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Encontro 02

VOCAÇÃO: MOTIVAÇÕES PARA O


MATRIMÔNIO CRISTÃO

I niciar com a invocação ao Espírito Santo. Vinde,


Espírito Santo...
O objetivo do segundo encontro é apresentar o
Matrimônio como caminho vocacional a Santidade
e perceber que Deus chama também ao Matrimônio.
Portanto é uma vocação compartilhada à santidade.
No segundo mês ou encontro, na casa do casal
formador, com ambientação adequada, os noivos são
recebidos com alegria. Os primeiros dez minutos devem
ser aproveitados para lhes ouvir sobre as atividades
propostas, quais as dificuldades tiveram para rezar. Assim,
aos poucos, vão percebendo quais razões os levam a buscar
a vida matrimonial. No segundo encontro, aprofunda-se o
aspecto motivacional, que os levou a desejar celebrar este
Sacramento.
Cabe perguntar aos noivos qual a vocação que foram
chamados. É aqui exatamente onde se deve procurar
ajudá-los. Na nossa experiência de acompanhamento,
alguns perceberam que não estavam na vocação desejada
por Deus, outros perceberam que tinham a vocação
matrimonial, contudo, não com aquela pessoa com a qual

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estava noiva (o). É muito importante que além de descobrir
a sua vocação, descubra se é para constituir família com a
pessoa que você pretende se casar. Pode ser outra ainda
não revelada!
A santidade, por exemplo, de modo belo, tratada
pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Gaudete et
Exsultate, para quem tem a vocação ao casamento, será
vivida no cotidiano conjugal, de modo especial. “Antes que
te formaste no ventre de tua mãe, antes do teu nascimento,
te conhecia e te consagrei, para ser meu profeta entre as
nações te escolhi” (Jr 1,5).
Mesmo assim, Deus não poda a liberdade do ser
humano, por isso, a vocação continua sendo uma escolha
diante de muitos caminhos. Sendo dom de Deus, que
chama, exige uma resposta, uma ação concreta.
A Igreja classifica os Sacramentos em três modos: os
Sacramentos da Iniciação Cristã, os Sacramentos de Cura
e os Sacramentos do serviço: Matrimônio e Sacerdócio.
Assim, o Matrimônio Cristão precisa ser compreendido
como um chamado especial de participação no projeto
de Deus, partindo de perguntas simples, tais como: qual
é o rumo que você está dando para sua vida? Que coisas
você julga serem muito importantes? Neste momento,
mesmo que a vocação já seja algo claro, isto é, casar, deve-
se apresentar também a vocação religiosa e sacerdotal,
porque serão pais e é na família que proporcionarão, de
modo privilegiado, a descoberta da vocação. O objetivo é
clarificar e descobrir a dimensão religiosa do casamento e
verificar se subsiste a motivação fundamental para fazer
do Matrimônio um meio para chegar a Deus. Procura-se
possibilitar ao futuro casal que descubra quais motivações
conduzem para uma vida a dois, por toda a vida.

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Ajudar os noivos, desde agora, é importante
para que não aconteça como se tem visto: muitos são
católicos que inibem seus filhos a perceberem para além
da vocação matrimonial, quase que introduzindo um
preconceito contra a vida religiosa e sacerdotal. Chega-se
ao contrassenso de se desejar bons religiosos, sacerdotes
santos, homens e mulheres responsáveis, mas de não se
incentivar a formação e preparação de famílias sólidas.
Afinal, será das famílias que sairão os futuros sacerdotes,
esposos e esposas. Falar das aptidões que os farão escolher
uma destas vocações. Casado ou celibatário, o indivíduo
pode exercer também as chamadas vocações profissionais:
médico, docente, advogado, engenheiro etc.
A vocação religiosa é um chamado de Deus para
a Consagração de homens e mulheres, que, por meio
dos votos de obediência, castidade e pobreza se doam
totalmente a Deus numa Congregação, fundada por uma
homem ou uma mulher que receberam um carisma próprio
para servir a Deus: educação, saúde, pobres, jovens etc.
Quem é o padre? O padre é alguém tirado do meio do
povo e consagrado por Deus para o serviço deste mesmo
povo nas coisas que se referem a Ele. Cabe ao sacerdote:
criar e alimentar a comunidade com a Palavra de Deus e os
Sacramentos, servir, “governar” e defender a comunidade
de tudo que a afasta do Senhor, enfim, a ele, especialmente,
cabe ajudar a comunidade a se santificar.
Para concluir o segundo encontro, usa-se o texto de
Jo 15, 12-17, dando ênfase para (v. 16): “Não fostes vós
que me escolhestes, mas Eu vos escolhi, e vos nomeei, para
que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de
que tudo quanto, em meu nome pedirdes ao Pai, Ele vo-lo
conceda”. Pedir para lembrarem detalhadamente: quando

