A vocação é algo que faz parte da vida

do cristão. Cada um é chamado, onde

estiver, a anunciar o reino de Deus e a
proclamar a Salvação a todos os povos.
Normalmente, no período da juventude,
chega um momento em que todos os
jovens se perguntam: E agora? Para onde
irei? Como servir ao Senhor? Discernir a
vocação não é fácil! Não se trata de uma
decisão isolada, mas um conjunto de
decisões que vão influenciar a vida de quem
está prestes a decidir para sempre.
Há um medo de discernir errado e sofrer,
além do sentimento de “perda de tempo”,
mas, no discernimento vocacional, nunca
há perda de tempo.
 O processo de discernimento é, basi-
camente, um processo de conhecimento
interior e como eu me vejo após aquela
decisão. Há um ditado popular, de autor
desconhecido, que diz: “Vocação acerta-
da, vida feliz”. Sendo assim, é extrema-
mente importante dedicar-se no pro-
cesso de discernimento vocacional para
poder ser feliz no serviço do Reino de
Deus.

Neste e-book, nós vamos apresentar

cinco dicas que irão lhe ajudar no proces-
so de discernimento vocacional. Veja bem:
é um processo! Não é composto de uma
única etapa, não é um único sim, mas uma
decisão que se renovará durante toda a
vida.
 DICA 1

Toda vocação nasce do

encontro pessoal com
Jesus Cristo

O primeiro passo para iniciar o cami-

nho de discernimento vocacional é abrir-
-se a um encontro pessoal com Jesus
Cristo. Sem esse encontro, você não será
chamado. Afinal, não há como responder
a um chamado que não aconteceu, certo?
Todos os setores da Igreja que traba-
lham com vocações questionam como
foi o seu encontro pessoal com Jesus. Se
olharmos para os apóstolos, Tiago e João,
filhos de Zebedeu, eles pescavam com o
pai quando se encontraram com Jesus e
foram chamados a segui-lo (cf. Mc 1,19-20).
Mateus, que era cobrador de impostos, foi
chamado e largou tudo (cf. Lc 5,27-28). To-
dos eles foram chamados pessoalmente.
 Contudo, o chamado não se dá
somente pela manifestação de Jesus
feito homem. O seu chamado espiritual
acontece em qualquer lugar e situação.
São Paulo Apóstolo encontrou-se com
Jesus na estada para Damasco (cf. At 9).
Após este encontro, houve a conversão de
vida e a dedicação ao chamado que Deus
lhe fez.
Há muitos santos e santas na história
da Igreja que tiveram um encontro com
Jesus de forma extraordinária, mas há ou-
tros tantos que sentiram Deus no cotidia-
no, nas tarefas que faziam. Um exemplo é
São Camilo de Lellis, que sentiu seu cha-
mado enquanto estava enfermo e ajudava
no cuidado com os doentes, no hospital
São Tiago em Roma, no Século XVI.
 Sendo assim, o primeiro passo para o
discernimento vocacional é o encontro
pessoal com Jesus Cristo, pois sem Ele não
há chamado.
 DICA 2

oracao ~vida de
Mantenha uma
~

Após o encontro pessoal com Jesus,

todos são chamados a converterem-se e a
mudar de vida. É impensável que alguém
ouça o chamado de Deus e continue vi-
vendo a mesma vida. O primeiro desdo-
bramento é a conversão.
Todos largaram tudo e foram atrás de
Jesus.

“
Se alguém quiser vir atrás de mim,
larga tudo, toma tua cruz e segue-me”
(cf. Lc 9,23).

 Após a conversão, é preciso manter
uma reta e constante vida de oração para
poder compreender qual é o verdadeiro
chamado de Deus para você. É preciso de-
dicar-se à oração pessoal e comunitária. A
leitura da Palavra de Deus, a prática dos
Sacramentos, reuniões de oração, tudo
isso contribui para poder escutar a voz
Dele.
A oração nos converte e aproxima de
Deus. Quanto mais próximo e mais intimi-
dade você tiver com Deus, mais fácil será
o discernimento.
 DICA 3

Conheça as diferentes
vocacoes
~
~

Deus faz um chamado particular a

cada um. Para servi-lo, posso atender a
este chamado de diferentes formas. Veja
a seguir os quatro tipos de vocações na
Igreja.

