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POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

AULA 01 – 18 /08

O QUE É ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA?

→ Análises de médio alcance: não servem para analisar todas as políticas externas

Política Externa

→ Por muito tempo foi um subcampo da Ciência Política, mas também pode ser
considerado um subcampo das RI (crise identitária)

 Entender o Estado define a “direção” do pensamento em Política Externa

→ Política Externa é a estratégia que um Estado determinará como o país se comportará


no exterior (especificamente referente à um Estado)

→ Ferramenta de desenvolvimento (captar recursos, diminuir a pobreza, desenvolver o


país…)

 O Estado como parte da sociedade

 O Estado como algo externo a ela

 O Estado como parte de sociedades complexas

 Westfália (1648): marco da soberania e suas implicações políticas e teóricas

 Divisão entre Política Interna e Externa

 Criação e fixação do paradigma do Estado Moderno

Quem faz parte da política externa?

 Atores Estatais

o Ministério das Relações Exteriores

o Ministério de Defesa

o Chefes de Estado e do Governo

o Secretarias Estaduais

o Prefeituras

→ A partir da paradiplomacia (“cidades irmãs”)

 Atores não Estatais


→ Propaganda do que o país tem de melhor (não necessariamente o governo tem de
decidir)

o Grupos comunitários

o Arte e Cultura

→ Projeção exportada a partir de filmes, seriados… (ex.: a indústria do Kpop)

o Esportes

→ Olimpíadas e esportistas chineses

o Terceiro Setor (ONGs)

 Atores Privados

→ Normalmente pensa-se em um específico, diferente dos Atores Não Estatais, que é


algo disseminado entre o grupo “esporte”, por exemplo

o Empresas Multinacionais

→ Ex: Havaianas no Brasil

o Institutos

o Organizações

o Meios de Comunicação

Como cada ator desenvolve a análise?

→ Padrão identificado em cada um dos grupos (padrões de análise)

 Atores Estatais

o Individual

o Coletiva

o Organizada

→ Há um padrão de governo, uma hierarquia

o Multicooperativa

→ Há atores intervenientes

 Atores Não Estatais

o Direto
o Coletiva 

o Presencial

o Digital

→ Não há necessidade de interagir presencialmente com o ator para conseguir as


informações (ex: utilização de software) 

 Atores Privados

o Individual 

o Cooperativa

→ Entre empresas ou entre setores

o Jurídica

o Privada

Qual é o objetivo?

→Não existe análise neutra, toda análise reflete um viés (há um objetivo esperado)

 Atores Estatais

o Poder de Barganha

→ Busca por preservar a própria sobrevivência no sistema internacional

o Protecionismo

o Propositiva

→ Busca propor soluções e acordos favoráveis a ele

 Atores Não Estatais

o De Protesto 

→ Fica claro na atuação das ONGs

o Patrocinado

→ Há um grupo que financia a análise (por meio de doações por exemplo)

o Objetivos Ganhos

→ Não só em relação ao dinheiro, pode ser relacionado à legislação

 Atores Privados
o Protecionismo

o De Protesto

o Evitar Perdas

Definições
→ Não há um consenso, há diversas definições
 White (1989): Política Externa é formulada dentro do Estado (como a
doméstica) e implementada no sistema internacional.
 Wallace (1974): Fronteira entre a política doméstica e o sistema internacional. 
 Hudson (2005): Qualquer ação de um Estado que tenha consequências diretas ou
indiretas a entidades estrangeiras.
 Tayfur (1994): Atividade oficial formulada e implementada por agentes
autorizados de um Estado soberano direcionada ao ambiente externo dos
Estados.
→ “Agentes autorizados”: limita a Política Externa a apenas decisões feitas pelo
governo (corpo diplomático)

Análise de PE como Estratégia de leitura de conjuntura


Caixa-preta x Interméstico (Putnan)
o Caixa Preta - não se olha como é a configuração interna de um país  apenas as
decisões tomadas externamente são as que importam
o Putnan - não se consegue olhar o internacional separado do doméstico, como se
porta no exterior é o espelho do interno
A política externa como processo, constituído de variáveis  ou seja, se tem vários
atores, itens que se pode observar  cada teoria seleciona aspectos que julgam mais
importantes
As gerações da Análise de PE:
1. Rosenau (1966): política externa comparada
2. Snyder (1963): processo decisório  a análise de PE deve observar o processo
decisório (a construção da PE), sem precisar comparar com outro país
3. Sprouts (1957): foreign policy contexts  vem opor a ideia de que a política
externa vive num “vácuo”  diz que a política externa de cada país vive em
contexto diferentes, logo, até é possível comparar, mas não se pode dizer que é
justa
Rosenau (1976): Tipos de PE
- Orientação  Princípios Gerais e Orientação  ex: manutenção de fronteiras,
desenvolvimento econômicos
- Planos e Compromissos  Estratégia para atingir o objetivo  ex:
alinhamento automático, adesão a OI
- Atividade Prática  o comportamento em si, a execução dos planos segundo
uma orientação  ex: ajuda externa, mediação, formação de coalizões, acordos, votos
nas OI’s, exercícios militares  ex: Lula diplomacia presidencial e Dilma diplomacia
low profile
Política Externa e Política Pública
Politics (Política)  pensada de forma mais separada da organização interna  vista de
forma separada, não há discussões internas entre as pessoas e não é vista como forma de
redução de pobreza. Para algumas pessoas deve haver essa separação de politics e
policy pois:
- PE não deve ser instrumento de campanha
- não haja mudanças radicais a cada governo  deve ser política de Estado e não
de gov
Policy (Política Pública)  algo que é uma política pública está em um plano em que
será articulada com outras políticas afim de trazer bem estar e é pensada a longo prazo
 há cidadãos discutindo sobre
Análise de Política Externa
Mudanças na PE dentro da mesma estrutura do sistema internacional
Tomadores de decisões moldam a política externa
Contraposição aos Estados enquanto abstrações metafisicas  conceitos que não são
tangíveis (ex: PE ser política pública / Estado reger eutanásia)

Relações Internacionais
→ O campo mais amplo desses estudos, integrando a Política Internacional e a Análise
de Política Externa
Debate Teórico: Teorias de Política Internacional e Teorias de Política Externa
 Teoria Política Internacional: padrão de interação entre Estados no longo prazo
(Waltz, 1979)
→ Analisa se a interação de poder levará ao conflito
 Teorias de Política Externa: análise do comportamento individual dos Estados
(Rose, 1998)
→ Baixa relevância do sistema internacional 
→ Unidades decisórias altamente diferenciadas (a depender da teoria)
→ Fatores domésticos influenciam a política externa
 Nas RI se analisa ambos

Análise de Política Externa


 Mudanças na política externa dentro da mesma estrutura do sistema
internacional 
 Tomadores de decisões moldam a política externa
 Contraposição aos Estados enquanto abstrações metafísicas
→ Olha-se conceitos não tão tangíveis (responsabilidade do Estado por ex.)

