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Catalogação-na-Publicação
Câmara Brasileira do Liwo' SP
Piaget,
- Jean, 189G1980.
P«2e -"li' ipiiíemotogia genética / Sabedoria e ilusões da filoso-
2.ed. riu ; í.úiãmás á""priõtogia genética; Jeqr Pia-get : tradueõ-el de
úàíttuna"t C. Caixeiro, Zilãa ebujamra Daeir, Celia E' A' Di Piero'
2. ed. São Paulo : Abril Cultural, 1983.
- - Os pensadores
l.Cognição(Psicologiainfantil)2.Filosofia3.Inteligência
+. pensãmãntà 5. Piaget, Jean, 1896-1980 6' Psicologia--se1étiga
i. ifiiiiãiÃipistemotoigiá genética. II. Título: Sabedoria e ilusÕes da
flosona. III. Título: Piobl-emas de psicologia genética. IV. Série.
cDD-155.413
-100
-ts0.92
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83-0262
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d os estados I fontes
"iã Piaget propóe ô retorno às 1
ou rigorosos;;. i*-out'us palav.ras'
lil
;, 1:]i:
{
Dos moluscos à lógica formal x
I
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:::-
doutorando-se três anos depois com uma tese sobre os Ê.rilr !i--: -:
p)': -:-
Valois. Os estudos de biologia fizeram-no suspeitar de que cs
sos de conhecimento poderiam depender dos mecanismc) ::
equilíbrio orgânico; por outro lado, Piaget convenceu-se de que tar::
as aÇões externas quanto os processos de pensamento admitem
'l
uTna
do
organização logica. Elaborou, então, um ensaio sobre o equilíbrio
: -.,1 -
teoria da Cesta/t' que
:-l'
toão e suas partes, sem entretanto conhecer a
na
se ocupava áo -"rrno problema e iá havia alcançado celebridade
i't!.
Alemanha.
--:r- óu Neuchâtel, Piaget foi para Zurique, onde passou alguns me-
,u, psicologla nos laboratórios de C' E Lipps e Wres-chner
"itudundo
e na clínica psiquiátriãa de Bleuler (1557-1939). Esses estudos f irma-
a:l útil
ram-lhe a convicção de que a psicologia experimental poderia ser
Il- Dirigiu-s-e então a Paris,
bastante para sua uo.uçào de epistemólogo.
ãnã" f ilosof ia'com André Lalanãe Ís674936) e trabalhou
:rie
com a"t1üaou
padronização do teste de raciocínio de Burt, no laboratório
:'3-
criado por Alf red Binet (1875-1911). Lalande interessou-se por seus es-
üJ;t, cuios resultados foram publicados numa série de quatro de
arti-
que o
gàs, 1921 e1922. Nessa época, Piaget convenceu-se
:r as "ntré
Zãáinná pura conciliar a f ilosofia e a psic-o_logia deveria ser. buscado
:aS
na exoerimentação. Um de seus trabaihos desse período foi publica- rffi
,--ta
ã; il-Àt;;;uoi ae Psicologia de Cenebra, e Claparêde (1873-1940)'o . tà,
-):l- ":t
que
seui estudos sobre a criança, iniciando uma série de trabalhos
. -.1^ lhe deram fama mundial.
'Emlg25,PiagetfoinomeadotitulardeFilosofiaemNeuchâtel'
: aa
onde lecionou atãt929, dando também aulas de psicologia e socio-
iogiu, ,", deixar a investigação experimental sobre lógica e ontolo-
: : t-
ti ril rlrlli;llilliirlliiilil,ii,liiruu,uud.r* r
FlF'
PIAGET
A noção de "egocentrismo"
noção de
temologia genetica de Piaget, porque implica a_ noção de centração e I
descentração, isto é, a capãcidade da criança de considerar a realida-
de externa e os obietos como diferentes de si mesma e de um ponto .J
de vista diverso do seu. O egocentrismo na linguagem infantil impli-
ca a ausência da necessidadê, por parte da criança, de explicar aqui- í,
lo que diz, por ter certeza de estar sendo compreendida Da mesma ")t
i"-t
VIDA E OBRA XI
lto r favor de uma socialização progress1vq dq pensg.qsnto; somente com
mo
gssa _{esçeni[@q_dã§Tõçõés, a criança poããThGsar ao estágio da
]u i-
1 lógica operacional.
em - Do põniôddvista do juízo moral observa-se que, a princípio, a
.
O nascimento da inteligência
das estruturas inte-
dn orocesso de formação
r- ^ ^-4lico d?H;.,", a
Em toda a análise desempenha q1p;l f undamental
ããad:res:eic,':""";""i;:$Hâ"ià;;",*"ç_1-'a"","T;:Il"rff§i
l'J,l'll, l,:T i" :4 i:3;#"' ;L ;"i "t"" " i ã a
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lógico' Piaget anatlsa
l
vlDA E oBRÂ XI
dação do estágio sensório.motor, em função das categorias do obleto cl
substância, espaço, causalidade e tempo.
s comple' Quanto ao objeto, as investigaçÕes de Piaget mostram que, du-
riceversa. rante as primeiras fases do desenvolvimento, a criança não percebe o
ntre esses universo em seu redor como se fosse constituído por objetos substan-
I estático, ciais, permanentes e de dimensões constantes; pelo contrário, ela se
; precisos, comporta como se estivesse frente a um mundo sem objetos e no
, gue pos- qual o próprio espaço constituísse um meio sólido. Trata-se de um
le atender mundo de quadros perceptivos, cuja única realidade é a própria
s, para as criança e suas açóes. O sujeito funciona como um sistema organiza-
dor do universo, evoluindo de acordo com o aumento da complexi-
dade das atividades de assimilaçáo. Partindo da não-distinção entre
, ela mesma e os objetos, a criança passa a distinguir progressivamen-
te os objetos que estão em sua presença e, depois, começa a relacio-
nar entre si os vários obletos que a.parecem em espaços já diferencia-
t nIt
b dos, ora, presentes, ora sylg$gyí{o final do estágio sensóriomotor,
uras inte- l. r
tr
,'pela separação entre aÇâo e peícepçáo, a criança torna-se capaz da
rmental a 'noção de objeto permanente e idêntico a si mesmo, ainda que ele
get como tpt!1,,g\ não esteja mais presente e sendo manipulado por ela.
/<t/ tnfV
Y" ,//'
) aspecto:
if\// Do ponto de vista do espaço, a coordenação sucessiva das ações
leva a criança, progressivamente, a conceber aqueles espaços indivi-
s estágios duais e separados do início do seu desenvolvimento como um único
(do nasci- espaço, no qual ela se desloca como os objetos, considerando a si
gios: o de mesma como um objeto, embora diferente dos demais.
r)eode Quanto à causalidade, Piaget mostra como essa noção funda-
).A partir mental para a ciência liga-se, no estágio sensório.motor, às relações
da lógica temporais. Durante os dois primeiros sub-estágios, tudo sucede como
de maior se o tempo se reduzisse exclusivamente às impressões de espera, de
a de uma desejo, de êxito ou de fracasso, existindo um princípio de sucessão, li-
). gado ao desenvovlvimento das diferentes fases de um mesmo ato.
bmotora São as séries temporais práticas: os atos da criança sucedem-se uns
estão de- aos outros, mas nada lhe permite reconstruir sua própria história. Du-
de esque- rante os sub-estágios seguintes, estabeleceram-se modif icações nessa
xlrecer as concepção, surgindo as séries temporais subjetivas: a criança não per-
e da aco- cebe ainda a ordem dos Íenômenos a não ser quando ela mesma é a
de repeti- causa desses fenômenos, de modo que ainda continua sendo incapaz
DS esque- de conceber a história de seu universo, independentemente da
ações ex- própria ação, e não havendo, portanto, um tempo objetivo para ela.
ryetições Só a partir do quarto sub-estágio é que começa a progredir uma visão
r interes- mais objetiva do mundo, aparecendo já no quinto sub-estágio uma
, há apli- ordenação do tempo, não aplicável somente às ações, mas, em
was. No princípio, a todo o campo perceptlvo, (séries temporais ob1'etivas). No
s com os último subestágio aparecem as séries representativas, quando a
er certas criança é capaz de recordar fatos não ligados à percepção direta,
ce a pos- mas acontecidos no passado. lsso não signif ica que esses fatos sejam
ental ou corretamente seriados, nem que a avaliação da duração seja exata,
ça quali- mas sim que essas operações tornam-se possíveis porque desse mo-
) motora mento em diante a duração subjetiva vai cada vez mais situar-se em
rrclaçAo com a duração das coisas, possibilitando, por sua vez, a orde-
samento nação dos movimentos no tempo e sua medida em relação com pon-
ilrça no tos de referência exteriores.
XIV PTAGET
inte.
(dois As operações lógico'Íormais\l V; "! < K' '*'*-^ f i'1"'' '! ; \ i I '
rreci-
os) é As operações lógicas surgem somente quando o pensamento da
epre. criança torna-se reversível, ou seja, quando ela é capaz de admitir a
con- possibilidade de se efetuar a operação contrária, ou voltar ao início
a so- da operação/ Admitindo, por exemplo, que A é igual a B, a criança
odo deve admiti'r que B é igual a A. Essa ida e volta do pensamento não
lgua- acontece no período pré-lógico porque nâo existe seqüência lógica
io da nas ações da criança.
;e re. Quando o pensamento infantil torna-se reversível, por volta dos
s pri- 7 ou 8 anos, inicia-se o sub.estágio das operações lógicoconcretas.
rgue- Segue.se a ele, a partir dos onze ou doze anos, o estágio das opera-
ican- ções lógicoformais. A operatividade marca a possibilidade da crian-
'iaget ça agir, consistente e logicamente, em função das implicações de
eem suas idéias. A organização das açóes mentais em pensamento ope-
o de. ratório pode ser descrita em termos de grupos matemáticos e agrupa-
as di- mentos lógicos e, mais tarde (no estágio formal), em termos de agru-
:um
$di- ítKe - [fuariâIT:?:,:;J:5","L:,i:il:;',,:',"i."i1i"r1",ãli]1i"'l*'ffi*'fl::
rutro v * ,v)
'--;.'Qi:',.4é*v , I+: temática de classe. No sub,estágio das operações concretas. as rela-
eter- ' rr'ções entre as classes somente podem ser compreendidas quando
)um apresentarem evidência concreta, isto é, estejam presentes no campo
rcm- perceptivo. Mas no período das operações formais a criança pode
af ir- realizar as relações possíveis, de modo a prever as situações ne-
3 0r- cessárias para provar uma hipótese. Essa é, precisamente, a carac-
das terística do método experimental na ciência.
uras A lógica das proposições, possíveis combinaçóes de classe, bem
tÍno como o grupo de transformações INBC (operação lnversa, Negativa,
:ito Recíproca e Contrária) são a parteTínal da epistemologia genética de
lda Piaget. A partir da experimentação com as operações lógicas, com a
loe noção de reversibilidade, com os grupos matemáticos e os agrupa-
nas mentos de classe. e com as transformações lógicas INRC, Piaget in-
;rs- cursiona no campo da formalização lógico-matemática.
em A partir da fundaçâo do Centro lnternacional de Epistemologia
Cenética, em Cenebra, cientistas e lógicos de todo o mundo têm-se
rdo ocupado da pormenorização e aperfeiçoamento do processo genéti-
tÊI: ,
co, descrito por Piaget, e de suas relações com os principais concei-
ún- l
tos da ciência contemporâneafom isso, tornou-se realidade seu de'
arn l
selo de criação dos "métodos'de controle", indispensáveis para legiti-
to. mar a verdade, bem como dar nova dimensão ao problema das rela-
in- çóes entre a ciência propriamente dita e a filosofia. Piaget procurou,
os assim, evitar que a f ilosofia, através da pura especulação, mantenha
re o status de dona absoluta da verdade, já que deve haver uma corre-
ris, lação epistêmica entre teorias e fat
EI.
