GUIA DA
DISCIPLINA
2022
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância
1. A LINGUAGEM
Objetivo:
Refletir sobre o conceito de linguagem e signo linguístico.
Introdução:
Desde que a humanidade percebeu as circunstâncias inerentes à vida em
sociedade, viu-se diante da necessidade de comunicar aquilo que sente, pensa, observa,
registra e interpreta do mundo. Todo esse processo de compartilhamento é bastante
complexo, e por isso o homem criou (e ainda cria) formas dinâmicas de representar sua
realidade, estabelecendo signos capazes de explicar e sintetizar suas ideias. O conjunto
desses signos, chama-se LINGUAGEM.
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Fonologia e Fonética
A Gramática Normativa estabelece uma área específica para o estudo do aspecto
sonoro das palavras: a FONOLOGIA.
FONOLOGIA uma área de estudo que abrange desde a identidade do som até a
interpretação da substância de um fonema. Essa área, no entanto, surgiu apenas no início
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A maior parte da literatura que trata de Fonética e Fonologia vem tentando fazer
uma distinção entre elas que não tem convencido aqueles que se aventuram
nessas áreas. Primeiramente, deve-se dizer que tanto a Fonética quanto a
Fonologia têm como objeto de estudo os sons da fala. Ou melhor dizendo, tanto a
fonética quanto a fonologia investigam como os seres humanos produzem e
ouvem os sons da fala. Em segundo lugar, deve-se observar que é difícil, senão
impossível, fazer fonologia sem antes entender de (ou fazer) fonética. É preciso,
então, conhecer um pouco mais sobre o status de cada uma dessas subáreas,
sem tentar fazer uma distinção simplista de suas funções ou modos de ação.
(SEARA,2011)
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Cabe frisar que o fonema não é qualquer som isolado e aleatório. Para ganhar
status de fonema, em nosso estudo, é preciso que esse som estabeleça distinções
significativas entre palavras. Observe:
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E
sse
s
obstáculos acontecem pela articulação de dentes, úvula, alvéolos, palato (céu da boca),
língua e lábios.
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A produção dos sons que usamos para falar chama-se FONAÇÃO e acontece pela
ação conjunta de órgãos pertencentes ao aparelho digestório e ao aparelho respiratório,
aliados às pregas vocais (também conhecidas como cordas vocais) e à glote. A esse
conjunto chamamos APARELHO FONADOR, porque produz som (phono), voz.
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Outro aspecto da fala, considera que modo como esses sons são produzidos e
articulados envolvem um código lógico (sons inteligíveis) segundo a cultura do indivíduo
falante. Isso significa que todo ser humano produz sons, mas a maneira como esses sons
são articulados é determinada também pelo idioma utilizado para a comunicação.
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pAtocabEçaamIgopOtecafUné
ORAL
É o som expelido livremente pela boca
anÃoparEnteÍndio OntemmUndo
NASAL
É o som expelido pela boca e pelas fossas nasais
2. Quanto à intensidade do som produzido, a vogal pode ser tônica ou átona (há
também uma classificação bastante específica de vogal subtônica).
subtônica (só aparece em palavras derivadas)- é a vogal que era tônica na palavra
primitiva, mas perde força na derivada Ex: CAFEZINHO
3. Quanto ao timbre do som emitido, uma vogal pode ser aberta ou fechada.
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oclusivas constritivas
na fonação, há um obstáculo total à saída do ar pela na fonação, há um obstáculo parcial à saída do ar.
boca, com uma abertura rápida. Subdividem-se em fricativas, laterias e vibrantes
bilabiais labiodentais
há o contato dos lábios superior e inferior. há contato do lábio inferior e os dentes incisivos.
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linguodentais alveolares
há aproximação da língua e os dentes superiores. há aproximação da língua com os alvéolos.
palatais velares
acontece a aproximação do dorso da língua com o acontece a aproximação da parte posterior da
céu da boca (palato duro). língua com o véu palatino (palato mole).
4. Quanto aopapel das cavidades bucal e nasal, as consoantes podem ser orais ou
nasais.