AULA 2 - DIA 25/08

TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL

 Não há liberdade de ação (leva em consideração as consequências da ação)


 Não se olha aspectos humanos
 Não analisa o cenário todo e não faz o cálculo minucioso antes da tomada de
decisão 
 O modelo prevê que não há controle sobre tudo
 Toda decisão carrega um viés, influência de crenças, visões e interesses
pessoais, sendo assim, não são decisões objetivas e livres de crenças
 O modelo assume que os atores realizam escolhas que os atores vão acreditar
que
 O modelo de escolha racional implica em causalidade  o que causou
determinado resultado  mapear o que causou

O modelo de escolha racional entende que não se há total liberdade de ação, leva em
conta a escolha das pessoas
CARACTERÍSTICAS DA ESCOLHA RACIONAL:
1. Individualismo: os comportamentos sociais e políticos (agregado) são frutos de
decisões individuais (unidades unitárias)
2. Pressuposto da racionalidade: os atores buscam maximizar a sua utilidade
esperada  optará por aquela que aumenta o benefício esperado

FORÇA DA TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL


1. Generalizável 
2. Parcimônia implica que ao fazer o cálculo racional, a pessoa sempre tentará
maximizar o seu benefício e minimizar os seus custos
3. Predição 

PONTOS FRACOS DA TEORIA DA ESCOLHA RACIONAL


1. Não temos todas as informações para conseguir definir a preferência dos atores
2. Interações humanas/sociais são muito complexas para serem
definidas/resumidas de forma utilitarista -> não se consegue explicar tudo por
método matemático
3. Explicar o macro com modelos individuais  transpor para o macro a mesma
racionalidade que se atribui ao individuo
4. Significado social da ação 
5. Se tudo é racional, até a irracionalidade é racional 

MODELOS “MATEMÁTICO” (RACIONAIS)


Decisões de Guerra
o Loteria ou “menos guerra”  medir probabilidade de se entrar em conflito com
outro país ou não  barganhas  vencedor ganha tudo (ou ganha ou não)
o Realista ou equilíbrio de poder  escolha racional permite fazer uma
previsão/construir uma ciência para as RI’s
Economia Política do Conflito  elementos liberais  o que acontece internamente
influencia externamente
o Regimes
o Paz Democráticas  observar o que acontece dentro do Estado, mas não de
forma detalhada (assim como construtivismo e estruturalismo)
A racionalidade é definida pelo objetivo que você coloca

PERGUNTAS WORD CAFÉ


1. EUA e UE/OTAN não intervirem para evitar uma guerra de longa duração
– Rússia e Ucrânia
Essa escolha se mostra racional, visto que, fazendo parte de Instituições
Internacionais essas superpotências evitam desencontros para não haver um conflito
mundial por envolver superpotências e ameaçaria a soberania dos países

2. O atual governo não realizar nenhuma medida de proteção ambiental para


evitar queimas e desmatamentos na Amazonia
Se mostra sendo uma escolha irracional, visto que, internacionalmente o Brasil
perde credibilidade no mercado externo por não aderir as medidas socioambientais além
de falhar diplomaticamente.

AULA 3 - 22/09
OPINIÃO PÚBLICA
Alto número de pesquisas, poucas divulgadas

BOURDIEU
Opinião pública não existe  pois as pessoas não estão pensando no determinado tema,
e se estão não é da forma como a pergunta foi feita  logo, a opinião publica pode ser
enviesada como a pergunta foi formulada

LIPPMANN
População é muito pacifista em tempos de paz, e muito belicosa em tempos de guerra 
ou seja, em tempos de paz todo mundo busca preservar o status quo e em tempos de
guerra, como normalmente há causas para que isso esteja ocorrendo, a população entra
em modo de defesa

TOCQUEVILLE
Política externa é delicada e complexa demais para opinião publica  existem muitos
detalhes que isso não pode ser deixada para opinião pública, mas sim para especialistas
 a opinião publica não tem informações suficiente, logo, não tem capacidade para
tomar decisões sobre a política externa, por isso apenas especialistas seriam adequados
para fazer esta análise

REALISTAS
A opinião pública é ingênua  a opinião publica pode se manifestar, mas ela apenas
entende como “bem” e “mal”, logo, a opinião pública não deve ser levada em
consideração pois é muito ingênua

KENNAN
Opinião pública é muito emocional  ela pode até ter informações, mas é muito mais
movida por paixões do que informações em si  a opinião publica é manipulada pelas
emoções, logo, não dá para ter opinião fundamentada com fatos

ALMOND
A opinião publica é volátil  muda muito fácil
As pessoas têm uma opinião e até podem conseguir informações, entretanto, não
conseguem observar á longo prazo  que uma política externa demora para ser criada,
executada
Pela opinião publica ser tão volátil, não é adequada para decidir ou influenciar algo de
tão longo prazo

“ALMOND-LIPPMANN CONSENSUS”
Teste
Almond testou as prerrogativas de volatilidade de Lippmann de volatilidade  Almond
pega estudos dos EUA onde perguntam sobre as mesmas questões para as pessoas e
testa isso  Descobre que a opinião publica não é tão volátil assim, normalmente, todo
mundo está sempre no mesmo viés, apesar de haver algumas pequenas mudanças
Papel das elites
A opinião pública difere da opinião das elites  as elites têm capacidade de influência e
trocam de opinião
Page e Shapiro
Quebram o consenso de Almond Lippmann, ao identificar que a opinião pública não é
estável, como também é mais racional que incoerente  a opinião publica não é
emocional, visto que levam em conta as informações que tem acesso (mesmo limitada)
 podem não tem conhecimento aprofundado para conseguir definir o que seria
melhor, mas com base nas poucas informações que têm conseguem formular
 Concordam com Almond e Lippmann em um ponto  a opinião pública difere
da opinião das elites

