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Realismo Neoclássico

Aula 29/11/2021
Contextualização:
> Waltz traz essa ideia/começa a discutir sobre a estrutura do Sistema Internacional,
surgimento do realismo estrutural ou neo realismo.
> Keohane e Nye se convencem dos argumentos do Waltz voltam atrás adotam
vários princípios, continuando com o elemento liberal questionando algumas
premissas realistas, criam o institucionalismo neoliberal, que teve uma força na déc
90 otimismo do modelo liberal, pós fim da Guerra Fria o mundo parecia tá
caminhando para um mundo mais Pacífico com instituições com muita força e a
economia Liberal se tornou praticamente modelo dominante.
> Mearsheimer vai dizer que esse otimismo - início anos 2000 o momento de
elevação do modelo liberal - esse momento ele é temporário as coisas não são bem
assim, ele vem traz então o neo realismo ofensivo.
> Essa reação do Mearsheimer do Realismo ofensivo, a partir do debate neo-neo
(neo-realista/neo-institucionalista) acabou trazendo uma discussão em uma dúvida
dentro do próprio realismo. Por que a lógica é a seguinte, tanto o waltz quanto o
Mearsheimer eles estão concordando que a causa do comportamento dos estados,
ou seja, a variável interveniente vem da estrutura do sistema, então a estrutura do
sistema que compele os estados agir da maneira que eles vão agir, só que para o
Waltz isso vai levar que os estados ajam de maneira defensiva, para Mearsheimer
nessa mesma causa dessa mesma estrutura vai levar a que os estados se comporta
de uma maneira ofensiva
Qual é o comportamento padrão dos Estados, o comportamento ofensivo ou é um
comportamento defensivo?
O fato dessa resposta ser relativa incomoda os realistas. O realismo trabalha com o
que é real, o realismo se diz científico, ele adota a metodologia positiva, que é a
mesma metodologia da física, então se eu tenho uma causa, aquela causa sempre
vai ter o mesmo efeito e vice-versa, se não aquilo não é a causa. Então eu tô com
problema nas próprias bases do Realismo, porque eu tô tendo uma causa única tá
gerando efeitos comportamentos diferentes. Isso começa a incomodar, o fato de que
não é igual uma lei da física, pq pra eles tem que ser igual a um lei da física, é isso
que estão procurando: Comportamento e leis que vão explicar o comportamento dos
Estados.
Os próprios realistas começam a questionar o seu debate, esta posição, então é por
isso que a gente chama de debate intra-realista (plano de fundo do Realismo
Neoclássico).

REALISMO NEOCLÁSSICO

> Neorrealismo e as teorias de política externa


➔ Política externa: cada governo tem uma, um país
➔ Política internacional: vários governos têm uma, vários pais e outros atores

➔ Política externa: um país especificamente, vai receber as pressões, vai


interpretar os inputs do sistema internacional, vai processar esses inputs e
como que ele vai responder.
↪ Então a gente fala a política externa brasileira durante o
governo Lula, política externa do governo brasileiro durante
Getúlio Vargas, tá falando sobre qual foi a posição que o Brasil
adotou internacionalmente.
● Quando se fala de política externa é sobre estudar a posição de um país
específico, como eles se posicionam no sistema internacional.

> Algumas abordagens sobre a política externa:


A. Teorias innenpolitik:
* Teoria innenpolitik (quer dizer o quê?) internos, teorias de política internas.
➢ Enfatizam a influência dos fatores domésticos na política externa.
➢ Suposição comum: a política externa é mais bem entendida como o
produto das dinâmicas internas de um país.
➢ Problema fundamental: a questão do nível da análise
↪ Versão pura em uma linha liberal: comportamento de
democracias é distinto do comportamento de Estados
não-democráticos.
↪ Versão modificada em uma linha liberal: comportamento de
democracias é diferente na relação entre democracias.
○ A noção de “paz democrática”: Estados democráticos
vão menos à guerra, são menos predispostos a violência
e menos pressupostos a adotar comportamentos de risco
internacional do que as não-democracias.
● Na democracia o governante ele tem
representatividade, ele tem uma base eleitoral se
ele adota de medidas que são agressivos e que
são contrários aos interesses da sua base eleitoral
e não vai ser eleito, e quem assume o poder quer
se manter no poder, então começa a visão liberal
de solução de paz democrática os estados
democráticos são eminentemente mais
pacíficos do que os estados não democráticos.