)a
)5,
XVI PrAcEr
Cronologia
1896 - Em Neuchâtel, Suíça, a 9 de agosto, nasce lean Piaget.
1915 Licencia-se pela Universidade de Neucháte/.
-
1925 - Torna-se proÍessor titular de ÍilosoÍia na mesma universidade.
1929 É nomeado diretor do Departamento lnternacional de Educação.
1932
- Publica Le Jugement Moral Chez l'EnÍant.
-
1936
- Publica La Naissance de l'lntelligence chez l'Enfant. No rnesmo
ano, recebe o título de Doutor Honoris Causa pe/a Universidade de
Harvard.
1937 publica La Construction du Réel chez l'Enfant.
- PiagetLeciona
1939-1952 sociologia na Faculdade de Ciências Econômicas da
-
L.) niversidade de Cenebra.
1941 - Publica, em colaboração com Szeminska, La Cenêse du Nombre
chez l'Enfant.
1946 Publica La Formation du Symbole chez l'EnÍant.
- Publica
1947 Psychologie de l'lntelligence.
1948
- Publica LaLa Representation de l'Espace chez l'Enfant.
-
1949
- É f.ditado seu Traité de Logique. Essai de Logistique Opératoire.
1950 - Editam-se os três tomos da lntroduction à l'Épistemologie
Cénétique.
psicologia da criança na Sorbonne.
1955
- Leciona
1952-1963
Publica De la Logique de l'Enfant à la Logique de l'Adolescent.
-
1957-1973 Pubtica os 30 volumes dos Étúdes d'Épistemologie
Cénétique.
1959
- Publica La Cenêse des Structures Logiques Élémentaires.
1964 - Publicação dos Six Étrdes de Psychologie.
1980 Morre Piaget.
-
Bibliografia
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Barowrr*r,. A. L.: fhe Theory oí Jean Piaget in Theories oÍ Child Develop-
ment, do mesmo autor, John Wiley & Sons, Nova York, 1968.
+ Tr:l
;idade.
:ducação.
o mesmo
;idade de
imicas da
olescent.
emologie
enos Ai-
Étique,
970.
rn Nos-
pment,
rsity of
>iaget's
Piaget,
'yelop-
+ Traduzido do ori,ginal francês L'épistémologie génétique, Paris, Presses Universitaires de France l9-ü
Introdução
xr*;;;.Illll1::xil-iI.u^'.ü#*#*,tilffi
*u'^í,,'i"" o::i,:;,Z;i;\io.,iotiõ,
gia. os Propr:os rc
corresPonCe:.
de esPecial:' "-'
'=
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mase:
an a ar a se u c
ff :;,':':i"l;s:ti:líg*s".''l':*:;ilf:x1i*4*ç'mr;*
dos conhecimentos
em urnconhecimentos
i""uao
t ;;;;;'-;t"rca das o'":tJ.,.o]u-urãot la'aiiação'dos
ieguinte)'
emtermosdeaprimoramento",;;;;ssão,estruturafórmaldosconhectmen-
A EPISTEMOLOGIA GENETICA 5
nentação
r psicolo- tor)J E, portanto, evidente que, seja qual for a pesquisa em epistemologia genética,
ação que seja que se trate da evolução de tal setor do conhecimento na criança ( número,
or destas velocidade, causalidade fisica, etc.) ou de tal transformação num dos ramos
correspondentes do pensamento cientíhco, tal pesquisa pressupõe a colaboração
rões até de especialistas em epistemologia da ciência considerada, psicólogos, historia-
e consti- dores das ciências, lógicos, matemáticos, cultores da cibernética, lingüística, etc.
L a todas Este tem sido sempre o método de nosso Centro Internacional de Epistemologia
i [erTnos, Genética em Genebra, cuja atividade integral tem consistido sempre de um traba-
)s reves- lho de equipe. A obra que se segrle Ç, portanto, sob muitos aspectos, coletiva !
o escla- O objetivo deste opúsculo não é, todavia, contar a história desse Centro, nem
almente mesmo resumir os Estudos de Epistemologia Genética que surgiram graças a ele. 1
imporiaaosobjetos,conformeasdiversasvariedadesdeapriorismooudeinatis- possível em c
mo.Nãoobstante,mesmoamultiplicarosmatizesentreasposiçõesextremas(e fizemos notal
combinações possíveis), o postu- uma êpoea «
a hisúria das idéias mostrou o ,,ú*".o dessas
ladocomumdasepistemologiasconhecidasésuporqueexistememtodososní- objetos dota
veis um sujeito i" ,"r, poderes .rn giuut diversos (mesmoaosqueolhos
eles se
do
(resultados vt
"ont.".ào, objetos existentes como tais
reduzam à mera p.r."pç* áos objeios), instrumentos de
a permanênc
sujeito (mesmo qo. reduzam a "fenôi-nenos"), e, sobretudo, objetais", ne
"1.'r'.. ou conceitos), determinantes do trajeto
modiÍicação ou o. rffito-1petc"reões realidade qu
o lnverso'
que conduz do sujeito aos objetos ou liame possívr
ora,asprimeirasliçõesdaanálisepsicogenêticaparecemcontradizeressas por ações" m
nem
pressuposições. De p"t", o conhecimento não procede' em suas origens' esclarecedoc
"ã" nem de objetós já constituídos (do ponto de
percePtivos r
de um sujeito consciente de si mesmo
vistadosujeito)queaeleseimporiam'oconhecimentoresultariadeinterações o centro do I
queseproduzema@ependendo,portanto,dosdoisao ação priraiti
completa e não de jetivo e o d
mesmo tempo, mas-ilãecorrência ae urnaÍaiferenciação
intercâmbioentreformasdistintas.Deoutrolado,e,porconseguinte,senãohá, ciente, em ra
no início, nem sujeito, no sentido epistemológico
do termo, nem objetos concebi- Qual g
Invariantes de troca' o problema ini- indiferenciq
dos como tais, nem, sobretudo, instrumentos
tais mediadores' A partir da zona de
cial do conhecimento será pois o de elaborar sempre mais
nem mesmo
contato entre o e as coisas eles se empenharão então próprio ao B
""r;;;;ã;rio
adiante nas duas direções complementares
do exteiior e do interior, e ê desta radical" de
a elaboração solidária do sujeito e dos grado no§§t
dupla constroçao p.ági"ssiva que depende
objetos. do "narcisiâ
. :,r ,^:^
não ér. a ^^taat
^ percepção, como os râcro-
com.efeito, o instrumento de troca inicial De fato, a ir
do empirismo, mas, antes, a própria um terceiro
nalistas demasiado iacilmente admitiram
açãoemsuaplasticidademuitomaior.Semdúvida,aspercepçõesdesempenham
A EPISTEMOLOGIA GE]T{ETICA
um papel essencial, mas elas dependem em parte da ação em seu conjunto. . üe:-
tos mecanismos perceptivos que se poderiam acreditar inatos ou muito primitivos
(como o "efeito túnelo' de Michotte) só se constituem a certo nível da construção
dos objetos. De modo geral, toda percepção chega a conferir significações relati-
vas à ação aos elementos percebidos (J. Bruner fala, nesse sentido, de "identiÍica-
ções,,, cf. Études, vol. vI, cap. I) e é pois da ação que convêm partir. Distingui-
remos a cstc r'cspeito dois períodos sucessivos: o das ações senúrio-motoras
anteriores a qualquer linguagem ou a toda conceptualizaçáo representativa, e o
das ações completadas por estas novas propriedades, a propósito dos quais se co-
loca então o problema da tomada de consciência dos resultados, intenções e
mecanismos dos atos, isto é, de sua tradução em termos de pensamento
úzes conceptualizado.
rs) é
gni- I. Os níveis sensório-motores
)om
ide . No que diz respeito às ações senúrio-motrizes, J. M. Baldwin mostrou, há
elo muito. que o lactente não manifesta qualquer índice de uma consciência dc 'ctt eu.
ele nem de uma fronteira estâvel entre dados do mundo interior e do-universo cxterno,
tis- "adualismo" este que dura até o momento em que a construçãO desse eu se torna
(e possível em correspondência e em oposição com o dos outros. De nossa parte,
fu- fizemos notar que o universo primitivo não comportaria objetos permanentes até
ú- uma época coincidente com o interesse pela pessoa dos outros, sendo os primeiros
SE objetos dotados de permanência constituídos precisamente dessas personagens
lo (resultados verificados com minúcia por Th. Gouin-Décarie, em um estudo sobre
o'relações
1e a permanência dos objetos materiais e sobre seu sincronismo com as
o objetais", neste sentido freudiano do interesse por outrem). Em uma estrutura de
realidade que não comporte nem sujeitos nem objetos, evidentemente o único
s
liame possível entre o que se tornará mais tarde um sujeito e objetos é constituído
1
por ações, mas ações de um tipo peculiar, cuja signiÍicação epistemológica parece
: esclarecedora. Com efeito, tanto no terreno do espaço como no dos diversos feixes
perceptivos em construção, o lactente tudo relaciona a seu corpo como se ele fosse
o centro do mundo, mas um centro que a si mesmo ignora. Em outras palavras, a
ação primitiva exibe simultaneamente uma indiferenciação completa entre o sub-
jetivo e o objetivo e uma centração fundamental, embora radicalmente incons-
ciente, em razão de achar-se ligada a esta indiferenciação.
Qual poderia ser, no entanto, o laço entre esses dois aspectos? Se existe uma
indiferenciação entre o sujeito e o objeto ao ponto que o primeiro não se conhece
nem mesmo como fonte de suas a$es, por que seriam elas centradas no corpo
próprio ao passo que a atenção estaria fixada no exterior? O termo "egocentrismo
radical" de que nos valemos para designar esta centração pode, ao invés (mal-
grado nossas precauções), parecer evocar um eu consciente (e é ainda mais o caso
do "narcisismo" freudiano ao passo que se trata de um narcisismo sem Narciso).
