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LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
Me. Daniella Medeiros Moreira Rogel
Vale

GUIA DA
DISCIPLINA
Legislação Educacional
2020 0
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“A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para


assumirmos a responsabilidade por ele”
(Hannah Arendt)

INTRODUÇÃO

A partir do estudo da legislação educacional brasileira é possível o entendimento


sobre os direitos e deveres daqueles que estão envolvidos no ambiente escolar, como o
professor, o aluno, a equipe gestora e todos os funcionários da instituição, pois envolvem
aspectos ligados a todas as etapas do processo de ensino. Além disso, a existência de
uma legislação educacional permite uma organização igualitária de todas as escolas do
país.
Os gestores, ou seja, toda a equipe administrativa e pedagógica da escola, devem
entender a legislação educacional brasileira para poder organizar o funcionamento da
escola, comtemplando os aspectos políticos sociais defendidos pela nação.

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1. ENTENDENDO A LEGISLAÇÃO

O Brasil é uma República Federativa, ou seja, formada por entes federativos (os
Estados). A República Federativa do Brasil é dividida em três poderes: Poder Executivo,
Poder Legislativo e Poder Judiciário. O primeiro executa as leis e administra o país, o
segundo é aquele encarregado de criar as leis que irão reger a sociedade, e o terceiro é
o Poder que resolve as dúvidas das relações jurídicas, através dos julgamentos, quando
existir uma ação ou controvérsia judicial entre as partes. Por sermos uma República
Federativa, é o Estado (União) quem determina quais leis serão aplicadas em todo
território nacional, porém concede aos estados-membros e aos municípios o direito de
legislar sobre assuntos de seus interesses.

Somente uma lei pode impor obrigações ou proibições, ou restringir direitos. Isso
é tão importante que consta em nossa lei maior, que é a Constituição Federal de 1988.

Vamos falar agora sobre a hierarquia das leis: em primeiro lugar temos a
Constituição Federal, superior a qualquer outra legislação existente, tanto que nenhuma
outra norma pode existir se contrariá-la. A Constituição define as principais instituições
sociais, a estrutura do governo, a divisão dos Poderes, os direitos e garantias do cidadão
e muitas outras regras de caráter fundamental, formando assim a base do Estado
Nacional. Porém, podem existir as Ementas constitucionais, que podem alterar o texto
constitucional, incorporando-se a ele.

Na sequência hierárquica temos as leis complementares, que são leis especiais,


mais detalhadas, que complementam a Constituição Federal. A seguir temos a lei
ordinária, as leis propriamente ditas, como Código Civil, Código Penal, Estatuto da
criança e do adolescente, Código de defesa do consumidor, Lei de diretrizes e bases da
educação nacional, entre outras.

Nesta hierarquia temos duas exceções. A lei delegada, que é editada por ato
individual do presidente da República e só ocorre em situações de relevância e urgência,
onde não se pode esperar por todo processo de aprovação do Poder Legislativo e o
presidente solicita ao Congresso Nacional a delegação de poder legislativo. A lei
delegada raramente acontece, por causa da segunda exceção nas hierarquias das leis,

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a medida provisória, uma lei editada pelo presidente de caráter temporário em situações
de relevância e urgência, porém, em que o presidente não depende da delegação prévia
do Poder Legislativo.

Seguindo a hierarquia da legislação nacional, passamos aos atos normativos. O


primeiro é o decreto, norma jurídica de competência privativa do presidente da República
e utilizada para concretizar desapropriação, declarar luto oficial, declarar calamidade
pública ao conceder canais de rádio e televisão. Depois temos a portaria, instrumento
utilizado na edição de atos normativos que não sejam de competência privativa do
presidente da República, e sim de ministros, chefes de departamento ou outros chefes
de órgão do Poder Executivo, são as instruções nomeativas, ordens de serviço e
circulares normativas. Outro tipo de ato normativo é a resolução, que é editada por ato
conjunto dos membros do Poder Executivo, como Conselho Nacional de Educação.
Equiparam-se as resoluções, deliberações, orientações e pareceres.

Legislar é o ato de estabelecer leis. Legislação educacional envolve todos os atos


e fatos jurídicos que tratam a educação como um direito. A legislação estará presente
em toda carreira do professor. Muitas vezes não nos damos conta de que nossos direitos
e deveres estão previstos na legislação e nos debates coletivos da categoria como nos
sindicatos. Seja qual for a maneira encontrada, o saber neste sentido é necessário e
indispensável para muitas vezes não sermos passados para trás em atribuições de aula,
pontuação em órgão público e entre outras situações.

A leitura de uma lei tem sua formação nas técnicas jurídicas e assim todas
obedecem às mesmas formatações, permitindo que possamos compreender o que
pedem quando nos referimos as leis, principalmente as ligadas a educação brasileira.

As Leis e outras normas são identificadas por sua espécie, por uma numeração e
pela data. Por exemplo: Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (Lei de diretrizes e bases
da educação); Decreto 8.420, de 18 de março de 2015 (é o regulamento da Lei
Anticorrupção Empresarial, a Lei 12.846, de 1.º de agosto de 2013).

Nas leis mais extensas, as normas podem ser divididas em blocos de artigos,
denominados Partes, Livros, Títulos, Capítulos, Seções e Subseções. Exemplo de

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lei que adota essa divisão é o Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002). As
normas são dispostas em artigos, que geralmente se indicam pela abreviatura “art.”
Artigos podem adotar divisões em parágrafos, incisos e alíneas, quando necessário.

Às vezes se usa o termo caput em textos jurídicos. Significa “cabeça”, em latim.


O caput indica a parte principal de um artigo, para diferenciá-la de parágrafos, incisos e
alíneas, em educação é o cabeçalho do artigo.

Parágrafos, incisos e alíneas servem para tratar de aspectos específicos de um


artigo em um texto normativo. Quando um artigo possui apenas um parágrafo, este é
identificado como “parágrafo único”. Quando possui mais de um parágrafo, estes usam
numeração ordinal com o símbolo § (que se lê “parágrafo”): § 1.º, § 2.º etc.