➔ Teorias de políticas internacionais não. A política internacional está focada na


estrutura do sistema, vou olhar as interações como toda a estrutura do
sistema como todo, jogo como todo. Eu vou fazer uma análise na política
internacional, o meu nível de análise é muito mais amplo do que o nível de
análise da política externa.
★ O que está sendo pressuposto aqui, é que para entender como que um
Estado atua no sistema internacional eu tenho que compreender bem as
dinâmicas internas daquele país, entender bem como esses processos
acontecem.
○ O Realismo clássico, o Realismo de Waltz, o Realismo de
Mearsheimer, a gente fala que eles olham para o Estado e vê o estado
como a caixa-preta, não enxerga, não olha lá dentro. O argumento do
Waltz e do Mearsheimer é que não importa o sistema doméstico, o
comportamento deles no plano internacional vai ser o mesmo.
As teorias e políticas externas vão dizer que não, se eu quero entender bem como é
que os países vão estar se colocando, eu preciso entender o que é que tá
acontecendo ali.
■ Então se eu quero entender as mudanças da posição da política
externa brasileira, nos governos Lula ou FHC ou como que
ocorreu a mudança do governo da Dilma para o Lula, eu tenho
que entender as mudanças políticas internas que tava
acontecendo aqui no Brasil, as forças, as orientações
ideológicas, etc, e como que isso acabou influenciando a
posição do Brasil em assuntos internacionais.

★ É uma questão de entender bem essas dinâmicas internas de cada país.


★ Saí do nível de análise sistêmica (Waltz e Mearsheimer utilizam), vou entrar
para dentro do doméstico.
Waltz diz que: não é que a política externa tá errada, que é melhor ou pior,
mas a política externa vai trabalhar o comportamento dos estados e não a
causa, ele vai entender porque que o Brasil se comportou dessa maneira porque
China se postou daquela maneira e não a causa, por isso que ele vai dizer que
essas teorias são reducionistas, então por isso que ele vai focar no externo.
Só que o que os especialistas em políticas externas vão dizer é que na
verdade a gente quer entender como o Estado tá se comportando
internacionalmente, tem que entender como que o Estado vai se organizar
internamente, e isso é algo que até os liberais vão concordar que eles vão ser
por exemplo como que democracia se comporta de uma maneira no sistema
internacional que é muito diferente de Estados totalitários.

A resposta neorealista às teorias Innenpolitik:

b. Realismo ofensivo:
● Inverte a lógica innenpolitik e argumenta que fatores sistêmicos são
sempre dominantes.
● As diferenças domésticas são consideradas relativamente irrelevantes
uma vez que as pressões oriundas do sistema internacional são vistas como
fortes o suficiente para fazer com que Estados que se encontram em
situações semelhantes atuem de maneira semelhante a despeito de suas
características internas.
* As diferenças domésticas são irrelevantes
c. Realismo defensivo:
● Linha mais branda: na prática, os fatores sistêmicos influenciam alguns tipos
de comportamento dos Estados mas não todos.
● As estratégias de balancing neste contexto.
* Aceita algumas coisas que podem ter haver com o sistema interno dos Estados:
Estados que têm uma identidade, uma cultura mais próxima tendem a se alinharem,
admite um certo olhar para as questões domésticas, mas em um nível de pouco
importância no processo.
d. Realismo neoclássico:
● Incorpora explicitamente variáveis internas e externas.
↪ Começam a surgir estudos que falam sobre a influência do regime interno de
um país no Sistema. Ex.: diferença entre as tomadas de decisão de
Republicanos e Democratas nos EUA.