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se viram a primeira vez e quais sentimentos tiveram? O
que lhes chamou atenção? Como foi? Quais sentimentos
despontam ao falar destes momentos iniciais?
Nesse momento do itinerário, distribuir um
QUESTIONÁRIO (anexo) para que o casal formador (e
se necessário, o padre e/ou alguém competente) possa
comparar o que se observa nas conversas e aquilo que a
pessoa traz como lembranças e fatos da própria existência.
A partir dele, e das observações feitas nos encontros
anteriores, faz-se uma análise dos aspectos que facilitam
ou não a vivência da vocação matrimonial. A análise
completa do questionário e dos encontros será oferecida
aos candidatos no penúltimo encontro, depois da reunião
com os pais dos noivos. O casal de noivos terá dois meses
para responder individualmente e depois devolver para o
casal formador.
Chamar atenção para responderem com tranquilidade
e profundidade. A própria pessoa se assim proceder, pode
descobrir aspectos da sua vida que estavam velados. No
final do acompanhamento o questionário deve ser devolvido
aos noivos individualmente e, se recebido por e-mail, ser
deletado.
A interpretação e avaliação do questionário, assim
como todo Itinerário, exige que o casal formador passe
pela formação já relatada nesse conteúdo.

Vocação é dom de Deus, isto é, um presente. Por isso,


também casar-se é um presente de Deus. Cada pessoa

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faz parte do projeto salvífico, seja qual for a sua vocação,
portanto, fazer parte do projeto de Deus é viver segundo
a sua vocação. Através do batismo, o Senhor chama cada
pessoa a ser profeta, sacerdote e rei, a ser sinal de sua
presença no meio do mundo.
Aquele que nos chama, capacita-nos para a missão
é sempre Deus, ao homem e à mulher cabem apenas
responder: SIM ou Não ao seu chamado nas coisas
cotidianas, comuns a cada pessoa. Porém, como Ele não faz
nada pela metade, antes de pedir alguma coisa, capacita-
nos.
Ele traz a existência, deposita dons, talentos, imprime
sua imagem, especialmente na liberdade e no desejo de
realização plena. A felicidade, todavia, não é sinônimo de
falta de crises e problemas. É importante lembrar-se do
Ritual do Matrimônio: “saúde e doença, alegria e tristeza”.
Descobrir que ter vocação para o Matrimônio não exime
o vocacionado de saber se a outra pessoa é a escolhida por
Deus para realizar sua vocação.
Depois de chamar à vida, ao encontro e seguimento
de Cristo, Deus oferece dois caminhos específicos para
encontrarmos o sentido da nossa vida: o matrimônio
e o celibato. A Igreja vai ajudar o fiel a perceber este
chamado de Deus, por meio dos Sacramentos, pela vida
em comunidade, pastorais, serviços, movimentos eclesiais,
inserção na sociedade etc. Ela nos aponta o caminho,
ajudando a discernir qual é a vocação de cada cristão, mas
não toma a decisão por ninguém, esta cabe somente ao
indivíduo.
O chamado para o Sacramento do Matrimônio é um
convite cheio de amor que Deus faz a um homem e a uma
mulher para viverem juntos em uma comunhão de vida

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e de amor. É no Sacramento do Matrimônio que Jesus
assume o amor dos dois como sinal e comunicação do seu
próprio amor.
Casar-se é uma tarefa para a vida toda, por isso,
é importante ultrapassar a mentalidade atual de que
Matrimônio é só um processo casual, enquanto “dura”. O
Matrimônio é o caminho a dois, assumido para valer até
a morte. Por meio do amor do esposo e da esposa, Deus
vem habitar com eles. Muitas vezes, não querer assumir
um compromisso pode denotar um sinal de imaturidade.
Nos dias atuais, vivemos a “cultura do descarte”, ou seja,
se “quebrou, eu jogo fora”. Essa forma de relação que as
pessoas têm com as coisas, transferiu-se para as relações
humanas. Basta que haja um pequeno desentendimento
ou discordância para que se leve ao extremo de se romper
um relacionamento.
Vivendo os preceitos evangélicos, o lar fica sendo
um templo vivo de Deus, uma igreja em miniatura, onde
nascem filhos para Reino. Homens e mulheres cristãos que
constroem um mundo novo.
Vamos concluir, meditando em Jo 15, 12-17. O
Matrimônio é uma escolha de Deus, antes de ser minha
escolha, a qual respondo Sim ou Não.

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