Incisos de artigos são numerados com algarismos romanos: incisos I, II, III etc.
Alíneas de artigos são identificadas por letras minúsculas, às vezes em itálico
(alíneas a, b, c etc.). Dessa forma, por exemplo, a indicação “art. 2.º, § 1.º, III, b”
significa “artigo segundo, parágrafo primeiro, inciso terceiro, alínea b”. Um exemplo de
lei que apresenta esta organização é a Lei de diretrizes e bases da educação, conforme
podemos observar no trecho abaixo:

SEÇÃO III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e
de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§1 o É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em
ciclos.

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§2 o Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar


no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do
processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de
ensino.

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2. LEIS EDUCACIONAIS

A educação formal no Brasil teve início em 1549, com a chegada dos padres da
Companhia de Jesus e criação de 7 colégios, seminários e internatos, surgindo assim os
direitos e obrigações na área educacional. Os jesuítas ficaram responsáveis pela
educação do país até 1759, quando foram expulsos. Em 1808 a família real chega ao
Brasil. Em 1822 acontece a Proclamação da Independência e em 1824, os primeiros
direitos e deveres em relação a educação aparecerem na Carta Constitucional,
determinando que a instrução primária fosse gratuita e com acesso a todos os cidadãos.

Após a Proclamação da República, em 1889, foi assinada a Constituição de 1891,


que pouco apresentou considerações sobre a questão educacional.

No século XX ocorreram duas grandes mudanças na legislação educacional, a


Reforma Rivadária em 1911, que instituiu vários decretos, reduziu o papel do Estado na
educação e implantou uma política liberal em relação ao ensino privado, fortalecendo-o
e beneficiando o ensino confessional, além de ter dado total autonomia aos sistemas
estaduais de ensino e ter eliminado a fiscalização e o controle federal sobre as escolas.
A Segunda grande mudança veio no governo de Wenceslau Braz, no decreto que
reorganizou o ensino secundário e superior, impôs um grande rigor aos exames
vestibulares, reimplantou o ensino seriado e aumentou sua duração, proibiu o
reconhecimento de novas escolas particulares e criou restrições para a equiparação de
estudos.

Em 1931 foi criado o Conselho Nacional de Educação (CNE), através do Decreto


19.850, sendo ele um órgão consultivo máximo destinado a assessorar o ministro e
direção da educação nacional.

Uma nova Constituição Federal foi assinada em 1934, no governo de Getúlio


Vargas. Nela aparece pela primeira vez a citação das diretrizes da educação nacional.
Foi inovadora, mas durou pouco tempo, pois em 1937 foi substituída.

A constituição de 1937 instalou a ditadura do Estado Novo. Nela existiu um artigo


(Artigo 15) que tratava das diretrizes da educação nacional. Em 1942, o ministro da

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educação, Gustavo Capanema, criou uma série de decretos, o que ficou conhecido como
Reforma Capanema. Entre eles estavam a Lei Orgânica do ensino industrial, a criação
do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a regulamentação do ensino
industrial, o ensino militar, e a revisão da estrutura do sistema de ensino, principalmente
o secundário.

Em 1946 é assinada uma nova Constituição Federal, no governo de Eurico Dutra.


Essa constituição significou o retorno do Brasil à democracia e manteve a competência
da União para legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional, permitindo que
em 1961 foi assinada uma lei que só tratava da educação nacional, a Lei de diretrizes e
bases da educação (4.024/61).

Em 1967 foi assinada uma nova Constituição que não apresentou grandes
alterações e manteve a prerrogativa da União para legislar sobre a educação, mantendo
vigente a Lei educacional 4.024/61.

No ano de 1969 a Constituição recebeu nova redação e permitiu que em 11 de


agosto de 1971 fosse editada a nova Lei de Diretrizes e bases da educação nacional
(5.692/71).

Com o fim da ditadura militar e redemocratização do Brasil foi promulgada uma


nova Constituição brasileira, em 5 de outubro de 1988. Considerada uma das melhores
constituições de nosso país, ampliou os artigos referentes a educação e pela primeira
vez, abordou a gestão democrática da educação.

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Em 1996, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi promulgada a Lei de


diretrizes e bases da educação nacional (LDB 9.394), muito mais abrangente que as
anteriores, e tratando de todos os níveis da educação.

A LDB delegou para a União, através do MEC e CNE, as políticas de currículo.


Em 1997 o MEC elaborou os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação
infantil e Os Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino fundamental e médio,
educação de jovens e adultos, e educação especial. O CNE de forma articulada com o
MEC e o Inep, elaborou e aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais que também
abrangeram todas as etapas e modalidades da educação básica, educação
profissionalizante e educação a distância. Enquanto os referenciais e os parâmetros são
apenas referências, as diretrizes curriculares são obrigatórias.

No ano de 2001 foi divulgado o Plano Nacional de Educação (PNE), que já era
previsto desde a Constituição de 1988 e teve seu debate acentuado com a LDB de 1996.
O PNE teve duração de dez anos (2001 a 2011).

O MEC homologou em dezembro de 2017 a Base Nacional Comum Curricular tem


como objetivo central de garantir que todos os estudantes – de norte a sul do país, de
escolas públicas e privadas – aprendam um conjunto essencial de conhecimentos e
habilidades comuns. Assim, o que se espera é que as desigualdades educacionais
brasileiras sejam reduzidas e que a qualidade do ensino seja elevada.

CONSTITUIÇÃO
FEDERAL 1988
9394/96
LBD
9394/96

REFERENCIAL
PCNs

BNCC

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3. CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal de 1988 é nossa carta magna e com isso rege todas as
outras leis do Brasil. O presidente da câmara dos deputados era então Ulysses
Guimarães que em 27 de julho de 1988 homologou a Constituição Cidadã, assim
chamada porque contou com a participação do povo que ainda era recém-saído da
ditadura.