● Aspectos que influenciam a política externa de um país:


I. Principalmente pelo SI e especificamente por suas capacidades
relativas de poder material. (Estrutura domina Variável Independente)
→ É por isso que são realistas, neorealistas
II. Variáveis intervenientes no nível das unidades que filtram as pressões
sistêmicas. (fatores domésticos por isso se assemelha ao realismo
clássico)
→ É por isso que são neoclássicos
● Em suma, não há uma correia de transmissão imediata ou perfeita ligando as
capacidade materiais ao comportamento de política externa.
↪ O papel dos líderes políticos e elites reais e de suas percepções sobre
o poder relativo.
● Tem-se então um input, este é percebido pelo ator, ele é processado e tem o
output.
↪ O problema que os neoclássicos vão dizer é que quando a gente vê lá
a maneira com que o neo-realismo com que o Waltz e o Mearsheimer
fala, é como se esse input, essa coisa da estrutura, viesse e
atravessasse que direto o ator, mas isso não acontece esse impulso
do sistema ele entra, mas ele é processado dentro e aí o Estado
responderá. Não é algo que acontece em uma correia de transmissão
direta, ele passa por um processo interno e como cada Estado é
diferente por dentro esse processamento vai ser diferente.
↪ Quando a gente pensa na relação de força e poder, o que que nós
estamos dizendo é que quanto mais forte o Estado, menos ele vai
sentir a pressão do sistema internacional e mais ele pode agir
conforme as os seus interesses e suas características próprias.

➢ O Realismo neoclássico junta todas as visões: política externa, realismo


defensivo e ofensivo.
↪ O SI dá o impulso, uma pressão inicial, uma direção para a política
externa, vai fornecer os inputs, que são processados internamente.
Esse processamento depende das características domésticas,
internas, de cada país, organização política interna vai influenciar.
■ Os impulsos internacionais vão vir da estrutura, vão ser filtrados
dentro do Estado e aí o Estado dá sua resposta, ou seja, as
variáveis internas funcionam como variável interveniente.
Causa → Efeito

Realismo Clássico:
Natureza humana/interesses → conflito
VI → VD
Neorealismo defensivo:
Estrutura do sistema → defensivo
VI → VD
Neorealismo ofensivo:
Estrutura do sistema → ofensivo
VI → VD
Realismo neoclássico:

*A causa é mais importante que o efeito (Waltz fala sobre isso, e critica quem desvia
o foco, focando somente para o efeito).
*No positivismo se fala sobre esse caso, chamando de variáveis assimétricas, onde
a causa é mais importante que o efeito.
→ Realismo ofensivo e defensivo se diferem no efeito
→ Variável interveniente: A que interfere na relação de causa e efeito. Muda a
direção dos efeitos; muda o resultado esperado. Se retirar a variável interveniente a
relação causa/efeito não muda.
> Consequências analíticas:
I. Possibilidade de divergência no curto e médio prazos entre as políticas
externas dos países e as tendências do poder material objetivo.
➢ aspectos internos, domésticos. Consegue explicar porque um
país pode ter posições diferentes, conforme o governo vai
mudando.
II. Países com capacidades brutas comparáveis mas estruturas nacionais
distintas provavelmente agirão de uma forma diferente
➢ Mesmo que os países tenham uma capacidade comparáveis
agirão de forma distinta pq o sistema doméstico é diferente
III. Pressões e incentivos sistêmicos (estruturais) podem moldar os
contornos mais amplos e a direção geral da política externa sem
contudo determinar, de maneira específica, os detalhes do
comportamento estatal.
➢ O que determina o comportamento dos Estados são os
fatores/características domésticos.
→ Assim, para o realismo neoclássico o entendimento da relação entre poder e
política externa requer um exame acurado do contexto no qual as políticas
externas são formuladas e implementadas.
→ Todo o modelo de análise do neorealismo é um modelo hipotético dedutivo,
quando passa para o realismo neoclássico se encaminha para o modelo indutivo
(estudando caso a caso, país a país), muda completamente o foco do sistema.