ESTRUTURA DA OPINIÃO PÚBLICA


É relativamente estável e principalmente nesses eixos:
 Direita x Esquerda (Aguilar 1997 e Stevens 2015)
 Internacionalização x isolacionismo / Conciliador x Militar (Wittkopf)
 Unilateralismo – multilateralismo
Costuma-se principalmente no Brasil, olhar o perfil do presidente e achar que opinião
publica mudou por causa dele

VARIÁVEIS CULTURAIS QUE INFLUENCIAM A OPINIAO PUBLICA


Quais são as características culturais que vão definir como a opinião publica observa a
política externa
Hurwitz e Peffley
Opinião pública é definida por:
 Normas sociais 
 Valores sociais
 Compaixão  uma pop com alto nível de compaixão, há maior probabilidade de
ser cooperativas
Herrmann
Cognitivo Interacionista
 A opinião pública é formada pelas experiencias que teve  a política externa é
moldada pelas interações/experiencias que a população teve
 Mesmo que se tenha valores sociais ou compaixão semelhantes  a população
não terá as mesmas opiniões pois as experiencias não são as mesmas  ou seja,
mesmo que tenha listagem desses mesmos fatores, as experiencias são
diferentes, logo, a opinião também será
 Não é possível criar perfil colocando itens como mais importantes ou não e
achar que todos serão homogêneos
Vários autores
Colocam que a opinião publica ao pensar em política externa, só pensam em economia
 se a economia estiver boa, apoiam o governante, caso contrário, “mudam de direção”
Consegue observar qual vai ser o comportamento da opinião pública, percebendo a
economia
A economia é pautada em números, logo, mais fácil de medir  ao contrário de
compaixão ou valores sociais (ex: medir o sucesso de alguém pelo salário)
Número de mortes
Isso em conflito, é mais fácil de ser percebido  se há um número muito alto, faz com
que a população seja mais pacifista

REALMENTE TÊM INFLUÊNCIA?


Sim, mas não é uma relação causal direta a uma opção  ela pode até ter um peso, mas
não é por conta da opinião publica que alguma decisão de política externa é tomada
Eleições pressionam o líder
Opinião pública define parâmetros
Impõe uma canalização de preferencias sem escolher uma ação especifica
O que a faz ser influente?
 Independência  a questão de que a opinião publica é independente, é muito
contestada, visto, que ela é influenciada
 Visibilidade  publicar e disseminar informação hoje em dia é barato,
 Crenças do tomador de decisão
Custo de audiência
Custo de manter uma relação com a audiência, no qual exista aproximação ou que pode
acabar gerando oportunidade de atrito

ABORDAGEM PSICOLÓGICA-COGNITIVA
Nessa teoria se observa se o perfil psicológico cognitivo irá afetar a forma como um
líder lidera

Observa a nível do indivíduo


Quem é o líder importa? Se fosse outro em determinado momento histórico, a situação
seria conduzida da mesma forma?

Três fatores determinam seu papel de exercer influência em política externa:

 Capacidade institucional e política


 A vontade do indivíduo
 Oportunidade  a chance de influenciar a política externa

EMOÇÕES

PSICOBIOGRAFIA

Um líder não é desprovido de emoções, mesmo sendo um profissional que tente isolar
suas emoções da execução de seu trabalho, ainda há interferência

A psicobiografia observa o trauma

Cada Estado lida com suas dores de formas diferentes

Não se pode trabalhar a emoção separada da razão

 Dolan
Efeitos na cognição, percepção e memória
Costuma-se tratar de emoções separado de razão, mas estudos mostram que
ativamos áreas do cérebro de emoções antes da razão ao tomar decisões
Dificuldade em medir, visto que emoções são difíceis de mensurar

DIMENSÃO AFETIVA

Olhar não todo perfil psicológico, mas isolar uma única dimensão afetiva (ex:
nacionalismo pode ser uma forma de orgulho e medo)  ou seja, busca analisar como a
dimensão afetiva transpõe para o Estado

Relação entre líder e normas sociais

Relação entre líder e suas motivações  por que pessoas se colocam em posições de
liderança

Tipologias / Arquétipo  conseguir entender o perfil do líder  cria-se tipologias para


conseguir trabalhar e colocar os líderes em certos perfis
COGNIÇÃO

CONSISTÊNCIA COGNITIVA

Quanto você é mentalmente flexível para aderir e interpretar novas ideias

Consistência/Resistência Cognitiva  qualquer informação que vai contra o que o


indivíduo acredita é ignorada  moldada por experiências quando muito jovens  isso
influência na dificuldade de integrar novas informações

CÓDIGO OPERACIONAL

São códigos estabelecidos nas pessoas desde crianças que quando observado uma
situação rapidamente define o que é certo ou errado identifica o sistema de crenças
que influência o que é certo e errado

Tenta fazer a relação entre as ações dos indivíduos e as crenças

Noções que dirigem todas as ações do indivíduo em uma situação

Abordagem qualitativa ou análise de discurso

Necessário para economizar tempo

Dificuldade em estabelecer um link entre as respostas e a política externa

VÁRIOS

Atalho heurísticos  atalhos que as pessoas usam para justificar as coisas  refúgio
para o que as pessoas buscam justificar sem respostas concretas

Mapeamento cognitivo  mapear como a pessoa pensa a partir das decisões que ela
toma

Complexidade cognitiva  observa os detalhamentos que interferem nas decisões que a


pessoa toma

PERCEPÇÕES

Lacuna entre o mundo real e o “percebido”  há uma diferença do que é real e o que é
percebido, ou seja, tudo
Misperception: “lacuna entre o mundo como realmente existe e o mundo existe na
mente de cada um”  o que importa e a política, não é feita do que ela realmente é, ou
seja, com base em percepções que podem estar erradas a política pode ser influenciada

Exemplos:

oSuper estimar a hostilidade dos rivais


oSuper estimar o quanto os outros confiam neles

Leva a uma espiral de desconfiança e desentendimentos

RESUMO

Essa teoria busca mostrar que  mesmo que um líder tenha que agir racionalmente,
deve-se lembrar que existe o fator humano