Esta constituição declara que o cidadão tem todos os seus direitos garantidos
tanto os sociais como os educacionais e ainda os afetivos, especialmente seu artigo 5º
ao 17º que assegura os direitos fundamentais às pessoas para a possibilidade de ter
uma vida digna, livre e igualitária.

No artigo 5º, são encontrados 77 incisos, dois parágrafos e o caput. Nele, são
garantidos os diretos à vida, à liberdade, à igualdade, à moradia e à segurança. Também
é dado a todo brasileiro, segundo os registros, o direito de exercer os cultos religiosos,
seja qual for sua religião, o benefício de trabalho, dentre outros. Enfim, todo cidadão é
livre e pode recorrer à justiça, quando necessário for, sem ser oprimido. É essencial que
todo brasileiro saiba dos seus direitos e garantias, para que não sobrevenha sobre ele
nenhum tipo de injustiça.

Essa constituição ampliou os direitos dos indivíduos e permitiu sua proteção em


várias situações. Dentro do artigo 5º da CF, existem diversos princípios relacionados
aos direitos e garantias fundamentais, um dos mais polêmicos e importantes é
o princípio da igualdade.

No decorrer da história, uma série de princípios foram criados para nortear e


estruturar o Estado de Direito. Esses princípios estão na Constituição e existentes no
mundo, pois são responsáveis por definir a estrutura básica, fundamentos e bases para
determinado sistema. Os princípios foram influenciados principalmente pelas
Revoluções Francesa e Americana. No Brasil, desde o século XIX, havia certa
resistência na elaboração de uma Constituição Brasileira, visto que, o país era
comandado por um rei que tinha suas regras próprias. Com o passar dos anos, foram
criadas sete constituições que fizeram mudanças na história do país. A partir delas,

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muitos princípios foram implantados e, atualmente, representam o pilar do Estado


Brasileiro.

A palavra princípio no dicionário significa o início de algo, o que vem antes, a


causa, o começo e também um conjunto de leis, definições ou preceitos utilizados para
nortear o ser humano. É uma verdade universal, aquilo que o homem acredita como um
dos seus valores mais inegociáveis.

Os princípios constitucionais são as principais normas fundamentais de conduta


de um indivíduo mediante às leis já impostas, além de exigências básicas ou
fundamentos para tratar uma determinada situação. É indispensável tomar nota dos
assuntos que rodeiam os seus direitos e deveres.

Segundo o Art. 6, a educação é um direito social de todo cidadão. O Capítulo III,


Seção I da Constituição Federal trata sobre a Educação.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Nossa constituição apresenta um conjunto de princípios que norteiam toda a


educação brasileira. Esses mesmos princípios estão presentes nas Constituições
estaduais e nas Leis orgânicas, no Estatuto da criança e do adolescente e na Lei de
diretrizes e bases. São eles, portanto, que vão garantir a unidade nas políticas
educacionais através das orientações que estão respaldadas numa educação com
perspectiva democrática.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;

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IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;


V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal.

O art. 208 apresenta os deveres do Estado frente a educação.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia
de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta
gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos
de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
acesso na idade própria;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de
idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

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VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas


suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde.
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio
de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.

A organização dos sistemas de ensino está descrita no Art. 211.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em


regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará e financiará o sistema federal de ensino e o dos


Territórios, e prestará assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento
prioritário à escolaridade obrigatória.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará


as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função
redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais
e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e pré-escolar.


§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação
infantil.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino


fundamental e médio.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

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§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios


definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
obrigatório.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a
universalização do ensino obrigatório.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

A constituição federal de 1988 foi considerada a “Constituição cidadã”, e na área


educacional colocou a educação na condição de direito de todos: das crianças em idade
pré-escolar (de 0 a 6 anos), das pessoas com necessidades especiais, dos jovens e
adultos. Tornou o ensino fundamental um direito, estabeleceu os deveres do Estado para
a família e a sociedade.

Neste link está disponível a Constituição Federal na íntegra.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

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4. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

Após a homologação da Constituição Federal de 1988, a lei de 13 de julho de


1990 promulgou o Estatuto da criança e do adolescente (ECA). Segundo o Art. 2,
considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.

O objetivo do ECA é a proteção dos menores de 18 anos, garantindo a eles o


direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária. A
ex-deputada Rita Camata, que foi relatora da proposta na Câmara, diz que o estatuto é
uma lei muito completa e que protege a criança desde a gestação.

O estatuto garantiu o pré-natal da mãe, que até então não existia por lei; ele
garantiu as campanhas de vacinação da criança e do adolescente no nosso País; teste
de pezinho, que prevê no ato que a criança nasce se ela tem uma doença que possa ser
tratada antes que essa doença avance; ela prevê a oportunidade da criança e do
adolescente viver num ambiente da família e da sociedade.

Um dos grandes avanços promovidos pelo ECA foi a exigência de criação, pelos
municípios, dos conselhos tutelares, para zelar pelos direitos das crianças e
adolescentes. Em 25 anos, foram estabelecidos no País mais de 5.700 conselhos,
embora ainda haja 44 municípios que ainda não criaram o órgão. Formado por membros
eleitos pela comunidade, os conselhos devem ser acionados sempre que se perceba
abuso ou situações de risco contra a criança ou o adolescente.

A presidente do Conselho Nacional de Juventude, Ângela Guimarães, destaca


que o ECA promoveu uma série de mudanças culturais, como a forma de ver o trabalho
infantil e o lugar que a violência ocupa na educação.

A concepção anterior ao ECA, era de que a criança e o adolescente têm que estar
necessariamente trabalhando. E o ECA normatizou: até 16 anos, os adolescentes e
crianças não podem estar trabalhando, salvo em condição de aprendizagem, a partir dos
14 anos. Uma outra concepção, também, que foi sendo mudada culturalmente, é essa

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concepção da violência como instrumento mediador da educação familiar. Então, era


muito comum palmada, castigos físicos, violência excessiva, e hoje a gente tem o ECA
e tem outras leis mais recentes, como a Lei da Palmada.

O Capítulo IV discorre sobre o Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer.