- A questão metodológica: Innenpolitik, realismo ofensivo, defensivo e o


tratamento das variáveis
➢ Teorias Innenpolitik
○ Destaque para as variáveis independentes domésticas
➢ Realismo ofensivo
○ Destaque para as variáveis sistêmicas
➢ Realismo defensivo
○ Também se veem como teóricos sistêmicos, mas na prática
incorporam variáveis independentes domésticas e sistêmicas para
lidar com diferentes tipos de comportamento de política externa
■ O SI é a causa da conduta “natural” sendo que o
comportamento agressivo (“não-natural”) demandaria hipóteses
auxiliares envolvendo variáveis domésticas.
➢ A crítica neoclássica
○ Teorias Innenpolitik
■ A centralidade do poder material relativos dos Estados na
construção das políticas externas dos Estados
○ Realismo defensivo
■ Ênfase nas respostas dos países às ameaças superestima o
fato de que a percepção de ameaça de um Estado é moldada
por seu poder relativo.
➢ A predição empírica central do realismo neoclássico
○ Os Estados respondem às incertezas da anarquia internacional
buscando controlar e moldar o ambiente externo. Consequentemente,
no longo prazo a quantidade relativa de recursos de poder material de
que dispõem os Estados moldará a magnitude e ambição de suas
políticas externas.
➢ MEDIR O PODER É DIFÍCIL.
○ Armamentos nucleares a gente tem de outro lado petróleo e o terceiro
maior economia então a gente colocou aqui neste diagrama os 10
estados que mais tem petróleo e os 10 estados com armamento
nuclear os 10 estados com as maiores economias então por exemplo
que nos 10 estados com maior economia a gente tem o Brasil aqui
petróleo Arábia Saudita Noruega Venezuela e kuwait nuclear
Paquistão Israel em Europeia e quando a gente se sobrepõe aqui a
gente tem um país que tem muito poder ganhar muito poder
econômico dos Estados Unidos China Índia um poder o país que tem
muito petróleo e poder econômico México Canadá quando a gente vai
ver o país que tem os três que tem muito petróleo muito a ganharem
muito poder a gente tem Rússia e União Europeia vocês acham que
isso daqui reflete a realidade dos questão de poder no sistema
internacional? não.
→ VARIÁVEIS INTERVENIENTES (fatores domésticos) introduzidas pelos
neoclássicos:
a. Percepções dos tomadores de decisão, através das quais as pressões
sistêmicas devem ser filtradas
b. Força do aparato estatal e sua relação com a sociedade (desconexão
entre a sociedade e o Estado)
■ Especialmente para Zakaria e Christensen
➢ Taliaferro>
1. Percepção do decisores (ideologia, religião, nacionalismo)
2. Grau de coesão das elites (quanto mais divididas, mais interesses
difusos, mais difícil de governar é, menos coesão se têm)
■ Tem-se outro fator, por exemplo, se o que as elites estão
governantes estão fazendo reflete os interesses da comunidade
da sociedade, isso gera coesão ou não, gera instituições mais
fortes ou mais fracas.
3. Influência de atores domésticos nos decisores
■ Linha que o Mearsheimer vai voltar depois, todo mundo ficou
muito surpreso, por exemplo, da força dos lobbies, da força dos
grupos de pressão, dentro da decisão ali dos rumos das
políticas externas.
ERRATA> Waltz fala que a visão acerca das unidades não tem diferenciação.

Realismo Neoclássico
Aula 02/12/2021

Realismo neoclássico vem do chamado debate intrarealista, os próprios realistas


começam a questionar qual a verdadeira explicação para o sistema internacional.
Se olha principalmente para os neo-realistas tanto o neorealismo ofensivo, quanto o
defensivo, tem a mesma variável causal, uma mesma variável independente, a
mesma causa que é o sistema internacional que vai fazer com que os estados se
comportem da maneira com que eles se comportam, mas quando a gente vê o
comportamento é completamente diferente uma dizer que o normal é o
comportamento defensivo, e o outro grupo vai entender o comportamento normal
dos Estados é um comportamento ofensivo.
Neoclassico essa dúvida acontece porque de fato a gente vê os dois tipos de
comportamento. Vai se ter os Estados se comportando de maneira defensiva e a
gente ver os Estados se comportando de uma maneira ofensiva, e o pior às vezes
nós vemos até um mesmo estado se comportando uma hora de um jeito outra hora
de outro jeito.
EX.: Estados Unidos é clássico se a gente olha para o externo Estados Unidos foi
quase que o movimento pendular, hora Estados Unidos é um país aí que é
intervencionista que intervém nos outros países nos assuntos, hora ele age de uma
maneira isolacionista e que não intervém, então ele ele vai e vem para os realistas
neoclássicos o segredo disso vai tar na questão da variável interveniente.