De fato, a indiferenciação e a centração das ações primitivas importam ambas em
um terceiro aspecto que lhes é geral: elas ainda não estão coordenadas entre si, e
PIAGET
de aÇàr.
todo isolável que liga diretamente o corpo
constitueln, cada uma, um pequeno dessa. r
Daí deàorre uma'falta de diferencia-
próprio ao objeto (sugar, olhar,-segurar' etc')' livremente
"necessÍ
ção, pois o sujeito
nío aÍirmará t* ttguidu a não ser coordenandoresistindo às pois iirst
"
suas ações, o ou:",o"niJr. ""r"iúrr.áã
não ser se sujeitando ou -{
" movimentos ou posições em um sistema coerente' Por outro associai
coordenações dos
lado,comocadaaçãoformaaindaumtodoisolável,suaúnicareferênciacomum consrcie
econstantesópode"'oto'popróprio'dondeumacentraçãoautomáticasobre associa,
ele, embora não desejada nem consciente' dos. ac
conexão entre a falta de coordenação
<Ías ações, a indife- integrai
Para verifltcu, próprio, basta lem-
"r,u sobre
renciação do sujeito e dos objetos e a centração 9 "olPo estrutul
o nível aos*!.-Lag§4a nç§$;-rmcio
brar o que se pu..u *,r. essÉ estado inicialL Nests-íntervalo de um a dots
vas. nã
representativa.
da lunção semiótica-e áa intetigência preexis
ânosrealiza-se,defato,masaindaapenasnoplanodosatqsmateriais'umaespê- consist
em relação
cie de revolução que cónsiste em descentralizar as ações orgànl,
ií .ontiatrar.este como objeto entre-os demais num
;;;;*;rãp.io, ""pã."rci-a
espa-
cura a
da. lim
çoqueatodoscontémeemassociarasaçõesdosobjetossoboefeitodascoorde-
naçõesdeumsujeitoquecomeçau...onh""ercomofonteoumesmosenhorde culo u
(e é esta terceira novidade que acarreta as duas
seus movimentos. ôo* .f.ito chama
outras),presencia-se,emprimeirolugar'nosnívpissucessivosdoperíodosensó- cada uma ção de
rio-motor, ,*u gradual das ações'ibm lugar de continuar milará
"ooiatnuçao em elas chegam' mais ou menos repita
a formar um pequeno todo """ttado 'i 'n"âtno' recíprocas, a se coordenar
das assimilações
rapidamente, peio jãgo rurau.ental aspecl
meios e fins que caracteriza os atos da
entre si até constitli;;* coqexão entre
o sujeito na medi-
diato.'
inteligência propriamente dita: E nesta.ocatiao.U"t -t1;,o^fltiiui de
que s(
da em que fonte de ações e pois de conhecimentos' por isso que a coordenação ao qu
duasdessasaçõessupõeumainiciativaqueultrapassaainterdependênciaime- aí du:
diata a que se .estririgia- as condutas
pii*itiuut entre uma coisa exterior e o em ai
qu"i dizer deslocar objetos, e, na medida em
corpo próprio. Mas co"ordenar uções o'grupo de desloca- senta
coordenações, o
que esses a.rro.u*r-riár*rãã *urr*iao. ^ ou sa
partir de-sse fato permite' em segundo
mentos" que se elabora progressivamente a coi sa
também estas determinadas' o ob-
lugar, atribuir uo. ãui",á. pãsições sucessivás, donde a
duz e
outro lado, coordenar meios e Íins rêspeitando a ordem de sucessão dos movimen- enquântl
tos a realizar constitui uma novidade em relação aos atos globais no seio dos §ua tomi
quais meios e fins permanecem indiferenciados, mas esta novidade é adquirida de .taL-etc*
modo natural a partir de tais atos por um processo que consiste em extrair deles garaqieÍr
as relações de ordem, ajustamento, etc., necessârias a esta coordenação. Nesse qelt0s c
caso a abstração jã não é mais do mesmo tipo e se orienta na direção daquilo que qq!qgpE
chamaremos abstração refletidora. q sujeill
Vê-se desse modo que a partir do nível sensório-motor a diferenciação nas- _evocar _Í
-cente do sujeito e do objeto se assinala ao mesmo tempo pela formação de coorde- To
nações . pãtu distinção entre duas espécies entre elas: de uma parte, as que reli- das a@
. gu. si as ações do sujeito e, de outra as que dizem respeito às ações dos o sujeitr
"ntr.
óbj.to. uns sobre os outroy'As primeiras consistem em reunir ou dissociar certas corno, x
ações do sujeito ou seus esquemas, as ajustar ou ordenar, pô-las em correspon- me§mo
dência umas com aS outras, etc., em outras palavras: elaS constituem aS primeiras comprq
formas dessas coordenações gerais que estão rer desú
máticas cuio desenvelvimento ulterior será tão co4§.ideúvel.JAs segundas vêm a gação 1
c;nftilr ffi;6;; ral, cinemática ou dinâmica a coord
análoga à das ações, e seu conjunto fica no ponto de partida dessas estruturas rio-mot
cujas manifestações sensório-motoras são já evi$entes e cuja evolução gem de
"uu.ui.
subseqüente é tão importante como a dos primeiros tipos./Quanto às ações parti- ces perr
culares do sujeito sobre os objetos, em oposição às coordenações gerais de que represÊã
acabamos de tratar, elas participam da causalidade na medida em que nodificam numa n
materialmente esses objetos ou a disposição deles (as condutas instrumentais, por rnatizq
,<
exemplo), e do esquematismo pré-lógico na medida. em que elas dependem das Ell-ryry
coordenaçõ". g.rui. de caráter formal (ordem , etQfDesde antes da formação da que c§
linguagem, da qual certas escolas, como o posiúivismo lógico, exageraram a qs
--aei§
importância quanto à estruturação dos conhecimentos, vê-se pois que estes se veis stx
constituem no plano da própria ação com suas bipolaridades lógico-matemática e D
fisica, logo que, graças àS coordenações nascentes entre as ações, o sujeito e os em r€p
objetos começam a se diferenciar ao aÍinar seus instrumentos de intercâmbio. Mas giná-la
estes permanecem ainda de natureza material, porque constitúdos de ações, e as mo(
uma lónga evolução será necessâria atê sua subjetivação em operações. cone€il
em ffI
-\ * II. O primeiro nível do pensamento pré-operatório ,À: mos a
aão se
Desde as ações elementares iniciais, não coordenadas entre si e não sufi- ao pffi
cientes para assegurar uma diferenciação estâvel entre sujeito e objetos, às coorde- --
gue-§e
nações com diferenciações, realizou-se um grande progresso que basta para - *çi#
garantir a existência dos primeiros instrumentos de interação cognitiva. Mas estes -- aqsil
ãstão situados ainda num único e mesmo plano: o da ação efetiva e atual, isto é, que q
não refletida num sistema conceptualizado. Os esquemas de inteligência sensó- não p
rio-motora não são, com efeito, ainda conceitos, pelo fato de que não podem ser .í(t-@
manipulados por um pensamento e que só entram em jogo no momento de sua Â* Sz
utilizàção pràtica e material, sem qualquer conhecimento de sua existência de zua
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA 1I
oYlmen-
enquanto esquemas, à falta de aparelhos semióticos para os designar e permitir
seio dos
sua tomada de consciência. C-om-A_LifrglagçIgpjp.gq,S-iqrbó!iç-g, a
ririda de -imqgçtr_{nqs_
tal.§tc_*-a situaçãq mud.4,,_poq. gqtfo l4dg_, dg ,ry-q-do* gg-leyqli às ações simples que
air deles
_se&u!e;1 _q§-]nfer{_epe-4d.Qnqiu§_ 4_iiçtts é"nii-ã 9_§üãit",_
:. Nesse " "rlprqlpq_ §_p_s_upgtpoç,irn_
ç_e-r!os casos um novo tipo dg açõesr Ç in!9rio1i1.1d9__g 1ngry pregl§amenlg
uilo que -.que
qg-gcspqg-alizado; por exemplo, com mais càpàõ!àáae aê-Jé.de.tocur de à para B,
o s-ujgito adquire o poder de representar a si mesmo esse movimento AB e de
;ão nas- evocar pelo pensamento outros deslocamentos.
coorde- -
Todavia. percebem-se à primeira vista as dificuldades de tal interiorização
que reli-
das ações. Em primeiro lugar, a tomada de consciên cia da açáo é sempre parcial:
$es dos o sujeito representará a si mesmo mais ou menos facilmente o trajeto AB assim
rr certas
como, muito por alto, os movimentos executados, mas o pormenor lhe escapa e
rTespon-
mesmo na idade adulta terá muita diÍiculdade de traduzir em noções e de
rimeiras
compreender com alguma precisão as flexões e extensões dos membros no decor-
:o-mate-
rer desta marcha.qA tomada de consciêngia.ptqçç_dç poiq-por escolha e esquemati.
svem a
inâmica ,zação representativa, õ d;tl*tiíó"Já u*u conceptuari4açáo. Em segundo lugar,
a coordenação dos movimentos AB, BC. CD, etc.. pode atingir, no nível sensó-
truturas
rio-motor, a estrutura de um grupo de deslocamentos na medida em que a passa-
volução
gem de cada trajeto parcial ao seguinte é orientado pelo reconhecimento de índi-
es parli-
ces perceptivos cuja sucessão assegura as ligações; ao passo que, a querer se
; de que
repre§entar conceptualmente um tal sistema, tratar-se-á de traduzir o sucessivo
dificam
numa representação de conjunto de elementos quase simultâneos.[gntpjs rlqug.