AULA 04 – 06/11

ANÁLISE BUROCRÁTICA

Como a burocracia influência na política externa

Têm autores, como Krasner, que dizem que a teoria burocrática da política externa não
existe, visto que da muita força para a burocracia e tira a força do presidente

Deveria ser neutra

Tempo é a favor da burocracia (eles não precisam se preocupar com as eleições)

Dependendo do design da burocracia, ou seja, as agencias/departamentos que existem e


como esta organizada

Principal característica é a expertise

ESTILO DE ADMINISTRAÇÃO

Forma como líder administra as pessoas e informações ao seu redor

Não depende do regime político ou tipo do problema, mas, das preferencias e


capacidades do líder

VARÁVEIS SOBRE ESTILOS DE ADMINISTRAÇÃO

4 principais características que podem definir uma administração:


 Círculo de conselheiros  sobre abrangência dos conselheiros que são
consultados para tomadas de decisão  esses conselheiros “filtram” as
informações entre o presidente e o restante do governo
 Estrutura de interação com os conselheiros  no método mais tradicional
tem-se a ideia de que sempre tentará alcançar a decisão mais eficiente e mais
racional, seguindo uma base hierárquica  mas nem sempre isso acontece
 Grau de descentralização  governos mais fortes conseguem ignorar algumas
opiniões, enquanto governos mais fracos não
 Habilidades interpessoais  essas habilidades têm influência em como será
gerido uma administração

HÁ UM ESTILO ADMINISTRATIVO MAIS APROPRIADO DE PE?

Interações formais com processo decisório descentralizado – bom para rotinas, ruim
para crises

Estrutura competitiva e descentralizada – risco de rivalidades, mas, bom para


diversidade de opiniões  pode-se criar ‘panelinhas” que acabam se separando e
competindo entre elas, logo, isso não garante que as necessidades a população sejam
atendidas  quando se tem um líder muito ativo e uma estrutura muito vertical, corre o
risco de autoritarismo (ex: autoritarismo)

Estrutura colegial e descentralizada – risco de groupthink

GROUPTHINK

A pressão para chegar a um consenso supera os objetivos do grupo. Os membros ficam


tão obcecados por sua própria coesão que suprimem suas diferenças. Suas capacidades
de analisar eventos e formular julgamentos morais são substancialmente diminuídas
como resultado

POR QUE CHEFES DE ESTADO DEPENDEM DE GRUPOS PARA TOMADA


DE DECISÃO?

Líderes consultam grupos para tomadas de decisão por fatores:

1. Sociopsicológico – não ser responsável sozinho de todas as decisões,


reduzir o estresse
2. Administrativo – opiniões diversas  considerar diferentes ideias
3. Político – legitimidade
MODELOS OPERACIONAIS
Identificar algumas formas de padrão sobre como a organização ou Estado vai se
estruturar

1. Estratégias Organizacionais  nem sempre a decisão tomada é a mais


racional, ou seja, existe uma racionalidade sim na política externa, mas ela não é
100% garantida  isso porque uma equipe de política externa é formada por um
grupo grande de pessoas
2. Modelo burocrático  precisa-se olhar quem são os outros atores além do
presidente que pode influenciar nas tomadas de decisão

POLÍTICA EXTERNA E INSTITUIÇÕES

INTITUIÇÕES E POLÍTICA EXTERNA?

Decisões sempre são tomadas no contexto institucional, que moldam as preferências e


comportamentos dos atores

Não é sempre possível ter acesso a todas as documentações de bastidores, mas é sempre
possível saber se aquele Estado é ter um sistema parlamentarista, presidencial etc.

Polity IV Project  base de dados de várias regimes políticos do mundo

Parlamentar e sistema eleitoral, organização do Estado, regime político e regime


econômico

PARLAMENTAR E SISTEMA ELEITORAL

Democracia tem uma serie de configurações

Distinção fundamental presidencialismo e parlamentarismo

 Presidencialismo – voto no candidato / separação + clara entre os três poderes / é


possível o presidente ter um viés e o senado/congresso outro /
 Parlamento – não vota no candidato, mas sim no partido / a conversa entre os
três poderes fica + misturada / o representante do executivo sempre tem todo
respaldo do senado
No parlamentarismo o chefe de Estado tem maior margem de manobra em comparação
ao presidencialismo

Presidencialismo há necessidade de coordenar coalizões

ESTADOS FORTES E FRACOS

Análise pautada no equilíbrio de forças entre Estados e Sociedade  a maior parte


desse equilíbrio se uma alguns indicadores:

 centralização  quanto o presidente consegue liderar o poder executivo, ou seja,


quanto mais forte o Estado, mais o presidente do executivo consegue gerir 
quando há esse equilíbrio, é possível que a sociedade tenha “poder de barganha”
para conseguir tirar o presidente do poder por exemplo.
 mobilização social  o quanto uma população tem capacidade de se mobilizar
para realizar demandas
 rede política

Fluxo de influência

PAZ DEMOCRÁTICA

Democracias tendem a não entrar em guerra entre si  isso se explica devido sua
estrutura, pois normalmente em democracias, a população não da apoio, mesmo que o
líder queira 

Apenas o fato de serem duas democracias já é suficiente para manter a paz entre dois
Estados

Paz é um conceito relativo

AULA 05 – 13/10

Grupos de Interesse
 Organizações dedicadas a defender interesses particulares dentro do processo de
tomada de decisão do Estado
 Lobby: palavra muito negativa (no Brasil) e tem como fim o lucro 
 Advocacy: o fim é o benefício público
 Ambos são um grupo de interesse que pressiona o Estado: Lobby e Advocacy
Tipos
 De acordo com Christopher Hill, há três tipos: 
o Econômico: baixar impostos
o Interesses Territoriais: demarcação de terras, reforma agrária, interesses
na Amazônia…
o Ideias Específicas: animais, direito das mulheres, educação, proteção das
crianças…
→ Como qualquer teoria é uma simplificação da realidade para facilitar a análise
Como esses Grupos influenciam?
 Trabalham em coordenação com outros grupos
 Coalizões
 Intervenção em estágios iniciais
Problemas Metodológicos
 Difícil identificar todas as estratégias de ação: difícil provar por causa do grupo
em si (mesmo que se saiba que esses grupos possuem determinado interesse)
 Instabilidade dos interesses de cada grupo
 Dificuldade em interpretar o resultado das políticas
 Como dizer que tal medida foi causada por um grupo em específico
Especialistas
 Agem motivados por crenças e conhecimento, e não por interesses materiais
 Capital simbólico
 Não possuem vantagem econômica ou política
 Socialmente reconhecidos

ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA E TRI’s


Utilidade das TRI’s para análise de política externa
Teorias de relações internacionais como modelos para compreender as motivações e o
comportamento da política externa dos Estados
Não fornecem muitas orientações para a compreensão da política externa
Na melhor das hipóteses, estabelecem parâmetros de como os Estados podem agir
AULA – 20/10
ATORES DE LIGAÇÃO
Rosenau (1950’s) examinar a interpretação de doméstico e externo --> ligação entre
interno e externo – ou seja, nas políticas domésticas, precisa estar alinhado com pessoas
que vão aceitar sua política externa

Para Rosenau, há ligação entre os dois níveis, por mais que alguns atores não saiam do
país para fazer essa relação, ainda fazem parte

Primeiros debates buscavam mais entender se havia primazia do interno ou do externo


Putnam e o jogo dos dois níveis --> negociar nível externo e depois nível interno -->
normalmente diplomatas fazem essa mediação

Os atores de ligação fazem ligação entre o interno e externo

ABORDAGEM PARA O ESTUDO DE ATORES DE LIGAÇÃO

 Relações de Estado/Sociedade
 Interdependência complexa
o Keohane e Nye
o existe nível de dependência mútua entre dois Estados --> depois de um
tempo é difícil quebrar pois são gerados acordos
o Existe interdependência entre doméstico e internacional – internacional
define muito o doméstico ex: Brasil necessidade de dinheiro do exterior
para executar mudanças dentro do país, os pilares de política externa
estão ligada necessidade internas
 Funcionalismo
o A função de cada um está clara
o Qual o papel da política externa para aquele país
o Não apenas uma questão de diplomatas, mas que também abrange
diversas áreas

TIPOS DE ATORES DE LIGAÇÃO

 Negociadores – ex: diplomatas – treinados para fazer ligação doméstico e


internacional
 Organizações Governamentais internacionais --> escritórios em países que
fazem essa ponte – essas organizações já são naturalmente internacionais, mas
também pode ser um ator de ligação ex: ligação do interesse do país com
interesse do sistema
 Cortes Internacionais – ex: condução da pandemia
 Coalizões --> obriga o Estado a pensar em um problema internacional
 Comunidade epistêmica --> especialistas
 Second-track Diplomacy --> “diplomacia do cafezinho” --> negociações
acontecem fora do ambiente moderado, ou seja, um caminho alternativo, menos
formal – estabelecer relação mais próxima, logo, quebrar certar barreiras
 ONG’s

ESTRATÉGIAS DE LIGAÇÃO

 Abordagem de poder --> determinado ator tem poder e sua função é fazer isso
– ex: diplomata / ONU
 Abordagem tecnocrata --> poucos diplomatas (pouco porque nem toda
diplomacia é composta por corpo técnico) e comunidade epistêmica (ex: Brasil é
corpo técnico pois é necessário ser apto para isso)
 Construção de Coalização --> alguns grupos não têm força, logo, tentam fazer
coalizões
 Mobilização grass-roots --> planta uma semente previamente – ex: porte de
armas; sustentabilidade

ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA E MUDANÇA

MUDANÇA EM POLÍTICA EXTERNA


Apesar dos debates sobre APE e mudanças, os exames de mudança na política externa
inevitavelmente trazem noções de identidade e papel nacional

Qual é a motivação por trás da mudança em política externa

A política externa é uma construção de várias ações

A TIPOS DE MUDANÇA

Mudança tática na política externa do estado

Ajuste de acordo com a estratégia a ser seguida

o que Hermann descreve como ajuste e mudança de programa – constitui mudanças


dentro da estrutura estabelecida de políticas que se concentram principalmente em
métodos e instrumentos

Mudança estratégica

Troca o objetivo da política externa

descrita por Hermann como problema / objetivo e orientação internacional – envolve


mudanças fundamentais na política externa com base em um reexame dos objetivos da
política externa e da posição do Estado no sistema internacional
POR QUE MUDANÇAS ACONTECEM

A mudança é mais provável de ocorrer em situações em que os tomadores de decisão da


política externa temem que continuar com a abordagem prevalecente provavelmente
terá um custo considerável

Fatores individuais, psicológicos e de personalidade

Aprendizado

História

LINHAS DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

Desde meados do regime militar, com Azeredo da Silveira esses pilares perduram no
Brasil

 Pacifismo – o Brasil sempre defendeu discursos de paz – Brasil não ameaça


 Jurisdicismo – acordos fechados serão cumpridos – respeito ao direito
internacional
 Pragmatismo -

OBJETIVO DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

 Interesse nacional
o Desenvolvimento
o Redução da pobreza
o Liderança regional

GOVERNOS ANTERIORES

1. FHC
 Integração
o Unificação do cone sul
o Aproximação ao G7 – faz essa aproximação, justamente para conseguir
grandes injeções de dinheiro
2. LULA
 Diversificação – tentar diversificar parceiros
o Cooperação Sul-Sul
o Liderança Regional
o G77 – grupo dos 77 países em desenvolvimento
o Preserva a ideia do multilateralismo
3. DILMA
 Inércia
o Discreto (low profile)
o Redução do protagonismo brasileiro
o Itamaraty sem força
o Várias trocas de ministros (Patriota, Figueiredo e Vieira)
4. TEMER
 Transição
o Política de transição
o Atuação apenas em urgências
o MRE como moeda de troca
o Trocas de ministros (Serra e Aloysio Nunes)

HOUVE MUDANÇA NA POLÍTIA EXTERNA BRASILEIRA DURANTE O


GOVERNO BOLSONARO?