Qual é a lógica central do Realismo neoclássico?


Que o sistema internacional vai sim dar as direções gerais do sistema e do
comportamento, é por isso que eles são Neo. Mas as características internas
domésticas vão filtrar essas pressões internas, vão intervir no processo e vão levar
então que estados comporte de uma maneira ou de outra, quebra com a lógica
dedutivista do realismo, quebra com a lógica da política internacional do
neorealismo, passando a adotar mais uma lógica de política externa.
➔ A ideia de que para entender como que os Estados se comportam no sistema
internacional, eu tenho que compreender as características internas, as
características domésticas, desses Estados, elas é que vão intervir, vão filtrar
e com isso eu consigo explicar porque que às vezes um mesmo Estado age
de uma maneira diferente, ou porque que estados com poder relativo
comparativamente iguais agem de maneira diferentes.
◆ Então, por exemplo, quanto mais capacidade relativa, quanto mais
poder, mais capacidade o estado vai ter de filtrar essas pressões
internacionais e agir por conta própria, e menos ele vai sofrer a
pressão e a influência da estrutura do sistema internacional.
→ O ponto central do realismo neoclássico é que no longo prazo, os recursos de
poder relativo que um país possui irá determinar a magnitude e ambição de suas
políticas externas. Assim, quando o poder relativo de um estado aumenta, ele irá
buscar mais influência externa; se seu poder diminuir, suas ações e ambições irão
ser reduzidas.
Questão é para o realismo neoclássico tem-se uma relação estrutural, lembrando
que um dos principais elementos da estrutura para o Waltz é a distribuição relativa
de poder, isso também é importante para os neoclássicos ele diz que: tanto de
poder que um Estado tem, o local no poder relativo que ocupa, vai determinar o
quão ambicioso ele é na sua política Internacional, na sua política externa.
À medida em que Estado ele vai galgando ali o ranking dos estados, que ele vai se
tornando mais poderoso ele começa a ficar mais ambicioso, começa a querer ter
mais influência na sua política externa e quando ele vai perdendo o poder as suas
ações vão tbm perdendo.
→ Se diz muito do Brasil que tem a ambição de ser uma grande potência, se tornar
uma grande potência, mas o Brasil não age enquanto tal, o Brasil não tem postura
mais ativa nos foros internacionais, é um país que abstém muito no conselho de
segurança, então acaba não tomando partido de ninguém, isso tudo seria um
descompasso entre ambição do Brasil e o local de poder relativo que o Brasil
efetivamente ocupa.

Se nós estamos falando que nós temos que olhar para dentro dos Estados, a gente
vai entender que os estados vão se portar de maneira diferente. O que é que vai
levar um estado tenha um comportamento mais agressivo ou menos agressivo, ou
seja, o comportamento defensivo ou um comportamento agressivo? Uma das
respostas vai ser a questão do comportamento revisionista.

Um Estado revisionista (nas RIs) é: quer rever o status quo (Alterar o status quo),
estados que agem de maneira ofensiva, agressiva no SI.
Defesa: Manter o status quo
Ataque: Alterar o status quo

