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educacional
brasileira
Karina Gomes Rodrigues
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a legislação educacional brasileira, com desta-
que para os significados e as hierarquias. Na primeira seção, serão abordados
os Conselhos de Educação (a nível nacional, estadual e municipal). Na segunda,
o regime de colaboração entre União, Estado e Município para a elaboração da
legislação. Por fim, na terceira seção, você vai ver como a educação é abordada
nas constituições brasileiras, a partir de um resgate histórico.
Constituição Federal
Emenda à Constituição
Lei Complementar
Lei Ordinária ou Código ou Consolidação
Lei Delegada
Decreto Legislativo
Resolução
Decreto
Instrução Normativa
Instrução Administrativa
Ato Normativo
Ato Administrativo
Portaria
Aviso
CF
LDBN
União
Programa de polícas do
Ministério da educação
Resoluções do Conselho Nacional de
Educação
Resoluções das Secretarias Estaduais de
Educação
Estado
Resoluções e pareceres dos Conselhos Estaduais de
Educação
Ora, a própria Constituição, ao prescrever no artigo 22, inciso XXIV, que compete
privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional; que
compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
educação, cultura, ensino e desporto (artigo 24, inciso IX); e que é competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proporcionar os
meios de acesso à cultura, à educação e à ciência (artigo 23, inciso V), não estendeu
aos municípios a competência para legislar em matéria de educação. Portanto,
8 Legislação educacional brasileira
não tendo autonomia para baixar normas próprias sobre educação ou ensino, os
municípios estariam constitucionalmente impedidos de instituir sistemas próprios,
isto é, municipais, de educação ou de ensino. Não obstante, o texto constitucional
deixa margem, no artigo 211, para que se possa falar em sistemas de ensino dos
municípios quando estabelece que "a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios organizarão, em regime de colaboração, os seus sistemas de ensino".
Planos de Educação
Os Planos de Educação são considerados os principais instrumentos da política
pública educacional. Eles têm força de lei e estabelecem metas para garantir
que o direito à educação de qualidade seja prioridade para o município, estado
ou país no período de dez anos. Esses documentos abordam as diretrizes para
o atendimento educacional em um território, envolvendo redes municipais,
estaduais, federais e instituições privadas que atuam em diferentes níveis e
modalidades da educação: das creches até as universidades.
O Plano Nacional de Educação (PNE) é um instrumento da política educa-
cional, uma lei ordinária prevista na Constituição Federal de 1988 (BRASIL,
[2016]). De duração decenal, o PNE tem por finalidade “[...] articular o sistema
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e o
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades”
(BRASIL, [2016], documento on-line). Ele faz isso a partir de ações integradas
com outros poderes públicos de diversas esferas federativas. O PNE tem
como objetivos:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do Produto Interno Bruto (BRASIL, [2016], documento on-line).
10 Legislação educacional brasileira
Assim, o PNE, Lei nº 13.005/2014 (BRASIL, 2014), passa a ser uma política
do Estado brasileiro, tornando-se obrigatório. A partir de sua vigência, os
estados, o Distrito Federal e os municípios devem tomá-lo como base para
o desenvolvimento de seus planos educacionais.
O PNE, a cada cinco anos, é avaliado pela Secretaria da Educação Básica
(SEB), que formula políticas públicas para a educação do Brasil e estimula
os estados e municípios a criarem seus planos correspondentes de acordo
com a própria lei. Todas as ações e os programas da SEB visam ao alcance
das metas do PNE.
Em relação ao Plano Estadual de Educação (PEE), Souza e Menezes (2017, p.
3) destacam que eles são considerados importantes instrumentos de gestão,
A LDBEN, em seu art. 24, estabelece que a carga horária mínima anual
será de 800 horas para o ensino fundamental e médio, distribuídas
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar (BRASIL, 1996).
O estado ou o município deve organizar o seu sistema de ensino respeitando
essa diretriz. É possível ampliar a carga horária, mas jamais diminuí-la. Em São
Paulo, por exemplo, a carga horária dos anos iniciais do ensino fundamental é
de 1.000 horas, 200 a mais do que a lei prevê.
[...] ciclo das leis de diretrizes e bases, sendo a Lei nº 4.024/61 [...] a primeira lei geral
de educação. Essa Lei previa o Plano Nacional de Educação (PNE), [...] elaborado
em 1962, revisto em 1965 e complementado pelo Conselho Federal de Educação
(CFE) em 1966. O PNE visava a instrumentalizar os dois princípios fundamentais
da LDBEN, ou seja, o direito de todos à educação e a igualdade de oportunidades
(BULHÕES, 2009, p. 183).
Ditadura Militar
A Constituição de 1967, de inspiração militar, limitou o poder da sociedade
civil. Ela foi decretada e promulgada pelo Congresso Nacional. “O direito à
educação encontra-se previsto no art. 168, [que dispõe] da família, da edu-
cação e da cultura” (BULHÕES, 2009, p. 183). Ainda segundo Bulhões (2009, p.
183), “O texto constitucional mantém alguns princípios gerais da educação,
como o direito de todos, a liberdade de ensino, a igualdade de oportunidades
e a limitação da gratuidade, mas inaugura o regime de bolsas de estudos
restituíveis, no ensino superior”.
Referências
BRASIL. [Constituição (1891)]. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil
(de fevereiro de 1891). Rio de Janeiro: República dos Estados Unidos do Brasil, 1891.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm.
Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º ao
art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente,
a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União...
Brasília: Presidência da República, 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc59.htm. Acesso em: 7 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.131, de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei n. 4.024, de
20 de dezembro de 1961, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República,
1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9131.htm. Acesso em:
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BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 7 jun. 2021.
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- PNE e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2014. Disponível
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