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se
vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de
ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)

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Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo


pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e


de estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção e
enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:


I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente
trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.


§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental,
fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.

Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou


pupilos na rede regular de ensino.

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Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão


ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos
escolares;
III - elevados níveis de repetência.

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas


relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas
à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e


históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes
a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão
a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer
voltadas para a infância e a juventude.

É muito importante para nós professores, e para os pais e responsáveis pelas


crianças e adolescentes conhecermos o ECA, para podermos nos relacionar melhor com
nossos alunos e conhecer seus direitos.

O que é o CONSELHO TUTELAR?


O Conselho Tutelar é órgão previsto no art. 131 da Lei nº. 8.069 , de 13 de julho
de 1990 (ECA), que o instituiu como "órgão autônomo, não-jurisdicional, encarregado
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente".

Tem como finalidade precípua zelar para que as crianças e os adolescentes


tenham acesso efetivo aos seus direitos, ou seja, sua finalidade é zelar, é ter um
encargo social para fiscalizar se a família, a comunidade, a sociedade em geral e o
Poder Público estão assegurando com absoluta prioridade a efetivação dos direitos das
crianças e dos adolescentes, cobrando de todos esses que cumpram com o Estatuto e
com a Constituição Federal.

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Em cada município brasileiro deve ter pelo menos um Conselho Tutelar, instituído
por lei municipal, composto de cinco membros e escolhido pela comunidade local com
mandato de três anos, sendo permitida uma recondução. KONZEN explica "[...] o
Conselho Tutelar é órgão da administração pública municipal, instituído pelo legislador
federal, sendo competente o município para regulamentar o órgão com vistas a sua
instalação e funcionamento" (2005).

A relação da escola com o conselho tutelar deve ser harmônica, um órgão precisa
do outro para o bem comum da criança, os abrigos são lugares de passagem e nunca
devem substituir a família.

Neste link está disponível o Estatuto da criança e do adolescente (ECA) na


íntegra.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

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5. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Até a década de 1960 vigoravam as Leis Orgânicas distintas para o Ensino


primário, Ensino secundário e o Ensino normal. Não havia ainda, uma lei que
estabelecesse as Diretrizes (grandes linhas de orientação) e as Bases (referências para
a estrutura e o funcionamento), de forma a garantir unidade em todas as esferas da
educação.

O período que antecedeu a aprovação da primeira Lei de diretrizes e bases


4.024/61 caracterizou-se pelo confronto entre escola pública e privada, e entre
educadores católicos e laicos, que durou longos 13 anos, de 1948 a 1961. Esta lei trouxe
como avanços a flexibilização dos currículos, a garantia de equivalência de estudos, e
principalmente, a descentralização. Ela instituiu os sistemas estaduais de ensino, criando
os Conselhos estaduais de educação e as secretarias estaduais e municipais de
educação. Porém, havia uma crítica muito forte a esta lei, que reproduzia a organização
da sociedade em classes. A lei 4024/61 começa a ser muito questionada, e deixa de
servir para a sociedade que ingressa em 1964 no período de regime militar e ditatorial.

Em 1971 a nova LDB foi aprovada, N. 5.692, abrangendo o ensino de 1º e 2º


graus. O 1º grau, com 8 anos de duração, atendia a faixa etária de 7 a 14 anos de idade,
e o 2º grau envolvia o ensino profissionalizante. Esta lei estabeleceu os requisitos
mínimos de qualificação para atuar em cada grau, instituindo a carreira do professor,
articulada à sua qualificação, porém independentemente do nível de atuação.

Após aprovação do Estatuto da criança e do adolescente, e as mudanças no


cenário educacional graças a homologação da Nova Constituição Federal em 1988,
houve um reinício das discussões para uma nova Lei de diretrizes e bases da educação
nacional. Até que em 24 de dezembro de 1996, oito anos após aprovação da
Constituição Federal, foi homologada a Lei de diretrizes e bases, Lei 9.394/96.

Um importante avanço na Lei de diretrizes e bases da educação (LDB) foi o


alargamento da Educação básica. Atualmente a Educação básica brasileira abrange:
• Educação infantil (creche 0 a 3 anos de idade e pré-escola 4 e 5 anos),
• Ensino fundamental (1º ao 9ºano)

Legislação Educacional 19
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• Ensino médio (1º ao 3º ano).

Ao nos reportarmos para o início da nossa história, na prática pedagógica dos


jesuítas, podemos ver que muito se reflete nos dias de hoje. Grandes transformações,
reformas de ensino foram feitas, porém, muitas vezes, a prática fica longe dos discursos,
dos projetos pedagógicos, das missões das Instituições de Ensino e dos objetivos da
LDB vigente.

A vida dentro da sala de aula, a maneira que se ensina e consequentemente, que


se aprende, conserva-se aquém do que se discute. Parece haver um descompasso entre
o que a escola se propõe e o que realmente acontece no seu cotidiano. Cada sujeito
inserido no contexto educacional traz conhecimentos e aprendizagens que influirão no
papel que irão desempenhar, quer seja como docente, ou como discente.

A finalidade da LDB é ajustar os princípios enunciados no texto constitucional para


a sua aplicação a situações reais que envolvem várias questões, entre elas: o
funcionamento das redes escolares, a formação de especialistas e docentes, as
condições de matrícula, aproveitamento da aprendizagem e promoção de alunos, os
recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos para o desenvolvimento do ensino,
a participação do poder público e da iniciativa particular no esforço educacional, a
superior administração dos sistemas de ensino e as peculiaridades que caracterizam a
ação didática nas diversas regiões do país.

Considerando a multiplicidade de realidades do país, a LDB é uma lei indicativa e


não resolutiva das questões do dia-a-dia. Portanto, trata das questões da educação de
forma generalizada e sintética, sendo o detalhamento do funcionamento do sistema
objeto de decretos, pareceres, resoluções e portarias.
Sem sombra de dúvida, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional avançou nas
questões de acolhimento e pertencimento da criança brasileira e desta forma houveram
sim grandes mudanças. Com o passar dos anos e o avanço rápido de algumas regiões
do país, se fizeram necessárias outras mudanças que vem se delineando em municípios
e estados brasileiros e em culturas muito distintas.