❖ Revisionismo - Schweller
➢ Revisionismo -
■ Patologias domésticas (variável unicamente doméstica –
internas que determinam o comportamento)
● Ex.: Estado que pratica terrorismo; totalitários,
autocratas; comportamentos agressivos.
➢ Revisionismo sistêmico - (Mearsheimer)
■ Surge devido a mudanças na superestrutura distribuição de
ganhos (poderes relativos) não corresponde à distribuição de
poder – produto da dinâmica do sistema. Características
específicas da estrutura podem levar os Estados a se
comportarem de maneira agressiva.
● Ex.: Discurso da China; distribuição das cadeiras no
conselho de segurança da ONU, não refletem a
distribuição de poder atual, diferença e imbalances
podem levar a patologias, doenças, problemas que
levam os Estados a agirem de forma agressiva.
● Ex.: Diferenciais nas taxas de crescimento e mudanças
tecnológicas, levando a mudanças nos equilíbrios
econômicos globais, que por sua vez, afetam
gradualmente os equilíbrios político e militar.
A desconfiança e a incapacidade dos Estados de se perceberem uns aos outros
com precisão, ou a incapacidade dos líderes estaduais de mobilizar o poder do
Estado e apoio público pode resultar em uma sub-expansão ou comportamento de
desequilíbrio, levando a desequilíbrios dentro do sistema internacional, a ascensão
e queda de grandes potências e guerra:
Para o realismo neoclássico vão ter uma visão um pouco mais precisa, um pouco
mais detalhada, e vai ver que o equilíbrio de poder que o Waltz e Mearsheimer
descrevem é apenas uma das formas de equilíbrio de poder, quando acontece o
equilíbrio de poder apropriado, ou seja, quando os estados estão ali eles vão buscar
suas alianças para evitar que um estado domine completamente o sistema, então
esse equilíbrio apropriado vai acontecer quando os estados percebem corretamente
intenção dos outros estados, esse movimento vai seguir de acordo, então aquele
equilíbrio polar, multipolar vai acontecer só se eu tenho equilíbrio de poder
apropriado.
Mas eu posso ter uma situação em que o equilíbrio ele é defeituoso esse equilíbrio
ele acontece, mas ele acontece de uma maneira que não tá refletindo a real
distribuição de poder, pode acontecer o que a gente chama tanto de underbalacing
quanto overbalancing.
Então quando o estado percebe incorretamente o outro estado como mais
ameaçador e usa mais recursos do que o necessário ele vai estar fazendo um
overbalancing, eu vou estar balanceando demais.
Agora quando eu tenho o contrário underbalancing vai acontecer quando
subestimo o outro, acho que eu não preciso de muita coisa para balancear ele, não
tomo os recursos necessários, e acabo percebendo o Estado como sendo menos
ameaçador do que realmente ele é, isso vai causar um desequilíbrio.
Ou posso ter um desequilíbrio também quando um estado ele não vai fazer
balanceamento e ele vai adotar uma daquelas políticas que a gente viu lá do
Mearsheimer que devem ser evitados, como, por exemplo, o Bandwagoning vou
pegar a carona naquele Estado que tá mais forte então isso tudo também pode
gerar desequilíbrio.
O que os realistas neoclássicos estão dizendo é que o balancing vai acontecer, só
se a gente tem um equilíbrio apropriado, mas se a gente tem um equilíbrio
inadequado ou se a gente tem um desequilíbrio que a gente pode acontecer não
balanceamento, super balanceamento, overbalancing, balanceamento a menos,
underbalancing, isso pode gerar uma distribuição e uma dinâmica do SI que não
corresponde com a real distribuição de poder, que por sua vez vai gerar
comportamentos revisionistas, vai gerar violência e comportamentos agressivos.
❖ Schweller o problema é que o Waltz fala o tempo todo de balança de poder,
mas como a gente viu o poder é muito difícil de calcular, então eu não sei
exatamente ele qual é o poder desse ou daquele outro Estado, então o que
vai acontecer na realidade é que os Estados, vão balancear a partir das suas
expectativas, a partir dos interesses que cada Estado tem.
➢ Por isso que ele é clássico, ele é neo por conta da estrutura do
sistema, mas ele é clássico por conta dessa comparação dos
componentes internos e dos interesses dos Estados.
❖ Aí vai ter estados são mais ou menos, períodos de governos, em que os
estados vão estar, vão ser mais ou menos revisionistas.
❖ Quando a gente vai pensar na balança de poder não basta ver o poder que o
Estado ocupa, a gente tem que Balancear contra as intenções, a gente vai
Balancear contra Estados que têm intenção agressiva.
Balança de interesses:

Animais revisionistas (alteram o status quo): Chacais e os lobos


Animais “pacíficos” (Mantém o status quo): Ovelhas e leões
Revisionista e forte: Lobos
Revisionista e fraco: Chacal
↪ Se eu for forte e revisionista vou ter objetivos ilimitados, eu vou querer
expandir ao máximo o meu poder, portanto, como eu sou forte aceito correr o
risco de agressão.
↪ Enquanto se eu sou revisionista e fraco, os meus objetivos vou ser
limitados provavelmente são objetivos regionais, então o chacal é um animal
oportunista vai usar ali de bandwagoning, aliar com estados mais fortes e vou
tentar me aproveitar da situação.
→ Exemplos: China > Lobo; Rússia > Lobo; Coreia do Norte (faz bandwagoning com a

China) > Chacal.