rais, por
lem das Htir"çg9l!1Pry9g9g gSglgie11ç,ig çgm.-o esla çe4-{e-nq?ç-ãq_d-ç e?oes suôessivas
qI!r_!T1 totalidade repres-eltjrtiv?_?u+lg_,e14_4gB-único ato as sucessões temBorais
ação da
'arâm a çusc!q41 9
tiais que os esgLeqres im.?nqntgs
=g!q-ç9!Eq-zeql§-4.!.49.4
p1ob1qry-a d6
csqrdq!açõss,*e.gr--!çsm-o;-4-ovq;,
às ações sejam transformados em conceitos mó-
estes se ', veis suscetíveis ae uttrãpásiai â estes em
nática e - os representandoz
De fato, seria *uito mais simples adúitir que a interiorização das ações
ito e os
em representações ou pensamento consiste apenas em refazer o seu curso ou ima-
rio. Mas
giná-las por meio de símbolos ou de signos (imagens mentais ou linguagem) sem
l$es, e
as modificar ou as enriquecer com isso. Em realidade esta interiorização é uma
.conceptualizaçáo com tudo o que esta comporta de transformação dos esquemas
' em noções propriamente ditas,fpor mais rudimentares que elas sejam (não falare-
mos a este respeito senão em "pré-conceitos"). ora, uma vez que o esquema
não se constitui objeto de pensamento, mas reduz-se à esirutuiàlnterna da;çõéi,
ão sufi-
coorde- "aqlj_sso_-qü0õ_*_"Sçr f !gí!!pli@q"- peia representaÇão e pelá linguagem, se-
ta para _ que:se que a interiorrzaçáo das ações preqsypôe sua recon§tiügío nüm planõ sú-
perio+-e, enreonseqüêiiciá, a elaboração de uma série de novidades irredutíveis
as estes
aqs lnstrumsntoS dq planO-_infuior,, Bastà para que se conúênÇâ disso*constítar
,, isto é, - o:é eg*úg qu" ê áaqri6 no níver da intãligênuiu o., da açáo sensório-motora
r senú-
não proporciona de modo algum à primeiiá vista uma representaçãô adequada
lem ser
oror pensame[to; por exemplo, crianças de 4 a 5 anos examinadas por
, üe sua À. Szeminska sabiam perfeitamente seguir sozinhas o caminhõ c{üe ãíôondüra
Es \-a\-
o\oq-*
rÊs-1s ==-
?ʧrc_
#--=E--F= zee::-ã<:
__*=_ry
' '<v(af
es"^--(4
", cartr.r-
.:I
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
ue reli- ":T-11i
k dos osujeitorepresentarâasimesmo'nuito"*t"otfacilmenteotrajetoABassrm
traduzir em noções e de
como,muitopo'uLo'osmovimentosexecutados'masopormenorlheescapae
dã;ü;"'de
r eertas
re§pon- mesmo na idade ffi;; ;;;;i" t*ttntoes dos membros no
decor-
imeiras compreender com algumaprectti:- I$;ãttl
o:i:f:J^"t"olha e esquemati-
de n1o"ta1
0-mate- rer desta marcha'14 lomada lugar'
u*uton.eptualizaçã?'E* segundo senú-
"on-qqigJl
;"êãã zação reprer.n,u,iJul'ô'ffit*pii;"Já
d";?;"j;'ia' ae' Bô: t;;ã: üê'átinsir' que a passa-
no nível
inâmica a coordenaçã" em
g"'po de deslocamentos na medida
tmturas rio-motor, t*"*t"ã"^t'* pelo reconhecimento de índi-
volução gem de
'
cada tra3etã;;;i;.fg,rirt"ãorientado
parti o sucessrvo
es
,rl ti.,"ma,"trátar-se-â de traduzir
cespercepti,o."oia.sucessãoassegur.a-aSligações;aopassoque,aquerer.Se
r§q99'
r de que representar
""""";',1"1;;;;; "* o" quase simult*eos'I!.n,g3q
rdiírcam numa reprer"r,unlà"áu'"ãrl.ri" "t"Ã".,totgç1a-ç9!4q4!g§1e-{9-a-ções sucessrvas
íni"ó-ãiq gt tu"t t *tt tt'npo'
matizações da tomada qg_cgglglglerg "o*o ut t
rtais-. Por -,n, reõ191iv q qqu, gÉ* .,u*
dem das fi " marrcrrlê Tép suscitar o ausiqo'tdçqaç9g§-grn 19rru-8§-nqvqs'
ração da quq conduzerq qnw rtão a
i-^!lill'-l""^J;"á; ;:u,, em conceitos mo
5'âram a
,tals gue-os 9sru9Ee§-,-!Lqqgr!g-1.t^,t1t; "ooit*u =;i". t'untfotmados
transforma
' veis suscetíveis dt tlt'up**r a estes t-* ot representandoz das ações
) estes se
- * - De rato, seriã.muito mais ,i.pr*"aááiti-'quíá-interiorizaçãb ou lma-
xnática e
ou pensamento aor.ir," up.nur'aÍn refazet o seu curso
em representações linguagem) sem
ieito e os i"*ililú ii'nue""''"en1ais ou
rbio. Mas giná-las ,o, ,n"'o 9",:"*'
Tcom i";;. ;; ,.uIidud" esta interiorizaçáo é uma
as modificar ou as enriquecer
: ações, e
-conceptuali,uçeo"oÀtudooq,,....u"oãportadetransformaçãodosesquemas sejam (não falare-
ditas,r/por mais ruàimentares que elas
em noções pr"páu-Ã"nte vez que o esquema
*'aã ã'í"'p'e-ton""itos")' 'Qtgtgga
mos 4.r," m=lffiaç**1"s ações'
'"to"iio pensamenjüãtlãá"'
não se constitui ou3eto de
ffi §q-tq-"="-O"ãtryr1i1 -qdúarepreqegtagáôepelalinguagem'se- sl-
aão sufi- sua reclnstrução num nlang
às coorde- gue-!e 9u9 a i'tããôti'uqao-4";.;1dn':*úol urnu titl: novidades irreduttvets
lasta Para
- perio+e, em-;ãtu*ãt." ^9r-1totãiáa-ã" p ar a qu e e cónfvên Çá dirs í c-o n§ilat
ar
Lo r 7 B astá
s
PIAGET
12
nhopormeiodeummaterialqueÍigurasseosprincipaispontosdereferência
citados(edificios,etc.).Demodogeralnossostrabalhossobreasimagensmentais perma-
na criança) mostraram o quanto elas
com B. Inhelder (A i;rg;; u*ía livre-
correspondentes em lug,ar de figurar
neciam sujeitas ao níveidos conceitos matêria de transforma-
maneira imediata em
mente o que pode ... p.r*Uiao de
;à;"" mesmo de simPles movimentos' as ações sensório-motoras e a açáo
A raziro essencial dessa defasagem entre
qut u' f imeiras :"Tl}f* mesmo no nível
interiorizada ou concep tualizadae
esquemas' uma seqüência de mediadores
em que hâ coorden"iãá t""t váriós
sucessivos entre o sujeito e os objetos
.u, d. que cada um permanece puramentee
de u-a diferenciação entre esse sujeito
atual; ela se acomp;;;; ia, é u"iauae'
essesobjetos,masnemaquelenemestes'ãopensadosnamedidaemquerevesti-
dosdeoutroscaracteresqueosdomomentopresente.Noníveldaaçãoconcep. qual-
da ação (tiate-se do eu ou de um objeto
tualizada, p"to contrârio, ã sujeito os objetos
duraveià (predicados ou relações),
quer) ê pensado .;;;;l"uá,.r.,
daaçãoigual*ente,.."o"oo''"açáoéconceptualizadanamedidaemquetrans.
entre os termos dados ou
outros repràsentáveis
formação particular entre muitos num
portanto' graças ao pensamento' situada
entre termo, uratogJt'- Btu t'ta' nova
amplo' ã qut lhe confere uma situação
contexto espaço-temporal bem mats à medida que pro-
como instrumento ã;;" entre o sujeito o. ób;.to.: de fato,
"uu*t'iu* entre elas e seu objeto' no
gridem u,,"r..."ná;õ; ;t distâncias mas cada
tempo como no [; é' a série das ações materiais sucessivas'
"'r"*, representativos suscetíveis de evo-
qual momentânea, z completada por-conjuntos
ãu acontecimentos passados ou futuros
car num todo qru.. simuttaneo^ açõe.
distanciados assim como próximos'
assim como or.r.nià ã^.rp."i"r-enie
o'começos deste período do conheci-
Disso resulta, de uma parte' que Ot'àt no
assinalam-se progressos consideráveis
mento representativo pré-operaórfo das futuras estruturas
-
;rr" ,#ioo daÉ coordenações internas do sujeito, Iogo,
operatóriasoulógico-matemáticas,ecoordenaçõesexternasentreobjetos,logo' Em
suas estruturâções espaciais e cinemáticas''
causalidade no sentido amplo com capaz de inferências
ra-pidamente
primeiro lugar, com efeitó, o sujeito torna-se
elementares,declassificaçõg1.,n"o,f,goraçõesespaciais,decorrespondê9.*q1as,
quê?" assiste-se
etc. Em segundo lugar, a partir
do apare;imento preóoce dos "por
Há pois aí um conjunto de':lt111t^t-::::1"
a um início d. t-;i;;óã' tuu'uit' responsavers
ciais em relação #;;;á; sensório-*oior e não se poderiam tornar
porque os surdo's-mudos' embora em
por elas apenas À't'*t*i'sões verbais' suficientes' delas
ietarde .* ..luç# "àl "ã.*"r. a rará
á. incitações coletivas
nãoapresentammenosestruturaçõescognitivasanálogasàsdosnormais:trata-Se (conduta'
provãniente do progresso da imitação
pois de função semiótica em geral, lilguagem
representaçáo,mas em atos). e não
à
sensório-motora mais próxima da ãos instiiffiêntos de
apenas se deve atriUuir este
giro frrd;;;;;L na elaboração
às
u pu..ü.* das condutas sensório-motoras
conhecimento. Em outros termos, mas também ao pro-
ações conceptualizadas não se
deve apenà à vida s.o9ial,
,àu *junto q à interiorização da imitação
gràsso aa mteHgáncia pré-verbut .*
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA l3
lcla em representações. Sem esses fatores prévios em parte endógenos, nem a aquisi-
IaiS ção da linguagem nem as transmissões e interações sociais seriam possíveis, pois
:na- que constituem delas uma das condições necessárias.
Mas, por outra parte, importa insistir também na questão dos limites dessas
:ra- rnovaçôes nascentes porque seus aspectos negativos são de algum modo tão
instrutivos do ponto de vista da epistemologia quanto os positivos, ao nos mostra-
rÇào rem as diÍiculdades bem mais duráveis do que parece em dissociar os objetos do
úr'e I sujeito ou em elaborar operações lógico-matemáticas independentes da causali-
l,re s dade e suscetíveis de fecundar as explicações causais em conseqüência desta
diferenciação mesma. Por que, com efeito, o período de 2-3 a 7-8 anos permanece
ir--r € pré-operatório e por que, antes de um subperíodo de 5-6 anos em que o sujeito
e sri chega a uma semilógica (no sentido próprio que analisaremos em breve), é preciso
rrP- até falar de um primeiro subperíodo em que as primeiras "funções constituintes"
ual- nào estão ainda elaboradas? É que a passagem da ação ao pensamento ou do
3lo s esquema sensório-motor âo conceito não se realiza sob a forma de uma revolução
ill:- brusca, mas, pelo contrário, de uma diferenciação lenta e laboriosa, que se rela-
sou ciona às transformações da assimilação.7
ilm A assimilação própria dos conceitos em seu estado de acabamento recai
I \'â
u-r essencialmente sobre os objetos compreendidos por eles e sobre seus caracteres.