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3. PROSÓDIA E ENTOAÇÃO
O estudo da fonação, como vimos na aula anterior, envolve muitos aspectos físicos
e articulatórios, mas não apenas isso. A produção da fala não pode ignorar fatores
culturais e ambientais do falante, e desse modo, envolvem-se nessa produção os tipos de
fala, os sotaques, os ritmos e os acentos do falante: esse é o objeto de observação da
Prosódia, área de estudo da Fonética que se dedica à conservação da pronúncia e das
variações melódicas da fala.
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O ditongo é o encontro de dois ( di-) sons vocálicos lado a lado, na mesma sílaba.
No entanto, um desses sons tem pronúncia mais fraca, e por isso é chamado de
semivogal.
Observe que o segmento pode organizar-se do som mais forte para o som mais
fraco (vogal + semivogal) ou do som mais fraco para o som mais forte (semivogal +
vogal). No primeiro caso, denomina-se ditongo decrescente (devido à diminuição do
tom na fonação), e no segundo caso denomina-se ditongo crescente (devido ao aumento
do tom na fonação).
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O princípio geral do AFI é fornecer um símbolo para cada som ou segmento de fala
distinto. Os símbolos foram criados a partir das letras dos alfabetos grego e romano,
algumas derivadas e alguns símbolos não pertencem a língua nenhuma.
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Não existe um alfabeto fonético brasileiro, uma vez que o AFI padroniza os símbolos
para cada som produzido em qualquer idioma. Sendo assim, cada língua utiliza apenas os
símbolos dos sons que pertencem ao seu conjunto fonético.
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É possível usar os símbolos do AFI para transcrever os sons da fala sob diferentes
níveis de precisão:
Compare:
5. FONEMA
Nas aulas anteriores abordamos o som sob seus aspectos articulatórios, e demos
ênfase à perspectiva da fonética – o fone.
Essa perspectiva, no entanto, precisa ser ampliada à medida que percebemos que
o fone é o aspecto físico do som, mas que este carrega consigo o aspecto abstrato
quando participa da linguagem e compõe significado.
Esse fone com aspecto distintivo chama-se fonema. Ou seja: um fone (som) é
considerado fonema em caso de contraste que indique mudança de significado.
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5.2. Alofones
No início dessa aula vimos que considera-se fonema o fone que é capaz de
diferenciar significado.
Agora, observe:
rep
res
Alofones são variantes fonológicas de um mesmo fonema.
ent
ação dos alofones é feita entre colchetes por tratar-se de uma transcrição restrita.
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Pares mínimos são palavras que podem causar dúvida na pronúncia mas de
significado diferente, distintas por apenas umaúnica diferença fonológica (ou um ponto de
articulação, ou um vozeamento, por exemplo).
5.4. Arquifonema
Como já vimos, a representação de variantes sonoras chama-se alofone e é
representada em uma transcrição restrita. O fonema ao qual se referem essas variantes
chama-se ARQUIFONEMA e funciona como uma representação genérica dos alofones,
ao que chamamos de neutralização (usa-se um símbolo “neutro”, que representa
qualquer um dos alofones possíveis). Relembre o exemplo da transcrição feita da palavra
“coração” em suas variantes de pronúncia em São Paulo e em Salvador:
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Antes de mais nada, é preciso frisar que trataremos aqui de fonemas vogais, e não
de letras. Ortograficamente há 5 letras vogais: a, e, i, o, u. Porém, foneticamente
percebemos 12 fonemas vogais.
Observe:
7
fonemas
vogais orais
7 orais +5 nasais = 12
5.6. Semivogais
O estudo dos segmentos vocálicos em português do Brasil revela que os sons
vogais [ i ] e [ u ]nem sempre são pronunciados como tônicos, e portanto não ocupam o
papel de centro de uma sílaba.
Essa pronúncia mais “fraca” acontece sempre que [ i ] e [u] acompanharem outro
som vogal tônico, formando um ditongo.
Para a transcrição fonológica desses sons, usa-se [y] para o “i” fraco, e [w] para o
som de “u” fraco.Observe:
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As sílabas são o suporte da fala e são preenchidas por segmentos fonéticos. Cada
língua tem um modo especial de preencher as sílabas em função das suas
necessidades estruturais.