Governo de ruptura de política externa

Quando ele entra no governo, quebra os pilares:

 Jurisdicismo – diz que vai sair do Acordo de paris


 Pacifismo e Pacifismo – festa de inauguração não convida alguns países, logo,
de certa forma impede negociações

AULA 7 - DIA 27/10

→ Diplomatas vão influenciar a Política Externa pois são os principais atores de ligação
(atores natos)

Diplomacia

 A conduta das relações internacionais, substituindo o uso da força pela


persuasão (Bull 1977, p. 156; Watson 1982, p. 2)

→ Diplomacia: tentar de forma pacífica construir relações com outros Estados


→ “Guerra por outros meios.” Maquiavel

 “A diplomacia é o melhor meio inventado pela civilização para evitar que as


relações internacionais sejam governadas apenas pela força” (Satow)

→ Diplomacia: alternativa à violência; meio inventado de conseguir controlar ou lidar


com as questões entre Estados de forma civilizada

 Diplomacia não é igual a Política Externa

→ A diplomacia não é o meio, mas é uma ferramenta Política Externa

 É a aplicação da política externa por meio pacíficos (correspondência,


negociação, persuasão, compromissos)

Início da diplomacia 

 Retomada ao antigo Egito

→ Para negociar com os povos ao redor (a partir de presentes)

→ O faraó não conseguia estar em todos os lugares, então enviava diplomatas

 Na Grécia antiga, diplomatas não residentes transmitiam os termos de seu estado


para outros, estabelecendo a linha de comunicação básica entre as cidades-
estado gregas

→ Enviava determinadas pessoas (não exclusivamente diplomata, podiam ser


almirantes e generais por exemplo) para fazer a linha de comunicação básica

→ Figura que não tem o nome de diplomatas mas responsável por fazer a comunicação
entre as cidades

 A República/Império Romano - primeiros exemplos de imunidade diplomática

→ “Não mate o mensageiro.”

→ Não só pode ser morto, mas sua integridade física deve ser preservada, deve ser
acolhido, deve ter o direito de audiência, não deve ser preso por costumes diferentes 

→ Evitar que sejam presos por motivos torpes


→ Alguns diplomatas se aproveitam da imunidade (exemplo: jornalista da arábia
saudita que se impunha aos regimes por violações aos Direitos Humanos, então o
príncipe saudita ordena que os diplomatas o assassinem e que seja enterrado no quintal
da embaixada - a polícia turca não pode entrar para investigar)

 O Império Bizantino - primeira versão do Ministério das Relações Exteriores

→ Órgão que concentra todas as funções de Política Externa 

 Cidades-estados italianas 1450 - os primeiros diplomatas residentes estavam


estacionados em Florença e Milão

→ Não residente: vai e volta e não mora em outro país

→ Residente: quando há uma embaixada em outro país (sempre na capital do país)

Imagem dos Diplomatas

 Má reputação historicamente

→ Por conta dos apontamentos políticos

→ Pessoa que está perdendo seus valores (geralmente em países asiáticos)

 Espiões estrangeiros 

→ Se acentua durante o período da Guerra Fria

 “Um embaixador é um cavalheiro honesto enviado para mentir no exterior pelo


bem de seu país.” (Henry Wotton, 1604)

→ Mearsheimer: mentir é parte da política pois muitas vezes você não pode revelar o
que está ocorrendo em seu país, mas não pode mentir desenfreadamente pois ninguém
irá acreditar ou querer negociar

 Os venezianos decretaram leis para proibir qualquer veneziano de discutir


assuntos públicos com diplomatas estrangeiros

→ Diplomatas eram identificados (braçadeiras com o país que representa) para que
soubessem com quem não conversar
 O rei da Inglaterra, Henrique VII, tentou abolir a entrada de diplomatas
estrangeiros

→ Normalmente sempre se aceita as credenciais do diplomata que está sendo enviado

→ Negar as credenciais é constatar que não quer relações com o país

 1660 em Moscou, diplomatas estrangeiros foram quase tratados como


prisioneiros de guerra

→ Liberados apenas com outro diplomata enviado para negociações

 Os otomanos mantiveram continuamente pronto o castelo de setes torres para a


acomodação de enviados estrangeiros

Imagem dos Diplomatas Domésticos

 A síndrome de Indo nativo: trabalhando contra seus próprio estado

→ Certas pessoas podem entender que o diplomata está trabalhando contra o próprio
governo (como se trabalhasse para o inimigo)

→ Alguns têm uma relação bastante próxima com os países que foram enviados (falam
a língua, adotam alguns costumes…)

 Eles eram suspeitos de “terem se infectado com formas de pensamento


estrangeiras e perderam seu caráter nacional”

→ Preocupação que o diplomata tenha relação com o seu país

 Na Inglaterra, diplomatas profissionais eram vistos como “não ingleses” e até


mesmo rejeitados como “um cosmopolita queer”

→ Não servindo mais para representar a Inglaterra

 (Cosmopolitan tinha um significado negativo naquela época)

A evolução da diplomacia

 Diplomacia secreta a portas fechadas

→ Contribui para a visão do diplomata como espião


→ Como construir confiança sem transparência?

 Foi o fracasso do Concerto da Europa em preservar a paz e a eclosão da Primeira


Guerra Mundial que levou ao surgimento da diplomacia multilateral por meio de
organizações internacionais como a Liga das Nações

→ Tentativa de algo mais amplo (mecanismo, organização que uniram os diplomatas


para eles conversarem de forma mais livre)

 Da diplomacia bilateral à mutilateral (Liga das Nações, ONU etc…)

→ Liga das Nações: primeira tentativa institucionalizada de garantir o multilateralismo 

 Princípios de Wilson: conduta diplomática aberta e transparente

→ Conduta mais correta e tolerante possível, para garantir conexões

 Diplomacia multilateral hoje: Summitry. Por exemplo. Protocolo de Kyoto,


cúpulas da OTAN, cúpulas da ONU
 Diplomacia pública: com o objetivo de influenciar a atitude do público

→ Para se sentir mais próximo do país que ele representa

→ Exemplo: cônsul japonês postando no instagram sobre sua cultura

 Por exemplo: Voice of America, British Council, Yunus Emreinstitu, Goethe


institute, EduationUSA

Papel do diplomata

 Obtendo informações (compreender o dia-a-dia do país para medir as


oportunidades de negociação)
o "Distinguindo o certo do duvidoso”
o “Validar e trocar informações

→ Separar informações de fake news

 Comunicação
o Estabelecer canais oficiais de comunicação entre governos
o Diplomatas como os principais atores da comunicação com governos
estrangeiros (certa autonomia por parte dos diplomatas)
 Representação
o Representando seus soberanos em terras estrangeiras agindo em seu
nome
o Funcionar como os “olhos, ouvidos e voz do governo”
 Negociação (tolerância e negociação são características inatas ao diplomata)
o Realizar negócios políticos com estadias estrangeiros
o Poder de persuasão

Diplomatas importam para a tomada de decisão em Política Externa?