pro- Sem falar ainda da reversibilidade nem da transitividade operatórias, ela virá por
.no eremplo a reunir todos os A numa mesma classe porque eles são assimiláveis por
lada seu caráter a a; oü a afirmar que todos os A são também B porque além do cará-
eVo- ier a possuem todos o caráter b; pelo contrário, nem todos os B são A, mas ape-
l:o s nas alguns, porque nem todos apresentam o carâler a, etc. Assim, esta assimilação
dos objetos entre si que constitui o fundamento de uma classiÍicação acarreta uma
primeira propriedade fundamental do conceito: a norma do ootodos" e do o'al-
guns". Por outro lado, na medida em que um caráter x é suscetível de mais e de
nenos (ou mesmo se ele exprime apenas uma co-propriedade e determina a co-
Dertença a uma mesma classe), a assimilação inerente à comparação dos objetos
lhe atribuirá uma natureza relativa e o peculiar desta assimilação conceptual é
igualmepte constituir tais relações ao ultrapassar os falsos absolutos inerentes às
atribuições puramente predicativas. Em contrapartida, a assimilação peculiar dos
esqgemas sensório-motores comporta duas diferenças essenciais com o que prece-
de. iA primeira é que, à falta de pensamento ou representação, o sujeito nada
conhece da "extensão" de tais esquemas, não podendo evocar as situações não
percebidas atualmente nem julgar situações presentes a não ser em "compreen-
são", isto é, por analogia direta com as propriedades das situações anteriores. Em
segundo lugar, esta analogia tambóm não vem evocar. estas, mas apenas reconhe-
cer perceptivamente certos caracteres que desencadeiam então as mesmas ações
que essas situações anteriores. Em outros termos, a assimilação por esquemas
envolve certas propriedades dos objetos, mas exclusivamente no momento em que
eles são percebidos e de modo indissociado em relação às ações do sujeito aos
quais correspondem (salvo em certas situações causais em que as ações previstas
são as dos próprios objetos por uma espécie de atribuição de ações análogas às do
r:i, '
t4 PIAGET
iao
em oposiçã o à açáofBs,te_ap9go_ d_uráve! à ação, co-m o gue_ el1 comporta de cone-
cia
xões em parte indiferenciadas entre o sujeito e os objetos, acha-se então na causa-
SA
lidade deste nível, que permanece fundamentalmente psicomórfico: os objetos são
do
espécies de seres vivos, dotados de certos poderes parecidos com os da própria
)m
ação, tais como empurrar, puxar, atrair, etc., tanto a distância como por contato,
)n-
seja qual for a direção das forças ou com uma direção exclusiva que ê a do agente
independentemente dos pontos de impacto sobre os objetos passivos. , \ :. .
tZ
/ r ^^hl}-^t-
)e il1. O segundo nívellpré-operatório 1'
)o Í
'P
)e
_
Este segqn§*g s.r1b_e_sg1gj_o- (! g_É-111gS)_é_aq§-lg-4pqo pgr um,_início de descentra-
se
çao que permitãô,i_éÀôoUlimengq dç qertas_-llegç9_ç§_ óUj"l{vas gg3ç-ii-a-istqqre
chamareqrps_llfu4ç§es constituintes". De um modo geral ê muito surpreendente
os
eocontrar entre esta segunaa Tasê da inteligência representativa pré-oper at1ria e a
tis
primeira as mesmas relações que entre a segunda e a primeira das fases da inteli-
il-
gência sensório-motoraldescritas na seção I: a passagem de um egocentrismo bas-
AS
tante radical a uma descentração relativa por objetivação e espacialização.lA dife-
Ía
rença é qu,q ,n_o nÍye-l:gqúIigflolcr*a-cenúaçãojnieial ssliga_aa_ corpo próprio
n-
sem que o sujeito tenlg 3qg_lciQqgje.dil-s-q), ao passo que com a conceptualizaçáo
o
rír
do nível de 2 a 4 anos :h_áhá G.çm lambéfn que o sujeito suspeite do fato) simples assi-
to 3ç{o dos oljet_rLs3j_q5ggqa_o_d-gr,es com caracteres subjetivos da ação própria:
4qi_13ç{o
qo-plaÍls-s-uperiotguçáa
ú- -dos.pré.,conceitos e pré-relações, reproduz-se assim uma
lo centração inicial e anâloga,pois qué se trata de reconstruir neste novo plano o que
)r lãEi1ãdctuiiiaõ nó iííêITenffi;õ-motoiffÃÉ6§õ q-uê se encontia urn'a cle§óenlra-
:a lãõ-ão mêsmô modo--aíáiõgã; mài êntrq conceitos ou ações conceptualizadas e
ru
não mais apenas entre movimentos, e] devida também ela às coordenações
progtessivas que, no caso particular, assprmirão a forma de funções (Études, vol.
ia
o
XXII). e*.$*
!s
Por exemplo, uma criança de 5 a 6 anos sabe em geral que'se se empurra
'com um lápis uma plaqueta retangular em seu meio ela avança "em linha reta";
!r
mas se é puxada de lado "ela roda". Ou então em presença de um fio disposto em
Is
ângulo reto (r), ela saberâ prever que puxando uma de suas extremidades um dos
o
seus segmentos aumenta e o outro diminui de comprimento, etc. Em outras pala-
rtr
was, em tais casos as pré-relações tornam-se verdadeiras relações, e isto sob o
n
efeito de suas coordenações porque uma das variáveis se modifica sob a depen-
dência funcional da outra.
s
Esta estrutura de função, na medida em que dependência entre as variaSes
n
de dois termos que são propriedades relacionais de objetos, é de grande fecundi-
)
dade e não é sem motivos que os neokantianos procuravam nela uma das caracte-
)
rísticas da razáo. No caso particular deste nível, falaremos de fun$es consti-
tuintes e não ainda constituídas, porque estas últimas, que se formarão no estágio
das operações concretas, comportam uma quantificação efetiva, ao passo que a-i
primeiras permanecem qualitativas ou ordinais. Mas estas não deixam tamtÉm de
apresentar as características fundamentais da função que são o ser uma aplica,$c
l6 PIAGET
unívoca "à direita" (isto é, na direção desta aplicação). Apenas, por importante
que seja esta estrututa nova (em sua novidade.não contida de antemão nos pré-
conceitos e pré-relações do nível precedente por isso que devida às próprias
coordenações), não comporta menos limitações essenciais, que fazem dela um
termo de passagem entre as ações e as operações e não absolutamente ainda um
in-strumento de conquista imediata destas últimas.
Com efeito, a função constituinte não ê reversível como tal, mas é orientada
e como carente de reversibilidade não comporta portanto ainda conservações
necessárias. No exemplo do fio disposto em ângulo reto, o sujeito sabe bem que
puxando um dos segmentos, digamos A, o outro (B) diminui, mas à falta de
quantificação ele não suporá a igualdade A A = A B: o segmento puxado é em
geral considerado como se alongando mais do que o outro se encolhendo; e sobre-
tudo o sujeito não admitirá a conservação do comprimento total A * B. Verifi-
ca-se portanto apenas uma semilógica, à falta de operações inversas, e não ainda
uma estrutura operatóri a. Ora, este aspecto orientado e não intrinsecamente rever-
sível da função constituinte apresenta uma significaçáo epistemológica interes-
sante que é mostrar suas ligações ainda duráveis com os esquemas de ação: com
efeito, a açáo por si só (isto ê, náo promovida ainda à categoria de operação) ê
sempre orientada no sentido de um objetivo, donde o papel totalmente fecundante
da noção de ordem neste nível; por exemplo, um trajeto é "mais longo" se chega
"mais longe" (independentemente dos pontos de partida), etc. Em suma, a função
constituinte, na medida em que orientada, representa a estrutura semilógica mais
apta a traduzir as dependências reveladas pela açáo e seus esquemas, mas sem que
elas atinjam ainda a reversibilidade e a conservação que caracterizaráo as
operações.
Por outro lado, na medida em que ela exprime as dependências interiores à
ação enquanto mediadora entre o sujeito e os objetos, a função participa, também
como ação, de uma dúplice nat:ureza, dirigida ao mesmo tempo no sentido da lógi-
ca(umavezq@geraisentreoSatos)enosentidodacausali-
dade (visto que exprime dependências materiais). Resta-nos pois lembrar os gran-
des traços da pré-lógica e da causalidade próprias a este nível de 5 a 6 anos
imediatamente anterior ao das operações concretas.
No que concerne à lógica, o primeiro progressó devido às coordenações entre
as ações conceptualizadas ê a diferenciação constante do indivíduo e da classe, o
que se assinala em particular quanto à natureza das classihcações. No nível prece-
dente, essas consistem ainda em "coleções.Íigurais"r-'isto é, os conjuntos de ele-
mentos individuais sào construídos com apoio nào strmente em semelhanças e
diferenças, mas em convergências de diversas naturezas (uma mesa e o que se põe
sobre ela, etc.) e sobretudo com a necessidade de atribuir ao conjunto uma confi-
guração espacial (ordenadas, quadradas, etc.) como se a coleção só existisse
qualificando-se a si mesma por meio de propriedades individuais à falta de disso-
ciar a extensão da compreensão. Esta última indiferenciação vai tão longe que,
por exemplo, cinco elementos tomados a uma coleção de dez no mais das vezes
deverão dar menos de cinco elementos iguais tirados de uma coleção de trinta ou
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA t1
-', : .:'l conta dois sentidos ao mesmo tempo (porque o elemento procurad.. E
. :--:;ebido como sendo ao mesmo tempo "menor que D" e "maior que F"
. :.' lassa sem dificuldade de um a outro: é pois lícito dizer-se que neste ca:..
çào dos . .:::cipaçào (orientada em um dos sentidos) e a retroação tornam-se solidárias.
las com
:_-3 ?ssegura a reversibilidade do sistema.
,erações
i:ÊIVâITl
D: nodo geral, (e, se este fato é bem visível no caso da seriação, pode-se
ina vez -.-:: : mesma coisa no caso das classificações), a passagem no limiar que carac-
stem as
:-.:: ü aparecimento das operações em oposição com as regulaçôes simples pró-
i
r- :: ,rJS nír'eis anteriores é que, em lugar de proceder por correção com o passar
as segu-
rgo das -, :;::)o. isto é, depois que a ação tenha sido executada materialmente, as opera-
-,,.; :onsistem em uma pré-correção dos erros, graças ao dúplice concurso das
::.:JLjes diretas e inversas, em outras palavras, como acabamos de ver. de ante-
que. ao
: :.,-5es e retroações combinadas. ou mais precisamente de uma antecipação pos-
itr UITIâ '
JOmeço =, :as retroações mesmas. Neste particular, a operaçào constitui o que se
: - ::.: às vezes em cibernética urna regulação "perfeita".
::. Não
Outra passagem limítrofe. de resto solidária com a precedente, é a que cons-
inento
ies gra-
"- :echamento dos sistemas. Antes da seriação operatóriao sujeito chegava a
..
.-...-.ies empíricas obtidas através de apalpadelas; antes das classiÍicações
Quanto := =:liias com quantificação da inclusão (A maior que B) o sujeito chegava a
l prece- : :r.-':3.r coleções figurais ou mesmo não figurais; antes da síntese do número ele
e cujos
:r.= 3 contar até certos dígitos mas sem conservação do todo quando de modifi-
.r disso
:':-':. I-rgurais, etc. Neste sentido a estrutura operatória final aparece como o
) ao en- -::-.'-lio de um processo construtivo contínuo, mas a fusão das antecipações e
:raçôes
. trlçe a -., :::roações, que acabamos de discutir, acarreta então um fechamento do siste-
-= .,-.bre si mesmo, o que se traduz por uma novidade essencial : suas ligações
'':: sibi- :.:=as tornam-se por isso mesmo necessárias e já não consistem mais em rela-
:, .=. :-aboradas sucessivamente sem conexão com as precedentes. Esta necessi,
.ndo
reira
se
a
::-- 3 proveniente assim duma real passagem limítrofe, porque um fechamento
-Jpera-
:.-:: :ir mais ou menos completo e é apenas no momento em que ele é total que
:- -:-z essa particularidade de interdependências necessárias. Estas se manifes-
) (uma .- :n:ào sob a forma de duas propriedades solidárias, de ora em diante gerais
:ná-las
a. mas
:- .--Jas as estruturas operatórias deste nível: qtr4nsitivida-de e as conservações.
