,

isto é, se são casados na Igreja ou vivem juntos, não podemos fazer essas
perguntas em público. (abertamente), deve ser tratado em particular.

* sabemos que pessoas casadas só no civil ou que vivem juntas ( sem

matrimônio) estão impedidos de serem padrinhos. Dos pais não há exigência,
apenas devem manifestar o desejo de batizar seus filhos. Os pais não dá para
escolher, padrinhos sim!
Tudo acabou no dia do batizado?

A Pastoral do Batismo deve ser uma equipe permanente e com trabalho o ano
todo, não só aquelas semanas antes da celebração do Batismo! Se assumir sua
missão terá trabalho o ano todo. Será que tudo termina com a celebrção do
Batismo?

No catecumenato existe um tempo chamado mistagógico que é praticamente

“Curtir” a graça de Deus, sentir os efeitos da graça. Antigamente, a explicação
do significado do rito do Batismo era feito pelo Bispo nessa ocasião, depois da
celebração, durante o tempo pascal, em catequeses às portas fechadas na
Catedral. Ouvia-se de longe prorromper brados de alegria dos neófitos ao
descobrirem tão belo e poderoso são os ritos de iniciação cristã.

Visitar após a celebração é uma boa adaptação de tempo mistagógico. Tudo

pode começar com um simples olhar o álbum de fotografia e explicar momento.
Depois, pode-se saber como está a vida, o que se passou desde então, rezar com
a família e convidar para os próximos eventos da Comunidade.

Vamos refletir?

1- Os encontros de preparação para o Batismo na minha comunidade/paróquia

têm seguido a linha de curso ou sido momentos de espiritualidade e forte
evangelização?

2- Anunciar Jesus Cristo e fazê-lo mais amado tem sido a principal preocupação
nos nossos encontros?

3- Como não deve ser um encontro de Batismo?

4- Como pode ser um encontro de batismo para ser eficaz?

5- Quais são as descobertas?

6- Quais são os desefios?

7- Podemos “repensar” num roteiro de encontros? Como poderia ser? Vamos

escrever e partilhar como você e sua equipe planejariam seus encontros de
agora em diante?