Você está na página 1de 28

Querigma,

o anúncio que atrai


Todos esperamos uma boa notícia!

Quando o telefone toca, logo pensamos: “Qual


será a notícia que vou receber?”

Quando assistimos a TV ou conectamos com


alguma mídia, vem até nós as mais variadas
notícias.

Dificilmente se ouve falar que o preço de


alguma coisa baixou, que se encontrou a cura
para tal doença ou que o nível do desemprego
diminuiu.
O que seria uma boa notícia na visão de muitas
pessoas?
- um bom emprego;
- um 10 na prova de matemática;
- acertar na Megasena ou;

Mtos são os que andam inquietos pelo mundo,


descontentes com propostas que ainda não
conquistaram sua mente e seu coração.
(Estudos da CNBB, no. 97)
A prática contundente do batismo de crianças
gerou a sociedade com a esmagadora maioria
de fiéis guiada com a prevalência dos costumes
católicos.

Antigamente, a referência e a adesão a Deus,


para a maioria das pessoas, fazia parte da vida
cotidiana. Quem não acreditava era quem
tinha que justificar a sua descrença. Hoje em
dia, a situação mudou e, cada vez mais, quem
acredita precisa ser capaz de dar razões da sua
fé.
Antigamente, batizava-se os convertidos,
enquanto que hoje em dia se converte os
batizados.

Em outras épocas, a apresentação de Jesus


Cristo se dava através de um mundo que se
concebia cristão. Família, escola e sociedade
em geral, ao mesmo tempo em que ajudavam
a se inserir na cultura, apresentavam também
a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. (no.
38, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora)
Em nossas paróquias participam pessoas unidas
sem o vínculo sacramental, outras estão numa
segunda união, e há aquelas que vivem
sozinhas sustentando os filhos.

Outras configurações também aparecem, como


avós que criam netos ou tios que sustentam
sobrinhos.

Crianças são adotadas por pessoas solteiras ou


por pessoas do mesmo sexo que vivem em
união estável. (CNBB, Comunidade de
comunidades: uma nova paróquia)
Em nossos dias, meios utilizados em outros
tempos para o anúncio de Jesus Cristo, já não
possuem a mesma eficácia de antes. (no. 39,
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora)

Esse fenômeno nos desafia profundamente a


imaginar e organizar novas formas de nos
aproximarmos do próximo.
Isto nos motiva a recuperar o primeiro anúncio
dirigido àqueles que foram batizados na
infância, e que nunca foram evangelizados; às
famílias e às crianças a fim de suscitar-lhes a
fé e promover o encontro com Jesus Cristo.
Afinal, o que é o QUERIGMA?
Nas Cartas Apostólicas (2, 14-36; 3, 12-26; 10,
37-43; 13, 16-47) e nas cartas de São Paulo,
por exemplo, 1 Cor 15, 3-5:
“Antes de tudo, eu vos transmiti o que havia
recebido: que Cristo morreu por nossos
pecados segundo as Escrituras, e foi sepultado
e ressuscitou ao terceiro dia segundo as
Escrituras, apareceu a Cefas e depois aos
doze.”

Esse anúncio fundamental da fé é chamado de


Querigma. Palavra de origem grega kerissein, que
quer dizer: “proclamar, gritar, anunciar.”
Querigma é sinônimo de Evangelho em seu
sentido etimológico de boa notícia.

O termo “evangelho” vem do grego euangélio


(“eu” significa “bom/boa” e angélion significa
“notícia/mensagem”)

Os primeiros cristãos utilizaram o termo


euangélion para definir o “evento Jesus Cristo
na sua totalidade”
No que consiste?

Consiste na proclamação de Jesus Cristo, morto e


ressuscitado, como único salvador.

Sem o anúncio da morte redentora não é possível


compreender o “alto preço” da graça salvífica que
provém do Filho de Deus. (Subsídios da CNBB, no. 4)

Sem o anúncio da ressurreição de Cristo não é


possível compreender o ardor missionário que
incendiou a proclamação dos primeiros apóstolos (cf.
At 2, 14-36)(Subsídios da CNBB, no. 4)
Para quê?
Para ajudar o ouvinte a reconhecer em Jesus Cristo o
Messias, o Filho de Deus, o Senhor, para que possa
crer nele, decidir-se a tornar-se discípulo de Cristo e
viver segundo a via traçada por ele e, dessa maneira,
obter a vida Eterna.
Para quem?
A todas as pessoas mais afastadas do alento da fé e
da esperança cristã.
Como?
Menos palavras, mais a Palavra.
Quando?
É “sempre e em todo lugar”.
Maria, "apóstola do querigma?
No diálogo com o anjo Gabriel, Maria escuta e
acolhe o querigma da Anunciação e,
consequentemente, pela graça da experiência,
torna-se "apóstola" deste querigma.

Isabel é a primeira pessoa a receber a Boa


Nova de Maria. Repleta do Espírito Santo,
Isabel exclamou com voz forte: “Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre! Como mereço que a Mãe do meu
Senhor venha me visitar?” (cf. Lc 1, 39-45)
Maria é filha predileta do Pai, mãe do Filho e
esposa do Espírito Santo. Esta intimidade
emanada torna-se anúncio que enche o
coração de Isabel, levando-a a proclamar o seu
reconhecimento do Messias.

O gesto missionário de Maria que vai ao


encontro de sua parenta, e com ela permanece
por três meses, torna-se modelo do anúncio
que o discípulo missionário de Jesus é chamado
a viver.
Jesus: o Evangelho e o evangelizador

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me


ungiu para que dê a boa notícia aos pobres; enviou-
me a anunciar a liberdade aos cativos e a visão aos
cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, para
proclamar o ano de graça do Senhor”. (Lc 4, 18-19)

Podemos perceber a dimensão do querigma de Jesus.