 1 - O chamado ao matrimônio

Muitas pessoas ignoram que o matri-

mônio seja uma vocação. É preciso um
chamado de Deus para poder constituir
uma família, para doar-se e viver este ma-
trimônio em santidade. Os casais têm a
bela missão de educar os filhos na fé e
amá-los. São sinais de Deus para as crian-
ças. Responder o chamado ao matrimô-
nio não deve ser feito de qualquer jeito e
nem é uma opção que sobra. Homem e
mulher, Deus chamou para que vivam na
sociedade como família, em santidade.
Quando se pede que haja padres e religio-
sos santos, é preciso que hajam casais e
famílias santas.
 2 - Ser um leigo consagrado

Há muitas pessoas que se dedicam à

evangelização, que doam sua vida inteira-
mente a Deus, mas não sentem o chama-
do ao caminho religioso ou sacerdotal.
Quando um homem e uma mulher
optam por serem leigos consagrados, eles
abrem mão de tudo, da mesma forma
que os outros chamados vocacionais, para
seguir e anunciar Jesus Cristo. Há diversas
comunidades e institutos de vida consa-
grada que acolhem homens e mulheres
leigos, que se identificam com o carisma,
têm o chamado e vivem integralmente a
missão.
 3 - Vida religiosa

Quando se sente o chamado à vida re-

ligiosa, o homem e a mulher devem pes-
quisar bastante sobre a congregação ou
instituto de vida consagrada em que de-
sejam entrar. Cada um tem um carisma
específico, que evangeliza e testemunha
o Evangelho de formas distintas. É impor-
tante que, quem está fazendo o discerni-
mento, busque definir se o seu chamado
é para ordem contemplativa ou de vida
apostólica.
As ordens contemplativas vivem a
maior parte do tempo em clausura, oran-
do a Deus pelos homens e pela Igreja. Já
as ordens de vida apostólica têm sua mis-
são no mundo. São religiosos que vão ao
encontro do outro, realizando trabalhos
caritativos e de pastoreio.
A escolha pela vida religiosa nem sem-
pre é simples! Abrir mão de tudo, até mes-
mo do convívio dos seus, é uma barreira
que pode se levantar para quem está fa-
zendo o discernimento. O mais importan-
te é que a pessoa se veja desempenhando
o trabalho que a ordem desempenha.

 4 - Sacerdócio

Este é um chamado exclusivo para

os homens. Ser sacerdote é ser chamado
para atuar na comunidade como o pró-
prio Cristo. É ele quem recebe do colégio
apostólico a unção de consagrar o pão e
o vinho ofertados pela comunidade, em
Corpo e Sangue do Senhor. Sem os sacer-
dotes, não teríamos sacramentos.
Quando o jovem se sente chamado ao
sacerdócio, ele precisa começar, antes de
qualquer coisa, a compreender como é a
vida de um. Envolver-se com as atividades
paroquiais é um ótimo caminho para isso.
Assim como os outros caminhos vocacio-
nais, o sacerdócio não acontece de repen-
te. Existe todo um caminho a ser seguido
para alcançar esta graça da ordenação. O
tempo de seminário é muito maior do que
muitas ordens religiosas. Nesse período,
é quando a vocação vai sendo lapidada e
confirmada, ou não.
 DICA 4

Procure auxílio de um orientador

vocacional ou de um
diretor espiritual

Quando se inicia o caminho vocacio-

nal, é muito importante que, quem está
em processo de discernimento, procure
auxílio de alguém de sua confiança. Essa
pessoa passará a rezar com você e por
você, para que tenha clareza no chamado
que Deus faz.
É muito comum entre os jovens, após
um encontro pessoal com Jesus, quere-
rem consagrar-se à vida religiosa ou ao sa-
cerdócio, mas somente uma oração cons-
tante e muita partilha poderão confirmar
esse chamado. No primeiro momento, há
muito barulho no discernimento. Por isso,
é preciso exercitar a paciência para ouvir
verdadeiramente a voz de Deus.
 Outro detalhe é que a comunidade
tende a confirmar o chamado vocacional
de um de seus membros. O seu orienta-
dor vocacional faz parte dessa comunida-
de. Por isso, quando você procura ajuda,
deve estar aberto ao chamado que Deus
fez. É preciso distinguir a emoção da voca-
ção verdadeira.
Somente quando se atende ao cha-
mado de Deus, se encontra a felicidade.
 DICA 5

Decida-se

Depois de todo processo de discerni-

mento vocacional, é preciso que, quem
está discernindo, tenha a coragem de de-
cidir-se por Jesus. Ir para um caminho di-
ferente do que Ele desejou para você pode
gerar muitas mágoas e tristeza.
Portanto, quando Deus chama, Ele
espera uma resposta. Lembra da palavra
do jovem rico no Evangelho? Jesus disse
o que ele precisava fazer para alcançar o
Reino dos Céus, mas, naquele momento,
ele não se decidiu por atender o chamado
do Senhor (cf. Mt 19,16-30).
São Paulo Apóstolo decidiu-se por Je-
sus. Passou de perseguidor a perseguido
por causa do Evangelho. Sua missão ren-
deu muitos frutos, porque ele não olhou
para trás.
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