 Lloyd George: Os diplomatas foram inventados simplesmente para perder


tempo 
 John F. Kennedy: Diplomatas incapazes de tomar decisões sólidas
 Zbigniew Brzeziński: Não há necessidade de diplomatas e embaixadas
 Henry Kissinger: O método de ‘backchannels’ contornando o Departamento de
Estado, que era “lento e sujeito a vazamentos”

Como diplomatas influenciam a política externa?

 Como influenciar a política externa


o Ao exercer a influência tanto sobre seu próprio governo quanto sobre o
governo anfitrião 

→ Identificar os interesses de ambos os países e mapeia as informações


para conseguir desenvolver uma Política Externa decente - com objetivos
e valores comuns, por exemplo

 Como influenciar os dois?


o Ao “determinar os interesses sobrepostos de dois governos e, por meio
da razão e da persuasão, fazer com que as partes tomem consciência
disso” (Bull 1977,164)
 Portanto;

Deve convencer ambos os governos sobre a necessidade de desenvolver uma


parceria bilateral com base em objetivos comuns e/ou contra um inimigo comum

Determinantes da diplomacia interna


 O ‘dilema do mandato’
o Mandato imperativo: apenas agir sob as instruções de seus soberanos
o Mandato livre: tomando iniciativas pessoais

Os diplomatas devem encontrar um equilíbrio seguindo ordens e tomando


iniciativas quando necessários

 O ‘dilema de lealdade’
o Diplomata unilateral: leal APENAS ao próprio governo
o Diplomata Intermediário: responsável perante o governo anfitrião
(mediador)

 Tornando-se nativo:
o “[A] adoção por diplomatas do ponto de vista do governo do estado
receptor”
o “Um risco ocupacional” experimentado por diplomatas que passam
muito tempo na mesma parte do mundo
o “Infectados com formas de pensamentos estrangeiras e perderam seu
caráter nacional” um ‘pecado capital’ para diplomatas profissionais

Determinantes da diplomacia Externa

1. O tamanho da unidade de tomada de decisão de política externa


 indivíduos: um líder predominante
 Grupos: conselho de ministros ou governos de coalizão
2. Estilo de liderança
 “Crenças, atitudes, motivos e paixões" com orientação ideológica
 Pragmático "flexível e de mente aberta”
3. Contexto internacional
 Tempo de guerra ou tempo de paz

AULA 8 - DIA 10/11

Governo Dilma - Política Externa Brasileira


→ Não define uma personalidade ou um perfil de Política Externa (se a política externa
do lula estava funcionando, ela não mexeria)

Luís Inácio Lula da Silva

 Autonomia pela diversificação (diluir a dependência de determinados parceiros


como EUA e União Européia)
 Aproximação de países menores (africanos e latinos por exemplo - abre
embaixadas e aumenta o corpo diplomático)
 Líder do mundo em desenvolvimento (não só da América do Sul, como o FHC -
países pobres são mais numerosos que os ricos)
 Continuidade de Política Externa
 Cooperação Sul-Sul
 Força de Linguagem (claro nos debates eleitorais - arguição boa e perfil de líder
conciliador)

Dilma Rousseff

 Inércia
 Low Profile (deteriora aos poucos a Política Externa Brasileira)
 Fim da Diplomacia Presidencial (inaugurada pelo FHC e mantida por Lula -
quebrado pela Dilma após 16 anos)

Desafio

 Dificuldade do Estado em manter o diálogo intenso e confiante com os


segmentos dinâmicos da sociedade de que resultara a ascensão brasileira como
potência emergente.

→ Lula teve uma grande aprovação mesmo ao final no seu governo, a economia
estava muito boa, baixo índice de desemprego. 

→ Dilma não consegue manter o nível econômico e não tem a mesma


articulação política, além de não ter o apoio do congresso e do senado (pouca
força política interna, não sendo possível projetar isso para o exterior)

Causas do Declínio 
 Não formulou uma política de comércio exterior (ponto importante para
conseguir atingir objetivos econômicos)
 Não programou junto com o empresariado uma estratégia de inovação exigida
pela competitividade sistêmica de economias internacionais (para que a
economia fique internacionalizada e para que o país mantivesse a relevância
internacionalmente)
 Logística Governamental (novos entraves) - não sabe articular com o congresso
e senado

Novos Entraves

 Inchaço da máquina do Estado, em três níveis (federal, estadual e municipal)


multiplicando licenças requeridas para implantação de projetos de infraestrutura,
produtivos, de desenvolvimento
 Poder demais aos burocratas subalternos o poder de interromper projetos (a
expertise de pessoas experientes é importante e auxiliar no jogo político, mesmo
que o presidente tenha um certo poder)
 Interrupção do diálogo constante e intenso com o empresariado industrial e do
agronegócio, e com o MRE (passam a buscar formas de garantirem seus
próximos interesses, rompendo a amarra)
 Não correspondeu à expectativa do mercado de inovar a política de Estado. Não
supriu enfim, a baixa propensão do empresário em inovar com política de Estado
de inovação tecnológica que envolvesse Universidades, centros de pesquisa e
empresas em dinâmica harmonizada

→ O impeachment leva a um governo de transição (Temer), sendo que o fracasso do


governo dá força a qualquer um que seja antagonista à ela e desconstrui todos os anos
do governo do PT

Governo Bolsonaro e o fim do multilateralismo?