(CAGLIARI, 1981)
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Exemplificando:
coração
CURIOSIDADE:
A palavra coda vem do latim coda, -ae. Pronuncia-se
É um substantivo feminino e pode significar:
1. [Antigo] Parte traseira. = CAUDA, RETAGUARDA
2. [Fonética] Parte final de uma sílaba, posterior ao núcleo.
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Vejamos o quadro a seguir que resume a organização dos fonemas dentro das
sílabas em português (combinações possíveis dentro das sílabas). Considere ( V ) vogal
e (C ) consoante:
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Importante frisar que essa aula refere-se à estrutura da sílaba segundo o sistema
fonológico do português. Cada língua estrutura a sílaba de maneira diferente,e há casos
em que o núcleo da sílaba pode não ser uma vogal.
V É
C+V Casa O quadro ao
Estudos
lado considera os
apontam que a V+C Arte
estudos de
sílaba C+V é a C+V+ Paulo
BLEVINS (2006),
mais frequente V em que a autora
na língua C+C+ brando atribui aos fonemas
portuguesa, por
V+C semivogais o
isso é status de vogais, e
C+C+ Plano
chamada para a estrutura
de V
podem ser
SÍLABA C+V+ Turma representados por
CANÔNICA. C seus arquifones
C+C+ transtorn (vogais).
V+C+C o
C+C+ claustro
V+V+C
C+V+ Coimbra
V+C
C+V+ Uruguai
V+V
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sílaba na fala e na escrita. Se, do ponto de vista da escrita, a palavra cha-ve apresenta
uma sílaba CCV e outra CV, do ponto de vista da fala, apresenta duas sílabas CV, tendo
em vista que é pronunciada como “xa-vi” na maior parte do país. Desse fato é que pode
ocorrer uma interferência da fala sobre a escrita do aprendiz, de modo que ele grafe duas
sílabas CV (“xavi”) e não uma CCV e outra CV para chave.
Seguindo esse raciocínio, a escrita da palavra xale – que tanto na fala como na
escrita apresenta a mesma estrutura silábica (duas sílabas CV) – tenderia a ser mais fácil
do que a escrita de chave. Acrescenta-se, ainda, a necessidade de reflexão sobre a
divisão silábica indicando os diferentes critérios que são aplicados na escrita e na fala.
Um caso típico é o da regra que indica que, na escrita, ao final de uma linha, quando
dividimos uma palavra, os dígrafos ‘rr’ e ‘ss’ não ficam na mesma sílaba. Assim a palavra
‘carro’, por exemplo, seria dividida como ‘car-ro’. Essa divisão, no entanto, não implica
que, na fala, a primeira sílaba seja CVC. Aqui, como em vários casos de convenções,
tem-se um procedimento ortográfico e não fonológico.”
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7. A FONÉTICA DO INGLÊS
7.1. História
Os compêndios produzidos para o ensino de língua inglesa do século XVIII já
mostravam uma preocupação com a parte fonética, uma vez que os estudos geralmente
eram iniciados com uma tentativa em se trabalhar o som das letras e, a seguir, das
sílabas e palavras do inglês. A sistematização da representação desses sons e a
consequente representação por símbolos fonéticos, no entanto, foi percebida no final do
século XIX, com o movimento de reforma dos estudos da língua inglesa. Entre os
princípios da reforma, destacam-se a reconhecida primazia da fala, a centralidade do
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7.4. ConsonantSounds
De acordo com o vozeamento, os sons consonantais podem ser vozeados (voiced)
ou não-vozeados (unvoiced / voiceless). Quandoo fluxo de ar passar pela laringe, na
altura das cordas vocais, o estreitamento da glote faz com que o som produzido seja
vozeado, enquanto que a abertura da glote faz com que haja pouco atrito nessa região e
o som produzido seja não-vozeado, ou seja, sem vibração das cordas vocais.
