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GRUPO SINODAL COM JOVENS E ADULTOS

Esquema do trabalho de grupos

1. Oração: Adsumus Sancte Spiritus

Eis-nos aqui, diante de Vós, Espírito Santo!


Eis-nos aqui, reunidos em vosso nome!
Só a Vós temos por Guia:
vinde a nós, ficai connosco,
e dignai-vos habitar em nossos corações.
Ensinai-nos o rumo a seguir
e como caminhar juntos até à meta.
Nós somos débeis e pecadores:
não permitais que sejamos causadores da desordem;
que a ignorância não nos desvie do caminho,
nem as simpatias humanas ou o preconceito nos tornem parciais.
Que sejamos um em Vós, caminhando juntos para a vida eterna,
sem jamais nos afastarmos da verdade e da justiça.
Nós vo-lo pedimos a Vós, que agis sempre em toda a parte,
em comunhão com o Pai e o Filho, pelos séculos dos séculos.
Ámen.

2. Escolher um moderador e um secretário

3. Questão:

Ser padre é um chamamento de Deus, discernido com e pela comunidade-Igreja, para servir
o sacerdócio comum dos batizados e a evangelização, como sinal sacramental do Bom Pastor.

 Como é que hoje se entende o que é o padre nas nossas comunidades e famílias?
 Que passos é que o Espírito nos convida a dar para que as comunidades se envolvam no
chamamento de novos padres e não fiquem apenas à espera dos que se oferecem?

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Ao responder a esta pergunta, somos convidados a:

 Recordar as nossas experiências: que experiências a interrogação vos traz à mente?


 Reler estas experiências mais profundamente: Que alegrias proporcionaram? Que
dificuldades e obstáculos encontraram? Que feridas fizeram emergir? Que intuições
suscitaram?
 Colher os frutos para compartilhar: Nestas experiências, onde ressoa a voz do Espírito? O
que ela nos pede? Quais são os pontos a confirmar, as perspetivas de mudança, os
passos a dar? Onde alcançamos um consenso? Que caminhos se abrem para a nossa
comunidade?

4. Temas para aprofundar a reflexão

Para nos ajudar a explorar mais plenamente esta questão fundamental, aqui ficam alguns
pontos de interpelação. Não devemos ter como objetivo responder a todos eles, mas somos
chamados a discernir e concentrar-nos nos aspetos que surgirem como mais pertinentes.