Jesus nos mostra o valor da pessoa humana. Devemos
conhecer a realidade do interlocutor.
O método do evangelizador deve ser o mesmo de
Jesus, com palavras, ações e ética moral.

Jesus vivia o que pregava, nós também devemos viver


o que pregamos senão cairemos em contradição e
ficaremos sem moral com Deus e com as pessoas.

Recordamos que o caminho de formação do cristão,


na tradição mais antiga da Igreja, “teve sempre
caráter de experiência, na qual era determinante o
encontro vivo e persuasivo com Cristo, anunciado por
autênticas testemunhas”.
Jesus anunciava o Reino, usava parábolas para
explicar o amor de Deus e seu projeto de amor para
com os homens.

Jesus quis fundar uma equipe de trabalho, ao mesmo


tempo que cumpria a obra da redenção, educava e
preparava os seus colaboradores, os Apóstolos e
discípulos, para que dessem continuidade ao seu
projeto.

Para isso há um chamado constante de Jesus: “Vem e


segue-me!”
Mt 9,9; Lc 9, 59; Jo 1, 43; Mc 2, 24
Sentimos a urgência em desenvolver em nossas
comunidades um processo de iniciação na vida cristã
que comece pelo querigma e, que guiado pela
Palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal,
cada vez maior, com Jesus Cristo, perfeito Deus e
perfeito homem, experimentado como plenitude da
humanidade e que leve à conversão, ao seguimento
de fé na prática dos sacramentos, do serviço e da
missão. (no. 289, DAp)
Iniciação à Vida Cristã
Proposto pelo Diretório Nacional de Catequese em
Aparecida, foi tema geral da Assembléia da CNBB em
2009 e 2011, tornou-se “Estudo da CNBB, no. 97” e
integra as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora –
DGE e foi também discutido no Sínodo dos Bispos de
2012.

O Papel da Catequese
A tarefa da Iniciação Cristã, dentro de nosso esquema
eclesial de hoje, é confiada, em geral, à catequese,
conduzida por pessoas de boa vontade, nem sempre
com preparação suficiente.
A Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, coloca a
catequese no âmbito da missão da Igreja, recorda
que a evangelização é uma realidade rica, complexa
e dinâmica, que compreende momentos essenciais e
diferentes entre si. Isto significa que há ações que
preparam a catequese, e ações que derivam da
catequese.
Entre os textos do Magistério,
destacamos:
- RICA - 1973: Rito Iniciação Cristã de Adultos
- Catechesi Tradendae – 1979
- Catequese Renovada – 1983
- Diretório Geral para a Catequese – 1997
- Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja
– 2011-2015
- Diretório Nacional de Catequese: 2001-2006
- Documento de Aparecida – 2007
- Iniciação à Vida Cristã – 2009
- Sínodo dos Bispos - 2012
O tema da Iniciação Cristã é
desdobramento de:
- Concílio Vaticano II (1965)
- Diretório Nacional de Catequese (2006)
- Documento de Aparecida (2007)
- Brasil na Missão Continental (2008)
- Diretrizes Gerais da Ação da Igreja (2011-2015)
- Sínodo dos Bispos (2012)
A Catequese, como a temos hoje, é fruto de uma
longa história. Ela nasceu dentro da estrutura do
Catecumenato, ou seja, do processo de iniciação
cristã, como o longo momento do ensino, da
instrução, do aperfeiçoamento doutrinal (Didaqué)...

Mas, tudo isso estava rodeado de muitas outras


práticas, que ao longo dos séculos desapareceram...

Restou só esse grande momento do ensino, chamado


“catequese”...
A catequese, em geral, para crianças, se dedicava
mais à doutrina...

A primeira adesão a Jesus Cristo já era suposta, como


fruto da família.
Saber coisas ou Encontrar Jesus?

Uma missão Jo 1, 40-41.45

Uma comunhão Jo 1, 39
Uma conversão Jo 1,39
Um encontro Jo 1, 38-39

Uma busca Jo 1, 38
O Papa Francisco ressalta três pontos aos catequistas,
por ocasião do Congresso Internacional de Catequese,
em setembro de 2013, em Roma:
r a:
eça nific
co m s i g
Re risto A. Cultivar a familiaridade com Ele
de C
Jesus nos diz: "Permanecei em mim e eu
permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por
si mesmo, se não permanecer na videira. Assim
também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não
permanecerdes em mim." (Jo 15, 4)

A primeira coisa, necessária para um discípulo, é


estar com o Mestre, ouvi-Lo, aprender d’Ele. E, isto é
sempre válido, é um caminho que dura a vida inteira!
r a :
eça nific
co m s i g
Re risto B. Imitá-Lo na saída de Si mesmo
de C
para ir ao encontro do outro
Quanto mais te unes a Jesus e Ele Se torna o centro
da tua vida, tanto mais Ele te faz sair de ti mesmo, te
descentraliza e abre aos outros.

Jesus diz: ‘‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida.’’


(cf. Jo 14,6). A vida é movimento, comunicação, saída
e chegada. São Paulo nos diz: ‘‘O amor de Cristo nos
impele.’’
r a:
eça nific
co m s i g
Re risto C. não ter medo de ir com Ele para as
de C
periferias
Jesus saiu de Nazaré e vai para Cafarnaum, do
outro lado do Jordão [...] A partir disso, começou a
anunciar o reino de Deus, exortando ao
arrependimento. Curando das enfermidades e das
doenças. (cf. Mt 4,12-17.23-25)

A história de Jonas é bem adequada para este


momento. Quando Deus o chama para ir pregar à
grande cidade pagã de Nínive, Jonas não quer.

Você também pode gostar