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O QUE É UMA ESCOLA JUSTA?

A igualdade meritocrática das


oportunidades

A igualdade das oportunidades e a valorização do mérito


supõe conciliar dois princípios:
A igualdade entre os indivíduos

A divisão do trabalho necessária a todas as sociedades


modernas.

As desigualdades estabelecidas pelo nascimento e pela


herança são injustas
Somente a igualdade das oportunidades estabelece as
desigualdades justas
Competição por diplomas e posições sociais.
A igualdade das oportunidades é individualmente justa
e coletivamente útil.
Do elitismo republicano à igualdade das
oportunidades

Obstáculos à igualdade das oportunidades

Como explicar o impacto das desigualdades


sociais sobre as desigualdades escolares?

O árbitro não é imparcial

A crueldade do mérito

O mérito existe verdadeiramente?


A igualdade distributiva das
oportunidades

Uma ficção necessária


A igualdade das oportunidades mobiliza princípios de
justiça e postulados morais fundamentais numa
sociedade democrática

A igualdade da oferta

A distribuição das oportunidades escolares

Como traçar a fronteira entre as desigualdades injustas


e o “verdadeiro mérito” que seria a expressão da
liberdade e da igualdade fundamental dos indivíduos?
A igualdade social das oportunidades

Uma escola justa:

Olhar outros aspectos da justiça e não se


fixar apenas no mérito e na distribuição das
oportunidades.

O que se deve garantir a todos, isto é aos


mais fracos?

Uma escolha política


A igualdade individual das oportunidades

Os efeitos sociais das desigualdades escolares


são justos?

Formar indivíduos e sujeitos

Uma escola justa não pode se limitar a


construir uma competição eqüitativa, deve
também tratar os perdedores de maneira justa
a fim de que não sejam levados pela
humilhação, pela agressão e pelo ódio de si
mesmos.
EDUCAÇÃO ESCOLAR
JUSTIÇA SOCIAL

Ione Ribeiro Valle


UFSC/CNPq
Grandes transformações têm abalado princípios-

pilares das sociedades modernas, como a justiça, a

democracia, a igualdade, a liberdade, a

meritocracia, reavivando velhas tensões entre o

singular e o universal, o indivíduo e a sociedade, o

bem e o bom, a quantidade e a qualidade.


Para caracterizar uma escola justa, recorremos aos

conceitos de justiça e de injustiça numa perspectiva

relacional, pois só se pode pensar em mudanças

escolares tendo como referência as bases sociais das

injustiças educacionais.
JUSTIÇA

John Rawls (1921-2002)

Michael Walzer (1906-1981)

INJUSTIÇA

Barrington Moore Jr. (1913-2005)

François Dubet (1946-)


CRER NA JUSTIÇA, MAS TEMER AS
INJUSTIÇAS
Justiça vem da antiguidade clássica, é reformulado pelos
iluministas na perspectiva da racionalidade e chega aos dias de
hoje marcado por um profundo relativismo.

Os princípios de justiça se multiplicam e se diversificam, a


reciprocidade se sobrepõe à lei, a motivação pessoal deixa de ser
um simples reflexo das expectativas dos outros, a moral não é
mais uma realidade dada, direitos e deveres são inseparáveis.
O IDEAL DE JUSTIÇA
1. Em “Uma teoria da justiça” (1971/1997), John
Rawls mobiliza a noção de “justiça como
equidade”, inspirando-se nas teorias do contrato
social.

2. Em “Esferas da justiça: uma defesa do


pluralismo e da igualdade” (1983/2003), Michael
Walzer desenvolve a ideia de uma “sociedade
complexamente igualitária”, procurando
redefinir uma moral de fundo aristotélico,
fundada em virtudes e não em princípios
universais.
A AMEAÇA DA AMBIGUIDADE
1. Em “Injustiça: As bases sociais da obediência e da
revolta” (1978/1987), Barrington Moore Jr., discute o
sentido de injustiça, a partir de um estudo rigoroso –
e amplo – das condições sociais e históricas nas quais
a indignação moral manifesta-se com maior
intensidade ao longo dos séculos XIX e XX.

2. Em “Injustiças: A experiência das desigualdades no


trabalho” (2006), François Dubet enfoca temas como:
justiça, trabalho, educação, identidades profissionais,
trajetórias escolares, impactos da formação
profissional nos sentimentos dos trabalhadores .
PRINCÍPIOS-CHAVES:

Igualdade de oportunidades
Meritocracia escolar
IGUALDADE

IGUALDADE DOS DIREITOS

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

EQUIDADE
JUSTIÇA ESCOLAR:
UM CONCEITO EM CONSTRUÇÃO

A noção de justiça escolar aparece como um apelo à


criatividade, à mudança, à mobilização, como um
avatar das políticas para a educação e, dessa forma,
desafia pesquisadores, professores e
administradores dos sistemas de ensino.
DESAFIOS...

Como enfrentar as desigualdades e resistir às práticas de


reprodução social?
Como se posicionar face à unidade da ciência e à pluralidade
das culturas?
Que fins deve perseguir a escola?
Que saberes ensinar?
Como distinguir a meritocracia escolar tal como a percebem os
indivíduos da meritocracia escolar efetivada nos sistemas de
ensino?
Como formar o corpo docente e se preparar para o avanço
sem precedentes da tecnologia?...

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