I. Sobre a vida como vocação


a. O chamamento é uma iniciativa de Deus que precisa de ser aprendida a escutar. O
chamamento é um caminho aberto por construir, a partir dos apelos de Deus e das
respostas livres e progressivas do chamado. Deus não tem tudo predeterminado, como
se o chamado apenas tivesse de descobrir e acertar (ou errar). O plano de Deus deixa
espaço para ser preenchido com as diferentes decisões de quem é chamado.
b. O chamamento é uma aliança de bem, de vida e de amor. A iniciativa de Deus espera e
convoca a uma resposta consciente e decidida, em aliança. Quem responde precisa
também de chamar por Deus, invocá-Lo numa relação de amizade e confiança para
construir em sintonia e dar frutos de vida e de bem.
c. O chamamento é uma “gravidez”. Precisa de pai e mãe. Que se manifestam nos apelos
semeados por Deus no coração de alguém e na configuração trabalhada pela Igreja na
personalidade daquele que quer responder. Quando ambos os dinamismos se
harmonizam numa resposta, então nasce uma vocação. Antes há indícios ou sementes
que podem vir a confirmar-se, ou até acabar por apontar para outra vocação.
d. Responder SIM é a realização da liberdade. A possibilidade de escolha é uma dimensão
necessária para uma vocação em liberdade. Mas não chega, se não for libertada do
medo ou da ilusão de que possa haver maior felicidade numa alternativa que não esteja
assente na solidez da autoria de Deus. É preciso libertar a liberdade para que ela possa
decidir as várias possibilidades em sintonia com o Autor da vida. Dizer não a Deus é
construir sobre a areia. A sabedoria é aprender a querer com Deus, o que Deus quer.
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II. Sobre a vocação sacerdotal.
a. Há uma vocação cristã fundamental e universal – a santidade ou filiação baptismal – que
se aprofunda em duas grandes dinâmicas vocacionais: 1) a “imitação” de Cristo nos
vários caminhos vocacionais de santificação pessoal, que abre para o cuidado dos outros
e do Reino – vocações de “sequela Christi”; 2) a participação com Cristo no cuidado das
várias necessidade dos outros e do Reino, que abre para a “imitação” de Cristo e a
santificação pessoal – vocações ministeriais (o sacerdócio ministerial pertence a esta;
não assenta no desejo pessoal de ser padre, mas na capacitação por Deus através da
comunidade eclesial para assumir as necessidades do ministério pastoral).
b. A vocação batismal aprofunda-se por meio da Graça e de carismas adequados a
diferentes vocações. Algumas são mesmo configuradas pela Graça de um novo
sacramento (Ordem e Matrimónio), para tornarem presente alguma dimensão específica
do mistério de Cristo: no caso do sacerdócio ministerial, o padre torna visível a condição
de Jesus como Pastor-Servo e Cabeça-Esposo (não é um simples serviço funcional
comunitário, mas um ministério sacramental). [no matrimónio a união dos esposos, em
amor e missão, torna visível a aliança de Cristo com a Igreja].
c. A vocação ao ministério sacerdotal é uma forma específica de pescar Homens: “pescar
as pessoas e tirá-las para fora da água significa ajudá-las a voltar a subir de onde
afundaram, salvá-las do mal que ameaça afogá-las, ressuscitá-las de todas as formas de
morte.” Que se concretiza por meio da pregação, do acompanhamento espiritual, da
guia comunitária, da administração dos sacramentos, da promoção da comunhão e
participação de todos e da animação da caridade.

III. Sobre os Seminários


a. São fraternidades geradas na fé, que alargam para a capacidade de amar os diferentes,
aceitando como próximos aqueles que a vida cruza e junta e não apenas os que cada um
escolhe.
b. São lugares de profundidade espiritual-pascal, capazes de preparar para edificar
comunidades cristãs que sejam portos seguros, de densidade e profundidade, no meio
dos ritmos acelerados e das feridas e procuras das pessoas do nosso tempo.
c. São comunidades simultaneamente de recolhimento e de envio missionário a outras
comunidades, partilhando as angústias e esperanças do mundo de hoje e procurando
caminhos a partir da escuta e acolhimento dos apelos de Deus.

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5. Método: Diálogo Espiritual

 Primeira ronda. Todos intervêm, cada um por sua vez e com a mesma duração uns dos
outros, para partilhar o fruto da sua oração, em relação às perguntas de reflexão. Nesta
ronda, não há discussão e todos os participantes simplesmente escutam com profundidade
cada pessoa e prestam atenção à forma como o Espírito Santo se move dentro de si
mesmos, na pessoa que fala e no grupo como um todo. Segue-se um tempo de silêncio para
registar os movimentos interiores de cada um.

 Segunda ronda. Os participantes partilham o que mais os impressionou na primeira ronda e


que moções sentiu durante o tempo de silêncio. Também pode haver algum diálogo,
mantendo, porém, a mesma atenção espiritual. Depois deste momento segue-se, uma vez
mais, um tempo de silêncio.

 Terceira ronda. Os participantes refletem sobre o que parece ter mais repercussão na
conversa e o que lhes tocou mais profundamente, sugerindo moções espirituais. É possível
verificar que se aprendeu coisas novas e também que há questões que ficaram por resolver.
O momento de diálogo pode terminar com algumas orações espontâneas de gratidão.

5. Rever e sintetizar: Os participantes devem rever e partilhar sobre a sua experiência deste
processo no seu pequeno grupo. Como foi a sua experiência? Que perspetivas novas
descobriram? Como é que Deus esteve presente e em ação durante o tempo de partilha juntos?
Depois, os participantes devem decidir sobre o feedback que desejam apresentar como síntese,
para comunicar em plenário (se houver) ou guardar para caminho pessoal.

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