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Destaques:
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante
a garantia de:
I - Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos
de idade, organizada da seguinte forma:
(Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei nº 12.061,
de 2009)
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular
de ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis
anos de idade;
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que
não os concluíram na idade própria; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

Legislação Educacional 21
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VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características
e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos
que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde;
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio
de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e
quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem.
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais
próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro)
anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008).

Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:


I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus
sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino
fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das
responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as
diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e
as dos seus Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente,
os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema
de ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio.
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a
todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada
pela Lei nº 12.061, de 2009)

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VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído pela Lei
nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos
Estados e aos Municípios.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus
sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos
Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de
ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o
ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando
estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à
manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Incluído pela Lei
nº 10.709, de 31.7.2003)

Seção II
Da Educação Infantil
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e
registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental.

Legislação Educacional 23
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Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras
comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das
crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um
mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796, de
2013)
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno
parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a
frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; (Incluído pela Lei nº
12.796, de 2013)
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de
desenvolvimento e aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e
gratuito na escola pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do
cidadão mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.114, de 2005)
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito
na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação
básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,
das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana
e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Legislação Educacional 24
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§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em


ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar
no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação
do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de
ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado
como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que
trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de
13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a
produção e distribuição de material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de
2007).
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal
nos currículos do ensino fundamental. (Incluído pela Lei nº 12.472, de 2011).
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para
os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por
seus responsáveis, em caráter:
I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável,
ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas
respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou
II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas,
que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa.
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação
básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de
22.7.1997)

Legislação Educacional 25
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§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição


dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
admissão dos professores. (Incluído pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. (Incluído
pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas
de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de
permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de
organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral,
a critério dos sistemas de ensino.

Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de
três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de
ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de
aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação,
nas seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

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§ 1º A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida
em cada sistema de ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum
Curricular e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental e
cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio incluirá
obrigatoriamente estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia.
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três
anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das
respectivas línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua
inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo,
preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e
horários definidos pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum
Curricular não poderá ser superior a mil e oitocentas horas do total da carga horária do
ensino médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho esperados para o ensino
médio, que serão referência nos processos nacionais de avaliação, a partir da Base
Nacional Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do
aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida
e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação processual e
formativa serão organizados nas redes de ensino por meio de atividades teóricas e
práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de tal forma
que ao final do ensino médio o educando demonstre: (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)

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Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste


Capítulo e as seguintes diretrizes:
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum
Curricular e por itinerários formativos específicos, a serem definidos pelos sistemas de
ensino, com ênfase nas seguintes áreas de conhecimento ou de atuação profissional:
(Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum
Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta
de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a
possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
2017)
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da
ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da
cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao
conhecimento e exercício da cidadania;
I - linguagens; (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos
estudantes
II - matemática; (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,
escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das
disponibilidades da instituição.
III - ciências da natureza; (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº 13.415,
de 2017)
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em
todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.684, de 2008)
IV - ciências humanas; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
2017)
V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de
2016)

Legislação Educacional 28
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V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)


§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados
de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:
§ 1º Os sistemas de ensino poderão compor os seus currículos com base em mais
de uma área prevista nos incisos I a V do caput. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 746, de 2016)
§ 1o A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências
e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de
ensino. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna;
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania.
III – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.684, de 2008)
§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
para o exercício de profissões técnicas. (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
(Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos.
§ 3º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas
competências, habilidades e expectativas de aprendizagem, definidas na Base Nacional
Comum Curricular, será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de
ensino. (Redação dada pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário formativo
integrado, que se traduz na composição de componentes curriculares da Base Nacional
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos, considerando os incisos I a V do
caput. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação
profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio
ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional. (Revogado
pela Lei nº 11.741, de 2008)

Legislação Educacional 29
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

§ 5º Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do


aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida
e para a sua formação nos aspectos cognitivos e socioemocionais, conforme diretrizes
definidas pelo Ministério da Educação. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede,
possibilitarão ao aluno concluinte do ensino médio cursar mais um itinerário formativo de
que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 6º A carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum
Curricular não poderá ser superior a mil e duzentas horas da carga horária total do ensino
médio, de acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela Medida
Provisória nº 746, de 2016)
§ 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação com ênfase técnica
e profissional considerará: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor produtivo ou em ambientes
de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos
estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissional; (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação
para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas com
terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 7º A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida
em cada sistema de ensino, deverá estar integrada à Base Nacional Comum Curricular
e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental e cultural.
(Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao inciso V do caput, em
áreas que não constem do Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para
sua continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho Estadual de Educação,
no prazo de três anos, e da inserção no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no
prazo de cinco anos, contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)
§ 8º Os currículos de ensino médio incluirão, obrigatoriamente, o estudo da língua
inglesa e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em caráter optativo,
preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e

Legislação Educacional 30
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

horários definidos pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de
2016)
§ 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se refere o inciso V do caput,
realizada na própria instituição ou em parceria com outras instituições, deverá ser
aprovada previamente pelo Conselho Estadual de Educação, homologada pelo
Secretário Estadual de Educação e certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
§ 9º O ensino de língua portuguesa e matemática será obrigatório nos três anos
do ensino médio. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 9º As instituições de ensino emitirão certificado com validade nacional, que
habilitará o concluinte do ensino médio ao prosseguimento dos estudos em nível superior
ou em outros cursos ou formações para os quais a conclusão do ensino médio seja etapa
obrigatória. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 10. Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de vagas na rede,
possibilitarão ao aluno concluinte do ensino médio cursar, no ano letivo subsequente ao
da conclusão, outro itinerário formativo de que trata o caput. (Incluído pela Medida
Provisória nº 746, de 2016)
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio poderá
ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade
específica. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 11. A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação a que se refere o
inciso V do caput considerará: (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 11. Para efeito de cumprimento das exigências curriculares do ensino médio,
os sistemas de ensino poderão reconhecer competências e firmar convênios com
instituições de educação a distância com notório reconhecimento, mediante as seguintes
formas de comprovação: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - a inclusão de experiência prática de trabalho no setor produtivo ou em
ambientes de simulação, estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de
instrumentos estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem profissional; e (Incluído
pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - a possibilidade de concessão de certificados intermediários de qualificação
para o trabalho, quando a formação for estruturada e organizada em etapas com
terminalidade. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)