→ Os eleitores são as pessoas que não se sentiam representadas no governo interior

Linhas da Política Externa Brasileira

 Política de Estado (o que variava era a estratégia adotada)


 Pragmatismo (tomar decisões práticas para resolver problemas)
 Juridicismo (todos os tratados e acordos serão mantidas)
 Pacifismo (rompe com os princípios, não só varia em estratégia) → Bolsonaro

Objetivos da Política Externa Brasileira

→ Tudo jogado por água abaixo, tentando criar conexões com os seus eleitores (se
colocando no mesmo patamar econômico que eles)

→ O pragmatismo é rompido quando se começa a fazer uma Política Externa


ideológica 

 Redução da pobreza 
 Desenvolvimento
 Liderança Regional (ex: Bolsonaro rompe com países ao redor, não chama para
a festa de posse -isola- o líder da Venezuela e se mostra em dúvida de chamar o
líder da Bolívia)

Análise da Conjuntura da Política Externa 

→ Selecionar algumas variáveis para alisar e tentar prever a próxima política externa

 Não entre em pânico


 Respostas emocionais o transforma em massa de manobra
 Cortinas de fumaça
 Use as ferramentas teóricas
 Não subestime

Jair Bolsonaro

 Nascido em 1955
 Militar de 1977 a 1988
 Vereador do Rio de Janeiro de 1989 a 1991
 Preso em 1986 por ter escrito a Veja uma carta sobre os salários dos militares
 Deputado Federal de 1991 a 2018

Opinião Pública
 É volátil ou não existe (até que se pergunte para a pessoa, ela pode nunca ter
pensado sobre o assunto)
 Bolsonaro não tem uma má aprovação (65% dos brasileiros achando que tá ok
em 2020)
 As urnas refletem isso (competição acirrada) → Mostra que a opinião pública
não é tão volátil assim

Burocracia

 Presidencialismo de coalizão (só precisa que alguns sejam fiéis a ele, e que o
resto não atrapalhe)
 Composição de bancadas (bala, evangélica e agropecuarista) 
 Conhece as regras da casa (por causa do passado político dele)

Teoria da Escolha Racional

 A racionalidade está ligada com o objetivo final do ator (o objetivo é ele se


perpetuar na política e quando não puder mais, seus filhos se perpetuarem)
 Sobrevivência política 
 Vácuo de liderança (se o Lula não se candidata, não há ninguém forte o
suficiente para bater de frente - fragmentação da esquerda marxista e da
esquerda moderada)
 Comunicação Fácil (cria ilusão de acessibilidade e proximidade)

Institucional

 Populismo (focado nos eleitores/iniciativas para buscar agregar eleitores perto


das eleições)

→ Se assemelha com o comportamento do Lula, mas com uma grande diferença


entre os públicos

 Democracia
 Voto 
 Comunicação (busca estar próximo do povo, tendo uma aceitação interessante
pela conexão com os eleitores, ainda mais pelos meios que usa)

Mudanças nas linhas gerais 


 Política de Estado (rompe com características mantidas a décadas pela Política
Externa Brasileira → política externa de ruptura)
o Emprega a política externa como ferramenta de campanha e passa a ser
mais personalista e longe das linhas tradicionais se caracterizando mais
como uma política de governo
 Pragmatismo 
o Uso de ideologias
 Juridicismo 
o Descumprimento/Ignora acordos, por exemplo o de Paris
 Pacifismo 
o Desrespeito às Organizações Internacionais
o “Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora”
o Não convida presidente da Venezuela, Maduro, para a cerimônia de
posse

Papel da Cultura → ela ainda não deu essa parte (não cai na prova - extra)

Qual é o papel da Cultura?

 Para diversos autores, a Análise de Política Externa não explica a política


externa por identificar as causas pelo qual o Estado agiu de tal forma, mas, por
analisar a política externa colocando-a em um contexto cultural, para ver o que a
tornou possível.
 São mais favoráveis uma epistemologia interpretativa
 “Teoria é sempre feita para alguém e com algum propósito” Robert Cox

Normas

 São expectativas compartilhadas pela comunidade o que diz respeito ao que é


julgado apropriado a determinada identidade. Determinando o limite entre
conformidade e desvio.
 Dois debates: O Estado como alvo das normas e Estados como disseminados de
normas

Compliance de normas 
 Normas nacionais e internacionais
 Normas substantivas e processual 
 Nacionais: pertencem a uma cultura específica e podem orientar política externa
 Internacional: escopo universal
 Substantivas: guiam o comportamento em relação a determinado assunto 
 Processual: transpassam diversos domínios da política externa
 Prescrição ou proscrição de comportamento
 Estados obedecem ou para evitar ser ostracizado ou porquê acreditam na regra

Difusão de normas

 Empreendedores normativos
o ONGs
o Organizações Internacionais 
o Estados (?)

Identidades Nacionais

 Imagem socialmente construída de — uma comunidade política retrata a si


mesma. 
 Define a si com base no outro, mas, não é a única forma. 
 Identidades evoluem, mas ainda carregam características de sua identidade
antiga
 No lugar de segurança para validar a necessidade do Estado
 Teoria da Identidade Social: força da identidade e comportamento agressivo

Papéis Nacionais

 Conjunto de expectativas compartilhadas relacionadas a como o Estado se


comporta em relação a sua posição no palco internacional 
 Prescreve um comportamento 
 Não é uma identidade, nem uma norma
 Depende como o Estado se percebe no cenário internacional

Gênero

 É ao mesmo tempo identidade e papel social


 Não é possível “mover” entre gêneros com total liberdade, arraigada ao ponto de
parecer que é natural
 Reconciliação de gênero
 Não é suficiente a inclusão em números de mulheres (os cargos continuam sendo
cargos “femininos”)
 Gramática e dicotomia
 Estado como figura masculina e nação como figura feminina (mother country)
 Crimes de guerra como forma de emascular o Estado (“você não consegue
defender nem seus civis”)
 Política Externa como patriarcal

Culturas Organizacionais e Estratégicas

 Sistema integrado de construções sociais que inclui crenças causais, princípios


normativos, rituais, discurso, no que são específicos a uma organização
 Debates giram em torno de três tópicos: condições para mudança da cultura
organizacional, como diferentes culturas interagem, e relação causal entre
Política Externa e Cultura

Discurso

 Método largamente usado em análise de política externa


 Teoricamente ligado ao construtivismo, pós estruturalismo, institucionalismo e
marxismo
 Não há definição consensual do que é um discurso
 Discurso é uma combinação de significados

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