Desnecessário dizer por evidente que a transitividade dos encaixamentos ou
). urili-
:.. ::.açôes (A< C se A SB e B <C) esteja ligada ao fechamento dos sistemas:
' iugar
:1 :-?:rro a elaboração destes últimos procede às apalpadeias, à maneira de seria-
.1e este
:,-r:3::.r que relações parciais são primeiramente estabelecidas antes de serent
iesmo
: - -:::nadas em um todo, a transitividade não poderia ser prevista como nece-i-
B. A, ,-- t i não se torna evidente a não ser pela percepção simultânea dos elementcrs
[. etc. r- ( B ( C: na medida, pelo contrário, em que haja antecipação dos dois senri-
que",
aticas
-,: :- :lercurso "menor que" e "maior que". a transitividade se impõe conto lei ;--
,.:.:13 e precisamente porque há sistema, isto é, fechamento visto que a posic"
i-renta
que")
-. :-:a elemento é determinada de antemão pelo próprio método utilizad..:'
: .: I -,:âÇàO .
itii-as \.-r que concerne às conservações, que constituem o melhor índice .l.i .'- :-- ,
'açào
"*{
?0--6% PIAGET
+\\'r//
.\-
de estruturas operatórias, elas estão estreitamente ligadas ao mesmo tempo à
",.";{75ào
t,,,)f/ transitividade e ao fechamento das estruturas. Na transitividade isto ê claro, pois,
'./l/ sesetem A:C porqueA: BeB = C,équealgum carâter seconservadeA
a C, e, de outro lado, se o sujeito admite como necessárias as conservações A =
-
B e B : Ci deduzirádelas A : C em virtude dos mesmos raciocínios. Quanto a
. estes argumentos, que se encontram na justificação de todas as conservações,
todos os três dão provas de composições peculiares a uma estrutura fechada em si
mesma, isto é, cujas transformações internas não ultrapassam as fronteiras do sis-
tema e não recorrem, para serem efetuadas, a qualquer elemento exterior a ela.
Quando, no argumento mais freqüente, o sujeito diz simplesmente que o mesmo
conjunto ou um mesmo objeto conserva sua quantidade ao passar dos estados A
a B, porque "nada se subtraiu nem ajuntou", ou simplesmente ,,porque é o
mesmo", não se trata mais, com efeito, da identidade qualitativa própria do nível
precedente, visto que precisamente esta última não acarretava a igualdade bu a 'I1-,üUm
:rJ tempo à -,::rÍe que engendra as novidades peculiares a estes sistemas em relaÇào a'-, :
--,aro. pois, -
-.:=Jentes. e sobretudo sua reversibilidade operatória.
.)el\.a de A
Essas diversas fases se encontram em particular na síntese do número inteir..
.r-.ies A: , ::::r: das inclusões de classes e das relações de ordem. O peculiar de um con
,. Quanto a
: ierVações, --.,rumérico ou enumerável, para não dizer numerável, em oposição a coleçôes
::ada em si -:.:smente classificáveis ou seriáveis, é em primeiro lugar fazet abstração das
:r:as do sis- - - =-:Jades dos termos individuais de tal modo que eles se tornem todos equivalen-
::lrrr a ela. =, F:iro isto poder-se-ia, entretanto, distribuí-los em classes encaixadas (l) < (l
3 Lr mesmo
+ + (,
< ( I I Il etc., porém sob condição de se poder distingui-las, do con-
. e.tados A :::r-l certo elemento seria contado duas vezes e um outro esquecido. Ora, uma
=- :lininadas as qualidades diferenciais dos indivíduos | , | , | , etc., eles são indis-
r!-rque é o
-:a do nível :.--r'eis e, a limitar-se às operações da lógica das classes qualitativas,não pode-
:ade ou a -.::- ensejar a não ser a tautoiogia A*A : A e não a iteração I + | : I l.
:uagem de -- -:ica distinção possível que subsiste então, na ausência de qualidade, ê Aquela
:rrerior de :-" :esulta da ordem I -- | - | * ... (posições no espaço ou no tempo,
. a;ào de A . - :,:dem de enumeração), embora se trate aí de uma ordem precâria (que seria
' Lr'.r ersão), : -.i:ma permutando-se os termos). O número aparece, pois, como uma fusão
,-:ro empí- :.:aiória da inclusãodas classes e da ordem serial, síntese que se torna necessá-
:::cedente, -." -.-rgo que é feita abstração das qualidádes diferenciais sobre as quais se ba-
.:. quandO .e:-: classificações e seriações. De fato, é exatamente assim que a elaboração
. llrém ao ::. rnteiros parece efetuar-se, em sincronizaçáo com a formação destas duas ou-
:3:l torna, - a: .struturas (cf. Etudes, vols. XI, XIII e XVII).
:;r ersibi- Ora, acham-se nessa novidade os três momentos essenciais de toda elabora-
: a de con- :
": -'peratória, tais como vimos de indicar: uma abstração nova refletidora que fornece
. J rralquer ., :-:açôes de encaixamento e de ordem, uma coordenação que as reúne num
. :ào ser a -':r .t ) - (l)l --- tllt. . ., etc., e uma ?!!9.r-egp-11!ãg ou equilibração que per-
. :.. de uma -..= percorrer o sistema nos dois sentidos (reversibilidade de adição e de subtra-
-.- :arantindo a conservação de cada conjunto ou subconjunto. Isto não quer
:.,:, do está- ::=: aliás que esta síntese do número se efetue depois que sejam terminadas as
l:.erva-se ::. -iürâS de classificação e de seriação, porque acham-se desde os níveis pré-ope-
-: nivel do -.--.ios números Íigurais sem conservação do todo, e a elaboração do número
:nros soli- .,-:: far,orecer a das inclusões de classes tanto quanto ou às vezes mais que o
.:u:as infe- -. ;:so: parece pois que, a partir das estruturas iniciais, possa haver abstração
r' que cons- -:-.::rdora das ligações de encaixamento e ordem para fins múltiplos com inter-
tL'rração de :.-:ios colaterais variáveis entre as três estruturas fundamentais de classes. rela-
-r. itlcações :-..:números.
Quanto às operações espaciais (Études, vols. XVIII e XIX), elas se consti-
,es t-rgurais
:odeuma "-:-: em pjlllglllqo_ estreito com as precedentes, menos o fato de que os encaira
-'Jtr âO S€U -::.:,-1s não repousam mais sobre as semelhanças e diferenças qualitativas. cotu,-l
:;iris. etc. : - .aso das classes de objetos discretos, mas sobre proximidades e distanc::
,:Jenador, -=:ios. Neste caso, o todo não ê mais uma coleção de termos descontínuos.:l':'
: inverso -- ,:b-ieto total e contínuo cujas partes são reunidas e encaixadas, ou disst',ci;;.,
" j-
f sssagem - --:Ju o princípio das proximidades: as operações elementares de par.'. -.
22 PIAGET
oudecolocaçãoedeslocamentossãoentãoisomorfasemrelaçãoàsdeinclusão
pré-operatório.inicial dá-se indiferen-
ou de seriação, ,"rt;^;;i;;;e no nívet (cf' as coleções
e ãs coieçõts pré-lógicas
ciação relativa entre os objetos espaciais
figuraiÁ avaliados conforme sua confi-
Íigurais em arranjo .ú"i"1ou os'números
quanao por volta de 7 a 8 anos a diferen-
guração ou extensão áo enf,rleiramento). falar
espécies de estruturas, pode-se então
ciação torna-se clara entre essas duas sobre o descon-
ãquelas que repousam
de operaçõe, tOgi"o-uti-t-*êtitu' quunto
de diversos graus) e de opera-
tínuo e as semelhanó ;; diferenias
(equivalências
proximidades,
ções infralógica,
quunto àquelas que dàcorrem do contínuo e das
pois,umaVezque,uoi.o*o,fu,,,ão..tipos,,diferentesenãotransitivasentresi:
asprimeiraspartemdosobjetosparaosreunirouseriar'etc''aopassoqueas
à transitividade, se só-
segundas d""o*põ"n"J;;";". Fã úri.o teor; quanto
crateséateniensee,emconseqüêncra,grego,europeu'etc.,€mcontrapartida'o
narizdesócrates,pelofatodefazerpartedele'nemporissoéateniense'gregoou
europeu.
oisomorfismodessasoperaçõeslógico-aritméticaseinfralógicasouespa- que se efe-
ca"so da elaboração da medida'
ciais é particularmente signiÍicativo no defasagem no
mas com uma pequena
tua de maneira mriã aná"toga à do número, dos ele-
sugerida pelo caráter descontínuo
tempo pelo fato d" q;;;;;úá" não ê e antecipada
mentos, mas deve ser constituída por
pãrcelu*"nto do contínuo
Ao O medida aparece
como podendo sereferida de novo às demais.partes 1!]::" etapas laboriosas
condutas sucessivas as
então (e pode-se seguir passo a passo nas orde-
deslocamentos
dessa elaboração) .o*à ,-u sintese
do parcelamento e dos
e das relações de
nados, em estreito ;;;l.b *m a síntàse do encaixamento que a me-
ao termo dessa nova síntese é
ordem na elaboraçãá do número. Apenas
didapodesersimplificadasobaformadeumaaplicaçãodiretadonúmeroao
unidades inteiramente
se se oferecem
contínuo espacial, mas (salvo naturalmente se chegar
infralógico necessário para
feitas ao sujeito) é preciso passar pelo atalho
1â' ,
r ^.^^.'i^+que assinalam '
A essas multiplas- conquistas
o prlmelro nível do estágio das
l
operaçõesConcretastorna_Senecessárioacrescentarasquedizemrespeitoà
esta última consis-
nos níveis pré-operatórios
causalidade. Do mesmo modo como
tiaemprimeirolugarematribuir,aosobjetososesquemasdeaçãoprópria(sob
esses esquemas em
e depois
uma forma primeirámente psicomórfica' {ecomnoljo
partir dos 7 a 8 anos em
funções objetiváveil;;;;té* a causalidade consiste a
em ti *::TLt-1,:-?lttot assim promovi-
uma espécie de atribuição das operaçoes
torna*,tt,"o*-p=?níveis de maneira mais
dos à posição de operadores culas aÇoes
questões-de transmissão' dq,*:"i1"-11:=1
ou menos ,acionui É assim q"t nu'
transitividaa.op.àt*ia se traduz pela formação de um conceito de transmtssao
que ád-it., por exemplo' que o m.óvel
mediata,.semi-interna,,: na medida em
paisivos' porque os móveis tfl,T-t:.t1t::
ativo põe em movimento o último dos
sedeslocaramligeiramenteparaimpulsionaremunsaosoutros,osujeltoSupora
..impulSo,,, uma ..corrente,,, etc., atravessou esses mediadores.
entretanto que um
Nos problemas de .q,ltíu,io entre pesos, o
sujeito invocará compensações e
ffi';
l
:-
l
'l
ll f
i,ti
,l
''11'r;' I
,I lllitr:r]lr,l,lil,;
l,ri lii r i! i
i 'lll il::l,ll'll1lr1 frl.l Y
,l l,11,1,lrrit,,Jir,111,r,tr,, 4
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA ].1
mento" de uma classificação zoolígica em que "a ostra * o camelo,, não pode
compor-se de outro modo. Ora, uma das particularidades deste primeiro nívei das
operações concretas é que até a síntese do número que parece dever escapar a
essas limitações (pois que os inteiros formam um grupo com o zeto e os negativos
e não um grupamento), só procede por aproximação. p. Gréco demonstiou, de
fato, que a elaboração dos números naturais só se efetua segundo o que se poderia
chamar de uma aritmetização progressiva cujas fases seriam mais ou menos
caracterizadas pelos números 1 a 7;8 a L5; 16 a 30 e assim por diante. Além des-
sas fronteiras cujo deslocamento é muito lento, os números não comportariam
ainda senão aspectos inclusivos (classes) ou seriais, antes que se conclua a síntese
desses dois caracteres(Études, vol. XIII).