Legislação Educacional 31
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

II - experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida fora do


ambiente escolar; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
III - atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de ensino
credenciadas; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais; (Incluído pela Lei
nº 13.415, de 2017)
V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras;
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou educação presencial
mediada por tecnologias. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 12. A oferta de formações experimentais em áreas que não constem do
Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos dependerá, para sua continuidade, do
reconhecimento pelo respectivo Conselho Estadual de Educação, no prazo de três anos,
e da inserção no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela Medida Provisória nº 746,
de 2016)
§ 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de escolha das áreas
de conhecimento ou de atuação profissional previstas no caput. (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017)
§ 13. Ao concluir o ensino médio, as instituições de ensino emitirão diploma com
validade nacional que habilitará o diplomado ao prosseguimento dos estudos em nível
superior e demais cursos ou formações para os quais a conclusão do ensino médio seja
obrigatória. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 14. A União, em colaboração com os Estados e o Distrito Federal, estabelecerá
os padrões de desempenho esperados para o ensino médio, que serão referência nos
processos nacionais de avaliação, considerada a Base Nacional Comum Curricular.
(Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 15. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio
poderá ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos ou disciplinas com
terminalidade específica, observada a Base Nacional Comum Curricular, a fim de
estimular o prosseguimento dos estudos. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de
2016)
§ 16. Os conteúdos cursados durante o ensino médio poderão ser convalidados
para aproveitamento de créditos no ensino superior, após normatização do Conselho

Legislação Educacional 32
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Nacional de Educação e homologação pelo Ministro de Estado da Educação. (Incluído


pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
§ 17. Para efeito de cumprimento de exigências curriculares do ensino médio, os
sistemas de ensino poderão reconhecer, mediante regulamentação própria,
conhecimentos, saberes, habilidades e competências, mediante diferentes formas de
comprovação, como: (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
I - demonstração prática; (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
II - experiência de trabalho supervisionado ou outra experiência adquirida fora do
ambiente escolar; (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
III - atividades de educação técnica oferecidas em outras instituições de ensino;
(Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
IV - cursos oferecidos por centros ou programas ocupacionais; (Incluído pela
Medida Provisória nº 746, de 2016)
V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais ou estrangeiras; e
(Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)
VI - educação a distância ou educação presencial mediada por tecnologias.
(Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016)

Neste link está disponível a Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei
9.394/96.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

Legislação Educacional 33
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6. REFERENCIAIS CURRICULARES NACIONAIS PARA A


EDUCAÇÃO INFANTIL E PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS

Os referenciais curriculares de educação infantil foram publicados em 1998, e


é composto por três volumes, abrangendo desde a creche até a pré-escola. O primeiro
volume é a introdução apresenta uma reflexão sobre as creches e pré-escolas no Brasil.
O volume 2 aborda a formação pessoal e social, através da promoção da identidade e
autonomia das crianças. No volume 3 são encontradas orientações sobre a formação de
Conhecimento de Mundo, que engloba os eixos: Movimento, Música, Artes Visuais,
Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf

Legislação Educacional 34
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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados em 1997 (1º a 4º


série/5º ano) e 1998 (5ª e 8ª série/9º ano), foi uma inovação para o sistema educacional,
pois instaurou uma política de currículo que se caracterizou pela transversalidade. Ou
seja, defendia um currículo com as áreas de conhecimento básicas e suas relações com
temas transversais. Esses temas são abrangentes com foco em questões atuais e devem
permear todas as áreas de conhecimento. São eles: ética, meio ambiente, pluralidade
cultural, saúde, orientação sexual e trabalho e consumo.

Os PCNs apresentam objetivos gerais e específicos, conteúdos, orientações


didáticas e critérios de avaliação. Dividido em 10 volumes.

1º ao 5º ano (1ª a 4ª série):


http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf

Volume 01 - Introdução aos PCNs


Volume 02 - Língua Portuguesa
Volume 03 - Matemática
Volume 04 - Ciências Naturais
Volume 5.1 - História e Geografia
Volume 5.2 - História e Geografia
Volume 6 - Arte
Volume 7 - Educação Física
Volume 8.1 - Temas Transversais - Apresentação
Volume 8.2 - Temas Transversais - Ética
Volume 9.1 - Meio Ambiente
Volume 9.2 - Saúde
Volume 10.1 - Pluralidade Cultural
Volume 10.2 - Orientação Sexual

Legislação Educacional 35
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6º ao 9º ano (5ª a 8ª série):


http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf

Volume 01 - Introdução aos PCNs


Volume 02 - Língua Portuguesa
Volume 03 - Matemática
Volume 04 - Ciências Naturais
Volume 05 - Geografia
Volume 06 - História
Volume 07 - Arte
Volume 08 - Educação Física
Volume 09 - Língua Estrangeira
Volume 10.1 – Temas transversais - Apresentação
Volume 10.2 - Temas Transversais - Pluralidade Cultural
Volume 10.3 - Temas Transversais - Meio Ambiente
Volume 10.4 - Temas Transversais - Saúde
Volume 10.5 - Temas Transversais - Orientação Sexual

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7. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE)

A Constituição Federal de 1988 instituiu no seu Art. 214, o Plano Nacional de


Educação.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal,


com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e
definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação
como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59,
de 2009)

A LDB (Lei 9.394/96) reafirmou a necessidade do plano para definir as


incumbências das diferentes instâncias, as diretrizes e as bases da educação nacional.