* os estados podem mudar de interesse e se tornar outro animal.

Mantém o status quo e é forte: Leão


Mantém o status quo e é fraco: Ovelha
↪ No caso das ovelhas, os países são fracos e são fracos. Têm dificuldade e
inclusive de se defenderem, portanto, eles vão fazer qualquer coisa para
sobreviver, então aquelas táticas que o Mearsheimer diz que deveriam evitar
como a questão do apaziguamento e do bandwagoning, vão ser adotadas por
essas ovelhas. Por exemplo, a questão de distanciamento dos conflitos né ou
a onda do futuro, em que eu vou aproveitar ali quem eu tô achando que tá
ganhando, tá tendo um futuro melhor.
→ Argentina, Chile, Mongólia > Ovelha
↪ No caso dos leões são fortes, mas estão satisfeitos com tanto poder que eles
têm, não querem mudar. Estão preocupados com a autopreservação e a
manutenção do status quo, em manter a distribuição relativa de poder,
manter o equilíbrio de poder alí. Esses países vão agir da maneira que o
Waltz estava prevendo, vão agir com o balanceamento ou buck passing.
→ EUA > Leão

➔ Os lobos agem da maneira que Mearsheimer está falando, enquanto os leões


agem da maneira que o Waltz está falando. O realismo neoclássico ajunta os
dois ali e consegue colocar as duas explicações no mesmo lugar.
O debate intrarealista:
● Pergunta de partida: O sistema internacional provê mais incentivos para a
expansão ou para a manutenção do status quo? (Ofensivo ou defensivo)
○ O impacto da pergunta na formulação de política, principalmente,
quanto à grande estratégia americana
■ preponderância ou primazia x engajamento seletivo (estados
vão escolher)
● Realismo ofensivo
○ Incentivos para a expansão (ofensivo)
● Realismo defensivo
○ O sistema internacional dá incentivos para expansão apenas sob
certas condições (em certas condições é ofensivo, mas na maioria do
tempo é defensivo).
■ O dilema de segurança neste contexto
● Duas divisões do realismo contemporâneo:
a. Neorealismo vs. realismo neoclássico
■ Discordância sobre a variável dependente (concordam com a
causa mas discordam do efeito)
■ Diferem sobre o fenômeno que querem explicar
● ou seja, seriam complementares
I. Neo-realismo: Busca explicar Resultados internacionais, que
resultam da interação de dois ou mais atores no sistema
internacional.
● A teoria sistêmica nos diz quais pressões são exercidas
e quais possibilidades são colocadas por sistemas com
estruturas diferentes, mas não nos pode dizer como e
quão efetivamente as unidades de um sistema
responderão a essas pressões e possibilidades.
II. Realismo Neoclássico: busca explicar estratégias de política
externa de Estados individuais; por que diferentes Estados ou o
mesmo Estado em diferentes momentos buscam estratégias
particulares na arena internacional.
● Gera predições probabilísticas sobre como estados
individuais respondem a imperativos sistêmicos.
○ Doutrina militar, política econômica externa,
preferências de alianças, comportamento em
crises.
● Compram a suposição de Waltz sobre a anarquia, mas
explicitamente rejeitam o argumento de que as teorias de
relações internacionais não devem incluir variáveis
explicativas de diferentes níveis de análise. (incluem as
variáveis sistêmica domésticas que vão explicar
diferentes níveis de análise).
b. Realismo ofensivo vs. realismo defensivo
● Divergência fundamental sobre as implicações da anarquia.
● Assim, realismo ofensivo e realismo defensivo são
competidores teóricos porque geram diferentes predições e
prescrições políticas. Essa divisão subsume a dicotomia
neo-realismo vs. Realismo neoclássico

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