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Existem vogais longas e vogais curtas. As longas, como o próprio nome assinala,
são aquelas com uma duração maior para a sua pronunciação, enquanto que as curtas
são pronunciadas rapidamente. Analisando as vogais que são encontradas em pares, é
fácil percebermos essa distinção. As vogais longas são representadas por dois pontos.
Vejam o exemplo: a./i:/ - seat (vogal longa)b./I/ - sit (vogal curta
/ʌ/: Este fonema é uma vogal curta perto de “a”. Muitas vezes, em inglês, ele é
associado ao grafema “o” na frente das consoantes “w” ou “c” e depois de um “n”
/eɪ/
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Este ditongo é geralmente associado aos seguintes grafemas: o “a” em cake, o “ai”
no brain, o “ay” em play, o “ei” em eight, o “ey” em they e o “ea” no break.
Exemplos: way (caminho) /wei/, tosay (falar) /to sei/, main (principal)/mein/, lane
(faixa)/lein/, face (face)/feis/, day (dia)/dei/
/ai/
Exemplos: mild (suave) /maild/, night (noite) /nait/, fight (briga)/fait/, right
(direito)/rait/, high (alto) /haɪ/, mind (mente) /maind/
Outros Exemplos:
price (preço) /praɪs/, totry (tentar) /totraɪ/, mine (meu) /maɪn/, eye (olho) /aɪ/
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A maioria dos alunos que apresenta dificuldade na escrita, não tem problemas em
entender ou falar palavras com sons trocados. Isto é, ao ouvirem, por exemplo, alguém
falar “pote”, não a confunde com “bote”, assim como, ao se expressarem oralmente,
articulam bem uma e outra palavra.
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Assim, pode-se propiciar ao aluno atividades que o auxiliem a realizar essa análise.
Ao fazer confronto com as diferentes formas de escrita (FACA e VACA, por exemplo) e ao
evidenciar as correspondências letras /som o aluno se dará conta de que, em nosso
sistema de escrita, existe uma única e definida letra para notar o som em questão.
Alguns linguistas propõem que só se trata duas classes de sons como fonemas
distintos se comutar essas classes entre si, gerando enunciados diferentes. Por exemplo:
a classe dos sons representados por /p/ é um fonema distinto de /b/ em português porque
pato e bato são palavras com sentidos diferentes. Embora tenham várias características
fonéticas em comum, /p/ e /b/ são fonemas distintos no português porque a diferença
entre eles é usada na estrutura do idioma para criar enunciados distintos.
Lidar com os fatos da língua como fatos da língua, realidades passíveis de serem
atestadas no convívio social, pode auxiliar o professor a encontrar essas formas de lidar
com as diferenças, de aproveitar os aspectos culturais em sala de aula. Tal
aproveitamento, por sua vez, além de proporcionar a valorização dos saberes do
educando, também tende a proporcionar novas discussões, a motivar o diálogo em sala
de aula, a expandir a reflexão sobre a linguagem a outros níveis, mediante a identificação
de outros aspectos até então não reconhecidos
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9. ATIVIDADES PRÁTICAS
Nessa aula, vamos propor algumas atividades para você refletir sobre seus
conhecimentos da disciplina e que poderão auxiliá-lo em sua prática docente.
(ENEM-2010) Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o
ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a
pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as
variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais
variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo
mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer
perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do
falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um
duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu… Já os paraibanos
trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer. [Queiroz, R.
O Estado de São Paulo. 9 maio 1998 (fragmento adaptado).]
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Não é a mesma coisa que poesia sonora, algo que muitas vezes causa confusão
nas pessoas, no entanto as duas possuem diferenças que, se bem analisadas,
irãomostrar que as distinções são bastante válidas e deefeitos significativos
Na sua origem a poesia possui o fonetismo. A voz é usada, sendo que há muito
tempo as mesmas eram expressas oralmente, por declamação, sendo que alguns artistas
da época eram conhecidos por declamar poemas com extrema habilidade.
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Estes efeitos da sintaxe sobre a fonologia têm vindo a ser estudados, mas também
épossível a influência contrária e termos princípios fonológicos que restringem o número
de representações sintáticas.
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