O Primeiro Plano Nacional da Educação foi publicado em 2001 com vigência até
2011.

Atualmente está vigente o Plano Nacional de Educação, Lei N. 13.005/2014, que


tem como diretrizes:

1. Erradicação do analfabetismo;
2. Universalização do atendimento escolar;
3. Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da justiça
social, da equidade e da não discriminação;
4. Melhoria da qualidade da educação;

Legislação Educacional 37
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5. Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e
éticos em que se fundamenta a sociedade;
6. Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
7. Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país;
8. Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do produto interno bruto, que assegure atendimento às necessidades
de expansão, com padrão de qualidade e equidade;
9. Valorização dos profissionais da educação;
10. Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental.

As 20 metas a serem alcançadas até 2024 são:


• Meta 1 – Educação Infantil : “Universalizar, até 2016, a educação infantil na
pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e
ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no
mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o
final da vigência deste PNE”

• Meta 2 – Ensino Fundamental: “Universalizar o ensino fundamental de 9


(nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e
garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos
concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência
deste PNE

• Meta 3 – Ensino Médio: “Universalizar, até 2016, o atendimento escolar


para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até
o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no
ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento)”

• Meta 4 – Inclusão: “Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17


(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular
de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de

Legislação Educacional 38
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recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados,


públicos ou conveniados”

• Meta 5 – Alfabetização Infantil: “Alfabetizar todas as crianças, no máximo,


até o final do 3o (terceiro) ano do ensino fundamental”

• Meta 6 – Educação Integral: “Oferecer educação em tempo integral em, no


mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a
atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da
educação básica”

• Meta 7 – Qualidade da Educação Básica/IDEB: “Fomentar a qualidade da


educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo
escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias
nacionais para o Ideb”

• Meta 8 – Elevação da escolaridade/Diversidade: “Elevar a escolaridade


média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a
alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência
deste Plano, para as populações do campo, da região de menor
escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e
igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE”

• Meta 9 – Alfabetização de jovens e adultos: “Elevar a taxa de alfabetização


da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três
inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste
PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por
cento) a taxa de analfabetismo funcional”

• Meta 10 – EJA Integrada: “Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por


cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos
fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional”

Legislação Educacional 39
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• Meta 11 – Educação Profissional: “Triplicar as matrículas da educação


profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e
pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público”

• Meta 12 – Educação Superior: “Elevar a taxa bruta de matrícula na


educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para
33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e
quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo
menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento
público”

• Meta 13 – Qualidade da Educação Superior: “Elevar a qualidade da


educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo
docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior
para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35%
(trinta e cinco por cento) doutores”

• Meta 14 – Pós-Graduação: “Elevar gradualmente o número de matrículas


na pós-graduação de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta
mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores”

• Meta 15 – Profissionais de Educação: “Garantir, em regime de colaboração


entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de
1 (um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos
profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art.
61 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os
professores e as professoras da educação básica possuam formação
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam”

• Meta 16 – Formação: “Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta


por cento) dos professores da educação básica, até o último ano de
vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da
educação básica formação continuada em sua área de atuação,

Legislação Educacional 40
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos


sistemas de ensino”

• Meta 17 – Valorização dos Profissionais do Magistério: “Valorizar os (as)


profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de
forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais
com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste
PNE”

• Meta 18 – Planos de Carreira: “Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a


existência de planos de Carreira para os (as) profissionais da educação
básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano
de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como
referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos
termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal”

• Meta 19 – Gestão Democrática: “Assegurar condições, no prazo de 2 (dois)


anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a
critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à
comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e
apoio técnico da União para tanto”

• Meta 20 – Financiamento da Educação: “Ampliar o investimento público em


educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por
cento) do Produto Interno Bruto – PIB do País no 5o (quinto) ano de
vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do
PIB ao final do decênio”

Neste link está disponível o Plano Nacional de Educação


Lei N. 13.005/14

http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-
nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014

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8. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)

A BNCC foi homologada em dezembro de 2017. É um documento normativo que


define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo de todas as etapas da Educação Básica.

Durante a Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC


devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez
competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento. Sendo competência a mobilização de conhecimentos
(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Os marcos legais que levaram a BNCC:


• Constituição 1988 artigo 205: a educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
• Lei de diretrizes e bases, no Inciso IV de seu Artigo 9º, afirma que cabe à
União estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino
Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum
(BRASIL, 1996). Nesse artigo, a LDB deixa claros dois conceitos decisivos
para todo o desenvolvimento da questão curricular no Brasil. O primeiro, já
antecipado pela Constituição, estabelece a relação entre o que é básico-
comum e o que é diverso em matéria curricular: as competências e
diretrizes são comuns, os currículos são diversos.

A relação entre o que é básico-comum e o que é diverso é retomada no Artigo 26


da LDB: os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio
devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino
e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas

Legislação Educacional 42
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características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos


(BRASIL, 1996).

• Plano Nacional de Educação, Lei nº 13.005/20147, que reitera a


necessidade de estabelecer e implantar, mediante pactuação
interfederativa (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), diretrizes
pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos
currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
dos(as) alunos(as) para cada ano do Ensino Fundamental e Médio,
respeitadas as diversidades regional, estadual e local (BRASIL, 2014).

Fundamentos pedagógicos da BNCC:


• Foco nas competências
O foco no desenvolvimento de competências tem orientado a maioria dos Estados
e Municípios brasileiros em diferentes países na construção de seus currículos. É esse
também o enfoque adotado nas avaliações internacionais da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que coordena o Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), e da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), que
instituiu o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação para a
América Latina (LLECE, na sigla em espanhol).

Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem


estar orientadas para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara
do que os alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando
a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho).

• Compromisso com a educação integral


A BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação
integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao
desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não

Legislação Educacional 43
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linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam


ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir
uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto –
considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada
ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades
e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia
inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito
e respeito às diferenças e diversidades.