ão pode § Ll::ra utiiização espontânea da estrutura. Ao nível dos 9 a 10 anos. D"-r ----:-
ível das .xio- quando se tratar de separar as dependências funcionais num proble:r:. :.
capar a trrrçao (por exemplo entre os ângulos de reflexão e de incidência), observa-.=
:gativos '-a capacidade geral'de destacar covariações quantitativas, sem ainda dissocia:
trou, de -s iaiores como será o caso no estágio seguinte, mas pondo em correspondência
poderia -eiaçoes seriadas ou classes. O método dá conta de uma estruturação operatória
menos 51.caz. por mais global que possa ficar o procedimento enquanto as variáveis per
ém des- :rÍleçam insuÍicientemente distintas. Analogamente, assiste-se a um progresso 1í-
rrtariam ;--ridr na compreensão das interseções: ao passo que o produto cartesiano repre
r síntese ;euado por matrizes de registro duplo é facilmente apreendível desde o nível de 7
r I anos. na medida em que estrutura multiplicativa completa (e isto quase ao
=§IIro tempo que o manejo de classes disjuntas em um grupamento aditivo), a
:rxseção de duas ou muitas classes não disjuntas só é dominada no presente
s.r-el assim como em muitos casos ainda a quantificação da inclusão AB maior
las ope- ;ure B.
rrimeiro No domínio causal, por outro lado, este nível de 9 a l0 anos apresenta uma
s opera- :istura bastante curiosa de progressos notáveis e de lacunas não menos significa-
;etor da :1-as que se apresentam não raro atê como espécies de regressões aparentes.
) o ree- A começar pelos progressos, as considerações dinâmicas e a cinemática fica-
rcebem ia-.n até então indiferenciadas, pelo fato de que o próprio movimento com sua
-"elocidade era considerado como uma espécie de força, muitas vezes
chamada
s opera- -inpulso": no nível de 9 a l0 anos, porém, assiste-se a uma dissociação e a uma
consti- mordenação tais que os movimentos e sobretudo suas alterações de velocidade
çista no
=ieem a intervenção de uma causa exterior, o que se pode simbolizar como segue
rçào ao ãE [erÍnos de ação, isto ê, da força/se exercendo durante um tempo / e por uma
poderá listáncia e (isto ê: fte): fte : dp no sentido de fte dp , em qte dp : d(mv) e náo
-
1e obje- nr dv, ao passo que no nível precedente tem-se simplesmente
fte : dp ou mesmo
[erentes -i,e: p.Sónoestágioseguinteinterviráaaceleração (cf.-f = ma).Por outrolado,
ou três r diferenciação da força e do movimento conduz a certos progressos, direcionais
globam -.u pré-vetoriais, dando conta ao mesmo tempo do sentido das impulsões ou tra-
rer.istas Ées do móvel ativo e da resistência dos móveis passivos (concebida como uma
:rticali- teada sem ainda noções de reações). No caso do peso este progresso é bem paten
trata-se :e. Por exemplo, uma haste em posição oblíqua deverâ por essa razáo cair no sen-
rnexões ido da sua inclinação, ao passo que no presente nível ela cai verticalmente. É pre-
erir, da ciso doravante mais força para fazer um vagão subir num plano inclinado do que
aara o manter parado, ao passo que no nível precedente era o contrário porque.
a partir :etido, o vagão tem tendência a descer ao passo que se se laz com que suba ele
ào bem não desce mais ! E sobretudo a horizontalidade da superficie da âgua é de ora em
rrtando diante explicada pelo peso do líquido (até então considerado leve devido a ser
seriais :nóvel) e por sua tendência a descer, o que exclui as desigualdades de altura: vê-se
nforme neste último caso a interdependência estreita das construções espaciais interfigu
;). Con- rais (coordenadas naturais) e do progresso causal que faz intervir forças e direçôes
spor as que não dependem mais como até então das interações apenas entre a água e se;
do que recipiente.
26 PIAGET
Mas o preço dessa evolução da causalidade é que o sujêito levanta uma série
de novos problemas dinâmicos sem os poder dominar, donde, às vezes, uma apa,
rência de regressão. Por exemplo, pelo fato de que o peso cai doravante vertical-
mente, o sujeito admitirá de bom grado que ele pesa mais embaixo de um fio do
que no alto (quando não é o inverso em vista de sua queda próxima...).Ou,
ainda, pensará que o peso de um corpo aumenta com sua impulsão e diminui com
sua velocidade. como se. dep = tnv, se tirasse m = p:v, etc. Torna-se evidente
então que tais suposições causam obstáculo às composiçôes aditivas, etc., donde
reações parecerem regressivas. O sujeito sai-se airosamente ao distinguir dois
aspectos ou domínios. De uma parte ele considera o peso enquanto propriedade
invariante dos corpos: com efeito, a conservação do peso por ocasião das mudan-
ças de forma do objeto começa precisarnente neste nível, assim como as seriações,
transitividade e outras composições operatórias aplicadas a esta noção. Mas, por
outro lado, julga suas ações variáveis, ao sustentar simplesmente que em certos
casos o peso "dá" ou "pesa" (ou "puxa", etc.) mais que em outros, o que não é
falso, mas continua incompleto e arbitrário, pois que náohaverâ,, como no estágio
seguinte, composição do peso com as grandezas espaciais (comprimentos, superfi-
cies ou volumes com as noções de momento, de pressão, densidade ou peso relati-
vo, e sobretudo de trabalho).
No todo, o segundo nível do estágio das operações concretas apresenta uma
situaçâo paradoxal- Até aqui assistimos, partindo de um nível inicial de indiferen-
-_entie sujeito;s9-§je,to, a progressos complementares e relativamente equiva-
ciaçáo
lentes nas duas direções da coordenação interna das ações depois das operações
do sujeito, e a coordenação externp das ações primeiramente psicomórÍicas depois
operatórias atribuídas aos objetoy' Em outros termos, observamos, nível por nível,
duas espécies de evolução estreitamente solidárias: a das operações lógico-mate-
máticas e a da causalidade, com influência constante das primeiras sobre a segun-
da do ponto de vista das abribuições de uma forma a um conteúdo e influência
reciproca do ponlo de vista das facilidades ou resistências que o conteúdo oferece
ou opôe à forma/ Quanto ao espaço, participa desses dois movimentos ou nature-
zas, suscitando ao mesmo tempo operações geométricas ou infralógicas do sujeito
e propriedades estáticas,.cinemáticas e mesmo dinâmicas do objeto, donde seu
papel constante de órgão de ligaçà,ofl Ora. neste segundo subestágio do estágio das
operações concretas encontramo-nos diante de uma situação que, ao mesmo
tempo prolongando as precedentes, compoÍta a novidade que vem a seguir. De
uma parte, as operações lógico-matemâtica$ inclusive as espaciais, chegam por
suas generalizações e seu equilíbrio a um estado de extensão e utilizaçáo máxi-
mas, porém sob sua forma muito limitada de operações concretas com tudo o que
comporta de restrições as estruturas de "grupamentos" (quanto às classes e às
relações), escassamente ultrapassadas pelos inícios da aritmetização e da geome-
trizaçào métrica. Por outro lado, o desenvolvimento das pesquisas e mesmo expli-
caçôes causais, em patente progresso sobre as do primeiro estágio (de 1 a 8 anos),
conduz o sujeito a levantar um conjunto de problemas de cinemática e dinâmica
que ainda não está em condições de resolver com os meios operatórios de que dis-
:.nra uma série
:zes. uma apa_
:'-< Segue-se então, e eis o que é novo, uma série de desequilíbrios
fccun.i,,r. .,
r'.3.nte vertical_ --":a análogos luncionalmente àqueles que intervêm desde os inícios c1r
dr,:.
,, Je um fio do - '.:lento. mas cujo alcance é bem maior para as estruturações ulterior.e::. :.
\l::a. ). OU. :'::;zirão. com efleito, a compretar estruturas operatórias já construíclas c pc,.,
: Jirninui cont -- -.3ira Vez estáveis, construindo sobre sua base "concreta" essas (,operaçô..
::.-se evidente '-::j operações" ou operações elevadas à segunda potência que constitLrirão
::. ÊtC.. dOnde -:: aÇões proposicionais ou formais, com sua propriedade combinatória. seu,ri.
:.:iinguir dois :--los de quaternalidade, suas proporcionalidades e distributividades e turjo rr
-' :ropriedade -:.: qu€ estas novidades tornam possível no terreno da causalidade.
: ias mudan-
a: seriaçôes. ; f l. As operações formais
:,,, trÍas, por //
-:' eil-] CertOS Com as estruturas operatórias "formais" que começam a se constituir por
- que não é -"::, dos l1 a 12 anos, chegamos à terceira grande Íase do processo que leva as
no estágio
,-, ::=:ações a se libertarem da duração, isto é, cjo contexto psicológico
das ações do
:-rs. superfi- -,3lio com aquelas que comportam dimensões causais além de suas propriedades
ra)o relati- -:.icadoras ou lógicas, para atingir finalmente esse aspecto extemporâneo que é
:t.:-liar das ligaçôes lógico-matemáticas depuradas. A primeira fase era a da fun,
a_.:nta uma :,,, semiótica (cerca del Ll2 a 2 anos) que, com a subjetivização da imitaçâo enr
: indileren- -: jgens e a aquisição da linguagem, permite
a condensação <ias açôes sucessivas
-.; cqutva_ :: :epresentações simultâneas. A segunda grande fase é a do início das operações
:,:eraçôes --:Jretas que, ao coordenar as antecipaçôes e as retroaçôes, chegam a uma rever_
::: depois ,-::iidade suscetível de traçar retrospectivamente o curso do tempo e garantir
a
: -.r nível, :::servação dos pontos de partida. Mas se se pode. neste particular, fãlar já
dc
.J tl -ITl âte - --::, mobilidade conquistada sobre a duração, ela permanece ligada u uçá.r.
