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Estudo de Caso

Há um sem-número de "verdades" que nos foram passadas pelo senso comum através de
tradições históricas, familiares e culturais.

Elas se dão através das mais diferentes narrativas, como os mitos ou lendas, por exemplo.

Estas narrativas servem a um fim, que é o de dar respostas a alguns questionamentos


humanos, explicar fatos misteriosos e a origem de coisas, bem como incentivar determinados
comportamentos nas pessoas. Utilizando fatos reais que tornem a história mais crível e são
transmitidas de forma oral.

Podemos elencar vários exemplos de senso comum. Alguns deles estabelecem nexos causais
(não necessariamente verdadeiros), outros dizem respeito a valores sociais. O fato é que o
conhecimento de senso comum adquire validade mediante repetição.

Você consegue lembrar de algumas ouvidas ao longo da sua trajetória?

Vejamos algumas delas:

O número 13 é considerado de má sorte, especialmente quando cai numa sexta-feira. Muitas


pessoas evitam fazer viagens, reuniões ou negócios neste dia. Mesmo que você não acredite
nisso, de alguma maneira, esta crença está arraigada no seu cérebro e talvez nunca você se
perguntou por que a sexta-feira 13 traz azar.

Tomemos como exemplo uma pessoa que sente algum tipo de dor óssea crônica. Essa pessoa
observou que sempre que a dor ficava mais aguda, chovia ou o tempo era tomado por uma
frente fria. Não há um nexo causal necessário e nem elementos científicos que liguem a dor à
chegada da chuva ou da frente fria, mas essa pessoa passa a dizer, por força da repetição de
experiências, que “quando a dor chega, é sinal de que vem chuva ou frio”.

Outro exemplo pode ser encontrado nas plantas medicinais. Por milênios, o ser humano
busca se tratar de mazelas por meio de plantas e outros elementos da natureza. Ao descobrir
que o peumus boldus (conhecido como boldo) é uma planta com propriedades que
estimulam a digestão e desintoxicam o sistema digestório (descobriram isso pela observação
e pela repetição), passaram a utilizá-la como planta medicinal.

Na sabedoria popular, apenas o senso comum atesta essa relação, porém, estudos
farmacêuticos já comprovaram a eficácia do boldo para tratamento de indigestões e
intoxicações, o que resultou no desenvolvimento de fármacos à base da planta."
Você acha que os mitos e lendas no senso comum ficaram para trás, com nossos
antepassados?

Ainda, hoje muitos indivíduos, na tentativa de buscar respostas para suas inquietações,
acreditam nessas “curiosidades” como, por exemplo:

Só usamos 10% de nosso cérebro. Um mito que resiste a morrer e que é inclusive o ponto de
partida de filmes recentes como Lucy. O jornal The Guardian chama-o de “o maior mito sobre
o cérebro da história”: 48% dos professores britânicos acreditam. O certo é que usamos todas
as áreas de nosso cérebro, até quando estamos descansando. É verdade que o cérebro é
muito flexível (podemos viver com metade dele) e que não usamos tudo de uma vez, já que
algumas áreas estão especializada mas não há uma parte do cérebro que não faça nada e que
esteja esperando ser ativada para ganharmos superpoderes.

Um chiclete engolido demora sete anos para ser digerido. Esta advertência que todos
ouvimos quando crianças é falsa: os chicletes não ficam grudados no estômago ou no
intestino, nem demoram mais para serem eliminados, mas, como lembra o Snopes, “chegam
ao outro lado sem mudanças substanciais”.

Um ano de cão são sete anos de gente. Os cães envelhecem a outro ritmo, mas esta famosa
equivalência não é exata. Os cães crescem muito mais rápido durante os dois primeiros anos
e, de fato, alcançam a maturidade sexual já no primeiro, que equivaleria a uns quinze anos
humanos.

A comida que cai no chão leva cinco segundos para se contaminar. Quanto menos tempo,
menos possibilidades terá de conter bactérias, segundo a publicação Scientific American. Há
outras variáveis que influenciam, como o tipo de solo (madeira seria o pior) ou se a comida
está úmida. Mas a maioria dos estudos demonstram que a superfície está contaminada e que
não há diferença substancial entre três ou 15 segundos: o melhor é não arriscar.

Deixar lâmpadas fluorescentes acesas economiza. Consomem mais energia no momento em


que são ligadas, mas não o suficiente para compensar.

Fonte:
https://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/08/estilo/1431097551_315644.html#:~:text=27.,co
nsideram%20aterrador%20um%20humano%20adormecido.

Agora, a partir destas informações, reflita:

Qual o papel social das narrativas do senso comum?


Qual o papel do docente frente a estes saberes?
Como podemos incentivar a construção do conhecimento científico?

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