• Pacto interfederativo e a implementação da BNCC (igualdade, diversidade e


equidade)
No Brasil, um país caracterizado pela autonomia dos entes federados, acentuada
diversidade cultural e profundas desigualdades sociais, os sistemas e redes de ensino
devem construir currículos, e as escolas precisam elaborar propostas pedagógicas que
considerem as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, assim
como suas identidades linguísticas, étnicas e culturais, portanto, a igualdade educacional
sobre a qual as singularidades devem ser consideradas e atendidas. Essa igualdade
deve valer também para as oportunidades de ingresso e permanência em uma escola
de Educação Básica.

O Brasil, ao longo de sua história, naturalizou desigualdades educacionais em


relação ao acesso à escola, à permanência dos estudantes e ao seu aprendizado. Para
isso, os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se planejar com
um claro foco na equidade, que pressupõe reconhecer que as necessidades dos
estudantes são diferentes.

No link abaixo é possível acessar a BNCC completa.


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versa
ofinal_site.pdf

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9. A FORMAÇÃO E A CARREIRA DOCENTE NA LEGISLAÇÃO

Ao longo da história da educação brasileira, os professores vivenciaram vários


entendimentos sobre seu papel. Na escola tradicional, o professor, possuía um certo
status na comunidade, mesmo sem formação, era alguém que detinha de uma vocação.
Ensinar era uma missão, um sacerdócio. Diante disso, os ganhos são eram o mais
importante. As mulheres dominavam a educação e não possuíam uma carreira
institucionalizada, elas exerciam sua vocação durante meio período, e conseguiam
assim ainda cuidar da família e auxiliar no orçamento doméstico.

Na década de 1970, a Lei 5.692/71 instituiu a carreira de professor baseada na


qualificação e não em função do grau de atuação. Os cursos passaram a ser chamados
de magistérios e tinham início os concursos públicos, a organização de associações e
confederações. A ditadura não permitiu a sindicalização, mas houveram muitas greves
pela luta de melhores condições de trabalho.

Após a Constituição Federal de 1988 os professores puderam se sindicalizar e a


valorização dos profissionais tornou-se um princípio garantido por lei, com planos de
carreira, piso salarial e ingresso exclusivo por concurso público.

A LDB (Lei N. 9.394/96) reiterou o princípio da valorização dos professores,


assegurando a promoção de uma carreira dos profissionais da educação. A formação de
professores da Educação infantil e dos anos iniciais do Ensino fundamental passou a ser
feita preferencialmente em nível superior, com graduação plena, a exemplo dos outros
professores da Educação básica.

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos
superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério
na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida
em nível médio, na modalidade Normal.

Legislação Educacional 48
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Essa exigência deveria ser organizada em todas as instituições de ensino do


Brasil. E por isso, os professores que já atuavam deveriam buscar a formação superior.
A formação pode ser feita tanto em cursos regulares como a distância.

A LDB (Lei N. 9.394/96) também estabeleceu as incumbências dos professores e


os princípios dos sistemas de ensino.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:


I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade.

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme
os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.

Apesar do esforço de décadas, nem todas as escolas possuíam a sua Proposta


Pedagógica. Algumas escolas haviam adotado planos de outras instituições, ou ainda
contratavam especialistas, que não conheciam o contexto ali encontrado para a
elaboração de uma proposta. Havia, além disso, a necessidade de retomar o processo
de planejamento da escola, exercendo a autonomia presente, consolidada pela
legislação.

Legislação Educacional 49
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Os sistemas estaduais e municipais, diante da postura da nova LDB, tiveram que


se reorganizar e orientar suas escolas, públicas e particulares, para que se adequassem
aos preceitos legais.

A elaboração da Proposta pedagógica de uma escola, de qualquer uma das


etapas da Educação básica (Educação infantil, Ensino fundamental e Ensino médio)
exige o conhecimento básico da legislação educacional e de aspectos administrativos,
pedagógicos e financeiros. Cada comunidade escolar, ao elaborar e executar seu Projeto
Político Pedagógico deve conhecer o perfil do corpo docente (formação e experiência
pedagógica dos professores), e da equipe de funcionários (compromisso social e
competência técnica), analisar os resultados quantitativos e qualitativos alcançados
pelos alunos nos anos anteriores, levantar as necessidades físicas da estrutura do prédio
escolar e de seus equipamentos, pesquisar as características geográficas, históricas e
sociais da comunidade onde a escola se localiza, definir a concepção de escola que
atenderá melhor as necessidades e finalmente, colocar em prática as estratégias de
implementação que foram decididas e assumidas por todos os envolvidos no
planejamento. E ainda, uma avaliação deve permear todo o processo, para que
problemas e dificuldades sejam resolvidos ou que alguma ação seja replanejada.

Resumidamente, o Projeto político pedagógico envolve: a finalidade da escola,


sua estrutura organizacional, os dados estatísticos de desempenho dos alunos, o perfil
do corpo docente, o planejamento curricular, o calendário escolar, os processos
decisórios (administração, supervisão, orientação pedagógica), e a avaliação constante.

As finalidades da escola devem apresentar, além da meta de formação integral


dos alunos, as dimensões culturais, políticas, sociais e humanísticas. O importante é
decidir, coletivamente, o que se quer reforçar dentro da escola, detalhando as finalidades
para se conseguir um processo ensino-aprendizagem bem-sucedido e se forma o
cidadão crítico, envolvido com a realidade de seu tempo.

A participação do professor em momentos de planejamento coletivo como a


elaboração da proposta pedagógica da escola, foi uma vitória na luta pela valorização do
professor, que faz parte da comunidade escolar. As discussões e troca de experiências
destes momentos coletivos faz com que o professor se sinta parte do ambiente escolar,

Legislação Educacional 50
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

entenda melhor as dificuldades e a realidade de todos ali envolvido. Além disso, promove
um sentimento de pertencimento e cumplicidade entre todos. O que é importantíssimo
para os momentos de estresse e desmotivação comuns a qualquer ambiente de trabalho.

Legislação Educacional 51

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