' â -iegun_ -::nipulações que em si são sucessivas, pois que
se trata de fato de operaçõás que
..:UÊIlClâ --':rrinuam "concretas", isto é. que recaem sobre os objetos e as transfo.lrruç3.,
,,,rierece ::ais. As operações "formais" assinalam, por outro lado, uma terceira etapa enr
. ii ature_ :-: o conhecimento ultrapassa o próprio real para inserir-se no possível à pum
su.leito
-:.acionar diretamente o possível ao necessário
sem a mediação inclispensável cto
:le seu :-':.rcreto: ora, o possível cognitivo, tal como, por exemplo. a seqüência inflnita
clt-,
r,:io das :--:neros inteiros, a potência do contínuo ou simplesrnente as dezesseis operaçôes
:1 esm o ::sultantes das combinações de duas proposições p e q e de suas negaçôes. é
-ii-. De =.sencialmente extemporâneo, em oposição ao virtual fisico cujas realizuçõ., ,.
:: por ::.iocam no tempo.
rári- com efeito, a primeira característica das operaçôes formais é a de poder re-
.. que :.r: sobre hipóteses e não mais apenas sobre os objetos:é esta novidade funda
:iâS -;:ral da qual todos os estudiosos do assunto notaram o aparecimento perto dos
- - anos. Ela porém implica uma segunda, não menos essencial:como as hipóteses
:fDti -=:' sào objetos, são proposiçôes. e seu conteúdo consiste em operações inirapro-
:lJS). : -:lcionais de classes. relaçôes, etc., do que se poderia oÍ-erecer a verificação áire
:. ica ':: '--r mesmo se pode dizer das conseqüências tiradas delas pela via inferencial:
-:; : --: -rijrro lado. a operaçào dedutiva que leva das hipoteses às suas conclusões
não
: ^:ii do rnesmo tipo. mas é interproposicional e consiste pois em uma operaÇ,rL)
w -qxIF
28
PIAGET
efetuada sobre operações,
isto é, uma operação
esta é uma caracterísiic";;;;" elevada à segunda potência.
;;ài3^ ora,
;{J!ifi:ü#J'jfi; :ilffiIff ,:1i "f;;';oô*';;;.".. atingir este úrtimo
á.,ii'riã,'", il,,,",ções, etc,
a tôgica
vidade. ctc.). de (proporções, ai't.iu'uii
E este ,oo::
coordenar aoi, ,iri"rlfl::::rH:laçôes
!e fo3ar;*;ó, ,ob... opera;à;qr. permite ao conheci-
t"rffi ffi :ffi:.íT.
['J iffi .u .,i
u r, á.n, iã, o o'i p o.,íu"i.
po. * ei o à u
âXT,.,:TJ::1".5::,,ffi
raçôes 0.,.;;,.;*T
um a das novidades.
i,'rm
esr.;;;i, ;;;'
B:'J:,.?ti::ll:,u::Iü;;;
:n**r*ih::il§l?
Jp'..uç0", form ais
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po.ríu.ir, .-t..
;:
s de p art a, d anL' tonj s-;; "orr,r1'uou".
el a bo r
[ :il -'"T 1:que:,
i
.TJ"H;'i H: ;;;.:T ff :simplexos2
un to
combinatória' sabe-sá;";;.'rr:'r'is'ou
proposicionur.
gera r q rr an ".utuiffi ,':';.
d" ;Tfl assim
";*"
T:,iL','ra,peculiarcs
;iãrJr'"#'.ilr#:ff
,1rr9,.
a const.ufão a. ir"a"r;;';;]r."t íros "sr11p2p1enros" iniciais,
portanto a unidade profunda
novidades indicadas até este ponto. d. ,l;;;;;
ry"#iill.".i:*:,iJ[á,t[
diosos da rógica por :J,ffi].T fllaamelpl . qi.^a anárise dos raros
sua parte se ,,,T.Éii,iüfd:,',jrÍ:,ff1?:l:tji:1*
;T .:[ :*".n a.i o'; 1g,upo ae rceinl ãá. àr*rões e recipro cidades
Ti:""*t*
rar) No ,;;;'ffi::;J#::::j:,i1""Í?: ." ,í-;ã.n:,n. r" partes.,em
se-
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q:TÉJ'J:'::,;í*i*la'"y#:i',i.Íffi :':#"',:I'#f ,:n;:r:r::
absotutam ente ainda ro ní,J' ;;"#.:;r3::ri[.*1;rr:,:::ffi "].r:*f
todo pg. ou1.ãruào, no
:X":ü#:o níver oulo*l
:Tdi"Ji'.:'r:'trfffi",t"".T
u ,rú". ; u3a i*.Ã" ii,
A; "^7 r_ecíprocaR, isto
;T3:-' ??.==n q:ryi.ta
correlativa C (isto é,i.s' r";-;;:;:;, J p, assim como uma
l:::r""*Lr'',;i;::íf::i j".:TJ:::il.1?+fl,{:Híi*gT"*.#,T;
rrvo, NR = C; CR
= N; CN = Ã . ina = r,
çôes à terceira norência irrrií,,*ues são opera_
pois as àtirtâ:r que "uju,
de segunda potência'^Er,à eras reúnern desse
úrã, í"'ál"r modo são já
'r'.'r',iu,r.urmenre
"
,r:.i. ,a"
":;;;: cons_
!!r;x1::x*ii:ilffi;,15T: É1;i,",ü',:i..
paraascomporentresi.por;;üilIàhlTiilJ[.:H.lffi
e,e vem a ser
"o, ;-;;;.;;.1j,:rfj,;r""tr.#
referáncia
2 Neologismo cuja significaçào
se depreende do presente
contexto. (N. do T.)
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
:ia. Ora, :: r;i movimento, seja por compensação entre seus deslocamentos e os J., :_
:: último r,- :i: ora. tais composições não são antecipadas senão no presente nível e ir-n:..
. : lógica :::. Lr grupo INRC. Igualmente os problemas de proporcionalidade. crc..:--,-
l:stributi- - -:.. de proporções lógicas inerentes a este grupo(I: N::C: R;etc.).
o conjunto dessas novidades, que permitem enfim falar-se de operaç.-ic.
:onheci- i.Jlr-:ratemáticas autônomas e bem diferenciadas das ações matemáticas co.r-
:eio da ,-, jimensão causal, acompanha-se de um conjunto correlativo também fértil n..
:ais per- -::-rnio da própria causalidade, pois, na medida mesma desta diferenciação se
::silan :,:.:elecem relações de coordenação e mesmo de apoio mútuo sobre dois degraus
- 35 Ope- -€,:' menos e de um modo que se aproxima cadavez mais dos procedimentos do
'.-is. etc. : - ::io pensamento científico.
l;rrique- o primeiro desses degraus é o da própria observação dos dados da expe
t\-rs 2 que .::.:ia fisica (no sentido amplo), pois (voltaremos a isto no capítulo III) não exis-
:erações ". ;rperiência pura no sentido do empirismo e os fatos só são acessíveis quando
]SSES CM ...:rilados pelo sujeito, o que pressupõe a intervenção de instrumentos lógico-
r n i ciais. -':enáticos de assimilação construtora das relações que enquadram ou estrutu-
al.'sumas -:-:. esses fatos e do mesmo modo os enriquecem. Neste sentido, é evidente que
os
.:-i::umentos operatórios elaborados pelo pensamento formal pernritcnr a observa
;.rs fatos :=:' de um grande número de novidades dadas pela experiêpcia.quando não, pelo
çlS €StU- -:rLrs permitindo coordenar dois sistemas de referêncía.fuas nào há, neste caso,
a união :..rJesso em sentido único, pois, se uma forma opera{oria é sempre necessária
: cidades :::a estruturar os conteúdos, estes por,sua vez podem não raro favorecer a elabo,
em ge- a'-'ào de novas estruturas adequadas;/É em particular o caso no domínio das leis
: ilidade: :: :orma proporcional, ou da distributividade, etc.
\-A
I u'r I-[ âIltO ::::e outras coisas a indução das leis fisicas elementares, o segundo degrau será
::n entoS - ia própria explicação causal, isto é, das operações atribuídas aos objetos. Neste
,: existe .-rtido observa-se no presente nível o mesmo progresso maciço no domínio da
.rnjunto :,.rsalidade que no das operações lógico-matemáticas. Ao papel geral do possível
ia com- :.:sre último terreno corresponde no plano fisico o do virtual, permitindo
::SA N, ::':rpreender que as forças continuam a intervir num estado imóvel, ou que em
lur UIllâ -r sistema de diversas forças cada uma conserve sua ação, ao mesmo tempo a
na sua :-'npondo com a das demais; a esses conceitos que ultrapassam as fronteiras do
l!rmUta- - lserr'ável se liga ató a noção de transmissões puramente "internas" sem desloca
r opera- :;nio molar dos intermediários. À elaboração de operações sobre operações ou
' sào já :e relações de relações correspondem entre outras as relações novas, do segundt-r
.: cons- ::au. entre um peso ou uma força e grandezas espaciais: a densidade em geral e
-: a ser .s relações entre peso e volume na flutuação, a pressão quanto a superficies. ou ..
-- crdade lomento e sobretudo o trabalho quanto ao que respeita a extensão ou distância.
i siemas :;rcorridap/Aos esquemas combinatórios e à estrutura operatória do con_jun:
: objeto l3s partes corresponde, de uma parte, a noção espacial dum contínuo que Lrc-:,--
:.1, ersão -' interior das superficies (até então sobretudo concebidas em função de seu :;
*etro) e dos volumes: donde a importância neste estágio da considera,.-i,- :
..rlumes (sua conservação ao ensejo,.$as alteraçôes de forma só cor:rr-.-r :::
PIAGET
30
com o q.,o :,*:l';':;:'t:;::[::::';J":Ti::E:li
nível). de suas relações
Iti:n***::'J:,",'"T::il:i::il*i","ât:tru'üiilr:i:.'T**fr
que a comprecnsão
das intenstdac
t:"r":;
Dasso
tà'"Ià'"i0""r"'i'' col.-'o acabamos
j
:-e--: de um conjunro de
virtual' "'n" correspon.de {-rnlf
entc a cornpreensr"
l-.*otà. ã su.leito
grupo lNRc
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;;; ;i;i", ) ::l : ; :::; ::'". i'H:l',ji iã,'o,. ç " s u po rnurn grupos e
isonrorfo ao
resPeito ao liquto lnJJ"õcs' portanto
au'
coordenaçào aor
r-*üiociclades.
uo:t::ntu urn aspecto ",'T::'*il['T";;T[Xi:
'*o?',. *.r",. t"tltti*o niutt
iltli,El':ffi * *+t*m *
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tornar-se u""''*?,1;;.i;;;;
forçam ã espirito a uma.
'""'lil;.;ã ã. intári,,rizaçáo
que :'#;::
explicações causais t'::i; J Jtip'itt movimen-to ::,Tt::l:'"J0"
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conquista dos
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tHi.itfr^'.ffi Í* * rf; i,?* fuii #:i;;[iil;L}il;
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em niveis bem inferiores 'das
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poucos se destacam
aS opera-
gassériest";;;;*^'d":::"'1!01''*"'^'enãopredeterminadas'partlnd
indiferenciããu á.
ona. aos
um estado a.,.olliu.ao
t u causalidade do objeto'
ções do 'uj"lto